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onlineantiques · 2 years
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Set of 4 Circular 19th Century Portrait Oil Paintings after Famous Artists eBay item number 234722674910 #miniature #portrait #oilpaintings #antique #antiqueshop #antiqueportrait #antiqueart #19thcentury #19thcenturyart #homedecor #antiquering #antiquites #antiquário #antiqueshop #antiquedealersofinstagram https://www.instagram.com/p/CjVt7SvIYWq/?igshid=NGJjMDIxMWI=
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inutilidadeaflorada · 3 months
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Um Crânio Semi Inocente Colidindo com Passado e Futuro
Terei que usufruir do desejo A cada nome que me clamam Ergo jardins de marmores Em orgulho aos ensinamentos de Adônis
A histeria pagã, me denotam O tato capaz de desvincular silhuetas Cada decepção separa uma divindade Para no fim ser uma rinha de espelhos
Iam palácios derretidos nos dentes Cada uma daquelas conotações cosmopolitas Afirmando conflito, ameaçando com adagas de ouro Tomando para si cada território como se fosse um beijo de língua
A ciência fragmenta-se em compilados Mentiras universais e aliciadas A oratória que mais souber desfrutá-las Todos vestindo generais exumados como xales
Cada recordação esteve alheia Aos fantasmas de cada álibi Comer de um coração com perfume de voz Pesá-lo as mãos nuas, Anúbis tens um rival
E entra com a boca de antiquários Ninguém sonhará tão alto essa noite A cada traição a face perene Confabula suas próprias deslealdades
Sussurrar ao transitar entre jardins, por gentileza As rosas tem ouvidos recolhidos diariamente Um desastre inventivo derrotando a praia eterna O homem e a pólvora, imortalizando um teatro Capaz de corromper cores com a ferrugem de revólveres
Idealizando a ausência, pele feito propaganda Cada viés dessa situação, fora transformada em ópera Para agradar a tão já saturada opinião rubrica Esperando um dia de sol para malhar o Judas da semana...
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photoarchive · 2 years
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Castiel Vitorino Brasileiro, selection from No antiquário eu negociei o tempo, 2018
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vexxhere · 2 months
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ei, aquela ali é HALSTON SAGE? não, é só HARLEEN QUINZEL / HARLEY QUINN, uma personagem CANON de DC COMICS. ouvi dizer que ela tem 30 ANOS, mora em aspen cove há TRÊS ANOS e é PROPRIETÁRIA em AUNTIE JANE'S ANTIQUES. ela TEM suas memórias, o que pode justificar o fato dela ser um pouco ANIMADA e IMPULSIVA sempre que a vejo andando pela cidade.
RESUMO
Harleen foi apresentada em um primeiro momento como psicóloga em Arkam antes do Coringa a seduzi-la e a transformá-la na Arlequina. Por um momento se tornou uma das vilãs do Batman mas ao longo do tempo passou a ser considerada uma anti-heroína.
MEMÓRIAS
Harley veio para Aspen Coven com todas suas memórias da vida em Gotham e não consegue entender muito bem o que estão exatamente fazendo ali e sente um pouco de falta do mundo caótico de onde veio. Para sobreviver na cidade estranha, até pensou em trabalhar como psicóloga mais uma vez mas ninguém entendia seu jeito excêntrico de ver a vida então passou a comandar o antiquário da cidade, um presente da antiga dona que “adotou” Harley quando ela chegou na cidade.
PODERES
Como a bela humana que é, Harleen não possui poderes, porém devido a alguns experimentos por parte de Pâmela, ela vem criando resistência a venenos e toxinas. Além disso é uma exímia ginasta, possuindo a elasticidade e movimentação necessária para a vida que costumava levar. Seu taco de baseball e a marreta vieram junto consigo para Aspen Coven, além das duas pistolas que usa.
PERSONALIDADE
Difícil explicar o que é Harleen Quinzel em palavras. Talvez a que mais se identifica é: intensa. A sua maneira, tudo o que a loira faz é de maneira intensa. O tempo que passou ao lado do Coringa deixou sim uma marca em sua vida, mas ela está sempre querendo mostrar que é muito mais que isso, que é inteligente e amorosa a sua maneira. E também um pouco lunática, mas quem nunca?
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alexandria-millie · 13 days
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Enchanted-Luke Castellan - Capítulo 16! Ja pode dizer que eu estava certa (on Wattpad) https://www.wattpad.com/1438795264-enchanted-luke-castellan-cap%C3%ADtulo-16-ja-pode-dizer?utm_source=web&utm_medium=tumblr&utm_content=share_reading&wp_uname=Masddye69 Maia era apenas mais uma pessoa com TDH e desleixa, trabalhava em uma loja de antiquário e em suas horas vagas era baba de Percy Jackson, um menino um tanto quanto parecido com a garota e que a lembrava constantemente de sua irmã morta. Apesar de negar a garota e extremamente apegada no loiro sendo capaz de apoiar suas histórias mais loucas. Maia não esperava sua vida mudar da noite para o dia quando decidiu passar uma noite em Montauk com a família Jackson, agora ela terá que enfrentar desafios para ajudar Percy a devolver o raio mestre de Zeus e impedir uma guerra no Olimpo.
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mis--tress · 5 months
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Cronicas de Natal - Ficstmas 2023
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Ola ola, seres humanos e fadas!
Esse ano o natal chegou um pouquinho mais cedo! Eu sai da minha aposentadoria como fic writter pra participar de um evento/desafio natalino proporcionado pelo @FairyTailUniverse e pelo @AllBlueProject. Entre muitos desafios no evento, os maiores deles são os de escrita com palavras ou temas específicos, e para dificultar minha vida ainda mais, decidi que todas as minhas fics serão cronicas de diferentes formas de se experienciar o natal.
Algumas das fics se passam no mesmo período, enquanto outras são de natais passados dos personagens, mas no final das contas todas elas acontecem no mesmo universo!
1. A Primeira Nevasca
Wendy observava a nevasca do lado de fora da pequena cabana com seus olhos brilhando, observando a primeira neve do ano cair.
[Wendy!Centric | Fluffy | Ficstmas 2023 | Livre]
2. Presente de Natal
Quando Erza abriu os olhos na manhã da véspera de natal, extremamente empolgada com o dia que tinha acabado de começar, ela não imaginava que passaria a noite de natal no hospital.
[ Hurt/Confort | Ficlet | Fictsmas | Livre ]
3. Antiquário
Os olhos de Juvia percorreram o antiquário com curiosidade, em meio a meias de natal e renas com qualidade duvidável, a mulher encontrou o amigo de longa data, Gajeel, deitado ao lado de uma xícara que ela só podia adivinhar ser chocolate quente, graças ao frio extremo do inverno daquele ano.
[ Juvia e Gajeel sendo melhores amigos | Fluffy | Fictsmas | Livre ]
4. Maratona Natalina
Assistir séries de terror no sofá da sala, regados a cerveja e um peru que tinha levado o dia inteiro para cozinhar, não era o natal do sonho de muitas pessoas, mas para Cana nada poderia ser melhor.
[ Diferentes formas de se comemorar o natal | MesCana | Rarepairing | Fluffy | Fictsmas | Livre ]
5. Natais Passados
Eram duas crianças desengonçadas dançando em uma enorme festa, que na cabeça da pequena Juvia parecia um baile de natal feito para a realeza.
[ Juvia e Gajeel sendo bestie² | Baile de Natal | Friendshiping | Fluffy | Fictsmas | Livre ]
6. Em Baixo de um Azevinho
“Tradições são tradições, e devem ser seguidas” Natsu falou sorrindo bobo.
[ NaLu sendo fofo | Drabs | Micro conto | Ficstmas | Livre]
7. Sal, Tequila e Limão
Laxus e Mirajane tinham uma única tradição natalina: de experimentar novos drinks.
[ Diferentes formas de se comemorar o natal | Miraxus | Fluffy | Fictsmas | Livre ]
8. Digam 'X'!
“Digam ‘X’!”, Mavis gritou, chamando a atenção dos sogros, do marido e do filho pequeno do casal, que sentavam ao redor da mesa natalina farta.
[ Zervis na ceia de natal com os sogros | Ficstmas | Fluffy | Livre ]
9. Um Ultimo Baile de Inverno
Os bailes de natal que aconteciam no final de semana anterior ao natal sempre foram os melhores momentos do natal para ela, era o momento onde podia aproveitar a noite com as pessoas que mais amava
[ Juvia!Centric | Ficstmas | Fluffy | Livre ]
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encantosdobrasil · 2 years
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Tiradentes/MG
Tiradentes não tem a suntuosidade barroca de Ouro Preto e de São João del Rei, mas certamente é a mais charmosa das cidades históricas. Em suas ruas coloniais calçadas com pedras pés-de-moleque, as igrejas do século 18 dividem a atenção com o preservado casario formado por sobrados que abrigam restaurantes, pousadas, antiquários e lojas de artesanato que acendem seus lampiões na fachada ao anoitecer.
Descolada, Tiradentes vem, a cada dia, deixando de ser um destino meramente histórico para se tornar um pólo cultural - há quase dez anos é pano de fundo para concorridos eventos, como a Mostra de Cinema e o Festival de Cultura e Gastronomia.
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claudiosuenaga · 1 year
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John Dee e as raízes ocultas do Império Britânico, da ciência moderna e do mundo moderno
O empurrão dimensional inicial para abrir um portal e trazer seres de outras dimensões a este mundo foi dado pelo polímata e ocultista John Dee (1527-1609), um dos maiores e mais influentes gênios de todos os tempos, uma figura magus maior que a vida. Conselheiro, confidente e consultor astrológico da Rainha Elizabeth I (1533-1603), concebeu a geopolítica para a construção de um novo império mundial, o Império Britânico (termo alcunhado por ele) e ajudou a fundar a ciência moderna e o próprio mundo moderno. Seus estudos cartográficos, bem como técnicas e instrumentos desenvolvidos por ele mesmo contribuíram muito para o progresso da navegação. Shakespeare se inspirou no próprio ocultista para elaborar o personagem Próspero, de A Tempestade.
Por Cláudio Tsuyoshi Suenaga
Dee nasceu em 1527, em Tower Ward, Londres. Seu pai era um cortesão menor que o criou como católico e o enviou para o St. John’s College, em Cambridge, aos 15 anos. Ali ele dormia apenas quatro horas por noite, passando o resto do tempo estudando tudo – geografia, astronomia, astrologia, ótica, navegação, engenharia náutica, escrituras, matemática, direito, medicina e criptografia. Fez tanto sucesso que foi nomeado membro fundador do Trinity College, em Cambridge, e convidado a fazer conferências por lá, onde chamou a atenção com seus conhecimentos de magia.
Na vanguarda do movimento que empurrou os limites da ciência e da magia, Dee ganhou uma reputação precoce por meio de sua invenção em 1546 de um besouro voador mecânico (animatrônico) para uma produção da Pax, uma das comédias de Aristófanes (446 a.C.-386 a.C.), apresentada na Grande Dionísia de 421 a.C. No Trinity College, o magnífico espetáculo teatral do Scarabaeus (um besouro de esterco monstruosamente grande) voando até o palácio de Júpiter, causou grande admiração e suspeita de que tivesse sido alcançado por meios sobrenaturais ou pelo próprio diabo, quando não passava de uma “ilusão mágica” para o teatro, conforme revela em Compendious Rehearsal, escrito em 1592 como um registro da petição à Rainha Elizabeth I para conceder-lhe alívio das “injúrias” e “indignidades” que estava sofrendo.
Suas viagens pela Europa começaram já em 1547, aos 20 anos. Em 1548, na Universidade de Leuven (ou Louvain, a cerca de 25 quilômetros a leste de Bruxelas, na Bélgica), conheceu e se tornou aluno e amigo do célebre cartógrafo belga Gerardus Mercator (1512-1594), que em 1569 desenvolveria matematicamente a projeção cilíndrica do globo terrestre. Esta relação duradoura permitiu o surgimento de exploradores britânicos como Walter Raleigh (1552-1618) e Martin Frobisher (1535-1594).
Profundamente influenciado pelas doutrinas herméticas e platônico-pitagóricas e pela crença de que o homem tinha o potencial para o poder divino que poderia ser exercido pelo meio da matemática, aos 24 anos ele lecionou álgebra avançada na Universidade de Paris, mais especificamente os Elementos de Euclides (século III a.C.), apresentando ao público pela primeira vez os sinais +, -, x e ÷, lotando salas e se tornando o conferencista de maior sucesso no continente.
Quando voltou para a Inglaterra, trouxe consigo uma coleção significativa de instrumentos matemáticos e astronômicos. Durante o reinado de Eduardo VI (1537-1553), ele já ocupava um alto cargo na corte como matemático, e em seu retorno, teve a oportunidade de lecionar em Oxford, em 1554, porém recusou a oferta por não concordar com a postura das universidades frente às disciplinas mais relevantes.
Nesta mesma época, mais do que apoio financeiro para dar prosseguimento aos seus estudos, Dee recebeu de Jane Dudley, Duquesa de Northumberland (1508/1509-1555), o antigo manuscrito Voynich, que veio à luz em 1912 depois que Wilfrid Michael Voynich (1865-1930), um revolucionário, antiquário e negociante polonês de livros raros em Londres, comprou na Itália o manuscrito que se encontrava perdido no meio de uma coleção mantida por padres jesuítas italianos. Junto ao manuscrito, uma carta datada de 1666, assinada por um acadêmico da cidade de Praga, República Tcheca, pedia a um jesuíta em Roma que tentasse decifrá-lo. A correspondência sugere que o manuscrito pertenceu a Rodolfo II, o Imperador Romano-Germânico da Casa de Habsburgo, Arquiduque da Áustria e Rei da Hungria, Croácia e Boêmia (1552-1612), conhecido por seu fascínio pelo ocultismo, e que o autor do livro talvez fosse o filósofo e frade franciscano inglês Roger Bacon, conhecido como Doctor Mirabilis (1220-1292). Uma análise físico-química dos papéis e das tintas feita em 2010, contudo, concluiu que o manuscrito deve ter sido produzido entre 1404 e 1438. Desde 1969, o manuscrito conhecido como o livro mais misterioso do mundo, foi mantido na Biblioteca de Manuscritos e Livros Raros Beinecke da Universidade de Yale. [1]
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Uma das páginas criptografadas do misterioso Manuscrito Voynich. Fonte: Beinecke Rare Book & Manuscript Library, Yale University.
Quando Maria I (1516-1558) chegou ao trono em 1553, Elizabeth I lhe pediu que elaborasse um horóscopo para ela e sua irmã. Porém, em um período de plena influência da Igreja e atividade da Inquisição, este serviço prestado à nobreza rendeu-lhe graves acusações, incluindo a de “traição” à Rainha, pois aplicar meios mágicos para prever eventos como a morte de um governante poderia induzir tais eventos magicamente. Ele ficou preso por três meses, mas depois foi exonerado.
Quando a então jovem Elizabeth I subiu ao trono em 1558, Dee já havia se tornado seu astrólogo, mago e conselheiro pessoal. Foi através de seus préstimos ocultistas que obteve apoio financeiro da monarquia. Ele deu conselhos astrológicos a ela quanto a melhor data para sua cerimônia de coroação em 1559.
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John Dee realizando um experimento diante da Rainha Elizabeth I. Pintura de Henry Gillard Glindoni (1852-1913).
Para Dee, um dos homens mais eruditos de sua época, assim como para a maioria da elite intelectual da época, a ciência e a magia eram diferentes facetas da busca para a compreensão total dos segredos do universo. Ele usava a magia como um meio para chegar a “um conhecimento mais profundo de todas as ciências, passadas, presentes ou futuras”. Em sua casa em Mortlake, Dee começou a acumular uma incrível coleção de livros e manuscritos raros (4.000 ao todo, incluindo muitos grimórios medievais como The Sworn Book of Honorius: Liber Iuratus Honorii, quecontém um sistema completo de magia, incluindo como obter a visão divina, comunicar-se com anjos sagrados e controlar espíritos aéreos, terrestres e infernais para ganhos práticos) que ultrapassou em muito as coleções das próprias bibliotecas contemporâneas de Cambridge (451) ou Oxford (379).
Seu interesse pela filosofia hermética cresceu ao longo de sua vida e ele publicou prolificamente, começando em 1564 com Monas Hieroglyphica (Mônada Hieroglífica), uma dissertação ocultista exaustiva sobre a natureza da forma matemática conforme compreendida pela Cabala. Ele propôs que um único hieróglifo (destinado a expressar a unidade mística de toda a criação e que representava todos os planetas em uma forma astralmente significativa) refletia as “monas” (ou unidade) do mundo, e que por meio desse hieróglifo a mente poderia obter alguma visão de um portal para aquela Unidade, que é o Céu.
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Versão de 1591 de Monas hieroglyphica, originalmente publicada em 1564. Escrito por John Dee em um estado místico, revelou segredos esotéricos nos campos da astronomia, alquimia, música, matemática, linguística, mecânica e ótica. Esta página de título inclui o glifo de Dee no centro, rodeado pelos quatro elementos (fogo, ar, terra e água) e lemas latinos. Acima está o título latino, o nome do autor, a localização (Londres) e uma dedicatória ao Sacro Imperador Romano Maximiliano II. Abaixo está uma citação bíblica de Gênesis, além de detalhes de publicação. Dois selos de biblioteca estão à direita. Fonte: Sciencephotogallery.
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Mais duas páginas de Monas hieroglyphica. Fonte: Sciencephotogallery.
Em 1572, uma nova estrela apareceu no céu, que permaneceu visível dia e noite por 17 meses, que hoje sabemos ter sido uma supernova do Tipo Ia, na constelação de Cassiopeia. Para o público, isso só poderia significar a imanência do eschaton (o fim do mundo). Para Dee, sinalizava que uma nova ordem mundial estava por vir, um Império Protestante Inglês, em vez de um Sacro Império Romano. Foi então que Dee propôs um “Império Britânico”, uma expressão que ele cunhou para o que ele concebia como uma restauração do reinado de Artur (lendário líder britânico que, de acordo com as histórias medievais e romances de cavalaria, liderou a defesa da atual Grã-Bretanha contra os invasores saxões no final do século V e no início do século VI), pois ele acreditava que as colônias originais de Artur eram, de fato, no Novo Mundo, mesmo que a América fosse a própria Atlântida. Dee via Elizabeth como a reencarnação de Artur, e a ele mesmo como o mago Merlim, o conselheiro do Rei Artur.
Graças aos seus conhecimentos de astronomia e ótica, chaves para a navegação marítima da época, Dee também desempenhou importante papel como conselheiro para as viagens expansionistas da Inglaterra, tendo treinado muitos daqueles que conduziriam as viagens de descoberta e colonização e estabeleceriam a superioridade naval da nação. Ele formou uma empresa para colonizar, converter e explorar as Américas, até mesmo para abrir uma passagem do nordeste para a Ásia, com o objetivo de buscar a fonte de toda a sabedoria oculta. Há fortes evidências de que Dee foi a força intelectual por trás da circunavegação do globo pelo capitão Francis Drake (1540-1596) entre 1577 e 1580. O próprio Dee recebeu os direitos de todas as terras recém-descobertas ao norte do paralelo 50, o que lhe daria o Canadá, se Drake tivesse ido mais ao norte do que o Oregon.
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General and rare memorials pertayning to the Perfect Arte of Navigation. John Dee, London, 1577. Fonte: Royal College of Physicians.
Assim começou o “Império Onde o Sol Nunca se Põe”. Ou seja, um dos impérios mais bem-sucedidos da história, que manteve grande parte do globo sob seu controle por quatrocentos anos e é responsável pelo mundo moderno, foi arquitetado por um alquimista que mantinha contato com entidades de outras dimensões.
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The Sun Never Set on the British Empire, circa 1937. Source: Origin of Nations.
O plano de Dee era usar a magia para fomentar as políticas expansionistas de Elizabeth I. Nas cartas confidenciais que trocava com a Rainha, assinava usando o código “007”, que denotava serem aquelas informações apenas para os olhos da Rainha. Os zeros representavam os olhos, e o sete era um número da sorte a título de proteção. Os maçons usam um símbolo parecido em forma de pino de gravata que eles chamam de “Duas Bolas com Bengala” (Two Ball Cane), um trocadilho e ao mesmo tempo uma senha secreta para um Mestre Maçom, Tubalcaim, e que também é um óbvio símbolo fálico. 
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007 e Two Ball Cane. Fonte: Civiltà Scomparse - II Punto Zero.
Dee era um dos espiões da Rainha Elizabeth, e suas viagens pela Europa sob o pretexto de “conferências espirituais”, eram feitas para coletar informações. A reputação de mago ocultista o precedia, e ele estava obviamente bem conectado devido a sua posição na corte. Por volta de 1580, criou para a Coroa mapas profundamente influentes de países recém-descobertos.
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Dee também era cartógrafo, tendo estudado com o grande Gerardo Mercator. Ele desenhou uma série de mapas manuscritos, incluindo um da América do Norte em 1580 para a rainha Elizabeth. Por volta de 1582, ele preparou um mapa do hemisfério norte com uma projeção polar para Humphrey Gilbert (mostrado acima). Sua representação do Polo Norte foi baseada no mapa de Mercator daquela região, sobre o qual Mercator havia escrito para Dee em 1577, explicando suas fontes. O restante do mapa parece ter sido desenhado para fins de propaganda, promovendo várias formas possíveis de navegar para “Cathaia”, que é mostrada em frente à Grã-Bretanha. O mapa mostra várias vias navegáveis abertas para o leste, incluindo rotas ao norte da Escandinávia e da Rússia e da América do Norte. Fonte: Antique Prints Blog.
No início da década de 1580, insatisfeito com seu progresso no aprendizado dos segredos da natureza, ele começou a se voltar para o ocultismo como meio de adquirir conhecimento. Tudo começou quando Dee, imerso em orações, teria recebido a visita do Anjo Uriel. A partir daí, procurava especificamente entrar em contato com mundos espirituais, anjos e outras formas de inteligência por meio de uma bola de cristal e de um espelho negro de obsidiana (“obsidian black mirror”) ancorados em uma “Mesa Sagrada” coberta por símbolos herméticos que agiam como uma espécie de portal para interligar outros mundos.
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Os símbolos herméticos da "Mesa Sagrada" de John Dee. Fonte: History of Science Museum.
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Uma reconstrução moderna da Mesa Sagrada com o Selo de Deus no centro e também sob as pernas da mesa. Fonte: Museum of Witchcraft and Magic.
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O espelho negro de obsidiana de origem asteca. Foto: Stuart Campbell.
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Da esquerda para a direita: Bola de Cristal, Estojo de Espelho e espelho negro de obsidiana de John Dee em exposição no British Museum de Londres. Foto: Curious Archive, 2020.
As visões de anjos eram invocadas na superfície reflexiva desse espelho de vidro vulcânico trazido do México para a Europa entre 1527 e 1530 após a conquista da região por Hernán Cortés (1485-1547). Os espelhos eram usados ​​pelos sacerdotes astecas para conjurar visões e fazer profecias. Eles estavam ligados a Tezcatlipoca, deus da obsidiana e da feitiçaria, cujo nome pode ser traduzido da língua náuatle como “Espelho Fumegante”. Para suas conjurações, Dee se valia ainda de dois discos de cera gravados com figuras e nomes mágicos, usados ao consultar seu espelho negro.
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Os espelhos da divindade Tezcatlipoca, que significa "Espelho Fumegante" na língua náuatle. Foto: Stuart Campbell.
Em 1582, ele conheceu um médium de Lancashire, Edward Kelley, então usando o nome de Edward Talbot (1555-1597). Kelley era 28 anos mais novo que Dee e trazia um histórico de vida polêmico e inconstante. Kelley era um hábil calígrafo que usava seus talentos para falsificar documentos, fato que lhe rendeu reclusões e a amputação de suas duas orelhas. Certa vez, quando estava na região de Glastonbury, Kelley recebeu de um amigo um tratado que abordava princípios alquímicos como a transmutação do metal em ouro, além de substâncias em pó que seriam as “tinturas da filosofia hermética”. Tanto o manuscrito quanto as substâncias teriam sido encontradas no momento da violação de um túmulo de um bispo católico da região.
Os dois passaram a dedicar todas as suas energias às atividades de contatação de espíritos, conduzindo suas “conferências espirituais” ou “ações” com ar de intensa piedade cristã, sempre após períodos de purificação, oração e jejum. Juntos, conseguiram progressos significativos através de transe, telepatia e clarividência. Dee considerava Kelley uma pessoa sensivelmente capaz de receber mensagens espirituais ao ver alguns cristais ou pedras refletidas no sol, arte essa chamada de cristalomancia, por meio da qual buscavam obter a famosa Pedra Filosofal, substância alquímica mítica capaz de transformar metais básicos como mercúrio em ouro ou prata e propiciar longa vida.
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John Dee, alquimista, matemático e astrólogo inglês, com seu assistente Edward Kelly, médium, alquimista e feiticeiro. Eles seguiram uma carreira aventureira como feiticeiros na Europa tentando descobrir a "pedra filosofal" que converteria metais comuns em ouro. A amizade deles foi prejudicada quando Kelly decidiu que eles deveriam compartilhar suas esposas. Aqui John Dee consulta sua bola de cristal com Kelly ao fundo. Crédito: Sheila Terry/Science Photo Library.
A magia enoquiana realizada por Dee com Kelley como seu vidente e necromante, era uma forma de Teurgia baseada em uma hierarquia de inteligências espirituais chamadas “Os Vigilantes”, que se identificaram como os mesmos anjos que haviam instruído o patriarca bíblico Enoque ou Enoc (do hebraico Hanokh, “iniciado” ou “dedicado”, pertencente a sétima geração de Adão, sendo filho de Jarede e pai de Metusalém, o avô de Noé) na sabedoria oculta do céu e cuja tarefa era zelar pela humanidade. Durante as sessões psíquicas, Kelly se comunicava com inúmeros anjos que lhes ditaram profecias, instruções invocatórias e ritualísticas e uma linguagem angélica especial que Dee chamou de “enoquiana”, a língua mater da humanidade, falada antes da queda de Adão. Dee sustentou que os anjos lhes ditaram laboriosamente vários livros dessa maneira. Ambos dedicaram-se à elaboração dessa língua angélica, adâmica ou enoquiana, formulando os respetivos alfabeto, sintaxe e gramática no sentido de uma interpretação cabalística que explicasse a unidade mística da criação.
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O diário manuscrito de John Dee de 6 de maio de 1583, mostrando as 21 letras da escrita enoquiana. Fonte: Wikipédia.
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O enoquiano é uma linguagem própria completa, com seu próprio alfabeto, gramática, tabuletas, etc. Fonte: Museum of Witchcraft and Magic.
Esses anjos não eram propriamente caridosos e transmitiam pronunciamentos furiosos sobre a natureza espiritual decaída da humanidade. Eles insistentemente comparavam os humanos a “prostitutas”, não no sentido sexual, mas no de que eles permitem que suas atenções sejam cativadas por literalmente qualquer coisa, exceto Deus. Os anjos descreveram a ordem do cosmos e fizeram previsões apocalípticas de eventos futuros na política europeia.
O uso de meios mágicos não cristãos para chamar anjos, especialmente em uma época em que não havia como distinguir anjos dos demônios, significava que não eram propriamente “anjos” os seres que Dee e Kelley contatavam. Ciente de que havia pelo menos quatro torres ou pilares que funcionavam como portais estelares sobre a terra, Dee pretendia abrir um desses portais para permitir a vinda desses demônios ou “anjos caídos” que revelaram o nome celestial para Satanás: Choronzon, o “Morador do Abismo”. Outro dos rituais realizados por Dee foi convocar os porteiros Archon Cernunnos. [2]
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A figura com chifres do tipo Cernunnos ou deus com chifres, no caldeirão de Gundestrup, em exibição no Museu Nacional da Dinamarca em Copenhague. Fonte: Wikipédia.
De sua parte, Kelley estava apavorado com os espíritos, reconhecendo-os como demônios e constantemente implorando a Dee para interromper as sessões. Dee insistiu em seguir em frente, sobrecarregando Kelley até a exaustão e mantendo-o praticamente prisioneiro em Mortlake. Embora Dee possa ter sido o membro mais inteligente da sua espécie, ele ainda era visto como um mosquito insignificante pelas hiperinteligências angelicais, especialmente quando a dupla começou a implorar por dinheiro – Kelley até perguntou se os anjos poderiam emprestar algum dinheiro a ele! Mas, apesar de toda a embaraçosa falta de evolução de Dee e Kelley, eles teriam que servir, porque os “anjos” tinham um plano e eles eram os que estavam no ganho.
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John Dee e Edward Kelly evocando um espírito. Arte de Ebenezer Sibley, por volta de 1825. Fonte: Wikipédia.
Em suma, os anjos queriam nada menos do que uma nova ordem mundial dirigida por princípios divinos e propuseram o que deve ser uma das ideias mais nefastas da história: uma religião mundial baseada no amor e na fraternidade, um supracristianismo ou supramonoteísmo que não apenas uniria o catolicismo e o protestantismo, mas também o judaísmo e o islamismo em um todo fundido. As almas de todo o globo seriam assim reunidas em torno de um Estado e uma Igreja únicas, todos dirigidos pelos próprios anjos a partir da Nova Jerusalém. Nesse sentido, Dee já havia dado o primeiro passo ao estabelecer uma nova ordem mundial temporal sob Elizabeth.
Os anjos eram tão fervorosos que ordenaram a Dee e Kelley que se apresentassem à corte de Rodolfo II, contassem que ele estava possuído por demônios e ordenassem que atendesse à mensagem angélica. Esta foi uma sentença de morte, mas Dee e Kelley cumpriram fielmente a instrução. Rodolfo II os ignorou, mas o núncio papal não, e planejou sua destruição. A Igreja, ao que parece, levou a sério as reivindicações de Dee e Kelley, talvez como uma ameaça à sua própria existência.
Entre 1582 e 83, Dee escreveu o De Heptarchia Mystica (Sobre a Regra Mística dos Sete Planetas), um guia para invocar anjos sob a orientação do Anjo Uriel, não publicado durante a vida de Dee. Ao longo do texto há referências ao poder de Deus, orações a Deus, etc., que até podem ser lidas como cristãs, mas há muitas passagens – e apenas uma delas seria suficiente – que denotam sua origem demoníaca. Esses “anjos” se identificam como “deuses, criaturas que governaram, que governam e que governarão sobre você”, espécies de demiurgos ou arcontes, construtores do universo físico. Dee recebe o poder sobre esses anjos – “Estes (anjos) estarão sujeitos a você” –, algo que somente Deus poderia ter. Deus é chamado de “Príncipe Geral, Governador ou Anjo que é o Principal neste mundo”, ou seja, este não é o Deus cristão, mas o próprio Diabo.
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Um dos desenhos contidos em De Heptarchia Mystica. Fonte: Esoteric Archives.
Em abril de 1583, os rumores de que eles estavam produzindo ouro por meio da alquimia, atraiu o interesse de um nobre polonês, Olbracht Łaski (1536-1604), que os convidou para trabalhar em sua casa. Dee e Kelly deixaram a Inglaterra e realizaram experiências alquímicas e mediúnicas dispendiosas que colocaram as finanças de Łaski em risco.
Na segunda metade da década de 1580, instalaram-se em Praga. Decepcionado por não conseguir desvendar o manuscrito Voynich, Dee entrega-o ao Conde Rodolfo II, que andava fascinado pela alquimia. Rodolfo II ficou muito impressionado, porém sua alquimia logo levou a queixas de bruxaria e heresia, com o Papa Gregório XIII (1502-1585, eleito em 1572) exigindo sua prisão. Rodolfo II permitiu que eles escapassem. Dee e Kelly tornaram-se então astrólogos independentes, e após alguns anos de vida nômade na Europa Central e de relativa estabilidade na Boêmia, durante os quais continuaram suas sessões mediúnicas ou conferências espirituais, Kelly de repente tentou sair, mas foi forçado por Dee a ficar.
Embora nenhum anjo na acepção da palavra jamais tivesse aparecido como mulher, os anjos garantiram a Dee e Kelley que nada poderia ser mais falso, já que apareciam frequentemente na forma de belas mulheres ou andróginos. Enquanto consultava o anjo Madimi, que já havia se mostrado uma jovem brincalhona e concisamente informativa, Kelley viu uma Madimi adulta se despir totalmente antes de dizer que eles deveriam “compartilhar todas as coisas em comum”, e até mesmo suas esposas.
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John Dee segurando uma caneta e Edward Kelley olhando para um anjo em um globo. Os espíritos El e Madimi podem ser vistos no fundo (contornos brancos). O Selo de Deus está na Mesa Sagrada em primeiro plano. Fonte: Museum of Witchcraft and Magic.
A instrução de Madimi não poderia vir em melhor hora para Kelley, que queria terminar com as conferências espirituais aterradoras para poder se concentrar na alquimia, que sob o patrocínio do nobre William de Rosenberg (1535-1592) o estava tornando rico. Jane Dee, que não suportava Kelley, chorou incontrolavelmente quando soube do plano, que Dee achou revoltante, mas acatou como um comando divino. Dee estava tão perturbado que convocou o anjo Uriel em protesto, que ratificou a validade do comando. Dee tinha então 60 anos, altura em que se voltou à doutrina agostiniana do “Ama e faze o que quiseres” [3] para garantir a si mesmo que sua alma não seria condenada. A frase de Santo Agostinho (Aurélio Agostinho de Hipona, 354-430), é claro, ecoaria quatro séculos depois no “Faça o que tu queres há de ser o todo da lei”, de Aleister Crowley.
Como sua saúde financeira dependia em grande parte das comunicações angélicas para os patrões ricos, Dee concordou com a troca de esposas, isto apesar da grande diferença de idade entre os quatro indivíduos e a imoralidade da situação. O “ménage à quatre” foi realizado depois que as quatro partes assinaram um contrato. “Eis”, os anjos disseram a eles depois que isso foi feito, “vocês estão livres”. Dois dias depois, uma nova presença apareceu, a “Mulher Escarlate”, chamada Babalon em enoquiano, a Prostituta da Babilônia do Apocalipse, que voltaria a ser invocada séculos depois por Aleister Crowley e seu discípulo Jack Parsons. Dee e Kelley ficaram tão apavorados que os dois se separaram e as sessões cessaram.
1588 amanheceu, e o Apocalipse que os anjos prometeram não se manifestou. Envolvido indiretamente na causa política que afligia a região, Dee foi expulso de Praga por Rodolfo II. Dee e Kelley nunca mais se viram.
Tendo convencido muitas pessoas influentes de que era capaz de produzir ouro, por volta de 1590 Kelley estava vivendo uma vida abastada. Rosenberg lhe doara várias propriedades e grande somas de dinheiro e o nomeara “Barão do Reino”, mas cansou-se de esperar por resultados, e Rodolfo II mandou Kelley para a prisão em maio de 1591, no Castelo de Křivoklát, na Boêmia Central, República Tcheca. Por volta de 1594, Kelley concordou em cooperar e produzir ouro, foi libertado e restabeleceu seu status anterior. Novamente falhou, e novamente foi preso, desta vez no Castelo de Hněvín, na região de Ústí nad Labem. Ao tentar escapar, Kelley fratura a perna e, devido aos ferimentos não tratados adequadamente, acaba por falecer em 1597, aos 42 anos de idade.
Quase falido após seis anos de viagem, Dee voltou para Mortlakeem 1589 para encontrar sua biblioteca saqueada e muitos de seus valiosos livros e instrumentos destruídos ou roubados (parte do acervo de Dee sobrevive na Biblioteca Britânica e em outros lugares). Logo depois que ele voltou, um surto de Peste Negra varreu Londres, pelo qual ele foi culpado. A praga também vitimou Jane Dee e cinco dos oito filhos de Dee. Por volta de 1592, buscou auxílio com a Rainha Elizabeth, que por sua vez o encaminhou para a cidade de Manchester, longe de Londres, para atuar como diretor do Christ’s College, um insulto a um acadêmico como ele. Seu mandato não foi nada feliz lá, e ele teve de retornar a Londres em 1605.
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John Dee. Fonte: R. Burgess, Portraits of doctors & scientists in the Wellcome Institute, London 1973, nº 775.7.
Quando Elizabeth I morreu em 1603, Dee perdeu seu patrocínio, bem como sua capacidade de se defender de seus muitos inimigos políticos e religiosos. James I (1566-1625), seu sucessor, um obcecado pela ameaça que as bruxas representavam, tanto que escreveu o Daemonologie em 1597, supervisionava pessoalmente a tortura de mulheres acusadas de bruxaria e lançou um contra-ataque cristão contra a era de alta cultura e alta magia de Elizabeth I.
Antes considerado o homem mais inteligente do mundo, Dee agora era forçado a vender seus livros e vários de seus bens para sustentar a si mesmo e a sua filha, Katherine, que cuidou dele até sua morte por volta de março de 1609, aos 82 anos, predita pelo Arcanjo Rafael, que disse a Dee sobre uma “longa jornada para além do mar”. Os anjos também o consolaram dizendo que seu nome e memória seriam preservados para sempre.
Após sua morte, um antiquário da região adquiriu o terreno onde situava-se sua residência com o intuito de promover escavações e buscar “relicários” pertencentes ao ocultista. Diversos registros redigidos pelo próprio Dee foram encontrados, entre eles, descrições detalhadas de suas práticas conhecidas como “conferências espirituais”. Parte desse conteúdo foi publicado em 1659 por Meric Casaubon (1599-1671), um erudito clássico franco-inglês que foi responsável pela ideia generalizada de que Dee estava agindo como uma ferramenta involuntária de espíritos diabólicos.
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Meric Casaubon. Artista desconhecido. Fonte: Art UK. 
Em A Treatise Concerning Enthusiasme (1655), Casaubon escreveu contra o entusiasmo e circunscreveu o domínio do sobrenatural. No ano seguinte, ele produziu uma edição de John Dee, retratando-o como tendo relações com o diabo. Além de atacar aqueles que negavam totalmente o sobrenatural e limitar o papel da razão na fé, Casaubon defendia o aprendizado humanista contra as reivindicações de uma nova filosofia natural emanadas de figuras da Royal Society.
Na mesma época, membros da Ordem Rosacruz reivindicaram Dee como um deles, embora não haja evidências de que o próprio Dee tenha pertencido a qualquer sociedade secreta.
Como tantos pensadores especulativos dos séculos XVI e XVII, Dee era o que o jornalista e escritor judeu anglo-húngaro Arthur Koestler (1905-1983) chamou de sonâmbulo, um dos visionários que criaram o mundo moderno por meio de suas tentativas de explorar os contornos prescritivos do antigo. O envolvimento de Dee em assuntos ocultos – vidências e canalizações –, combinava credulidade e uma paixão intelectual por discernir padrões no universo. Como o principal cientista prático e teórico da Inglaterra, Dee também defendeu o heliocentrismo e fez previsões científicas surpreendentes – do telescópio, da velocidade da luz, da quarta dimensão e dos usos da ótica para armas e energia solar que não seriam experimentados até a década de 1960.
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John Dee. Imagem: Mundo Tentacular.
Não há evidências de que Dee tenha conhecido Giordano Bruno (1548-1600), embora Bruno certamente conhecesse o trabalho de Dee; nem há evidências de que conheceu William Shakespeare (1564-1616), embora tenha ensinado o poeta, dramaturgo e estadista elisabetano Fulke Greville (1554-1628), que se declarou “mestre de William Shakespeare”, e mais de uma vez foi sugerido que Dee tenha servido de modelo para o mago de Shakespeare, Próspero, de A Tempestade (1610 ou 1611). Ambos os homens levantam questões preocupantes sobre o uso e abuso de sua “arte” ou poder mágico. Eles evocam visões teatrais que logo se dissolvem diante de nossos olhos, levando os críticos a traçar conexões entre sua magicamente “potente Arte” (A Tempestade, 5.1.50) e o poder do dramaturgo, o próprio Shakespeare. Descrições contemporâneas de Dee como alto e esguio, com uma longa barba branca, usando um longo vestido com mangas penduradas, tornaram-se a imagem arquetípica do mágico, incluindo o mencionado Próspero de Shakespeare.
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John Dee. Pintor desconhecido. Fonte: National Maritime Museum, Greenwich. 
A figura arquetípica de mago de John Dee foi encarnada por Christopher Lee (1922-2015) em sua interpretação do mago Saruman, o Branco, na trilogia O Senhor dos Anéis (The Lord of The Rings, 1999-2001),do diretor neozelandês Peter Jackson, baseado na obra doescritor, professor universitário e filólogo britânico John Ronald Reuel Tolkien (1892-1973). O olhar plano e a barba branca são as principais semelhanças entre o ator e o bruxo. 
Saruman tem seu palantír, enquanto John Dee tem sua pedra de apresentação. Ambos são bolas de cristal que eles usam para inspecionar magicamente a terra e lhes dão o poder de falar com os espíritos. 
Saruman (que significa "homem de habilidade ou astúcia" no dialeto mércio do anglo-saxão) se comunica com "o Necromante", que é um nome dado à presença vaga e maligna que se esconde nas sombras da Floresta das Trevas em O Hobbit e mais tarde é revelado ser o próprio Sauron, que estava convocando demônios e trazendo os mortos de volta à vida neste momento, em vez de liderar orcs para a guerra contra Gondor. 
Saruman e John Dee eram magos de grande conhecimento tanto mágico quanto científico. Dee era um matemático, cartógrafo e mecânico. Saruman era um químico, tendo projetado a pólvora que seu uruk-hai usa para demolir as paredes do Abismo de Helm. 
John Dee e Saruman tinham redes de espionagem. Frodo e companhia devem se preocupar com os espiões do Mago Branco tanto quanto se preocupam com os próprios Cavaleiros Negros de Sauron. Além dos rufiões que Sauron emprega para se infiltrar e flagelar o Condado em O Retorno do Rei, ele tem um enxame de corvos chamados Crebain, que usa para espionar a Sociedade. A rede de espionagem de John Dee consistia em uma rede de agentes estrangeiros no exterior, muitos provavelmente à procura de católicos conspirando na França para retornar à Inglaterra e matar a rainha. Ele também pode ter usado espíritos e a magia de sua pedra de apresentação para espionar inimigos no exterior. 
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Christophe Lee como Saruman, a encarnação de John Dee. 
Saruman e John Dee são tão atra��dos por um poder misterioso que os levam a fazer acordos com o diabo dos quais mais tarde se arrependem. Eles têm o complexo de Fausto, do médico, mago e alquimista alemão Dr. Johannes Georg Faust (1480-1540), que teria feito um pacto com o diabo, a quem ele convoca em uma encruzilhada à meia-noite em um ritual necromântico a fim de obter conhecimento proibido de magia. No final, Fausto é arrastado para o inferno por demônios. Sua história foi contada inúmeras vezes, com destaque para a de Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832). O acordo de Saruman com Sauron é semelhante. 
Contribuições adicionais para o estudo da magia enoquiana foram feitas ao longo dos séculos por Thomas Rudd (1583-1656), engenheiro militar e matemático inglês, Elias Ashmole (1617-1692), astrólogo e alquimista britânico, Samuel Liddell “MacGregor” Mathers (1854-1918), ocultista britânico, William Wynn Westcott (1848-1925), ocultista britânico, Francis Israel Regudy, mais conhecido como Israel Regardie (1907-1985), ocultista e escritor que trabalhou como secretário pessoal de Aleister Crowley (1875-1947), e o próprio Aleister Crowley, que se tornou uma espécie de John Dee dos tempos hodiernos.
Notas
1. Com dimensões de um livro de bolso (16 centímetros de largura, 22 centímetros de altura e 4 de espessura), as 240 páginas do manuscrito em pergaminho de vitelo são ricamente ilustradas, sendo que algumas folhas têm várias vezes o tamanho do livro quando desdobradas. Metade do volume retrata plantas inteiras, a maioria não identificada (três delas foram, mas as espécies ocorrem em várias partes do mundo, não ajudando a localizar sua origem). Segue uma seção astrológica, com desenhos do Sol, da Lua, de estrelas, o zodíaco, círculos no céu e muitas mulheres nuas em piscinas com líquido verde. A seção seguinte contém estranhos desenhos de tubos, que se conjectura serem vasos sanguíneos, microscópios ou telescópios, e mais mulheres nuas em piscinas. Em seguida vem a seção chamada de farmacêutica, que parece uma lista aparentemente sobre folhas e raízes. O livro termina com páginas repletas de um texto formado por uma série de parágrafos curtos, ilustrado apenas por estrelas nas margens. Os cerca de 40 símbolos do texto lembram vagamente números arábicos e letras do alfabeto latino, bem como alguns sinais usados por alquimistas medievais. Eles estão organizados como em qualquer texto ocidental, agrupados em palavras separadas por espaços.
2. Cernunnos (em latim e em celta), deus chifrudo celta da natureza e da fertilidade que por vezes aparece sentado em posição de lótus e associado com animais. Karnon, do gaulês “corno”, é cognato de cornu do latim, de hurnaz do germânico, e de horn do inglês. Cernunnos é a mais antiga divindade do panteão celta. Há sinais, inclusive, de que ele seja anterior às invasões celtas. Independentemente de sua origem, o deus cornudo, galhudo ou cornífero, desempenha uma função importante não só por se tratar do senhor dos animais e mestre das caças, mas também da fertilidade e da abundância, regulando as colheitas dos grãos e das frutas e conectando a terra, o céu e o mar no centro sagrado do mundo. Posteriormente, foi considerado também o deus do dinheiro e, em alguns momentos, é associado ao Sol. Segundo as lendas, Cernunnos (o princípio masculino) é filho da grande deusa (o princípio feminino). Ele atinge sua maturidade no solstício de verão e se apaixona pela deusa. Ao fazerem amor, deposita toda sua força e a engravida. Quando a deusa dá a luz no solstício de inverno, o deus morre, pois foi ele mesmo que renasceu. É a representação da passagem das estações. Um símbolo do poder natural da vida, da morte e do renascimento. Essa relação incestuosa foi substituída por outra lenda, registrada por um poeta. Nela, Cernunnos nasceu da grande deusa sem seus chifres. Atingiu sua maturidade no verão e se apaixonou por Epona. Com ela se casou e ambos reinavam no subterrâneo, onde encaminhavam as almas. Porém, Epona precisava vir à terra cumprir suas funções de deusa da fertilidade, lembrando a história de Hades e Perséfone. Num desses momentos, Epona o traiu e uma galhada começou a nascer na cabeça do deus. Daí viria a ligação entre traições e chifres. No caldeirão Gundestrup, em Himmerland, Jutland, na Dinamarca, aparece sentado de pernas cruzadas, segurando uma serpente e um torque, ladeado por animais (incluindo um veado). A escultura está hoje no Museu Nacional da Dinamarca. Sua primeira representação conhecida está presente em uma gravação sobre rocha datada do século IV encontrada no norte da Itália. Aparece como um ser de aspecto antropomorfo, dotado de dois chifres de cervo na cabeça e dois torques em cada braço. O torque (espécie de argola aberta torcida com as extremidades em forma de esferas) é um atributo de poder e realeza utilizado no pescoço ou nos braços pelos grandes chefes e guerreiros mais destacados para que fossem identificados como mestres na sociedade celta. Ao lado dessa imagem estava desenhada uma serpente com cabeça de carneiro, símbolo de renascimento e sabedoria. Acreditava-se, então, que Cernunnos poderia tomar a forma deste animal. Frequentemente é representado acompanhado por animais, principalmente cervos e touros. Os deuses com chifres são sempre identificados como entidades de sabedoria e de poder. Na Antiguidade, tais protuberâncias cefálicas podiam ser levadas apenas pelos mais viris, dotados de valor, honra, masculinidade, etc. É possível que a ideia de “coroa real” venha daí. Um conto popular gaélico fala sobre viajantes que ganharam chifres ao comerem maçãs da floresta de Cernunnos. Após mordê-las, chifres cresceram em suas testas e eles passaram a compreender muitas coisas que aconteciam ao redor do mundo. Uma lenda escocesa afirma que chifres apareciam na cabeça dos melhores guerreiros. Os vikings são popularmente conhecidos por seus elmos com chifres, mas eles nunca levavam adornos semelhantes aos combates, pois isso seria um grande incômodo. Na verdade, utilizavam capacetes lisos e práticos, quase sem ornamentos. Os famosos capacetes com chifres eram utilizados apenas em cerimônias religiosas. Cernunnos foi muito adorado entre os povos celtas da França (Gália) e da Grã-Bretanha, onde foi associado a Belatucadnos, um deus da guerra. Os gregos associavam-no a Pã, mas os romanos o relacionaram a Mercúrio. Na Irlanda medieval, os chifres de Cernunnos foram transferidos ao Diabo, dando forças ao cristianismo contra o paganismo.
3. “Ama e faze o que quiseres. Tudo é permitido, que o amor permite; tudo é proibido, que o amor proíbe”, in Homilies on the First Epistle of John (Homilias sobre a Primeira Epístola de João), de Santo Agostinho.
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torifms · 3 months
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ei, aquela ali é OLIVIA RODRIGO?     não, é só SUZIE BINGHAM, uma personagem CANON de STRANGER THINGS.     ouvi dizer que ELA tem 20 ANOS, mora em aspen cove há TRÊS ANOS e é uma ATENDENTE em AUNTIE JANE'S ANTIQUES.     ela TEM suas memórias, o que pode justificar o fato dela ser um pouco GENIAL e SARCÁSTICA sempre que a vejo andando pela cidade.  
a vida agora.
suzie tem as falsas lembranças de ter se mudado há cerca de três anos para a cidade de aspen cove com a sua família. só que devido a superlotação de casa, ela aluga um pequeno apartamento no centro e cobre as despesas com o salário do antiquário onde trabalha e com a grana de trabalhos de programação que eventualmente faz.
há anos ela procura uma explicação para o que de fato aconteceu. claramente, nunca a encontrou. já tentou sair da cidade algumas vezes, mas foi afetada pela perda de memória, fazendo-a desistir. não tem lembranças das tentativas por causa da magia do lugar. inclusive, é um dos motivos para trabalhar no antiquário: procura em objetos antigos algum tipo de pista. um amuleto, pedra especial... não está em posição de ser totalmente lógica, como normalmente é.
memórias.
se lembra de toda a sua vida até 1986, quando, ao deixar o colégio após terminar uma prova de física, tropeçou feio na calçada. a próxima coisa de que se lembra é de acordar em um quarto de uma casa muito barulhenta em aspen cove. a princípio acreditou que estava em sua casa, mas conforme explorava o ambiente, percebia que havia avançado pelo menos trinta anos no tempo.
entende que não deve estar ali e as consequências disso a apavoram, o que motiva suas investigações sobre o assunto.
poderes.
nenhum.
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cursed-shiwang · 3 months
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Novidades e mudanças
Oi, xuxu! Nesses dias achamos que algumas coisas possam ter faltado, então vamos colocar aqui as coisas que acrescentamos ou mudamos esses dias, com ajuda de players e asks que recebemos.
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Regras
Adicionamos duas novas regras:
Aceitaremos plots que abordem mediunidade, sensibilidade ao sobrenatural, e temas relacionados. Porém, não será aceito ’superpoderes’. Pedimos cautela para não gerar exagero.
Não vamos aceitar personagens com nomes iguais.
Como alguns players vieram conversar sobre plot sobrenaturais de seus personagens, achamos melhor deixar explicado que sim, vamos aceitar esse tipo de plot. Porém, não vamos aceitar plot de superpoderes ou algo muito x-men. Se acharmos que possa estar muito exagerado, o famoso overpower, podemos sim pedir pro player alterar o plot.
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Big Qing
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Por sugestão de player, acrescentamos um novo estabelecimento! Um antiquário, uma lojinha cheia de coisas misteriosas e curiosas. Precisa de um chá estranho? Encontrará aqui! Um amuleto? Uma porcelana nova? Com certeza vai adorar conhecer o Big Qing!
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Mapa
Colocamos mapa da província, da cidade de Wuhan, mas não fizemos o mapa de Shiwag... Problema resolvido. O mapa já está disponível na página de bairros e mostra a localização de cada um!
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Tags
Adicionamos também as tags que usaremos na comunidade:
#SHEIBO - Fotos e vídeos.
#SHPOV - Postagem de povs.
#SHTASK - Postagem de tasks.
#SHTW - Sinalizar Gatilhos.
#SHCALL - Plot call.
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Mascotes
Não que isso seja importante para o andamento da comunidade, mas agora com a central aberta, resolvemos alterar nossos mascotes para idols com mais gif icons novos e no mesmo formato. Estava indcomodando a forma irregular que estavam ficando, nosso toque atacou.
Pelo visto ainda vamos responder muuuitas asks, e como temos poucas opções atuais das nossas mascotes, o trabalho de redimensionar para ficarem iguais não está na nossa lista de prioridades.
E como o que mais tem são chinesas lindas nesse mundo, não foi uma decisão difícil!
Nuwa alterou de Jieqiong para Tzuyu.
Diyu alterou de Xiaoting para NingNing.
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Qualquer nova dúvida, sugestão ou algo que podemos ter esquecido ou errado, não hesitem em vir falar com a gente, tá legal? Estamos por aqui para ouvir vocês!
Tchau! Ou melhor, zài jiàn!
管理员
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klimtjardin · 2 years
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Às vezes eu fico imaginando como seria conversar no meio-fio da calçada com o Taeil, ou passear com o Johnny por aí pra tirar fotos. Caminhar pelo campo com o Taeyong, ler acompanhada do Yuta. Cozinhar com o Kun ou visitar cafés com o Doyoung e o Jeno. Levar o Ten em uma festa, passear por antiquários com o Jaehyun e depois sentar em algum lugar pra ficar olhando a paisagem. Levar o Winwin e o Lucas como companhia naqueles rolês enfadonhos em que me sinto sozinha. Tirar um cochilo com o Jungwoo, mas não sem antes jogar conversa fora. Escrever ao lado do Mark, inventar dancinhas com o Hendery e o Shotaro, dirigir sem rumo com o Yangyang no carona, e o Renjun e o Haechan. Deitar na grama pra ouvir o Xiaojun tocando violão. Jogar bola com o Sungchan. Passear com o Chenle naquelas lojas de 1,99. Deixar o Jaemin me preparar uma refeição. Ouvir o que o Jisung tem a dizer, só ouvir.
Sabe, às vezes eu me imagino ali sentadinha no canto da sala de prática, só vendo os meninos existirem.
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joaomarcoslp3 · 1 year
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Eu queria saber ir embora
Eu queria saber ir embora, me despedir e realmente ir seguir em frente com passos cheios de convicção, ir, despedidas definitivas. Mas não sou esse tipo de pessoa, eu fico, sozinho, mas fico, com um punhado de lembranças no ar, com um punhado de coisas que eu deveria ter dito ou feito diferente. Não sei quem me ensinou permanências, não sei quem me disse que tudo poderia ser para sempre, mas tudo é para sempre finito com duas datas nas pontas. Permanecer está doendo tanto, me despedir e continuar aqui. Tenho tanta vontade de chorar e partir, mas fico aqui, como móveis antigos em um antiquário qualquer, pesados demais para serem movidos. Eu perdi todos os meus amores porque não consegui ir. Eu perdi o futuro por não conseguir ir e o passado está cada vez mais distante, vozes são ecos, momentos são tábuas que quase não alcanço neste naufrágio que vem me cercado todos os dias neste pequeno apartamento. Sinto que em pouco tempo serei um silêncio perdido dentro de mim, vagando sem destino por histórias, memórias e aos poucos ficções. Como fantasma preso em uma casa que não morou, tenho impressão de não ter forças para lutar contra isso, não tive força para pedir para você ficar mais um pouco, pois as panquecas de frango estavam quase chegando, que ser humano é esse que perde o que mais amou? Que amor é esse? Um triste com certeza, como esse texto em uma noite de domingo onde o programa Fantástico fala sozinho na televisão que tenta aplacar a minha solidão. Eu não vou conseguir me agarra as tábuas por muito mais tempo, em breve serei um silêncio não lido, em breve você leitor irá me deixar, eu queria saber ir embora também, mas sou apenas alguém que guarda as cartas que recebeu desde da minha adolescência, é uma bela e poderosa metáfora, eu ainda guardo essas cartas, mas elas não chegam mais. Eu queria saber ir embora, mas para onde eu iria, não consigo me afastar das memória felizes, não consigo parar de derramar lágrimas por saber que não viverei mais aquilo que mudou a minha vida enquanto eu vivia, eu queria saber ir embora, mas não consigo, não conseguirei. Me perdoe por isso.
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aportaaolado · 9 months
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o maior erro do céu
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ao som de: https://www.youtube.com/watch?v=K1u_hL11auM Fazia pouco tempo que meu mythos tinha despertado e a a nova sensação era vívida e pulsante para uma poeta regrada que estava aos poucos descobrindo os caminhos que a vida estava a levando.
Deitada ao lado de César na cama Virginia olhava incomodada a ausência de portas naquele apartamento. Apesar de não ter nenhuma porta naquela casa, César sempre deixou muito demarcada todas as fronteiras entre eles. Virgínia sempre soube até onde ia a utilidade dela e onde chegava o amor de César.
Era inegável que os dois eram lados opostos, mas lados da mesma moeda.
Isso a lembrou de um item no antiquário que seria um ótimo presente para César, anotou mentalmente de tirar do seu acervo pessoal um "denaro" de Augustus que ela guardava em seu cofre. Um pequeno presente não precisava realmente significar algo.
Já fazia algum tempo que ela queria mostrar o que conseguia fazer para César, mas não sabia como ele reagiria a uma viagem para o Inferno. Cruzar as fronteiras entre os mundos, adentrar os caminhos proibidos dos pecados - talvez ele até gostasse desse último.
_ você está mais pensativa que o normal - Ele já tinha acordado e Virgínia nem tinha percebido.
_ eu estava pensado em um dos erros que o céu cometeu. _ eles são campeões em cometerem erros, não? - eles ou nós? afinal existem regras. Mas não sei o quanto as regras se aplicam a esse caso. _ me fale mais sobre ele. - disse César se sentado na cama, pronto para analisar a questão que Virgínia trazia como uma questão filosófica que demandava solução. _eu posso te mostrar - disse Virgínia com um pouco de medo e ansiosa - mas vista-se primeiro, precisamos ir a um lugar. _ precisamos de uma roupa apropriada para a ocasião? - perguntou César sempre muito atento em como apareceria para cada pessoa que o visse.
Virginia sorriu, ele estaria bem vestido em qualquer lugar, duvidava que o inferno se preocupasse com o terno feito sob medida que ele vestisse. Ela pegou a maçaneta que estava em sua bolsa e finalmente disse: _ Só me deixe eu te guiar uma única vez.
César parecia saber o que aquela confusa e recém descoberta guia estava fazendo, ao colocar a maçaneta na porta do apartamento e abrir a porta para aquele lugar de total desassossego, Virgínia segurou a mão de César para encaminhá-lo ao segundo círculo do inferno.
_ Amor condusse noi ad una morte - sussura Virgínia - quando eu ouvi essa frase a primeira vez, era um jovem tão sensível que desmaiou ao ouvir a história daquelas duas pobres almas apaixonadas.
A visão de Paolo e Francesca da Rimini era clara agora para Cesar, o casal em sofrimento voam juntos, Paolo em silencio chora enquanto um furacão e turbilhões de ventos os arrebatam e não param nunca os arrastando com violência, ferindo-os pela eternidade.
_ Em vida eles foram levados por suas paixões, arrastados como o vento - diz Virgínia a César - Agora é o vento incessante que os arrasta no inferno.
Eles não dizem nada por um longo tempo, enquanto observam os dois ali. Como o próprio espetáculo do fim do mundo. Até que Virgínia diz ainda olhando os apaixonados: - O céu errou aqui, Cesar.
Com um sorriso um pouco debochado César olha para ela e cessa o silêncio que a perturba por alguns minutos dizendo - Vamos embora, O céu não serve para abrigar um amor como eu e você.
Virgínia fecha aquela porta, ela ainda não entende o porque, mas com um sentimento amargo em sua boca.
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yourbansheegal · 1 year
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Acolhemos orgulhosamente MAIE FIRELACE em nosso corpo estudantil! Ela é uma BANSHEE matriculada na Casa APOLLO aos 23 anos. Ela pode passar a impressão de ser INTELIGENTE e AUTO CRÍTICA, e talvez você a confunda com a padrão ADELINE RUDOLPH, mas garantimos que é apenas uma coincidência.
𝘣𝘪𝘰 & 𝘸𝘢𝘯𝘵𝘦𝘥 𝘤𝘰𝘯𝘯𝘦𝘤𝘵𝘪𝘰𝘯𝘴 𝘶𝘯𝘥𝘦𝘳 𝘵𝘩𝘦 𝘤𝘶𝘵 ♡
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𝒑𝒂𝒔𝒕
Maie é fruto do curto relacionamento entre um homem padrão e a poderosa banshee conhecida como Ayla "The Mourning Dame" Firelace. Temendo que a maldição de Ayla fosse transmitida para sua filha, o pai decidiu, como último recurso, entregar Maie em um orfanato padrão, na esperança de que uma criação longe de outros feéricos pudesse atenuar seus poderes adormecidos. Felizmente, a maldição de Maie não deu qualquer sinal até seus 18 anos, quando acabou fazendo com que 5 colegas adormecessem profundamente por 30 minutos. Temendo causar mais danos àqueles que amava, Maie passou a viver sozinha em uma cabana no meio da floresta, e ela acreditava que o isolamento seria sua única saída. Seus melhores amigos eram os livros, que Maie devorava com todo o prazer do mundo. Felizmente, ela encontrou em um antiquário local um antigo livro à respeito de excluídos. Ao descobrir que o mundo tinha, sim, outras pessoas como ela, decidiu matricular-se na Academia Nevermore em busca de mais inclusão. Atualmente, ela é uma estudante do segundo ano e pretende se tornar professora na instituição quando encerrar seu curso.
𝒂𝒃𝒐𝒖𝒕 𝒔𝒑𝒆𝒄𝒊𝒆𝒔
Apesar de diversos folclores contarem com criaturas de nome banshee, a família de Maie descende de uma antiga linhagem de feéricos. Nos tempos antigos, estes seres eram relacionados aos presságios de morte, mas banshees mais poderosas poderiam até mesmo causar a morte de quem ouvisse seus gritos. Após a Idade Média, as banshees passaram a se relacionar com homens padrão e desde então, seus dons vêm se manifestando de formas mais brandas. No caso de Maie, seu choro é estridente e pode deixar aqueles que o ouvem inconscientes por alguns minutos, mas não causa nenhum dano colateral. Para ter esse efeito, o choro da banshee necessariamente precisa ser liberado em algum momento de angústia, medo ou tristeza. Maie sofre de ansiedade e tem dificuldade em controlar suas crises. Por conta disso, algumas pessoas em Nevermore podem ter o inconveniente de presenciar o poder da garota. Ela não lida bem com essa maldição, e se tornou uma pessoa mais introvertida e receosa da aproximação de outros indivíduos.
𝒄𝒐𝒏𝒏𝒆𝒄𝒕𝒊𝒐𝒏𝒔
under construction
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vexxhere · 2 months
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Who: Rose & Jayce (@newromantisc) Where: Auntie Jane's Antiques
Rose não conseguia entender muito bem como artefatos antigos lhe chamaram a atenção, mas era algo quase que inevitável e o antiquário parecia o lugar perfeito no qual a mulher passava horas apenas observando sem nem ao menos perceber. Uma luminária com estrelas lhe chamou a atenção, fazendo-a pegar o objeto e observar com o mais atenção. Achando o botão de liga/desliga, seus dígitos automaticamente ligaram a luminária no qual Rose não esperava funcionar e a luz forte em seus olhos a fez ficar levemente atordoada, piscando os olhos para recobrar os sentidos. "Não gostei de você." Murmurou sozinha, deixando o objeto de volta a estante.
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alexandria-millie · 1 month
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Encantado-Luke Castellan - Capítulo 10! Talvez eu tenha que pensar sobre minhas ações (no Wattpad) Masddye69 Maia era apenas mais uma pessoa com TDH e desleixa, trabalhava em uma loja de antiquário e em suas horas era vagas baba de Percy Jackson, um menino um tanto quanto parecido com uma garota e que se lembrava constantemente de sua irmã morta. Apesar de negar a garota e extremamente apegada no loiro sendo capaz de apoiar suas histórias mais loucas. Maia não esperava sua vida mudando da noite para o dia quando decidiu passar uma noite em Montauk com a família Jackson, agora ela terá que enfrentar desafios para ajudar Percy a devolver o raio mestre de Zeus e impedir uma guerra no Olimpo.
Luke's first POV!
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