Tangerina, manga
Clichê, seu sorriso surge a cada 6 pensamentos meus. Involuntário, necessário, súbito; como o desejo de te ver mais uma vez, confortável em meu sofá, estendendo a mão por sobre a minha, em um aperto suave de afeto e gentileza.
Aquele sentimento, simultaneamente brando e abrasador, de quem se vê no outro; aquela luz sadia que é emitida pela sua voz grave e calma. Sofro dessa patologia extraterrestre que busca satisfação de uma vida inteira no antídoto destilado nesses lábios doces. É visando essa doçura viscosa que desejei te ver próximo a mim, acariciando meu antebraço com a ponta dos seus dedos indicador e médio.
Seu quê de complacência, sereno, demonstra a evidência de um carinho real. Um fato que admito não ser idêntico ao meu, mas não conto com isso, afinal, se igual, desejo o mesmo ao avesso.
Desejo lhe oferecer meu amor aberto, como uma tangerina descascada, exposta, aguardando para que seja debulhada e, enquanto você se apetece do doce azedo único, eu assista amando aberto, ao seu modo doce viscoso – como só você parece conseguir, em um laranja amarelado vivo, que escorre pelos dedos em abundância.
Nesse laranja amarelado, sinto os dedos úmidos no doce caldo, no branco deleite que se funde ao calor solar do fruto; é no conjunto, que desce pela sua garganta tão efemeramente, que deliciosamente me permite admirar o momento, em observação. O toque no copo de vidro que serve de receptáculo para esse prazer tremendo é que me vejo apegado; é ser como o copo, tocando teus lábios, em instante vivaz de puro regozijo.
Quando será possível ver-te deliciar-se no suco? Virão meses, dia após dia, de espera intensa por algo-o-que-?, incompreendido por mim.
É no amor exposto, fora da casca, seja no doce abundante ou no azedo açucarado que desejo ver sua boca amarrar; quero ver o líquido escorrer, sujando sua face, em ânsia perene, contínua, com sabor de quero-mais; em pedido por uma segunda experimentação – então terceira, quarta, infinitas – em suco, vitaminado ou chutney, se quiser. Te ofereço até geleia, sou bom em te oferecer, mas é necessário que você aceite e, se porventura, for doce demais, peço que me diga. Posso reduzir mais o sumo, o açúcar será o mesmo, mas posso comer junto de ti para tornar mais tolerável; eventualmente, posso oferecer um acompanhamento, uma pitada de sal, ou quem sabe aquele leite de coco que muda tudo e que sua mãe sempre usa o frasco todo a cada receita.
Quero que você se torne tão bom em aceitar que não seja mais necessário oferta; que com o tempo meu braço não se estenda mais que metade do caminho para encontrar o seu, que também trilhava o percurso.
Esse texto não trata de frutos.
– L.R.S
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Muitos de nós chegamos a casa dos 30 com nada resolvido. Mas queria que você soubesse que está tudo bem se isso acontecer com você ou estiver acontecendo, porque quando digo que somos muitos, é porque somos muitos.
Na verdade, não sei se está tudo bem, mas sei que acontece - bastante, como fiz questão de frisar - e parece ser tão assustador atravessar a porta dos 29, que te dizer isso pode ser um acalento, caso você esteja chegando nessa fase. Se você ainda morar com seus pais ou em uma kitnet mobiliada em que os móveis não seus ou talvez divida aluguel com amigos ou more em um quarto de república, está tudo bem, você está dando seus passos na medida que você consegue.
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2024
Tome banho de chuva
Viaje
Lembre-se que controle é mais ideia que realidade
Olhe o mundo com deslumbramento
Tire fotos
Acredite que é possível construir um mundo melhor
Fale de si mesmo com carinho
Quando cair em um buraco lembre-se de sair dele
Saia mais, só assim irá conhecer as pessoas que precisa conhecer
Assista espetáculos
Realize seu propósito diariamente
Permita que o sol te banhe
Cuide do seu corpo físico, mental e espiritual
Fale de amor, espalhando-o por aí
Saiba comunicar-se sem ser reativo
Faça arte
Medite todo dia
Perceber um padrão no que te dói permite que você busque a cura
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