Tumgik
#gente que é um atraso na sua vida
giseleportesautora · 2 months
Text
Não Tenho Tempo Para Ser Tão Sensível
Não Tenho Tempo Para Ser Tão Sensível Eu não tenho tempo para ser tão sensível Para ficar preocupada com o que você pensa de mim Enquanto posto meu sucesso sei que você sofre Sua encheção para mim é desprezível #poema #poesia
Eu não tenho tempo para ser tão sensível Para ficar preocupada com o que você pensa de mim Enquanto posto meu sucesso sei que você sofre Sua encheção para mim é desprezível Essa paixão foi apenas igual a todas que já tive Você veio na hora errada Esse sentimento é algo que não se reprime Dropshipping, afiliação ou criptos, sou o maior valor que existe Não vou mais assistir esse filme de…
Tumblr media
View On WordPress
0 notes
mrkspo · 5 months
Text
In The Summer Rain - Jeong Jaehyun
Tumblr media
continuação de Ciao Amore, age gap, fluff, fem reader, jaehyun!pai, jae tem uma filhinha autista, tem algumas quebras de tempo
a/n: não sei se ficou como eu gostaria, acabei me empolgando então ficou meio longo, revisado mas pode conter erros, espero que gostem!
Tumblr media
. rue 's © 🩰 ⠀✙⠀ ⠞⡷⠃⠀⠀ .
A lua subia cada vez mais no céu azulado, acima do mar. As estrelas brilhavam enquanto tudo escurecia, observava o anoitecer feliz, tinha sido um dia feliz. Depois daquela despedida — um tanto — melancólica a beira da praia não teve notícias de Jaehyun, seguiu a vida. Alguns dias depois recebeu uma notificação de uma rede social, Jeong tinha tinha te seguido e então, começaram a conversar sobre tudo, desde a vida na cidadezinha como se fossem antigos amigos a coisas aleatórias como se os ETs realmente existissem. Mensagens como "Você já comeu?" ou "Estarei aí em breve." viraram comuns, se tornaram mais próximos do que imaginavam, do que você imaginava. E então ele voltou para a cidadezinha depois de dois mese, dessa vez para ficar. Ele chegou na casa vizinha a sua de tardezinha, se encontraram naquele anoitecer bonito, de estrelas brilhantes e lua crescente, sorriram, felizes com a companhia um do outro naquela noite. – Como estiveram as coisas enquanto eu estive fora? – Ele pergunta, enterrando os pés na areia fofa onde estavam sentados, na frente da sua casa. – Tudo esteve calmo como sempre, mas acabei tendo que sair do meu emprego, tenho que focar na faculdade. – E o que pensa em fazer agora que está livre do trabalho? – Jaehyun te olha com aquela expressão amigável, mostrando as covinhas. Repara até demais no rosto dele, se distrai. Observa os traços com mais cuidado, analisa, vê as diferenças do Jaehyun adolescente e do Jaehyun adulto. Acha muito mais atraente o Jeong Jaehyun de agora. – Quero ajudar mais aqui em casa, sinto que estou distante da família; acho que, foi mais por isso que saí do emprego. – Você é uma boa garota.
[...]
– Minjeong, o que quer almoçar? – Pergunta para a garotinha de cinco anos, sorriso amigável e covinhas adoráveis, uma verdadeira cópia em versão mini do pai. Pouco tempo depois de Jaehyun se reestabelecer na casa dos pais, trouxe suas filhas Minji e Minjeong, tão adoráveis quanto o pai. Mas como nenhum dos Jeong pode cuidar das garotinhas, você se ofereceu, afinal precisava de uma grana e era particularmente boa com crianças.
– Oi meu amorzinho, o que escolheu para a gente comer hoje? – A pequena aponta animada para a mesa a sua frente, que já está preparada com comidas tradicionais. – Repete com o papai filha, co-mi-da. Isso, co-mi-da. A mais nova tem um atraso na fala devido ao espectro autista, do qual foi diagnosticada cedo. Acha incrível o jeito que mesmo cansado, Jaehyun sempre arranja um jeito de ensinar a pequena a falar as palavras. Minji, a primogênita de sete anos, também tenta ensinar a irmã, mas se embola nas palavras então prefere deixar o trabalho para o papai ou para a tia ______.
– Fiz bolo com elas hoje, foi uma bagunça, mas o bolo ficou perfeito. – Fala com o homem que segura a garotinha no colo, transferindo ela para o seu, afim de tirar a jaqueta que esquentava demais o corpo, para ele, você o fazia ficar mais quente ainda. – Com certeza deve ter ficado perfeito, com a titia ______ tudo fica perfeito. – Ele sorri para você e para Minjeong no seu colo, Minji corre pela casa para poder abraçar as pernas do pai. Quem olha de longe, até pensa que são uma família. Já até perguntaram uma vez na praia, ambos negaram, mas cada um sabe a resposta que dariam. "É uma pena, mas não.", você diria. "Quem sabe um dia, não é mesmo?", é o que ele diria. Os dois se querem, só não tem coragem de admitir isso um para o outro. Afinal, jaehyun era quase um quarentão, tem duas filhas pequenas e os pais para cuidar, teria tempo de namorar uma garota jovem, ainda na faculdade? Ele não se importava, não queria guardar o desejo, a paixão, o amor. – Podemos conversar na varanda depois? – O tom sério te dá medo, mas ao mesmo tempo sabe que está tudo bem. Assente com a cabeça, se sentando na mesa para finalmente comer aquele delicioso almoço que havia preparado.
O mar parecia agitado, nuvens cinzas se formavam mais adiante no horizonte, o vento está forte, parece que terá uma tempestade em breve. Aquele clima e o silêncio de Jaehyun te deixou nervosa, o piso de madeira da varanda range e tira sua atenção da água inquieta, ele se aproxima de você. – Por que me chamou aqui? Fiz algo de errado? – Sua voz estremece um pouco, está com medo de não ter seguido direito as instruções que foram lhe dadas. – Fez algo muito errado. Tipo muito mesmo. – Ele ri, quebrando um pouco do o clima de tensão. – Eu te dou medo ______? Seje sincera. – Não senhor, por que teria medo de você? – As vezes parece, só isso, quero te deixar o máximo confortável ao meu lado. As palavras te deixam com o coração acelerado, meio apreensivo, então ele achava que você tinha medo dele? Que não estava confortável? Aquele tempo todo conversando sobre coisas aleatórias não deixou claro que estava mais que confortável com ele? Que estava apaixonada por ele? – Eu gosto de você ______, quero que saiba disso; mas saiba que entendo se não sentir o mesmo. Independente, continuarei gostando de você, garotinha. Ele te deixa sozinha ali. Na varanda. Caramba ele acabou de se declarar para você? Jeong Jaehyun, o cara mais bonito da cidade, disse que gosta de você?
Não pensa muito, apenas vai atrás dele e o puxa de volta para a varanda, chuva forte não os impedem de ficar ali. Observa a camisa social branca que ele usa, os traços marcantes, a boca perfeita. O beija, não se arrepende disso, ele beija muito, mas muito bem mesmo. São interrompidos pelos barulhos das crianças brincando, então voltam como se vocês não acabaram de descobrir que gostavam um do outro.
[...]
– O que acha desse? – Pergunta para Jaehyun e ele analisa o vestido azul marinho que você veste, faz um sinal positivo e uma careta engraçada. Essa é sua vida desde que finalmente começou a namorar ele, cuida das crianças pelo dia, fica com ele no início da noite e depois vai estudar. Agora mesmo, se arruma para um jantar chique entre pessoas importantes. Tudo parece perfeito, se sente como a esposa dele, a Senhora Jeong, a mulher que ele exibe para os amigos e que diz ser dele. Os pais dele te aceitaram bem, disseram que você fazia bem para o homem e que iria ajudá-lo a colocar a vida de volta aos trilhos. – Papai! – Minjeong grita do quarto dela, desde que aprendeu a falar 'papai' grita por ele o dia todo, todos os dias. Em passinhos rápidos ela chega ao quarto de Jaehyun, o vestidinho rosa de mangas bufantes e desenhos de borboletas ficou adorável nela, sabia que iria ficar perfeito, afinal foi você que escolheu. – Olha só que princesa, hm. Você está linda meu amor. – Ele a pega no colo e beija o topo da sua cabeça. – Onde está sua irmã? Minji chega na mesma hora no quarto, com uma escova de cabelo e laços nas mãos. – Mamãe, você pode fazer um penteado bem bonito no meu cabelo. Você paralisa, bem como jaehyun fica surpreso, não esperava que a mais velha das irmãs — logo a que tem noção de que você não é a mãe dela — te chamasse assim. Com olhos marejados responde um "sim meu amor" e coloca ela para sentar na cadeira da sua penteadeira.
Ali Jaehyun percebe que você era a pessoa certa dessa vez, que era quem deveria se casar. Sabe que você ainda não terminou a faculdade e que provavelmente não esteja pronta para ser madrasta de duas garotinhas, mas algo diz para ele ajoelhar ali mesmo, no carpete do quarto, e te pedir para ser dele para sempre.
Na mesma noite, já na festa ele resolve te assumir de vez, por aquele anel que já estava guardado a um tempo no seu dedo. Ouviu você dizer o sim sem nenhum medo, jurou que era o dia mais feliz da vida dele — depois do nascimento das filhas, claro —.
E então desde aquela tempestade na varanda, ele finalmente pode dizer que você é totalmente dele.
99 notes · View notes
butvega · 1 year
Text
NCT Dream tentando desenrolar o dormitório para "darem umazinha". 🫐💜
Tumblr media Tumblr media Tumblr media
kkkkkkkkk essa aqui eu ri
Mark:
A cabecinha de Mark Lee adentra no quarto de Johnny. Os olhos curiosos miram o amigo, as bochechinhas avermelhadas.
— Hyung? — é o que pergunta. Johnny responde com um "uh?" simples, enquanto ainda lê algo desinteressante em seu celular, descansando. — Não quer levar o grupo 'pra comer não?
— 'Pra comer? Leva você.
— Não, levar todo mundo, mas eu não.
— Como assim? Você quer ficar sozinho sem comer? — Johnny passa a prestar atenção no amigo, que entra no quarto devagar e senta na beirada da cama do outro.
— É... É que, eu vim pedir 'pra você, porque... Eu queria que todo mundo saísse hoje, queria ficar sozinho... Você lembra que eu te falei sobre a garota que eu 'tô gostando, né?
— Ih... — Johnny ri baixinho, revirando os olhos. — Deixa eu adivinhar. Você quer que eu leve o pessoal 'pra sair 'pra você ficar sozinho com ela aqui, né? O Manager Hyung sabe disso?
— Não, né. Se não ele não ia deixar. É sério, Hyung, quebra essa 'pra mim. Vou só pedir uma pizza com ela, e ver um filme.
— Filme e pizza? Me engana que eu gosto.
— Tá... E sei lá, pode ser que role alguma coisa, tipo... Tem maior tempão que eu não tenho oportunidade, e eu gosto mesmo dela, então.. Queria que rolasse, e quando rolar, quero que a gente esteja sozinhos.
— Ninguém merece, esse pirralho expulsando todo mundo do dormitório 'pra transar com a namorada.
Renjun:
— Mark. — a voz de Renjun é decidida. Mark larga seus fones, deixa de prestar atenção no computador, e o observa. — Te pago por um mês sua cerveja e sua comida quando sairmos, e limpo seu quarto inteiro se você conseguir tirar geral do dormitório por mais ou menos... Quatro horas.
— Ah? Como assim, que história é essa? — Mark parece confuso. Franze o cenho, e o nariz em um início de risada.
— Se eu te contar você promete que não ri?
— Oxi, eu prometo.
— Eu 'tô ficando com uma garota, e tipo... A gente 'tá se curtindo bastante, mas não consigo sair 'pra encontrar ela sem alguém no meu pé, e a gente já 'tá querendo... Sabe? A gente 'tá querendo, então queria que todo mundo saísse aqui do dormitório, 'pra eu chamar ela e a gente conseguir fazer. — e é nesse exato instante que Mark quebra sua promessa e se escangalha de rir da cara do amigo.
— 'Tá me subornando 'pra tirar o atraso, maluco!
Jeno:
— Vai, Nana, por favor! — ele só falta andar de joelhos atrás do amigo pelo quarto. — Eu preciso muito que você faça isso por mim.
— Ô vacilão, eu 'tô super cansado do trabalho, você quer que eu invente de todo mundo voltar 'pro estúdio porque não achei a gravação boa, enquanto o bonito inventa dor de barriga 'pra transar com a mulher? Ah me poupe.
— Não é só "transar com a mulher", você sabe. Tem maior tempão que eu não fico com ela um tempo, só nós dois... Por favor,  quebra essa 'pra mim, Nana.
— É melhor você me arranjar uma amiga dela.
Haechan:
— Hyung, por favor! — implorava à Doyoung, que já estava vermelho de raiva.
— Você não acha muita audácia não? Vir aqui no meu quarto pedir esse tipo de favor?
— Ué, não.
— Eu não vou te ajudar com isso, sinto muito.
— Mas você é o melhor amigo do Taeyong Hyung, se ele liberar, os outros vão saber ficar calados também! Vou ficar quietinho com ela no quarto, eu prometo.
— Você sabe muito bem que é a regra é que não podemos trazer garotas 'pro dormitório. Por que você acha que ele vai deixar você violar ela?
— Porque eu sou o maknae bonitinho que mal teve tempo na vida 'pra transar? — Hyuck diz, e Doyoung o olha desacreditado. — É sério, Hyung, eu gosto dela, quero ficar com ela, por favor. — chora falsamente, é puro desespero.
— Olha, eu vou te ajudar. Mas se você ficar fazendo barulho colado na parede do meu quarto, eu entro lá e te dou uma coça.
Jaemin:
— Você vai lá, e vai fingir que 'tá passando mal e que precisa ir no hospital. Eu vou fingir que 'tô dormindo, e aí eu não vou. Beleza? Quer que eu repasse o plano? — pergunta Na Jaemin à um Jisung muito confuso.
— Mas Hyung, eu acho que eles não vão acreditar. Ou pelo menos não vai todo mundo pro hospital comigo.
— Tsc, claro que vão, você é o maknae. — Jaemin diz despreocupado. É literalmente um péssimo plano.
— Por que você quer ficar sozinho mesmo? — Jisung pergunta.
— Já falei que não é da tua conta.
— Mas se você não falar, eu não vou ajudar. — Jisung cruza os braços desafiador.
— Tá, tá, entojo. Eu 'tô ficando com uma garota, e quero pegar ela hoje. Queria o dormitório vazio 'pra gente poder ficar juntos, eu fazer umas coisas especiais 'pra ela, enfim, não é da sua conta.
— Eca, Hyung! Só me promete que não vai usar o sofá da sala, promete, sério!
Chenle:
Chenle era esperto, quando precisava de favores especias de Renjun, só falava chinês, e aquele era um dos momentos.
— Meu Deus, como você é sujo. — Renjun o olhar, o olhar julgador.
— Sujo? Mas fiquei sabendo que você pagou o Mark Hyung com cerveja, comida e limpeza pelo mesmo motivo! — Chenle era perverso quando tinha de ser.
— Ah, é, seu pirralho desobediente? Beleza. Eu até te ajudo, e dou um jeito de tirar todo mundo daqui 'pra você transar com sua namorada, mas vai ter que limpar meu quarto também, e pagar minhas cervejas e comidas. Uma mão lava a outra, e as duas lavam a bunda.
Jisung:
— Hyung. — apenas Jisung era fofo o suficiente para interromper o sono de Jeno sem que ele quisesse o matar. Jeno acordou confuso de sua soneca da tarde, olhando o amigo.
— Fala. — a voz rouca ecoa pelo quarto vazio.
— Hoje a noite você pode ir no shopping com o pessoal?
— Ir fazer o que no shopping?
— Sei lá, só ir.
— Se você quer ir, é só pedir ao manager. — Jeno estava lento, só queria dormir.
— Mas não sou eu que quero. Eu quero ficar em casa.
— Então você 'tá maluco?
— Não... É que-, eu converso com uma amiga da escola tem bastante tempo, e a gente acabou se gostando bastante. — a voz ia diminuindo a medida que a vergonha aumentava. — E eu queria trazer ela aqui, ficar vendo filmes juntinho com ela, e... Ela pediu 'pra eu ser o primeiro dela, Hyung. Eu não posso fazer isso com vocês aqui.
Ok, agora Jeno estava interessado. Levantou tão rápido que até bateu a cabeça na beliche. Seu menino havia crescido literalmente.
— Claro! Pode contar comigo.
231 notes · View notes
little-big-fan · 4 months
Text
Tumblr media
Um neném para o Idol. (Jungkook - BTS) Parte 4.
Parte 1. Parte 2. Parte 3.
Ajuda com os nomes:
Jungkook: Jeon, JK J-hope: Hobi, Hoseok Suga: Yoongi Taehyung: V Namjoon: RM (também chamei ele de "líder" em algumas partes) Jin: Seokjin Jimin: Chamei ele só de Jimin mesmo, mas fiquei com pena de deixar de fora da lista KKKKKKK
Dei duas batidinhas na porta fechada antes de abrí-la. Deitado na cama acompanhado de um livro e seus óculos de leitura, Patrick me olhou de lado. 
— A gente pode conversar? — Perguntei entrando. 
— Você vai mesmo deixar esse cara entrar na nossa vida? — Indagou quando me sentei ao seu lado.
— Pac, ele é o pai da Liz. 
— Não, não é, S/N. Eu sou o pai da Liz. — Desviou os olhos de mim quando sua voz embargou, fazendo meu coração apertar. — Você vai mesmo acreditar nessa historinha de que ele não mandou as mensagens? 
— E se não tiver sido ele?
— S/N!
— E se não tiver sido, Patrick? — Passei as mãos pelo rosto. — Você viu a forma como ele olha pra ela? Ele não pode ter dito aquelas coisas horríveis e agora fazer de tudo para se aproximar. 
— E por que não? — Cruzou os braços. — Ele é só mais um mauricinho que tem tudo o que quer.
— Pac…
— S/N, a filha é sua e você faz o que quiser. — Suspirou. — Só não diga que eu não avisei quando ele fizer a próxima merda ou sumir no mundo de novo, entendeu? 
— Ele nunca vai roubar o seu lugar na vida da Liz. — Garanti. 
— Eu sei, não vou deixar. Ele querendo ou não, eu também sou o pai dessa garotinha, e não vou desistir dela. 
— Eu amo você. 
— Eu também. 
***
Três semanas inteiras se passaram desde que Jeon Jungkook voltou para a minha vida. Fazendo visitas mais frequentes e cada vez mais duradouras, ele foi ganhando aos poucos espaço na vida da minha filha. Causando até mesmo milhões de questionamentos nos dias em que ele não podia aparecer para contar a historinha de dormir. 
— Ei, podemos conversar? — Ele perguntou baixinho, acenei com a cabeça, indicando que fôssemos para a cozinha, para não acabar acordando a pequena. 
— Aconteceu alguma coisa? 
— Não. — Suspirou, parecendo nervoso. — Mas vou precisar voltar para a Coreia, pelo menos por algumas semanas. — Assenti devagar, sem deixar transparecer minha decepção. — Preciso cumprir alguns compromissos que foram adiados, a empresa já está me cobrando. — Se justificou. 
— Eu entendo. 
— Eu quero contar a eles sobre Liz. 
— A empresa? 
— Exatamente. — Coçou o queixo. — E eu também quero registrá-la. 
— Você não acha isso um pouco precipitado? 
— Ela é minha filha, S/N. Se acontecer algo comigo, quero a garantia de que ela terá a assistência necessária. 
— Não fala assim. — Disse sentindo um gosto amargo na boca com o pensamento. 
— Mas é a verdade. — Deu de ombros. — Liz tem direito a tudo que é meu, e eu quero garantir isso a ela. 
— Jeon, eu acho cedo demais. 
— Na verdade, já são três anos de atraso. 
— Podemos conversar sobre isso quando você voltar, pode ser?  — Ele assentiu. 
— Eu queria pedir para fazer chamadas com ela, enquanto estiver longe. — Não consegui esconder minha expressão surpresa com a atitude. — Quero que ela saiba que eu vou sempre estar presente, mesmo que não seja fisicamente. 
— Claro, nós podemos ver isso. — Sorri. — Quando você vai? 
— Amanhã. 
— Ela já sabe? 
— Sabe. — Suspirou. — Ficou um pouco triste, mas me fez prometer trazer uma boneca bonita. — Sorriu bobo. 
— Não esqueça então, ela é rancorosa. — Avisei. 
— Como você. 
Meu coração deu um salto no peito. Desde a nossa primeira conversa “civilizada” no quarto de Liz, três semanas atrás, sempre que ficávamos sozinhos por algum tempo, o tom de flerte do assunto aparecia naturalmente. Era estranho, e ao mesmo tempo desconfortável. Eu precisava ficar lembrando a mim mesma que não passávamos de dois estranhos que tinham uma filha juntos. E eu precisava admitir, os quase quatro anos que se passaram caíram bem aquele homem. Ele sempre foi lindo, mas a quantidade enorme de tatuagens que agora cobriam um dos braços e parte da mão, os músculos que havia ganhado, o par de argolas que enfeitavam o lábio inferior. Ele parecia ainda mais lindo do que quando eu me apaixonei. 
— S/N? — Chamou, me fazendo notar que encarava o seu rosto até agora. Senti minhas bochechas se aquecerem, e ele soltou uma risadinha. — Eu vou indo então. 
— Boa viagem. — Falei quando chegamos à porta. 
— Me ligue se precisar de qualquer coisa, okay? Qualquer coisa mesmo. 
— Tudo bem. — Sorri. 
Jeon me olhou por alguns segundos, já do lado de fora do apartamento. Em um silêncio estranho, ficamos apenas olhando um para o outro, até que ele fez o primeiro movimento, curvando o corpo, ele deixou um beijo na minha bochecha, espalhando uma corrente elétrica por todo o meu corpo. 
— Tchau, S/N. — Disse piscando um olho e virando para ir embora. 
Fechei a porta, sentindo meu coração bater forte demais. Encostado em uma das paredes com os braços cruzados, Patrick me encarava com uma expressão irônica. 
— Você já está caindo nos encantos dele. — Acusou. 
— Não começa. — Reclamei. 
— Sabe, você deveria revisar o caráter desse cara. — Andou em minha direção. 
— Como assim?
— Ele flerta abertamente com você, mesmo achando que nós estamos juntos. 
— Nós não estamos. — Falei sem entender sua linha de raciocínio. 
— Mas ele não sabe. — Depois de plantar a semente da dúvida, Patrick abriu um sorriso e voltou ao seu quarto.
Terminei de arrumar a bolsa de Liz para o berçário enquanto ela e o padrinho tomavam café da manhã juntos. Me despedi do meu amigo, avisando que sairia mais cedo por causa de uma reunião de última hora e segui meu caminho para o estúdio. 
Depois de dar um beijo na minha garota, fui para a sala de reuniões, onde algumas pessoas da equipe já esperavam. 
— Bom dia, pessoal. — James cumprimentou ao entrar. Ele fez seu caminho até a ponta da mesa, onde todos poderiam enxergá-lo bem. — Bom… eu vou direto ao ponto. — Respirou fundo, demonstrando um pouco de nervosismo. — Como a maioria de vocês sabe, meus filhos estão crescendo… e, eu sinto muito a falta de ter um tempo de qualidade com a família. 
Um burburinho se instaurou, fazendo com que o apresentador parasse de falar por um momento. 
— Por isso, e, juntamente da minha esposa e de amigos que me deram alguns conselhos, decidi que, infelizmente, está na hora do The Late Late acabar. — Mais uma vez todos começaram a falar ao mesmo tempo, mas agora James ergueu as mãos pedindo por silêncio. — Eu sei, eu sei. Não foi uma decisão fácil. — Sorriu triste. — Gostaria de dizer que não vamos deixar nenhum de vocês desamparados. Aqueles que quiserem continuar na emissora, por favor, falem comigo. E aos que resolverem seguir outro caminho, podem contar com a minha recomendação. 
Não consegui deixar de me sentir surpresa e também um pouco triste. A equipe do The Late Late foi a primeira a me acolher depois de me tornar mãe solo, demonstrando tanto carinho por mim e por Liz. Saber que aquele programa tão especial iria acabar era desolador.
Por duas semanas inteiras, trabalhei quase sem pausas, fazendo o possível para que o último programa fosse memorável para cada um que fosse assisti-lo. Deixando Liz muitas vezes aos cuidados de Patrick ao chegar completamente exausta em casa. 
Comemorei minha primeira folga antes do grande dia dormindo até tarde abraçada à minha garotinha. Assistimos filmes da barbie durante a tarde e comemos besteiras depois de um longo tempo comendo apenas as comidas fitness que Patrick preparava para nós. 
A campainha tocou no começo da noite, me deixando confusa pois não esperava por ninguém. Ainda de pijama, me arrastei até a porta, tomando um susto ao ver Jungkook do outro lado.
— Você está linda. — Debochou do pijama surrado. 
— O que está fazendo aqui? 
— Eu avisei que vinha. — Ergueu uma sobrancelha. 
— Avisou? — Cocei a cabeça, sem lembrar. Dei um passo para trás, deixando que ele entrasse. 
Liz tagarelava em um português arrastado durante uma chamada de vídeo com a minha mãe. Contando a ela sobre as peripécias da Barbie sereia e como não aguentava mais comer a comida de coelho que seu padrinho fazia para nós duas. 
— Liz fala português? — Ele disse surpreso. 
— Eu sou brasileira. — Respondi, imaginando que ele tivesse esquecido deste detalhe após tantos anos. 
— Eu sei disso, mas não imaginei que ela falasse a sua língua materna. — Comentou. 
— Geralmente falo português quando estamos sozinhas. — Dei de ombros. — Achei importante ensinar, já que a minha família não fala inglês. 
— Não pensou em ensinar coreano a ela? 
— Por que? 
— O pai dela é coreano. — Tombou a cabeça para o lado. 
— Não sei se você lembra, mas o meu coreano é limitado. — Sorri. — Eu não sou a melhor para ensinar isso a ela. 
— Eu posso? 
— É claro. 
Liz pareceu finalmente notar a presença do pai, sorrindo abertamente e gritando de animação, largado a avó falando sozinha sobre o sofá. 
— Filha, dá tchau para a vovó. — Falei. Ela voltou os passinhos que havia dado, pegando o aparelho.
— Tchau, vó! — Disse rápido, desligando em seguida. Coloquei a mão na testa, sabendo que ouviria um discurso enorme sobre o comportamento da garota na próxima ligação. 
Agora sem mais desculpas, a pequena correu. Jungkook se abaixou, abrindo os braços para abraçá-la e arrancando risadas gostosas ao girar o corpo pequeno no ar. 
29 notes · View notes
kcrev · 6 months
Note
👶🏻 + emily & wesley
Tumblr media
name: james axel davies
birthdate: dois de abril
personality headcanon: james tem a personalidade forte de emily combinada ao tom sarcástico e bem humorado de wesley. carismático e opinado, sempre tem algo a acrescentar e uma opinião bem definida sobre qualquer coisa. foi popular em todos os estágios de sua vida, rodeado de amigos e admiradores. é também observador e pragmático, extremamente focado quando se trata de seus objetivos.
what was their first word and how old were they when they said it: tinha cerca de um ano e quatro meses. seus pais já começavam a se preocupar, achando que pudesse ter algum atraso de fala, quando james disse suas primeiras palavras. ele era um bebê muito sorridente e que adorava acenar para as pessoas, então sua primeira palavra acabou sendo "ba-ba", sua forma de dizer bye-bye. Depois disso, foi questão de um mês para começar a conversar bastante.
did they get in trouble in school: muito, mas sempre foi charmoso a ponto de conseguir se livrar dos problemas sozinho.
which parent were they more attached to: é um pouco mais apegado ao pai devido à ligação de ambos com futebol americano. enxerga em wes seu maior apoiador e incentivador quando se trata desse sonho.
what was their favorite toy: sendo filho de wes, não podia ser outra coisa além de uma bola de futebol americano que jogava pra lá e pra cá o dia inteiro.
did they cry a lot as a baby: foi um bebê bastante agitado e durante seus dois primeiros meses de vida não deixou os pais dormirem uma noite inteira sequer.
movie they watched over and over: não é um filme, mas james sempre foi obcecado pelo desenho da liga da justiça e seu super-herói favorito era o flash.
what was their favorite subject in school: james sempre foi muito bom com oratória, então inglês acabava sendo sua matéria preferida – além de educação física, óbvio.
were they social growing up or quiet: sempre foi muito sociável, cheio de coisas a dizer onde quer que estivesse.
which parent do they take after: em aparência, james é uma mistura entre seus pais. seus cabelos são dourados como os de emily e seus olhos azuis como os de wes. é mais baixo do que o pai, coisa que wes sempre fez questão de pontuar com um sorriso divertido nos lábios.
what do they grow up to be: seu maior sonho é jogar pela NFL desde que se entende por gente. dessa forma, logo no ensino médio sabia que precisaria ser o melhor de seu time para entrar em uma universidade com bolsa pelo esporte. foi capitão do time de sua escola e, como previsto, ganhou bolsa de estudos para estudar na University of Southern California. Ainda que os pais fossem grandes apoiadores de seu sonho, Emily e Wes tinham suas ressalvas. James concordou que, não importa o que acontecesse, finalizaria a universidade. Então, assim que se formou, foi draftado pelo Baltimore Ravens. Jogou no time por quatro anos, até que uma lesão o fez se aposentar das quadras. Depois, passou a trabalhar como comentarista esportivo, uma vez que tinha se formado em jornalismo.
random headcanons: tem dificuldade para lidar com frustrações, então o momento de sua lesão foi de longe o pior de sua vida | namorou com margot westbrook na época da escola | tem medo de sapos | sua cor favorita é azul claro | é muito ciumento quando se trata de sua irmã mais nova | sempre gostou mais do calor do que do frio, então sofria nos invernos de baltimore | uma de suas melhores memórias da infância é uma viagem que fez para a disney com os pais, tios e primos | nessa mesma viagem, ganhou um mickey de pelúcia que guardou até a idade adulta | não gosta de morangos
do they get along with their parents: sim, ainda que sua personalidade sarcástica acabe gerando alguns conflitos com os pais.
faceclaim: logan shroyer
@carriessotos
25 notes · View notes
espiritismo · 11 months
Text
Sentir-nos ofendidos
“Existem pessoas que se sentem ofendidas, magoadas por qualquer coisa: à mais leve contrariedade, se sentem humilhadas…
Ora, nós não viemos a este mundo para nos banhar em água de rosas… Somos Espíritos altamente endividados — dentro de nós, o passado ainda fala mais alto…
Por que, então, haveríamos de nos sentir ofendidos quando as pessoas não fazem com que as coisas sejam da maneira que queremos?!
Não podemos ser tão suscetíveis assim… Por qualquer aborrecimento, gente há que passa a vida inteira sem falar com um irmão, com um amigo…
Queremos viver na Terra sem que sejamos afetados pela sua condição, vamos dizer assim, de ainda lamentável atraso espiritual…
Isto aqui não é uma estação de veraneio! Quando o Espírito reencarna; ele já vem consciente das lutas que terá de enfrentar — a menos que seja um Espírito completamente alheio ao seu próprio destino.
Todos, quando retomamos o corpo, sabemos que, de certa forma, estaremos à mercê de uma série de circunstâncias próprias de um planeta em evolução…”
-Chico Xavier
7 notes · View notes
desamacedo · 7 months
Text
O Apanhador no Campo de Centeio
Todas as vezes que escrevi uma resenha digna de respeito, pude observar que esse fato ocorreu por motivos particulares, a forma como consegui transcrever as minhas sensações lendo uma determinada obra. Confesso, estou enferrujada, apesar de ser algo que me encanta, faz muito tempo que não escrevo. Isso não é uma introdução, certamente estou fazendo um aquecimento literário, algo do tipo, não sei ao certo se isso existe, na dúvida, prefiro arriscar, nesse exato momento existe uma necessidade de expressão. 
Primeiramente gostaria de destacar, fiz leituras de resenhas incríveis que me auxiliaram na compreensão de poemas, referências importantes na construção da narrativa, por outro lado, preciso dizer que, não tenho a pretensão de fazer descrições gerais, explicativas, importantíssimas, mas essa não é a minha marca. Deixo essa função para os grandes mestres, inclusive aqueles que utilizei como consulta antes de iniciar a escrita. 
O Apanhador no Campo de Centeio narra a história de um ser selvagem, indomável, alguém que não se curva, não se deixa dominar. Os traços que vinculam o leitor a narrativa, fazem parte da dinâmica que o autor utiliza na escolha de vocabulário, gerando uma proximidade, pertencimento, como ler algo que foi dito por alguém. Como uma conversa informal. 
A relação que cria com os livros, carinho, vontade de conversar com os autores. Dizer algo como: esse autor seria uma pessoa para quem eu ligaria. Crio vínculos com minhas leituras, consigo lembrar de tudo que estava fazendo enquanto lia. Gosto de colocar o objeto sobre meu peito para refletir, quando a leitura mexe comigo, como um abraço seguido de um suspiro profundo. Aproveito a oportunidade para dizer que, gostaria muito de conversar com Graciliano Ramos, Neruda, Octávio Paz e Mário Benedetti, por motivos óbvios essa ligação não seria possível, uma pena, sei exatamente o que iria conversar com cada um deles. O Graciliano é certamente a conversa mais importante, conversaríamos sobre a fé. 
A fé também faz parte dessa narrativa e me chama a atenção. Os exemplos de diálogos onde aparecem representantes religiosos são muito interessantes. Como justificar a causa de não frequentar as cerimônias religiosas e acabar discutindo se Cristo condenou Judas ou não. Em outro momento, são duas freiras em um café, a conversa é sobre Romeu e Julieta. O pensamento é que apesar da conversa estar fluindo, a peça tem conteúdo sexual, fica uma dúvida, seria apropriado ou não? Gosto de gente que tem criticidade para vivenciar as experiências da vida, esse personagem me proporciona isso em cada frase, cada ato, cada indagação. Não ser óbvio, não fazer parte da maioria, não se encaixar. 
Apesar da vontade de não pertencer, ele não escapa as máscaras sociais que todos nós colocamos em algum momento, das performances desnecessárias, como mentir sua vida sexual para parecer mais interessante. Aliás, existem infinitas possibilidade de falar sobre a construção do masculino através das falas do nosso protagonista. Como um bom insurgente, a memória de amor é um beijo que se quer aconteceu. 
O perfil de alguém inteligente, que conhece museus como ninguém, prefere a autonomia de caminhar a pagar por um táxi. Ao mesmo tempo, todo esse conhecimento é colocado de forma pejorativa, como quando cita o jornal Saturday Evening Post, para falar que não se importa com o atraso das garotas nos encontros. Gosta de peças de teatro, questiona os roteiros de filmes hollywoodianos. Consegue conversar sobre os mais variados assuntos, mas não sente vontade de se comportar como um estudioso, nem tenta se parecer com eles. 
2 notes · View notes
tecontos · 2 years
Text
Boquete da traição (Julho-2022)
By; Solange
Oi TeContos. Sou professora de Inglês, Frances e Espanhol Casada, 36 anos ! dois filhos e um marido lindo. Na verdade, sinto-me com muito menos que 36 anos.
Até esta história ter acontecido, eu jamais tinha sido infiel ao meu marido. Temos uma vida sexual saudável, picante e variada. Ele viaja durante a semana e nos finais de semana, durante os últimos dez anos, descontamos o atraso com “trepadas inesquecíveis” (como ele costuma dizer). Dou aulas particulares para executivos em empresas, que variam, de aulas individuais para aulas em grupos. Na maior parte, homens. Estou acostumada as suas cantadas baratas, e são poucos os que me respeitam até o final do semestre. Quase sempre caem no ridículo de me fazerem propostas indecentes e depois têm de arcar com a vergonha de terem sido desprezados.
Recentemente um aluno novo, transferido de São Paulo, começou um curso para poder melhor se comunicar com a na Europa. Seu nome é Eduardo, tem 43 anos, moreno, em boa forma, de olhos castanhos e um lábio inferior carnudo, gostoso, que ao balançar quando fala chegava a amolecer as minhas pernas. Eduardo mostrou-se um homem extremamente simpático, respeitador e um aluno dos mais aplicados. Aprendia rapidamente com uma facilidade invejável e um charme irresistível.
Contou-me que estava no SC e sua família tinha ficado em São Paulo. Sim, era casado! Da mesma maneira que eu, teve filhos ainda jovem. Possuía um filho de 19 anos, um de 19 e um de 8. (Eu tenho uma filha de 19 e um filho de 19 anos). Sua família viria definitivamente para o SC somente depois.
O que mais me perturbava em Eduardo era a maneira séria que ele se comportava na aula sempre olhando-me diretamente nos olhos. Seu olhar era tão penetrante que poucas vezes eu podia sustentar. Com o passar do tempo comecei a achar um desafio sustentar o seu olhar. Ainda assim, cada vez que seus olhos entravam pelos meus, aquilo começava a me dar uma coceirinha aqui em baixo e eu tinha a impressão que ele podia adivinhar que eu estava ficando vergonhosamente molhada.
Eduardo alguma vez ou outra me fez elogios discretos, elegantes, nunca nada escandaloso, mas com um charme que começou a mexer com as minhas fantasias.
Depois de algumas semanas eu já não aguentava mais pra chegar a hora de minha aula com ele.
A oportunidade de um encontro mais íntimo surgiu na aula em que falamos sobre comidas, restaurantes, etc. Eu sempre levo meus alunos para jantar em um restaurante. Sugeri então este programa e ele aceitou, sem hesitar. Busquei-o em seu apartamento e dirigi ao restaurante. Durante o jantar ele foi charmoso e educado, mas bem mais atrevido. Insistiu que eu deveria ir até o seu apartamento experimentar um vinho espanhol que ele tinha. Ri maliciosamente e disse que seria somente isso, e que eu sabia me defender, mas não disse que não.
Ao final, ele agiu o tempo todo como se realmente fossemos a sua casa. E o tempo todo eu olhava para os lados pra ver se não tinha alguém conhecido. Eu sempre levava os meus alunos para jantar, mas naquele dia eu me sentia como se exalasse um perfume que se chamava claramente TRAIÇÃO.
Levei-o para o seu apartamento e ele indicou onde eu pudesse estacionar o carro. Subi com ele – o meu coração a mil! Super nervosa. Eu quase tremia. Ele deve ter percebido e me tratou com tranquilidade, acalmando-me sutilmente. Serviu-me o vinho e tomamos olhando-nos nos olhos. Depois disso ele se aproximou bem devagar do meu rosto e me deu um beijinho nos lábios. Um beijinho molhado, praticamente uma chupadinha nos meus lábios. Sorri nervosa e disse que era melhor a gente parar por ali. Ele não disse nada e veio beijar-me, de leve novamente. Desta vez acabei deixando minha linguinha passar por seus lábios, principalmente sentindo o peso daquele delicioso labio que tentava me agarrar por baixo. Comecei a ficar extremamente excitada, mas algo me brecou. Pedi para pararmos por ali, pois eu iria para casa. Meus filhos poderiam estar ainda acordados e não seria legal chegar muito tarde.
Eduardo pediu licença, levantou-se e levou o vinho para a cozinha. Voltou para a sala e, antes que eu pudesse perceber, ficou em parado em pé, bem na minha frente, abriu o cinto, baixou o zíper e retirou um pau enorme pra fora da calça. QUE PAU!!!
Considero meu marido muito bem dotado (17 cms), mas eu nunca tinha visto uma coisa daquele tamanho, ao vivo. Um pintão enorme, muito grosso e comprido, cheio. Não estava completamente duro, pois estava ainda caidão, balançando um pouco pra cima, endurecendo aos pouquinhos. Tentei não olhar, e perguntei o que era que ele pretendia com aquilo. Enquanto ele me respondia com a mesma pergunta, eu percebi que não conseguia tirar os olhos daquele fabuloso CARALHO, como meu marido o teria chamado.
- Não consigo acreditar que você acabou de fazer isso, Eduardo! - disse eu, ainda de braços cruzados.
- Não consegue acreditar?- perguntou ele. Então toque pra crer?
Eu estava realmente com vontade de pegar num pinto grande. De bater uma punheta bem gostosa e ver um homem gozar com seu pau nas minhas mãos. Me sentia como uma menina. Mas no momento eu só dei uma risada nervosa e procurei olhar pra outro lugar.
Eduardo percebeu e perguntou, ainda em pé com aquele enorme cacete crescendo aos impulsos, acenando sua cabeçona para mim:
- O que houve, tem algum problema com o meu pinto?
Cínico. Naturalmente ele tinha perfeita noção que era extremamente bem dotado, que possuia um pinto para impressionar qualquer mulher. O que ele queria ouvir era um elogio ao seu porte.
- Problema nenhum com seu pinto - respondi, com um certo sorriso e uma olhadela naquele mastro, agora já totalmente na horizontal - O problema é que eu sou uma mulher casada e você é um homem casado.
- O PROBLEMA - corrigiu ele - é que eu estou morrendo de tesão por você e você está louca de vontade de segurar o meu pau e sentir ele inteiro em você, mas se isso não acontecer, amanhã nós estaremos lamentando.
Sua ousadia era revoltante e excitante. Ele estava certíssimo. Eu já não sabia mais o que fazer. Engoli em seco enquanto vi que ele começou a massagear o seu pau bem lenta e levemente. Meu aluno batendo uma punheta ali na minha cara, e eu me segurando para não ajudá-lo.
- Vamos lá – insistiu ele sorrindo – esta noite nós vamos ser safados – eu sou o seu puto e você vai ser a minha puta.
Puta! Era assim mesmo que o meu marido me chamava nas nossas trepadas mais fantásticas. E eu adorava me sentir uma putinha. Mas agora era a chance maior. Aquele homem fabuloso, lindo de morrer, charmosíssimo, alisando calmamente o seu pinto descomunal, duríssimo, sua cabeçona surgindo e desaparecendo em sua mão, a poucos centímetros do meu nariz, sabia realmente como me amolecer e como me deixar molhada. E se eu sucumbisse ao seu convite, seria uma coisa muito safada. Tinha tudo ali para que eu fosse uma PUTA! E como eu estava sendo atormentada por aquela sensação. Fiquei olhando nos seus olhos, com um meio sorriso nos lábios, secos. Passei a língua por eles, mas só percebi tarde demais.
- Tá te dando água na boca? – ele perguntou
Não consegui conter o riso e, antes que eu pudesse me dar conta, minhas mãos já estavam agarrando aquele caralho que pulsava na minha frente. Puta pintão gostoso! Grosso como meu antebraço, enorme, com sua cabeçona quase do tamanho de um tomate. Assim que eu senti aquele cilindro de carne dura, quente nas minhas mãos, automaticamente abri a boca e fui aproximando-me lentamente da glande, girando com a lingua e sentindo a sua pontinha já melada.
- Ahhhhhhhh! – suspirou Eduardo – isso mesmo, assim, lambe gostoso, sua PUTINHA!
Brinquei um pouco com a língua na sua glande sem tirar os meus olhos dos dele. Fiz aquela carinha de safada que os homens gostam de ver quando recebem um boquete. Mas não resisti muito ali só com a língua e enfiei tudo o que pude na minha boca, afinal aquele pau era um banquete pra não ser desperdiçado.
- Isso, sua puta!
Ele me dizia, agarrando minha cabeça pelos cabelos e fodendo a minha boca com o ritmo da chupada. Aquele pinto me entrava com dificuldade na boca. Acho que só menos da metade desaparecia em meus lábios, e cada vez que chegava ao fundo eu quase engasgava. Mas que delícia de sensação. Eu me sentia uma adolescente.
Lembrava-me dos tempos do meu primeiro namorado com quem transei, o cara mais bem dotado que eu já conhecera até aquele momento. Ele tinha me ensinado quase tudo que sei em sexo. Fodíamos como dois coelhos. E seu pinto era enorme, delicioso! Adorava chupa-lo e engolir sua porra. Faziamos escondidos, As vezes com gente por perto. Só que depois que desmanchamos o namoro eu já estava mal acostumada, pois os homens com quem transei depois deixavam a desejar em comparação de tamanho. Foi só com meu marido que voltei a ter um amante mais bem dotado.
Mas era naquele momento, ali, mais de 16 anos depois de fielmente casada, que eu me encontrava com um outro pinto gigante, maior inclusive. Grosso, comprido, apontado para o meu rosto, saindo de um homem lindo com quem eu deveria ter uma relacão estritamente profissional, mas que eu agora chupava com apetite. Eu me senti safada, uma piranha, como se meu marido estivesse numa outra sala ali do lado, conversando com a esposa do Eduardo, e eu, PUTINHA, numa rapidinha ali, chupando o seu pau pra matar o nosso tesão.
- Putona gostosa! – continuou Eduardo – gosta de chupar um pau?
- Hummmhummmmm! – Respondi, olhando em seu rosto de felicidade e tentando formar um sorriso com a minha boca cheia de pinto.
- Já tinha feito um boquete que não fosse para o seu marido?
- Hummmhummmmm!
- Depois de casada???
Tirei a boca do seu pinto e disse : - Claro que não. Antes de casada! – e voltei a abocanhar aquela tora.
- Então essa é a primeira chifradinha ?
- Hummmhummmmm!
- E tá gostando?
- Hummmhummmmm!
- Tá gostando de ser uma puta de verdade? De chifrar o seu marido chupando o pau de outro homem?
Tirei mais uma vez a boca do seu pau e levantei-o bem, para que pudesse dar uma lambida bem grande em todo o seu comprimento, pela parte de baixo. Olhei para o seu rosto e falei enquanto o punhetava – estou adorando!
Tentei segurar o seu saco, mas a calça estava apertada. Larguei o pinto e baixei suas calças e sua cueca. Livrei o saco e acariciei-o, apreciando toda a envergadura daquele caralho. Lambi o beiço e rosnei.
– Ai, que pintão mais lindo!
- Chupa então sua putinha – ele dizia, enquanto eu voltava a xupetá-lo. – chupa que nem uma puta que eu quero gozar na sua boca.
Acelerei mais os movimentos da minha cabeça, mamando com a minha linguinha pra fora, coçando a sua glande por baixo. Comecei a bater mais punheta com as duas mãos a parte do seu pau que não cabia na minha boca.
- Quer engolir porra? – perguntou ele, já com a voz meio trêmula
- Hummmhummmmm! – respondi, chupando-o freneticamente.
- Posso gozar na sua boca então?
- Hummmhummmmm! – eu estava louca pra engolir todo o seu esperma.
- Quer que eu esporre na sua boca então??? – disse ele quase gritando.
- HUMMMHUMMMMM! – respondi nervosa, quase gemendo, preparando-me para a explosão, mamando somente a sua glande, que por si sá quase já enchia a minha boca.
- ENTÃO ENGOLE, SUA PUTA! – ordenou-me ele, segurando-me pelos cabelos com força enquanto seu corpo todo se contraía para ejacular uma quantidade anormal de esperma na minha boca.
O primeiro jato quase me afogou. Para engolir continuamente eu tinha que mamar, mas outros jatos seguiam me enchendo a boca cada vez mais, sem que eu desse conta de engolir tudo. Antes que eu engasgasse, finalmente meus lábios explodiram esperma pelo meu queixo, minhas mãos e até no meu joelho.
- Engole – gemeu ele
- Tirei a boca de seu cacete pra poder engolir melhor a porra que se acumulara na minha boca, mas assim que aquela cabeçona redonda e brilhante saiu dos meus labios, cuspiu-me furiosa um outro belo jato de porra na testa.
Excitada por estar agindo como uma puta e voltei a mamar vigorosamente naquele delicioso caralho quentinho que foi aos poucos esgotando suas reservas de leitinho na minha língua. Saboreei cada ejaculada apertando a língua contra o palato, o que fez o Eduardo pirar a cada vez que eu engolia.
Ao final, enquanto ele gemia seus últimos suspiros, agora sem me afogar com mais esperma, eu continuava enfiando todo aquele caralho na boca e tirando bem devagar, sugando e sorvendo toda a porra que cobria aquele cilindro de carne, ainda duro, mas agora mais macio, começando a pesar mais, brilhando e queimando como uma linguiça que acabou de sair da grelha.
Eduardo acariciou o meu rosto vigorosamente. Passou a mão pela porra na minha testa, segurou-me pelo cabelo, levantou-me e beijou-me na boca, um beijo violento, onde sua lingua certamente provou do gosto da sua porra que eu ainda tinha na boca. Olhou-me com tesão e me largou.
Saí desesperada, para o banheiro. O cabelo não tinha mais jeito. Eu teria que me lavar em casa. Enxuguei a porra que escorrera pelo meu pescoço, despedi-me rapidamente dele e sai correndo do seu apartamento. Eduardo, meio sem saber o que fazer, só conseguiu me fazer prometer que ligaria pra ele assim que eu chegasse em casa.
No caminho eu tentava me convencer que nunca mais aquilo se repetiria, mas ao mesmo tempo eu me via sendo comida violentamente pelo Eduardo, no elevador, na praia, no carro. Eu sentia as sensações daquela fantástica esporreada na minha boca e ainda me achava incrivelmente atraída por aquele macho.
Cheguei em casa e meus filhos ainda estavam acordados. Tranquei-me no quarto e liguei para o Eduardo. Ele disse que queria mais. Fiquei meio muda, nervosa e ouriçada, somente ouvindo suas descrições de como ele queria me comer na próxima vez. Descreveu sua fantasia de nós transando de uma maneira meio violenta. Ele queria me enrabar. Continuei muda, mas super excitada ainda, tanto que comecei a me masturbar, coisa que há muito tempo não fazia. Ele dizia que queria me carregar até a minha cama – a MINHA cama, onde durmo com meu marido – e me comer a bundinha alí.
Aquilo me deixou louca. Apesar de sempre me doer um bocado, adoro um sexo anal. Como o pau grosso do meu marido me machuca um pouco, uma vez ele me apareceu com um vibrador, mais fininho que o seu pau, mas que frequentemente ele enfia em meu rabinho e me faz gozar enquanto ele goza ao mesmo tempo na minha xoxota.
Perguntei ao Eduardo se ele estava se masturbando e ele confirmou. Pedi pra que ele me descrevesse o que estava fazendo. Como ele não foi muito criativo, comecei a pedir com detalhes como EU queria que ele se masturbasse. Que ele acariciasse o seu saco, fizesse anéis com os seus dedos. Depois mandei ele ensaboar uma das mãos e pedi que com uma mão ele segurasse a base do pau bem forte e com a outra ensaboada ele batesse uma punheta só na chapeleta, apertando bastante. Pedi que ele me descrevesse. Ele perdeu o controle e em vinte segundos já estava gozando. Eu, encharcada, ainda não tinha gozado. Perguntei se ele tinha sujado o chão, mas ele disse que estava deitado, que tinha gozado na barriga.
Logo depois nos despedimos e ele desligou. Ainda insaciada, pela primeira vez na vida, busquei o vibrador. Escondi-o debaixo do travesseiro, saí do quarto e verifiquei que meus filhos já estavam dormindo. Voltei, tranquei-me novamente e liguei para o meu marido. Acordei-o, mas fiquei toda melada pelo telefone. Falei que estava sentindo a sua falta. Sentindo falta do seu pau gostoso. Falei pra ele como eu queria que ele me comesse, utilizando as mesmas palavras que o Eduardo descrevera a sua fantasia um pouco antes. Meu marido ficou doido, apesar de eu ter ligado muito tarde. Eu me masturbava com o vibrador, e enquanto descrevia o sexo anal que queria que ele me fizesse na beira da cama, enfiei o vibrador na bundinha. Ele me entrou macio, enquanto meus dedos se enxarcavam na minha xoxota.
Gozei gostoso, e pedi ao meu marido que não gozasse. Que guardasse sua porra para mim. Ele me xingou – de brincadeira – e disse que tava difícil, mas que iria tentar.
Na sexta feira eu fui buscar o meu marido no Aeroporto e fiz que ele dirigisse de volta pra casa enquanto eu o chupava. Não deixei ele gozar. Ao chegar em casa, com nossos filhos ja saídos para a noite, sentei-me no sofá e deixei-o em pé, na minha frente. Repeti todo o processo que tinha feito com o Eduardo. O pau do Cláudio, meu marido, parecia que iria explodir de tão duro. E ele provou que guardara a sua porra: acabou me dando um belo chafariz de esperma no rosto. Direcionei os jatos para a minha boca. Melei toda a cara e continuei chupando-o.
- Adoro engolir sua porra! – eu disse, bem com um jeito de puta. E ao mesmo tempo pensei como tinha sido bom engolir a porra do meu aluno, Eduardo.
Fomos para o quarto e ele me chupou a xoxota até eu atingir um orgasmo delicioso e ele voltar a ficar no ponto. Depois de uma maratona de posições ele me colocou de quatro na beira da cama e me enterrou seu cacete fundo na minha bundinha. Quase desfaleci de dor e tesão. Foi uma das minhas melhores trepadas, e o tempo todo eu estava fantasiando com o Eduardo.
Depois disso com toda certeza eu vou dar uma trepada bem gostosa com o Eduardo, mas não será aqui em casa.
Enviado ao Te Contos por Solange
47 notes · View notes
leclerqueensainz · 1 year
Text
Uma Família de Três (C.L 16) - Parte.I Descobertas, reencontros e surpresas
Tumblr media
Paring: Charles Leclerc X Marie Anderson (personagem original)
⚠️ Avisos: Menção a morte e assassinato, palavrões, Charles sendo um pouco agressivo na forma de reagir, menção a sexo e uso de drogas. (Este capítulo pode conter gatilhos!) (+16)
15 de Janeiro de 2023- Milão, Itália
-Buongiorno , Marcella!- Cumprimento a minha secretária a adentrar o escritório. - Alguma novidade para mim? - Pergunto à garota loira, que está sentada com os olhos enfiados no computador a sua frente.
-Buongiorno, Marie! E… HÁ! CONSEGUI! - Marcella pula de repente, me assustando. - Desculpe! É que eu consegui agendar a reunião com Fred Lacroix para a próxima semana. - Ela diz tentando se recompor e eu sorrio.
-Que ótimo! Você é dez. - Digo encostando ao lado dela na mesa e dando uma bisbilhotada em seu computador. - Você acha que ele estará em um bom humor? Ele não é a pessoa mais conhecida por ser agradável quando o assunto é venda e compra de suas artes. - Digo e Marcella apenas da de ombro.
-Não sei e sinceramente eu não me preocupo com isso. - Ela diz e posso ver um sorriso presunçoso estampar ‘em seu rosto. - Seja como for, nós somos fodas! A gente sempre consegue o que quer. - Ela termina e eu dou risada pelo seu entusiasmo.
Eu concordo com Marcella. Nós somos fodas e sempre conseguimos o que queremos quando o assunto é trabalho.
Após a morte de Jules, me mudei de Mônaco para a Itália. Eu sentia que precisava deixar aquilo tudo para trás, mesmo que para isso fosse necessário eu enterrar parte de quem eu era com o meu passado. Eu precisava recomeçar e fechei os olhos para a minha antiga vida. Eu não tinha mais nada em Mônaco. Nada que me segurasse, ou que ao menos valesse a pena ficar.
Eu precisava de tempo e de uma nova vida, e foi exatamente o que eu encontrei quando vim para a Itália, onde eu consegui me matricular em artes a tempo de continuar o ano letivo. E um ano e meio depois, estava formada e estagiando em uma das melhores galerias que existe em Milão. Pouco tempo depois disso, acabei percebendo que eu tinha muito potencial para a curadoria e acabei me dedicando a área, cuja qual hoje eu ainda faço parte, com a maior taxa de sucesso em recrutamento e vendas para novos artistas.
Hoje posso dizer que a minha vida está mais do que confortável e eu passo tanto tempo do meu dia ocupada com o trabalho, que mal tenho tempo de pensar em tudo que eu deixei para trás há alguns anos.
-AH! - Marcella grita e me pega de surpresa, me fazendo dar alguns passos para trás.
-Meu deus, Marcella! Você ainda vai me matar, garota! - Digo e coloco a mão no peito, sentindo o meu coração pular feito louco.
-Desculpa! É que eu acabo de me lembrar que você recebeu uma carta hoje pela manhã. - Ela diz e eu posso jurar que a minha confusão estampou meu resto. - Quer dizer, você não recebeu, recebeu, tá mais para “passaram o envelope por baixo da porta, enquanto estávamos fechados e eu pisei em cima quando eu cheguei”.- Ela diz e tira um envelope branco, amassado e com marca de uma meia pegada nele. - Eu tentei dar uma limpadinha, mas como você pode ver, não deu muito certo. Sério, alguém deveria limpar mais as ruas de Milão. - Ela diz e me entrega o envelope.
Dou uma analisada pelo envelope afim de achar o remetente, mas encontro apenas “Marie Anderson” escrito em uma caligrafia delicada.
-Não tem remetente. Que estranho. - Digo e Marcella assente.
-Também achei meio sinistro. Quer dizer, quem ainda manda cartas? Em pleno 2023, não era mais fácil mandar mensagem pelo insta? Ou sei lá, um email? - Eu concordo com a cabeça e dou de ombros.
-Bom, que assim seja. - Digo e vou andando em direção a minha sala. - Por favor, hoje pretendo tirar alguns dos atrasos que o fim do ano nos deixou. Caso alguém queira falar comigo, avise para deixar recado. E isso incluí minha mãe, okay? - Digo e Marcella assente.- Ótimo, obrigada. - Digo entrando na minha sala e fechando a porta logo em seguida.
Jogo minha bolsa em cima da mesa e me sento na cadeira. Analiso mais uma vez o envelope na minha mão e por um momento sinto uma sensação estranha enquanto o encaro.
-Tá, vamos acabar com o suspense, Marie.- Digo e pego um extrator de grampos no porta lápis, passando pela parte colada do envelope.
Abrindo o envelope eu tiro uma folha gravada com a mesma caligrafia que estava no envelope e duas fotos de um garotinho com cabelos e olhos escuros, que eu posso jurar que nunca vi na vida, mas que de certa forma me parece muito familiar . Viro a foto afim de ver se há algo escrito atrás.
“Vincenzo. 24/12/2021”
Era o que dizia em uma das fotos. Nela o garotinho estava sentado próximo ao que parecia ser uma árvore de Natal.
Dou uma olhada atrás da outra fotografia, onde o mesmo menino, aparentemente um pouco mais velho, estava sentado em um tapete cercado de brinquedos.
“Vincenzo. 19/12/2022.”
Me sentindo ainda mais confusa e com a sensação estranha se alastrando pelo peito, pego a carta que eu tinha deixado de lado em cima da mesa e começo a lê-la.
França, 02 de Janeiro de 2023.
Marie,
Eu nem sei dizer quantas vezes eu pensei em como escreveria para você. Você obviamente não me conhece, para ser sincera acho que ninguém do círculo de amigos e familiares dele, sequer ouviram falar sobre mim.
Eu sou Cecilia e é o que você precisa saber sobre mim agora, além é claro, do que estou prestes a escrever para você a seguir: Eu era noiva de Jules Bianchi.
Sei que isso é estranho e talvez até mesmo inacreditável, mas é verdade. Eu e Jules tivemos uma curta, mas apaixonante história de amor. Eu amei Jules e posso afirmar que ele me amou também.
Dois dias antes da morte dele, eu descobri que estava grávida. Dei a luz a Vincenzo no dia 24 de Dezembro de 2019. Um garotinho saudável e forte, muito parecido com Jules.
Eu o amei desde o momento em que soube que ele crescia dentro de mim. Fruto de algo tão puro e lindo, do meu relacionamento com Jules.
Sei que é muito para você raciocinar agora, mas para que você possa saber que estou te falando a verdade, há duas fotos de Vincenzo. Quero que olhe para elas e veja Jules, assim como eu vejo toda vez que olho para o meu filho.
Passei muito tempo querendo escrever para você. Jules à tinha como uma irmã. Lamento ter escondido isso de você e da família dele também, mas eu tive tanto medo. Medo da rejeição, de ser vista como uma mentirosa. Eu não poderia passar por nada disso. Eu só tinha Jules e depois que ele me deixou, não havia mais em quem eu pudesse confiar, então criei Vincenzo sozinha até agora, mas não acho mais que eu posso fazer isso. Vincenzo tem uma família além de mim. E eu preciso que ele cresça sabendo que é amado.
Prometo que irei lhe explicar tudo o que você precisa saber. Por favor, me encontre na cafeteria onde vocês costumavam se encontrar sempre que vinham juntos para Nice. Dia 18 de Janeiro às 16h.
Cecilia.
Minhas mãos tremem quando eu jogo a carta de volta em cima da mesa.
Mas que porra é essa? Isso é algum tipo de brincadeira doentia?
Pego as duas fotos nas mãos novamente e as encaro, percebendo agora o porquê de eu achar aquele menino tão familiar. Era Jules. Aquele garoto é a cópia de Jules.
Mas como isso é possível? Por que Jules nunca nos contou que tinha alguém? Isso não era do feitio dele. Jules sempre foi um livro aberto para nós. Sempre nos contou sobre tudo, assim como nós à ele. Ele não esconderia isso da gente….certo?
Com a cabeça cheia de dúvidas e o coração ainda mais pesado do que nunca, me vi gritando o nome de Marcella e em menos de um minuto, suas madeixas curtas apareceram pelo vão da porta.
-Sim?- Ela pergunta antes de me encarar por um momento e entrar totalmente na minha sala com uma expressão preocupada. - Você está bem, Marie? - Ela diz se ajoelhando ao meu lado.
-Reserve um voo para amanhã de manhã. Preciso ir para França.
🇫🇷
18 de Janeiro de 2023. - Nice, França.
Encaro novamente o relógio pendurado na parede, acima do balcão da pequena cafeteria. 15h45.
15 minutos. Apenas 15 minutos para que eu pudesse descobrir quem era a Cecilia e o porquê dela resolver entrar em contato comigo agora, depois de tanto tempo. E por que comigo? Sim eu, Jules e Charles sempre fomos muito próximos, apesar da diferença de idade. Mas por que entrar em contato justo comigo? Se o intuito dela era apresentar o garoto a família de Jules, por que ela não entrou em contato com Christine ou Phillipe?
Eu não via a família de Jules há muito tempo, nem ao menos trocávamos mensagens. Eu os deixei para trás quando decidi seguir em frente na Itália. Eles foram enterrados junto com meu passado em Mônaco.
O sino em cima da porta de entrada toca, indicando que alguém entrou no recinto. Minha cabeça dispara rapidamente em direção ao som.
E é como se em um minuto, tudo que eu lutei tanto para esquecer e deixar para trás, voltasse com força e sem controle como ondas de um tsunami.
Em pé, a poucos metros de onde estou sentada, meu olhar se cruza com Charles.
Charles. Meu ex namorado que não vejo há quase quatro anos. A parte que mais dói do meu passado, além da morte de Jules.
Ele está diferente. Tão diferente desde a última vez que eu o vi no funeral de Jules. Desta vez ele não está trajando o preto do luto, não. Ele está com roupas casuais, jeans escuro e um moletom verde musgo, com a palavra “FERRARI” estampada em preto. Em seu rosto há uma barba por fazer e seus olhos… porra. Os olhos que da última vez refletiam tanta desesperança, agora estavam mais vividos, porém com certos traços de preocupação.
Charles caminha até onde estou sentada, seus passos rápidos e largos como se quisesse me encurralar antes que eu fugisse novamente. Ele para a meio metro de distância, e seu olhar caminha por mim curiosamente. A sua feição é dura mas também coberta de duvidas. Aposto que assim como eu, ele quer entender o porquê de eu estar aqui.
-Charles…- Sou a primeira a dizer. A voz baixa e incerta. Ele assente devagar. Seu olhar ainda me encarando como se quisesse descobrir todos os segredos que eu obtive durante esses anos em que estivemos longe um do outro.
-O que você está fazendo aqui, Marie? - Ele pergunta. Direto, sem rodeios e com determinação. Um tom em que eu jamais esperaria ouvir do Charles que deixei há quatro anos. É, ele realmente mudou.
Eu queria poder responder a ele com a mesma intensidade, mas sinceramente, não acho que eu poderia. Há muita coisa acontecendo aqui e minha cabeça gira com tantas perguntas e emoções. Por que Charles está aqui? Que porra é essa? Foi ele quem armou tudo isso?
-Isso é algum tipo de brincadeira? Porque se for, eu juro por Deus que não tem graça nenhuma.- Ele diz, seu tom agora áspero.
Eu fico sentada olhando para ele. Totalmente confusa.
Charles passa a mão pelo cabelo, bagunçando ainda mais suas madeixas castanhas. Ele suspira fortemente e fecha os olhos, sua língua passa por seu lábio inferior rapidamente. Ele costumava fazer isso sempre quando sentia raiva ou frustração. Pelo menos isso não mudou.
-O que você está fazendo aqui, Charles?- Pergunto e ele abre os olhos, voltando a me encarar.
A mão de Charles vai até o bolso traseiro e volta com um envelope idêntico ao que foi deixado para mim no escritório na Itália. A diferença é que eu podia ver que esse foi endereçado a Charles, apenas o nome dele, também sem remetente.
-Me diz por favor, que não foi você, Marie. - Meus olhos passam do envelope para o rosto de Charles. Meu olhar demonstrando toda a sinceridade que eu podia quando o respondi:
-Não, não fui eu. - Ele assente com a cabeça, sua expressão se suavizando um pouco. Ele se move e se senta na cadeira vaga a minha frente. Suas mãos vão até o rosto e esfregam.
-Jules tem um filho. - Ele diz.
-Eu sei.- Respondo.
Charles abaixa as mãos e me encara novamente. Dessa vez a expressão de confusão. Antes que ele abra a boca para dizer qualquer outra coisa, eu pego minha bolsa em cima da mesa, abro e retiro o envelope branco de dentro dela. Charles encara a minha mão por um tempo, antes de estender o braço por cima da mesa e pegar o envelope da minha mão.
-Você também recebeu. - Ele diz e mesmo não sendo uma pergunta e ele não olhando para mim, eu faço que sim com a cabeça.
-Parece que ela marcou com nós dois. Creio que seja mais fácil contar a história ao mesmo tempo. Assim não há riscos de errar a versão. - Digo e o olhar dele passa dos envelopes em cima da mesa para mim.
-Você acha que é mentira? Que o garoto não é filho de Jules?- Ele pergunta sério e eu apenas dou de ombros.
-Eu acredito que possa ser de Jules. Só não sei o motivo pelo qual ela demorou todo esse tempo e porque escolheu a gente. Obviamente não somos as pessoas mais indicadas para mostrar a Vincenzo que ele tem uma família por parte de pai. - Digo e vejo o maxilar de Charles tencionar.
-Nós éramos amigos de Jules. Ele confiava em nós. - Ele diz, mais uma vez sua voz soando áspera.
-Pelo visto não confiava o bastante para nos dizer que se apaixonou. - Digo e imediatamente me arrependo.
Olho para Charles e se fizéssemos parte de um desenho animado, ele teria chamas no olhar.
-Você não sabe o que aconteceu. Você não sabe os motivos dele, assim como eu.- Ele diz entre dentes. - Não duvide das razões dele. Não quando ele não está aqui para se defender.
Durante todos os anos em que eu passei ao lado de Charles, eu nunca o vi com tanta raiva. E se eu não o conhecesse ficaria com medo.
Mas você ainda o conhece? Pergunto para mim mesma internamente.
-Não é o que eu quis dizer.- respondo na defensiva.- Sinto muito, não era para soar dessa forma. Óbvio que Jules tinha motivos e iremos descobrir quando Cecília chegar. - Charles relaxa o maxilar e se ajeita na cadeira.
Olho novamente para o relógio pendurado na parede. 16h10. Ela está atrasada. Olho para Charles, um pouco aflita.
-Você acha que ela vem? - Ele da de ombros, mas sua mão vai até o bolso do moletom e tira um celular.
-Ela está atrasada.- Ele diz o que eu já sei. - Mas acho que sim, ela vem.- Charles joga o celular em cima da mesa sem nenhum cuidado. Seus dedos ansiosos brincando com seus anéis.
-Parabéns pelo vice-campeonato, a propósito. - Digo para tentar amenizar um pouco da ansiedade de ambos e ele volta o olhar para mim.
-Você acompanhou as corridas ? - Ele perguntou um pouco surpreso.
-Sim.- admito um tanto envergonhada. - Minha secretária é uma grande fã de Fórmula 1. - Completo, o que não é mentira.
Assim como toda italiana, Marcella é uma tifosi assídua. E mesmo eu querendo deixar tudo que eu conhecia para trás, eu não poderia me esconder de um dos esportes mais amado pelos europeus, ainda mais na Itália, a casa da Ferrari.
Charles solta um riso baixo, seu olhar adotando a expressão de menino travesso. Ah não.
-Sua secretária, hein? - Ele diz com tom zombeteiro e cheio de insinuações.
-Ah, cale a boca, Leclerc! - Digo tentando soar seria mas falhando quando deixo uma risada escapar.- Eu estou falando sério! Minha secretária é uma tifosi roxa. Ela não pode calar a boca um minuto sobre a Ferrari e me faz assistir todas as corridas. - Digo e dou de ombros.
-Sim, sim… E eu aposto que sou o motorista favorito da sua “secretaria”, certo? - Ele diz fazendo aspas com os dedos e com um sorriso presunçoso no rosto.
-Na verdade, ela prefere o Sainz. - Digo e na mesma hora o sorriso dele se transforma em uma careta séria, o que me faz rir.
Logo as covinhas aparecem na bochecha de Charles e meu coração da um pequeno salto ao som da sua risada tipicamente meio falhada e exagerada. Ah como eu gostei de ouvir novamente aquela risada horrível, mas ao mesmo tempo muito fofa.
Naquele momento, mesmo eu odiando admitir, eu percebi o quanto senti falta daquilo. Era um sentimento tão bom do conhecido e de leveza. E mesmo que há apenas uns minutos atrás eu estivesse duvidando sobre ainda conhecer a pessoa que Charles havia se tornado, eu pude ver que independentemente dos anos e das tragédias que a vida o submeteu desde novo, aquele menino gentil e brincalhão pelo qual eu havia me apaixonado um dia, ainda estava lá. E talvez nunca fosse embora. E eu gostei disso.
Encarando Charles sorrindo, ali sentado na minha frente, me pergunto, por apenas um segundo, se teria sido diferente caso eu não tivesse ido embora. Mas assim como o pensamento veio, eu o afasto. Porque, por mais que eu fique feliz em saber que Charles ainda tinha algo que pra mim era familiar, dentro de si, nós não demos certos antes mesmo da morte de Jules. E duvido que conseguiríamos manter uma boa relação com toda dor e luto que nos cercava. Eu fiz uma boa escolha. Sim, eu fiz o certo.
Deixar Mônaco foi uma das coisas mais difíceis que eu tive que encarar. Mas isso me fez crescer e me tornou uma mulher forte. Aprendi a lidar com a perda, mesmo que talvez não seja da forma mais saudável, ainda funcionou para mim. Consegui terminar a faculdade, arrumei o emprego que eu queria e conheci gente nova. Me apaixonei, mesmo que não tenha amado como amei Charles, ainda me permiti sentir e tentar a felicidade. Claramente não deu certo, mas mesmo assim valeu a experiência.
E também posso dizer que Charles conseguiu conquistar o que queria, ou quase tudo. Ele é um dos melhores pilotos de fórmula 1, dirige para a Ferrari, que é o sonho de quase todo esportista do automobilismo. Tem uma carreira de sucesso e é mundialmente conhecido por isso. E mesmo não tendo conseguido o título que tanto anseia, no ano passado, talvez consiga esse ano. Ele é focado, é grato e gentil. O menino de ouro. O predestinado.
Mesmo Charles sendo tão jovem, conseguiu dar à família e amigos tudo o que sonharam. O orgulho de Pascale e se Harvé estivesse vivo, tenho certeza que também estaria orgulhoso do filho que criou. assim como Jules também estaria em ver o progresso de Charles.
E então o vazio apareceu de novo. Jules. Eu tento ao máximo não pensar nele. As memórias ainda são dolorosas mesmo depois desses anos.
Acho que deixei meus pensamentos refletirem demais, pois Charles que antes ria, agora me encara com um olhar de compaixão. Ele provavelmente pensou em Jules também.
-Eu também sinto falta dele. - ele diz e eu faço um gesto com a cabeça. - E senti sua falta também. - Sua mão se encontra com a minha em cima da mesa.
Não havia segundas intenções. Apenas um gesto. Um gesto para afirmar o que saía de sua boca. E doeu. Aquilo doeu no meu coração e na minha alma.
Afasto a mão rapidamente da dele e encaro a mesa. Charles recolheu as mãos e manteve perto do próprio corpo.
-Eu sei que você não me devia nada, Marie. Nem explicações, nem lealdade. - ele começa, a voz um pouco quebrada fazendo o meu coração apertar. - Mas Jules morreu e você foi embora. Por que você partiu? - Ele pergunta e eu posso ouvir a mágoa.
Eu queria ter forças para erguer o olhar e dizer à ele enquanto o encarava nos olhos, que tudo que eu fiz foi por medo e por achar que não havia mais nada para mim em Mônaco. Que eu ainda o amava mesmo depois dele terminar comigo e que perder Jules para a morte me destruiu, mas saber que perder Charles enquanto estava vivo, só iria me arruinar ainda mais. Eu não podia vê-lo todos os dias e saber que ele não pertencia mais a mim. E que cada minuto que eu passasse com o luto e com o coração partido e sem ele, me fazia lembrar que o amor era algo impossível para mim. Que eu não merecia ser amada. Que nunca haveria ninguém para me amar.
-Eu precisei ir.- Digo ainda encarando minhas mãos. - Não espero que você me entenda, nem que me perdoe. Até porque, não estou te pedindo nada disso, Charles. - Minha voz soou firme mas meus olhos ardem.
Respiro fundo e prendo o ar por alguns segundos antes de soltar. Subo meu olhar para encara-lo quando tenho certeza que as lágrimas não descerão.
-Eu tive que fazer uma escolha e eu a fiz. Eu me escolhi. - falo simplesmente, talvez tentando convencer a mim mesma.
Charles assente com a cabeça e volta a brincar com os anéis em seus dedos. Dessa vez era difícil para ele me encarar.
-Fico feliz em ver quem você se tornou, Marie. E espero que tenha alcançado o que queria quando…- ele para por um segundo, incerto do que dizer- Quando deixou Mônaco. - uma risada gasta deixou seus lábios. - Não vou te julgar, até porque, quando você se foi, já não éramos um casal. Mas eu fui um idiota em achar que éramos amigos.- Ele volta a me encarar. - Fui idiota até perceber que não haveria essa possibilidade entre nós dois sem Jules estar aqui.
Eu queria gritar. Queria levantar e jogar tudo o que havia na minha frente em cima dele. Queria xinga- lo e dizer que ele não tinha aquele direito. Mas para ser justa, eu não poderia nunca fazer isso. Não quando eu fui embora, quando fui eu quem deixei o que sobrou de nós três. Jules tinha morrido e eu fugido. Quando saí não pensei em Charles e nem em seus sentimentos. Apenas pensei em mim e como eu nunca conseguiria conviver com aquilo.
Eu não me arrependo. Fiz o que achei necessário e faria novamente. Charles poderia ter precisado de mim, mas eu precisava mais. Precisava sair e me curar. E foi o que eu fiz. Charles ainda tinha amigos e família com quem contar e eu não tinha ninguém. Sem família presente, sem amigo e sem namorado. Charles e eu sentimos o luto é claro, mas nós o sentimos de formas diferentes. Ele havia perdido um amigo e eu havia perdido tudo.
Não havia para quem eu voltar e abraçar ao chegar em casa. Não havia ninguém lá para me dizer que sentia muito pela minha perda e que tudo iria ficar bem. Então eu fui atrás do que eu achei que precisava e consegui. Fui em busca de mim mesma, de uma nova vida, de novas escolhas e oportunidades e eu as encontrei. Eu me encontrei. Claro que abri mão de muito e que o vazio que Jules e Charles haviam deixado, nunca foram preenchidos, mas eu aprendi a lidar e a utilizá-lo a favor de outras coisas e isso bastou, pelo menos por enquanto.
Antes que eu pudesse respondê-lo, sou interrompida mais uma vez pelo barulho do bendito sino da porta de entrada.
Charles e eu viramos nossa atenção para a porta ao mesmo tempo. Os dois encarando uma mulher loira e magra, que vestia um casaco verde e calça legging. Mas o que mais nos chamou atenção foi o garotinho em seus braços. Ele tinha cerca de 3 ou 4 anos, cabelos escuros, estava deitado com o rosto escondido no pescoço da mulher e sua mãozinha agarrava a gola do casaco dela como se estivesse com medo de que ela fosse embora se ele a soltasse.
Eu e Charles nos levantamos em gestos ensaiados, tudo ao mesmo tempo. Ele parou ao meu lado, sua mão pousando no meu ombro coberto pelo meu próprio casaco desta vez.
A mulher nos encarou e veio em passos lentos em nossa direção. Quando ela chegou mais perto e parou a cerca de um metro de distância de nós eu pude analisá-la.
Seu rosto era fino e perfeitamente simétrico, e mesmo parecendo que não dormia a dias, seus olhos cansados são um tom de castanho esverdeado, muito bonitos. Ela é muito bonita. Seus lábios se abrem em um pequeno sorriso e ali eu pude ver que ela facilmente fazia o tipo de Jules.
-Imagino que vocês são Charles e Marie, certo ? - Ela diz, sua voz era doce e cansada.
Meu olhar passa dela para o garotinho em seus braços e logo depois eles se cruzam com o de Charles. Ele me dizendo através dos olhos , as mesmas coisas que eu estou pensando. Nós voltamos a atenção para a loira à nossa frente e assentimos.
- Ótimo!- Ela pigarreia antes de continuar - Eu sou Cecília e este rapazinho aqui é Vincenzo. - ela da uma leve balançada no pequeno que aperta ainda mais forte o colarinho do casaco dela. - Filho de Jules.
O aperto de Charles sobre meu ombro fica mais forte e eu engulo em seco. Eu não consigo desviar meus olhos do garotinho e agora mais de perto, eu podia ver seu perfil. Sua bochecha gordinha de criança e seus cílios longos assim como o de Jules.
Cecília se mexe desconfortável, seus pés passando o peso de um para o outro e ela ajusta um pouco a posição de Vincenzo em seu colo.
-Sei que vocês devem ter milhares de perguntas e eu prometo que irei responder a todas elas. Mas antes, vocês se importam se eu me sentar? Vincenzo é um pouco pesado e vim caminhando com ele nos braços. - Ela diz com um semblante envergonhado.
-Claro que não. Por favor. - Charles se aproxima dela e puxa a cadeira em que estava sentado alguns minutos atrás. Cecília se senta tomando cuidado para não fazer movimentos bruscos e acordar Vincenzo.
Charles aponta para a outra cadeira vaga e eu me sento. Ele da alguns passos até a mesa ao lado e pega uma cadeira desocupada para que possa se sentar. Assim que os três estão sentados ao redor da mesa, Charles chama a garçonete, que só agora percebo que está todo esse tempo nos encarando. A garota ruiva e sorridente, que provavelmente não tinha mais de 19 anos, se aproxima com o olhar vidrado em Charles. Provavelmente ela deve ter o reconhecido.
É Charles quem faz os pedidos. Um cappuccino para mim- o que me causa uma sensação no estômago por ele ainda se lembrar-um chá gelado para si e pergunta a Cecília o que ela gostaria de beber e ela responde que um café seria o suficiente. A ruiva anota os pedidos e pede licença antes de se retirar. Seus olhos ainda grudados em Charles.
Reviro os olhos internamente, mas sei que não posso culpa-lá, afinal não deve ser sempre que ela atende alguma figura pública. Quando costumávamos vir aqui com Jules, os funcionários eram outros e a pequena cafeteria fica em uma rua meio que isolada em Nice, então é provável que não venha muitas pessoas famosas por aqui.
Tiro meu olhar da garçonete e volto para Cecília que já me encarava atentamente com um pequeno sorriso nos lábios.
-Bem… - Charles começa. - Por que estamos aqui, Cecília? Por que somente agora você entrou em contato conosco ? - Ele pergunta se inclinando um pouco mais para frente, seus braços descansando em cima da mesa de madeira.
Cecília se ajeita na cadeira cuidadosamente e seus olhos se desviam para Vincenzo por apenas um segundo antes de se voltar para nós.
-Eu queria que vocês conhecessem Vincenzo. Enquanto estava vivo, Jules sempre mencionou vocês como parte da família dele. Ele amava muito vocês dois. - Ela diz e eu sinto meu peito apertar.
-Mas por que só agora ? - Eu me pronuncio pela primeira vez. - Sei que você escreveu na carta que estava com medo, mas ainda assim soa estranho você resolver vir nos procurar agora, sem nenhum motivo. - digo tentando manter a minha voz firme.
Cecilia fica em silêncio por alguns segundos como se quisesse formular as próximas palavras com cuidado.
-Há um motivo. - Ela afirma. - Olha, eu sei que é estranho e garanto a vocês que não estou querendo dinheiro nem nada do tipo. - Seu olhar passa de mim para Charles como se quisesse confirmar a última parte especificamente para ele. - Eu e Jules nos conhecemos cerca de seis meses antes dele morrer e foi como amor a primeira vista.
-Ele nunca nos contou sobre você. - Charles responde a cortando e ela assente.
-Eu sei que não. Eu pedi para que ele não o fizesse. - Ela diz e eu e Charles nos encaramos confusos antes de voltar nossa atenção para ela.
-Como assim? Por que você pediria isso a ele? - Pergunto achando aquilo estranho.
-Quando conheci Jules, eu estava em um momento complicado da minha vida. - Ela responde e vejo seu semblante se tornar sombrio. - Eu tinha apenas 19 anos e tinha fugido da Itália. - A voz dela estremece como se fosse difícil para ela voltar a mencionar aqueles tempos .
Eu queria poder lhe dizer que não era necessário que ela nos contasse se não estivesse se sentindo confortável, mas na verdade era realmente necessário que ela o fizesse. Afinal, era para isso que eu e Charles estamos aqui.
Charles assentiu para que ela continue e eu podia sentir a tensão dele.
-Eu me meti com pessoas erradas na Itália.- Ela continua. - Havia um garoto pelo qual eu passei a adolescência apaixonada, Paolo era o nome dele. Nós éramos muito jovens e idiotas, sabe ? - Cecília ri e seus olhos enchem de lágrimas. - Como todo adolescente, nós nos achávamos invencíveis, mas não éramos. Quando eu tinha 17 anos, passava a maior parte do tempo em festas e clubes com ele. Nós bebíamos e usávamos drogas, era tudo curtição e felicidade, até que não era mais. Com o tempo a bebida e as drogas deixaram de ser apenas para as festas e começaram a se tornar necessárias para qualquer coisa. Desde conseguir se concentrar nos estudos, até para poder levantar da cama. Meus pais, assumiram que Paolo era o culpado pela minha dependência e me proibiu de voltar a vê-lo. Eu obviamente fui contra e eles me fizeram escolher entre uma vida com eles ou a minha ruína ao lado de Paolo. Eu jovem e burra escolhi o amor e abandonei meus pais sem olhar para trás. Deixei a vida que tinha para correr atrás de aventuras com Paolo e ele fez o mesmo, fugindo de casa. Mas acontece que éramos dois viciados sem casa e sem dinheiro. Não havia mais a grana que nossos pais nos davam, então começamos a nos virar como podíamos. Pequenos roubos e furtos e até mesmo… - ela para por um momento. Lágrimas grossas descendo pelo seu rosto.
- Aqui.- Charles estende um guardanapo e ela o pega e limpando o rosto logo em seguida.
-Obrigada. - ela agradece e ele a oferece um meio sorriso.- Até mesmo prostituição. -ela continua e eu sinto meu estômago embrulhar. Não era nojo, mas sim pena por imaginar alguém naquela situação. Ao meu lado pude ver que Charles se sentiu tão incomodado quanto eu. Era difícil para ele conseguir se colocar no lugar dela.
Charles cresceu com ótimos pais que faziam de tudo pelos filhos, e por mais que não fossem milionários na época, ainda conseguiam ter e oferecer uma vida confortável a eles. E aposto que se qualquer um dos três, Charles, Lorenzo ou Arthur, tivessem seguido o caminho errado, Pascale jamais os teria abandonado.
E eu, bem, eu tive sorte. Passei a adolescência com Jules e Charles que possuíam uma família estruturada o suficiente para compartilhar comigo, pois meus pais eram ausentes.
Obviamente que eu e Charles tivemos nossa fase rebelde com porres e maconha de vez em quando. Mas Jules, por ser quase dez anos mais velho do que nós, sempre nos manteve na linha como um bom irmão mais velho. E se ele soubesse que passamos dos limites em festas ou em qualquer outro lugar, oh Deus! Ele pirava.
-Cecilia, sei que é difícil para você dizer isso, mas acho que é importante para que eu e Charles possamos compreender. - Digo e ela assente.
Cecília respira fundo duas vezes antes de continuar e é ali que tenho certeza de que a história só pioraria. Tento me preparar para ouvir o que ela tinha a dizer.
-Eu me prostitui algumas vezes, sem que Paolo soubesse. Havia alguns traficantes que me davam drogas em troca de sexo e como muitas das vezes eu não tinha outra opção, eu aceitava. Mas um dia ele descobriu e aquilo acabou com ele. Com a gente. - As lágrimas voltaram a escorrer pelo seu rosto. - Paolo enlouqueceu quando descobriu e foi atrás do traficante que eu havia dormido. Ele arrumou uma arma e matou o cara. Ficamos fugindo durante algumas semanas, mas era difícil demais para dois sem teto viciados, conseguir se esconder na Itália. Logo nos acharam e…- ela aperta os olhos e soluça forte.
Eu estico a minha mão em cima da mesa e pego a mão de Cecília. Ali havia muita dor e parte de mim queria se encolher e parar de ouvir, mas eu não podia. Passo meus olhos para Charles e ele me encara de volta, seus olhos refletindo uma angústia em estar ouvindo tudo que saia da boca dela. Era surreal demais para ele ouvir tudo aquilo.
-Eles mataram Paolo e acreditaram ter me matado também. Mas por algum milagre eu consegui sobreviver e pedir ajuda em uma igreja. O padre de lá era amigo dos meus pais e conseguiu uma família em Nice, que estaria disposta a me ajudar. Então eu vim para França, passei pela reabilitação e comecei a frequentar as reuniões para dependentes químicos. - seus olhos voltam a ficar distantes e eu continuo a segurar sua mão. - Foi na volta de uma dessas reuniões que eu conheci Jules e foi ali que eu entendi o motivo de eu ter sobrevivido. Nós nos apaixonamos, mas ele tinha uma vida pública e eu não podia me expor pois tinha muito medo que viessem atrás de mim. Eu contei a Jules o que tinha acontecido e diferente do que eu achei que ele faria, ele me acolheu. Me prometeu que não contaria a ninguém, nem mesmo a vocês dois, até que eu estivesse pronta e segura. E ele fez isso. Nos manteve em segredo durante meses. Nos víamos sempre que ele voltava para Nice, após as corridas. -Ela termina.
Eu e Charles observamos enquanto Cecília tenta tranquilizar a respiração, seu aperto sobre o corpo adormecido de Vincenzo aumenta como se tivesse medo de que ele sumisse de seus braços a qualquer momento.
Me parte o coração ver toda a sua dor e me faz ter uma perspectiva totalmente diferente de quando eu entrei aqui hoje. Ela amava Vincenzo e isso era nítido, assim como amou Jules. E essa é a parte que mais me dói.
Saber que o motivo pelo qual Jules nunca a citou para nós, seus amigos e família, foi somente para protege-la, fez meu coração pesar e se aquecer ao mesmo tempo. Isso era tão Jules.
Consigo me lembrar que meses antes de morrer, ele realmente passou a frequentar mais sua cidade natal e sempre que o questionávamos, ele dizia que queria passar um pouco mais de tempo com sua família. Nós até estranhávamos um pouco, mas Jules sempre teve uma ótima relação com os pais e parentes mais íntimos, o que nos fazia simplesmente deixar para lá e somente aproveitar o tempo que passávamos juntos antes dele e Charles ter que voltar para as corridas.
-Sinto muito por tudo isso, de verdade, Cecilia.- Charles é o primeiro a dizer após ela parecer mais calma. - Mas ainda precisamos saber o porquê de só agora você nos procurar. - Ele diz e eu concordo.
Cecilia assentiu com a cabeça e olhou para Vincenzo em seus braços. A tensão que emanava em si, me fez estremecer, Charles provavelmente percebeu e sua mão se encontra com a minha coxa por baixo da mesa.
-Cerca de dois dias antes da morte de Jules, descobri que estava grávida de Vincenzo. - Ela diz e eu faço um gesto de compreensão com a cabeça. - Jules estava correndo em Shangai e eu estava apavorada e sozinha aqui.- As lágrimas que haviam cessado voltaram a descer em ondas mais intensas.
Minha mente se teletransporta para 2019, para a última corrida de Jules. Ele estava tão contente que conseguiu terminar em sétimo lugar naquele dia. Mas, de uma hora para outra ele só queria voltar para casa e descansar, nem chegando a comemorar com os meninos do grid.
-Eu mandei uma mensagem para ele após a corrida. Disse que precisava que ele viesse o mais rápido possível para Nice, pois algo havia acontecido. - Cecília olha para Charles enquanto dizia.- Então ele me mandou mensagem dizendo que iria pegar o primeiro avião disponível de volta para França.
Conforme Cecília fala, o aperto de Charles em minha coxa aumenta. Eu olho para ele pelo canto dos olhos e consigo enxergar o momento em que seu pomo de Adão sobe e desce.
-Então foi por isso que ele saiu tão depressa naquele dia. - A voz de Charles soa baixa. - Ele saiu antes que eu pudesse falar com ele…- Seus olhos enchem de água e sua respiração se torna um pouco instável. Cecília apenas assente e fecha os olhos com força antes de continuar.
-Quando Jules chegou em Nice já era de madrugada e estava chovendo muito. Ele tentou pegar um táxi ou Uber, mas não estava conseguindo nenhum dos dois. - Dessa vez sinto minha respiração falhar um pouco enquanto ela continua. - Ele conseguiu alugar um carro em uma agência 24 horas que ficava próxima ao aeroporto e me mandou uma mensagem dizendo que chegaria em breve e que eu não precisava me preocupar, pois não importava o que estivesse acontecendo tudo iria ficar bem e que ele me amava.
Charles levantou abruptamente. Seu rosto adotando um olhar de descrença.
-Foi você…- A voz dele era fraca e acusatória. - Foi por sua causa que ele… Meu Deus!- Ele se agita e suas mãos passam pelo rosto e por seu cabelo.
-Charles…- Eu tento acalma-lo, mesmo eu também estando ansiosa. - Charles, por favor, senta e tenta se acalmar. - Eu tento pegar em sua mão mas ele recua em um movimento brusco.
-Me acalmar? - Ele se volta para mim. - Foi ela, Marie! - ele diz apontando para Cecília que apenas se encolhe na cadeira e aperta ainda mais Vincenzo que se mexe desconfortável em seu colo. - Ela matou ele! É POR CULPA DELA QUE JULES MORREU! - Ele grita.
Minha respiração se torna difícil e meu coração vai a mil por hora. Na minha frente Cecília soluçava e apertava Vincenzo ainda mais contra seu corpo.
Toda aquela comoção fez com que alguns funcionários começassem a aparecer e se aproximar a uma distância segura da mesa.
-Eu sinto muito, sinto muito- Cecília implora. - Eu juro que nunca quis que isso acontecesse, eu estava com tanto medo e…- Ela para quando escuta o choro baixo de Vincenzo.
A atenção de Charles vai para o garotinho quando percebe que agora ele está acordado. Ele faz um movimento negativo com a cabeça e sai do café as pressas, batendo a porta com muita força atrás de si. Nós nos assustamos com o barulho e o garotinho chora ainda mais alto. Eu me levanto apressada para ir atrás de Charles mas antes paro e me viro para Cecília.
-Por favor, espere aqui, sim? Vou tentar acalma-lo. Não vá embora. - Digo e ela assente, seu rosto manchado de lágrimas que ainda continuavam caindo e sua respiração acelerada enquanto balançava Vincenzo tentando acalma-lo.
Uma garçonete morena se aproxima com um copo de água nas mãos e coloca na frente de Cecília. Eu a agradeço com um gesto e saiu pela porta rapidamente afim de encontrar Charles.
Não demoro muito para encontrá-lo, ele estava em frente a um carro preto. O corpo apoiado ao lado do motorista. Mesmo de longe eu posso ver seu corpo tremendo e ouvir o som de sua respiração desregulada. Vou me aproximando devagar dele, para não assusta-lo.
Quando chego perto o suficiente penso em toca-lo, mas logo o pensamento deixa a minha mente quando percebo que não era uma boa ideia.
-Charles…- o chamo baixinho para chamar sua atenção. - Eu sinto muito, mas nós precisamos voltar para lá. Ela-
-Não!- ele exclama.- Por favor, Marie! Não me peça para voltar lá. Ela matou ele! Foi culpa dela! - Ele me encara com os olhos vermelhos e inchados.
Meu coração se aperta mais com a imagem dele assim. Me vejo novamente sendo mandada para o ano da morte de Jules, mais especificamente para o dia de seu funeral.
Eu queria abraçar Charles e dizer que tudo ficaria bem, mas na verdade eu não sabia se ficaria. Jules havia morrido à quase quatro anos e mesmo assim ainda doía toda vez que seu nome era citado. E ouvir hoje de uma estranha, as razões pelas quais resultaram em sua morte, não era algo fácil. Mas havia um motivo pelo qual Cecília quis nos contatar depois de todo esse tempo e nós precisamos saber.
Respiro fundo e resolvo me aproximar mais de Charles. Um de nós tinha que tentar ser racional nesse momento e se tivesse que ser eu, tudo bem. Eu não iria voltar para a Itália sem uma resposta.
-Charles, eu entendo que é difícil ouvir tudo isso assim, de repente.- minhas mãos vão para o seu rosto. - Eu sei que dói, Charles. Eu também estou sentindo. - Ele fecha os olhos e eu sinto lágrimas rolarem pelo meu rosto. - Mas nós não podemos culpá-la totalmente, Charles. Ela estava com medo e só queria conversar com ele.
-E isso resultou na morte dele. - Ele diz, seus olhos se abrindo e se encontrando com os meus. - Marie, se ela não tivesse feito o que fez, ele estaria aqui agora. Ele estaria vivo e teria conhecido…- A voz dele falha. - Ele teria conhecido o próprio filho. - Ele chora e eu o puxo para um abraço.
Jules morreu sem conhecer o filho. Jules morreu sem saber que teria um filho. Jules morreu no escuro sem saber o que é que estava acontecendo com Cecília. Jules morreu sozinho e preocupado e nada que possamos fazer irá trazê-lo de volta. Ele morreu. Acabou. Mas eu e Charles ainda estamos aqui.
-Jules morreu sem conhecer o filho, mas nós ainda estamos aqui e podemos fazer isso por ele. - eu digo e ele me aperta mais. - Nós ainda estamos aqui, Charles. E podemos fazer isso. - Ele quebra o abraço e me encara com o rosto cheio de mágoas. Eu afirmo com a cabeça. - Nós precisamos entrar lá. Juntos. - ele olha para os pés. - Charles, eu preciso que você entre lá comigo, pois eu não posso fazer isso sozinha. - Seus olhos voltam para mim e ele entende que eu utilizei as mesmas palavras que ele há alguns anos.- Por favor, Charles. Eu não quero fazer isso sozinha. Não posso. - Ele assente e eu pego sua mão e o arrasto lentamente de volta até a cafeteria.
Quando entramos pela porta meus olhos se encontram com os de Cecília. Afirmo com a cabeça para lhe dizer que está tudo bem e ela assente em compreensão. Olho para Charles que a encara sem expressão. Seu olhar está gélido, totalmente diferente do que um dia eu cheguei a conhecer.
Ainda segurando a mão de Charles, caminho em direção a mesa onde ela nos espera desconfortável. Percebo que Vincenzo não estava mais em seu colo e sinto uma preocupação momentânea que logo passa quando o vejo brincando de costas em uma outra mesa com a mesma garçonete ruiva que havia nos atendido.
Nos sentamos em nossas cadeiras e vejo que os nossos pedidos estão postos em cima da mesa. Sinto meu estômago embrulhar só de olhar para o Cappuccino na minha frente. Dou uma ligeira olhada ao redor e percebo os funcionários tentando desviar o olhar de onde estamos. Faço uma anotação mental em “resolver” esse problema para que não saia daqui quando formos embora.
-Apenas diga logo o que você quer. - Charles quebra o silêncio, seus olhos ainda encarando Cecília que assente e engole em seco.
-Eu entendo a raiva de vocês e sei que não tenho o direito de pedir o que irei pedir. - Ela diz e minha audição aguça. - Eu convivo com a culpa a anos. Seja por Paolo ou por Jules, a culpa e o remorso me acompanham por onde quer que eu vá. Não importa o que eu tente fazer, sempre estão lá. - Ela olha para as mãos. - Ano passado eu tive uma recaída. - Ela diz. - Usei heroína, foi uma vez, mas usei. Depois de anos resistindo e nem chegando perto de drogas, eu deixei a minha mente de merda cair no buraco e me piquei. - Ela solta um riso desesperado e seus olhos enchem de água.
Meu corpo gela e Charles solta um barulho de escárnio ao meu lado. Quando ele abre a boca para falar algo Cecília o corta.
-Sim, eu sei que sou uma puta e que mereço a pior merda que a vida reservar para mim. Mas é essa a questão. Eu mereço as coisas ruins, mas meu filho não. - Ela diz firme nos encarando séria. - Eu preciso que Vincenzo tenha uma vida boa e decente. Preciso ter certeza que ele crescerá sendo amado e que nunca irá faltar nada a ele. - Ela desvia o olhar por um momento até a mesa onde Vincenzo brincava animado com a garçonete e logo depois volta a atenção para nós.
Cecília respira fundo e se inclina mais para frente. Eu podia jurar que ela seria capaz de pedir qualquer coisa naquele momento. Dinheiro, uma casa em um lugar distante da cidade, um período na reabilitação, qualquer coisa.
-Eu não posso mais cuidar de Vincenzo.- Ela afirma, seu tom exalando amargura.- Eu prometi a Jules que faria de tudo para que ele fosse diferente de mim. E é por isso que procurei vocês depois de todos esses anos.
Minha cabeça gira. Ela está pedindo para …? Não, não é possível.
-O que você quer dizer com isso ? - Charles pergunta aflito.
Cecília limpa as lágrimas do rosto com a mão, pisca algumas vez e adota um olhar decidido, um olhar que eu conhecia bem. O mesmo olhar que deu a mim mesma no espelho quando decidi deixar Mônaco. De repente eu me sinto apavorada, pois minhas suspeitas são confirmadas.
-Ela quer que nós cuidemos de Vincenzo. - Eu digo.
17 notes · View notes
pinballwzard · 1 year
Text
fresh prince? oh, you meant french prince: evan rosier numa entrevista exclusiva para a gq magazine.
Tumblr media
evan, boa noite–
boa noite! uau, desculpas pelo atraso. fiquei preso na universidade, meu motorista não conseguiu me buscar por causa desse trânsito horrendo de londres, tive que pegar um táxi e foi definitivamente uma experiência e– anyway, não é isso que você quer saber. temos uma entrevista a fazer, certo? 
certo. nossa redação formulou algumas perguntas e eu terei o prazer de fazê-las à você. começando com: onde você passará o natal e o ano novo, evan?
oh, aqui. definitivamente aqui. é isso que quer saber, eu imagino. meus pais vão para monaco no natal e depois para noruega no ano novo, i’m just not feeling it. depois de meses de discussão– porque minha família decide o lugar em que vão comemorar as festas com pelo menos seis meses de antecedência– enfim, depois de meses de discussão, eu consegui convencê-los a me deixar passar o natal longe da frança. enfim, vai ser meu primeiro final de ano aqui em londres. 
já que estamos falando de natal, qual a sua tradição preferida e mais odiada?
acho que até eu receber a notícia de que poderia passar o natal aqui, eu odiava todas as tradições. o natal é estranho na frança, não sei bem explicar porque, só é. não importa o que você faça, parece que nunca é o suficiente para criar a atmosfera certa. mas estou ansioso pra fazer algumas tradições daqui, coisas que meus amigos estão me ensinando e tudo mais. 
evan, pra você, esse recesso de fim de ano é tempo para família ou tempo para o trabalho?
uh, nenhum dos dois, eu acho? quer dizer, eu amo minha família, mas eu definitivamente quero passar esse recesso com os meus amigos, então não posso mentir. e com certeza não é tempo para o trabalho. quer dizer, não que eu trabalhe, mas imagino que se eu trabalhasse, eu acharia o mesmo.
conta um pouco pra gente sobre você: o que, do começo do ano até agora, mudou dentro da sua vida? você prefere a pessoa que era em janeiro ou a pessoa que é agora?
acho que nada mudou, pra ser sincero. eu continuo o mesmo evan de janeiro. com o dobro de reprovações na faculdade, mas tudo segue a mesma coisa. felizmente. eu não sei se gosto de mudanças. 
e pra terminar: evan, se você pudesse pedir uma coisa para o ano que vem, o que seria?
ah, uma namorada! com certeza uma namorada. aliás, se alguma solteira estiver lendo isso e se interessar, hit me up no instagram. eu sou um cara maneiro, eu prometo. 
ouviram, ladies? evan rosier está solteiro e em busca de uma namorada. se eu fosse vocês, não perderia essa oportunidade. bem, evan, obrigado pela entrevista!
obrigado gq pelo interesse em me entrevistar, até mais!
9 notes · View notes
nas-trevas-a-luz · 3 months
Text
Resolvi escrever aqui os sonhos que tenho, para ter para quem contar.
Sonhei que eu ia acampar com uma garota que eu conheci na internet, ela era baixa, "branca", cabelos cacheados até abaixo do ombro.
Iriamos nos encontrar no posto de gasolina e ir, não faço idéia pra onde, mas talvez fosse uma floresta. A algum tempo eu tenho sonhado com florestas úmidas, como as de filmes americanos ou europeus.
Enquanto ela esperava no ponto de ônibus eu sentia o que ela sentia ao observar ela, ela parecia inquieta, ansiosa, irritada, pensativa, como se tivesse fazendo aquilo escondido e a qualquer momento pudesse ser descoberta, como se fosse desistir a qualquer segundo, só precisava de um empurrãozinho, uma palavra mal dita, um atraso, dava pra notar que não ia rolar, mas eu ainda não sabia o motivo.
Ao longo da minha vida tive muitas experiências assim, de desistência na última hora, no ápice de algo, às vezes o planejamento levava semanas, eu notava que não ia rolar, mas permanecia lá seguindo o roteiro, até a sua conclusão.
Bem, no sonho eu disse a ela que ia comprar coisas no posto para levar, chegando lá inclusive eu lembrei que não tínhamos cobertores, e por algum motivo achei que faria um frio extremo.
Lembro de ter demorado um bocado, mas de estar tenso por conta dessas questões, de que ela poderia desistir a qualquer segundo.
Mesmo sendo óbvio, mesmo eu sabendo, mesmo eu me atrasando, ainda sim tinha um sentimento que eu não sei o nome, algo como um desejo de que eu esteja errado e o herói vai aparecer para resolver tudo, e eu estarei confortável e em paz, e será feliz e incrível... Acho que é isso, mas pode não ser.
Por fim eu sai do posto de gasolina, e ela já não estava mais no ponto de ônibus, desapareceu, eu lembro de tentar entrar em contato e ficar em pânico por um tempo, mas eu me distrai, e quando vi ja estava a algumas ruas da minha casa, passando por uma rua eu vi um móvel, era bonito, mas pelas bordas parecia que já tinha tomado um pouco d'água, estava meio farpado, como uma espiga de milho.
Porém era encantador, estava em cima de uma calçada em uma decida, ele era meio amarelado, a casa ao qual o móvel estava em frente tinha uma parte de muro até a baixo do peito, o resto era grade, passando a grade era uma varanda, que dava em uma janela e um corredor, em direção a garagem, nunca vi essa casa na vida real, mas sinto que ja vi.
Enquanto eu olhava o móvel, o dono apareceu, e começou a conversa comigo, como se aquilo fosse uma isca para interações. A gente conversou um pouco sobre coisas que tinham dentro da gaveta. Logo em seguida sua mulher apareceu, e uma outra pessoa ou outras duas pessoas, não lembro ao certo, mas lembro que estavamos conversando e era confortável e acolhedor, mas eu precisava ir atrás da garota, eu sentia que tinha feito algo de errado, e que ela nutria sentimentos ruins por mim.
Mas ali parecia tão bom, s gente até marcou um almoço onde eu ia levar meu macarrão especial...
O sonho se encerrou assim, sem final, sem meio.
Mas contando agora, eu notei que tudo que eu desejava era acolhimento, e por algum motivo eu busco acolhimento no que me faz me sentir mal.
Em pessoas que não tem interesse real em mim, na minha presença.
Ah, eu lembro de ter deixado meu numero de telefone certinho, e de ter verificado, acordei achando que eles poderiam me ligar. É isso.
Anotações de sonhos e interpretações.
Isso é para mim, não é feito para ninguém.
0 notes
blogcamilarosa · 4 months
Text
PRAZER, HOJE? x PLENITUDE, AMANHÃ?
Nem sempre é fácil abrir mão dos prazeres imediatos em busca de um bem-estar futuro. Lidar com suas próprias deficiências, reconhecer onde se erra e buscar alterar um curso que parece tão natural, aceitável, confortável é algo muito custoso do ponto de vista físico e mental. É necessário, mas toda mudança traz consigo um processo, em sua maioria dolorido do qual queremos fugir.
É necessário uma dose cavalar de coragem para dizer não às situações, sentimentos e desejos que nos são tão prazerosos, que nos trazem uma satisfação imediata, mas que lá no íntimo sabemos ser nossa ruína. 
Preencher-se de momentos não leva ninguém a lugar algum, somente às frustrações.
Difícil é manter-se em pé sem bengalas, pois sempre as procuramos. Buscamos desculpas para nossos fracassos, culpamos a vida, a família, os amigos. Mas esquecemos que o que estamos vivendo no hoje provém das nossas escolhas de ontem. É fácil culpar a demorada senhorinha atravessando a rua pelo nosso atraso e nos esquecer das milhões de sonecas que apertamos em nosso despertador pela manhã. Não foi bom dormir mais um pouco? Então arque com o seu atraso. Assumir suas escolhas é o ápice da maturidade. Admitir que nem sempre é tão fácil tomar as decisões corretas, que os erros aconteceram como resultado de suas ações  e assumi-los quando tudo te leva a varrer tudo para debaixo do tapete, isso sim é maturidade. É necessário limpar embaixo do tapete algumas vezes antes que um dia a gente acorde pela manhã e veja que na verdade não temos alguns grãos de poeira e sim uma montanha no meio da nossa sala. Uma barreira tão grande que nos seja impossível ultrapassar. 
A vida exige manutenção, exige a reflexão constante do como estamos, o que estamos fazendo e onde queremos chegar. E o mais importante é ver se as respostas são coerentes entre si. Nem toda ação leva a um determinado feito. Não adianta plantar maçãs e esperar colher figos! 
Todos os dias somos colocados à frente de dois caminhos distintos. É necessário escolher. Não há como seguir por ambos. Se escolher o da direita terá de abrir mão do da esquerda e vice-versa. E cada caminho reserva para si coisas boas e coisas ruins. Toda tomada de decisão traz consigo prós e contras. Mas nem sempre o caminho que começa com árvores frutíferas e flores perfumadas desemboca num chalé agradável onde se pode desfrutar de uma longa e segura noite de sono. Para alcançar esse êxito às vezes é necessário permitir-se pisar em pedregulhos e ser arranhado por espinhos ao longo do caminho.  
0 notes
oumbigodalua · 6 months
Text
[dia 2 | 28.10.2023]
Mexico, I see you…
Vamos acreditar que à segunda será de vez. Depois de uma noite bem dormida, o dia apresenta-se com solzinho e sem ameaças de nevoeiro. Mala aviada de volta para o aeroporto, e com muita antecedência, porque Heathrow reserva por vezes surpresas - e perdas de tempo (ou percas, se gostarem mesmo muito de peixe) - que dispensávamos. Ao passar na segurança, o líquido de brilho de cabelo foi alvo de atenção especial, claramente a menina queria comprar um igual e disse que ia ver de mais perto, saber as características… então lá colocou o fresquinho numa máquina de análise tipo CSI e, contente com a composição do produto, devolveu-mo, sem um sorriso ou desejar boa viagem… à boa maneira lá do sítio. informação de voo sem sinal de atraso - um céu mais carregado e uma chuvinha ainda assustaram, mas logo apareceu um arco-íris e, como aprendemos na pandemia, quando há um arco-íris vão ficar tudo bem. Embarque à hora, tudo acomodado, mas uma surpresa no meu lugar (claro, tinha de ser…), um apoio de braços sem a peça de cima e portanto um aparato de fios lá por dentro e aquele esqueleto capaz de magoar quem lá se encostasse. Eu e uma hospedeira, armadas em Mcgyvers de trazer por casa, fomos engenheiras e enfermeiras de assentos de aviões e improvisámos uma solução com um papel, uma manta e fica cola. Solucionado! Nem por isso… pouco tempo depois percebi que assim não conseguia ligar os phones e, novamente acompanhada da minha parceira Macgyver, lá desfizemos tudo outra vez, ligamos os phones, e voltámos a “engessar” o braço do assento. Além disto, peça onde se ligam os phones do assento do lado estava também solta e ali também faltava um botão junto ao ecrã; não sei o que se passou naqueles assentos, mas já não arranjo mais nada sem me pagarem! Pelo grande e rápido desempenho naquela tarefa de elevada tecnicicidade, a retribuição teve a benção de Baco, com duas garrafinhas de vinho branco e um copinho de espumante normalmente só ofertado a quem contrata os melhores MacGyvers. Com uns 30min de atraso (pontualidade britânica é um mito!!) lá partimos para 10h35 de viagem, sem ponta de turbulência, num avião cheio de povo. Ao sobrevoar a Cidade do México percebe-se bem a sua grandiosidade, andando pelas suas ruas percebe-se o seus caos, vida, agitação, sonoridades imensas e um trânsito que parece não ter fim. No Uber a caminho do hotel pergunto se é sempre assim… não, mas este fim-de-semana conjugam-se uma prova de Fórmula 1, festas de Halloween, dia de são receber (aqui recebe-se o salário a cada 15 dias) e já gente a chegar para os festejos do Dia de Muertos. este sábado à noite era como se todo o mundo se tivesse juntado aqui, sendo que muitos vieram a pé, muitos de mota e muitos de carro. Vê-se e ouve-se polícia em todo o lado, carro e motas a buzinar, música que parece emergir sabe-se lá de onde… como diz o filme, “tudo, em todo o lado, ao mesmo tempo”. Com a bagagem no hotel saímos para a primeira degustação de comes e bebes mexicanos na praça Garibaldi (fico com a sensação que deve haver uma em todas as cidades), onde há grupos de mariachis a cantar e tocar em todas as esquinas. Sentados numa mesa tivemos direito à nossa serenata mariachi, com a particularidade de ser um grupo liderado por uma senhora… menos comum, muito bonito. Siga a música!
Tumblr media Tumblr media Tumblr media Tumblr media Tumblr media Tumblr media Tumblr media Tumblr media
Ah, e ainda faltava uma palavrinha sobre a ausência do Santo António… a minha aposta? Um tuga que não gostou daquele “de Pádua” e que decidiu que, se não é de Lisboa, não é de ninguém! Fair enough, no? :)
0 notes
beat-and-sample · 9 months
Text
Uma vida de nós?
ou 5 meses de vida?  8 anos que sei da sua existência e de como você mexe comigo. 5 meses que de fato, te conheci. 
Posso dizer que hoje, sei impor limites, reconhecer sinais, entender a dinâmica de um relacionamento com potencial, e sem potencial também. Sei reconhecer quando o “problema” sou eu, e  quando é uma questão de cura do outro, algo fora do meu alcance. Sei reconhecer e principalmente me posicionar quando a pessoa me faz sentir pequena, quando questiona minhas atitudes e falas. Hoje sei conciliar meu tempo, abdicar de algumas coisas e dividir minha vida com outrem. Hoje me sinto preparada pra dar tudo de mim, sentir amor na sua forma mais pura. Demonstrar amor através de todas as linguagens. Somar as diferenças, pois sei que cada um tem vivências totalmente diferentes e é impossível querer alguém igual a nós. Construir uma vida, ser parceira, ouvir, dar espaço. Hoje entendo que um relacionamento demanda preparação e não é fácil, mas se as duas partes estão dispostas, tem tudo pra transbordar em vida.  Infelizmente, eu estar pronta, não significa que você estava também. Te amar foi fácil porque eu sempre busquei amar quem eu admirasse. Admiro sua confiança e atitude perante diversas situações, admiro sua marra, admiro sua postura e carater, admiro a forma como você vê a vida e se coloca nela. O quanto você busca equilíbrio e uma vida simples. O quanto você ama profundamente todos a sua volta. O quanto todos te admiram e te amam também. O quanto você incomoda e tem presença aonde você chega. O quão sensível você é e o quanto viver e existir como artista desperta todas essas sensibilidades. Admiro te ver de fora e muito mais te ver de perto.  A gente se reencontrou, pareceu conto de fadas por um instante.  Me identifiquei com tudo o que fomos juntos. Foi fácil pensar em futuro, fácil visualizar a gente em diversos cenários. Fácil imaginar dividindo uma rotina, um carro, uma casa, uma viagem, uma familia. Acabei usando “destino” como a palavra pra nós, detalhe: nunca havia acreditado em destino até então. Você entregue por completo, eu todinha sua. Mensagens favoritadas. “A vida já era boa, mas depois da sua chegada às cores ficaram mais intensas, o ar é mais puro, a força intensifica e a sutileza me faz deslizar quando to contigo”.  E ai é que as coisas vão se esvaindo aos poucos. Estranhezas, distância física, falta de comunicação, intuição. 
Começar a sentir que o relacionamento estava tirando grande parte das coisas que te faziam feliz e realizado, fez eu me colocar numa posição de culpada por um momento. Não sei o quanto experenciar relacionamentos fez parte das suas vivências. Falo isso, pq senti que abrir mão do seu tempo pra alguém, de forma livre, sem pressa, sem ansiedade, só aproveitar a companhia da outra pessoa, desapegar de detalhes, te causava mais estresse do que prazer.  Não sempre, obviamente.  Mas principalmente no fim, você nunca tava 100% pra nós.  E ai é que eu vejo que pra priorizar algo, a gente tem que querer 100% aquilo.  Porque ao querer muito algo, tudo acontece, e você sempre faz acontecer tudo o que você prioriza. Fico feliz que reconheci o meu lugar no meio de tudo isso. É dificil se afastar de quem se ama porque você sabe e sente que a pessoa gosta de você, da sua companhia, te ama, mas não te prioriza. Fácil seria se manter nessa posição por comodidade, por medo de perder, mas a longo prazo, a distancia entre nós só aumentaria. Comecei a me sentir mais insegura do que confiante ao seu lado, comecei a flexibilizar minha rotina e te incluir em alguns planos pelo prazer de ter você. Mas não sentia o mesmo. Te via genuinamente feliz ao meu lado quando eu tava no seu habitat (estúdio, pq na sua casa, eu me sentia um peso/atraso), nunca quando você tava no meu. Percebi um distanciamento físico e o afago, a vontade, o tesão puro já não tinha. Me coloquei num lugar de comparação, pra fumar com os amigos ou curtir ia até as 3 da manhã, comigo, às 23h tava cansado. Foi pra Floripa sabendo que só ia me ver depois de 20 dias, e não separou 1h pra se despedir. Percebi falhas na comunicação e comecei a  questionar se EU estava me comunicando errado. Em algumas coisas, você sempre discordava, mesmo que eu estivesse falando a MESMA coisa que você. Você passou a questionar e se estressar por atitudes minhas, então comecei a me boicotar ao seu redor, pensar muito mais antes de agir ou falar. Comecei a sentir uma necessidade de me provar pra você, tipo???. Não me sentia compreendida em momento difíceis como eu sempre te compreendi (mesmo que eu discordasse das suas atitudes, nunca externalizei isso, pois não queria que você se sentisse julgado), e eu me sentia julgada. Todas essas atitudes foram TÃO sutis, incompatibilidade de seres mesmo, que é dificil perceber estando dentro, mas TÃO facíl enxergar de fora. Não significa que você está errado e eu certa. Acredito que significa mais o que você ta confortável em me dar, e o que eu aceito receber. E vice e versa.  Hoje sei TUDO o que mereço e tudo o que eu posso e quero, de forma genuina dar pra alguém. Não quero dar pouco. Quero me sentir confortável sendo eu mesma, ser romântica, cuidar, fazer surpresas, dar espaço, dar carinho, dar suporte, ser ajuda, apoiar em projetos, estar na função do dia a dia, ser amiga, ser parceira, ser boba, não julgar, não ser julgada, entender, amar sem medo, planejar sem medo, trocar experiências, ser ouvida, lidar com adversidades com paciência, respeitar o tempo da pessoa, respeitarem o meu tempo e mais UMA INFINIDADE DE FORMAS de existir como uma namorada FODA... mas em troca, eu só preciso saber que eu posso ser isso, ter a liberdade pra ser isso, sentir que eu sou bem vinda e não vou ser um peso. E acredito que tudo isso é algo tão natural, que flui... sabe?   
Ao sentir que 1% do meu brilho está indo embora, que as inseguranças estavam crescendo, conexão se perdendo pra mim isso já foi o  suficiente pra eu me obrigar a sair, com muita tristeza, do que me causava incômodo.  Não tava fazendo mais sentido. 
Acredito que você, sem querer e sem perceber, fez eu me sentir pequena e julgada, foi um reflexo de atitudes que você teve comigo, nunca intencionais, mas que doeram.  Posso estar bem equivocada, mas não sei se você tá preparado pra alguém grande como você, num sentido de ego mesmo, ao ter alguém do seu lado. Senti isso, e sei que você foge do EGO. Talvez enfatizar isso, seja uma das piores ofensas. De qualquer forma, deixo claro que eu sei que você só tem amor pra dar e faz de tudo pra lutar contra seus próprios pensamentos e impulsos, sei também que sua intenção nunca foi me magoar. Enfim, foi difícil, mas foi o melhor.  Eu me magoaria muito mais, e foi o limite exato pra eu não perder a admiração por quem eu amo tanto.  Me liberto do que fomos. Guardo na memória com carinho, assim como sempre foi. Mas hoje eu corto a linha que um dia nos conectou por tanto tempo. Não tenho mais tempo pra me apegar ao “E se tivesse acontecido....”. O fato é, aconteceu dessa vez, tentamos, foi lindo.  Não vou dizer que nunca mais iremos nos reconectar, até porque eu te amo muito, todo o sentimento por você ta aqui,  mas também não vou esperar mais por isso, como um dia esperava. Não vou esperar você reconhecer tudo isso que falei, e tudo bem se você ver mais erros meus, assim como eu apontei os seus. Cada um com a sua perspectiva. E de verdade? tá tudo bem mesmo, tem coisas que nunca couberam a mim. 
Fico feliz de ter compartilhado 5 meses de vida com você e de ter conhecido um fragmento da imensidão que é você. Queria muito que tivesse sido diferente . São dias e dias, não to feliz, mas to bem com essa decisão, sem expectativa, sem pretensões.  O fim de uma vida de nós. 
0 notes
loserlover2ff · 11 months
Text
Cap. 6
Yeonjun
A confusão na produtora está enorme, por isso ele resolve não se concentrar em nada a não ser no trabalho. Eles têm uma turnê mundial em menos de um mês, as apresentações ao redor da Coréia estão apenas começando e ele já se sente fisicamente e psicologicamente exausto.
-Após o almoço precisamos voltar para a sala de ensaios – Soobin começa quando se reúnem para almoçar naquela tarde.
-Quando foi que as coisas se tornaram tão difíceis? – Huening resmunga enquanto se serve de uma enorme porção de ramen.
-Está com saudades da época do debut? – Yeonjun dispara encarando o amigo. – pois você pode voltar a passar fome sozinho.
-Eu só estou dizendo que é muita coisa.
-Nós sabemos.
Lizzy
-Ei que cara é essa? – Giovana pergunta encarando a amiga, Thais dá de ombros.
-A única que eu tenho.
-Não seja grossa. Você disse que não posso mais falar do TXT, então que tal você me contar a sua história aqui na Coréia antes de voltar pro Brasil? Por que você não queria voltar? Quem é o cara?
Thais a encara, Giovana parece mesmo curiosa. Ela respira fundo, faz algum tempo que mantém aquela história em segredo, que sufoca com o fato de não poder dividir com ninguém.
-Eu conheci um cara quando eu tinha dezessete anos.
-Qual o nome dele?
-É importante?
-Não.
-Enfim, eu o conheci em um momento difícil da vida dele e com todos os altos e baixos a gente conseguiu ter um relacionamento legal, sabe? Eu realmente amava ele.
Pensar em Yeonjun agora a deixa um tanto quanto nostálgica, queria sim poder vê-lo, nem que fosse de longe só pra ter certeza de que ele está bem.
-Ele foi o meu primeiro em todos os quesitos que você possa estar imaginando. O primeiro cara que amei. O primeiro que beijei, o primeiro a quem me entreguei completamente...
-Nossa, algo assim é difícil de esquecer, certo?
-Um pouco.
-E por que não deu certo?
-Ele mentiu pra mim. Quando eu pensei que poderia confiar minha vida à ele, ele mentiu pra mim, no fim das contas eu não era tão importante pra ele como ele era pra mim.
-Nossa Thais que chato.
-Pois é. – ela fala respirando fundo, lembrar do dia em que entrara naquele avião a faz se sentir fraca. Yeonjun dissera que a amava, dissera que contaria os minutos para vê-la novamente, um monte de mentiras. – enfim, acho melhor nos concentrarmos na noite de hoje que vai ser cheia.
-Precisamos mesmo ir? Eu odeio eventos formais.
-Você acha que eu já não tentei fugir disso de todas as formas possíveis?
-Droga!
Naquela noite pegam um taxi e seguem em direção ao local do evento. Ambas estão esgotadas, mas sabem que precisam estar lá.
-Moço. – Thais começa ao encarar o relógio. – tem como ir um pouco mais depressa? Nós vamos acabar nos atrasando.
-Moça a rua está tomada. – o motorista do taxi responde. – não tem como, o transito está lento.
-Merda!
-O que ele disse? – Giovana pergunta encarando-a, Thais bufa irritada.
-Disse que a rua está cheia de carros e que provavelmente nós vamos nos atrasar.
-Que merda. E agora?
-Não tem nada que possamos fazer. – ela fala olhando através da janela, realmente as ruas de Seul estão tomadas de carros. – vamos perder o começo do evento.
É claro que chegam atrasadas, mais ou menos uma hora e meia depois que o evento começara. Thais se sente péssima, o primeiro evento oficial como embaixadora brasileira e ela simplesmente chegara mais do que atrasada.
Quando entra no prédio seguida por Giovana, avista a comissão brasileira de longe. Estão todos reunidos em uma mesa e ficam de pé de imediato ao vê-la se aproximar.
-Desculpem o atraso. – se desculpa se sentindo uma idiota.
-Não precisa se desculpar. – um deles se manifesta. – hoje é uma noite um pouco complicada para sair em Seul.
-Sim, por que toda essa confusão?
-Você não notou? É o festival das lanternas de Lótus.
-Desculpe, não tive tempo de calcular o dia em que cairia o nascimento de Budha esse ano.
-Então, por isso que as ruas estão um caos. A primeira dama disse que iremos todos até o jardim ver as lanternas serem lançadas ao céu.
-Ótimo. – ela dispara não estando nem um pouco interessada, a verdade é que já vira as lanternas serem lançadas algumas vezes e nenhuma delas fora especial. – e o que eu perdi?
-Ah nada muito importante, tivemos uma atração musical e a fala de abertura da primeira dama.
-Ah ok, obrigada.
Após algumas falas de representantes do governo local, a primeira dama enfim os convida para ir ao jardim ver o lançamento das lanternas. Thais segue com Giovana e ao chegar no jardim constata que não é apenas um jardim. Há barracas com bebidas e mesas com as mais variadas comidas espalhadas por todo o enorme terreno.
-O que é isso? – Giovana pergunta com um sorriso no rosto.
-Acho que a primeira dama se empolgou com o evento.
-Enfim te encontrei. – a primeira dama a encara com um sorriso no rosto, Thais sorri junto.
-Me desculpe o atraso, é que está meio complicado de sair na rua hoje.
-Sim eu imaginei que estaria. Não se preocupe, não falamos de nada importante antes de você chegar. Agora fique a vontade, se sinta em casa.
-Obrigada.
A primeira dama se afasta e Thais olha ao redor, o jardim está lotado, a reunião se transformara em uma enorme festa.
-Ela disse para ficarmos a vontade e eu vou fazer isso, começando por algo pra beber porque estou morrendo de sede.
-Eu vou pegar algo pra comer. – Giovana fala com um sorriso. – a gente se encontra aqui.
-Sim, nessa mesa mesmo.
-Certo.
As duas se separam. Lizzy caminha em direção a uma das mesas de bebida e decide pegar duas cervejas, uma para ela e uma para Giovana.
No instante em que se vira para voltar à mesa escuta o barulho de fogos e ergue os olhos, o céu está completamente tomado por fogos de artifício coloridos. No meio deles, várias lanternas com pedidos de uma infinidade de pessoas começam a tomar o céu, ela abre um sorriso enquanto olha pra cima, a cena é realmente muito linda.
Enquanto encara as lanternas ela caminha para trás, ao dar o segundo passo acaba esbarrando em alguém. O impacto faz com que uma das garrafas de cerveja caia ao chão.
-Oh que merda. – esbraveja sozinha se sentindo uma completa imbecil. – olha desculpa. – ela começa enquanto se abaixa para pegar a garrafa do chão. – eu sou um desastre ambulante e eu devo ter molhado seus sapatos... – então ela nota que a pessoa de pé ao seu lado está descalça. – mas, o que...?
Ela fica de pé para encarar a pessoa que simplesmente não se move. Quando o olha, percebe que ele usa um capuz e seu rosto está coberto por uma máscara cirúrgica, ela não consegue ver nada além de seus olhos que possuem um brilho azulado.
-Me desculpe. – ela fala novamente, aqueles olhos azuis é como se ela já os tivesse visto em algum lugar antes.
Ele não se move com seu pedido de desculpas, por isso ela dá um passo para trás para se afastar dele. Ele não disse nada, fica apenas paralisado de frente a ela respirando de forma ofegante.
-Te machuquei? – Thais pergunta tomando coragem.
Ele apenas respira fundo mais uma vez, ela faz um gesto negativo com a cabeça, ele está brincando com ela, é isso? Os olhos azuis estão fixos nos seus e é como se ele a analisasse.
-Quer saber? Que se dane! – ela esbraveja se virando e seguindo caminho.
-Lizzy? – a voz faz com que ela pare de caminhar de imediato e se vire para encará-lo.
-O que você disse? Do que você me chamou?
-É você, não é? – e então ele puxa o capuz revelando os cabelos rosa e retira a máscara cirúrgica.
Thais o encara, sua cabeça começando a girar de imediato. A segunda garrafa de cerveja se espatifa ao chão, seu coração bate tão acelerado que parece que vai sair pela boca, as lágrimas de imediato já inundam seu rosto sem controle, um milhão de lembranças e sentimentos se misturando em sua cabeça e naquele instante ela não consegue fazer nada a não ser chorar.
-Yeonjun? – aqueles olhos, Thais sabia que havia algo familiar neles.
Ele não se move, ela faz o mesmo, é como se o tempo tivesse parado naquele instante, naquele encontro.
Tumblr media
Então mais fogos explodem no ar, mas nenhum dos dois ergue os olhos para encará-los, estão ocupados demais olhando um para o outro.
Ela está mais madura. Diferente. Seu olhar é mais frio, adulto, forte. Mesmo com o choque de tê-lo visto, Yeonjun consegue sentir o poder emanar dos olhos avermelhados, ela não é mais a garota que ele conhecera, talvez ela ainda esteja ali em algum lugar, mas não está a mostra na superfície.
As lentes de contato não conseguem mascarar os olhos castanhos que ela conhece bem, mas há algo ali, é como se o olhar felino houvesse se intensificado, Yeonjun é um puma, pronto para o ataque.
-Li...
Ela faz um gesto negativo com a cabeça e lhe dá as costas começando a caminhar multidão adentro. Não quer falar com ele, não quero olhar pra ele, não sabe que tipo de piada o destino está tentando fazer, mas não tem a mínima graça.
Ele ameaça segui-la, mas então se detém. Não há razão para fazê-lo, visivelmente ela não quer falar com ele.
-Choi Yeonjun? – a voz faz com que ele se vire para encarar quem se aproxima. – vamos, você precisa se trocar, faltam apenas dez minutos.
Thais desvia das pessoas, passa por Giovana e segue salão adentro. Não quer mais ficar no jardim, não sabe o que diabos Yeonjun está fazendo ali, mas não quer encontrar com ele novamente.
Se senta na mesa da comitiva brasileira e baixa a cabeça. Seu coração está aos pulos.
Ele não mudara muito, seu rosto está mais maduro e se aquilo é possível ele está ainda mais bonito do que antes.
-Thais? – Giovana chama e ela ergue os olhos para encarar a amiga. – está tudo bem?
-Eu só quero que esse evento acabe logo.
-O que aconteceu?
-Ele Gi. Ele está aqui.
-Quem? O cara de cinco anos atrás? O que mentiu?
Thais faz um gesto positivo com a cabeça.
-E o que diabos ele está fazendo aqui?
-Eu não sei, eu só sei que não quero mais vê-lo.
-Vamos ficar até o fim do evento aqui dentro, se ele estava lá fora, talvez esteja trabalhando apenas por lá, certo?
Thais respira fundo. Por que? Por que agora? Por que depois de tanto tempo?
-Bom, agora que todos já estão acomodados. – a primeira dama começa ao retomar o evento dentro do salão. – iremos conhecer as comissões que irão para os Estados Unidos para discursar nas nações unidas, fomos convidados pela primeira vez. – ela parece mais animada do que deveria, Thais não está prestando a mínima atenção no que ela diz, está olhando ao redor do salão, de alguma forma procurando por Yeonjun e se odiando por isso. – a comitiva brasileira irá nos acompanhar.
Giovana ergue a mão e dá um cutucão em Thais que faz o mesmo automaticamente.
-A comissão japonesa e a comissão chilena também estarão conosco lá. E como representantes da Coréia do Sul, quero apresentar pra vocês as pessoas que irão discursar. A mundialmente famosa e a responsável pelo reconhecimento da Coréia do Sul pelo mundo... TXT!
Giovana deixa escapar um grito ao ficar de pé e começar a aplaudir.
-Thais é o TXT! É o TXT!
Thais desvia os olhos do salão para encarar o palanque no qual a banda se posiciona e ao fazê-lo mais uma vez seu coração dá um salto e seu corpo é mergulhado em água gelada.
São eles. Os cinco. Soobin, Yeonjun, Beomgyu, Hueningkai e Yeonjun. Eles se posicionam ao lado da primeira dama que os encara com um largo sorriso nos lábios.
-Eles são o TXT? – Thais pergunta sem conseguir desviar o olhar dos cinco, o poder, a força que eles emanam não lembra em nada os cinco caras que ela conhecera há cinco anos.
-Sim, em ordem... – Giovana começa apontando visivelmente empolgada. – Choi Soobin, Kang Taehyun ,Choi Beomgyu, Hueningkai e Choi Yeonjun, o diamante da quarta geração.
Ela mais uma vez encara Yeonjun enquanto ele sorri em direção à primeira dama. Yeonjun, então o cara que posara para a Vogue era Yeonjun? E o cara que passara mal na premiação Quem era?
-Gio, quem passou mal na premiação?
-Choi Beomgyu. – Giovana responde de pronto.
-Gyu... Jokkomi...
-Eles ficarão responsáveis pelo discurso nas nações unidas junto com os embaixadores dos países que eu listei. Se puderem subir aqui por favor...
-Vai Thais, vai! – o empurrão de Giovana faz com que ela dê um passo a frente, precisa subir lá, precisa ir até lá, é seu trabalho, mas ao mesmo tempo, dar de cara com Yeonjun novamente...
Respira fundo e caminha a passos firmes naquela direção. Yeonjun é o primeiro a nota-la, ela vê o instante em que ele começa a cutucar os companheiros de banda para que prestem atenção nela, quando ela sobe o último degrau, os olhos de Yeonjun encontram os seus.
-Meninos essa é Thais Valero, a embaixadora do Brasil aqui na Coréia que irá acompanhar vocês em direção aos Estados Unidos.
Os cinco a encaram sem piscar, alguns sorriem, Huening e Soobin não conseguem esconder os sorrisos, já os outros parecem estar sofrendo com um enorme conflito interno.
-Thais você conhece o TXT? – a primeira ministra se manifesta e Thais faz um gesto positivo com a cabeça.
-Sim, já ouvi falar.
Os embaixadores dos outros dois países sobem ao palanque também, Thais agradece por aquilo, afinal o ar está começando a ficar difícil de se respirar.
-Então partimos daqui três dias. – a primeira dama fala com um sorriso no rosto. – estejam prontos.
Thais passa feito uma bala pelos cinco, ainda consegue escutar a voz de Huening chamar seu nome baixo, mas não se detém, nem sequer o encara.
Antes de descer do palanque ela sente uma mão segurar de leve seu braço, se vira para dar de cara com Yeonjun.
-Lizzy... – ele começa, mas ela se solta dele da forma mais discreta que consegue e o encara com um sorriso nos lábios.
-Meu nome é Thais. – dispara.
-Desculpe eu...
-Então? Algum problema aqui? – a primeira dama se aproxima com um sorriso olhando de um para o outro. Yeonjun engasga, os olhos marejados.
-Problema? – Thais a encara com um sorriso. – claro que não, eu sou meio desastrada, estava descendo e tropecei, ele me segurou para que eu não caísse.
-Por que não estou impressionada? Você vai descobrir senhorita Thais que o Choi Yeonjun é um menino de ouro.
-Pois é, acho que sim. Enfim, estou indo embora, preciso arrumar as coisas na embaixada para nossa partida. Primeira dama o evento estava lindo como já era esperado, tenha uma boa noite.
-Pra você também. – a primeira dama dispara com um sorriso e segue caminho, Thais desvia o olhar dela para encarar Yeonjun que ainda a olha nos olhos e engole em seco, como se quisesse dizer algo, mas não tivesse coragem.
-Boa noite pra você também... Choi Yeonjun! – e puxando o braço de forma agressiva, ela segue caminho.
0 notes
chiefdiplomatbageltaco · 11 months
Text
Gabriela, Gabriela, tô desde cedo pensando em como te dar parabéns e, acredite, escrevo todos os dias e não sei o que dizer agora… Era para fazer dessas palavras as mais extraordinárias que iria ler no seu fim de noite, após já ter recebido muito carinho ao longo do dia, procurei formas de deixar isso menos clichê, mas cara, a gente vive mandando vídeo de trend do “amigas na academia”… como não ser clichê? Sabe, se me pedissem para definir o que foram aqueles 6 meses em URA e dizer o quanto acrescentaram na minha vida, acredito que amadurecimento e imensuravelmente poderiam ser boas respostas. Ai, Gabizinha, isso daí me transformou e tu fez parte de cada degrau dessa transformação. Deus sabe exatamente o que faz e o porquê, e como precisávamos da ação dele! e como precisávamos ter nos encontrado! Seja para combinar as roupas de sair ou competir os atrasos para os ônibus, para o “você vai…Ju?” , “-a gente vai sim” ou as birras porque nem tudo é amor e beijinhos, sempre estávamos juntas, criamos uma irmandade de um modo que nunca havia tido, com muita confiança e, principalmente, respeito -muitas brisas tb porque é Gabriela e Juliana vibes. Eu amava acordar no domingo e ir para a cozinha ver se já estava lá fazendo o seu café e bolo feio ou quando deixava suas obrigações importantes para ficar de cia me vendo comer. Era incrível as nossas saídas nos dias de bad para a pracinha, porque nunca conseguíamos ter a capacidade de não soltar um sorriso que fosse, mesmo que para isso homens-aranha e trenzinho furacão estivessem na nossa rota. E as nossas jogatinas? A melhor parte era a gente fingindo que sabia muito e os caras pagando pau quando fazíamos um bom lance - vez ou outra era na cagada? sim, mas quem se importa?! Nossss, que saudade dos nossos momentos! Caraaa, não dá pra esquecer do niver da Linda, lê agora imaginando que estou cantando parabéns em cachorrês, okay?! Você é uma das pessoas mais incríveis que já conheci, Gabizinha, e não é só pelos fatos de saber cantar, ter um shape maravilhoso, treinar igual uma doida, ser uma excelente aluna, uma amiga foda, escrever pra crlh e fazer comidas feias, é porque além de tudo isso, a luz que carrega consigo contagia quem está perto - menos quando vc tá com fome, aí não dá pra passar pano, sorry - , não é à toa que todo mundo percebia quando não estava na casa, porque juntamente com a conversa alta, os gritos, a sua essência deixa a sua marca por onde passa, a menina do sorriso frouxo, das gargalhadas por nada, o terror da vida do Pulga em suas bebedeiras de madrugada. Costumo dizer que fui para Uberaba para te encontrar, se foi?! Talvez! Mas a certeza que tenho é que agradeço todos os dias por esse encontro, por ter tido o privilégio de dividir as brisas, a casa e tantos momentos contigo. Se tornou tão importante! Às vezes queria te colocar em um potinho e te proteger de tudo e todos que pudessem te ferir, mas sabemos que não pode funcionar dessa forma, então apenas fico daqui, vez ou outra meio ausente porque sabemos que não é a mesma coisa com toda essa distância, com horários e correria diferentes, mas o máximo que consigo por aqui. É incrível saber que está em um lugar diferente, com pessoas que parecem te fazer bem, a vida é feita de novos começos e precisava desse, não que o lugar e as pessoas vão mudar o seu caminho, não podem fazer isso, essa é uma oportunidade de você mesma construir essa mudança, porque aquela frase de gente adulto é verdadeira : “tudo depende de você” - colocaria um “quase” no início, mas okay. Espero que hoje tenha sido um dia feliz e que agora esteja sentindo paz, tranquilidade. Desejo que tudo o que te desejaram de positivo se faça presente em seu caminho e que nunca lhe falte saúde e fé. Deus está com você, NUNCA se esqueça disso. É mais forte do que pensa, meu amor, é mais um lembrete. Eu te amo. Feliz 22.
0 notes