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#cabelos acinzentados
imninahchan · 4 months
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⌜ 𝐄𝐗-𝐌𝐀𝐑𝐈𝐃𝐎 ───── Vocês não têm mais nada, então isso significa que ele não deveria dormir na sua cama essa noite, né?
(𝐍𝐎𝐓𝐀𝐒 𝐃𝐀 𝐀𝐔𝐓𝐎𝐑𝐀)Ꮺ aquele hc me deixou pensativa, não resisti, desculpa.
𓏲╰ ᰔᩚ ·# [𝐀𝐕𝐈𝐒𝐎𝐒] ↷ Jae!pai de menina, sexo sem proteção (!), muita dirty talk, elogios e degradação, daddy kink :)), finger sucking, dumbification, choking, jae!dom, um tapa no contexto sexual e um tapa fora, breeding.
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— Tá bom — você suspira, com a mão na maçaneta, somente uma gretinha da porta restando, conforme guiou o homem para fora da casa —, boa noite.
Mas antes que conseguisse fechar a porta totalmente, despreocupada se vai ouvir algum cumprimento de volta, Jaehyun gira sobre os calcanhares, para te encarar mais uma vez. Sabe, eu ‘tava pensando...
— Não.
— ...sobre a festa de aniversário da nossa filha, na semana que vem. — Ele ri, soprando ar, mas não deixa de completar o raciocínio, mesmo diante da sua resistência automática. Esconde as mãos nos bolsos. — O que achou que eu fosse dizer?
Os seus olhos correm de um canto pra outro, evitando encará-lo enquanto, também, evita uma resposta verbal, senão uma irritaçãozinha. Ele, claro, porque não vale nada, aproveita-se da sua ausência de palavras pra responder por ti.
— O quê? Que eu ia pedir pra ficar? — a voz soa mais baixa, até mais rouca. O sorriso não abandona a face, canalha. — Que eu...
— E sobre o aniversário dela? — você corta. — O que ‘tava dizendo mesmo?
Jaehyun umedece os lábios, calando-se, feito se desse por vencido. “Nada demais”, conta, “só que eu vou chegar uma meio hora atrasado, mas não mais que isso. Por causa do trabalho.”
Hm, você murmura, de nariz em pé. O olhar passa pelo corpo na sua frente. Dos cabelos repartidos ao meio porque foram jogados pra trás de qualquer forma, o terno acinzentado, até os sapatos sociais.
Normalmente, a filha de vocês não fica com o pai nos dias de semana, porém hoje acabou sendo uma exceção quando precisou ligar para ele e pedir que a levasse na escola e buscasse no fim da tarde, pois estaria ocupada. Jaehyun não se opôs, estava na hora certinha do lado de fora da sua casa para pegá-la, e a trouxe de volta assim que você avisou que já estava em casa. Mas teve que deixá-lo subir, no entanto, coisa que você não costuma permitir. A pequena não queria largar do colo dele e só iria dormir se fosse o pai quem a colocasse na cama.
— Sabe — o tom de voz masculino soa baixo novamente. O Jung dá mais um passo à frente —, quando ela acordar, vai chamar pelo pai dela.
Você aperta o olhar.
— Aí, eu vou dizer pra ela que o pai dela está na casa dele — responde, simplista —, e que ela pode ver ele depois.
Jaehyun repuxa o sorriso, ladino.
— Ela vai chorar...
— Não vai, não.
— Vai, ela ‘tá chorando o dia inteiro. Ela ralou o joelho na escolinha hoje. — Mais um passo à frente, mais pertinho.
— Acontece.
— Qual foi? — Encosta o braço no batente da porta. — Não seja tão má, vai.
Você pende a cabeça, apoiando na porta. “O que você quer que eu faça, então?”, retruca, “Que te deixe dormir aqui?”
O sorriso no rosto dele aumenta, crescendo em câmera lenta, pilantra, mas sem mostrar os dentes. Por mais que mantenha a mesma pose, não pode negar, porém, que sente o corpo até arrepiar ao ser encarada de tal forma. Os olhos do homem brilhando, focando somente em ti. Tem vontade de socar a cara dele, de xingá-lo dos nomes mais vadios possíveis, e nem é a primeira vez que uma tensão assim se estabelece entre vocês.
Vai fazer quatro anos que estão separados. Você ficou com a casa, com o carro, com toda a parte do acordo que propôs no judicial. O Jung concordou com tudo, uma passividade que fez até a sua advogada destacar o quão obviamente ele ainda está apaixonado por você. Mas se manteve firme, não? Não pediu os papéis do divórcio por motivos fúteis — se a sua sogra não fosse tão filha da puta, talvez vocês ainda estivessem juntos.
Não tem muito o que reclamar de Jaehyun como um ex-marido, entretanto. Ele é mais que o pai dos finais de semana, sabe disso. A sua filha não sente a ausência dele, porque ele não se deixa ser ausente. Não precisa lembrá-lo de que se separou somente dele, não precisa lembrá-lo de que ainda é pai. E por mais que, às vezes, uma certa tensão como essa se estabeleça, na maioria das vezes, ele te deixa em paz.
Quer dizer...
— Sabe o que a sua filha falou pra mim ontem? — você cruza os braços. 
Ele ri, largo, o quê?
— Ela disse, ‘mamãe, seu namolado é muito feio’ — imita, com um tom de voz mais fino. — ‘O papai é mais bonito.’
Jaehyun continua rindo. Uma das mãos escapando dos bolsos da calça social para correr pelo rosto. Você, no entanto, não esboça nada senão a cara séria.
— Achou engraçado, é? — confronta, irritada. — Olha, Jaehyun, eu não quero você fazendo a cabeça da nossa filha.
Ele fica boquiaberto, ainda entre os sorrisos, a mão articula no ar, mas eu não fiz nada, se defendendo.
— Não é culpa minha se ela pensa assim — reforça. — E ela não tá nem errada, ‘cê sabe.
“Tsc, seu...”, até quer xingá-lo, esticando a mão para dar um soquinho no peito dele, mas engole o termo chulo, tal qual a mão é retida pelo homem, ainda no ar, antes de atacá-lo. A proximidade repentina te traz ainda mais pra perto. Tem que erguer o olhar para encará-lo e não se deixar abater.
— Esse namoradinho seu... — o termo no diminutivo soa debochado demais — ...ele sabe que isso não vai pra frente?
— Quem disse?
— Seus últimos relacionamentos fracassados, tentando me esquecer.
— Igual as putas que você fode, querendo me esquecer também?
— Que putas? — Sorri mais uma vez. A fala mais canalha vindo somente agora. — A última puta que eu fodi foi você.
O tapa estalado que você desfere na bochecha dele arde a pele alheia, é rápido, o pega desprevenido. Jaehyun pende a cabeça pro canto de leve, a língua empurra por dentro da boca, sob o local atingido. Até usa a palma da mão quente para circular o local. Mas é incrível como não perde a postura malandra.
— O quê? — Acaricia o próprio queixo, antes de esconder a mão no bolso de novo. — Não gosta mais de ser fodida como uma puta? Ele não te fode assim?
Você respira fundo. Poderia fechar a porta na cara dele, porém não faz.
— Ele, pelo menos... — o Jung continua — ...te fode bem?
O seu silêncio é o pior tipo de resposta possível nesse momento.
Jaehyun não segura o sorriso bobo, mordendo o lábio pra disfarçar regozijo. Ah, princesa...
— Não me chama assim — você, finalmente, se pronuncia.
— Por quê? — Ele deita a cabeça no batente da porta. — ‘Cê gostava tanto de ser a minha princesa... Não é? — Toca o seu queixo, arrastando o polegar de um lado ao outro. Ergue-se para ficar frente a frente contigo mais uma vez. — O que mais ‘cê gostava, hm? Muitas coisas, né? Era a minha princesa, mas uma princesinha tão suja, porra... Eu fazia o que fazia só pra agradar você, só pra te foder do jeitinho que gostava, lembra? — O toque do polegar sobe mais uns centímetros, escorregando, agora, por cima do seu lábio inferior. — ‘Cê lembra... É difícil esquecer, não? É difícil esquecer o papai.
— Jae...
— Shhh — a voz chia, suave. O foco dos olhos brilhantes estão na sua boca, bem onde o maldito polegar escorrega cada vez mais pra dentro, até afundar-se na sua saliva. — Comigo ‘cê não precisava pensar muito, né? Fazia o que você queria, como queria, na hora que queria. Pra que se importar, se o papai pode cuidar de tudo? Perfeito pra uma putinha boba que nem você, que só queria ser comida até o cérebro derreter, igual a porra escorrendo da buceta.
Você murmura, manhosa. Só não verbaliza nenhuma palavra porque está focada demais nas lembranças sórdidas que ele revive, e, claro, com os dois dedos que substituem o polegar dentro da sua boca.
E os dedos da outra mão do Jung se afogam entre os seus cabelos, a palma quente escorando contra a sua nuca. A sensação é tão gostosa, firme, que seu corpinho derrete, docinha. As pernas bambas só não te levam ao chão, porque o homem adentra porta a dentro contigo, fecha com os pés e te escora na parede mais próxima.
— Tô mentindo, hm? — prossegue conversando, a voz ecoando um charme caloroso pelos seus ouvidos. Você faz que não, a língua lambuzando a pele entre a saliva. Jaehyun sorri. — Não, né? O papai não mente. O papai te conhece muito, muito bem, princesa.
“Tanto que eu sei que esse cara com quem você tá saindo nem deve ter tocado em ti”, arrisca, certeiro. “Acertei, né? Ah, eu sei... Eu sei que você não daria pra ele. E por quê? Por que não tem vontade de foder com ele, hein? Por que ele não sou eu?”, o indicador escapa da sua língua, molhando pelo seu lábio superior, ao contorná-lo.
“É, é isso. É por isso. Não tem graça foder com outro senão eu, não é? Não quer contar pra mais ninguém o quão piranha você é, o quanto gosta de foder forte, de que te tratem mal”, os dedos encharcados escorrem pelo seu queixo, lambuzam de saliva pescoço abaixo, até a palma da mão se fechar na sua garganta. Porra, ele xinga, rouco. Roça o nariz ela sua bochecha, aspira o perfume do seu corpo, reconhecendo a fragrância importada que te deu de presente de casamento. “‘cê gostava até quando doía, ordinária. Me pedindo pra meter até ‘cê chorar, até as perninhas tremerem. Não importava a posição que eu te botasse, gemendo e pedindo mais, mais, igual uma cadelinha burra por pica.”
Encosta a ponta do nariz na sua, ambos de olhos fechados. O calor que as palavras te geram é tamanho que faz a sala de estar tão ampla e fresca ter a sensação térmica absurda de quente, feito a necessidade entre as suas pernas, interior de coxas se esfregando uma na outra.
E enquanto uma mão permanece adornando o seu pescoço igual um colar caro, a outra acaricia o canto do seu rosto, afetuoso.
— Vou te perguntar uma vez — ele sussurra —, e quero que você fale comigo, okay?
Você faz que sim, obediente.
Jaehyun capta o seu labio inferior com os dentes, erótico. Te faz arfar, as próprias mãos suando contra a superfície fria da parede.
— Diz pra mim, diz — ele começa — Quer que eu te foda agora?
Você resmunga, indignada. A boa consciência diz que não, te implora pra não se render, mas como se um diabinho murmurrasse no seu ombro, o corpo grita por senti-lo, por ser dele pelo menos por essa noite.
Por isso, a palavra que ecoa da sua boca é um não, só que mergulhado num tom tão docinho que só faz indicar o completo oposto do termo.
— Não? — Jaehyun imita, sarcástico.
— Não posso.
— Não pode? — e faz de novo. — Não pode, é? Não pode, papai... — Sorri, de canto, a covinha afundando no canto da boca. Leva a mão do seu pescoço para pegar a sua mandíbula, bruto. — Sobe pro nosso quarto, anda — orienta —, quero te encontrar sentadinha na nossa cama, e sem esse vestido.
É só ele te soltar pra você fazer seu caminho pelas escadas na frente dele. Jaehyun não tem pressa pra te acompanhar, sabe que será atendido, exatamente como pediu. Enquanto sobe os degraus, está retirando o blazer, em passos calmos pelo corredor oposto à porta do quarto da filha.
A porta da suíte está aberta, um sorrisinho não deixa de ressurgir na face masculina quando te vê nua, sentada sobre as panturrilhas, na cama de casal. Joga o casaco na poltrona mais próxima, trancando a porta em seguida.
Vem devagar, ignorando a ânsia estampada na sua face. O desejo exorbitante. Afrouxa a gravata, puxa o nó, deixando a peça cair no chão mesmo. Desfaz os botões da camisa nos pulsos, subindo um pouco as mangas pelo antebraço.
Quando está parado na sua frente, na beirada da cama, o olhar vai do seu rostinho mal iluminado por somente parte das luzes acesas até o teto espelhado. Mais uma vez que vai se ver virar uma putinha na minha mão, hm?
Segura nos cantos do seu rosto, os lábios tomam os seus com a mesma necessidade que você transborda ao ser facilmente deitada no colchão. As suas pernas se fecham ao redor da cintura dele, o quadril move-se loucamente para roçar o sexo já ensopadinho de tesão na braguilha dura da calça social. Não quer admitir pra si mesma, mas sentiu tanta falta disso — dele.
Jaehyun se aparta com um selinho no queixo, embora os seus resmungos queiram o manter por perto.
— Tenho que tirar isso — ele justifica, começando a puxar os botões da camisa.
Eu te ajudo, você murmura, os dedinhos correm para desafivelar o cinto, jogá-lo em um canto qualquer do quarto. Apalpa por cima da ereção, sentindo a umidade do tecido, culpa do seu roçar frenético em busca de algum prazer. Desculpa, sussurra, mordendo o lábio entre o sorriso, ao olhá-lo.
Jaehyun apenas ri, a cabeça tomba pra trás, retirando a camisa do corpo. O seu nariz se esfrega próximo às costelas dele, a boca também toca a pele quente, agora desnuda da cintura pra cima, ao passo que se encarrega de despi-lo abaixo. A língua lambe até quase no peitoral, sensual.
Quando a ereção ganha a atenção dos seus olhos, o Jung não te deixa nem tocá-la, pega na sua nuca, firme ao te domar.
— Quer na sua boquinha, ahm? — pergunta, bem baixinho. Você não consegue tirar os olhos. A ponta babadinha, um fiozinho fino se esticando até desaparecer conforme uma gotinha pinga na colcha. Saliva, faminta. — Quer meu pau fodendo a sua boca, é? Ou metendo na sua buceta? Olha pra mim! — Estala um tapa na sua bochecha, finalmente fisga o seu olhar. — Tão boba de tesão que leva pica em qualquer buraquinho, não é, princesa? Pô... — Sorri, delirante. — Quero meter tanto em você, sua cachorra.
Te deita na cama de novo, dessa vez arrastando os joelhos no colchão ao se colocar por cima. Empurra as suas coxas contra o seu torso, te abrindo inteirinha pra ele, mas logo os joelhos estão se ancorando nos ombros do Jung, numa posição que você sabe, vai fazê-lo ir tão fundo que os olhinhos já se reviram de satisfação.
Jaehyun esfrega o falo pesado pra cá e pra lá, por cima da buceta molhadinha. A bagunça úmida fica ainda maior quando surra com a cabecinha gorda bem no seu pontinho sensível, te fazendo choramingar, agarrada aos lençois da cama.
É sacana quando te olha, assistindo à sua reação de desespero. Morde o seu joelho, apontando lá embaixo finalmente, é tudo seu, meu amor, sussurrando antes de empurrar-se pra dentro.
Escutar o som prazeroso que ecoa da garganta dele te faz piscar, espremendo ainda mais tudo o que te adentra com gosto. Chama o nome dele, Jae, toda manhosinha, os braços esticados para abraçá-lo enquanto é dominada por completo.   Talvez ele estivesse certo mais cedo, você realmente se pergunta se outro cara vai te fazer sentir tão cheia, tão sedenta, tão... Argh, e quando ele começa a meter em você, tão deliciosamente fundo que se toca na região do ventre, sente doer, músculos rígidos, retesados.
Não consegue se mover, senão torcer os dedinhos dos pés de tanto prazer. Os olhos se fecham, pálpebras sendo apertadas, deixando-se ser tomada pela queimação extasiante na boca do estômago. Aí, a mente viaja de tal forma, louquinha de desejo, que não consegue emitir outro som a não ser os gemidinhos, ah, ah, ah, que eram pra ser contínuos mas são quebrados por cada choque das bolas na sua bunda.
Jaehyun ergue minimamente o torso, apenas para tapar a sua boca com a palma da mão.
— Cala a porra da boca — soa rígido, cuspindo as palavras quase num rosnado de frenesi. — Eu sei que a sua função de putinha tonta é ficar gemendo igual uma cadela quando ganha pau na buceta, mas ‘cê não quer acordar ninguém, quer?
Os seus olhinhos se arregalam de leve, faz que não, acenando.
— Isso, muito bem. — Roça a ponta do nariz pelas suas têmporas, a voz rouca ainda pertinho pra continuar conversando com você. — Não quer parar agora, não é? Hm? Não... Quer mais, quer foder mais. Quer meter até ganhar porra quentinha aí, né? Ah, princesa, dá última vez que eu enchi essa buceta de porra, também te dei um bebê. Quer mais um, ahm? — Joga os quadris com mais velocidade, impiedoso. O rosto coladinho no seu. — Quer, hm? Quer? Quer que eu lote de porra até essa bucetinha cuspir tudo pra fora, e eu socar de novo? Eu faço pra você, eu faço...
Você o deixa fazer, o que não é uma surpresa. Nem mesmo se passa pela sua mente algum consequência quando só visualiza o sorriso canalha do homem que te faz gozar duas vezes seguidas, sem pausas, sobre a cama em que ele costumava fazer a mesma coisa. Ao fim, você está tão exausta que desmonta, apaga o cérebro, nua, completamente dolorida e encharcada entre as pernas.
Quando acorda, é no mesmo horário que seu despertador costuma tocar bem cedinho, para que possa arrumar a filha pra escola. Levanta apressada, não se lembra de ter se coberto com a colcha e nem de deitar a cabeça no travesseiro, mas ignora o vestido jogado no chão e vai para o banheiro se arrumar de uma maneira apresentável para aparecer no quarto da filha.
Mas antes mesmo de abrir a porta e dizer bom dia, flor do dia, a pequena já está desperta, sentadinha na beirada da cama enquanto o pai termina de ajeitar o penteado cheio de elásticos coloridos e presilhas de cabelo.
— Bom dia, mamãe! — ela cantarola, no mesmo tom que você tem o costume de fazer para ela. — O papai dormiu aqui comigo, o papai tá aqui em casa. Olha o papai, mãe, olha! Olha!
Você não sabe o que dizer, atônita, parada no corredor, com a porta do quartinho todo colorido aberta para aquela cena. Leva o olhar para o Jung, o terno de ontem a noite intacto cobrindo o corpo, faltando apenas dar o nó da gravata e vestir o blazer. Os cabelos ainda úmidos de um banho no qual ele com certeza usou as suas coisas no banheiro da suíte.
— E, agora... — ele começa, ao finalizar o cabelo da filha. A pega no colo, de modo que possa ficar deitada por cima dos antebraços, imitando um aviãozinho no ar até a porta. — ...vamo’ tomar café, mocinha! — Arrasta a pronúncia da última palavra, teatral, enquanto os sons alegres da risada infantil preenche a casa. — Depois, o papai vai te levar pra escola, vamo’.
— Eba! — ela grita, eufórica.
Você segura no braço dele, Jae, chamando baixinho antes de deixá-lo zarpar pelo corredor até a cozinha.
— Relaxa — é o que te responde, exibindo um sorrisinho de canto. — A gente conversa mais tarde, pode ir dormir. Eu cuido das coisas aqui... Porque o papai tá em casa! — Volta a brincar com a pequena, balançando-a no ar.
— O papai tá em casaaa! — a sua filha imita de volta, até te fazendo esboçar um sorriso tímido diante de tanto entusiasmo.
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twistedcrumbs · 1 month
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Hoje é aniversário do meu rato favorito e eu vim aqui postar um negócio rápido e sair correndo só para dar parabéns! Não vou deixar passar em branco. Aí corta para pessoa digitando freneticamente no notebook no meio da aula.
Se você gosta da nossa empreguete preferida, fica atento que tem mais duas postagens de conteúdo dele pra sair por aqui esses dias 👀
Presente de aniversário ✨️
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Você parou um segundo tentando equilibrar todos os pacotes monstruosos e sacolas que estava carregando nos braços e, sabe se lá como, equilibrando pelo corredor.
Estava pesado, mas não deveria demorar para se livrar de toda aquela bagagem. Por um segundo, você ergueu o pescoço e deu uma olhada furtiva por cima de um pacote colorido com papel de presente meio rasgado. Em seguida, espiou as costas de Ruggie cantarolando a frente, também carregando uma pilha de presentes e sacolas com as sobras da festa de aniversário. Havia de tudo, desde bolo e refrigerante, janta e salgadinhos a cactos e material de Spell Drive.
As orelhas redondas e felpudas estavam relaxadas contra a cabeça, o blazer pendurado em um dos braços e a gravata caindo para fora do bolso. Ele parecia tão feliz e contente, observar toda aquela alegria fazia com que você sentisse um exame de borboletas inquietas voando no estômago, você definitivamente poderia observar por horas a fio sem se cansar.
Inevitavelmente, a situação, apesar de um tanto desagradável pois toda aquela parafernalha estava pesada, lhe arrancou um genuíno e apaixonado sorriso.
O que a gente não faz quando está apaixonado não é mesmo?
Você até concordou sem nem pensar duas vezes em ajudar Ruggie a coletar todos os presentes e armazenar em vasilhas com as sobras da festa para levar até o quarto dele… mas entre limpar o quarto de Leona, lavar roupa e fazer compras na cafeteira isso era o de menos.
E tudo para poder ficar mais um tempinho na companhia do aniversariante. Mas você o fazia com todo seu coração, afinal, era um favor realmente para ele.
Você suspirou de um jeito meio abobalhado e balançou a cabeça para dispersar os pensamentos, então apertou o passo para alcançar a hiena que já estava quase desaparecendo no corredor, nesse mesmo momento o seu coração quase pulou para fora da garganta pois Ruggie notou que seus passos tinham cessado e olhou para trás dando risada por te perceber encarando igual uma estátua.
Ele seria sua morte e você tinha certeza que ele sabia muito bem disso.
Chegando na porta do quarto, de pé à beira da porta, você o observou ansiosamente Ruggie manjar habilidosamente toda a bagagem que carregava e abrir o alojamento como se não fosse nada, definitivamente ele era muito habilidoso com as mãos.
Agora com alívio, você relaxou e sentou na cama logo após despejar no chão todos os pacotes de presentes e sacolas de marmita. Ruggie fez o mesmo, mas não demorou em ir logo chafurdar em meio aos presentes e lanches, tão feliz quanto um pintinho ciscando do lixo.
A visão foi extremamente adorável e fez valer a pena todo o esforço anterior com as sacolas.
Então, quando você se perguntou se deveria dar seu presente e sair para finalmente voltar ao seu dormitório para enfrentar uma noite solitária na companhia dos fantasmas, a voz de Ruggie cruzou os seus ouvidos lhe chamando atenção.
─ Muito obrigado por me ajudar a carregar todas essas coisas até meu quarto. Eu ainda não acredito no quanto de presente que ganhei esse ano. ─ Ele deu risada, levantando-se do chão e indo até você com as mãos cruzadas atrás da cabeça. Então, em seguida se sentou ao seu lado da cama.
Você se encolheu no canto e suspirou profundamente absorvendo o cheiro de álcool e açúcar que ele emanava, misturado com uma fragrância forte e amadeirada, o perfume delicioso era uma cortesia de Leona.
Então, como quem não quer nada, encarou os olhos azuis acinzentados de Ruggie com sinceridade e riu, dizendo:
─ Que bom que gostou e não precisa agradecer, afinal esse foi o meu presente de aniversário. ─ Você afagou os cabelos loiros e macios dele, rindo da feição de desgosto que imediatamente brotou em seu rosto bronzeado quando ele ouviu essas palavras.
─ Que!? Me ajudar foi seu presente? Não é assim que funciona o conceito de presente de aniversário, sabia? ─ Ruggie reclamou mesquinho, com as orelhas contraídas e um bico gigante no rosto rolando para o seu lado na cama deitado de bruços.
─ Sinto muito. ─ Você deu de ombros, fazendo olhos de cachorrinho para o amigo, fingindo pesar pela falta do presente esperado. Ruggie no mesmo segundo arregalou os olhos para o seu teatro, tentando suavizar a irritação que apresentou anteriormente.
─ Qual é? Se eu soubesse não teria pedido… ─ Ele puxou a manga da sua camisa, manhoso e de cara amarrada.
Em resposta, você segurou o riso no fundo da garganta e deitou de lado na cama dele, tremendo em ansiedade devido a proximidade, seus rostos estavam tão próximos que você conseguia sentir a respiração dele fazendo cócegas em sua bochecha.
─ Eu tô brincando, não precisa ficar assim.
Ao ouvir suas palavras, os olhos de Ruggie se iluminaram e ele soltou um zumbido satisfeito, olhando para você com diversão. Suas orelhas se ergueram acompanhando o sentimento de animação repentino e ele prendeu a sua bochecha entre os dedos em retaliação à brincadeira.
─ …Ah é? Bom, sua brincadeira feriu meus sentimentos. Já ouviu falar de responsabilidade afetiva? Você não sai falando essas coisas por aí. ─ Ruggie te repreendeu de maneira descontraída e você puxou o punho dele, acariciando a bochecha dolorida com a mão livre.
─ Foi mal, sua reação foi muito boa pra deixar passar.
─ Bom, você vai ter que me dar dois presentes para compensar. ─ Ruggie ergueu os dois dedos fazendo o sinal de vitória em frente ao seu rosto e deu sua risada característica, olhando para você de forma gananciosa.
Você engoliu seco, incapaz de desviar do olhar dele enquanto sentia as bochechas esquentarem e o coração bater descontrolado, tudo o que sua mente captava era que vocês dois nunca estiveram tão próximos como nesse momento, ele parecia saber tudo o que se passava com você naquele momento e apenas estar se divertindo com as reações. Céus! Todas as vezes que Ruggie te encarava assim você a impressão que o azul acinzentado de suas orbes escureceram de uma maneira arrepiante, você era uma presa nas garras dele.
─ Infelizmente isso é tudo o que eu tenho… Feliz aniversário, Ruggie… ─ você deu um sorriso tímido sem desviar o olhar do dele em nenhum momento e estendeu um vale no valor de R$150,00 thaumarks que tirou diretamente do bolso do paletó para que Ruggie pudesse ir e comer o que quiser em uma cafeteira da cidade.
Ele assentiu com o pescoço bastante satisfeito e arrancou o papel colorido da sua mão para enfiar no bolso da calça. ─ Obrigado! ─ Ruggie afagou os seus cabelos de um jeito divertido e, em consequência, você suspirou, sentindo-se nas nuvens. Ter mandado Grim pastar em Heartslabyul junto com Epel, Ace e Deuce realmente foi uma ótima decisão.
Em seguida, ele colocou umas das mãos em volta da sua cintura e você, em resposta, prendeu a respiração prestando bastante atenção no que ele parecia querer te dizer, seus pés se encontram um no outro nos pés da cama e Ruggie sussurrou:
─ Para sua sorte, eu sou a melhor pessoa no mundo para você dar presente. Fico feliz com literalmente qualquer coisa.
Você não sabia no que se concentrar nesse momento, mas algo lhe chamou bastante atenção: A forma com que ele olhou diretamente para seus lábios quando disse isso. Realmente Ruggie Bucchi seria a sua morte, o aniversário até podia ser dele, mas o presente quem ganhou foi você.
Se remexendo no colchão, você respirou fundo tomando o máximo de coragem possível e Ruggie esperou impacientemente por sua decisão, você podia sentir toda sua ansiedade à medida que ele amassava com cada vez mais força a camisa do seu uniforme escolar.
─ Bom… já que é assim… que tal… ─ Você indagou aproximando-se dele até que o espaço entre os seu corpos fosse completamente inexistente e então selou os lábios juntos. No mesmo instante, Ruggie soltou um zunido prazeroso que ficou preso no fundo da garganta dele e te abraçou, tomando sua boca com bastante avidez e fome.
Você se perdeu no momento, nada ocupava os seus pensamentos, nada além do aniversariante da noite e seus lábios macios, mas Ruggie decidiu interromper o seu momento de felicidade e regozijo puxando você para que se sentasse no colo dele, despedindo-se do seu beijo com uma mordida afiada.
Em confusão, você piscou sem saber quais palavras proferir ainda em completo êxtase pela sensação de ter os lábios juntos com ele, as bocas explorando uma à outra… nesse momento, a risada rouca de Ruggie cortou seu raciocínio confuso e lhe obrigou a prestar atenção nas palavras dele.
─ Hmm… eu adorei o presente. Mas sabe, acho que ainda não vai ser suficiente para se desculpar. ─ ele provocou.
Realmente, foi uma ideia maravilhosa mandar Grim embora com seus amigos para a noite, algo melhor que a companhia dos fantasmas estava te aguardando hoje a noite.
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xolilith · 2 years
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O Nascimento de Vênus - Jung Jaehyun
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n/a: jaehyun na Itália + um cenário que eu já tinha sobre esse quadro + ele tá me deixando louca e eu estava escutando lana (salvatore). tentativa de ser poética fml
Boa leitura!
– Me fala mais sobre Vênus, eu quero ouvir você... – A boca dele faz um caminho tortuoso sobre seu busto, desce pelo ventre. 
– Uh... Sobre Vênus... – E é difícil falar quando existe um Jaehyun a tocando de forma tão íntima e desejosa. Sua mente parece enevoada, as palavras parecem fugir, mas você se esforça. – Bem, é uma pintura renascentista, tem o melhor da inspiração grega e romana, mas ainda é muito original. Vênus é um devaneio. – Afirma. – E apesar dela estar nua, ela não é pornográfica... – Pausa por um instante, lembrando do propósito da obra. –  Botticelli quis instigar a imaginação dos apreciadores. 
Você sorri, abre os olhos vendo o Jung igualmente te oferecer um sorriso. 
– Então vênus é erótica – Ele conclui, reiterando: – Provocadora, mexe com eros e sugere toda a insinuação que eu posso desejar pôr na boca, é isso? 
A última fala você não sabe dizer se ele fala da pintura ou de você, mas você assente. 
– Assim como você, eu posso concluir... 
Tomba a cabeça, questionadora. 
– É? E o que eu te faço querer pôr na boca é o mesmo que o dela? 
Ele ri contra sua pele, meio malandro. 
– Vai ficar brava comigo... – Ele toma uma postura fingida e retraída. O tom faz você sorrir. Ele beija o monte de Vênus, fecha os olhos como se imaginasse mil maneiras que poderia fazer isso e como seria tão bom. – Se eu disser o quanto quero pôr essa sua bucetinha na boca... 
Seus dedos infiltram-se no cabelo espesso e macio, agora numa coloração marrom acinzentado. Morde os lábios, espaça um pouco mais as pernas exibida e provocativa, instiga-o ao que ele queria desde o início e fazia charme. Você faz um biquinho, dramático. 
– Mas você pode ter, Jae... 
A visão que Jaehyun tem faz a boca salivar ansiosa. O meio das suas pernas está coberto pelo líquido que cintila à luz. A encara outra vez, expõe as covinhas. É malicioso e agora tem o consentimento. Ele primeiro brinca com os dedos, de cima a baixo na sua buceta, sujando-os. No entanto, ele tem certeza que com a boca seria melhor, por isso, estende o músculo levando um pouco do suco para o paladar, assopra antes de envolver o nervo. O primeiro contato arranca uma fraqueza das suas pernas e um ofego manhoso da sua boca. 
Jaehyun parece começar a degustar um manjar, chupa satisfeito e ganancioso. Quando cansa de sorver, desce a língua penetrando na fenda. Você se revira agoniada pelo nível de prazer. Segura firmemente suas coxas, bem aberta, estática à margem de todo o desejo do Jung. Ele faz um amor gostoso na entradinha até que você trêmule sobre a língua. 
Ao finalizar, volta serpenteando pelo seu corpo mole, devolvendo todos os beijos que trouxe na ida. Uma das mãos sobe pela lateral do seu corpo, da coxa até as costelas. Sente a pele macia nas pontas dos dedos com cuidado e lentidão. 
É vagaroso, faz com que o ar se torne cada vez mais denso, quente. Te fazendo respirar fundo se quisesse captar o suficiente de oxigênio. 
– Vênus... – Ele recita outra vez. Roça o pau tenso entre suas pernas, esfrega. Sua cabeça pende pra trás, e ele não evita acariciar a mandíbula com os lábios. – Eu tenho a deusa do amor só pra mim. 
O sopro com o nome e como um pedido sai pelo seus lábios e, então, ele se põe dentro, até a base. É inevitável não fechar os olhos, suas pálpebras trêmulam, você tranca as pernas envolta do quadril masculino. O Jung aperta os dedos esguios sobre sua coxa, extasiado com o calor envolvendo-o como o clima da cidade italiana. 
Ele expulsa o ar devagar, a temperatura é combustível para a reação, ele empurra e, nas primeiras vezes é vagaroso e suave, mas ganha intensidade. 
Jaehyun não é nem um pouco cuidadoso quando a lasciva começa a tocar os sentidos dele. O quadril passa a ter uma cadência firme e forte. Ele mal sai de dentro de você, desliza o membro tenso pela lubricidade, lateja nas paredes macias e quentes, e ele sente que pode enlouquecer naquele momento. 
O ruído erótico do encontro dos corpos reverbera e torna-se um fator conjunto com o prazer das investidas. O nome de Jaehyun continua saindo por seus lábios contínuo e manhoso. Agarra-se aos ombros masculinos, crava as unhas, enlevada com a sensação latente no seu baixo ventre, que cresce e cresce até o limite quando transborda. Comprime os lábios, grunhindo lânguida com o ápice, a visão turva e a adrenalina aprazível corre viva por suas veias. 
Jaehyun para por um momento, segura seu queixo, roça os lábios, sussurra "Abre os olhos pra mim, vênus, eu quero contemplar você" 
Suas íris encontram as dele e permanecem assim até que ele atinja também o orgasmo, ofegando forte. 
É intenso o fitar, sublime e dourado como o nascimento de vênus.
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hybristophile-bitch · 10 months
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Insidious - Além do que Sabemos - Dalton x Oc
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Tw: Linguagem imprópria, insinuação de sexo, violência,+18.
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A escuridão tomava conta do quarto em que estavam. Escorado na parede de um canto quase invisível pela falta de luz, Dalton se concentrava na voz aveludada de Chris ao seu lado, atenta aos olhos fechados do rapaz, enquanto os números desapareciam em uma contagem regressiva já começada aos dez, que agora continuava ao 5,- ...5...- a consciência de Dalton cada vez mais parecia menos presente. Os olhos cerrados dando a falsa sensação de estar entrando em um cochilo, ficaram mais leves ao escutar novamente o eco feminino que rodava o quarto com um sussurro, -...4...
Tentando disfarçar seu nervosismo, Chris contava os segundos rápidos e repetidas vezes em sua mente. Queria que tudo acabasse o mais rápido possível já que seu medo era bem maior que sua curiosidade sobre achar o espírito do jovem que acabou falecendo na festa da fraternidade passada. -...3...- o rapaz agora com a cabeça bem apoiada na parede, começou a ter seu corpo pesando sob o chão gélido, ficando desleixado e se espalhando tomando cada vez mais alguns poucos centímetros do piso.
...2...- mais a mente de Dalton se escureceu indo para longe. Sua cabeça não obteve apoio o suficiente e acabou caindo para o lado, se apoiando em seu próprio ombro, tendo seu rosto coberto por uma mecha de seu cabelo castanho com poucas voltas com o começo de fios cacheados. Seu corpo agora parecia inabitado, com sua respiração diminuindo como se ameaçasse não utilizar seus pulmões daqui em diante. -...1...- a carcaça agora ficou vazia, sua mente agora transportada para outro plano. Facilmente confundível com o corpo de um recém morto.
-Dalton?- Chamou Chris na esperança de ter certeza de que realmente estava acontecendo, de que realmente seu amigo poderia ser um viajante astral, e que agora estava perambulando ao seu lado sem que seus olhos inquietos pudessem o ver, mesmo depois de vasculhar o escuro cômodo várias vezes.
O silêncio tomou conta, deixando o suspense se espalhar na mente da garota, a fazendo se sentir mais tensa do que normalmente ficaria em uma situação que precisasse se esconder. O barulho de seu respirar era a única coisa que se ouvia no quarto. Parecia respirar mais alto do que o normal do dia a dia, até que o ranger da porta de madeira tomou conta trazendo a atenção até a saída que já estará aberta. Os lábios brilhosos se estenderam ao saber que a porta não se abria sozinha, mas sim sendo controlada por seu amigo que a passava.
Observando a grande madeira quadrada se fechar, como se visse Dalton a cerrando para que ninguém a visse e visse seu corpo sem vida, sua confiança foi depositada de que realmente estava tudo saindo conforme o plano, e que suas pesquisas sobre projeção astral estavam de fato certas. Seu celular foi pego e sua tela acendida, iluminando o rosto da garota enquanto apoiava suas pernas na escrivaninha ao seu lado, apenas tendo como pensado minutos antes, esperar seu amigo voltar com as respostas pelas quais achava que precisava.
O lampião que iluminava a face concentrada de Dalton brilhava em um azul bebê, que não se estendia muito pelo corredor pelo qual andava. Apenas era possível ver o chão em que pisava e o começo das paredes de madeira, pintadas com um marrom avermelhado, e o restante que se escondia nas sombras, podiam ser confundidas com o limbo do espaço inacabável, sem nenhuma pista de que poderia haver alguma continuidade.
Ouvindo os sons que ecoavam baixo no ar de uma conversa, o rapaz que parecia estar colorido com um azul acinzentado andou na direção dos sons. O ligar se tornou mais visível assim que se aproximava de uma das portas abertas, tendo os detalhes do lugar banhados em uma cor cinza escura, quase pálida, dizendo o caminho que deveria seguir.
Assim que adentrou no cômodo, observou o mesmo rapaz da festa da fraternidade da noite seguinte, junto de uma mulher desconhecida. Dalton se lembrava de ter sido avisado que o rapaz estaria estudando, por mais que não parecesse, e de fato não era. Seu rosto estava coberto por algo branco, como uma máscara facial. Mas estava quebradiça e caindo aos poucos, até que sua amiga pergunta também percebendo o estado do produto, - Vai ficar com isso até quando?
Não se ouviu nada mais além de um suspiro irritado vindo do rapaz enquanto a cama se mexia conforme ele se movia para sair do meio da grande cama de casal. Dalton assistia os passos alegres, e assim que se aproximou do banheiro, seu andar se tornou saltitante enquanto uma música invadia sua mente, o fazendo murmurar cantorias baixas da tal letra. Assim que abre a torneira de sua pia, as suas falas ritmizadas são transformadas em um barulho aquático. Ao mesmo tempo que o produto de seu rosto era retirado por suas mãos que massageavam seu rosto alegremente, suas pernas ainda se moviam em uma dança mais calma enquanto cuidava para que a água não molhasse o chão.
Os olhos de Dalton observavam atentamente ao redor, a procura da face fantasma que havia visto naquele banheiro horas atrás. Estava de certa forma confuso, já que esperava o ver de imediato. Estava sem ideia de como o encontrar. Observou mais um pouco o garoto ao seu lado dançando calmamente em frente ao espelho. Se olhava com admiração, observando seu corpo magro se movimentando. Os olhos que antes estavam agitados, agora se encheram pelo amor por si. Rapidamente andou até a porta que se encontrava aberta, se apoiando nas barras de madeira que saltavam da parede dando indício que ali era a porta, o rapaz diz alto para sua amiga, - Eu vou demorar!- em seguida fecha a porta. A única coisa que se ouve de sua amiga é uma frase com um tom incomodado, - Ugh, que nojo.
O rapaz vendo que não iria encontrar o garoto fantasma, decidiu que seria melhor voltar para o quarto onde seu corpo estava, antes que as coisas ficassem mais intimas e desconfortáveis. Dalton caminhou para fora do quarto, tomando todo cuidado possível para que não fizesse barulho, ou trombasse em algum objeto. Chamar a atenção de alguém com certeza não seria a melhor situação para agora.
De volta ao corredor, em sua mente apenas se passava que deveria voltar ao seu corpo o mais rápido que conseguisse. A essa altura talvez Chris já estivesse ficando preocupada com a demora. Porém, seus passos não se apressaram. Ainda assim queria caminhar com calma para ter certeza de que não havia passado por nada que fosse útil nesse plano. Ainda se encontrava curioso com o nosso mundo que havia descoberto. Suas pupilas observavam como o ambiente se escurecia conforme se afastava do quarto onde os dois adolescentes estavam. As paredes pintadas de claro começaram a se pintar de cinza, para mais na frente se tornarem um preto rachado por um azul acinzentado escuro,
-Dalton! – o som suave dos passos pelo chão amadeirado se parou subitamente ao ouvir o fraco sussurro que logo se dissipou no ar. Confuso, o menino observou ao redor para ter certeza de que realmente havia escutado algo. – Dalton! Acorda! – desta vez teve certeza de que não estava ficando louco. Seus pés se movimentaram em uma corrida apressada em direção ao chamado de Chris.
Os chamados não paravam, os sussurros pareciam cada vez mais e mais agitados e desesperados. Isso deixou Dalton preocupado com o que poderia ter acontecido. Porém, o corredor se tornou escuro de repente. Ainda mais escuro do que antes, tomando lugar da fraca luz acinzentada que insistia em continuar alguns metros afrente, agora tendo seu lampião a toda força para iluminar o caminho com seu azul claro.
Em contrapartida, Chris estava ao lado de Dalton, ajoelhada ao seu lado o chacoalhando para que voltasse logo, já que começou a ouvir conversas e passos perto do quarto que estavam. Não teria entrado em desespero se não os ouvisse tão perto, e um dos dois que conversavam dizendo que iriam entrar no quarto que havia sido trancado por dentro. Assim que os sons agudos das chaves começaram a estalar, a deixando em pânico, tentando pensar na melhor desculpa para justificar os dois naquele quarto sozinhos, com Dalton desmaiado, o cômodo se tornou totalmente escuro, com um barulho suave, porém agudo que se foi diminuindo como se estivesse sumindo. As luzes haviam sido apagadas, e não apenas aonde os dois estavam, mas sim na casa inteira.
Seus olhos arregalados se focaram nos barulhos agitados da entrada do quarto, mas não se seguraram por muito tempo, já que giraram pelo lugar, tendo certeza de que não era apenas algo de sua mente, que estavam sozinhos sem nenhum tipo de fantasma os observando. Por mais que a garota não tivesse medo do escuro igual Dalton, ainda assim não o considerava um amigo parceiro. Os lábios carnudos se apertavam e se soltavam enquanto seu corpo lutava contra si mesmo para que saísse do transe que a congelara na mesma posição por alguns segundos, que mais pareceram horas.
Ouviu-se múrmuros de curiosidade e medo por de trás da porta, mas logo luzes apareceram debaixo da porta, iluminando o chão pela pequena fresta que limitava a separação entre o chão e a porta. A garota jurou não se meter mais nesse tipo de situação. Sabia que se fossem pegos, teriam eu responder um interrogatório inteiro, e provavelmente ela teria de achar alguma desculpa para aquilo. Ela pensava enquanto voltava a sacudir o garoto, que ainda não havia voltado e continuava apagado.
Dalton suspirou rápido e fundo, e continuou com os passos apresados enquanto virava o corredor. O lampião balançava em sua mão que apertava a alça do objeto com toda força. A respiração se tornou uma bagunça, se desequilibrando com respiradas rápidas e trêmulas por conta do frio que agora o consumia. Não se lembrava de estar tão frio como estava neste momento. Algo havia acontecido, e ele não sabia o que era. Fumaça saia de sua boca e nariz, seu corpo começou a se esfriar como se estivesse se tornando um cadáver sem o quente sangue que circulava. O silêncio sem os chamados sussurrados apenas serviu para deixar o momento tenso e agonizante, lhe vindo em sua mente o pior que poderia acontecer: terem pego Chris e seu corpo.
Em um momento em que não prestava atenção em mais nada ao seu redor, apenas concentrado em chegar até sua amiga, não percebendo o quão longo o corredor havia se tornado, da parede, quebrando as madeiras e a tintura, um braço surgiu em direção ao rosto do rapaz, quase o agarrando se não fosse sua agilidade ao se desviar para baixo, observando de onde havia surgido a cadavérica parte que se movimentava raivosamente, em seguida se escutou o grito desesperado e choroso, - FECHA A PORTA!!- o grito era conhecido, e o dono também. Por alguns poucos centímetros não sentiu a gélida e sem vida pele do outro menino, mas foi o suficiente para que tropeçasse em seu próprio pé e deixasse sua única fonte de luz cair no chão, tendo a visibilidade diminuída. Havia o encontrado, mas agora o tempo era curto, o ar se transformou em algo pesado que parecia pesar em seus pulmões enquanto corria para se afastar do fantasma, esquecendo completamente de seu lampião que brilhava cada vez menos a cada passo.
Havia escapado do espírito do banheiro, que ainda continuava a gritar, não amenizando o sentimento de agonia que Dalton sentia. Suas pernas se recusavam a pararem até achar o quarto. Porém, algo estava errado, já era para ter chegado. A casa não tão grande a ponto de ser difícil achar um cômodo. Nem era tão grande para ter mais de dez quartos em m corredor único. O rapaz estava estranhando já a demora, mas estava hesitante em parar para pensar melhor. Entretanto, novamente sentiu a sensação de que algo estava modificando o ar. Não precisou olhar para trás para saber que algo rastejava em sua direção. Suas orelhas podiam ouvir os passos pegajosos e desesperados dos pés e das mãos da criatura sob a madeira que rangia violentamente conforme o tal ser se aproximava.
Sua respiração começou a falhar assim que percebeu que tudo isso poderia não acabar mais. Os passos rápidos e seguidos da criatura infestavam sua mente pedindo por ajuda, qualquer ajuda, qualquer um que estivesse perto. Não queria ser pego nesse momento. Sua cabeça tomou coragem e se virou o suficiente para sua trás. Se deparou com as costas de algo negro que corria de quatro como se estivesse com os ossos fora de seus lugares. O barulho se fez presente agora. Suas mãos peladas assim como suas costas e seu rabo que balançava alegremente, os membros que se quebravam a cada movimento produzindo algo agoniante de se ouvir, não sabendo se a carne ou os ossos era o problema, junto dos grunhidos arfados que pareciam estar vindo de uma dor irreparável.
Ouvindo os passos atrás como se estivesse centímetros de o tocar, Dalton tentou correr mais, mas o ar que estava congelando seus pulmões o impediram de conseguir dar seu melhor. Sua camiseta começou a ser puxada para o chão, uma pequena parte que se assemelhava a uma pedra de gelo tocou o começo de suas costas, e em seguida ouviu-se um som de algo que pareceu se rasgar com força. Um pedaço da borda de sua camiseta havia sido jogado fora pelas garras apodrecidas da criatura. Seus grunhidos se intensificaram ao perceber que não o havia pego. Gemidos de dor surgiram junto de sua velocidade. Sua garra se direcionou a batata da perna do rapaz.
Antes que conseguisse o derrubar, uma luz roxeada tomou conta do lugar, revelando o corredor novamente, mostrando para Dalton o lugar que estava, o relembrando de seu objetivo fracassado, em seguida uma silhueta mais alta que si se pôs entre o mesmo que se freiou para observar a situação, após quase cair novamente, o rapaz encara o corpo que era bem esquisito e totalmente diferente do plano que estava.
O lampião com formas ponteagudas e esguias foi levantado reforçando a luz roxa, e com uma rajada de algo que se assemelhava ao vento, porém não ouve nenhuma ventania, o ser que o perseguia rugiu de maneira dolorosa, desaparecendo na escuridão. Os dois coques que se exibiam no topo da cabeça do ser desconhecido chamaram a atenção com suas cores incomuns. Pintado de um roxo forte o lado direito, e de cor natural castanho escuro o lado esquerdo junto de um acessório na forma de uma borboleta na parte de trás que se destacava. Seu casaco era largo de um tom pastel do roxo com alguns doces bordados, parecia usar um shorts preto com algumas estampas e decorações douradas, meias que começavam no meio das grandes coxas, e um cachecol preto com sua ponta longa e rasgada.
- Vambora. A Chris tá quase chorando. – uma voz aveludada tomou conta do lugar, enquanto a garota se virava para Dalton. Havia um único olho que se amostrava em um vermelho brilhoso sangue. O Outro era escondido por uma franja da cor castanha. As cores do cabelo haviam se invertido. Era muito detalhes para serem pegos de uma única vez. A garota era estranha e incomum. Provavelmente um espírito de alguém que já partiu do plano físico. Seu rosto continha um óculos roxo escuro, em suas bochechas ao lado de seus lábios dois cortes que formavam um sorriso por cima de uma cicatriz com sete triângulos precisamente era mostrada, com linhas coloridas costurando os cortes. Uma camisa roxa com um decote generoso, mostrando a tatuagem incompleta de um galho com espinhos era exibida.
Uma última olhada na garota de cima a baixo, a analisando fez Dalton criar um pouco de coragem para perguntar, -Quem é você?
Ela suspirou fundo como se já esperasse por essa pergunta. -Gabrieli.- em seguida, sua mão direita se direcionou ao pulso do rapaz, o fazendo sentir a quentura de sua luva preta que cobria até a metade de seus dedos. Em seguida começando a caminhar. O silêncio tomou conta dos dois que caminhavam de maneira despreocupada até o final o corredor. Assim que viraram, Dalton resolveu que iria quebrar a ausência do som, - O que é você?
- Muitas coisas. Mas menos um anjo. – uma resposta que gerou ainda mais perguntas. Mais alguns passos, e haviam chegado num quarto com a porta aberta. Entraram, e o garoto viu Chris tentando inventar sua desculpa ao lado de seu corpo seu vida para os dois adolescentes que os flagraram. Dalton olhou para Gabrieli que inclinou sua cabeça o indicando para ir para seu corpo. O rapaz caminhou até si, antes de voltar a vida, observou por última a garota incomum, percebeu em sua sombra dois pares de chifres e um rabo. Por enquanto decidiu ignorar, e finalmente recobrou sua consciência, acordando com uma respiração necessitada de ar, como se estivesse dentro da água se afogando.
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myeagleexpert · 1 year
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O Silêncio dos Sete
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Sinopse:
O clima de tranquilidade é quebrado quando Yuu encontra um de seus amigos em coma por causas desconhecidas. Determinada a descobrir a verdade, Yuu e seus amigos começam a investigar o caso e descobrem um padrão curioso que liga as vítimas. Mas, conforme a investigação avança, eles se veem em uma confusão com inimigos poderosos, e desta vez o perigo está fora de Twisted Wonderland. Yuu e seus amigos terão que lutar contra forças desconhecidas para encontrar respostas e desvendar o mistério antes que seja tarde demais.
Notas:Não vou dar muitos avisos antes de cada cap, porque né, o suspense. A Yuu é uma menina e tem por volta de 18 anos. Só digo que teremos muitos momentos platônicos e românticos na série, e que sempre leiam até o final do cap <3
Capítulo I: Eu vou te pegar
Yuu atravessou os longos corredores da biblioteca antiga ,passava por eles como se conhecesse cada ponta velha e cada livro esquecido. Porque na verdade, ela conhece. Assim que chegou nesse estranho mundo procurou de todas as formas voltar para sua dimensão original, cascaviando todos os livros sobre viagens multi-dimensionais, garimpando toda e qualquer informação sobre com voltar para casa.Mas não é para isso que ela está aqui hoje e com Riddle muito menos.
“Se quiser sobreviver nesse mundo terá que aprender sobre ele”
Foi o propósito que Riddle insistiu para ter algumas aulas com o aluno extrangeiro. O líder de Heartslabyul tinha o cabelo vermelho carmesim e o temperamento de um diretor de escola infantil, das suas narinas sempre saíam fumaça e da sua boca recitavam as 810 questionáveis leis da Rainha de Copas. Se não fosse pelos belos olhos azul acinzentados, Yuu teria aderido ao caos da anarquia, mas por ser pacífica optou por uma ou outra provocação.
“Riddle, eu estive pensando, essas leis são realmente necessárias?” geralmente isso levava para algumas discussões divertidas com os sorrisos do gato de Cheshire
Hoje estavam em uma mesa reclusa da biblioteca antiga, discutindo sobre a origem de algumas figuras e mitologia.
“Segundo historiadores, a rainha de copas tinha uma cabeça proporcional, mas devido a um acidente um pouco antes da coroação, ela sofreu uma lesão que levou a inchar sua cabeça.”
“E o seu ego…”Yuu murmurou, tinha várias coisas a falar sobre a majestade tirânica mas mordeu a língua… hoje pelo menos
“O que disse?”
“E as criaturas do Reino das Rosas?”
“Dizem que as criaturas são espécies extintas do reino durante a colonização…- ele parou e procurou a página no livro com ilustrações- Quando os colonizadores tentaram explorar algumas terras desconhecidas foi relatado que encontraram flores tão altas que os impediram de continuar, então eles decidiram cortar e escutaram vozes da floresta os expulsando.” Isso era para ser assustador? Uma ideia passou pela cabeça da estudante sem magia, seus olhos brilhando em lembranças e fez a melhor voz de narrador de contos de terror que conseguiu.
“As lendas daqui são bem interessantes, mas no meu  mundo temos uma visão diferente sobre natureza”
“Ah, por favor me conte Yuu.” Riddle se inclinava para a frente à medida que  Yuu se aproximava, naturalmente curioso e com sede de conhecimento.
“Na era da exploração, um fazendeiro rico queria aumentar suas terras e para isso, ele destruiu as terras protegidas dos indígenas.Certa vez ele levou o seu capataz para abrir a mata em um terreno sagrado e neste dia, a natureza furiosa enviou uma criatura de cabeça de fogo e pés virados para trás para acabar com a vida miserável do homem”
Arregalando os olhos e prendendo a respiração, Riddle silenciosamente acenou com a cabeça para Yuu continuasse “Com um grito animalesco a criatura fincou uma estaca de fogo no coração do homem que caiu “morto” no chão-
“Por que as aspas? Ele não está morto?” Rido questionou o sinal físico de aspas que sua amiga fez, mas sentiu um arrepio imediato ao ver quanto o seu rosto se escureceu
“Entretanto… ele era tão odiosamente terrível que tanto o céu quanto o inferno o rejeitaram e a terra se recusou a enterrar tal alma diabólica. O agora Corpo Seco foi amaldiçoado eternamente em uma condição de espírito imundo condenada a vagar pelas cidades até que chegue o fim dos tempos mas… dizem que se o Corpo Seco encontrar um hospedeiro tão ruim quanto ele, ele o possuirá e usará  o corpo vivo para fazer maldades piores ainda até que uma entidade da natureza mais forte apareça.”
O tão severo líder do Heartabull  mantinha seus olhos fixos em um canto específico, sentia-se anestesiado com tantas informações que acabara de ouvir tanto que nem percebeu que Yuu havia se levantado da cadeira com intenções traquinas de assustá-lo por trás.
“Riddlee~”  com um  tapinha de leve o de cabelo vermelho soltou um gritinho agudo que, sim, toda a biblioteca ouviu.
“Oh pelos Sete! Yuu!”
“Riddle-chan, não deve fazer barulho na biblioteca, sabia?" o provocou 
“Eu não teria gritado se você não—
“Yanoo….latas de atum…” um felino querido, Grim, dormia pacificamente sem problemas em cima dos livros quando escapou palavras enquanto dormia
Tal ação, trouxe para os dois líderes risadinhas infantis e inocentes, que foram abafadas pelo macio pelo de Grimm. Um momento doce que poucos veriam…
E como tudo o que é bom dura pouco….
“Aaaah Kingyo-chann eu sei que está aí"uma voz muito conhecida dos dois ecoou pelos corredores
“Aa-ah Floyd! Ele não pode me ver, se não estarei atrasado para o Clube de Equitação" suas anteninhas voltaram-se para cima em alerta e em sussurros agitados ele se vira para Yuu
“Eu distraio ele, Grim leva ele até a passagem do corredor 03” sussurrou de volta Yuu e negociou uma lata de atum para seu companheiro
A menina conhecia as passagens secretas de NRC como se fosse a palma de suas mãos, e Riddle assim os confiou pois o memorável duo de Ramshackle eram como irmãos para ele, o que foi muito difícil considerando os muros e barreiras que foram construídas desde seu overblot.
“Até logo, obrigada.” 
“Eu que agradeço"
Um código de sinais foi trocado entre os dois antes de Riddle entrar pela escura passagem secreta do outro lado da biblioteca, a linguagem foi criada aos poucos, um mix da linguagem de sinais de seu querido mundo e de Twisted Wonderland que a se aprofundando à medida que os laços com a outra pessoa iam se aprofundando.
“Com quem estava falando Koebi-chann?” A voz do gêmeo a tirou rapidamente de seus pensamentos, ele estava na mesa em que eles estudavam há pouco, com uma posição relaxada com o familiar sorriso largo de dentes afiados.
“Floyd, vamos brincar.”- determinada ela iniciou seu plano em mente.
“Aaah não tô no mood de brincar de pega com Koebi-chan, eu quero brincar com Kingyo-chan"- já desinteressado Floyd se levantava  com uma expressão séria
“E se fizermos um trato?” Quando Yuu se meteu na frente do mais alto, ele não esperava essas palavras dela “Se você me pegar em 3 minutos, eu te digo onde Riddle está,mas se não,não te digo nada.” Oh isso chamou a atenção dele, já marcando o temporizador no relógio dela
“Koebi-chan é tão criativa!Vamos brincar! Eu conto tá: 1…2…3 e já!Corra rápido se não vou te pegarr~” o gêmeo cantarolou, a voz preguiçosa mas um olhar de predador
Os dois correram desenfreados saindo da biblioteca, Yuu ia esquivando-se das mesas enquanto Floyd, o mermaid, preferia pular em cima delas para aborrecer os estudantes. Do lado de fora, a menina conseguiu um bom impulso no corredor se aproveitando que  Floyd tentava passar pela porta.
2 minutos…
Cada um do lado oposto do corredor, Floyd exibia seus dentes afiados e Yuu um sorriso brincalhão, a risada de ambos se espalhava no corredor: alta, descoordenada e sem nenhuma preocupação. Ao virar uma esquina que ia para o pátio, despistou Floyd e só então a adrenalina a deixou lembrar uma coisinha: Onde tem fogo tem fumaça. E os gêmeos do terror, como Grim os chama, são um verdadeiro incêndio. Floyd está aqui…onde está Jade?
1 minuto - conferiu no relógio
“Ahh estou tão perto de me livrar desse maluco!”- pensava com o peito subindo e descendo e a respiração ofegante. Os olhos procuravam cada possível lugar para subir ou se esconder, Floyd é mais rápido mas se ela conseguir ficar longe dele até o tempo parar…
“A árvore!”
30 segundos
A menina correu com todas suas forças em direção à  árvore do pátio, seus passos altos alertaram Floyd que estava tentando enxergar onde ela estava. A bichinha estava sem ar e tentava rodear o pátio tentando matar o tempo para chegar na maldita árvore só não contava que—
“Oya oya, o que temos aqui?”-  Ela não viu de onde vinha a voz só sentiu alguém colocar o pé para ela cair, Floyd que não é nada bobo, aproveitou a chance e agarrou a estudante rolando os dois no chão.
“Te peguei Koebi-chan!~~~” por um momento se esqueceram do porque que estavam correndo, rindo até a barriga doer, mordendo um ao outro- hey, isso é sinal de confiança tá?- “Vamos camarãozinho…eu te peguei antes do tempo. Tem que fazer sua parte do trato!”
“Você trapaceou Floyd!Eu fiz o trato com você e não com o Jade-
“Eu só estava passando aqui e coincidentemente passei a perna bem na hora que nossa querida Yuu estava correndo. Ah, sinto muito.Que tragédia.” Com a mão no peito Jade a ajudou a levantar do chão mas seu sorriso não tinha nada de inocente
“Nem vem com essa Jade-” aqui não seu felaa-” Floyd, era pra ser você sozinho mas como estou de bom humor hoje façamos assim: Eu te digo onde o Riddle NÃO está e você pode me abraçar mais…”
“Mas que trato bom Koebii~” Floyd não precisou de mais nenhuma palavra para convencê-lo, jogando sua figura alta em cima de Yuu e seu irmão, levando-os ao chão.
Mas ela já estava acostumada com as tendências imprevisíveis dos gêmeos.
Afinal, 1 ano havia se passado desde sua chegada.
Quando chegou nesse mundo estranho tudo era muito “estranho” para ela, tanto que a ficha da realidade só caiu três dias depois, e quando caiu ela só pensava em se esconder em um canto escuro da casa abandonada.
O sol estava se pondo quando eles levantaram-se, depois de rir e de conversar sobre vários assuntos, que Yuu provavelmente ia se arrepender algum dia. Depois de tanta brutalidade, Floyd estendeu uma mão gentil para amiga se levantar, arregalando os olhos quando percebeu–
“Neee~Koebi-chan, você está ficando pesada e com mais carne também!” alegremente ele comenta
“Hunhun, e parece mais forte fufu. Correu muito mais longe dessa vez e suportou os abraços do meu irmão mais tempo” Jade a parabeniza, observando seus pernas e bíceps que não eram mais palitinhos frágeis
“Mas se você crescer muito não vou mais poder te chamar de camarãozinho…ah!Ah!Já sei! Se crescer mais vou te chamar de Lagostinha, ok?”
“Pois se prepare meu bem, eu vou ser uma lagostinha!” determinada Yuu abraça seus amigos e se despedem em seguida. Ela não sabia, mas havia olhos que a observavam.
Um ano depois adaptação chegou, o seu corpo que havia perdido muito peso devido aos trabalhos excessivos de um certo corvo e o constante estresse que a traziam, era fraco e magro, mas agora com a dieta balanceada que o próprio Vil havia elaborado  e exercícios físicos com Vargas conseguiu voltar ao corpo que era: forte tonificado e curvilíneo, ela conseguia acompanhar o grupo de atletismo com Deuce e fazer corridas matinais com Jack - quando Grim a empurrava da cama inevitavelmente ela acordava e por coincidência Jack estava passando por Ramcharchle. Matando dois com uma pedra só.-
Foi no início do tranquilo segundo ano que seu cabelo, ora antes um tom de castanho com fios dourados e encaracolados, foi tingido de um tom preto como noite. Seu cabelo antes opaco e não chegava ao seu queixo, pois a estrangeira usava seus cortes impulsivos como um mecanismo de defesa dizendo que era "para não chamar atenção".Um ano depois, seus cabelos estavam na altura do busto, brilhosos e perfeitamente escovados e estilizados. 
À primeira vista, seus laços eram aprofundados aqui, mas havia um simbolismo por trás que deixava sua boca com amargor. Seu cabelo natural era sua memória de casa, algo que diz   "eu não sou daqui, eu tenho um lugar para voltar". Crowley foi quem deu a ideia "Ora se vai ficar mais ano, porque não se parece com seu amado diretor que te acolheu como uma figura paterna, meu passarinho?" Crowley e Crewel se apegaram bastante à menina, sempre cuidando do filhote com carinho... mas com abraços que não permitiam que ela fosse muito longe. Entretanto, por mais que tentassem não conseguiam mudar a cor e o brilho dos olhos de Yuu, as janelas da alma.
No segundo ano, ela melhorou suas capacidades de domadora de feras. Vez ou outra, é vista pilotando um grande dragão azul pelos céus ou penteando os pelos de uma perigosa quimera, ou ainda, impedindo Grim de encher a boca de peixe num jantar da Scarabia. Esta última, acha ela ser a habilidade mais útil.
Não muito longe dali, Riddle havia terminado seu treino de Equitação, se despedindo elegantemente de seus colegas  e caminhando para o Heartstabull...infelizmente ele não chegou lá.
Trim..trim…
‘Huh?Ligação de Carter?’- no meio de seu cafezinho sagrado com Grim, Yuu recebe uma ligação de seu sênior, Carter Diamond. O que a estrela do magicam vai querer numa hora dessas?
-Alô?É a Yuu, tudo bem senpai?
-A-ahh Yuu, eu preciso que venha agora para o dormitório!
-É realmente necessário? Eu coloquei meu café agora…
-O que Yuu??Não estou esc-cccc-tando! Algo…interferindddo…
-O pão tá quentinho também…quer tomar um café comigo?
-Estou fala-nndo sério Yuu!É- uma emergência!Venha depressa!
E desligou…
Seu precioso café já estava na xícara  cheio até o topo, esperando ser tomado e apreciado pela estudante cansada,mas a voz agitada e trêmula do tão alegre Carter a fez tomar apenas três golinhos preocupada, saindo rapidamente com Grim miando que as torradas iriam esfriar até que um grito rouco e assustador interrompeu sua mente e os milhares de cenários do que poderia estar acontecendo.
“Que estranh-!!!”- Yuu se sobressalta agarrando Grim protetivamente em seus braços, apesar de perturbada a menina leva um momento para gravar a imagem do feitor do som, que estava em um poste velho próximo a casa.
Era uma ave branca,um tipo de coruja com o rosto em formato de coração e olhos como esferas completamente negras,logo um bico em formato de gancho. A criatura dá um giro de 160 graus e encara Yuu e Grim fixamente, a menina sente um arrepio percorrer a espinha e um mau pressentimento se estabelece no seu estômago mas….
Yuu decide que com tantas criaturas fantásticas e tantos overblots, uma coruja branca é o menor dos seus problemas agora e continuando seu caminho mais rapidamente ela volta a pensar no que poderia ter acontecido no dormitório, que considerava sua segunda casa.
De todos os seus cenários imaginários nenhum chegava perto da visão na sua frente.
Riddle estava caído no chão, seu corpo  pálido e gélido.Seus olhos completamente brancos, sem córneas, sem íris e sem pupilas. O cabelo vermelho era um tom de vermelho envelhecido, como se toda sua vida tivesse sido sugada dele. As veias, agora transparentes, pulsavam relutantemente a vida e traziam uma respiração baixa quase inexistente, sem sinais de acordar.
“Carter!O que está acontecendo? O que aconteceu com o Riddle?”- um dos clones do de cabelos ruivos segurou Yuu que correu ao ver a cena e  tentou acalmá-la, enquanto Trey cobria o corpo do amigo caído com uma jaqueta.
“Riddle demorou muito para voltar, 15min atrasado. Isso nunca aconteceu antes.”- Trey respondeu de longe.
“Chegamos aqui e quando vimos o estado dele, ligamos para você e o Diretor”- completava Carter, que tentava levar Yuu para verificar o corpo, ele mesmo não tinha coragem- “Lançamos um feitiço de barreira invisível, e esperamos o diretor chegar para levá-lo rápido à enfermaria.” concluiu.
“O que acha que possa ser?”
“Não sei, nunca vi nada assim. Deve ter sido algo realmente forte para pegá-lo desprevenido e deixá-lo com…”- engolindo o medo e a tristeza presos na garganta, o de fios verdes tenta continuar, sendo o senpai responsável de sempre-.”.. com essa expressão apavorada no rosto.”
Não havia nenhum sinal de violência no corpo, nenhuma luta de feitiços, nenhum sinal de envenenamento. Grim não sentiu nenhum cheiro diferente, dizendo que era o mesmo que o da biblioteca.
“Vamos resolver isso, rapazes.”- dando uma última olhada em seu amigo, Yuu põe a jaqueta sobre ele novamente  levantado-se para procurar e investigar.
Eles verificaram cada centímetro daquela área, mas o vento levou uma pequena pena branca do recinto.
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Você está aqui próximo>
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grnerisworld · 1 year
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A luz e o calor do Sol alcançavam todos os perímetros campestres do sudoeste da cidade de Ressez. Havia um descontentamento e uma inveja surda na população daquela cidade que se acostumara em ser a última em muitas coisas, principalmente na urbanização e na educação.
— O clima está tão gostoso e favorável, que eu devo supor que fomos finalmente engolidos pelo diabo em pessoa. — balbuciou uma voz rouca e envelhecida de tanto fumar. Havia altas doses de escárnio em sua fala. Apesar de seu olhar estar voltado para os vales e campinas acinzentados do início da manhã, todos que estavam presentes ali a encararam com desdém. Eles a achavam terrivelmente inconveniente e, onde quer que ela fosse, sua presença não era querida ou solicitada. Para a infelicidade de muitos, aquele não era um dos lugares e momentos onde eles poderiam expulsá-la. Afinal, tratava-se do enterro de seu próprio marido.
— A senhora não tem vergonha na cara? — Indagou uma mulher que demonstrava raiva em sua expressão amargurada. — Mesmo num momento como este a senhora consegue ser tão asquerosa. Tenha mais respeito pelo pobre homem que uma vez chamou de esposo.
O clima quente e abafado cooperou para que as demais pessoas ficassem agitadas e inquietas. Começou ali diversos murmurinhos.
— Eu sempre disse que essa mulher não merecia a vida que teve com aquele maravilhoso homem. Sempre tão educado e cortes.
— Exatamente. Pobre homem.
— Ela ainda vai viver por muitos anos até pagar todo o mal que fez.
É assim seguiu os comentários femininos sobre aquela velha mulher até que a primeira delas tirou os óculos e falou novamente:
— Eu não duvidaria nada que a senhora seja o próprio demônio. - Um sorriso de lado despontou em seus lábios, levantando uma de suas bochechas pálidas. Ela sabia que tinha a total atenção de todos. Só não sabia que suas palavras, tão afiadas, ainda não eram tão cortantes como o que ouviu depois.
Uma grande nuvem havia coberto o Sol e o prendido entre seus domínios por poucos segundos. O vento agitou as gramas e assovio ao longe, como algo que vem anunciando sua chegada.
A senhora levantou de sua cadeira e seguiu a trilha até o túmulo do marido. Atirou para o fundo do buraco cartas que estavam até aquele instante guardadas em sua bolsa. Depois, acendeu um cigarro e respirou a fumaça para dentro dos seus pulmões. Ao fim de três tragadas, jogou o cigarro sobre as páginas. Um fogo miúdo nasceu entre o branco e a tinta preta. Não tardou muito até se alastrar. As folhas de transformaram de brancas para pretas e, depois, em cinzas.
— Acabou. Vão embora viver a merda da vida de vocês. Contem o que eu fiz e aumentem ainda mais detalhes. Adorarei ouvir sobre isso. – Seus olhos faiscavam confiança e coragem. Seu semblante, embora enrugado, exibia tranquilidade.
Rapidamente, todos se foram, levando seus comentários e repetindo os acontecimentos como uma forma de avivar aquela lembrança. A cada novo vizinho que encontravam, contavam uma história com mais detalhes. Sem eles, uma paz acolhedora se instalou. As folhas das árvores mais próximas dançavam no ar. O Sol havia voltado e seus raios imundavam aquele lugar de um tom dourado. A essa altura, a cova de seu marido exalava o cheiro de papel queimado. O caixão, excetuando-se pela parte central, estava intacto e protegia o corpo que ali repousava num sono tragicamente mortal.
— O inferno nunca me pareceu um lugar tão fadado ao tédio como este – disse uma voz grossa e calma, e o ar pareceu se encher com ela. — Lamento por sua perda, Edith.
A mulher encarou a imagem de um jovem homem em pé a poucos passos de distância. Seus cabelos loiros caiam por todo seu rosto até os ombros. Uma barba cheia e perfeitamente alinhada emoldurava seu queixo. Ele era alto e forte. Mas ainda expressa delicadeza em seus movimentos.
— Nós nos conhecemos?
Edith já vira aquele homem uma vez a encarando do outro lado de sua casa semanas antes do falecimento de Enrico. Mas não sabia seu nome e de qual família pertencia, o que era muito estranho em uma cidade onde todos se conheciam. Nem sempre o que sabiam sobre os outros era exatamente verdadeiro.
— Talvez.
— Se me conhecesse um pouco mais, já teria dito algo sobre mim. E não teria se aproximado.
— Isso então quer dizer que a ignorância é uma dádiva?
— Para aqueles que desejam uma felicidade permanente, sim. Mas para aqueles que vivem suas vidas sem criar muitas expectativas sobre as coisas, não importa quão dolorosa seja, não. A dor é tão importante quanto a cura para o processo.
Ele ponderou sua resposta. Sabia que os efeitos de uma vida cega para a verdade causava grandes estragos. Foi o motivo de inúmeras guerras.
— A senhora tem um bom argumento – disse ele caminhando para longe do túmulo. Ela o seguiu inconscientemente. Vez ou outra, encaravam o horizonte dourado. Mas normalmente seus olhares se direcionavam um ao outro. — Uma vida mais árdua leva a uma mente crítica ao longo dos anos.
Edith ficou sem saber o que dizer. Buscou em sua cabeça o que deveria já ter saído por entre seus lábios. Mas nada veio por um tempo.
— Estou testemunhando um momento único – disse ele rindo despretensiosamente.
— De onde você é? – disse ela, mudando de assunto. Sua testa estava rígida e seus olhos cerrados.
Aquela pergunta era facilmente traduzida para qual era seu nome e procedência naquela cidade.
– Mesmo que eu te dissesse, o que não farei, você não saberia onde fica - disse ele, impassível.
Edith deu de ombros e continuou seguindo ao lado dele, agora mais quieta e contida que antes.
– Para você, o meu nome será Atlântico - retomou a conversa. Ao perceber que ela abrira a boca para fazer outra pergunta, se adiantou em dizer – Não lhe direi mais nada sobre minha identidade.
– Certo então. – As palavras saíram da boca de Edith e seus pés começaram a retroceder no caminho que estivera por alguns minutos. Não olhou para trás nem fez menção de hesitar sob a perspectiva da curiosidade. Suas atitudes eram tomadas com convicção.
Atlântico a encarou por alguns segundos disposto a acreditar que ela perceberia a diferença antes mesmo de dizê-la. Mas ela não viu quando atravessou a grama amarelada e deu de cara com areia e pedras. Mais adiante, como a fumaça que ela soltava pelos lábios murchos, uma nuvem cinzenta cobria o horizonte. Era densa e extensa sobre todo o seu campo de visão. Edith continuou andando e adentrou na nuvem. Teve a sensação do seu corpo ter ficado mais leve e seu estômago parecia estar com as borboletas que os jovens amantes sempre descrevem com afinco na literatura. Sua consciência, estranhamente, a abandonou. Tudo ficou claro, mas ela não saberia dizer se estava com os olhos abertos ou não. E ela tinha se esquecido de quem foi um dia.
“Você sabe qual é a resposta para sair daqui. Mas os seus pensamentos saíram da sua cabeça e ficaram antes da nuvem, isolados de tudo o que é material e está vivo. Você me ouve porque eu estou dentro dos seus pensamentos e eles ainda enviam essa mensagem para a sua cabeça vazia. Em breve, você terá total, ou minimamente, controle da sua mente e corpo. Mas antes eu irei lhe dar um presente.”
A voz entrava na cabeça vazia de Edith como um sussurro. Ela não precisa fazer silêncio para ouvir, porque não havia outro som que interferisse na comunicação. Mas era tão baixa que, às vezes, mal ouvia algumas palavras da frase.
“O presente que lhe dou é, a partir de agora - continuou ele, categoricamente. - também sua maldição. Eu lhe dou a eternidade e o preço dos anos”.
Sua mente, que antes era apenas uma casa abandonada e repleta de ecos de vozes conhecidas, foi invadida por todos os pensamentos que estavam contidos sobre a barreira do nada. Edith caiu com os joelhos no chão e sentiu o baque do seu corpo contra o concreto. O sangue vermelho irrompeu entre a pele cortada. A aflição da dor mal tivera tempo para chegar ao seu cérebro quando foi atingida por mais um pensamento antigo, um que ela nunca tivera e pertencia a outras épocas.
Seu coração, por um momento, bateu descontroladamente. E então, no segundo depois ele parou totalmente, mas os seus olhos se mantiveram abertos. Ela não precisava mais de um coração para viver quando acabara de receber aquela dádiva.
– O que você fez comigo? - As palavras saíram como um rugido dos lábios dela, agora de pé e com um semblante rejuvenescido.
– Eu lhe dei o tempo. Alguns dizem que é uma pedra preciosa e que está nele toda a resposta que buscam. Em partes, estão certos. Mas o tempo também é um rei que escraviza os seres vivos. Não importa quão ricos ou poderosos eles sejam, sempre serão inferiores.
Ela tentou dizer que não queria aquele presente, mas as palavras saíram tão rápidas de sua boca, que mal fizeram sentido algum. Era uma mistura de um som humano com algo além do conhecido. Era em vão dizer qualquer coisa agora que ele já não estava mais em seu campo de visão.
“Você encontrará um caminho novo para seguir quando o último pensamento antigo desaparecer do seu cérebro” - sussurrara a voz em sua mente uma última vez.
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jleaguedarkfanfic · 2 years
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Conto I - Andrew & Evey
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Evey nunca havia sido tão irresponsável em uma missão. A situação quando lidavam com o exército de vampiros de Mary sempre variava, poderia ser uma chacina de mortos vivos, ou um teste de sobrevivência para o grupo. E tinham vezes, como essa, em que a Rainha de Sangue e Andrew ficavam parados de frente um para o outro, conversando enquanto o resto da equipe esperava sem saber o que fazer.
Ela ficava inquieta sempre que os via tão perto, não por não confiar nas habilidades de Bennett para se defender, mas porque eles pareciam extremamente familiarizados um com o outro, de certa forma confortáveis, ainda que fossem inimigos. Ele tentava convencê-la sempre que se encontravam a desistir de algum plano de destruir a humanidade, porém não fazia isso com nenhum dos outros monstros com quem eles lutavam. Sabia que eles eram conectados desde que Andrew a transformou, só não esperava que depois de quatrocentos anos, a ligação deles continuasse tão forte. 
Mesmo com seu incomodo aparente, a Morningstar não esperava que uma frase de Mary fosse desencadear aquela reação. 
— …Eu sonho com a vida onde o único ser na Terra que me faz sentir algo além de fome e raiva não quer nada mais do que ficar ao meu lado… 
Segundos depois, a lança dela estava atravessada no peito da vampira. Mike e Hope estavam berrando algo sobre ela ter ficado maluca e Zoe ria sem parar, talvez por nervoso ou algo mais. Mas, após jogar sua arma na Rainha de Sangue, Evey correu na direção dela, ignorando as reações dos seus amigos. 
Seu corpo começou a emitir uma luz radiante forte, que incapacitou todo lacaio morto vivo que tentava avançar para cima dela. Viu que Mary removia a lança e sua aparência se tornava mais monstruosa, com sua mandíbula abrindo de forma anormal e tatuagens vermelhas começarem a surgir em seu corpo. 
Evey estava com tanto ódio que mal se lembra do que aconteceu depois, só que eram muitos vampiros e Miles precisou fazer um teleporte de emergência para a toca, ou iriam destruir parte da cidade. No momento em que pisaram na base, ela imediatamente correu para o andar de cima, ignorando a voz de Adam atrás de si. 
A raiva deu lugar ao desespero quando percebeu o que havia feito, o que arriscou, a vida dos seus amigos, até a de Andrew, que poderia ter sido desintegrado se ela liberasse parte dos seus poderes naquela luta.
— Evey, — ela recuou levemente, se virando ao ouvir a voz de Bennett. — O que aconteceu? 
Ele ainda estava sem camisa, com seus jeans rasgados em certas partes e coberto de sangue dos vampiros que matou. Seu olhar era um de preocupação, sem medo, como ela pensou que veria. 
— Sinto muito… — Evey sentia que estava a ponto de chorar, mas segurou a vontade de desabar. — Alguém se machucou? Eu posso ajudar. Eu não queria… 
— Se acalma, — ele se aproximou, a segurando delicadamente pelos ombros. — Você não fez nada de errado. Só ficamos surpresos e agora estamos preocupados. 
— Eu não sei o que aconteceu, não era pra eu ter atrapalhado tudo — a morena tentou respirar fundo para se acalmar, colocando as mãos nos braços dele enquanto ainda a segurava. — Acho que eu fiquei com medo. 
O vampiro franziu o cenho e pareceu examiná-la com os olhos, procurando por algo que pudesse ter causado essa reação. Ele moveu a mão para pentear uma mecha de cabelo dela para trás da orelha, porém parou no meio do caminho ao perceber que ainda estava na sua forma de vampiro e com a mão suja de sangue seco. Aos poucos, o tom acinzentado de sua pele deu lugar a uma aparência mais humana e suas garras se retraíram. Quando tentou abaixar sua mão, ela a segurou, sem se importar com o sangue. 
Ela o levou até o banheiro ao lado de um dos quartos e molhou uma toalha para ajudá-lo a se limpar, enquanto Andrew ficava parado a observando. A forma como ela fazia aquilo, de forma cuidadosa, parecia acalmá-la levemente. 
— Você é um dos seres mais poderosos do universo. O que poderia ter te deixado com medo? — ele quebrou o silêncio depois de alguns minutos.
Evey sentiu sua respiração ficar presa na garganta por um segundo ao se lembrar das palavras de Mary. Sentiu vergonha quando percebeu o motivo para o repentino momento de raiva extrema. 
— Você — ela sussurrou, como se tirasse um peso das costas, apenas o deixando mais confuso. — Toda vez que lutamos contra Mary, posso ver que tenta argumentar com ela, e ela faz o mesmo com você. Ela quer te tirar de nós, tenta fazer isso toda vez. Eu tenho medo que, algum dia, ela consiga. Porque ela é alguém especial para você.
Antes de ouví-la terminar, Bennett já havia desviado o olhar e Evey pôde ver, nos olhos dele, que o assunto parecia perturbá-lo. Ele não se afastou como ela esperava. Na verdade, chegou mais perto, ainda encarando pontos aleatórios que não eram ela. 
— A única coisa que eu sinto por ela, é pena. Porque eu a transformei naquilo, eu matei a mulher que eu um dia amei e a fiz virar um dos piores monstro que já pisou na Terra — ele trincou a mandíbula por um segundo antes de continuar, agora encontrando os olhos dela. — Mesmo sabendo que estaria consertando o meu erro, não consigo matá-la. Sinto que ela merece mais depois de perder a vida por causa do meu egoísmo. Ainda tenho esperança de que vou conseguir convencê-la, mas eu nunca vou me juntar à ela. 
Evey suspirou aliviada, podendo ouvir a honestidade nas palavras dele, assim como todo o arrependimento e certa raiva que sentia ao falar dos seus motivos. Sem pensar muito, ela encurtou ainda mais a distância entre eles e o abraçou, agora deixando que algumas lágrimas caíssem. 
— Ela não significa nada pra mim — ele sussurrou, a abraçando de volta, pressionando o rosto no topo da cabeça dela. — Não vou a lugar algum. 
— Espero que não. Zoe odiaria perder a babá favorita dela — Evey deu uma risada e sentiu ele fazer o mesmo. — Me perdoe se pareceu que eu não confio em você. 
— Não pensa mais nisso — ele se afastou o suficiente para dar um beijo carinhoso na testa dela e depois encará-la.
Aquilo fez algo quente tomar conta do peito dela, instantaneamente trazendo um sorriso para seus lábios. Bennett não era conhecido por ser gentil ou paciente, mas Evey estava feliz que ele estava sendo com ela.
— E não precisa se desculpar, você conhece essa equipe, sabe que fazemos merda o tempo todo — agora foi a vez dele de dar um leve sorriso de canto, e ela adorava vê-lo sorrir. — Você é a melhor de nós. 
Ela abriu e fechou a boca, tentando pensar em algo para dizer depois do elogio, porém só conseguia pensar no quanto queria beijá-lo. Até tudo ser interrompido quando ouviram a voz de Zoe vinda da porta:
— Vocês vão se pegar no banheiro depois de dez anos enrolando?! — ela gritou. 
Bennett fez um movimento tão rápido e forte com a mão que a porta se fechou com um estrondo, fazendo a Zatara soltar um berro desesperado e pular para trás. Evey conteve uma risada, parando ao ver que os olhos dele passaram de azuis para vermelhos em segundos. 
Foi então que pensou que realmente estavam há uma década sentindo algo um pelo outro e não fazendo nada sobre isso. Seu irmão provavelmente não aprovaria, mas ela não se importava. 
Evey esperou Andrew se virar para ela novamente e acabou com toda a distância que antes havia entre eles. Ela uniu seus lábios e envolveu os braços ao redor do pescoço dele, não sentindo nenhuma hesitação por parte dele quando envolveu os seus ao redor do torso dela. Era como se estivessem flutuando - talvez estivessem -, aproveitando o tempo que perderam, juntos.
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copycatkill · 2 years
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o que aconteceu quando você partiu
após a dissolução do nosso casamento, resolvi caminhar por vários lugares da cidade onde sempre morei apenas para me sentir como uma pessoa completamente nova, alguém sem o cheiro que emanava de você, ou ausente quanto a sua indecência recém descoberta dez anos depois do dia em que um anel fora posto em minhas mãos. de antemão, revelo: apesar de válida, foi uma tentativa inútil arrancar as ervas daninhas alojadas nos azulejos mais profundos da minha casa visitando cenas da vida cotidiana por ruas e avenidas adentro. primeiro, levei aos lábios seus dedos e a Linha da Ribeira me carregou até um píer de pescadores, todos uniformizados mesmo que não houvesse empresa alguma para os estruturar - redes pesadas e bonés surrados formavam o contraste perfeito entre minha posição dissoluta na areia e a solidão tão farta quanto o conteúdo alcançado por aqueles homens fortes e empobrecidos; talvez, a vida dura e a disparidade com a minha, largada no castelo mais alto do vilarejo enquanto conto as manchas nas uvas arroxeadas lindamente ilustradas no ramo da mesa de mogno, me assustou de início, contudo, após repousar o tronco em um bloco acinzentado de cimento, senti-me tão próximo a eles quanto o mar esverdeado de Beira-Mar naquela tarde. a inexpressividade conforme os profissionais tomavam para si as enormes redes tremulantes sob os barcos, sacolejando suas pernas e espirrando água feito existisse uma baleia arrastando-se sobre o convés, me lembrou de quanto tudo estava errado contigo; quando minha paciência inocente e meu amor não foram ágeis e espertos o suficiente para observar a tempestade que estava por vir, encrespada no pé de seus ouvidos modestos, tesa na sua teia de inseguranças, uma ode posteriormente aos animais marinhos (agora transformados em peças de carne ao atingirem o chão de madeira no qual os pescadores se asseguravam, como Jesus Cristo no Mar da Galileia se fosse tão mortal quanto aqueles homens indevidamente desolados). nesse pensamento, levantei-me da caixa amarelada e caminhei até o ponto de ônibus mais próximo. nele, tomei a Linha 2 da Avenida Oceânica e perdi a noção do tempo entre pontos e pontos. ao léu, saltei perto de uma quadra poliesportiva tomada por crianças e adolescentes, alguns acompanhados pelos pais, outros não. detrás da névoa cinza gerida por minha garganta, notei um rapaz. ele deveria ter uns dezoito anos, corpo robusto, anos de academia receitados até o meu alcançar seu porte. os músculos e a cor bronzeada, tal como o cabelo distantemente sedoso e imoral arrancaram de mim o dia em que você disse que eu não era ruim o suficiente para você ir embora. e, de repente, o menino não era mais o menino, era você. você, caminhando frente aos meus olhos. você, chutando a bola mais frouxa. você, com um rosto sério e debochado. você, que não se importou consigo mesmo. devo soar patética, eu sei, porém algumas canções dizem que não há nada mais triste, real e ridículo quanto uma mulher com metade do coração. assumo. no dia em que você assinou os papéis e atravessou o batente da porte, fui à lugares que sempre quis ir, mas sem pretensão de te encontrar. e minha missão foi falha, não por quê minhas intenções eram ruins, mas pelo mesmo motivo que me fez sair de casa: você estava por toda parte. e não foi por eu ser fraca ou desprendida, com um peito ardendo pela perda recente, e, sim, por você ser tão fraco e comum que até as coisas mais simples quanto um peixe e uma bola serem iguais a ti. pensar nisso me fez descobrir que nada poderia te apagar, a não ser o tempo. nada mais. voltei para casa naquela noite com esse pensamento no bolso e te liguei pela última vez para dizer “adeus”. à medida que os minutos passavam e sua voz se tornava mais fantasmagórica, escrevi uma nota mental: “jamais se torne aquilo que te fez sofrer, ou retorne ao lugar que te adoeceu”. sou isso, desde então. desde o dia em que nosso casamento se dissolveu. uma corrida eterna, uma luta constante para não me tornar você, portanto, espero que esteja bem, assim como estou agora, sentada aos pés do monte ao lado de casa, ouvindo as ondas violentarem a praia abaixo de mim. de um lado, os pescadores recolhem outra rede, do outro, alguém grita comemorando uma vitória. em frente a mim, o Sol queima os ossos na baía. 
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westofeden · 2 years
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ㅤㅤㅤㅤㅤㅤ⸻ Angelia.
ㅤㅤNão havia mais nada para se fazer senão chorar.
ㅤㅤYuliana estava de frente com o túmulo, seus olhos estavam cheios de lágrimas, as roupas eram pretas e a face estava fria como o inverno russo. Estava disfarçada porque não podia estar naquele país como Yuliana Volkova, seria presa no mesmo momento que se revelasse. Presa ou o que quer que fizessem com traidores da pátria, e ela não achava que seria algo bom ou justo. Os cabelos estavam tingidos de castanho escuro para dificultar sua identificação, usava óculos escuros e uma touca. O inverno começava a ir embora lentamente, porém não era algo que a incomodava já que havia nascido ali. O vento gelado a saudava como fazia durante toda a infância. Estava em casa, todavia não se sentia bem-recebida. Olhava para os lados vez ou outra de maneira delicada porque alguns agentes poderiam estar ali à sua espera, no entanto não imaginava que qualquer um dentro do governo russo poderia divagar que ela sabia o que havia acontecido ali e, muito menos, que ela estava se despedindo.
ㅤㅤEkaterina Andrejewna Volkova.
ㅤㅤEra a única coisa que estava escrita ali. Só o nome, sem as datas e qualquer outra informação. Embora ainda fosse algo extremamente vago, se surpreendeu que tinham se dado ao mínimo de trabalho, afinal de contas toda a sua morte havia sido um mistério. Não para ela. Tinha certa ideia do que havia acontecido ali, podia sentir no ar frio que lhe rondava, porém nenhum militar ou político iria admitir tão abertamente que haviam encomendado a morte de uma antiga militar de alta patente. Yuliana sabia e estava de pé olhando para o que agora era sua mãe apenas desejando que onde quer que ela estivesse ao menos tivesse paz.
ㅤㅤ  — Quem é você? — Yuliana virou-se num movimento limpo e fluído, quase como numa pirueta de uma bailarina do Bolshoi, com uma faca pequena na mão quando sentiu a aproximação extremamente leve atrás de si. A arma ficou a centímetros do pescoço de uma mulher elegante, com um sobretudo acinzentado assim como seus olhos e cabelos. A pele era escura e contrastava bem com todo o restante, deixando Yuliana encantada com a beleza que ela possuía. Entretanto, sua face era dura e a mão imóvel, próxima dela. Não iria titubear, não importava quem fosse.
ㅤㅤ — Você tem bons reflexos. — Foi a única coisa que ela lhe disse com uma face serena e um pequeno esboço de sorriso. A russa pode perceber que não estava amedrontada e, pelo seu sotaque, não era da mesma pátria que ela. Tudo nela poderia dizer que não lhe era um risco eminente, no entanto a semideusa aprendeu com a vida que existiam riscos que ela não estava disposta a pagar. 
ㅤㅤNão seria pega.
ㅤㅤ — Eu fui bem treinada. — Comentou, com um sorriso falso no rosto e sem se mover um centímetro sequer. Não iria recuar. — Quem é você?  — Perguntou novamente.
ㅤㅤ — Eu sei disso. Você fez parte da Krasnaya Komnata de 2010 à 2017. Detêm inúmeros talentos, mas combate armado e corpo a corpo sempre foram suas marcas registradas. Você se tornou um mito por lá, a  espiã mais talentosa dos últimos anos que sumiu antes mesmo de completar sua primeira missão sem deixar rastros. Na época que era treinada, a organização tinha como Diretor o camarada Valeriy Nikolaevitch Sokolovsky. Se servir de algum consolo, ele foi morto em 2019 por uma das outras garotas que participou do projeto com você, mas infelizmente a iniciação ainda vive. — A mulher falava com calma e, embora não tivesse o sotaque russo natural que Yuliana poderia detectar facilmente, havia pronunciado o termo russo da Sala Vermelha e o nome do diretor com uma precisão absurda, afinal nada do que ela havia dito era fácil para a pronúncia de quem conhecia pouco da língua. Ela era fluente, conclui, mas não era originária dali.
ㅤㅤ — Quem é você, porra?  — Pronunciou pela terceira vez, com a entonação mais feroz e posicionando a faca na jugular da mulher. Se não fosse respondida, a mataria instantaneamente. Yuliana havia concluído que se ela sabia tantos detalhes da sua vida só poderia significar que trabalhava para a KGB, assim a sua própria segurança era mais importante naquele ponto. Estudou a feição dela que ainda se mantinha com uma calma irritante para a semideusa. Será que ela tinha alguma equipe com ela ali para assegurar sua sobrevivência? Faria sentido, porém Volkov não havia identificado nenhum sinal.
ㅤㅤ — Angelia. — A voz dela soou, revelando seu nome. Não era russo, todavia isso não significava nada. A russa não se moveu e ainda manteve o olhar inquisidor, demonstrando que um simples nome não lhe saciaria nem a faria retroceder. Qualquer um poderia ter qualquer nome. Ela mesma havia entrado na Rússia sobre o nome de Mariya Andreyevna Behrs, porém aquilo não mudava que ela era uma semideusa romana, uma assassina treinada, uma ex-espiã e atual inimiga do governo russo. — Eu sou uma daemon ou, se preferir, a representação viva das notícias e mensagens. Pode abaixar a faca, Yuliana, porque além de não me causar dano algum eu não vim para lhe causar mal. Eu vim lhe trazer uma mensagem importante.
ㅤㅤArqueou o cenho com aquela constatação, porém vivendo no mundo que vivia sabia que aparições como aquelas poderiam ser consideradas normais. Abaixou a faca vagarosamente, ainda ponderando sobre aquilo, mas no momento que percebeu que nenhum membro da KGB usaria uma identificação daquela para lhe enganar guardou-a secretamente e deu alguns passos para trás estudando a figura completa dela. Pensou que ela não tinha aquela aura divina, entretanto sequer sabia o que poderia ser ou significar ‘ter uma aura divina’.
ㅤㅤ — E quem me mandou uma mensagem que precisou ser entregue por uma divindade dentro de um cemitério? — O ar satírico e irônico de Yuliana poderia ser imprudente, porém notando que aquele ser estava ali para uma “missão” entendeu que ela não poderia sair dali sem completá-la, mesmo com as atitudes nada agradáveis da filha de Marte.
ㅤㅤ — Aleteia. A personificação da verdade. Ela quer falar com você, Yuliana, filha de Marte. Revelar aquilo que é de seu direito para que você possa olhar para o futuro. — Ao escutar tais dizeres, a russa não conseguiu controlar a sua própria feição demonstrando que estava insatisfeita. Não gostava de ser chamada daquele jeito. Filha de Marte. Porque deveria ser chamada assim quando Marte apenas havia sido um grande e sobrenatural empecilho em sua vida?
ㅤㅤ — E por que enviar uma mensageira se ela poderia ter vindo pessoalmente e me dizer o que quer que seja? — Ela não havia percebido até aquele momento, todavia toda a conversa estava sendo falada em russo o que deixava com que a semideusa se expressasse com mais facilidade. Ainda assim, a curiosidade havia tomado conta de todo o seu ser porque não parecia haver momento mais impróprio para a personificação da verdade querer conversar com ela do que após a perda da sua progenitora. O que poderia ser? O nome de quem havia feito tudo aquilo? Talvez fosse uma informação que ela gostaria de saber.
ㅤㅤ — Porque é preciso buscar a verdade. — A simplicidade com que Angelia disse aquilo também incomodou, como se fosse algo que todos nascessem sabendo. — Busque por ela onde Fuge foi sua melhor amiga.
ㅤㅤE, num piscar de olhos, Yuliana estava novamente sozinha ali. Ela e o túmulo de sua mãe. Haviam tantas perguntas em sua mente que ela sequer conseguia focar no que fazer. Ficar? Ir embora? Ir atrás de Aleteia? Deixar aquele assunto morrer? O vento gelado cortava o rosto dela, chamando-a de volta para a realidade.
ㅤㅤ — Do svidaniya, mama. — Disse, se despedindo do que restara da mãe e caminhando para fora dali sem saber exatamente para onde ir. Sair dali era a única opção que tinha para evitar que se iludisse e perguntasse para a sua progenitora o que ela deveria fazer, algum conselho.
ㅤㅤEkaterina não lhe responderia.
ㅤㅤAs respostas estavam em Aleteia, mas respostas de que?
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ellaavlis · 2 years
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Especial para o Dia dos Namorados - Desafiando Regras
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Os dedos de Alexander brincavam com os fios de cabelo de Daniella, enquanto conversavam sobre o que poderiam fazer naquela noite. Ela estava com a cabeça apoiada no colo dele em um dos sofás no terraço da cobertura.
Alex tentava convencer Dani a aceitar ir para um barzinho que ele gostava de frequentar quando o primeiro pingo de chuva os atingiu. Ela olhou para o céu, que antes ostentava um tom de azul limpo e agora estava acinzentado.
Erguendo-se bruscamente, ela correu para dentro do apartamento, sendo seguida de perto pelo namorado. Logo a garoa deu lugar a uma chuva torrencial.
– Mas que droga, não acredito que foi chover logo hoje! – praguejou Alex.
– Não dá pra mandar na mãe Natureza, Alex. – Dani deu uma risadinha.
– Você está feliz com isso, não é? Não estava querendo sair mesmo.
Ela ergueu as mãos em um gesto de paz.
– Juro que se não estivesse chovendo eu iria acabar topando.
Ele estreitou os olhos, não acreditando totalmente.
– Sei…
– É sério! Eu iria sim, juro. – Inclinou-se e deu um leve beijo na bochecha dele. – Já que não sairemos, o que podemos fazer em casa mesmo?
– Eu tenho algumas ideias. – Ele mexeu as sobrancelhas de forma conspiratória.
Dani arregalou os olhos.
– Onde quer que sua mente tenha ido, melhor sair daí!
Alex começou a rir.
– Eu ia dizer que podíamos explorar a sala de jogos. Foi você quem teve pensamentos maliciosos. E depois o pervertido desse relacionamento sou eu!
Ela revirou os olhos. Alex não tinha jeito mesmo.
– Vamos, estou doida para vencer você de novo em alguma partida!
– Se bem me lembro, da última vez que competimos em algo quem ganhou fui eu. – Piscando em sua direção, ele deu uma risadinha e desceu para o primeiro piso, encaminhando-se para o lado direito do apartamento, onde ficava a sala de jogos.
Só por esse comentário Dani se esforçaria ao máximo para não lhe dar a mínima chance de vitória. Alex havia ganho um mísero páreo contra ela na fazenda e estava se achando. Bem, ele veria qual era o preço de implicar com uma das pessoas mais competitivas que já conheceu.
Ela se apressou em segui-lo. Quando entrou no cômodo, ele já havia se posicionado ao lado da mesa de Pebolim.
Droga!
Dani era péssima nesse tipo de jogo. Ele tinha feito isso de propósito.
– Melhor de três? – questionou ele.
– Com certeza. Prepare-se para perder. – A melhor estratégia, quando não se dominava algo, era fazer seu oponente pensar que você tinha tudo sob controle. E era assim que Dani jogaria.
– Se tem alguém que vai perder hoje é você, minha caipira.
– Isso é o que veremos, riquinho.
O desafio havia sido lançado. Dani tentou muito vencer, mas Alex era muito melhor que ela naquele jogo. Ela conseguiu vencer apenas um dos três jogos que compunham a partida, e ele consagrou-se o vencedor. Fazer 10 gols no Pebolim era mais complicado do que parecia. E agora teria que ficar ouvindo os comentários do namorado, pois pior do que perder era escutar suas provocações. Ele era enervante!
– Preparada para uma revanche, ou está com medo?
Dani contraiu os lábios em uma careta. Olhou para a mesa de ping pong e de volta para Alex. Aquele jogo sim ela tinha maiores chances de ganhar.
– Tenho uma ideia melhor. – E apontou com a cabeça para a outra mesa. – O que você acha? Ou será que você tem medo que eu te vença no ping pong?
– Caipira, caipira. Você quem começou perdendo e tem a audácia de me provocar? Estou mais do que pronto para te derrotar nesse jogo também.
Isso é o que veremos, riquinho – pensou ela alegremente.
E a noite deles seguiu dessa maneira, cheia de provocações em cada jogo que resolveram competir. Daniella venceu todas as partidas de ping pong contra Alexander, para o desgosto do rapaz da cidade grande. Entretanto, esse foi o único jogo que ela conseguiu ganhar e isso virou motivo para que ele a provocasse um pouco mais.
Eles fizeram uma pausa para receber a comida que haviam pedido por aplicativo e resolveram comer sentados no chão da sala de jogos. Enquanto degustavam seus pratos de comida japonesa, conversaram sobre coisas aleatórias, como o que fariam na semana seguinte, quando estivessem de volta à fazenda.
– Acho que sinto falta principalmente da Estrela – admitiu Dani, depois de beber um gole da taça de vinho branco que Alex havia servido.
– Você está bem apegada aquele filhote, não está?
Ela suspirou.
– Estou sim. De certa forma, me sinto responsável por ela. É meio louco pensar que fui eu quem a ajudou a nascer. Acho que isso foi um forte fator para eu me conectar com ela.
Além disso, a presença de Estrela ajudava a arrefecer a dor que a partida de Preciosa havia deixado. Embora a potra nunca fosse substituir sua Appaloosa, pois eram conexões completamente diferentes, era bom saber que ela tinha a capacidade de se apegar a outro animal. Que aquela perca não quebrara sua capacidade de se entregar ao carinho despretensioso, sem esperar nada em troca, que só os bichos podiam oferecer.
Quando terminaram de comer, descartaram as embalagens na lixeira da cozinha e retornaram para o local onde estavam antes. Dani não estava mais com ânimo para jogar nada, principalmente porque eles já haviam competido em todos os jogos que existiam ali. Ela olhou para o outro lado da sala, onde havia uma porta entreaberta, que levava para um cômodo adjacente.
– O que tem naquela sala? – indagou, curiosa.
– Ah, é a sala de música. Algo que meus pais insistiram em ter aqui. – Alex revirou os olhos.
– Podemos ir lá?
– Claro. – Ele deu de ombros.
Eles se encaminharam para o outro cômodo e Daniella analisou tudo, deslumbrada. Em um dos cantos da sala, em frente a janelas que se estendiam do chão ao teto, encontrava-se um piano de cauda num tom de madeira escuro. Em frente a outra parede havia um sofá cor marfim, com almofadas nos tons de marrom, cinza e preto, e do outro lado um longo banco em madeira, que quebrava a seriedade do ambiente.
Ela mordeu o lábio inferior, pensativa enquanto contemplava tudo. Além de ouvir música sertaneja, uma de suas paixões era a música clássica. Uma pena que ela própria não conseguisse tocar nada decente, só tocava violão e ainda assim de forma mediana. Será que Alex sabia tocar?
 Analisou seu perfil, concentrando-se especialmente nas mãos. Mãos de um pianista talvez? Ela bem que podia sonhar.
– Por que você está olhando desse jeito para as minhas mãos, hein? – perguntou, desconfiado.
– Eu só estava me perguntando se você saberia tocar piano. – Deu de ombros.
Um enorme sorriso brotou nos lábios dele.
– Você quer que eu toque algo?
Os olhos dela praticamente ficaram iluminados de empolgação.
– Então você sabe tocar?!
– Uma coisinha ou outra. Tive aulas semanalmente dos sete aos doze anos – admitiu. – Meus pais só conseguiram me controlar até aí, quando minha fase adolescente começou, as coisas desandaram um pouco. – Ele fez uma pausa. – Não costumo tocar com tanta frequência, mas eu também gosto de música clássica. Vou tocar algo especial para você.
Dani se apoiou na lateral do piano enquanto o observava alongar as mãos e começar a tocar. Logo uma bela melodia encheu a sala. Ela a reconheceu da trilha sonora de algum filme. Tentou puxar pela memória, mas não conseguiu identificar.
– Impressão minha ou você está tocando a música de algum filme? – Resolveu esclarecer sua dúvida.
Ele assentiu, sem deixar de tocar.
– Estou tocando Comptine d'un autre été, de Yann Tiersen, faz parte da trilha sonora do filme O fabuloso destino de Amélie Poulain.
– Você já assistiu esse filme? – Surpreendeu-se Dani.
Alex encerrou a curta melodia e virou-se para encará-la.
– Várias vezes, na verdade. É um dos poucos filmes, que não é de ação ou aventura, que eu gosto. Tem muitas coisas nele que me encantam, o enredo, a fotografia e as próprias atuações, que são fantásticas. É o tipo de filme que chama atenção aos pequenos detalhes, aos pequenos prazeres na vida. Que nos mostra que existem diferentes formas de lidar com a paixão, com a perda.
E mais uma vez Alexander Bittencourt a surpreendeu. Por trás desse exterior de garoto problema, que aparentava lidar com as coisas superficialmente, existia alguém com uma alma delicada, apaixonada. Ela já tinha visto um pequeno indício sobre isso quando ele escolhera cantar Primeiros Erros na noite da fogueira. Alex era assim, uma contradição ambulante, que se comportava de um jeito, mas sentia de outro. E Dani a cada dia que passava queria conhecer mais e mais sobre as nuances dele. Em todos os aspectos.
– Não sei nem o que dizer.
– Te deixei sem palavras de novo, não é? – Ele sorriu de lado. – Gosto de surpreendê-la. Sempre que você acha que sabe o que eu vou responder, te mostro que ainda tem muito a meu respeito que você precisa conhecer.
– Verdade. E eu quero conhecer tudo sobre você. – Ela ainda o olhava admirada, os olhos transbordando de emoção. – Toca outra coisa para mim?
– Claro que sim, mas quero que se sente ao meu lado. – Ele afastou o corpo para uma das extremidades do banco, de forma que os dois pudessem ocupá-lo.
Dani encostou a cabeça no ombro dele e deixou-se envolver por mais uma linda melodia. Aquela nunca tinha ouvido antes, mas era uma das mais belas que já escutara. Ela aproveitou a proximidade entre eles para observá-lo melhor. A forma como as mãos dele praticamente flutuavam pelo teclado e as veias se destacavam mais com cada movimento, encheram sua mente de imagens pouco pudorosas. Conforme a música se estendia, seus pensamentos ficavam mais impuros.
Como algo tão inocente quanto tocar uma música ao piano podia trazer uma aura tão grande de erotismo?
Ela nem mesmo percebeu que o silêncio havia dominado a sala, quando Alex acabara de tocar. Só notou que suas mãos pararam de se mexer. Desencostou a cabeça de seu ombro e o encarou. A respiração ficou presa na garganta. Foi atraída por seu olhar como uma mariposa indo em direção a chama de uma vela. Seus rostos se aproximaram quase ao mesmo tempo, e os lábios se encontraram no meio do caminho.
O beijo começou calmo, uma exploração lenta entre suas línguas, fazendo o sangue correr como lava por suas veias. Dani apertou as mãos no cabelo da nuca dele, aprofundando o beijo. Alex a puxou para cima de seu colo e passou as mãos por suas costas, por dentro da blusa que vestia. Aquele contato deixou uma trilha de arrepios por sua pele sensível.
Um barulho involuntário deixou os lábios dela, quando os beijos de Alex se direcionaram ao seu pescoço.
Em algum ponto, a parte superior de suas roupas desapareceu, facilitando a exploração de suas peles. Alex beijou o topo do sutiã azul claro que ela vestia, fazendo com que Dani tivesse um pequeno sobressalto pela reação de seu corpo àquele contato e, acidentalmente, batesse com as costas no teclado do piano atrás deles. Isso fez com que a tampa baixasse com um estrondo, que momentaneamente os parou. Mas por pouco tempo, pois logo retomaram a exploração da boca um do outro, com ainda mais calor do que antes.
– Mas que barulheira é essa, diacho?! – Jason, que fora atraído pelo estrondoso ruído no caminho para a cozinha, parou abruptamente ao ver aquela cena. – Ai, meus olhos!
Dani e Alex se separaram na mesma hora ao ouvirem aquela reclamação. Os corações e as respirações fora de controle. Ela escondeu o rosto no ombro dele, mortificada. Não ia conseguir encarar o amigo.
Que vergonha, meu Deus!
– Err, hum, acho que vou voltar para meu quarto. – Jason estava completamente sem jeito.
– Acho uma excelente ideia, assim a gente pode continuar o que você interrompeu. – Alex deu um sorrisinho malicioso e Dani bateu em seu peito nu.
– Alex! – Sua voz saiu abafada, pois ainda mantinha o rosto escondido.
– Só disse a verdade, caipira.
– Só quero esquecer que vi isso, droga. – O outro saiu arrastando os pés e resmungando, deixando o casal pego no flagra sozinho.
– Nunca mais vou olhar na cara dele de novo! – exclamou Dani.
– Claro que vai, deixa de besteira. Não é como se o Jason fosse um monge, né? Parece até que a gente corrompeu ele. – O comentário foi seguido de uma risada, porque aquela ideia era totalmente ridícula.
– Você é impossível, Alex!
– Apenas sincero.
Dani apenas balançou a cabeça, exasperada com toda aquela situação.
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imninahchan · 13 days
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𓏲 ๋࣭ ࣪ ˖ 𐙚 ⌜ 𝐀𝐕��𝐒𝐎𝐒: mads mikkelsen, contagem de palavras (1,6k), diferença de idade legal, cigarro, sexo casual, shower sex(?), dirty talk, degradação, corruption kink, masturbação fem + fingering, choking, daddy kink (1 vez só!) ⁞ ♡ ̆̈
꒰ 𝑵𝑶𝑻𝑨𝑺 𝑫𝑨 𝑨𝑼𝑻𝑶𝑹𝑨 ꒱ @cheolcam esse é pra vc diva ─ Ꮺ !
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.⸙ A PRIMEIRA COISA QUE ELE FAZ ao sair do banho é acender um cigarro. O ruído sutil do isqueiro é suficiente pra te fazer abrir os olhos, encarar a figura do mais velho pelo quarto. Ele se arruma, afivela o cinto da calça, busca pela camisa que estava usando antes de chegar aqui contigo e a veste. As mãos correm pelos cabelos acinzentados, ajeitando os fios úmidos, ao se virar na direção da cama. O pito entre os lábios finos, um pequeno sorriso se estica ao te observar entrelaçada com o lençol. Nua, de bruços.
“Vamo'”, ele murmura, “te dou uma carona.”
Você aperta os olhos, o corpo encolhe sobre o colchão, fazendo manha, mais e mais abraçada pelo lençol. A garganta arranha, feito uma gatinha. É verdade que a sua vontade é ficar aqui nessa casa, com a vista pacata da metrópole europeia, fingindo que não tem mais nenhuma obrigação senão estar com o corpo aquecido pelo dele agora que as temperaturas estão abaixando conforme a nova estação chega. Mas não pode, infelizmente. E, às vezes, 𝑴𝒂𝒅𝒔 faz questão de te lembrar que não pode.
Caminha pra beirada da cama, esticando a mão para ti. “Quer um banho também?”, te pergunta, com bom humor. Traga, enchendo os pulmões, e ergue o queixo para soltar a fumaça para cima. “Deveria”, aponta, “não pode voltar com o meu perfume.”
O seu suspiro é longo, claramente demonstra bem que não está nada a fim de retornar para a realidade. No entanto, aceita o convite, se apoia na mão dele para levantar o corpo. “Para de usar perfume quando for me comer, então.” A sua resposta faz parecer tudo muito simples, e ele ri, soprado, claro.
Vai com ele caminhando pelo cômodo, passos curtinhos e braços jogados sobre os ombros do homem. Não faz o mínimo de esforço para externar uma feição convidativa; está com as pálpebras caídas, os lábios torcidos. Ele encosta a porta do banheiro, te encara parada de pé com essa expressão carrancuda, ia até falar algo, jogar uma piadinha, mas prefere te guiar até o box, rindo de cada resmungo que você solta.
Gira o registro, checa a temperatura da água corrente, pode ir, avisa. “Não ia me dar banho?”, é só quando faz o questionamento que a cara melhora. A sobrancelha levanta, a face se ilumina com um sorrisinho de lado, sugestiva para além das palavras já explícitas demais para o contexto. 𝑴𝒂𝒅𝒔 descansa o cotovelo na linha de vidro do box aberto, coça o caminho entre o sobrolho, pensativo, sorrindo também, antes de te responder “acho que já está bem grandinha pra tomar banho sozinha, não?”
Você abaixa a cabeça, revirando os olhos de levinho. Se aproximando do chuveiro, para umedecer os pezinhos descalços no acúmulo que se forma até escorrer para o ralo. Está de costas para ele, embora sinta o peso do olhar sobre a sua figura. Daí, escuta o barulho do box sendo arrastado, fechado, e não pode deixá-lo ir. Mads, chama. Ele torna a atenção a ti, antes que possa pegar na maçaneta. Te vê, as gotinhas de água escorrendo pela barriga, pelas coxas até os pés — esses que andam em direção ao vidro, cada vez mais pertinho, até as suas mãos espalmarem na superfície que aos poucos nubla por causa do vapor. Até a pontinha do seu nariz resvalar ali, até os seus lábios se unirem num biquinho, os olhos se fecharem, viajando ao encontro do vidro. Beijar. Suave. Delicada. Mas tão, tão impura.
Ele adora a visão, sim. No fundo, porém, sente que, depois de tanto te sujar de porra noite após noite, parece que concebeu a garota mais mundana, completamente sem deixar os vestígios do anjinho que você costumava ser. E não é como se se arrependesse. É... excitante.
“Me fode mais”, você sussurra, ao que ele avisa não podemos demorar, e você insiste “só um pouquinho...”
𝑴𝒂𝒅𝒔 retorna, cara a cara contigo, apenas a dureza do vidro os separando. “Tá molhada”, diz, “vai me molhar todo.” Só que você tem as respostas na ponta da língua, simplória uma vez mais, não precisa tirar nada, conta, põe os dedos em mim. O homem arrasta a porta do box, rapidinho joga de qualquer jeito o cigarro na pia do banheiro para apoiar o ombro na parede e manter o foco somente em ti. “meus dedos?”, repete, te vendo fazer que sim, desejosa esperançosa de prolongar a estadia sempre breve ao lado do dinamarquês, “vai ser suficiente pra você?”
Você segura na gola da camisa, os olhinhos descendo por entre a abertura dos primeiros botões desfeitos, a visão dos pelos fininhos no peitoral masculino. Vai ser, sopra. Sente os dedos dele tocam na sua coxa, envolvendo a pele, apertando, porque precisam reter firme e erguer a sua perna o suficiente para que a outra mão comece descendo da altura do seu ventre até cair pelo monte de vênus. “Tem certeza?”, ele quer confirmar, sacana, “só vou te tocar uma vez.”
“Tudo bem.”
“É?”, os dedos mergulham na umidade entre as suas pernas. Ainda está meladinha de ontem à noite. Não se deu ao trabalho de se limpar quando terminaram, já estava tão cansada, os músculos pulsando, que pegou no sono de imediato, sem nem saber ao certo se ele adormeceu contigo na mesma hora ou não. Aí, o oceano de melzinho e porra junto facilita o carinho, não vai precisar te molhar primeiro, pode ir direto onde importa, onde quer te preencher. O indicador acha o caminho sem erro, deslizando até esconder-se pra dentro.
Você une o sobrolho, adorável, “um só?”
Ele se inclina mais pra perto, roça o nariz fino na sua bochecha, sorrindo, o dedinho único entrando e saindo de ti, “calma, vou te dar mais”, te olha de novo.
“Mas não foi você que disse que a gente tá com pressa?”
“Eu sei”, soa paciente, elegante, “mas não vou socar tudo nessa buceta e foder com força pra você gozar rápido.”
“Não?”, você aparenta desapontada.
“Não”, e ele explica, “você tem que estar sentada, bonitinha, no meu carro até eu te levar pra casa. Não posso te entregar parecendo que era eu que 'tava te comendo.”
Ah, é, a sua vozinha ecoa boba, cínica, completando o que estamos fazendo é proibido. 𝑴𝒂𝒅𝒔 estica mais o sorriso de canto, soma o dedo médio no seu interior quentinho. “é por isso que a gente continua? Hm?”, instiga. Está de olho na boca alheia, nos fios espetados da barba grisalha por fazer, “porque proibido é mais gostoso.”
Ele pende a cabeça pro lado, “tecnicamente, não é proibido.”
“Você é velho demais pra mim.”
“Pois para de dar pra mim.”
Você sente os dedos dele recuando de novo, dessa vez, porém, para sair de vez, te abandonar e ainda quentinhos, abafados pelo seu fervor, subir pelo seu sexo em busca do pontinho. “Não, você me fode tão bem, ah...”, a fala é interrompida pelo gemido manhosinho, o ar expulso dos pulmões ao vergar para frente, segurando na nuca alheia e escondendo o rosto no pescoço dele.
Recebe um carinho fatal, de fazer as suas pernas estremecerem, de pensar que não vai se aguentar de pé caso o estímulo continue, “vai foder comigo até quando, então?”, a voz do mais velho recheia o seu ouvido, rouca, profunda, “até achar um moleque pra casar contigo?”
Você cerra os olhos, sorrindo, gosta da brincadeira com as palavras, “é o plano”, diz, “Vai me dedar na minha lua de mel também?”. 𝑴𝒂𝒅𝒔 esfrega o cantinho do rosto no teu, terno, reprimido de certa forma, porque o tesão se acumula e a vontade era estar com o pau sufocado pela sua buceta até te deixar com a porra dele escorrendo entre as coxas. Por que você é tão cachorra assim?, a frase é sussurrada contra a sua pele.
Tem que encará-lo de novo, estar olhando nos olhos dele, ardentes, pra respondê-lo você que me fez assim. “É tudo culpa sua”, você deixa bem claro, “se eu me comporta como uma puta, é porque você me acostumou como uma”, toca com o indicador no queixo dele, a sua pele raspando na barba áspera, “é porque me deu tanta pica que agora eu não consigo mais deixar de te pedir pra meter de novo”, sorri, “então, toda vez que eu quiser, você tem que me comer, papai.”
Não sabe se é a excitação ou o repúdio ao termo que faz 𝑴𝒂𝒅𝒔 pegar na sua garganta e chocar as suas costas contra a parede do box, sério, bruto. Você mantém a perna erguida, por mais que os músculos latejam, doam, apoiando o joelho no cós da calça dele. O círculos demorados ao redor do seu clitóris dão lugar ao penetrar frenético dos dedos, e você pode jurar, não é apenas dois mais. Machuca gostoso, te faz prender, soltar, mais apertadinha, o ar faltando nos pulmões.
Os lábios se entreabrem, como se gritasse em silêncio, de cenho franzido, sendo dominada pelo olhar arrepiante. Porra, ama quando ele te fode assim... Melhor, ama quando ele te fode. Mesmo que saiba que nunca vão ter um relacionamento de verdade, que jamais terão uma fotinha juntas pra provar que já se conheceram. Mesmo que saiba que tudo isso começou por diversão, que quando beija a boca dele precisa se lembrar de que não pode se apegar ao gosto do beijo. Que ele vai te deixar em casa, parar o carro na rua de baixo do seu apartamento longe do centro de Copenhague, e quando a sua colega te perguntar se passou a noite com aquele cara bonitinho, você vai dizer que sim, porque não pode admitir em voz alta que está fodendo o pai dela.
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xploudshop · 1 day
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devikafee · 12 days
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Transferência
Erix andava na frente, guiando a recém chegada Merina pelos corredores do submundo, seu novo lar. Havia um silêncio incômodo entre as duas pessoas que acabaram de se conhecer, até que chegaram ao quarto onde Merina passaria a habitar. — Esse é o seu novo cantinho, espero que goste. - ele disse abrindo a porta para ela. Merina olhou em volta e ficou surpresa com a aparência do lugar que era todo branco até que ela colocou os pés para dentro e o lugar começou a mudar. As cores, os móveis, tudo no lugar começou a ganhar uma nova aparência que a deixou inquieta logo de início. — O que está . . - ela não conseguiu terminar de perguntar. — Aqui os alojamentos são um pouco especiais, eles se adaptam ao dono. - Erix explicou apreciando a reação divertida de Merina. Dentro do quarto ela se sentou em frente ao espelho e finalmente pode olhar para sua aparência e o que o Lorde havia feito com ela, os cabelos antes loiros estavam acinzentados e a pele antes clara, agora era bronzeada, sem falar de seus olhos que estava longe do azul que ela conhecia, tendo adotado um tom rubro, intenso com um brilho amarelo. Enquanto Merina estava perdida observando as mudanças Erix se jogou em um puff ficando relaxado e a vontade no quarto de outra pessoa e falou: — Então, está gostando da transferência? - sua voz tinha um tom zombeteiro. — Sim?! - ela virou e respondeu com dúvida. — Parece que você não tem certeza. - ele brincou. — Sou mulher há 5 dias, e um demônio há menos de 24 horas. Então, não, eu não tenho certeza. - ela falou com uma expressão de confusão.
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xolilith · 2 years
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Marchesi 1824 - Jung Jaehyun
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n/a: essa é a continuação - pequena :p - de honeymoon!
Boa leitura!
Depois de tê-lo convecido a ir turistar pelas ruas da Itália, você não pôde resistir àquele banho proposto. 
O cheiro aprazível de pêssego preenchia seu olfato, a espuma com uma coloração singular coral cobria seus busto e a água morna envolvia sua pele e músculos como um relaxante. Suspira baixinho, voltando a atenção aos olhos de Jaehyun presos nos seus. 
Sentado do lado oposto da cerâmica, ele tem o cabelo acinzentado molhado que cai pela testa alva, o torso fora da água cintila à meia luz das velas aromáticas e te faz se perguntar como ele poderia ficar ainda mais bonito daquela forma. Às vezes achava que todo aquele amor estava comendo seus neurônios porque sempre se tornava uma boba encantada com o Jeong. Era inacreditável. 
Engole o excesso de saliva e volta a como ele a chamou antes de saírem do hotel. Não era a primeira vez, mas sempre aquecia por dentro quando dito por ele. 
– Sabe, eu gosto quando me chama de senhora Jeong. – Você confessa, desvia o olhar para a espuma de sabão, um pouco retraída, brinca com a textura molhada e macia. 
Jaehyun sorri docemente com as covinhas. Observa seu rosto atencioso, a voz aveludada pronúncia baixo e arrastado: – Minha senhora Jeong. 
Você deita mais o corpo sobre a água, uma parte do queixo submerge. Olha provocativa para ele, os cantos de lábios repuxam num sorriso satisfeito. Seu pé esgueira-se pelo peito do Jung, ele agarra-o entre os dedos, massageia. 
– Vem aqui... – Chama, rouco. 
A excitação em ambos é quase palpável demais. Nem a água a uma temperatura mais amena consegue aplacar a febre vertiginosa que sobe pelo seu corpo e deságua entre suas pernas. E você vai, hipnotizada pelo olhar de Jaehyun. 
Encaixa-se sobre o quadril, bem em cima do membro bem acordado. Jaehyun segura sua cintura e suas mãos pousam sobre o peitoral esguio, sobem ao pescoço vultoso. É difícil prender o sonzinho manhoso e satisfeito que desgarra da sua garganta quando toca a pele igualmente febril, porém mais firme. Não evita inclinar-se para prender os lábios dele com os seus, beija-o preguiçosamente. 
Jaehyun, então, desce um pouquinho, morde suavemente seu pescoço, sobe os lábios úmidos por sua mandíbula, alcança os lábios outra vez envolvendo-a num ósculo mais intenso e urgente. Suspira baixinho quando ele mordisca seu lábio inferior. 
Beijar Jaehyun era sempre tão bom, seja os que eram rápidos e bagunçados ou os de momentos como esse que conseguiam te deixar ainda mais sem fôlego e derretida. A boca do Jeong tem ainda os resquícios do vinho, do gosto agradável e caro de chocolate da Marchesi 1824 e do Jazz de algumas horas antes. 
A sensação vertiginosa soma-se à fome latente entre suas pernas. Seu quadril instintivamente movimenta-se desejoso. O clitóris roça sobre o pau abaixo de você. Desgruda a boca da dele, ofegante. 
– Amor... Jae... 
– Quer dentro de você, hm? – Indaga compassivo, ganha um assentir.
Ele te ajuda a erguer o quadril, alinha-se na sua entrada, dilata a fenda na grossura, os centímetros ganham espaço vagarosamente. A ponta do membro alcança fundo, a buceta pulsa sensível envolta, cheia até a borda. Aperta os olhos firmemente e acredita que poderia chegar ao ápice apenas com aquilo. Não evita rebolar suavemente, quase babando. 
– Tava toda brava com seu jaezinho mais cedo, hm?? – Ele diz zombeteiro. Uma das mãos sobe até o cabelo da sua nuca, puxam devagar. – Cadê sua marra agora, senhora Jeong? 
Você até poderia rebater arisca, mas o mar de prazer que aponta te deixa com o raciocínio lento. Está concentrada no deslizar firme dentro de você, que acaricia as paredes sensíveis e te torna ainda mais molhada que a água que está submersa. Ergue os quadris, pra cima e pra baixo. Desliza sobre o pau como se fosse dependesse daquilo para respirar corretamente. 
Os seios redondinhos captam a atenção de Jaehyun que não perde tempo em mordiscar o biquinho de um deles, envolver com a língua faminta. Depois reveza atenção com o outro. Suas mãos emaranham-se no cabelo sedoso, os quadris trabalham com mais intensidade, lascivos ao extremo. 
O prazer irradia pelos seus músculos da sua coxa, e o nó no seu estômago parece mais apertado. Espreme os dedos nos fios dele, choramingando manhosa quando goza. Jaehyun vem logo após, joga o quadril pra cima com firmeza, a água fica revolta pela agressividade. Até que te enche da gala quente gemendo rouco.
Encosta o rosto sobre o ombro forte, ambos arfantes e saciados, e você não pode deixar de brincar: – Tá vendo? Eu sou uma mulher de palavra. 
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historiasdehernas · 1 month
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Canções de Briga e Bebida: Episódio 61
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Aventura: Mentiras ao Mar
Episódio 61: Para os livres tudo, aos escravizados nada
Os heróis atravessam o portal para a Cidadela das Dez Mil Pérolas no Plano Elemental da Água, lá eles encontram novamente a caótica beleza que o Povo de Melkia vive, uma cidade gigantesca e recheada de joias preciosas, materiais raros e minérios elegantes utilizados como simples materiais de construção, são capazes de ver uma variedade muito grande de habitantes da cidade; sereianos, tritões, sahuagins, kua-toas e genasis da água. Eles são guiados por alguns guardas até o Palácio onde a Rainha Yussa os aguarda para uma reunião.
Dentro do luxuoso palácio o grupo enxerga uma fila gigantesca de pretendentes de diversas raças, idades e sexo com presentes para a rainha, ao atravessar portas mecânicas o grupo reencontra a sereiana soberana Yussa Dain de La Puet, ela flutua sobre um trono perolado e a seu lado está um tritão de dois metros e meio de altura de cabelos acinzentados chamado Urdun, o tritão herói. A rainha os conta sobre uma situação triste, um pequeno sereiano nascido com a cauda atrofiada e incapaz de nadar por si mesmo, a rainha em sua imensa gentileza e carinho pede a Algacir que utilize sua tecnomância para construir uma cauda nova para o garoto sereiano, em troca Yussa fornecerá mais duzentos soldados para a causa dos heróis.
O forjado bélico aceita a proposta e juntos de Urdun o grupo se dirige para uma forja na cidade, onde conhecem Pas um tritão velho que permite que eles utilizem seus materiais de ferraria antigos para criarem o item. Enquanto Algacir começa o processo de criação da cauda tecnomântica com os materiais ali disponíveis o grupo pondera sobre alguns assuntos; o suporte que a mãe de Mialee poderia fornecer o significado da aliança de Narciso com um "Rei de Verdade" e sobre sua estratégia para enfrentar o Aboleth. 
No dia seguinte o grupo se dirige para uma caverna submarina nos limites da cidadela, durante a trajetória o grupo descobre o quão pouco aqueles materiais raros no Plano Material valem para o povo da cidadela, Pas explica que aqueles livres da Cidadela das Dez Mil Pérolas têm oque desejam logo que querem, não precisam acumular riquezas materiais, o tritão também explica sobre a quantidade avassaladora de escravos da cidade em relação ao de pessoas livres. Durante a trajetória o grupo retira alguns objetos de valor das ruas, casas e cercados ao redor, Leona começa a pensar na possibilidade de contratar um exército mercenário com as riquezas que podem acumular, mas Mialee e Blanco a explicam que o Rei Sandriel é implacável em relação as possíveis forças que se opõem a ele, sobrando somente cinco organizações de relevância; A Ordem da Lança Velha, Os Prismas, Os Cavaleiros do Dragão de Bronze, Os Nhifidalens e Os Açougueiros.
Ao chegarem á caverna os heróis cautelosamente lidam com os Ropers, monstros que se disfarçam de estalagmites e estalactites, possuem uma bocarra com dentes afiados e muitos tentáculos, aos quais Algacir precisa para projetar a cauda tecnomantica. Após pegarem os tentáculos necessários o grupo volta à cidadela e a Forja de Pas, lá eles tem um descanso prolongado enquanto Algacir termina de utilizar as joias Águas-Marinhas dadas por Leona. No outro dia Leona e Urdun se dirigem novamente para Sahumelkia onde precisam que Gillos bafore um lingote de ouro, durante a trajetória Urdun conta que foi criado na Baixada, em Kenessos e foi treinado desde criança pelo serviço militar da cidade. Ele ainda conta que foi banido, mas não revela o porquê, Leona tenta convence-lo a lutar junto pelo Povo de Melkia, mas depois de tantos anos o tritão está satisfeito com sua vida atual, enquanto isso Mialee tenta descobrir mais sobre a cidadela e faz amizade com um dos guardas que tem como passatempo cortar cabelo, ele a conta sobre o Teatro-Biblioteca, a gigantesca construção em forma de ouriço no centro da cidadela, lá há conhecimento de todo multiverso, mas só é permitido a entrada daqueles que entregam peças únicas para o Teatro-Biblioteca. Enquanto Algacir mais uma vez faz os preparativos para o item mágico e Leona descansa na forja, Blanco e Mialee se dirigem ao Teatro-Biblioteca para observar oque há no local.
Os dois acompanhados do guarda cabelereiro entregam um poema escrito por Blanco e um texto feito por Leona, felizmente o polvo-fosforescente da entrada aceita os tributos e permite a entrada de Blanco e Mialee. Lá eles pesquisam a respeito da Origem dos Elfos, o Rei Sandriel e o nome mencionado pelo elfo em Resquatar, O Senhor das Cores, após horas de pesquisa árdua e muita leitura o pequenino e a elfa criam algumas teorias a respeito das possíveis ligações e objetivos de Sandriel. Blanco ainda visita e restaura um pequeno templo de Aiga com poucos livros e pergaminhos, o último destino dos dois é a pesquisa sobre oque é um Obliviador, Blanco e Mialee são levados até uma sala pouco iluminada, estranhamente quieta e suja onde quatro baús acorrentados se encontram dentro dos baús a livros feitos com pele, dentes, olhos ressecados e orelhas humanóides, ao abrir e estudar o conteúdo os dois escutam sussurros vindos de lugar nenhum, estalares em seus ouvidos e uma forte dor de cabeça, nada faz sentido naquelas páginas, Blanco fica com um pequeno ponto de pele retorcida e cinza em sua testa ao copiar o conteúdo.
    Voltando para a forja os dois contam sobre oque descobriram e Leona tenta utilizar uma de suas magias para entender o conteúdo copiado por Blanco, mas aquela parece ser uma linguagem não utilizada em nenhum lugar entre os planos, uma linguagem de fora, uma língua desconhecida por tudo e todos.
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ayumutextos · 1 month
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Muda mundo
Caramba!
Dormi mais uma noite sentado, debruçado sobre este monte de papel; artigos, artigos e mais artigos…
Cinco da manhã. Melhor nem tentar dormir de novo. Vou preparar um café e começar o dia de uma vez.
O jovem se senta novamente diante de sua escrivaninha cheia de papéis. Artigos científicos rabiscados de todo jeito possível. Anotações e mais anotações. E a garrafa de café, daquelas que sustentariam todo um escritório por um dia inteiro, dividia o espaço com a papelada.
E mais uma vez, ele se pôs a ler e fazer anotações. Às vezes, desviava a atenção para o computador antigo. Correio eletrônico para checar, a esperança de uma mensagem de apoio ao seu trabalho de pesquisa - mas nada. Quando o jovem pesquisador não era derrubado pela total ausência de contato, as mensagens eram de recusa de algum pedido de verba ou mesmo do corte de outras que havia conquistado.
Ah, o jovem pesquisador…
Dia após dia, acordando e dormindo com o sonho de mudar o mundo. E o mundo? Bom, nosso herói permanece anônimo para ele.
Nem sobra tempo para dar um pulo na casa de um amigo das antigas. Na verdade, nem ao menos pode convidar um deles para sua própria casa - não há tempo para ser um bom anfitrião - ah… o jovem pesquisador e seu trabalho para mudar o mundo…
Nem todo mundo deixa de saber o que nosso herói faz. Pena que, para elas, ele não faz nada. Quantas vezes já se pegou tendo que responder à velha pergunta: “Você só estuda?” - já até tinha desistido de tentar explicar. Preferia, enfim, dedicar seu raciocínio à nobre arte de mudar o mundo - às vezes, parecia bem mais fácil do que mudar a cabeça de certas pessoas, não é mesmo?
Já havia chegado a uma fase de sua vida, onde não conseguia se lembrar qual a última vez que havia ido a um cinema ou mesmo tirado um final de semana para descansar junto aos amigos ou à família. Em algum momento, a atenção total em sua atividade de herói, acabou deixando-o para trás em sua própria consciência.
E foi assim. Vai ano, entra ano. O jovem vai ficando menos jovem. Os olhos precisam de lentes mais fortes. Os cabelos já começam a apresentar os primeiros fios acinzentados.
Mas o jovem ainda está lá, lutando com a braveza digna de um herói - sua missão de mudar o mundo.
Mesmo que o mundo não veja…
Mesmo que os governantes não apoiem…
Leve o tempo que for…
Não importa o quão difícil…
O jovem pesquisador muda o mundo…
Porque o mundo não mudou nele…
A esperança de um mundo melhor.
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