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#poesia existencial
ocaboco-blog · 2 months
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untitledpablo · 19 days
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Libro/Book: El individuo y su ceniza
Mi poemario debut ‘El Individuo y su ceniza’ publicado por Valparaíso Ediciones ya está en librerías en España y a la venta en línea. https://valparaisoediciones.es/tienda/poesia/832-401-el-individuo-y-su-ceniza.htmlLuego de dos décadas y un poco más de escribir poesía, este proceso culmina (y al mismo tiempo inicia otra nueva fase) con este libro. El trabajo de publicar un libro requiere una…
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sofiaescreveasvezes · 2 years
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Quimera
Ela ali se retorcia, se prendendo a um cadáver pútrido
Ela ali ria sozinha, no sangue das mãos de quem o matou
Ela ali sussurrava, no canto do quarto de um casal que nunca se beijou
Ela ali já se foi, junto de um velho mentiroso que nunca a deixou
Ela ali estava, grandiosa e inevitável, na mente de cada humano que já rondou 
Ela ali reinava, abaixo da terra onde, desde o início da moral, habitou
Ela ali se deliciava, de cada gotejo de sangue, de cada confissão sussurrada
E ela roeu em cada osso, em cada porcelana 
Quimera era e será, até os nossos fins
Quimera
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Kaio Bruno Dias
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cosmologiainterna · 2 years
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Sou sensível à dor. Sempre procurei curar todos aqueles que cruzavam meu caminho e sempre fiz questão de que soubessem que eu estaria lá para ampará-los. Carreguei fardos que não eram meus, coloquei dentro de mim dores que não estavam planejadas para mim.
Contudo, não conseguia e não consigo lidar com a minha própria dor. Me sinto sozinho na maior parte das vezes, como se nenhum ser humano fosse capaz de entender o que acontece dentro do meu corpo. Para ser honesto, nem mesmo eu sei o que acontece comigo. Tento me anestesiar das coisas, mas não consigo. A intensidade rompe meu peito e me deixa frente a frente com meus pesadelos.
Diversas vezes me vi sentado e escrevendo sobre tudo o que sinto. A escrita sempre foi minha escudeira, mas veja bem, não consigo entender nada dos sentimentos que estão no papel. Eles apenas fluem como rios, me encharcam e me fazem refletir que finalmente os coloquei para fora. Mas entendê-los? Nunca consegui. Acho que nunca conseguirei.
Minhas dores foram se acumulando e, ao mesmo tempo em que me entregava aos outros, me perdia dentro de mim. Todas as vezes em que me deparava com a crueldade humana, me sentia violado. Nunca consegui entender o porquê de tantas coisas ruins acontecerem e o fato de não poder fazer nada perante isso me assombra.
Quanto mais dor, mais peso. Quanto mais sofrimento, maior era minha vontade de me esconder do mundo.
Não acho, de forma alguma, que alguém jamais irá entender por completo o que sinto. Sei que eu nunca compreenderei em totalidade a consciência de outro ser humano, então não vejo sentido em esperar que alguém consiga fazer o mesmo comigo. Contudo, se posso descrever na escrita aquilo que me representa, seria o caos. Eu já lutei muito contra ele, hoje apenas entendo que ele nunca vai deixar meu corpo.
Então, eu o abraço. Da mesma maneira que abraçamos um velho amigo, pois se sou incapaz de entender minhas dores, escrevo o caos através das linhas, bebo do vazio existencial para as minhas sílabas e guardo meus sentimentos por dentro da escrita.
— osac (cosmologiainterna)
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0vazio · 15 days
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Metamorfose
Vida de inseto
Rastejando na miséria
Engolindo a podridão
Sendo esmagado
Diminuido, pisado
Até ser dado como morto
Foi aí que nasci de novo
Metas, amor, morte
O ovo da esperança foi plantado
Uma larva em sua pupa
Sonhando em ser borboleta
Do meu cadáver parto
Para um futuro novo
Em vibrantes tons de sentimentos
Me sinto vivo novamente
Metas, amor, morte
Agora estou livre
Me desenvolvi um ser
Digno de ter propósito
Lhe procurarei no horizonte
Pois lá o amanhã perece
Metas, amor, morte.
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unforgettablechaos · 1 year
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Confusão
Eu não entendo, eu não escolhi nascer na verdade, a única opção que me deram era de viver, eu não escolhi meu nome, meu sobrenome, o dia do me aniversário não escolhi minha religião
Tudo já veio imposto a mim.
E agora eu sou obrigada a lidar e aceita essas imposições
Eu realmente não entendo
- Thalita Saad
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vacio-existencial · 1 year
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EL AMOR ES ETERNO
El amor es eterno: si yo volviera a encontrar una persona igual a la que me enamoré, cuando me enamore de vos, seguramente me vuelva enamorar.
Yo amo esa versión de vos y siempre la voy a amar, porque el amor es eterno y lo que siento por vos no morirá jamás.
Pero las personas no son eternas, las personas cambian. Quizás yo no sea el mismo, quizás vos ya no sos igual, quizás ya no somos lo que fuimos.
Pero el amor entre esas dos personas va a permanecer por la eternidad, porque era genuino, porque es real. El amor es eterno cuando es verdad.
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emumpensar · 11 months
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Súplica
A agudeza dessa sensação, que corrói a minha mente e abala meu coração. Nada é tão solitário, tão extremo em seu ardor, do que isso que me causa tamanha dor.
Minhas mãos tremem, meus olhos piscam repetidamente. Me sinto num umbral, onde as sombras que me invadem dominam minha mente.
O invisível domina cada centímetro de meu ser. Estou vazio de mim, tudo o que resta é o que não se vê.
Preciso me libertar do que me aprisiona, do que está escondido por entre as sombras.
Eu tenho medo, pavor mesmo, de que nada sobre. Do fundo de minha alma, eu grito, imploro: Pai do céu, tenha misericórdia desse seu filho que tanto sofre. Sofre sem saber pq sofre.
Acalenta esse coração ferido, doído, que não mais bate por amor, pq só existe temor.
Em minha súplica desesperançada, peço que enxugue essas lágrimas. Toque em meu coração, para que essa dor se desfaça então.
Busco a paz, o sossego de dias calmos. Busco o que um dia roubaram de mim... Eu só espero que não tenha chegado o meu fim.
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dicotomias · 6 months
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ensaio sobre minhas angústias e ansiedades;
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dia 12: desconectada
me sinto desconectada
como se tivesse sido ejetada da minha nave em direção ao espaço
com o cabo que me guiaria de volta partido em dois
exatamente como um cordão umbilical.
para todos os lados que olho
vejo conexões,
laços,
e é só isso que faço: assistir
pois nunca consigo constituí-los.
será que um dia serei a protagonista da minha própria vida?
ou nasci pra ser uma mera observadora?
me sinto desconectada
como uma peça feita por engano,
sobrando,
sem lugar a pertencer.
me sinto desconectada
como se fosse uma impostora dentro da minha própria pele,
como uma intrusa de mim mesma,
como se tivesse roubado o lugar de alguém,
alguém que aproveitaria essa vida melhor do que eu.
me sinto desconectada
ainda orbitando, pois não há mais nada a fazer.
me sinto desconectada,
esperando o momento em que finalmente o oxigênio irá se esgotar
desejando ter sido ejetada antes de adquirir a consciência que tanto me atormenta.
13/11/2023
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sopas1 · 6 months
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Prece que con la edad uno se reinventa. De un tiempo para acá tiendo a experimentar un nuevo tipo de tristeza, tenía mucho sin escribir y pensaba que era debido a la rapidez del ajetreado mundo en el que vivimos. Me encuentro trabajando de lunes a sábado para vivir el domingo. Fue hasta que me dedique un momento para pensar en mi vida, que caí en la cuenta de que deje de interesarme por mi mismo. Poco a poco deje de sentirme relevante, interesante o mínimamente atractivo. La cuestión es que siento que soy aburrido, que no tengo nada para decir, al menos no algo que alguien quiera escuchar.
Me di cuenta que aunque ha pasado mucho tiempo y parecía que todo estába en su lugar. La verdad es que me encuentro dañado de alguna forma.
En un mundo de responsabilidades tu valor viene dado por lo que aportas, así que me he convertido en aquello que produce de forma sistémica y rutinaria. Dejando de lado mi esencia la cual viene sobrando cuando uno se asemeja más a una máquina.
Tengo montones de conversaciones de etiqueta y superficiales con un sin fin de personas. Y tengo una pareja a la cual le importa más lo que le hago sentir que lo que yo siento en el proceso. Teme perderme así que me envuelve de idelogia y planes. Pero que tanto es que huye de su soledad a qué en realidad encuentra en mi más cualidades por las cuales valdría la pena conservarme.
Lo digo por aquello de que nuestra comunicación es excesivamente políticamente correcta y tengo que estar siempre cuidando lo que digo, dejando de ser quien soy... en pro de que nunca se ofenda o se ponga triste. Es una relación sin conversaciones profundas o difíciles.
Así que tengo este alter ego que tomo las riendas de mi vida, escribe el guión para todo lo que digo y obedezco cuál actor bien pagado de Disney.
La gente ya me tiene bien encasillado en un estereotipo de persona. Asumen que siento y cómo reacciono a todo. se les hace fácil hacerme desplantes y faltas de respeto. Total ... siempre soy lindo, siempre amigable, siempre dispuesto, siempre tranquilo.
De alguna forma respondo a esa presión social y cargo el peso de ser todo lo que se espera de mi. Pero no es más que el camino fácil, ser lo que los demás quieren. Porque ni uno mismo sabe lo que quiere.
Eso definitivamente es lo que más duele.
Que ni uno mismo sepa lo que quiere.
-Vejez Juvenil CR.
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untitledpablo · 3 months
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a puertas cerradas
Me agachéy vi una tenuelágrima alumbrarla cárcel de mi cuerpo me sentésobre la húmeda heridade existir me detuveporque queríaarrancar la pielde estas heladas paredes me puse a verintensamentela palma negradel almahacerse puño cuando cerrélos ojosera claroque ni mi propia sombrame seguíaen mi lentocamino al olvido. Poesía Moderna
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poetomaniaca · 8 months
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Oi. Faz tanto tempo que não apareço aqui…
Neste momento estou e perguntando: “-Será que ainda sei me expressar pela escrita como antigamente?”
Tento responder e, em minha mente, é como se ecoasse a pergunta dentro de uma caverna fria e aparentemente vazia.
Eu me perdi dentro de mim mesma…
“-E agora? Como me encontro?”
Novamente a pergunta ecoando no vazio existencial.
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vivir-exisitir-morir · 9 months
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“Cuando sobrevives, todos te tratan como a un niño al que hay que agarrar de la mano antes de cruzar la calle. Y lo que es peor, todos se dicen que, o bien estabas empeñado en llamar la atención, o bien eras demasiado estúpido para hacer las cosas como está mandado”
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cosmologiainterna · 2 years
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Mesmo pensando ser tão consciente de todos os caminhos, me perdi dentro do meu próprio labirinto.
— osac (cosmologiainterna)
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arte-vivere · 11 months
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Transfiguração
Filho do caos e do tormento, Filho do estupro e do canibalismo, da amputação. Onde o céu estupra a terra e mata seus próprios filhos. Traumatizado com a guerra primordial, Onde os titãs devoram os deuses... Sou eu! O rejeitado, o filho bastardo do tempo. Que nasce da guerra e é destinado à morte. Em luta contra o próprio pai. Pela sobrevivência; Resistência!
Sei quem sou, Não tenho medo de dizer. Carrego todo o mundo nas costas, Toda a História no olhar, na minha pele, No meu sangue...
E ela não termina aqui.
O despertador tocou e eu demoro em levantar, São 5h11min. Sangrei ontem a noite. E sacrifico-me, novamente, novamente e novamente - num ato de coragem e força bruta frente ao próprio absurdo -, Levanto-me.
Que da intersecção do homem e do mundo, Nascido esse sentir: mar profundo.
Há um bloco de concreto amarrado nos meus pés, Puxando-me para o fundo. Estou sem ar. Começo a me afogar Nas águas escuras da realidade. Estou morrendo, sei que vou morrer, Mas desejo a imortalidade Apenas para continuar preso nessa sensação. (Preso nessa sensação...)
Noto-me no reflexo do espelho, Olhando para o vazio infinito.
Janelas dispersas na cordilheira de tijolos e cimento, Luzes perdidas da máquina simbionte, Que acendem aos poucos Para dar suporte à vida De milhões como eu...
...Ser indefinido que se é: Deus e homem, Ambos numa luta contínua; Um embate colossal. Indefinido ser, que não é nem deus nem animal. Aberração da natureza e da sobrenatureza divina...
As luzes amareladas dos postes começam a se apagar.
Os primeiros raios de sol Levantam por detrás da montanha de casinhas E atingem meu rosto. Fecho os olhos. Sinto a força e a epifania de Olorum aquecerem a minha pele.
Daqui de cima, no topo do mundo, vejo a máquina do mundo se abrir para mim. E a luz-sombra sussurrar em meus ouvidos Que sou maior que tudo isso.
Eu sou maior que tudo isso...
Sou fogo que se acende E se apaga segundo a medida. Nascendo a cada instante e, ao mesmo tempo, morrendo. Incerteza, incógnita, dúvida. Imprevisibilidade. Sou a alta ansiedade, O ponto de virada, A matemática do caos. Entre a ideia e o determinismo, Preto e vermelho. Nem existência, tampouco inexistência.
É apoteótico: A flama, a astúcia dos deuses roubada por Prometeu, Brilha em mim.
E é por ela, exatamente por ela, que torno-me capaz De interpretar o cosmos: Ordem profunda e divina das coisas, Essência de Amon e de Rá, Epistemológica, Estética e Moral. Onde todas as perspectivas, Múltiplas e infinitas que são, Se fundem na totalidade do instante. Onde a essência das coisas torna-se una: Toda a potência, toda a presença, toda a ciência. Perfeição. Tudo de maior que posso pensar... ...Tudo de maior que posso sentir.
Entro no ônibus; são duas horas até o centro. Sento-me, e digo a mim mesmo Que sou todas as emanações do criador - Irunmalé, Sefirot - E suas polaridades. O universo mental!
(E a realidade findou)
Vejo os fios emaranhados nos postes, Perco-me no vácuo da existência: Teias de aranha presas no nada. Onde os Orixás descem para brincar.
E os prédios, os morros, as casinhas, Lentamente vão dando lugar à minha imaginação.
Quando se toma ciência e encara A sua flama e a sua sombra O homem alcança o elixir.
E nesse instante que Ogum se revela, Somos capazes de ver Pontos cintilantes na noite perpétua, Aos milhares, milhões e bilhões, Movendo-se no ritmo do compasso celestial. Enormes cata-ventos, redemoinhos de estrelas De centenas de milhões de anos-luz. Avançando para o limite, Se dispersando no universo sombrio.
Assim: transfiguro-me numa ave negra, Inteligente, audaciosa, destemida; Consciente do meu poder, Alço vôos distantes, Transito no mundo das trevas e da luz.
E aqui, no mais alto dos céus, No além dos aléms, Torna-se óbvio: Significado é indissociável de existência.
Eu sou tudo! Eu não sou nada! Eu sou medo!
Eu sou Deus...
A realidade é uma pintura abstrata suspensa no nada, E suas cores são profundas e atemporais. São intensas, são trevas e dor...
Face a toda a potência e toda a força divina O espírito humano entra em colapso. A imanência me inunda e me sufoca, É como se eu não fosse humano; A imanência, de veneno, tornou-se o meu bálsamo. É como se eu fosse um ser mitológico.
Olhando o horizonte negro, Em um único instante, Vejo o vazio que existe em mim. O buraco na minha cabeça e no meu peito. Rasgando-me de dentro para fora. Eu tenho dificuldades de demonstrar meu amor... Eu não consigo sorrir... Sinto-me apático e alheio à mim mesmo; À realidade.
O ônibus para no ponto e sobe um homem pedindo ajuda. Suas lágrimas e sofrimento me consternam; Sua história também é a minha. Seu testemunho: visceral! Perco-me em suas palavras... Traumatizado por uma morte violenta; Destituído de si, Distante da perfeição, Abandonado. Sem alma... Renegado, do facão e da enxada, Ao esfregão. Do inconsciente, Severino, Iguais em tudo e na sina, Lutemos pelo básico, Sigamos pelas estradas da vida, E nos armemos; De caneta e papel: nosso coquetel molotov. Nosso Quilombo: nossa irmandade, Organização, Arte.
(E a realidade findou)
O tempo se dilata, A realidade, o espaço urbano, Esse campo de batalha, Triturador de gente, Cai com o peso de toneladas nas minhas costas.
Isso se torna um limite para os iluminados, A visão enegrecida Se alimenta da História e dos males do mundo. Erros grotescos; Barbárie cotidiana. Que o homem é um deus em ruínas.
O som do silêncio me consome.
Coloque-me diante do tribunal do crime Com a morte servindo de exemplo. Filmado cavando a própria cova Num cemitério clandestino. Empurra-me, joga-me no chão, Coloque-me de joelhos, Coloca o cano da arma na minha cabeça E atira sem hesitar. Ou arranca minha cabeça com um facão. O sangue me banhando, sujando a vegetação e formando uma lama com o solo. Deixa o cheiro de putrefação inundar esse canto do mundo.
Eu aprendi a não temer o infinito.
...
Sussurros pavorosos... Esse amanhecer dourado mergulhará comigo Junto com seus ídolos brilhantes (de luzes mortas) No mais profundo dos oceanos.
- Você está bem, moço?
Eu odeio Deus. Sua moralidade me enoja. Sua natureza é podre.
Quando encaro o abismo Vejo meus limites se estenderem, Um por um.
Caos, Com os braços bem abertos, me atravesse.
(É sempiterno!)
Não respondo a senhora. Vejo o horário no celular. Há muitas cicatrizes no meu braço. E Deus sempre soube Sobre o meu prazer desapaixonado, Me rasgando a pele do osso.
O tormento da carne e da alma. Debaixo do sol, Essa dor familiar. Gritos desesperados; Pulsos de ódio e pavor. Um fluxo de lixo nas minhas veias. Eu me revolto contra minha própria natureza.
Sou uma escultura quebrada Com os braços amarrados para trás, Petrificada em uma dor dilacerante. Perdida em um templo antigo, Me desfazendo Até me tornar pó, Até virar nada. Até virar nada... Até virar... nada.
Nesse momento (Olho minhas mãos e fecho os punhos) Estou na beira do mundo. E, precisamente nesse instante, Sou consumido pela minha própria chama.
Carbonizado, Renegado aos grotões da existência? Aberração!
- Aberração!
Agora ouça o meu grito rasgar a minha garganta, Um grito de raiva, de felicidade, prazer, júbilo, desespero, dor e terror, Que me transforma em um monstro disforme. Esse é o fôlego divino, O meu nascimento, Pois eu sou o criador de mim mesmo.
E fico em um silêncio devastador. Atormentado, Totalmente sob a influência do meu demônio.
(Ele desperta as partes mais profundas do meu ser, Que nem eu mesmo poderia despertar.)
- Vai descer, motorista! E o ônibus dá uma freada brusca Empurrando-me para frente.
Da minha garganta sequiosa, Do meu sangue, na cruz, A serpente vem e canta em meu ouvido: "Você é o seu próprio Deus e o seu próprio Diabo" "Eis o fruto proibido" E sou expulso do paraíso.
Ó Satã, maior amigo do conhecimento, Aproxima-me da Tua força, De toda a Tua glória.
E diante de toda a História, Mesmo renegado ao inconsciente, Ao tiro da polícia, Encontro-me entre a técnica, a força, O sangue, a flama E a apoteose...
...O demônio que habita em mim, Estou exercendo.
Sou Severino, E também sou José; E, eis que, A pequena explosão tem sua continuidade.
Com a cordilheira de edifícios se estendendo, Com o fluxo do rio social esculpindo Afluentes nessa rocha, Esse biômato de concreto e ferro Lança seus pseudópodes E engole vivos os seus habitantes.
O mundo é o meu reflexo: Cruel, irascível, violento, incognoscível.
E essa desgraça na minha cabeça, É o meu maior medo.
...
Fala, Continue a falar, Serpente... Que o Voyeur adora.
...
Agora a luz do seu glorioso astro, Feito de Injustiça, Maldade e Mentira, Atinge seu maravilhoso mundo de amor e razão.
...
De qualquer modo: foda-se.
"Que quando se erigir A grande seriedade terrena, E pôr-se enfim o ponto de interrogação, Evolar-se-á o destino da alma; O bisturi se moverá; E a tragédia começará..."
Canta, canta sua canção, Louco, Dance sua música; Que eu dançarei a minha.
Melodia do Amor Fati: Olhos verdes de Diadorim; Que, permeados de amor e de alegria, Me ensinam a sensibilidade e a coragem.
...
Minha busca pela verdade termina aqui.
...
Nada tenho, E nada levarei deste mundo.
Quando meu corpo cair à imobilidade física e moral, Quando eu for apenas Sangue coagulado E carne em putrefação,
Enterra-me, Enterra-me nesse céu estrelado; Nessas águas frias; Arrasta meu corpo esquelético com um trator e Enterra-me nessa vala coletiva profunda; Enterra-me de costas na poeira dos tempos...
...
Também, que seja infinito enquanto dure. Que minha vida é uma oração À mim mesmo e às pessoas que eu amo.
Ó obra de arte, co-criada por Obatalá e Olorum! Esculpe-se! Acabe-se! Siga a voz da sua própria natureza, aprendiz de Ori, E floresça em qualquer lugar.
A salvação da minha alma é terrena, Se encontra na arte, na nossa força ativa. Aos Pilares da Terra, Alma Abismo, Que transpõe a terra e o mar Ao infinito do olhar. Do pouco que é, Dê tudo de si, Ame, viva, experimente Cada instante único com a intensidade que merece.
Não lamente pelas folhas que caem das árvores, Não perca a si mesmo nas dores,
Que uma vida sem perdas é uma vida sem amor.
- Ayo Nwankwo Sankara
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