Tumgik
#brazilian fanfiction
worldwidesuicide-sims · 6 months
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Capítulo 6 - Telescope Eyes
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(narrado por Ryuko)
Desde que comecei a ensaiar toda semana com o Daniel e o Paul, eu sinto que comecei a ficar menos ansiosa com a questão de entrosamento no colégio. Eu ainda não me entrosei totalmente com os colegas, mas tenho me empenhado tanto nos ensaios, e no festival da canção, que essa questão só não tem sido mais tão fundamental. Além disso, a essa altura do ano, já consigo ver o pessoal como amigos com quem posso contar para encarar a vida escolar junto. Fazemos os trabalhos sempre juntos, estudamos para as provas juntos, e também passeamos juntos toda semana. Até mesmo recentemente, que sentimos algumas tensões rolando entre o Paul e o Levy, eu ainda me sinto segura quando estou junto com todos, e não sinto nenhuma hostilidade. Acho que isso era tudo que eu precisava para conseguir encarar um novo colégio, depois de ter passado toda a vida na escola japonesa, e é isso que também me torna capaz de conseguir focar em um projeto tão engenhoso que é tocar em uma banda sem sentir tanta ansiedade e preocupação.
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O festival da canção vai acontecer essa semana, o que significa que aumentamos o número de ensaios: como a apresentação será na sexta, essa semana iremos ensaiar na terça e na quarta, e Daniel ainda queria ensaiar também na quinta. Falei que era melhor que os meninos relaxassem na quinta, porque já está super perceptível o cansaço do Paul e a ansiedade do Daniel. Argumentei que Paul precisava descansar a voz, e acho que esse foi o argumento vencedor.
A maior parte do tempo, eu só me sinto muito imersa nos nossos ensaios, especialmente porque não tenho bateria na minha casa. Ter como ensaiar apenas no colégio faz com que eu passe muito mais tempo lá do que eu passaria normalmente. Meus pais ainda não conheceram meus amigos, e acho que eles ficariam muito decepcionados de saberem que me inscrevi para tocar bateria em um festival de “música ocidental”, como eles diriam. Por conta disso, nem mencionei nada para eles. Eu também não tenho espaço na minha casa para ter uma bateria, então achei melhor realmente não esquentar a cabeça.
Naturalmente, o que eu mais estou preocupada neste momento é com a minha performance no meu instrumento. Paul também parece extremamente preocupado com sua capacidade vocal e com sua aparência, já que ele sente que será a “cara principal” da nossa apresentação (estranhamente, ele não se sente nem um pouco preocupado com a performance dele tocando baixo elétrico. E ele realmente toca muito bem sem precisar fazer nenhum esforço). Já o Daniel, bem… Quando ele explicou, eu consegui entender por que isso era uma questão para ele. Mas, analisando com calma, acho que é mais um problema de falta de comunicação. Apesar de que alguns eventos da semana passada me deixaram com um pouco de dúvida se é só isso mesmo…
Daniel contou na última sexta que é “uma questão de honra” ter uma colocação melhor no festival do que a do Clube de Música de Copperdale, o do nosso colégio. Conversamos isso enquanto estávamos dando uma pausa, na sala de música. Todos estávamos lá: eu, os meninos, Gabi e Levy. Era, inclusive, a primeira vez que estávamos vendo o Levy depois de um longo período.
- Eu não acho que a gente vai levar essa, Daniel - comentou Paul, com um misto de impaciência com preocupação.
- Mas a gente não precisa ganhar. Qual é, você realmente acha que eles vão ganhar assim? Só porque são do tal clube? Isso seria roubado demais! - Retrucou Daniel.
- Eu acho que eles vão ganhar o festival justamente por serem do Clube de Música. Eu simplesmente não acho crível que seja um festival justo. Até agora não informaram se vai ter votação popular, se vai ter um júri… Você não acha isso minimamente estranho?
- Acho eles desorganizados, lógico, mas não acho que uma coisa implique na outra não. Não tem nada ganho ainda!
- Ai, meninos, vocês acham muitas coisas pelo visto, né? Que tal tirar as dúvidas de vocês com o professor de música, já que ele é quem está organizando o festival? - disse Gabi, impaciente.
- A Gabi tem razão - respondi. - Se vocês não quiserem conversar com o professor por causa daquela briga com a Scarlet, eu posso ir lá falar com ele sem problemas.
- Se eu já não quero ficar trombando com os mauricinhos do clube, imagine você se eu quero topar por aí com a Scarlet. Fica à vontade então - respondeu Daniel, se afundando na cadeira com sua guitarra.
Eu também não me sinto confortável tendo que lidar com a Scarlet. Durante todos esses meses desde que viemos estudar aqui, é ela a pessoa que torna a minha estadia sempre um pouco mais difícil do que poderia estar sendo. Eu sabia que, se eu fosse conversar com o professor de música, por causa do jeito legalista dele, ele entraria no assunto sobre a briga e me faria ir lá com o Daniel e o Paul pedir desculpas a ela na frente dele. E, mesmo que eu não goste de me meter em conflitos, eu acharia isso tudo muito ridículo. Já não somos mais crianças, não precisamos mais passar por esse tipo de coisa, certo?
Bem, acabou que o destino me agraciou com essa tomada de decisão um pouco mais cedo do que eu gostaria. Quando eu cheguei na sala dos professores depois do nosso ensaio, lá estava ela, conversando qualquer coisa que fosse com o professor de música. E o pior de tudo é que parecia ser uma conversa séria - alguma coisa havia sumido da sala de música, ou havia sido modificada. Não consegui entender 100%. Até porque, a conversa foi interrompida assim que eu apareci:
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- Ah, é você, Ryuko! - Disse o professor, sorridente - Precisa resolver algum último agendamento antes do festival?
Scarlet me olhava de cima a baixo, me fitando com uma certa raiva, que eu até então não sabia de onde vinha.
- Não, não, eu só queria tirar algumas dúvidas mesmo, os agendamentos da sala de música estão ok…
Conversei com o professor com a presença incômoda de Scarlet ao nosso lado o tempo todo, o que acabou me deixando sem jeito para falar direito com o professor, e me distraindo muitas vezes enquanto pedia as informações sobre a premiação. Consegui captar que seria feita uma média entre a votação de um júri de professores do colégio e a votação popular dos alunos e funcionários. Mas as demais informaç��es ficaram bagunçadas na minha cabeça, já que eu não conseguia me concentrar tendo o olhar constante da Scarlet sobre mim.
Me despedi do professor, mandei SMS para o pessoal falando sobre a premiação e, de repente, fui interpelada por Scarlet no ponto do ônibus que levava até a estação de trem.
- Você mora em Komorebi mesmo, japinha? - Ela perguntou, sorrindo pra mim de forma debochada.
- Não gosto que me chamem assim. - Tentei ser o mais objetiva e seca que eu poderia, especialmente depois do episódio no meu armário.
- É que eu não costumo guardar nome de gente que não é importante, hahahaha, sabe como é…
- Não, não sei.
- Não te perguntei. - Scarlet me empurrou na parede de vidro do ponto - Você tem respostinha demais pro meu gosto.
Senti pânico, e já não conseguia mais dizer nada. Apenas tive a sensação latente de que já tinha vivido algo quase igual antes.
- Olha só - ela continuou - Não tô gostando disso de você estar tão próxima do Paul Hent. Você acabou de sair do seu mundinho nipônico pra cá, e tem que se colocar no seu lugar. Quem você acha que é? Com essas roupas horrendas, esse cabelinho ridículo tentando se fazer de menina inocente, se aproximando de quem EU tenho interesse?
- M-mas eu nunca nem t-te vi c-conversando com ele…
- NÃO IMPORTA. Fica difícil conversar com ele quando tem gente no meu caminho. E a gentinha da vez é você. Não se coloque no meu caminho.
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Scarlet me empurrou para dentro do ônibus, que havia acabado de chegar, e me olhou de um jeito que nunca vi ela olhar para ninguém antes.
Mandei um SMS para a Gabi pedindo ajuda, que prontamente me ligou e me fez companhia pelo celular até que eu chegasse em casa. Contei por alto o que aconteceu, mas preferi conversar sobre outras coisas para me acalmar. Não consegui processar o que aconteceu.
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Só cheguei em casa e fui direto dormir. Nem no computador conseguia mexer.
Reviver a situação de ser apontada como algo que não sou, ser apontada por alguém que eu não entendo totalmente o modus operandi - eu lembro de sentir isso de forma muito avassaladora até o 9º ano, mas não consigo lembrar o por quê. Só consigo lembrar de como era horrível ser chamada de nomes que eu não reconhecia, acusada de coisas que eu não sabia quais eram. Uma sensação de estar perdida no meio do oceano com diferentes cardumes muito agressivos ao meu redor, disputando por mim.
Eu sequer sei ainda o que pensar sobre o Paul. Como o percebo. É como se eu estivesse sendo coibida de sequer desenvolver qualquer coisa que eu nem sei qual seria. Isso machuca muito.
Na quinta-feira, depois das aulas, que acabaram um pouco mais cedo por conta de uma prova aplicada em todo o colégio, Gabi foi com o pessoal me visitar na minha casa. Aqui é muito pequeno, então achei melhor irmos para a pracinha mais próxima para conversar.
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Todo mundo parecia muito preocupado comigo, de uma forma que não costumo experienciar. Acho que nunca na vida ouvi tantos “como você está?”, “como se sente?”, “quer alguma coisa?”. Foi tudo tão intenso que acabei sentando no chão para chorar - mas fui rapidamente acolhida por Paul, que em seguida foi conversar comigo mais em particular.
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- O que a Scarlet falou com você? Por enquanto, eu só sei pela Gabi. Quero ouvir de você - disse ele, fixando o olhar em mim.
- Não é que eu não queira dizer… Só me sinto realmente muito confusa. Ela me pediu para que eu não me aproximasse de você. Mas é muito estranho, porque eu nem nunca vejo vocês se falarem. Eu não entendi se tem alguma coisa rolando que eu não sabia entre vocês.
Paul suspirou, preocupado.
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- Não, não tem nada “romântico” entre eu e ela. Já estudo na mesma sala da Scarlet desde o 6º ano, e às vezes eu sentia ela tentando se aproximar de mim. Mas isso me deixava desconfortável, então eu só não correspondia e continuava com meus outros colegas. Não sei se isso deixa ela meio mordida de certa forma.
Olhei para Paul, que ainda parecia carregar uma preocupação que afetava até a sua postura. Ele me olhava como quem me pedia desculpas.
- Isso é só algo dela, então, né? Não tem nada a ver com você. Não precisa se sentir mal.
- Não me sinto mal dessa forma, só não quero que ninguém que seja meu amigo seja afetado por essa maluca. Me sinto desconfortável só de pensar na possibilidade.
Ficamos um tempo em silêncio, que foi interrompido por um abraço repentino de Paul.
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- Olha. Tem o festival amanhã, e eu tenho certeza que vai ser incrível e a gente vai arrasar. Mesmo se a gente não ganhar o prêmio, já me sinto muito feliz. Especialmente porque a gente se conheceu, Ryuko.
Lacrimejei um pouco nos ombros dele, sem saber como responder.
- Você é uma amiga muito preciosa pra todo mundo do grupo e a gente quer te proteger, ok? Pode sempre contar comigo e com o pessoal. Sempre.Senti nos ombros dele, no lugar dos pesos que estavam há pouco, um afeto que crescia. E senti que esse afeto contagiou todos nós, no abraço mais acolhedor que já recebi de amigos até então.
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joninhaart · 1 year
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Eu fiz essas ilustrações durante o Dia dos Namorados de 2022, eu amo demais esse projeto!
"Uma moça inteligente e determinada, que para salvar seu pai de uma dívida, vai trabalhar na mansão de um jovem veterano da Segunda Guerra, recluso e amargurado pelas cicatrizes em seu rosto devido ao campo de batalha."
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I made these during brazilian's Valentine's Day 2022, and I love it so much!
"An intelligent and determined lady, to save her father from a debt, decides to work on a manor of a young, World War II vet, recluse and bitter due to the scars in his face caused by the battlefield."
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thisismeracing · 6 months
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Mó paz | LH44
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― Pairing: Lewis Hamilton x brazilian!reader (she/her) ― Warnings: curse words, mentions of food, typos (not proofread). ― Summary: It's time for the Interlagos GP and fans are excited to see how Lewis' Portuguese sounds after becoming a citizen AND dating Yn. ― A/n: Shout out to @queenshikongo3 for suggesting this piece. 🤍 ― A/n:² none of the pictures used are mine, they are all from Pinterest and other apps. everything else is made up by me, and I do not allow it to be published on a different platform. I would appreciate it if those things could be taken into consideration 💛
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✷ my masterlist | my taglist here | patreon masterlist ✷ Support my writing by reblogging, and leaving me a message 🤍 ✷ Consider buying me a coffee if you liked it or subscribing to my patreon for exclusive content!
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yn
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yn México te amo, pero yo extrañé mi hogar! 💚 (Mexico, I love you, but I missed my home)
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carlossainzssy Charles is their kid, and in this essay I will- ☝🏻
ferrarifinesse Thank you for sharing the Charles pic, YN!!!!!
lewishamilton te quiero! 😘 (I love you!)
 ⤷ popyn the way he always say's he lovers her using the language of the week's Gran Prix, I- I wanna be loved like this!!!!!!!!!!!
mercgoldenyears not George following lewis like a lost puppy/lost kid, I actually love them sm omg 😂
 ⤷ yn but he is our grid kid! <3
 ⤷  charles_leclerc what about me???
 ⤷ oscarpiastri and me?
 ⤷ landonorris I don't exist???
 ⤷ yukitsunoda0511 I'm feeling betrayed
 ⤷ mickschumacher So am I!
 ⤷  yn lewishamilton please help me here, the kids are fighting
 ⤷ lewishamilton sebastianvettel help, seb!!!
 ⤷ redferrari16 this is so funny LMAO
mirrorballeclerc the matching yellow aesthetic pic, they're truly soulmates 😭💙
lewishamilton
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lewishamilton Mais uma volta para casa 🇧🇷 (Another homecoming 🇧🇷)
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brunamarquezine 💚💛 bem vindo de volta!!! (Welcome back!)
44brcitizen I am the happiest person, I actually never had a sad day in my life, I can't remember ever struggling, or whatever, life is beautiful! 🌷🌸🌻💐
monacoocon The Brazilian flag is actually so pretty, I'm always mesmerized
yn 😍😍
⤷ 1dformulaone yeah, babes, that's your man (I wish it was mine, with all due respect KJDSGKJDSG)
mercedesamgf1 💜💚💛🤍
georgerussell63 vamos! 🇧🇷 (let’s go!)
⤷ sassyrussell Carmen wrote this, I just know she did 😂🤍
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*the first story says "She's writing new songs".
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lewishamilton
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lewishamilton mó paz! 💚
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badgalriri 😍😍😍❤️
linikeroficial amo amo amo! (I love love love)
missionfortyfourr mó paz means to be in peace, chilling, serene
⤷ mercmickie and the fact that the song talks about being at peace after he came into her life, that he's there to stay, that her life's different now?!!?!?!?!? I AM SOBBING
lewandyn she's so pretty, so smart, so talented, so perfect ughhh 🩷😭
⤷ lewishamilton yes, she is ❤️
⤷ norrizzlando your honor, he's in love!
interlagostrack LINDOS, PERFEITOS, DONOS DE MIM!
yn Te amo muito, vidinha 💗 (I love you sm, my life!)
⤷ lewishamilton te amo, meu amor
⤷ russellrain "meu amor" alguém por favor, me ajuda, eu desidratei de tanto chorar (“my love” someone pls help me, I just dehydrated from crying)
⤷ totolobo TE AMO, MEU AMOR DSKGJDSKJSKDHJ
roscoelovescoco I’s love’s you!
princessyn Stream Mó paz on spotify!!!!!!!!!!!!!
carmenmmundt 🩵🩵🩵
franciscac.gomes lindos! 🥰🤍
yn
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yn Que dia incrível cantando com os amigos em casa, e que noite perfeita celebrando com eles! Amo vocês 💘
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sunnysainz we all know who she was looking at in the first pic hehe
tsunodaangel Omg, I love them so so much 🥲
lewishamilton 🤩😍😍
lewishamilton caraca, foi incrível!!!
⤷ charleslehoe he's officially Brazilian now!!!!! LOL
patriciaramos a mulher mais linda do Brasil!!! (The most beautiful woman in Brazil!!!)
⤷ yn te amo, paty! (I love you, paty!)
swiftieyn why haven't we got a collab w xnda yet?
⤷ yn you sure you haven't? 👀
⤷ schumachersbike OMG OMGDKJSDKJG
seujorge 💛💛💛
ricciardosmile 🎶 bom que cê chegou pra ficar pra sempre, com você mó paz 🎶
carsgoingvroom the "existe amor em sp" reference *cries* (it means "there's love in SP, it's a reference to a song that says that there's no love in Sao Paulo)
⤷ braziliangp how about the quote??!?!!? I melted (if the sun doesn't shine tomorrow I'll use your smile to light my day")
⤷ mickcedes omg you guys thank you sm!! I was struggling with my A1 and translator LOL 😅
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― ⋆🪩 VOICEMAIL: Hi, besties! I hope you guys like this piece! Don’t forget to leave me a message/ask and follow me if you did *mwah*
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― reblogs, comments, and asks are extremely appreciated, make sure to leave yours *mwah*
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f0point5 · 6 months
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We were card sharks, playing games
Part 80 of the Max Verstappen x bestfriend!reader social media au
A/N: The only thing i care about today is the face Max made in the press conference talking about the cookie. I hope you all enjoy this part <3
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formulalfc · 6 months
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an-the highly requested part 2 of Walls Around My Heart, I hope you like it!! <3
Part 1
Charles Leclerc x Reader
Walls Around My Heart
tw-swearing
You had sat in the toilet of the bar for around half an hour before you decided you had had enough of feeling sorry for yourself and ordered an uber to take you back to the hotel you and Charles were staying in.
You were in two minds about going back, you didn’t want to see Charles tonight, but you were in a city you didn’t know and didn’t feel safe enough to figure out finding your own place to stay.
Your fear overtook your sadness and anger, and you shuffled your way through the crowded club, making sure to avoid anyone you recognised.
You managed to find your way out through the exit, and you stood out front, arms wrapped around yourself to keep you warm. You were quickly regretting wearing the little red dress you had put on because you knew how much Charles loved seeing you in red.
Your uber pulled up and you slid in, politely greeting the driver before you looked out the window and enjoyed the quite sounds of the radio as you replayed the course of the evening in your head.
It wasn’t long before your uber had arrived outside your hotel and you thanked your driver before stepping out the car and pushing through the revolving door of the hotel.
You kept your head down as you walked, knowing that the whole team was here and not wanting to bump into anyone that would tell Charles you were here.
You rushed over to the elevator, pressing the button of your floor and watching as the door started to slide shut, but just before they closed a body hurtled full speed through the gap and stopped just in front of where you were stood.
It took you a moment to realise just who had stumbled into the elevator with you, a scoff coming out of your mouth at the sight of your dishevelled boyfriend.
He looked at you, taking in the redness of your eyes and the remnants of the mascara you had been wearing smeared down your cheeks before he slammed his hand against the emergency stop button causing the elevator to come screeching to a halt.
He ran a hand through his hair before he spoke, “I fucked up. I fucked up bad and I’m so sorry baby. I should have noticed that you were uncomfortable and more importantly I should have listened to you when you told me and done something about it. I know the team can be closed off to new people, we spend so much time together that we’ve become a family but that is no excuse for anyone to make you feel as though you don’t belong there. You’re my girlfriend, the love of my life, my best friend in the whole world and you are always going to be the most important person in any room we are in. I’m so ashamed that I made you feel like you weren’t and I’m going to make it up for you in any way I can if you’ll let me?”
You looked at him and saw the sincerity in his eyes, saw the way his chest heaved up and down from running to catch up to you in the elevator and knew in your heart he was already forgiven.
You said nothing to him just hit the emergency button again as you smirked, “you cant start your apology by ordering me room service, I’m starving.”
He laughed as he pulled you into his chest and placed a kiss on your head mumbling, “anything for you, I love you.”
“I love you too.”
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paintingpuff · 9 months
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"William’s eyes barely flicker with fear when Mike slips his hands away from his shoulders. He hitches his breath, but his body floats, and his eyes light up with victory. Mike demonstrates a basic stroke and gestures for William to replicate it. It takes him a couple of tries, but soon, he manages a semi-rhythmic beat, and William Afton is swimming."
Trying to do a series of illustrations for my favorite fanfic of all time, His Empire of Dirt by @peariandpine, starting with this scene from chapter 16:
Hoping to make a full set to print and bind along with the fic itself!
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solsays · 5 months
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Hi so I’m working on designing house layouts for Pac/Mike/Richas and Fit/Ramón for burnt espresso and I was wondering if there were any Brazilians here who would be interested in helping me with what Brazilian houses are typically like?
in one of my one-shots I wrote them having things that aren’t typically in a Brazilian household and someone commented on it :) they were very kind and helpful, but it made me realize I know very little about the culture and living style of traditional Brazilian households.
While burnt espresso is based in a secluded little American college town close to the Canadian border (nobody really knows if it’s actually in America in canon, it’s a running bit later on), I do want to make sure I capture the nuances of the different cultures since that’s the point of QSMP :] Let me know if you’re interested in helping out! I’ll give you credits in the notes of the chapters in burnt espresso if you’ve got an ao3 acc, and if not I’ll credit you from tumblr
TLDR: If you live in Brazil I’d love someone to help with traditional Brazilian living things for my hideduo fic, since I want to respect the culture but know very little about it!
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madorosenpai · 2 months
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Dia dos Namorados
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Summary: Não obstante, todos estavam bastante animados com exceção de um certo albino marionetista. Ele não suportava aquela data.
Notes: Apenas uma ideia que surgiu enquanto eu olhava algumas fan arts. Era pra esta fanfic ter sido postada no dia 14 de fevereiro porque como o próprio título aponta, seria o Dia dos Namorados. Eu sei que atrasei um tantinho, mas para todos os efeitos, vamos fingir que essa história foi postada no dia 14/02, sim?
Bom, sem mais delongas, boa leitura!
~*~
O clima não podia ser mais romântico na Easton. Com a chegada do Dia dos Namorados, todos os jovens estudantes estavam com os hormônios à flor da pele. Enquanto alguns criavam a coragem dentro de si para se declararem, outros ficavam na expectativa de terem seus sentimentos correspondidos. Não obstante, todos estavam bastante animados, com exceção de um certo albino marionetista. Ele não suportava aquela data.
Todo ano era a mesma coisa: tornava a se recordar do final trágico que teve sua mãe, o dia em que teve sua vida covardemente tirada pelas mãos de um necessitado faminto.
- No fim das contas eu também sou um fraco, afinal não pude salvar você... – Suspirou o albino em desolação ao encarar a pequena boneca que segurava em seus braços. Tudo o que mais desejava no momento era que o fatídico dia terminasse tão rápido quanto sua chegada.
- Seria incômodo eu te acompanhar em meio à melancolia? – Ao ouvir a pergunta, teve seu fluxo de pensamentos interrompido e virou-se para encarar o dono da voz.
Abyss esbanjava um sorriso terno em seu rosto enquanto aguardava a resposta de Abel à sua indagação, que não tardou a vir. A partir de um leve aceno do albino, o azulado teve sua confirmação e foi se aproximando timidamente do marionetista. Suas mãos pareciam esconder algo em suas costas.
- Sei bem como é. Certos acontecimentos nos fazem questionar a razão de nossa existência e o nosso valor como humanos. Será que vale à pena continuar vivendo? Eu honestamente acreditava que não até ter conhecido você...
Abel se sobressaltou com essa confissão. Sempre considerara o que fizera pelos integrantes do Magia Lupus o mínimo. Então, a sinceridade de Abyss aquecera seu coração. Era uma sensação aconchegante e acolhedora, que há muito não sentira e sequer cogitava fazer tanta falta a si. O azulado prosseguiu:
- Você não só me deu motivos para continuar existindo, como também me fez experimentar o que realmente significa estar vivo. Tudo pode ter começado como uma causa na nossa irmandade, mas é justamente ela que nos une como uma verdadeira família e por mais que tenhamos perdido a batalha, nada foi em vão. Quero que continuemos sendo uma família e que pudesse contar mais comigo nos momentos de vulnerabilidade... – Um rubor se instalou nas faces de ambos após proferir essas palavras.
- Somos humanos, Abel, temos nossos momentos de fragilidade e nada me dói mais do que não conseguir fazer nada a respeito. Não sou capaz de desfazer o ocorrido ou modificar suas memórias, mas ao menos, permita que eu seja seu esteio e a sua fonte de esperança inesgotável. – Após essa declaração, as mãos de Abyss deixaram suas costas revelando o que estivera escondendo até o presente momento: uma caixa de chocolates em formato de coração. Ao abri-la os inúmeros chocolates em formato de boneca contidos em seu interior foram revelados.
- Feliz Dia dos Namorados. – Disse enquanto levava uma boneca de chocolate até sua boca, deixando-a levemente presa aos seus lábios enquanto fechava seus olhos num convite discreto a um beijo.
Após captar a indireta lançada a si, os instintos mais primitivos de Abel pareceram despertar e não tardara a consumar aquele ato tão aguardado por ambos. No instante seguinte, seus lábios selaram-se levemente aos do azulado dando início a um beijo calmo, porém igualmente inebriante e repleto de significado. Todas as suas tristezas, medos, inseguranças e desabafos foram colocadas ali, abrindo espaço para que um novo e puro sentimento os preenchessem. 
Talvez o Dia dos Namorados não precisasse ser tão ruim assim. Enquanto tivessem um ao outro, não havia nada que não pudessem superar juntos.
~*~
Notes: Por mais que Abyss e Abel não sejam um casal canônico na obra original, a dinâmica existente entre os dois é tão maravilhosamente encantadora, que abre espaço para imaginarmos tantas possibilidades de cenários e interações entre eles.
Edit: @meinoart, sorry! I didn´t give the proper credits before! Dx
Found it on Pixiv quite sometime ago and didn´t remember the name of the artist, so I just put #credit to artist in the tags. I hope it´s not too late to give proper credits
Also, my other fanfics follow the same pattern. I´ll look again for the names of the artists and update the tags and the credits.
I´m really sorry :(
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aneenasevla · 6 months
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Heavy Bakery fanfic - Cute Drawing
I just learned that Ohma drawing is super cute, so...
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Based on this extra in vol 19:
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ourseass · 1 year
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Capítulo 5 - Kicked It in the Sun
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(narrado por Paul)
Quando eu me mudei para Evergreen Harbour, eu só sabia falar inglês. Eu e meu irmão. Meu pai já tinha aprendido a se comunicar bem no idioma daqui, e recebeu bastante ajuda para começar a se virar, comprar móveis e eletrodomésticos, saber onde comprar comida por um preço camarada. Essa ajuda veio toda dos pais do Levy, Arthur e Alessandra. Eles sempre foram muito atenciosos com a nossa família, e costumávamos fazer muita coisa juntos, já que éramos vizinhos de porta, e eu e Levy íamos para a mesma escola.
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Um dos passeios que mais fazíamos todos juntos era até o parque de Copperdale. Naquela época o parque já era bem voltado para casais, mas tinha bastante coisa para crianças também, então eu, Carl e Levy sempre íamos na roda gigante e na casa mal-assombrada. No final, tomávamos milkshake da barraquinha e víamos o pôr do sol no píer do parque. Meu pai, Arthur e Alessandra aproveitavam para passar o tempo pondo a conversa em dia, e tirando fotos nossas com a máquina do meu pai.
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No dia-a-dia, eu lembro que era a Alessandra que buscava eu e Levy na escola. Ela e meu pai revezavam. Quando Arthur nos buscava, era sempre de carro, ele dirigia bastante na época. Voltando com a Alessandra, ela sempre parecia animada, mesmo que com um pouco de melancolia no olhar. Levy sempre foi muito falante, e contava pra ela cada uma das atividades que a gente tinha feito no dia. Em dias temáticos, parecia que ele se empolgava mais ainda, já que a gente sempre voltava para casa com algum objeto que tínhamos feito à mão ou ganhado da professora. Alessandra guardava todos em uma pasta, que ficava no armário do quarto dos pais do Levy.
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Até que, um dia, Alessandra simplesmente foi embora.
Eu não sei se é porque eu ainda era muito novo para compreender o que tinha acontecido, mas na época eu tinha achado que ela também tinha morrido, como a minha mãe. Essa foi uma das poucas e últimas vezes que meu pai conversou comigo com calma e gentileza. Ele abaixou até a minha altura e explicou que Arthur e Alessandra haviam se divorciado. Me explicou também o que era um divórcio. Que era muito diferente do que havia acontecido com a minha mãe. Minha mãe não morreu para escapar do casamento com meu pai, pelo contrário - eles eram muito apaixonados um pelo outro e não queriam de forma alguma se separar. Foi só um “acidente”. Não era para a minha mãe ter ido embora da forma que ela foi.
Já Alessandra, como explicou meu pai, optou por ir embora. Ela e Arthur já não se gostavam mais, e então ela decidiu se separar e ir embora. Porém, ela continuaria viva, e provavelmente iríamos continuar a vê-la de vez em quando. Lembro de ele ter me contado isso enquanto Levy estava lá em casa. Acredito que ele tenha ouvido toda a conversa, pois lembro de logo depois ele ter chegado até nós e chorado dizendo que queria ver a mãe dele de novo logo.
Não foi o que aconteceu. Realmente, nunca mais vimos a Alessandra. Isso me faz pensar se, de certa forma, ela não morreu também depois que foi embora. Simbólica ou literalmente. Deve ter sido de forma mais simbólica, pois, muitas vezes, Levy recebe cartões postais sem remetente no correio. Ele acredita serem dela. Há uma pilha de cartões postais na gaveta da mesa de cabeceira do quarto dele, sem nada escrito além de “fique bem”.
Esse não é um assunto que o Levy gosta de falar sobre, logicamente. Todos lá em casa sabem que isso nunca deve ser trazido à tona senão pelo próprio Levy. Já faz tanto tempo que não falamos sobre a mãe dele, que sinto que se ele conversar sobre isso comigo agora, eu não vou saber muito bem o que dizer, pois já não lembro de muitos dos detalhes do que aconteceu naquela época. Tínhamos só 6 anos.
De maneira muito fortuita e apropriada para esse contexto todo, rolou lá no colégio um evento temático do Dia da Família essa semana. Lógico, já não é mais como quando éramos crianças, que era um mega evento, em que dançávamos e cantávamos músicas. Como já estamos no Ensino Médio, o máximo que aconteceu foi só que ganhamos uma lembrancinha da diretora. E ela caiu na besteira de dizer que era “uma lembrancinha para os pais e mães de cada um daqui”. Ela entregou para cada aluno um porta-retrato, com alguns dizeres referentes à família, e disse que era “ideal” para uma foto nossa com nossos pais.
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Eu sinto que, hoje, eu já não me afeto mais com essas coisas da mesma forma que quando eu era criança. Ou, pelo menos, eu me forço a não me afetar. Eu sei que a intenção da diretora não foi ser alguém ruim. Sinto também que, a principal diferença entre eu e Levy, é que minha mãe morreu. A dele está viva em algum lugar, e ele nunca vai saber qual. Ela simplesmente nunca mais veio ao encontro dele. Acho que eu também não saberia o que sentir numa situação dessas.
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Quando saímos da aula, notei o pessoal meio desanimado, mas vendo o Levy se sentir mal, achei que ajudaria se saíssemos juntos um pouco. Convidei todo mundo para ir na lanchonete e, surpreendentemente, todos aceitaram na mesma hora. Realmente parecia que todo mundo queria espairecer, mas não sabia dizer como. Levy ficou meio receoso de ir, mas insisti um pouco. Falei que, se ele fosse hoje, além de pagar o lanche dele, eu dividiria a janta lá de casa com ele. Não sei se realmente foi isso que convenceu, mas ele acabou indo. Pensando nisso agora, eu não deveria ter insistido.
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A caminhada até a lanchonete foi bastante silenciosa, até o momento em que o boca aberta do Daniel decidiu “quebrar o gelo”, de um jeito que só o Daniel sabe: deixando todo mundo meio constrangido.
- Levy, cê tá com mó cara de triste, o que tá pegando? - Quando Daniel disse isso, eu parei pra pensar e percebi que, provavelmente, o Levy só nunca contou pra ninguém além de mim sobre a família dele.
- Outra hora, Daniel - ele respondeu.
- Não, pô, que é isso, você sabe que pode se abrir com a gente!
- Amigo, mas se a pessoa também não quer falar nada, você precisa respeitar, né? - Gabi disse isso pegando ele pelo braço.
- Deixa quieto, Gabi. Depois eu falo - Levy acendeu um cigarro, aproveitando que ainda estávamos na metade do caminho até a lanchonete, onde é proibido fumar.
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Quando chegamos lá, o clima estava meio morno. Não estávamos com muito assunto além do festival que ia acontecer dentro de uma semana, já que isso deixava o Daniel super ansioso. Isso também não parecia ser um assunto que agradava o Levy. Em dado ponto, ele só levantou falando que ia lá fora fumar outro cigarro. Estava nevando já naquela hora do fim da tarde.
- Pô, galera, aproveitando que o Levy saiu. Quê que tá pegando aí? Por que que ele tá tão pra baixo? - perguntou, de novo, o Daniel.
- Meu Deus, Daniel, você é sempre insensível! - disse Gabi, bem irritada.
Eu sabia que em algum momento eles precisavam saber sobre o Levy. Todos os anos, acabávamos topando com esses eventos, e a reação do Levy era sempre melancólica e silenciosa. Todos ali, com exceção da Ryuko, já se conheciam há anos. Eu, erroneamente, achei que isso seria suficiente para me dar passe livre para contar, finalmente, sobre a mãe do Levy.
- Não, Gabi, tá tudo bem. Acho que ele nunca contou pra vocês mesmo - respondi.
- Na verdade, eu também me sinto um pouco preocupada, Paul. Ele é mais próximo de você do que de todos nós. Você deve saber do que se trata - disse a Ryuko.
- Bem… Então. É que, assim como eu, o Levy também não tem mãe.
Senti minha garganta queimar enquanto dizia isso para todos.
- A mãe dele morreu?! - perguntaram Daniel e Gabi ao mesmo tempo, assustadíssimos.
- Gente, pelo amor de Deus, fala baixo… Ele foi fumar um cigarro ali do lado, não em Nova York, né. Ele não gosta de falar isso pra ninguém. Mas, não, a mãe dele não morreu. Os pais dele são divorciados, e a mãe dele saiu de casa há muito tempo, quando a gente ainda tinha seis anos.
- Mas isso não é normal? Meu pai também já não mora mais comigo há anos, ele foi morar em outra cidade - ponderou Gabi.
- Não é a mesma coisa. É que, desde essa época, a gente não tem mais notícia da mãe dele.
Todo mundo fez um silêncio sepulcral por longos segundos. Ryuko estava tomando um milkshake e até isso ela parou de tomar, para não fazer nenhum barulho. Parecia um pacto secreto entre todos.
Eu sentia que, a qualquer momento, eu iria começar a chorar de tanto nervoso por ter contado para todos sobre a Alessandra. Mesmo tentando me convencer que eu precisava ter feito isso. Que já não dava mais pra adiar esse momento.
- Eu nem sabia que existiam mães assim - disse Ryuko, rompendo o silêncio.
- Ah, menina… A gente ainda vai ver de tudo nessa vida - comentou Gabi.
Enquanto Gabi dizia isso, Daniel foi se levantando da cadeira e andou em direção à porta da lanchonete. “Não, Daniel, fica quieto!”, ela pediu, sem sucesso. Ele saiu pela porta da lanchonete e foi andando em direção ao Levy. Ficou por um tempo apenas observando ele na neve.
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- Quê que foi, Daniel. Eu já vou voltar, nem tá tão frio assim. Não preciso do cachecol - disse Levy, compenetrado no cigarro.
- Não é nada disso - cortou Daniel. Mais um pouco de silêncio se passou.
- Então o que você quer? Quer cigarro também? Vai começar a fumar agora só pra me acompanhar aqui fora? Hehe - perguntou Levy, rindo.
- Cara, eu sinto muito pela sua mãe. Muito mesmo - respondeu Daniel. Levy ficou o olhando, abismado, já sem sorrir. Em seguida, ele virou as costas para Daniel.
- Eu não quero falar sobre isso. Já faz muito tempo, eu sei. Mas eu não quero falar - Levy terminou o cigarro e jogou na neve.
- Eu entendo. Desculpa não ter percebido isso todos esses anos. A gente também nunca foi na sua casa, eu não sei se ia perceber. Sou meio desligado mesmo.
- Você não é desligado, Daniel.
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Os dois ficaram mais um tempo em silêncio, olhando para o céu, até voltarem para dentro da lanchonete. Retornando à mesa, Levy rapidamente iniciou outro assunto entre a galera, sorrindo, como se nada tivesse realmente acontecido. Percebi que ele só devia estar querendo se livrar logo de qualquer mínima menção à sua mãe.
Daniel nos deixou na estação, e pegamos todos juntos o trem para casa. Já eram 7 horas da noite. Eu e Levy descemos só na estação final, então boa parte da viagem seria ainda com as meninas. Continuamos conversando, até que animados, com Gabi e Ryuko, até cada uma chegar na própria estação. Gabi desceu primeiro, na estação do mercado municipal de San Myshuno, Ryuko desceu em Wakaba. Levy fez absoluto silêncio até finalmente descermos em Conifer.
Quando descemos na estação, foi que ele finalmente desembestou a falar. Ele chutou uma latinha que estava no chão, e se colocou na minha frente, partindo pra cima de mim e me derrubando no chão.
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- Eu tenho que dizer quantas vezes que eu não quero falar sobre a minha mãe?! Por quê que toda vez você me humilha assim na frente de todo mundo?!
- Levy…
- Sabia que às vezes é insuportável perceber o quanto você conhece sobre mim?! Eu preferia que você não conhecesse NADA. Essas pessoas podiam ser minhas amigas de forma genuína, mas agora elas vão ficar com pena de mim. Pena! Você entende isso?! Você já parou pra tentar entender isso algum dia da sua vida?!
- Me desculpa, Levy…
- NÃO! Eu não vou desculpar nada! Não é possível que era tão difícil assim você só dizer que não sabia porque eu estava triste! Não ia doer! Eu não vou acreditar nisso! - Levy batia os pés no chão dizendo isso.
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- Ninguém ficou com pena de você. É justamente por serem seus amigos que eles se importam e querem poder te conhecer melhor, pra te entenderem melhor… - Tentei me justificar.
- E aí agora eles vão saber justamente daquilo que me deixa mais vulnerável! Sinceramente, eu não sei porque eu preciso passar por isso! Você deve sentir prazer em me ver assim!
Levy se abaixou no chão e começou a chorar.
- Toda vez você faz isso - disse à ele, olhando no horizonte.
- O quê?!
- Toda vez que alguém mostra um sinal mínimo de que se importa com você e quer te conhecer melhor, você surta. E agora, vai ficar falando que é culpa minha. Você realmente prefere que ninguém te conheça nunca? Você quer viver assim?
Levy se encolheu no chão mais ainda.
- Insuportável é eu ter que viver do lado de alguém assim. Se você vai ficar aí, problema seu. Eu vou pra casa - Peguei a mochila do Levy do chão, que estava alguns metros a frente, e fui levando em direção ao nosso prédio. Levy continuou chorando no chão.
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Chegando em casa, Carl já estava fazendo barulho com a televisão. Ele sempre parece fazer mais barulho ainda quando eu não me sinto bem. Consegui diminuir um pouco o volume da televisão porque pedi a ele para ir entregar a mochila do Levy. Enquanto ele se vestia para ir até a casa deles, aproveitei para abaixar o volume.
Depois de tomar banho, sentei com meu pai para jantar. De novo, um silêncio ensurdecedor que só foi quebrado quando ouvimos a porta da casa do Levy batendo forte.
- Você discutiu com ele? - meu pai perguntou. Eu apenas continuei focado na minha comida.
- Vocês dois parecem ter um longo passado pela frente pra resolver às vezes - ele disse, depois novamente voltando a fazer silêncio.
Enquanto lavava a louça, lembrei que havia prometido fazer marmita para o Levy levar pro almoço do colégio. Preparei a marmita, e quando fui deixar na casa dele, foi o pai dele que pegou. Estava visivelmente alterado depois de tanto beber.
No dia seguinte, o Levy não foi para o colégio.
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boncottontail · 8 months
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I am now Brazilian! Obrigado 🫶
(Totally not crying cos of this cute comment)
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ren-nolasco · 1 year
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Relationships: Ram/Bheem endgame | Ram/Seetha
Words: 21697  
Summary:
“How long are you staying?” Bheem asked, hopeful. Ram grimaced. “Not long. A week, at most.” “I understand. You are needed elsewhere,” Bheem breathed out sympathetically. He forced out smile. “The work has just begun.” “We will have plenty of time to plot and plan later. Not tonight. Tonight…” Ram heavily dropped his cup down, crossed his legs, and leaned forward. Tonight, he just wanted to be light. “I've been told you are catching horses now? Did that happen before or after you pierced your nose?” Bheem bit his lip before smiling a real smile, eyes sparkling with joy. Ram felt so light he could float away. In the events following Governor Scott Buxton's death, there's a revolution to be built, wounds to heal, and feelings to explore.
- Ok I couldn't find a slowburn oneshot in this fandom that also addressed Seetha so I went ahead and wrote it. I've noticed more people around here for my fanarts since the Oscars, so, here y'all, take this one too.
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f0point5 · 6 months
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The way you move is like a full on rainstorm
Part 79 of the Max Verstappen x bestfriend!reader social media au
A/N: What. A. Quali. So many thoughts. So many wild moments. Brazil delivers. Anyway, hope you enjoy this part! <3
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amydivalerie · 4 months
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Pais e Filhos
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Capítulo 1: Nada é fácil de entender
Pairing: qsmp!Cellbit/qsmp!Roier Word count: 3721 Summary: No ponto mais remoto do Oceano Pacífico há um arquipélago pertencente à sua própria nação chamada Ponto Nemo. Um lugar singular com união de culturas diversas, mas ainda longe do resto do mundo, perfeito para pessoas que precisam de um novo começo, como qCellbit, mas ele não esperava que seu novo começo resultaria em um marido e dois filhos que ama mais do que qualquer coisa… Pelo menos, até uma viagem de trabalho eram apenas dois filhos. Warnings: None Fandom & Personagens: QSMP | Quackity SMP; qsmp!Cellbit; qsmp!Roier; qsmp!Cellbit; Bobby (QSMP); Richarlyson (QSMP); Pepito (QSMP) Agradecimentos especiais para: Kel, para sempre minha beta revisora! Daune, minha guapita que ajudou na revisão dos das partes em espanhol e ouviu minhas divagações sobre essa história; Thata, que não só ouviu minhas divagações, mas me ajudou nas indecisões e fez com que fosse possível essa história existir tão cedo; e @jinanxia no twitter, que criou a prompt e headcanons que inspiraram essa história. Disclaimer: - História baseada no prompt de @jinanxia no twitter: “Em um universo alternativo eu imagino guapoduo com os filhos nas seguintes idades: Bobby com 8 anos, Richas com 6 e Pepito com 3” - Obviamente os personagens em que foram baseados não me pertencem. - A história se trata dos cubitos, personagens de minecraft, não nos criadores.  - O “q” não será usado por questões de estética. EDIÇÃO 10/01: Retcon para remoção de personagem, e menção de outros adicionada.
O trabalho de Cellbit costuma ser tranquilo ao ponto dele poder trabalhar de casa na maior parte do tempo, a polícia de Quesadilla faz um bom trabalho reunindo informações e pistas para que ele encontre as soluções dos casos que precisam da sua assistência. Porém, às vezes, as investigações o levam para outras cidades ou ilhas de Ponto Nemo para analisar cenas ou pistas que não podem ser movidas. Apesar de gostar do senso de aventura, estar longe de seu marido e filhos não é algo que ele aprecia; como acontecera em seu último caso, no qual precisou ficar duas semanas inteiras fora de casa em uma ilha afastada do centro de Ponto Nemo com quase nenhum sinal de comunicação. Era frustrante não ter um meio de matar as saudades de sua família, pelo menos isso deu mais um gás para ele resolver o caso rápido e finalmente voltar para casa.
— Pai! — Richarlyson, o caçula da família, foi quem o recebeu assim que abriu a porta de casa, se jogando para um abraço. — Demorou pra caralho! ‘Cê não vai acreditar no que aconteceu com o pa Roier! —
Cellbit abraçou apertado o filho de seis anos, aproveitando para mexer na touquinha de vaca que o menino adora e bagunçar os cachos que cobriam seus olhos. Era uma surpresa Richas estar em casa, não que ele fosse reclamar, adorava a presença do filho, mas, antes mesmo de viajar, tinha combinado com Pac que Richas ficaria com ele nesse fim de semana.
— Ei, Cabeçudo! Que demorei?! Foi um dos casos mais rápidos que já fiz, Richarlyson. — Apesar da ansiedade subindo por sua garganta, o humor de Richas o confortou de que não era algo ruim. O menino tentava conter o sorriso para manter uma carranca irritada. — Como assim? O que aconteceu com seu pai? — 
— Vem ver essa palhaçada. — Richarlyson respondeu puxando o pai pela mão, o homem estava confuso demais para contestar então só colocou a mala de viagem do lado da escada e se deixou ser levado.
Cellbit percebeu que estavam indo para a cozinha (o que era perfeito depois de uma viagem de cinco horas, ele realmente precisava comer algo) e quanto mais se aproximavam, mais forte o cheiro de macarrão com frango ficava. Não duvidava que até Richas conseguia ouvir seu estômago roncando. Ao entrar na cozinha, porém, toda a fome do investigador foi esquecida com a cena em sua frente: sentado na mesa de jantar estava seu amado esposo e, ao lado dele, em uma cadeira especial, estava uma criança desconhecida. Os óculos infantis vermelhos, de silicone, fazia com que seus olhos verdes parecessem ainda maiores, a haste em volta de sua cabeça deixava os óculos bem presos  e a cor combinava com sua blusa listrada branca e vermelha, o pequeno não deveria ter mais de 3 anos.
— Guapito…? — Perguntou hesitante, ainda parado na porta. Richas soltou sua mão e foi para o lado do menino, começando a cutucar ele, causando um ataque de risos no garoto mais novo.
— Ah mira quien es, Pepito, mi pinche esposo que no tiene casa... — Roier cruzou os braços fingindo irritação. — Bueno, ¿te vas a quedar ahí? — 
Apesar de ainda estar confuso quanto à criança, não conteve o sorriso com a provocação, preferindo ceder as carências do marido, não que Cellbit algum dia fosse negar dar atenção a Roier, ainda mais depois de semanas longe, a verdade é que, dos dois, Cellbit provavelmente era quem mais sentia falta da companhia. Ele esteve sozinho a vida inteira, passando por experiências traumatizantes o suficiente para ignorar a solidão, em alguns momentos não tendo nada para pensar além disso. Desse modo,  depois de se aproximar de Roier e conhecer o que era parceria, companheirismo e carinho, não pôde evitar se viciar no sentimento de ter alguém do seu lado.
— Desculpa, Guapito, eu não achei que o sinal naquela ilha ia ser tão ruim…— Foi em sua direção e depositou um beijo no topo da cabeça do marido, que corou feliz com a atenção.  —  Quem é esse garotão aqui? —
Perguntou olhando para o menino desconhecido, a risada do pequeno ecoava pela cozinha. Agora Richas brincava de tentar roubar a comida dele, e conhecendo o filho,  Cellbit imaginava que logo ele iria realmente pegar e comer algo do prato do menor.
— Pelo jeito a Federação está em necessidade de voluntários para o programa de guardiões, convocaram eu, Mariana e o Quackity para cuidar desse chamaco… E outros dois de primeira viagem também. — Roier explicou enquanto chamava a atenção da criança de volta para o almoço. — Richas! Deja su pollo, hay más en la sartén para ustedes. —
— Pai, coloca pra mim?! — 
Richarlyson pediu olhando manhoso para Cellbit, o que não era comum para seu filho de seis anos, pois sempre foi uma criança independente, que gostava de se provar pros pais desde que eram apenas guardiões, e ele só tinha quatro anos na época! Apesar de não ter permissão de mexer nas panelas, ele nunca fazia manha para pedir coisas, até mesmo comida.
— Pera, então… Você tá como guardião de novo? Isso nem é necessidade, é desespero. Pensei que não podia ser guardião de duas crianças. — Cellbit falava enquanto servia o prato de Richas, a criança se apressou para sentar na cadeira de frente para o novo menino.
Uma curiosidade sobre o país Ponto Nemo é o programa de guarda de crianças órfãs: orfanatos não são comuns no arquipélago que forma a nação, ao invés disso, o governo faz uma extensa pesquisa dos cidadãos que se voluntariam para o banco de dados do programa, e com testes de compatibilidade seleciona as melhores opções para serem guardiões de uma das crianças carentes. Geralmente, uma criança recebe mais de dois guardiões que, muito provavelmente, mal se conhecem. Pode parecer uma receita para o desastre, mas os responsáveis pela compatibilidade fazem um trabalho incrível o suficiente para que mesmo duas pessoas completamente opostas, que mal falam a mesma língua, consigam cuidar de uma criança com o carinho que ela dificilmente receberia em uma casa onde teria que dividir tudo com outras cem crianças. Foi assim que Cellbit e Roier conheceram seus, agora legalmente, filhos: Bobby e Richarlyson.
— Eles colocam seu nome de volta se você adotar também, mas vai pro final da lista, por isso nem me preocupei quando adotei o Bobby- ¡No mames, Pepiux! ¡El Richarlyson ya va a comer, no tiene necesidad de darle tu comida! — 
Roier interrompeu sua explicação ao ver a criança tentando jogar pedaços de frango para Richas no outro lado da mesa, o menino brasileiro se jogava em cima da mesa para pegar a carne de bom grado.
— Pepiux? — Cellbit perguntou, sinalizando para Richas sentar direito enquanto colocava o prato na frente do menino, “Pepiux” parecia envergonhado pela bronca de Roier.
— É só um apelido. O nome dele é José, mas quando um José é criança chamamos ele de Pepito. Então ele é o Pepito, Pepiux, Pepitinho… —
— Pepito! — O menino concordou levantando os braços, ele gostava do próprio nome, e o sorriso no rosto de Roier dizia que ele já sente certo carinho pelo garoto.
— Hola, Pepito, yo soy Cellbit, soy el esposo de tu papá… — Sorriu gentil para o menino depois de se abaixar e ficar mais ou menos na altura do pequeno. 
Pepito sorriu de volta o cumprimentando com um “Hola, pa Cellbit!” animado, o que rendeu um levantar de sobrancelha questionador na direção de Roier; o mexicano ignorou, mais uma vez chamando a atenção do garoto para seu prato, Pepito foi rapido em imitar Richas ao ver ele comer apressado.
— E quando isso tudo aconteceu?? — Cellbit se levantou, a atenção voltando totalmente para seu marido, contente em ter conseguido dar atenção para a nova criança. 
— Uns cinco dias depois de você ter viajado, creio… Dois dias depois já estava com a gente. — 
Roier também se levantou para colocar o prato do menino na pia, enquanto Pepito encarava Cellbit com olhos incrivelmente grandes atrás dos óculos redondos, o brasileiro chegou a considerar estar sendo analisado pelo pequeno, mas sentia que não tinha muitos pensamentos passando por aquela cabecinha. Logo viu bracinhos sendo levantados em sua direção e instintivamente o tirou da cadeirinha, porém, ao tentar colocar a criança no chão sentiu ela se agarrar em seu corpo.
— Você não queria descer?? — Perguntou olhando para Pepito confuso, e como resposta recebeu um aperto ainda maior em volta de seu pescoço e a risada do marido ecoando pelo cômodo. Olhou para o Roier buscando auxílio. — Guapito…? —
— Te valió verga, Cellbo, esse é o niño mais carente que já vi, não vai te soltar tão cedo. —
A mente do investigador estava cada vez mais confusa com toda a situação: como o menino que acabou de conhecê-lo já estava tão disposto a se apegar? O quão forte pode ser a carência de uma criança ao ponto de ignorar sua autopreservação? De chamá-lo de “pa”? Apesar de que, pela reação do marido mais cedo, imaginava que tinha dedo de Roier quanto o menino já o chamar de pai.
No programa de guardiões, oficialmente chamado “It Takes a Village”, é recomendado não criar um relacionamento de pais e filhos com as crianças, já que se trata de uma guarda temporária e elas podem ser adotadas por pessoas de qualquer lugar de Ponto Nemo e assim perder contato com seus guardiões. Porém, isso é muito mais fácil dito do que feito, algumas pessoas conseguem manter uma relação apenas de tios-sobrinhos, mas é comum encontrar crianças chamando seus guardiões de pais e serem respondidos como filhos. Roier é uma dessas pessoas que não se importam de tratar seus protegidos como filhos, por sorte Cellbit também não.
— Roier, eu também quero comer… — Pediu para o marido na esperança que ele pegasse Pepito de seu colo, mas o mexicano achou a situação engraçada o suficente para preferir servir o prato de Cellbit. — Ele já aprendeu a ser assim com o Quackity, foi? —
Se dando por vencido, Cellbit sentou do lado de Richas com Pepito em sua perna, mas percebeu que o filho não ficou muito feliz em ver outro menino no colo do pai. Richarlyson sempre mostrou ciúmes dos pais com outras crianças. A única exceção foi com Bobby, mas isso porque os meninos tiveram uma conexão de irmãos logo que se conheceram. Sabia que teria que conversar com o filho sobre como Pepito e nem ninguém o substituiria, mas pelo momento preferiu mexer na touca dele de novo, até porque acabou de chegar em casa, não é como se não fossem ter tempo.
— Na realidade, Pepito até agora só ficou comigo. —
— O que? Como assim?? Por que? — 
Roier colocou o prato na frente do marido, vendo Pepito tentar mexer com o cabelo de Richas, não alcançando a toca como o adulto havia feito, o garoto brasileiro afastava a mão do menor com irritação, então Cellbit achou melhor posicionar Pepito em sua outra perna distanciando os dois. Pepito aceitou que não era hora de brincar e simplesmente encostou todo seu corpo contra o de Cellbit. O homem ainda não sabia se o menino estava prestando atenção na conversa ou completamente se desligando da realidade. 
— Mariana, Quackity e Rivers estão em viagem, Dios lo sabe quando voltam; e Carre tá com a casa em reforma, Pepito é um pouco sensível a algumas coisas, com o pó que tá naquela casa, ele ia acabar morrendo em duas horas. — Se encostou na pia, tendo uma visão perfeita dos três. — Então vai ser a gente e o Pepito por um tempo. — 
— Roier… — Cellbit alternou olhares entre Pepito, Richas e Roier. — Você tá me dizendo que basicamente a gente tem um terceiro filho? — 
—... Talvez, um pouco… Por enquanto, não sei… — 
— Quer dizer, não que seja problema, só é um pouco repentino, mas não acho que tem problema a gente ter mais uma boca pra sustentar… —
Até porque a Federação não larga as crianças nas mãos dos cidadãos e parte pra próxima, todos os guardiões recebem uma pensão mensal para garantir as necessidades básicas da criança e um bônus como token de gratidão. Não paga o esforço que é cuidar e educar uma criança, é claro, o trabalho é muito mais que apenas alimentar bocas, mas é um bom incentivo para os voluntários.
— Pac não conseguiu te buscar, Richas? — 
Decidiu dar mais atenção para o filho, aproveitando que tinha a curiosidade do porquê dele estar em casa. Os outros ex-guardiões de Richarlyson não passam mais tanto tempo com o menino depois dele ter sido adotado por Cellbit e Roier, e por isso raramente cancelavam quando marcavam de passar um tempo com ele. O menino fez uma careta remexendo no macarrão, claramente não feliz com o que sejá lá que tenha acontecido. 
Olhando para o passado era engraçado pensar no quanto Richas se aproximou dos quatro guardiões que tinha: logo no primeiro dia de guarda, os quatro se reuniram na casa que Pac e Mike dividiam para cuidar do pequeno, e o dia terminou com o quarteto cantando totalmente fora de tom, tempo e ritmo, e esperando que Richarlyson dormisse. Foi uma festa para o garotinho que mal tinha quatro anos, ele não demorou uma semana para começar a chamar eles de pais, o que derreteu por completo o coração dos brasileiros.
 Com um ano de guarda, Cellbit não podia imaginar viver sem o garotinho correndo por seu escritório querendo ajudar em seus enigmas e o chamando de pai. Então fez um acordo com os outros três, no qual eles ganhavam guarda compartilhada permanente, e Richas tinha o nome de Cellbit em sua certidão, eram legalmente pai e filho.
— Ramon pegou catapora. —
O garoto explicou irritado, ou pelo menos tentou explicar, já que a frase não fez sentido algum para o adulto. Conhecia Ramon, é claro, é um amigo dos seus filhos que também fazia parte do programa de guarda. Mas um de seus guardiões simplesmente desistiu do posto e deixou a responsabilidade para Fit, um veterano de guerra como Cellbit, e que, como Cellbit, encontrou conforto no seu protegido. Sabia que tinha algo entre Pac e Fit, mas não via como isso afetava o acordo que fez com Pac. 
— Tá… E o Pac pegou catapora dele? Que que tem a ver, Richarlyson? — Perguntou confuso, esperando que o filho desse mais do que uma resposta curta.
— O tio Fit foi pra Austrália e deixou o Ramon com o pai Pac, mas o cabeça de carne podre pegou catapora e o pai Pac não queria que eu pegasse também, então falou pra eu não ir. —
Cellbit percebeu então: Richas não tinha só Pepito pra dividir a atenção dos pais, também tinha Ramon entrando na vida de Pac. E é claro que Cellbit entendia o amigo, não podia mandar Ramon pra outra pessoa só pra ficar com Richas, ainda mais quando Fit confiou em Pac para cuidar do menino. Ainda assim, é difícil para uma criança entender e se acostumar com esse tipo de mudanças.
— Pac se fudeu então, enquanto ele fica de enfermeiro do Ramon, eu posso aproveitar o fim de semana com meu filho. — Sorriu e fez cócegas em Richas com o braço livre, o menino riu tentando se afastar.
A conversa mudou enquanto Cellbit comia, Richas e Roier contaram como foram as últimas semanas, Cellbit explicou sobre o caso que foi investigar e as descobertas que teve, e que ainda precisava fazer um relatório mais organizado de tudo. Continuaram conversando mesmo quando já não tinha mais comida em seu prato, Richas decidiu ir jogar em seu quarto, e Cellbit só percebeu que Pepito dormiu em seu colo quando olhou para baixo e viu o garoto babando em sua camiseta. Seu sorriso se desfez ao acariciar a cabeça de Pepito e sentir o quão quente ele estava.
— Parece que ele tá com febre… Guapito?! —
— Deve estar passando o efeito do remédio — Roier foi até os dois e também checou a temperatura de Pepito com a mão. —  Ele tá resfriado desde anteontem, hoje parece estar melhor até. —
— Quer acordar ele pra dar mais? — Questionou preocupado. Curiosamente foram poucas as vezes em que Richas esteve doente enquanto estava sob seus cuidados, Felps sempre tomava a frente quando acontecia, então não era algo com que estava acostumado.
— Não, se ele acordar reclamando de dor sim, mas a febre não está tão alta pra se preocupar agora. Se quiser pode colocar ele na cama. — 
Roier, por outro lado, cuidava de Bobby a mais de quatro anos e durante os três primeiros esteve com o menino quase todos os dias, já que ele e Jaiden, a outra guardiã, se tornaram colegas de quarto para cuidar de Bobby. Pode-se dizer que dos dois maridos, Roier era o que tinha mais experiência em cuidar de crianças.
— Onde ele tá dormindo? — 
A menção de cama fez com que a ficha caísse, fazia pouco menos de duas semanas que Pepito estava com Roier e a casa não tinha mais de três quartos além de seu escritório. Quando se casaram, escolheram uma com espaço o suficiente para eles e os dois filhos, não sentiram necessidade de um quarto de visitas já que todos os seus amigos moravam perto, e Cellbit não queria nem um pouco que o avô do marido tivesse uma desculpa para ficar na casa dos dois, seja para uma estadia longa ou curta.
— Por enquanto, no nosso quarto… —
Fazia sentido por ser uma criança pequena (e agora doente), mas não era muito seguro já que o quarto ficava no segundo andar, e até onde se lembrava, não tinham nenhum tipo de segurança para bebês instalado.
— Já tem uma ideia? —
— No, deixei pra quando voltasse, assim quem vai levar a culpa vai ser você. — 
Roier deu uma risada maléfica que fez Cellbit sorrir, não era incomum o mexicano brincar sobre deixar decisões difíceis pro marido, mas a verdade é que sempre chegavam em soluções com uma boa conversa. Essa seria uma complicada, mesmo que Bobby e Richas tivessem uma boa relação de irmãos, eles ainda foram criados por um bom tempo como filhos únicos, por isso Cellbit e Roier fizeram questão de dar um quarto para cada um, com espaço para colocar as coisas que ganhavam de seus outros pais também. Colocar Pepito com um dos dois ou juntar os irmãos não seria fácil.
— Claro, claro… — Ele olhou novamente para Pepito em seus braços. — Acho que o quarto do Bobby é grande o bastante pra ele e Richas, a gente pode deixar o do Richas pro Pepito… Também sempre tem a opção de perguntar o que eles preferem. — 
— Não penso que eles vão entrar em consenso, mas podemos conversar, sim, como família. — 
— Tentamos isso, e se complicarem demais a gente faz o que achar melhor, e é isso. — 
— Bueno, suena bien. Jaiden deve trazer Bobby antes do jantar, vamos ter tempo pra conversar hoje. — 
— Uhum, bom, aproveitando então, tenho um relatório pra terminar… — 
Cellbit levantou pronto para passar Pepito para Roier, mas sentiu pequenos braços se prenderem ao seu pescoço junto de um murmúrio de desaprovação.
— Ah bueno, pinche niño ingrato hijo de tu puta madre, yo te cuidé dos semanas y ahora prefieres el pinche pendejo? — Roier vociferou ofendido, abaixando os braços que estavam prontos para receber o menino. — Bueno, quedate con el pinche Cellbit. Vete a la verga, pídele a él tu pinche medicina. — 
A risada de Cellbit ficou mais alta quando Roier começou a tirar a mesa e organizar a louça para lavar. Pepito continuava dormindo profundamente em seu colo.
— Eu vou cuidar dessa casa, porque ninguém me ajuda mesmo, se eu não fizer ninguém vai fazer. Fica vocês dois aí sem fazer nada, eu sempre faço tudo por aqui mesmo… Hijos de puta… — 
As reclamações continuaram enquanto Cellbit saia da cozinha, subia as escadas e, até mesmo depois de entrar em seu quarto, podia ouvir Roier murmurando.
— Esse é seu papa, Pepito, é o melhor que vai encontrar, mas às vezes é dramático assim. — 
Disse baixo apesar de não achar que o menino fosse acordar. Olhou em volta, mas não encontrou a segunda cama que esperava, em vez disso seu lado da cama de casal estava com uma barreira de travesseiros e almofadas. Não podia acreditar que todo esse tempo Roier deixou Pepito dormir na cama dos dois, o mexicano realmente aproveitou que o marido não estava em casa para fazer as coisas como sabia que Cellbit não aprovava. Uma das coisas que aprendeu com guias de paternidade que leu quando recebeu a guarda de Richas era que crianças não devem dormir na cama dos pais ou com eles para que não se acostumassem, nem tirasse a intimidade dos responsáveis, era ainda menos recomendado para crianças na idade de Pepito. 
Respirou fundo achando melhor não discutir sobre isso agora e ir terminar o bendito relatório, não é como se pudesse voltar no tempo e comprar uma cama para a Pepito. Deixou o velho computador ligando em seu escritório e voltou para o quarto para colocar Pepito na cama, mas novamente o menino se recusou a soltá-lo, e quando ele ameaçou chorar, Cellbit decidiu que hoje seria um berço móvel levando ele de volta para o escritório.
(...)
Poucas horas depois, Roier subiu com um chamado de Bobby. O menino tinha ido cumprimentar Cellbit depois do tempo sem vê-lo (inclusive, estava curioso sobre o caso que ele foi investigar), além de ter que chamar ele e Pepito para jantar. Roier encontrou o menino parado na entrada para o escritório com os braços cruzados.
— Ese gordo ya está marcando su territorio, eh? — Bobby caçoou, Roier não precisava ver o sorriso em seu rosto para saber que não tinha peso na frase do menino, o filho gostava de implicar com os outros, e é como mostra afeição, pelo menos era o que Roier esperava.
Dentro do escritório, a tela do computador de Cellbit estava apagada no modo hibernar, o marido estava dormindo assim como Pepito, que parecia confortável em seu peito, o braço esquerdo de Cellbit estava por cima das costas do menino para impedir que ele caísse, os óculos vermelhos de Pepito pendurado em sua mão. Roier sabia que o marido nunca iria se opor a cuidar de mais uma criança, o brasileiro adorava crianças mesmo pensando não ter muito tato com elas, e encontrar ele em um momento tão doméstico com o menino que conheceu no mesmo dia era só a confirmação.
— No este celoso, Bolby. — 
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formulalfc · 6 months
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an-hey love hope you like this xoxo
Walls Around My Heart
Part 2
Charles Leclerc x reader
tw-Charles being kinda an asshole
You were out in Mexico with Charles and some others from the Ferrari team celebrating his podium, huddled into a booth in the VIP section of some club that Checo had recommended, bottles of expensive alcohol littered across the table.
You weren’t really interested in going out much now that you were in your 20s as you had spent much of your teen years getting hammered at the weekends and waking up in states you were embarrassed to admit to, but Charles had had a rough season with Ferrari and you felt bad about the fan reactions to his win and so you had agreed to go out with him.
You hadn’t really spent that much time with the team yet and were still very uneasy around so many faces you didn’t know well but Charles was having the time of his life, laughing obnoxiously loud at something one his analysts said while knocking back shot after shot.
You scooted closer to him in the booth, trying to get closer to him to make yourself feel a bit more comfortable around this amount of unknown people.
Charles had felt you moving close to him and placed his arm around your waist and leaned down to ask you, “what’s wrong love.”
You took a breath before responding, “I’m okay I just don’t feel like I fit in here, nobody wants to talk to me, and I feel uncomfortable.”
He pulled back, a frown on his face as he spoke, “my team have been more than welcoming to you this weekend and all you’ve done is sit here in the corner and not even try to speak to them. They’re not the problem, you are. You couldn’t just take a step out of your comfort zone for me, you might as well not be here.”
You flinched back at his tone, he has never spoke to you like that.
You looked down at your lap as you tried to stutter out an apology before shuffling out of the booth.
You rushed past the crowds of people in the club trying to find the neon toilet sign you had spotted earlier before you completely broke down.
Once you had found it you pushed through the door and ran into a stall, flipping the seat down and covering your mouth as you collapsed on the lid, your sobs racking through your body.
You had always been a very shy person, years of being spoken down to and shouted at as a kid had made you build walls so high around your heart that you had kept your circle of friends small and weren’t keen on letting new people in.
It had taken a lot for you to let Charles in and now you were remembering why you had protected yourself.
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