Tumgik
#um conto de fadas perfeito
lunadiluana · 2 months
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It's not a fairy tale: every fairy tale has a sad beginning and a happy ending. When the beginning is very happy, beware of the sad ending.
Fabrício Carpinejar
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flycons · 9 months
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É incrível como coisas tão bobas, podem fazer tudo mudar...
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cartasparaviolet · 6 months
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Um dia te encontrarei em uma mesa de um restaurante qualquer e poderei te contar por onde andei, o que passei e o que superei. Contarei a respeito das inúmeras provações e testes que a vida me submeteu. Explicarei os motivos das minhas idas e vindas e, principalmente, dos meus sumiços repentinos que, talvez, tenham te causado uma certa decepção. Agora, de alma lavada, consigo prosseguir com confiança. Nem sempre tudo estará em ordem, mas descobri que a paz é estar bem independente do que aconteça ao seu redor. Esperar que tudo esteja perfeito para desfrutar dessa sensação é uma utopia. Meu coração bate forte entre as cores e promessas de um novo ser que senta diante de ti e está pronta para abrir o novo livro de sua história. Você deseja ouvir? Está pronto para mergulhar nesse conto de fadas que parecia não haver um final feliz? Está receptivo para o que eu posso ensinar-lhe sobre os novos aprendizados e conhecimentos que adquiri nessa jornada? Seguindo as migalhas pelo caminho fui encaixando as peças desse quebra-cabeça de minha vida, todavia nem sempre foi tão simples assim. Na maior parte do tempo, foi-me pedido sacrifícios e provas de que eu era merecedora de obter aquela parte imprescindível de volta. Foi solitário, doloroso, contudo extremamente valoroso. Nada foi em vão. Toda essa narrativa não são mais apenas rascunhos em um diário ou em folhas soltas, mas, sim, escrito e publicado diante do Livro da Vida. Contarei sobre o País das Maravilhas, o Fantasma da Ópera e, também, como a Cinderela encontrou seu par de sapatinhos perdidos. Contarei como a Bela Adormecida recebeu o beijo do príncipe que a fez despertar de um pesadelo causado pelos seus próprios demônios. Contarei como aquele tapete mágico me proporcionou vislumbrar novos horizontes e acreditar em um Mundo Ideal. Contarei como recebi tanto amparo e proteção dos 7 anões que me impediram de cair na tentação da maçã proibida quase esquecendo o foco essencial de minha missão. Contarei como criei coragem para dançar com a minha própria Fera interior, sentindo-me cada vez mais livre e tornando-me mais Bela a cada passo daquela valsa que fez minha alma bailar. Ah… há tantas histórias que desejo te contar. Um mundo novo e encantado que a vida me apresentou, fazendo mais sentido do que essa realidade de selva concreta, porém abstrata e incolor de várias formas. A velha fumaça daquele castelo em chamas que me impedia de enxergar a beleza de meu próprio reino, desfez-se deixando rastros para que meus olhos mais sensíveis, possam, enfim, ver a luz brilhar.
@cartasparaviolet
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zeusraynar · 2 months
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CALAHAN SKOGMAN? não! é apenas RAYNAR HORNSBY, ele é filho de ZEUS do chalé 1 e tem VINTE E NOVE anos. a tv hefesto informa no guia de programação que ele está no NÍVEL III por estar no acampamento há DEZESSEIS anos, sabia? e se lá estiver certo, RAY é bastante ÍNTEGRO mas também dizem que ele é CIRCUNSPECTO. mas você sabe como hefesto é, sempre inventando fake news para atrair audiência.
LINKS IMPORTANTES: n/a.
⚡If you piss me off, then I'll shrug it off
🗲 Willow sabia que não deitava com um homem comum. Em nenhum momento engolindo a farsa que tão pomposamente espalhavam pelos corredores do hotel. Grande ator? Rico milionário? O nome da revolução? Cada canto era uma história diferente, e um único detalhe em comum: poder. Willow fechou os olhos para a aliança no dedo, sufocou a culpa no abraço apertado entre lençóis desarrumados. Ela era apenas uma camareira fazendo o serviço, interpretando a falta de aviso na porta como um convite para fazer a limpeza. E ele chegando logo depois, cheirando a bebida cara e charutos cubanos. A química foi tão instantânea quanto a explosão do contato, uma noite de amor perfeito finalizando como qualquer conto de fadas da vida real. Horas depois Willow acordava numa cama vazia, uma mensagem de despedida má escrita na folha timbrada do hotel.
🗲 Nove meses depois, Raynar nasceu e o mundo virou de cabeça para baixo. Sozinha na cidade de Aspen, no Colorado, sem qualquer rede de apoio e vivendo no hotel, Willow usou os próprios aposentos e colegas funcionários para manter a criança. It takes a village to raise a child. Alguém ficava com o pequeno em algum momento, revezando com a mesma facilidade que trocavam os lençóis de cama ou limpavam um copo no bar. Foi assim que ele aprendeu a ser silencioso e esperto, esconder quando estava em perigo. Treinou os olhos para detalhes que sumiam em certo ângulo, o que era bom do ruim, o jeito certo de abordar um visitante não admitido como hóspede. Raynar aprendeu o poder dos segredos e dos favores. Os olhos azuis e cabelos claros facilitando o trânsito, tirando de si o estranhamento de alguém tão pequeno num ambiente adulto.
🗲 A rotatividade do Hotel disfarçou o cheiro do semideus, que crescia e crescia e crescia. Tanto em poder quanto em tamanho. A criança deu um salto antecipado da puberdade, ficando maior do que as crianças da sua idade. E com a maioridade física, o mundo do lado de fora tornou-se impossível de ignorar. Neve, esqui e velocidade, Raynar ajudando as crianças nos circuitos mais baixos e aventurando-se com os adolescentes nas montanhas radicais acima. Na neve, o céu aberto em imensidão, Raynar sentia-se vivo. O cheiro do ar limpo, da surdez pelo vento passando rápido demais e da perturbadora ansiedade a cada curva. As árvores pareciam esconder um segredo, estendendo os galhos para o meio da pista enquanto modulavam o som da brisa em uma linguagem desconhecida. Avisando, lembrando, cantando uma canção antiga cuja letra ou língua Raynar não conhecia.
🗲 O princípio do fim veio três dias depois do aniversário de treze anos. Raynar levou a nova prancha de snowboard para um teste daqueles. Coisa rápida, tinha prometido à mãe. Só uma ou duas voltas. Contudo, duas viraram dez e o sol descendo no céu instaurou o desespero animado no menino. Correu, escorregou, fez o caminho deslizando. O que deveria ser uma mãe raivosa o esperando nas escadas dos funcionários, Raynar foi recebido por uma aos prantos. Gritando, chorando, empurrando para um caminho diferente do normal. Ela não falava coisa com coisa, mencionando monstros e deuses e guerras antigas. Quando falou sobre Os Três Grandes, a risada do mais novo quebrou a loucura. Ele tinha percebido aquelas outras pessoas ao redor, mas só agora notava a estranheza de sua fisionomia. Bamboleantes, chifres despontando de capuz, um rabo agitando a neve dos pelos.
🗲 De dentro do helicóptero, Raynar soube que aquele era o último dia ali. As suspeitas confirmando quando ninguém respondia suas perguntas. Por que a mãe não ia junto? Por que estavam indo embora? O que estava acontecendo? Tudo interrompido com um urro retumbante, árvores quebradas e o ponto escuro na neve que era mão desaparecendo sob uma mancha vinte vezes maior. Foi necessário do sátiro mais velho o uso do dardo tranquilizante no garoto ou ele fritaria tudo com o poder adormecido.
🗲 Raynar tivera um pouquinho de cada de tudo enquanto crescia no meio da diversidade. Construindo a personalidade com a inocência e humildade de uma criança. Adaptação era uma brincadeira na tenra idade, um grande jogo de quebra-cabeça interativo. Agora? O acampamento era uma ameaça, um lugar inseguro. Cada pessoa provocando aquela voz interna que gritava perigo, perigo. Alarmando de tal jeito que ele enlouquecia de tensão, pressionado até o mais escondido nervo, acuado sem saber para onde ir. Ninguém era capaz de acalmar o ataque de Raynar, ainda menos enquanto o corpo vibrava com o poder. Correntes elétricas lambendo a pele sem feri-la, chamuscando a grama e fervendo a água empoçada. Não cheguem perto. Ele gritava e agitava os braços, chorando de medo e raiva. E o sátiro vinha de novo, ancião de mira exemplar, acertando o dardo tranquilizante mais uma vez.
🗲 Levou tempo para Raynar aceitar sua nova realidade, todas as consequências que envolviam sua natureza. Desde a história até as diferentes 'provas' de que deuses estavam entre nós. A criança aventureira fechou-se numa taciturna e distante, grande demais e assustadora sem querer (ou queria). Vivendo sob o teto de Hermes, Raynar encontrou uma nova maneira de viver, resgatando a adaptação que lhe era tão fácil. Em toda a oportunidade, ele se enfiava em missões e tarefas menores. Qualquer coisa, de verdade, para se colocar o mais longe possível dali e buscar respostas de Aspen. Notícias de jornal, matérias de televisão, boatos de qualquer natureza. Só que, toda vez que saía, os monstros o encontravam rapidamente. Sim, era normal ter dificuldades, mas com Raynar era um absurdo. Sim, ele conseguia controlar o ataque, mas precisava de tanto? Tanto afinco para matá-lo? Revoltado depois de uma missão particularmente difícil, decidiu queimar a maior oferenda que conseguiu comprar. A fumaça espiralando para os céus levando a mensagem de Raynar, que cuspia e acusava o pai do abandono da mãe. Falou do hotel, contou a história de Willow sobre o pai, do... Terminou com um grito e foi embora. Determinado a não mais submeter a deus nenhum.
🗲 Raynar acordou com os filhos de Hermes rodeando sua cama. O símbolo de Zeus brilhando bem na frente do seu rosto. Digamos que o filho de Zeus precisou de muito controle para sair do chalé e se afastar pela praia. Andando tão longe quanto conseguia para soltar a pequena tempestade de raios acumulada pela raiva. Daquele dia em diante, sua vivência no chalé foi por obrigação e pelo amor aos irmãos. O pai não merecia nada, nada, nem homenagem nem o mínimo reconhecimento. E, bem, vamos dizer também que o semideus riu consigo mesmo quando confirmaram que o contato com os deuses tinha sido cortado. Ele estava presente durante a profecia, foi um dos primeiros a participar da patrulha, tudo o possível ele se envolvia.
🗲 A mãe tinha ensinado algo que ele levava para vida: se quer algo bem feito, faça você mesmo. E, dependendo de Raynar, os deuses longe só facilitava seu trabalho.
⚡I'll probably say I'm sorry with my fingers crossed
PODERES: ELETROCINESE. Capacidade de controlar, gerar ou absorver a energia elétrica.
HABILIDADES: durabilidade sobre-humana e fator de cura acima do normal.
ARMA: KATHAROS. Visando a liberdade de movimento e a certeza de que terá todos os lados defendidos, Raynar escolheu a lança de dois gumes. Uma peça de dois metros e meio com lâminas afiadas em cada ponta, capaz de se dividir ao meio. Uma metade é de ouro imperial, a outra de bronze celestial.
MALDIÇÃO OU BENÇÃO: Não se aplica.
DESEJA ESCOLHER ALGUM CARGO DE INSTRUTOR? Instrutor de Simulação de Ataques. Membro da equipe azul de queimada e parede de escalada. Individual da equipe de corrida de Pégasos.
PERMITE QUE A CENTRAL USE SEU PERSONAGEM PARA DESENVOLVER O PLOT? PERMITE QUE A CENTRAL USE SEU PERSONAGEM EM PLOT DROP, EVENTOS, TASK OU ATIVIDADES EXTRAS SEM AVISO PRÉVIO? Sim.
⚡'Cause when I commit, I get away with it
Tem um colar de lâmpadas que reagem com o descontrole e potência da eletrocinese. Piscam em aviso, acendem em alerta e... Bom, você não vai querer estar perto quando a luz azul, bem no meio, se acender.
Sua músicas vem de filmes. Trilhas sonoras épicas e divertidas, carregadas de suspense ou tensão. A verdade é que não gosta de letras, e sim da melodia e dos instrumentos.
O instrutor mais comprometido da Simulação de Ataque. Sério. A intensidade é tão grande que fica um pouco (muito) suspeito ser tão bom no papel de vilão.
Quando saía em missão no mundo mortal. Raynar coloca uma proteção de metal ao redor da perna direita. A névoa transforma em prótese e ele consegue ficar com a lança, esta como bengala.
Surfe, snowboard, skate, patins, ski... Esportes e atividades que usam o equilíbrio são suas preferidas. E os mais de dois metros não atrapalham tanto.
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mlove44lh · 6 months
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Don´t hurt youself
Capítulo 8 - Redenção
Masterlist
Capítulo anterior
Avisos: angústia, palavrão, menção de perda
Palavras: 8.958
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“Tive meus altos e baixos, mas sempre encontro força interior para me levantar. Serviram-me limões, mas fiz limonada. Minha avó disse: ‘Nada real pode ser ameaçado.’ O amor verdadeiro trouxe a salvação de volta para mim. Com cada lágrima veio a redenção e meus torturadores se tornaram meu remédio. Então vamos nos curar. Eu e você.”
Dia 0
“Sonhei com isso por tanto tempo que sequer me lembro quando essa ideia surgiu dentro de mim.
Decorei e mantive em minha mente cada mínimo detalhe desse dia. Passei horas imaginando como seria, pesquisando sobre sem nem ao menos ter alguém em vista para conquistar esse sonho ao meu lado.
E mesmo assim, mesmo planejando tudo e repassando cada passo em minha mente desse dia perfeito, mesmo assim eu não esperava que fosse ser tão impecável quanto isso.
O céu está claro e sem nuvens. E por mais que o vento esteja presente, ele é quase imperceptível em minha pele, mesmo estando com os braços descobertos.
Só por esse clima em pleno novembro eu já poderia considerar esse dia como um milagre, como a prova de um amor que será eterno e que já é perfeito.
O véu balança suavemente ao meu redor. Consigo ter um vislumbre de meus convidados através do tecido claro que me cerca. Sei que tenho toda a minha família e amigos aqui presentes, e estou muito feliz por todos estarem finalmente reunidos. Mas não poderia olhar para mais ninguém agora além do meu futuro marido, que me aguarda no altar, com um sorriso que me diz que tudo vai ficar bem na nossa nova vida junto.
E eu acredito nele com uma confiança que não sabia que existia dentro de mim.
Seus olhos escuros brilham como nunca antes tive o privilégio de testemunhar. Sei que seguro o braço de meu pai com certa força, mas preciso ao menos sentir os nós de meus dedos tensos para provar a mim mesma que ainda estou viva, e que isso não é um sonho.
O que me acalma é saber que mesmo eu sendo uma pessoa sonhadora, jamais poderia fantasiar sobre tamanha perfeição.
É como se toda a minha vida se resumisse a esse momento.”
Dia 2.520
Eu esperei por algo. Algo grande, como nos filmes. Algo que me fizesse mudar, que fizesse tudo se encaixar de uma forma perfeita para deixarmos tudo para trás.
Até depois de tudo aquilo eu esperei, depois do desrespeito, depois de ouvir da boca da pessoa mais desprezível que já conheci todas as coisas horríveis que ele foi capaz de fazer, depois de ser chamada de escandalosa por conta de um comportamento que eu sei que foi imperdoável. Mesmo depois de tudo isso eu esperei por algo.
Mas esse algo nunca veio.
A vida real é cruel, e esse tipo de coisa não acontece. Às vezes o que parece realmente é, às vezes quem puxa o gatilho é a mesma pessoa que jurou te proteger. E esse tipo de traição é a pior de todas.
Fui forçada a parar de acreditar no meu conto de fadas pessoal quando o príncipe encantado fincou uma faca em meu peito.
Fui puxada para fora da minha vida perfeita e o tranco foi tão forte que não sei como sobrevivi.
Encaro meu dedo anelar e por mais que a aliança já não esteja mais aqui, a marca provavelmente vai perdurar por muito tempo, como um lembrete visual de tudo isso.
A sala é fria, e sinto seu olhar em mim, o que faz com que a sensação de sufoco fique ainda maior. Meu olhar se mantém baixo, esse é o último lugar onde desejo estar.
A porta de abre e o silêncio é cortado pelo mediador que se apresenta e logo se senta entre nós quatro.
Meu coração se acelera ao perceber o que está prestes a acontecer.
— Podemos dar início a audiência.
Dia 365
“Não pensei que pudesse melhorar depois de nos casarmos, mas eu nunca estive tão feliz em estar errada.
O ano passou voando, e todo o nosso tempo junto foi precioso. Por mais que Lewis não esteja sempre presente, quando estamos juntos, parece que todas as dificuldades do fuso horário e as noites sem dormir se tornam insignificantes.
Uma de suas mãos bloqueia a minha visão enquanto a outra me guia calmamente pela cintura. Sinto Lewis rindo atrás de mim, já eu me sinto mais inquieta do que nunca.
A movimentação de Londres ficou há quilômetros atrás. Lewis dirigiu, o que é incomum desde que sou eu quem é sempre a motorista.
Não tenho noção do que irei encontrar aqui, então aguardo ansiosa a revelação que espero há horas.
— Você sabe que eu odeio surpresas.
— Eu sei. Mas você vai gostar dessa. — Ele para de caminhar, mas continua com a mão em meus olhos.
— É nosso primeiro aniversário de casamento. Tinha que ser algo grande.
— Algo grande?! Lewis, eu te comprei um relógio.
— E eu amei meu novo Rolex. E esse presente não é exatamente só para você, é para nós dois.
Lewis tira sua mão de meus olhos, demoro alguns segundos para me acostumar com a claridade. A luz do sol ilumina um campo grande e rodeado de verde, o clima é gelado, mas a luz do sol faz tudo parecer quente e aconchegante.
No meio de duas grandes árvores há uma casa com a fachada pintada de branco. As janelas tomam conta da frente da casa assim como algumas flores plantadas ao redor da residência.
É uma casa linda, delicada e grande o suficiente para uma família morar, mas não tão grande a ponto de ser intimidadora. É o refúgio perfeito para uma vida inteira, cercada pelas pessoas que você ama.
Fico alguns segundos observando a fachada. Lewis sai do meu lado e vem até a minha frente. Seu sorriso é gigante e posso perceber por sua feição que ele espera que eu diga algo. Mas não saberia o que dizer quando eu nem ao menos sei para o que eu estou olhando agora.
— O que achou? — Sua expectativa implícita em sua fala.
— Lewis… -Não pode ser isso, ele não pode ter simplesmente comprado uma casa nova para nós. — O que é isso?
— Espera. Eu quero que você veja por dentro.
Sua mão se encaixa na minha e Lewis praticamente me arrasta até a parte de dentro. Meu êxtase é tamanho que mal consigo pensar direito agora. Isso é muito mais do que eu esperava.
A sala é espaçosa e as vigas de madeira tornam tudo mais acolhedor. Os móveis já estão dispostos e é como se tivessem tirado cada detalhe de um sonho meu.
— Tem uma piscina do lado de fora. — Ele abre a grande porta de vidro me revelando mais espaço ao ar livre. -Podemos colocar uma mesa grande aqui, para quando recebermos visitas.
Suas palavras saem rápido como uma criança empolgada com algo novo, seus olhos brilham como duas estrelas enquanto Lewis divide seu olhar de mim para toda a casa. Ele não demora a voltar com sua mão na minha e me levar para o segundo andar da residência.
O quarto principal adota um tom mais claro do que o resto da casa, que é coberta por madeira. A pintura branca das paredes deixa o cômodo ainda maior. Tudo parece limpo e novo.
— Você fez mesmo isso? — Minha voz sai quase em um sussurro e eu então percebo a vontade de chorar que me atinge. — Lewis, é perfeita.
— É nossa. — Ele diz. Sua voz sai baixa em comparação com minutos atrás, a euforia parece ter amenizado. — Eu pensei e planejei ela no último ano.
— Isso é. Eu não tenho palavras. É perfeito. Mas como faríamos isso? Quer dizer, com nosso trabalho e todo o resto.
Seria loucura mudar para o interior de Londres em um momento como esse, por mais que isso pareça um sonho.
— Eu posso ter antecipado um pouco as coisas. Mas nós podemos vir em alguns anos. Essa pode ser a casa em que nós vamos ficar velhinhos juntos e criar nossos filhos. É o lugar perfeito. Só teríamos que esperar um pouco, e enquanto isso podemos vir sempre que quisermos um tempo sozinhos. 45 minutos de Londres e sem vizinhos por alguns quarteirões soa bem não?!
Eu só consigo sorrir. A ideia de ter uma família ao seu lado e envelhecermos juntos ainda é algo que ainda consegue me deixar emocionada.
— Sim. Soa perfeito.
Ele sorri.
— Vem, quero te mostrar uma última coisa.
Mal consigo gravar os detalhes do quarto e já sou puxada novamente.
Lewis abre a porta do quarto ao lado do nosso, diferente dos outros, nesse quarto não há mobília alguma. Uma janela grande se dispõe no meio de uma das paredes iluminando cada canto do cômodo. Eu me mantenho parada na porta enquanto Lewis finalmente se acalma atrás de mim.
— Existem mais dois quartos como esse, que ainda estão vazios. -Sinto a empolgação dentro de mim assim que percebo onde Lewis irá chegar. -Nós vamos montá-los juntos, no momento certo. Para nossos filhos. Vamos encher essa casa de felicidade, S/n.
Me viro para ele e sinto algumas lágrimas escapando de meus olhos. Eu não poderia estar mais feliz por essa surpresa.
Colo nossos lábios em um beijo que demora a ser separado, só para eu poder falar antes de voltar a ele.
— É tudo o que eu mais quero.”
— Não há filhos em comum do casal, e o divórcio parece ser de concordância de ambos. Se não houver algum impasse com o último acordo proposto, acredito que não haja a necessidade de estender esta audição.
“Divórcio. Concordância. Ambas as partes.” Parece tão ruim quanto soa. Como poderia existir uma concordância sobre algo tão doído e profundo quanto isso? Não é isso o que acontece, não estou aqui porque quero, estou aqui porque preciso estar aqui, estou aqui porque devo isso a mim e a parte que morreu dentro de mim. Devo isso como justiça a menina que acreditou tanto em conto de fadas. Então não, não há concordância alguma com essa situação.
Olho para meu advogado e faço menção de falar com ele, mas isso não se torna necessário. Seu pigarreio chama a atenção de todas as poucas pessoas da sala.
O acordo proposto no documento que deixei com Lewis naquela manhã foi negado, assim como os outros dois feitos por meu advogado. Parece que surgiu algum tipo de impasse entre o que Lewis desejava e o que seus representantes buscavam.
Então esperei pela contraproposta, e quando chegou tentei me conformar com ela. Havia muito mais para mim do que eu pedi nos acordos anteriores, e muito menos do que poderia receber se tivesse o mínimo de interesse em uma luta judicial. O acordo perfeito entre um homem arrependido que acha que dinheiro compra carma e os advogados que protegem seu império.
Mas no geral, não estava tão ruim, exceto por um detalhe.
— Há uma discordância de minha representada no que se refere ao acordo proposto pelo senhor Hamilton.
Eles nos olham com curiosidade. Lewis levanta seu olhar cheio de dúvida, que vem de encontro ao meu.
— E qual seria? — O mediador se acomoda em sua cadeira, se inclinando para nós.
Poderia vomitar se ao menos tivesse ingerido algo. Eu gostaria de aceitar qualquer coisa proposta e ir logo embora. Mas não quero sair disso com nada além do que já me pertence, e com certeza não tenho interesse algum em algo que me manteria de certa maneira amarrada a Lewis.
Eu sei que isso é mais uma coisa que eu não deveria fazer. Especialmente se a hipótese em minha mente se mostrar verdadeira. Mas eu não me importo mais, eu tenho todo o direito de usar a carcaça da pessoa ruim pelo menos uma vez.
Eu tenho o direito de fugir dele.
— Minha representada não tem mais interesse nas ações referentes as empresas do Senhor Hamilton. Assim como a residência em Londres. Gostaríamos de apresentar uma contraproposta, onde as ações seriam transferidas de volta, e a casa passaria inteiramente para o nome dele, caso haja concordância, é claro.
Assisto meu advogado passar novos papéis ao mediador, que analisa cada um deles com cuidado.
Quero poder sumir de sua vida em todos os sentidos, não vou me curar se não me afastar dele, continuar com as ações em meu nome me colocaria em momentos como esse. Presa em uma mesa de reunião com ele ao meu lado. E a casa só me faria lembrar de tudo o que nunca foi. Não quero sequer passar na frente dela, mesmo sendo uma residência nova, ela está infestada de fantasmas para mim.
— O que?! — Lewis tira a atenção de todos, até mesmo do mediador, que ainda analisa os papéis dispostos em sua frente. — Do que você está falando? Essas ações são suas por direito, S/N. Nós conquistamos isso juntos. — Ouvir sua voz pessoalmente depois de tantas semanas me faz querer chorar.
— Senhor Hamilton, por favor. Apenas seu advogado tem o direito da palavra nesse momento, tudo bem? — A voz do mediador se torna um pouco mais alta, a fim de chamar a atenção de Lewis.
Há muita descrença em seu olhar, já o meu transborda mágoa.
Se fossem apenas empresas e números as únicas coisas que conquistamos juntos, tudo isso seria infinitamente mais fácil.
— Não faz isso. Elas são suas também, você sabe disso.
Lewis ignora completamente o mediador e continua falando diretamente para mim. Seu olhar revela súplica, como se ele estivesse buscando a redenção e a única maneira de alcançá-la fosse garantir que eu fique com milhões em ações.
É tentador. Mas estamos falando de uma mulher com o ego ferido e o orgulho enorme. Então obrigado, mas não.
— Senhor Hamilton, por favor.
O mediador parece um pouco nervoso. Já seu advogado se torna inquieto e se inclina para falar com Lewis.
— Se ela está abrindo mão de livre e espontânea vontade, você deve considerar. Não estamos falando sobre pouca coisa, Lewis. — A voz de seu advogado é baixa, porém dentro dessa sala minúscula e com todas as outras pessoas em silêncio, seria impossível não escutar sua fala.
Lewis ainda me olha, e eu ainda olho para ele. Não abri minha boca para respondê-lo, nem pretendo. Tudo o que eu quero é poder sair logo daqui com o que quero, ou melhor, o que não quero.
— Eu não ligo para isso. — Lewis responde seu advogado, mas ainda olhando para mim. Conseguiria até mesmo dizer que há um pouco de raiva em sua feição, se ao menos ainda conhecesse essa pessoa na minha frente.
Dia 1.397
“Acordar com cheiro de café em casa é uma das minhas coisas preferidas, porque eu sei que quando isso acontece é porque ele está em casa. E não poderia ser diferente, ele me prometeu que estaria.
Meus braços passam ao seu redor assim que o encontro na cozinha. Seu torso nu é quente e faz eu me sentir em casa como nada nunca chegou perto de conseguir.
Suas mãos me entregam uma xícara de café e nossos lábios se colam em um beijo cheio da saudade que parece nunca ir embora, por mais juntos que estejamos.
— Como é possível alguém que odeia café conseguir fazer o melhor café que já tomei na vida?!
Lewis ri antes de colocar suas mãos em minha cintura.
— Você diz isso porque é apaixonada por mim e gosta de tudo o que eu faço. Literalmente todas as pessoas que tomaram meu café não gostaram.
— Isso é porque eles não sabem apreciar o café mais forte que já entrou no organismo deles. — As risadas ecoam pelo apartamento. — Mas sério amor, por mais que eu ame, você tem que pegar leve com a quantidade de pó, eu poderia ficar acordada por dias se tomasse mais de uma xícara pela manhã.
Suas mãos apertam minha cintura o suficiente para me fazer suspirar. Pouso minha xícara com o líquido quente na bancada e logo volto minhas mãos até suas costas desnudas.
Vejo o sorriso se dissipando de seu rosto e sua feição sendo tomada por um ar de seriedade.
— O que foi?
— Nada. Eu só estava pensando.
— Quer dividir isso?
— Eu não tenho certeza se você vai gostar muito da ideia. —Um sorriso tímido volta em seus lábios e minha curiosidade aflora. — Eu sei que o plano não era esse. — Seus olhos já não estão mais em contato com os meus. — Mas eu não consigo parar de pensar nisso.
— Vamos. Me conta.
— Bom. — Ele parece ansioso, talvez realmente preocupado com a minha reação. — Eu acho que, talvez. Se você quiser. Nós poderíamos começar a tentar aumentar a família.
Meu sorriso despenca.
Não porque não quero isso, mas porque quero tanto isso que só a ideia de Lewis também desejar isso antes mesmo do que estava combinado entre a gente faz meu estômago se revirar de felicidade.
Não sei se por conta do café forte de Lewis ou a minha empolgação, mas de repente tomo ciência dos meus batimentos cardíacos acelerados.
— Quer dizer. Se você ainda quiser esperar nós podemos. Sei que tem o seu trabalho e….
— Não! —Interrompo seu raciocínio. — Eu só não estava esperando por isso. — Tenho que pensar nas palavras antes de conseguir emiti-las. — Lewis. Você está falando sério?
Puxo seu rosto de volta ao meu e o obrigo a olhar para mim. Estamos tão próximos um do outro que Lewis deve conseguir sentir meus próprios batimentos em seu peito.
— Eu estou pensando nisso já tem um tempo. Eu sei que combinamos de esperar até depois da fórmula 1, para irmos morar em Londres e formar nossa família. Mas eu não acho que vou me aposentar tão cedo, e quero uma família agora com você. E eu sei que vai ser loucura ter um filho no meio de todas as viagens e caos da nossa vida, mas… — Seu sorriso aumenta ainda mais. — Será nosso filho, né?! Se existe alguém que conseguiria lidar com tudo isso, essa pessoa é ele. Ou ela.
Minha comoção é tanta que mal consigo pensar em algo a dizer.
Sei que meus olhos transbordam de felicidade e emoção, e vejo os de Lewis da mesma forma.
Puxo ele para mais perto de mim, me colo nele sem vontade alguma de o deixar ir para qualquer lugar.
— Você sabe como eu quero isso. — O puxo para um beijo que acaba sendo desordenado por nossa agitação.
— Isso é um sim? — Lewis nos separa por um segundo para falar.
— É claro que sim!”
— Vamos dar uma pausa para que o advogado do senhor Hamilton possa analisar a contraproposta e para acalmar um pouco os ânimos.
Assisto ambos se levantarem. Lewis sai da sala quase que correndo, enquanto seu advogado o acompanha com os novos papéis em mãos. Eu me sinto anestesiada, preciso bater meus pés no chão algumas vezes para ter certeza de que não vou cair no momento em que me colocar de pé.
— S/n. Você está positiva sobre a contraproposta? — Adam, meu advogado vira sua cadeira em minha direção. Sua voz é baixa mesmo sem a necessidade. Já que não há mais ninguém na sala. — Sei que tem os seus motivos, mas estamos falando de mais de cinquenta milhões. Que podem se tornar muito mais com o passar dos anos. Entregar isso dessa forma para ele pode ser um erro. Você poderia ao menos vendê-las.
— Não. Eu não quero mais nada dele, Adam. — Sua cara entrega o que ele não diz. O que me faz sentir a necessidade de me justificar. — Não estou dizendo isso só por estar machucada, estou dizendo isso porque realmente quero sair disso, não quero mais ter que lidar com nada relacionado ao Lewis. E eu sei que pode parecer loucura, mas cada centavo gasto vindo dessas ações só me faria sentir ainda pior. Então sim, eu estou positiva sobre a minha decisão.
— Tudo bem. Eu entendo. — Seu olhar de compaixão me mata. Desvio de sua feição para não ter que lidar com essa pena estampada. — Acho que vão concordar, não teria motivo para postergar isso ainda mais.
— Eu espero que sim. — Não espero por uma resposta, deixo Adam em seu lugar e saio da sala em busca de ar fresco.
Dia 1.716
“Prometi que não me desapontaria dessa vez. Pensei que fosse ser mais fácil não ver o que eu gostaria pela sétima vez consecutiva. Mas não. A cada mês isso só faz doer mais.
Encaro o pequeno objeto de plástico em minha mão enquanto sinto o nó em minha garganta.
Uma maldita listra vermelha.
Uma. Só uma.
Sinto o braço de Lewis ao meu redor e seu rosto descansar em meu ombro.
Começamos a tentar alguns meses atrás. Sabíamos que se esperássemos pelo momento perfeito ele nunca chegaria. Viajamos o tempo inteiro e a fórmula 1 toma conta de boa parte da vida de Lewis. Além de ser um esporte perigoso.
Mas o desejo por nossos filhos se mostrou tão grande que qualquer potencial problema parece microscópio em comparação. Temos um relacionamento sério e estabilidade, além de disposição e amor de sobra, o que poderia faltar?!
Então parei com as pílulas e esperei que acontecesse. Mas não aconteceu. Nem no primeiro mês, nem no segundo, começou a me incomodar no terceiro. Mas não imaginava que fosse chegar a sétima tentativa sem êxito.
Eu tento me conter e fingir para mim mesma que tudo está bem. Somos novos, temos muito tempo para conseguir isso. Mas a frustação está estampada em meu rosto.
— Nós podemos continuar tentando. — Sua voz sai abafada por conta de seu rosto descansando em mim. — É a melhor parte de qualquer forma. — Ele brinca.
Uma risada baixa sai de meus lábios.
— Sim. Talvez na próxima vez, né?!
Tiro o teste de meu campo de visão e passo a encarar Lewis. Que ajeita sua postura para me olhar de volta. Ele assente enquanto me olha com atenção.
Talvez ele esteja esperando por algum tipo de desabafo, ou até um choro contido. Mas não há. Não porque eu não esteja me sentindo triste, e sim porque não faria sentido agora. Principalmente quando ele está a poucos minutos de sair de casa para mais um de seus inúmeros finais de semana de trabalho. Sua esposa chorosa não seria a melhor coisa a deixar em sua mente antes de toda a concentração necessária para um grande prêmio.
— Podemos nos consultar com algum especialista se você quiser.
Ele se levanta e vai até sua mala de viagem.
— Não. Não acho que seja necessário agora. — Meu rosto diz o contrário. A dúvida do porquê uma gravidez não aconteceu ainda é o que vem ocupando minha mente há meses. — Podemos esperar por mais algum tempo.
Ele suspira.
— Tudo bem. — Suas mãos descansam na alça de sua mala. — Eu tenho que ir. Você vai ficar bem?
— Se eu disser que não, você fica aqui comigo? — Seus olhos são tomados por compaixão, o que faz com que eu imediatamente me arrependa do que acabei de dizer. Eu realmente gostaria que ele abrisse mão do trabalho às vezes, mas nunca pediria algo assim a ele. Por não querer ser inconveniente, e por já saber qual seria a resposta. — Eu to brincando. Vai, vai lá salvar o mundo, quarenta e quatro.
— Você é o meu mundo. — Lewis caminha até mim e deposita um beijo em minha testa. Sua resposta me faz sorrir. — Te vejo na segunda.
— Até lá.”
Desço as dezenas de escadas dispostas na frente do tribunal. Me sento em um dos degraus antes de chegar ao final deles.
As ruas estão movimentadas. Não poderia ser diferente em uma manhã de terça-feira. Tento focar na vida das pessoas que passam rapidamente pelo local, a fim de me distrair do nó em minha garganta.
Existem tantas coisas em minha mente que sequer consigo me concentrar em uma delas. É como se um zumbido estivesse tomando conta de mim sem deixar espaço para mais nada.
Nem minhas expectativas para uma nova vida, nem o objeto guardado em minha bolsa, nem a hipótese que deveria estar me consumindo, nem meu casamento se dissipando enquanto eu assisto tudo, nem a minha exaustão. Nada disso é capaz de fazer eu sentir algo.
Percebo sua presença ao meu lado por conta da minha visão periférica. Ele se senta, deixando quase nenhum espaço entre nós, mas sem me tocar. Não me movo para olhá-lo, nem para sair de perto de sua figura. Continuo focada nas pessoas que caminham em nossa frente, desejando nesse momento ter a vida da senhora passeando tranquilamente com seu cachorrinho de estimação pelas ruas de Mônaco.
— Como nós chegamos a isso?
De todas as coisas que eu esperava escutar de Lewis depois de semanas sem conversar. Essa seria a última das minhas suposições.
Eu não penso muito antes de respondê-lo.
— Eu não sei. — Sinto seu olhar em mim, mas ainda não me viro para ele. — Não acho que tenha sido em um momento específico. Quem dera pudéssemos atribuir isso a uma coisa exata, isso facilitaria as coisas.
Consigo escutar sua respiração ao meu lado, ele parece abalado, está inquieto em seu lugar.
— S/n, se eu pudesse voltar atrás e desfazer o que eu fiz…
— Não mudaria nada. — Eu interrompo seu discurso. Não aguentaria escutar lamúrias de Lewis, principalmente em um momento como esse, onde estou tão abstrata de meu próprio ser que sequer tenho ciência de minhas emoções. — Nosso casamento acabou antes de você me trair. Acabou muito antes disso, muito antes de eu perder nosso filho. Aconteceu, eu não acho uma boa ideia ficar se martirizando pensando no que poderia ser. Porque não foi. Simples assim. Nós estamos aqui hoje.
Ele me encara, sei que olha em meus olhos, e pela posição de seu corpo inclinado ao meu, posso deduzir que ele anseia por minha reciprocidade. Mas não quero e não consigo olhar para ele agora. Por mais que todos os meus instintos apurados durante esses anos estejam me implorando para ir de encontro a ele.
— E se continuássemos tentando? — Nem ele acredita em suas próprias palavras. A frase sai como um último suspiro.
— Nós tentamos por muito tempo. Mas desistimos em algum momento. Fomos abrindo mão de coisas pequenas até que elas se transformaram em coisas gigantes.
Esse é o fim. Eu sei disso. Tenho isso em minha mente a bastante tempo, e estou certa dessa decisão. Mas isso deveria doer menos. Eu deveria ao menos ter a capacidade de respirar, ou de encarar meu — ainda — marido.
Não sinto minhas palavras vindo. Apenas sinto a necessidade de dizê-las, talvez por precisar de uma conclusão. Ou porque me acostumei a dividir tudo com ele, e isso ainda é algo que precisa ir embora.
— Eu não me sinto feliz em estar aqui hoje. Talvez eu devesse ter lutado mais, e você também. Mas apesar disso eu sei que essa é a decisão certa. E por mais que você não admita eu sei que você concorda comigo. Não faz sentido em pensar no que poderia ter sido feito, quando no final das contas nós estamos aqui hoje. E nada vai mudar isso.
Finalmente tomo coragem e levo meu olhar a ele. Ele parece um completo estranho, uma pessoa totalmente diferente do que foi.
Seu olhar, que sempre foi a coisa que mais amei nele, agora não tem mais o mesmo efeito sob mim. Tudo em Lewis parece trocado. E mesmo perto dele, não o sinto aqui.
Quem está do meu lado já se tornou um estranho. Sou tomada pelo luto por uma pessoa que está viva e em minha frente, mas que não é nem perto de ser quem costumava.
Fico alguns segundos olhando para ele antes de voltar a falar.
— Esse é o único arrependimento que eu tenho. Essa mania de se enganar, o comodismo que deixamos tomar conta do nosso casamento. Porque se a gente tivesse percebido antes, se não tivéssemos deixado chegar no ponto que chegou, onde nós dois saímos machucados, então eu me lembraria de todos esses anos com uma felicidade enorme. Mas não é isso que acontece. Eu não consigo nem olhar para você de tanto que me dói. — Assisto as lágrimas invadirem seus olhos bem diante dos meus. Sinto raiva e pesar no mesmo nível. — E é essa a parte que me mata. Saber que os melhores anos da minha vida, serão os anos mais dolorosos de se lembrar. — Só quando paro para respirar é que percebo que também choro. Deixo as lágrimas descerem livre por meu rosto enquanto continuo o raciocínio. — Eu não sei se essa sensação vai mudar. Se com o tempo isso vai melhorar, só o que eu sei é o que eu estou sentindo hoje, e o que estou vivendo hoje. E eu decidi que a partir de agora, é isso nisso que eu vou focar. No agora.
Ele não diz nada por algum tempo.
Ficamos nos encarando sem pretensão de absolutamente nada. Não há nada a ser dito que faria alguma diferença.
— Eu sinto muito. — Mal reconheço sua voz, assim como todo o resto de seu ser.
— Eu sei. Eu também.
Dia 2.125
“O som de notificação do meu celular tira meu foco do programa de TV. Pego o aparelho que descansa no acolchoado do sofá e checo a notificação. Assim que leio a mensagem da notificação, meu tédio é tomado por mais uma onda de esperança, como vem acontecendo todos os meses há mais de um ano.
A notificação chegou e Lewis está em casa hoje, coisas que quase nunca acontecem ao mesmo tempo. Talvez isso seja um sinal de que esse mês finalmente seja o mês que vai dar certo.
Tudo é visto como um sinal para uma mulher desesperada.
Pulo do sofá e vou em direção ao nosso quarto.
Lewis está deitado, seu foco está na grande televisão, que passa o mesmo programa que eu estava assistindo na sala. A percepção me deixa confusa, e até um pouco triste. Porque ele preferiria ficar longe de mim do que fazer exatamente a mesma coisa que ele está fazendo aqui, ao meu lado?!
Engulo meu ego ferido e ignoro a sensação ruim que essa compreensão me deixou. Afinal o que precisamos fazer é muito maior do que uma birra minha.
Subo na cama e vou em direção a ele. Lewis não se da ao trabalho de se mover.
Monto em seu colo sem dificuldade alguma. Meus beijos começam em seus lábios e são retribuídos instintivamente por ele, mas suas mãos continuam inertes. Rebolo em seu colo afim de instigar algo. Nada.
Desço meus beijos em direção ao seu abdômen, e é só nesse momento que Lewis toma alguma atitude. Não a que eu queria, óbvio que não.
— S/n. Amor. Hoje não, tá?
Suas mãos vêm de encontro a mim, não para aproveitar mais do meu toque, mas para me impedir de continuar. O que me deixa irritada, mas não me impede de continuar. Volto para seu pescoço e distribuo beijos em sua pele, sem interesse em desistir do que preciso.
— Vamos. Vai ser rápido.
Desço minhas mãos até o elástico de sua calça de moletom enquanto ainda distribuo beijos, mas meus movimentos são interrompidos por ele.
— S/n, para! Eu disse não. — Sua voz é alta, o que faz com que eu pare imediatamente.
Ele se afasta de mim abruptamente. Lewis se levanta sem ter cuidado algum com a forma em que me deixa na cama.
Me sinto envergonhada como nunca, a raiva vem na mesma dimensão.
— Qual o seu problema?
— Eu to cansado dessa merda. Você acha o quê? Que eu sou a porra de um robô que você pode apertar um botão e ter o que você quiser? Isso é ridículo.
— Eu pensei que você quisesse isso também.
A respiração de Lewis é audível, ele está inquieto enquanto me encara.
— E eu quero, mas não dessa forma. Quando foi a última vez que transamos porque estávamos com tesão e não porque temos a obrigação de foder toda vez que seu celular avisa sobre seu período fértil, S/n?
— Eu não sei Lewis. Estou tentando conseguir o que nós dois queremos aqui.
— Sim, está tentando isso se tornando a pessoa mais fria do mundo. Qual o próximo passo? Quer que eu goze em um potinho e te entregue?
— É uma boa ideia. Facilitaria muito as coisas.
O deboche sai de mim com muita facilidade. Sinto a raiva subindo em meu corpo. E a ansiedade também.
— Pelo amor de Deus! — Ele entra no banheiro, mas deixa a porta aberta. Escuto a água corrente da torneira por alguns segundos antes de voltar a falar.
— Que merda você quer, Lewis?! — Minha voz sai em um grito.
Ele vem em passos rápidos de volta para minha frente.
— Minha esposa! — Ele também grita. — É isso o que eu quero, S/n. Será que tem como trazer ela de volta?! Ou essa obsessão já conseguiu levá-la embora também??
Minha frustração é tanta que sinto minha garganta queimar com as lágrimas que desejam cair. Nós nunca gritamos um com o outro, nunca brigamos como estamos brigando. Tudo parece um caos horrível e sem sentido.
— Eu tive um final de semana péssimo. E você sequer me perguntou como as coisas estão. Eu te pedi para vir comigo para o grande prêmio e você escolheu ficar aqui, provavelmente para se consultar com mais algum médico para ele te dizer exatamente o que todos os outros já disseram, isso se sobrou algum outo médico em Mônaco que você ainda não se consultou. Você está tão cega com essa ideia que esqueceu de continuar vivendo sua vida.
Uma risada sem humor sai de meus lábios.
— Oh coitadinho. Você teve um final de semana péssimo? Eu tive um ano péssimo, Lewis! E não estou chorando porque não vieram me consolar ou coisa assim. Eu estou tentando fazer o que devo, o que nós dois queremos. Você não tem o direito de me julgar por isso. — Saio da cama e ando em direção a porta. Frustrada e tomada pela culpa. Hoje poderia ter sido o dia, mas não foi. Não foi porque ele não quis. — Vê se cresce, Lewis. E se você quer alguém que passe a mão na sua cabeça, vai atrás de outra pessoa, porque não vai ser eu.
É a última coisa que digo antes de bater à porta atrás de mim.”
— Eu acho que devemos entrar.
Sua voz corta o silêncio entre nós, que dura há algum tempo. Paramos de conversar minutos atrás, mas não sentimos a necessidade de sair de perto um do outro.
Acho que ambos sabemos que esta é a última vez que ficamos juntos dessa forma. Não existe culpa por querermos estender esse momento, por mais triste que ele seja.
Concordo com a cabeça enquanto volto a encará-lo.
Sei que esta era a oportunidade de finalmente dizer a ele o que acredito estar acontecendo, mas simplesmente não consigo. Foi difícil demais chegar até este momento, e contar a ele minhas suspeitas só o magoaria e adiaria ainda mais o inevitável. Não preciso submetê-lo a isso, pois se estiver realmente certa, sei que essa questão não será algo que me acompanhará por muito tempo. E se posso poupá-lo de mais essa dor, é isso que farei.
— Vou assinar os papéis. Se é isso o que você realmente quer.
— Não. Isso com certeza não é o que eu quero, Lewis. — Me levanto junto com ele. — Mas é o que nós temos que fazer se ainda resta qualquer respeito pelo que nós dois vivemos juntos.
Entramos juntos e em pequenos passos no grande tribunal. Caminhamos lado a lado sem pressa alguma até a sala fria que nos aguarda, sem dizer uma palavra. Sem a necessidade de mais lamentos. Certos do que vai acontecer, incertos sobre o futuro que não imaginávamos sem o outro.
Volto ao meu lugar, meu coração dispara quando todos se acomodam.
— Meu representado concorda com a contraproposta. — Seu advogado corta o silêncio.
— Isso é bom. Agora que ambos concordam, podem enfim assinar os documentos, por favor. — O mediador parece até mesmo aliviado.
O nó na minha garganta me sufoca, quero fugir daqui, quero chorar como um bebê agora. Isso dói como um inferno. Não pensei que fosse ter uma crise nesse momento, não quando está tudo tão perto de acabar.
Tento me conter, tento manter minha respiração controlada e não demonstrar o quão perto estou de explodir em choro e berros. Acho que me saio bem nisso, já que a única pessoa que percebe minha instabilidade, é a única pessoa na sala que está na mesma situação que a minha.
Seus olhos vermelhos me entregam uma dor quase palpável.
Não deveria ser assim, não deveria estar acabando dessa forma.
Prometemos que morreríamos juntos, velhinhos, na nossa casa com a fachada branca e rodeada por flores em Londres.
Não era para acabar em uma sala gelada disposta no tribunal de primeira instância de Mônaco. Isso é injusto pra caralho.
Lewis pega os papéis brancos que foram passados de seu advogado para ele. Suas mãos tremem, mas só eu percebo isso. Ele não desvia seu olhar do meu, nem por um segundo, nem enquanto pega a caneta preta disposta em sua frente. Ele quer ter certeza. Ele quer uma última confirmação minha.
Dia 0
“Nossas mãos se encaixam perfeitamente. Me sinto instantaneamente mais calma com seu contato. Me afasto de meu pai enquanto me aproximo de meu noivo.
— Você está perfeita. — Ele cochicha em meu ouvido quando se aproxima de mim. A emoção em sua voz é clara. Lewis deposita um beijo em meu rosto antes de se virar para meu pai.
Os dois apertam as mãos. Meu pai puxa Lewis para um meio abraço, sei que algo é dito no meio disso pelo mais velho, mas não escuto o que. Só as hipóteses que passam em minha mente já são o suficiente para me fazer rir.
Lewis não demora a se voltar a mim, agora sua atenção é totalmente minha.
— Senhoras e senhores, familiares e amigos, estamos aqui reunidos neste dia especial para celebrar o amor e a união de duas almas que decidiram embarcar juntas nesta jornada da vida.
O oficial de Justiça começa a discursar. Meu coração acelera e o sorriso em meu rosto parece que vai se manter para sempre.
Lewis está mais lindo do que nunca. Sua felicidade consegue o deixar ainda mais bonito, como se isso fosse possível. Eu quero poder olhar em volta, ver se as flores dispostas são as mesmas que nós escolhemos, ou se todos que convidamos estão presentes. Mas não poderia, não poderia olhar para lugar nenhum quando tenho a melhor coisa da minha vida disposta bem na minha frente. Movendo sua boca e me dizendo “eu te amo” sem emitir nenhum som. Só para eu saber, só para deixar claro.
— O casamento é um momento único, pois é o encontro de duas pessoas que escolhem compartilhar seus sonhos, alegrias e desafios lado a lado. Hoje, Lewis e S/n, vocês estão dando um passo importante em suas vidas, um passo que representa a promessa de amar e cuidar um do outro, independentemente das circunstâncias. A jornada do amor é marcada por altos e baixos, mas é a parceria e a cumplicidade que farão com que vocês superem todos os obstáculos juntos. O amor é a força que une seus corações, tornando-os mais fortes, mais corajosos e mais dispostos a enfrentar qualquer adversidade. Agora, peço a atenção de todos para os votos dos noivos.
A ansiedade me consome ainda mais, mas fico animada por finalmente poder dizer as palavras que venho guardando dentro de mim.
Me viro para Alessia, que se estende atrás de mim. Ela me passa o pequeno pedaço de papel que confiei em suas mãos mais cedo.
Tento respirar algumas vezes antes de começar a pronunciar as palavras escritas por mim no papel pautado.
— Acho que não é novidade para ninguém aqui como eu sou sonhadora. Todas as pessoas que me conhecem já escutaram sobre meus devaneios em algum momento. —Minha risada é acompanhada de meus convidados. — Muito deles eu julgava e tinha consciência de serem impossíveis. Afinal eu sei que não tem como algo ser perfeito. — Tiro meus olhos do papel e encaro Lewis por alguns segundos. — Nunca pensei que ficaria tão feliz em estar errada.
Tento segurar as lágrimas enquanto falo, mas sei que minha emoção está implícita e a um passo de tomar conta de mim.
—Você me mostrou que meus sonhos irreais são não só possíveis, como ainda melhores do que na minha imaginação. O amor transcende o que eu julgava impossível. O seu amor me mostrou que mesmo a parte ruim vale a pena se eu tenho você ao meu lado. — Lewis sorri de uma forma diferente do usual, as lágrimas tomam conta de seus olhos também. O que só me deixa ainda mais realizada. — Nunca imaginei que me casaria com aquele rapaz que conheci pelo simples acaso em uma noite de curtição com as minhas amigas. Não porque não gostei de você de primeira; porque acho que ficou claro como eu já estava conquistada por você desde antes de saber seu nome. — Sua risada ecoa dentro de mim. — Mas porque imaginava que quando encontrasse o amor da minha vida, o sentimento seria diferente. Eu teria medo, anseio, ficaria na dúvida algumas vezes. Afinal, é o que minha mente e todas as histórias de amor nos fazem acreditar. Que é preciso ser complicado para ser real. Mas não foi isso o que aconteceu, tudo em relação a você e eu foi natural, parecia certo desde o começo.
Preciso de alguns segundos para respirar, olho para nossos convidados por um breve momento e consigo captar toda a emoção presente no local.
Como é possível um momento ser mágico assim? Como tudo isso poderia resultar em algo que não a perfeição de uma vida juntos? Eu pensava que tinha certeza de algo até agora, mas essa sensação me mostra que não. Não há nada dentro de mim maior do que a convicção da decisão certa para com o amor da minha vida.
— Demorei um pouco para perceber que essa é a essência do verdadeiro amor. Aquele que acontece de forma fluida e incondicional, sem pressões, medos ou inseguranças. Encontrei em você a segurança e o conforto que nem sabia que procurava. Agora, olhando para trás, para tudo o que passamos, percebo que cada passo que nos trouxe até aqui foi guiado pelo destino. Cada momento que compartilhamos, cada risada, cada lágrima, tudo fez parte de um enredo cuidadosamente escrito para que encontrássemos um ao outro nesse conto de fadas perfeito.
— E, meu amor, prometo que continuarei valorizando esse sentimento que nos une. Porque foi ao seu lado que eu aprendi que o verdadeiro amor não precisa ser complicado ou incerto. Eu agradeço ao acaso, ao destino e a todas as forças e entidades que nos uniram. Eu sou abençoada por isso, e não há palavras suficientes para expressar minha gratidão nesse momento. Que o nosso amor continue a crescer, a florescer, e que juntos enfrentemos cada desafio com coragem e cumplicidade. Porque se estou ao seu lado, eu sei que não há nada a temer, e que estaremos bem, contanto que estejamos juntos.
Enuncio as últimas frases enquanto olho em seus olhos, elas já estão gravadas em mim mesmo antes de escrevê-las.
Lewis comprime os lábios, existe poucos segundos de silêncio antes de rirmos um para o outro. Em uma bagunça de lágrimas e felicidade.
Saber que agora é sua vez me deixa mais ansiosa do que minutos atrás, quando comecei a discursar.
— Oh Deus. — Ele sussurra com a voz embargada. — Como você espera que eu consiga dizer qualquer coisa depois disso?
— Só respira. Eu estou bem aqui.
Nossas mãos se conectam novamente. Firmo meu aperto nele, esperando o tempo necessário para Lewis se preparar.
Eventualmente Lewis leva sua mão até o bolso de sua calça social, e tira de lá um pedaço de papel dobrado.
Percebo o tremor de suas mãos. Mas seu sorriso continua intacto.
— S/n… — Ele me olha por alguns segundos antes de voltar seus olhos para a folha. — Eu poderia passar horas aqui dizendo como eu tenho a certeza de que você é o amor da minha vida. De como você me mostrou uma vida que eu nunca imaginei que seria para mim. Ou como você me ensinou tanto, que eu não seu como consegui sobreviver antes de te conhecer. — A mão que segura o papel se aperta com certa força, mas sua expressão, em contraste, me traz paz. — Mas não existem juras de amor o suficiente para te dizer o que eu gostaria agora, S/n. Não acho que exista uma combinação de palavras que chegue perto de expressar o que eu realmente quero, o que eu sinto dentro de mim. Por isso que eu não vou tentar, não nesse momento, não desta forma. Eu vou mostrar a você, todos os dias, aquilo que frase alguma nesse momento poderia. E é essa a minha promessa a você.
Sinto uma euforia que poderia ser confundida com ansiedade, cada palavra dele me envolve de uma forma que até me sinto dormente, como se estivesse flutuando em um estado quase imortal enquanto escuto ele. Tudo dentro de mim ecoa que este é o momento, o auge de uma felicidade genuína. É o momento que pretendo recordar todos os dias pelo resto da minha vida.
Simplesmente, o melhor momento de todos.
Esforço-me até mesmo para colocar um pouco de lado a consciência das minhas emoções. Não tenho certeza do que poderia acontecer se me entregasse completamente ao que estou sentindo. É como um nirvana, e eu espero que dure para sempre dentro de mim.
Lewis pausa por alguns segundos antes de continuar.
— Você é a melhor parte de mim. Eu sou a minha melhor versão quando tenho você ao meu lado. E, por isso, eu prometo cultivar cada uma dessas coisas que nos move, prometo cuidar desse amor e nunca deixar isso ir embora. Prometo me lembrar todos os dias da sorte que eu tenho de ter uma esposa como você, mesmo naqueles momentos em que você me tira do sério por querer algo e não ter certeza do quê, e achar que eu deveria ser um mestre decifrador. — Todos riem, existem lágrimas misturada com felicidade em nossos rostos. — Não. Está tudo bem, na verdade a sua habilidade de me confundir é uma das coisas que amo em você.
— Você é luz. É felicidade. É paz e uma tempestade ao mesmo tempo, é a minha base, é o amor da vida de alguém que nunca acreditou em contos de fadas. É a minha fortaleza, e eu espero ser a sua. Por isso, estarei aqui, sempre bem aqui, ao seu lado. Garantindo que você esteja sempre contente, sempre amparada, nunca sozinha. Nunca sozinha. — Ele da ênfase na última frase. Seus olhos grudados nos meus. — Eu te amo.”
Seu olhar, intenso e sufocante, parece penetrar minha pele, mas mantenho a compostura, escondendo a tormenta que se desenrola dentro de mim. Qualquer gesto meu pode acabar prolongando esse momento insuportável, e sinceramente, não sei se suportaria mais uma hora sequer nessa sala.
Resisto à tentação de desviar o olhar e, em vez disso, apenas assinto levemente. No silêncio que se segue, tento capturar cada detalhe, cada linha em seu rosto, como se essa fosse a última vez que o verei. Seus olhos, que um dia brilharam com amor, agora refletem apenas a sombra do que éramos. Seu pomo de adão se move e seu olhar desvia do meu, finalmente me liberando dessa angústia.
Os dedos que seguram a caneta estão tensos, brancos pela pressão aplicada. A ponta fina toca a folha de papel, deixando um rastro de despedida.
Um último olhar incerto.
O último segundo como esposa e marido.
Eu não acredito que acabou assim.
Mas è assim que acaba. Não com um estrondo, mas com um silêncio sufocante, marcando o fim de algo que juramos ser eterno. O último vestígio da nossa conexão se vai, e me resta agora a jornada que se desdobra diante de mim. Uma vida agora redefinida pela ausência do que um dia foi nós dois.
[…]
Adentro o apartamento e sinto a exaustão tomando conta do meu corpo.
Ainda é o meio da manhã, mas parece que já se passaram dias desde o momento em que acordei.
Meu novo lar não é nada parecido com o anterior, um apartamento simples, com três quartos, que parece ter o tamanho perfeito para não me sentir sufocada, mas também não tão grande a ponto de me deixar solitária.
O apartamento de uma mulher solteira.
As paredes são predominantemente brancas, com uma única exceção na sala. Pintei uma das paredes de azul no meu primeiro dia aqui, uma escolha que, agora, parece ter sido impulsiva demais. Olho para essa parede e sinto uma pontada de arrependimento, mas a ideia de repintá-la é simplesmente inconcebível.
Eu sequer gosto da cor azul.
De repente, tomo a consciência do objeto que guardei em minha bolsa dias atrás, e, pela primeira vez desde a compra, me sinto ansiosa em relação às possibilidades que ele carrega.
Fecho minha mão ao redor da alça da minha bolsa e caminho até o banheiro, não há pressa, mas meu coração bate descompassado.
Tranco a porta que se fecha atrás de mim mesmo estando sozinha, um costume que não perdi mesmo depois de sair da casa dos meus pais.
Minha respiração seria audível mesmo que a casa não estivesse no silêncio absoluto que se encontra.
Faço o que já fiz pelo menos duzentas vezes na vida, não existe a necessidade de olhar as instruções, a esse ponto já se tornou uma memória muscular. O ritual se desenrola no silêncio, marcado apenas pelo som sutil do papel e do plástico.
Com cuidado, devolvo o teste ao seu lugar na pequena caixa. Uma hesitação paira no ar, uma pausa prolongada antes de encarar o que já quase tenho certeza de saber. A urgência em descobrir compete com a relutância em enfrentar. Não estou preparada, não quero reviver aquilo tudo novamente. O medo dentro de mim cresce a proporções que nunca experimentei antes. Se eu tivesse a mínima força, poderia ter um ataque agora.
Saio do banheiro, em busca de mais espaço, em busca de diminuir a sensação de sufocamento. A pequena caixa ainda na minha mão.
Já se passaram os 3 minutos indicados, as instruções dizem para desconsiderar depois de 15 minutos. Eu tenho 12 minutos, 12 minutos podendo fugir da resposta, 12 minutos onde eu ainda finjo não saber de nada, onde posso continuar a me iludir por mais um breve intervalo de tempo. 12 minutos que me permitem adiar o confronto inevitável, como se ignorar o relógio pudesse congelar a realidade que talvez me aguarda.
Existem lágrimas. Lágrimas que não sei se são de tristeza, alegria ou uma combinação complexa de ambas. Cada gota parece carregar o peso de uma jornada, do luto pela perda passada, da incerteza do futuro e da surpresa inesperada da possibilidade de uma nova vida começando a se formar.
Existe um sorriso trêmulo que brinca nos cantos dos meus lábios. É um sorriso marcado pela vulnerabilidade, pelo medo e pela resiliência. A ironia de descobrir isso logo após o divórcio parece pairar no ar, mas também há uma chama de coragem que se acende dentro de mim. Uma força que surge da necessidade de enfrentar esse capítulo sozinha.
Existe confusão. Meu coração parece um labirinto de sensações contraditórias. A dualidade de emoções se manifesta em pensamentos que se atropelam, em dúvidas que se entrelaçam com esperanças medrosas. Como equilibrar a fragilidade de uma nova vida com a dor de uma perda anterior? Ou melhor, de duas perdas?
Existe medo. Que se alimenta da vulnerabilidade de estar sozinha. O espectro da perda passada ainda paira sobre mim, uma sombra que sussurra receios. A incerteza do que virá.
Existe felicidade. Uma felicidade que surge da compreensão de que a vida, apesar de suas reviravoltas dolorosas, continua. Uma nova vida, uma oportunidade de recomeçar, mesmo que o cenário pareça assustador à primeira vista. É a esperança que se acende diante da escuridão.
Reúno a coragem necessária e seguro o objeto com firmeza. Eu o tiro da caixa.
Existem duas linhas.
[…]
A vida se desenrola, ela acontece, por mais que eu queira pará-la em alguns momentos. As escolhas e mudanças, por vezes, deixam cicatrizes eternas. E, se doeu o suficiente para marcar, quer dizer que deve ser sempre lembrado.
Diante de mim, existe uma tela em branco, um caminho nunca percorrido antes, onde eu levo minha bagagem, e memórias que eu não sei se vão se desbotar tão rapidamente.
A dor deixa espaço para a resiliência, uma chance de redefinição. A vida mostra que a capacidade de seguir em frente é a fonte da superação, mesmo quando o futuro é instável e incerto.
Mesmo nos recantos mais silenciosos da minha história, há uma melodia sutil que continua a tocar, lembrando-me de que, apesar de tudo, a vida persiste, transformando-se em um fluxo eterno.
A vida se metamorfoseia, fluindo como um rio que, mesmo diante de obstáculos, encontra seu caminho, lembrando-me de que a persistência é a essência da existência.
No entanto, essa mesma persistência, embora seja a força que nos faz seguir em frente, pode também ser o motivo da dor, da desistência e do cansaço.
Saiba dizer adeus.
N/a: Nem vou me justificar do sumiço. Eu simplesmente não consegui escrever por um bom tempo. Mas espero que tenha valido a pena. Ai está, o último capítulo, finalmente. Espero conseguir voltar a escrever e trazer mais histórias. Obrigada a todos que acompanharam e tiveram paciência. Até a próxima ❤️❤️
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dejuncullen · 1 year
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Mrs. Potato Head - Jaehyun
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Avisos: Jaehyun é um marido tóxico, inspiração na música da Melanie, Jaehyun husband.
Nada mais importava, não tinha forças para continuar com aquilo.
Farsa, mentiras, era isso que vivia.
Perdera as contas de quantas vezes mudou a si mesma para agradá-lo, para mostrar à todos que estava no ápice de um casamento perfeito, digno de um conto de fadas.
Porém, somente você sabia o que acontecia por trás das cortinas daquele teatro, todas as humilhações, noites mal dormidas e o que imaginou que nunca aconteceria, traições.
As vezes se perguntava sobre o antigo Jaehyun, aquele que tinha se casado, o príncipe dos seus sonhos, educado, amoroso e tão, mas tão carinhoso.
Ele tinha virado cinza, tinha sido consumido pela forte ventania, e agora existia um homem que você não conhecia.
Lembrava-se perfeitamente de quando ele citou o primeiro "defeito" em seu rosto, disse que seria fácil reparar, que conhecia um ótimo cirurgião da família. Dado que eram um casal da alta sociedade, ambos não poderiam transparecer imperfeições, era o lema dele.
Como uma boa esposa, e cega de amor, você seguiu seus conselhos dele. Sentiu o frio daquela maca em suas costas, a dor da cicatrização, os olhares julgadores pelos locais que frenquentava e aceitou a modificação.
Porém não parou por ali, cada vez ele parecia mais exigente, fazia questão de apontar todas as partes em seu corpo que ele não gostava, sentia repulsa ou achava nojento.
Mês após mês o reflexo em seu espelho parecia cada vez mais um corpo estranho, sua pele agora tinha um aspecto diferente, não parecia tão jovial como antes e isso não escapou dos olhos atentos do marido que logo lhe indicou mais um procedimento.
Em momentos se questionou o motivo de não ter forças para dizer "não", mas a questão é que ainda o amava, apesar dos pesares. Compreendia que encerrar o ciclo entre os dois seria como assinar seu atestado de óbito, pelo restante da sua vida seria atormentada pelos fantasmas que a culpariam pelas falhas no casamento. Sempre seria a sua culpa, sempre.
Os passeios diminuíram assim como os espelhos da casa, o sorriso que antes transbordava alegria, agora era coberto pelos lábios repuxados e tristes. Os olhos já não tinham mais o mesmo brilho, estavam sem vida, sem rumo.
Entretanto, encontrá-lo com outra fora a pior coisa que lhe acontecera. Já desconfiava sobre as traições e cogitou perdoá-lo, mas ao notar que aquela garota que ele cortejava recordava o seu antigo eu, o seu mundo desabou.
Embora tivesse se modificado completamente para agradar ao seu esposo, não fora o suficiente, você agora não passava de um pedaço de plástico, descartável e sem uso. Lhe doía saber que fora trocada, e lhe doía ainda mais saber que não poderia voltar a ser que era antes, pura, alegre e acima de tudo, você mesma. Uma vez que a mente e o coração são corrompidos dificilmente voltam ao normal, e esta era sua situação atual, uma boneca nas mãos do Jaehyun, a sua Mrs. Potato Head.
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booklovershouse · 1 month
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Oieee, booklovers!
Esses dias, anda meio complicado fazer qualquer coisa, pq tem uns 918181727 trabalhos, tarefas e provas da escola (mal fez um mês de aula mas é isso aí, um "viva" ao ensino médio!). Então (1) eu não estou com coragem pra fazer nada e (2) eu não tenho tempo pra fazer nada, o que significa que tenho escrito os posts de pouquinho em pouquinho nesse meio tempo.
🪻| A Menina que Roubava Livros
Esse aqui eu mencionei recentemente (e estou mencionando dnv) então não vou falar sobre a história outra vez 🤡👍🏻
Mas olha, eu sou APAIXONADA nesse livro. Sério, eu amo tudo: a diagramação, escrita do autor, a estética, os personagens, a história, tudo simplesmente perfeito!!!!
🪻| Entre 3 Mundos
Uma fantasia nacional. Não sou muito fã do gênero, então não vou terminar a saga, mas esse livro tem a vibe das Winx ~ vcs vão entender quando eu começar a contar.
Pois bem, aqui nessa história, nós temos três mundos: o normal, o meio-mágico e o mágico. Alisa nasceu no mundo normal, mas descobriram que ela na verdade era do mundo meio-mágico, algo raríssimo. - isso não te lembra alguma coisa?
Então, na cerimônia onde cada aluno do mundo meio-mágico recebe um livro com seu personagem (e seus poderes), Alisa não recebe seu livro e é aí que o mistério começa.
🪻| Geekerela
Uma releitura geek de Cinderela (que descoberta, hein? 🤡), Geekerela conta a história de Elle, uma garota apaixonada por uma série de ficção científica (estilo Star Wars / Star Trek) que agora virou modinha e ganhou vários fãs só porque Darien Freeman - astro de uma série adolescente - irá protagonizar o remake.
É impossível não se identificar com esse livro! Quem nunca ficou com raiva dos "fãs Nutella" que gostam só pq virou moda, enquanto vc chegou lá quando tudo era mato?
Além de tudo, tem um romance fofíssimo, bem clichê e engraçadinho :3
🪻| Victoria e o Patife
Romance de época "adolescente" com linguagem próxima à contemporânea? Temos também!
Victória é uma garota teimosa que resolve casar com um cara que conheceu durante uma viagem de navio. Porém, o irritante Jacob, comandante do navio, não aprova a ideia - e fica pegando no pé da Victoria dizendo que o noivo dela não presta. Será que ele está certo?
Na época, eu favoritei esse livro, mas não sei pq. De qualquer forma, eu não tinha lido taaaantos romances ainda, então tudo era "inovador e revolucionário" 🤡👍🏻
🪻| Cinder
Outra releitura de contos de fadas pq eu AMO!
Entretanto, enquanto Geekerela é uma releitura de Cinderela onde tem uma série de ficção científica, Cinder ✨É✨ a série de ficção científica!
Cinder é uma garota ciborgue e a melhor mecânica que Nova Pequim já viu. Como na história clássica da Cinderela, ela vive com a madrasta má e as duas filhas dela (embora uma das meninas se salve do estereótipo). Tudo corre normalmente até que, um dia, Cinder recebe um cliente inesperado.
~ Cinder é o primeiro livro da saga das Crônicas Lunares, seguido por Scarlet, Cress e Winter, além dos dois extras: Stars Above (contos) e Levana.
🪻| Sem Coração
Um dos meus xodós da Marissa, que eu vivo panfletando por aqui - ela deveria me patrocinar, sério! Inclusive, a segunda versão do musical de Heartless saiu no YouTube esses dias, pra qm quiser assistir :)
Como já disse antes, Sem Coração se passa no País das Maravilhas, bem antes de Alice cair na toca do coelho. Aqui, vc vai acompanhar a história de Catherine e como ela se tornou a temida Rainha de Copas.
~ E, é claro, tem muitas referências a Alice no País das Maravilhas 🫶🏻✨
🪻| Renegados
Outro da Marissa Meyer (se ela é minha autora preferida?Talvez)
No mundo de Renegados, se vc tiver poderes, vc tem duas opções: ser um herói ou vilão. Caso escolha ser um Renegado, terá que seguir todas as 9172827 regras e agir de acordo com elas. Se quiser ser um vilão, terá q se esconder e ser caçado por eles.
Ou, quem sabe, começar uma nova guerra.
Que é o que Nova Artino fará.
🪻| Namorado de Aluguel
Gia é uma garota que tem a vida perfeita. Quer dizer, até seu namorado terminar com ela bem no dia do baile, onde ela finalmente o apresentaria para as amigas, que mal acreditam na existência dele.
Então, ela vê Hayden no estacionamento.
Ainda que tenha acabado de levar um fora, Gia não pode entrar sem um par e, principalmente, ser obrigada a admitir que inventou um namorado para impressionar as amigas. Então, ela acaba chamando-o para ser seu namorado falso.
Mas quem sabe esse namoro falso não se transforme em verdadeiro?
🪻| Fazendo Meu Filme
Escrito pela Paula Pimenta (além de nacional, é de uma das minhas autoras favoritas), esse livrinho cor de rosa conta a história da Fani, uma garota apaixonada por filmes e (pelo professor de biologia-) que está no final do ensino médio e sonha em dirigir seus próprios filmes.
Mas, Fani vai descobrir que "nenhum filme é melhor do que a própria vida" :)
~ amo FMF, mas às vezes acho q a equipe da Paula se concentra demais nele. Tipo, FMF tem HQ's, diário, duas edições especiais e filme. Mas e MVFS? Nada, nadinha. Agora advinha de qual eu gosto mais? 🤡
Enfim povo, é isso, desculpa a "revolta" aqui no final kkkkkkk
Bjs e boas leiturass <33
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kennedynorth · 7 months
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RAYSSA BRATILLIERI/TAYLOR ZAKHAR PEREZ – Por Glinda e sua varinha mágica! Olha só se não é KENNEDY NORTH caminhando pelos corredores da torre DAS NUVENS. Por ser filho/a de PAPAI NOEL, é previsto que ele/a deseje seguir caminhos parecidos com o dos pais. Ao menos, é o que se espera de alguém com VINTE E CINCO anos, mas primeiro ele/a precisará concluir o Módulo III: (paciência, bondade, humildade), para depois se assemelhar como um conto de fadas.
── ♦ observação: quanto aos pronomes, como português não tem um gênero neutro bem definidinho e elu/delu me confunde um pouco, podem chamar o personagem por “ele/dele” quando estiver na forma masculina e “ela/dela” quando na feminina, sem problema nenhum. ♡
Novo conto: “Fera ferida”, como Bryce, a caçadora.
depois de séculos como inventor, north afirmava, com largo sorriso, que sua criação mais esplêndida era aquela que crescia no ventre da esposa. não negava ter se inspirado em geppetto ─ ora, era honesto ─ mas havia ido além! a magia que corria em suas veias fizera a fagulha de pureza e inocência, aquela que ele tinha como obrigação proteger ao redor de todo o mundo, se materializar na forma de uma criancinha metamorfa de carne e ossos, cujo cerne representava todas as outras. kennedy era um indicador, um termômetro de shadowland. seria o controle de qualidade dos brinquedos. um dia, quem sabe, herdaria toda a fábrica, cada um dos duendes e yetis, cada peluda rena, e criaria os presentes mais… perfeitos, pois aquilo estava dentro de si, no fundo de suas camadas.
mas então o mal prevaleceu e o sentido do natal foi virado do avesso. daquele dia em diante, somente crianças travessas teriam direito aos presentes. north se recusou a fazer parte de tal barbárie, de quebrar seu juramento como guardião ─ e foi sentenciado a prisão perpétua. uma segunda chance foi oferecida para a mamãe noel, que, temendo por si mesma, por kennedy e pelo que poderiam fazer ao seu marido nos calabouços da vilania, acatou a ordem e assumiu as diretrizes do ateliê.
verdade seja dita, a fábrica deu um salto de produtividade nos anos seguintes. o que era um lugar de confecção artesanal se tornou o retrato da esteira de produção modernista, em partes porque a lista dos malvados era o triplo da dos mocinhos e só crescia mais a cada ano. os brinquedos tão variados foram se condensando à medida que as industrias Evil cresciam. as crianças de shadowland já não pediam mais por bonecas de pano ou carrinhos de corrida, mas sim por aquele quadradinho metálico com o símbolo da rainha má gravado nas costas ─ símbolo esse que, do lado de lá, se tornou o nome pelo qual era realmente conhecido.
ricos. com as entregas anuais, os north ficaram podres de ricos; kennedy, por sua vez, de forma quase literal, porque adquiria aos pouquinhos aquele jeito novo de ser criança, com uma astúcia, vaidade e arrogância que era reflexo dos pontinhos vermelhos no enorme globo terrestre. e à medida que os olhos grandes que viam maravilhas demonstravam cada vez mais desgosto nas visitas de kennedy ao pai na prisão, essas foram diminuindo consideravelmente. no fundo, sente falta da energia natalina de seus primeiros anos, da felicidade duradoura que só nik north sabia promover; sem ela, fica atrás de coisinha brilhante em coisinha brilhante, de natal em natal, de brinquedo em brinquedo, distraindo-se do vazio até a chegada de seu novo destino.
trivia:
I. tem ótimo tino para presentes e uma mente engenhosa para mecanismos. facilmente irá encontrar kennedy trabalhando em alguma coisa inominável e de uso incomum.
II. é extremamente consumista e um pouco acumuladora. a sacola vermelha e infinita de nik north está em algum canto de seu quarto, repleta dos mais diferentes cacarecos. é bem pesada até pra sua forma masculina, mas com esforço dá pra carregar.
III. seu humor está em sincronia com o das crianças de shadowland, o que significa que datas importantes no mundo real tendem a deixar kennedy especialmente instável, seja pra a felicidade ou pra a melancolia.
IV. no início desse ano, finalmente tirou a carteira de habilitação de trenó.
V. há quem não saiba que suas duas versões são a mesma pessoa, pensando que são irmãos. às vezes kennedy explica; noutras, só deixa rolar. isso até lhe diverte.
Poderes: fluidez de gênero. kennedy é capaz de trocar entre gênero feminino e masculino livremente, como se fossem duas faces de uma mesma pessoa. cada um, entretanto, tem suas particularidades. a menina possui olhos verdes e um corpo mais esguio; já o menino, olhos castanhos e músculos mais densos. ambos, porém, possuem as mesmas cicatrizes e pintas, e um possível ferimento se manterá lá independente da forma assumida. o mesmo vale para as roupas que está vestindo.
Daemons: após descobrir que vai se tornar um dragão na próxima vida, sua relação com ember estreitou ao ponto de brincar dizendo que consegue ler seus pensamentos. é um dragão de escamas pretas e detalhes vermelhos, quase como uma brasa de lareira acesa, mas o ponto mais característico é o fato de que seus chifres parecem chifres de rena. esse daemon também possui a inusitada capacidade de crescer e diminuir, de modo que já é adulto, mas não vive no aras, e só assume seu tamanho natural em épocas de treinos ou jogos. é muito dificil que não estejam na companhia um do outro, seja caminhando aos pés de kennedy ou descansando em seus ombros.
Extra: apanhador dos leões.
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mpedrinhas · 6 months
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Os posts e a necessidade de ser 100% feliz...
E na foto o cabelo estava despenteado, de fato, ele tem liberdade de expressão, e o que faz bem a alma despenteia.
Apareceu uma 'pancinha' na foto...
É minha barriga mesmo, comer é bom, a verdade é que preciso me exercitar mais, mas não deixo de desfrutar a vida, não uso cinta o tempo todo e as vezes, não dá para prender a respiração para sair 'reta' na foto.
Tem dia que é suave, tem dia que é difícil, tem dia que parece noite. O que faço, falo, escrevo, tem isso tatuado. Afinal, é minha vida, não historinha inventada.
As vezes eu tomo café no trabalho, as vezes em casa, as vezes na padaria, as vezes nem tomo, mas nem sempre tem sorrisos, musiquinha e é só alegria, eu não vivo em um comercial de margarina, eu vivo em um mundo que é de verdade.
Eu também repito roupa, eu ando de ônibus, eu como em pé perto do carrinho, eu compro promoção, eu encaro frustrações, as vezes falta grana para pagar um boleto, no meu tempo não cabe tudo que preciso fazer e, eu ainda faço sonhos. É assim para mim, é assim para TODO MUNDO! Tem gente que gosta de maquiar a vida e faz parecer que vive em um conto de fadas.
Eu não, tem dia que minha vida parece uma mistura de filme do Quentin Tarantino com um do Stanley Kubrick. E é assim mesmo, "a vida é assim', (sábio coringa de Todd Phillips). Opa, tem cenas dessa minha vida também de Charles Chaplin. Nem tudo é só terror, drama, comédia. Ninguém é 100% feliz, 100% bom, 100% coisa alguma. Somos uma mistura, eventualmente desequilibrada, de muita coisa.
Tudo bem também se você prefere que, o que mostra aos outros, seja perfeito. Te entendo. cada um só pode oferecer mesmo aquilo que o preenche.
A gente transborda o que tem dentro. Eu sou assim também, transbordo essa imensidão de caos e flores que me habita, essa inconstância que se reconstrói o tempo todo, essa vontade genuína de viver, uma inquietude, essa fome de quase tudo.
Eu não preciso ser forte, feliz, bem sucedida, politicamente correta, linda e certa o tempo todo. Eu só posso transbordar o que sou. Eu sou realmente de verdade.
Humana, Só isso.
Janaina Cavallin
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Sobre olhares bem atentos o romance entre Lia e Pedro acontecia,eram apenas duas pessoas que não faziam loucuras, não queriam provar pra ninguém que eram super apaixonados,mas também não queriam esconder que estavam juntos,os mais próximos sempre diziam que eles faziam um casal perfeito,em toda a simplicidade com que levavam a relação,eles estavam juntos desde a infância,mas se não prestassem um pouco de atenção pensariam que eram apenas bons amigos, só que eram muito felizes,e 90% dos casais são felizes assim,sem nada de extraordinário,sem contos de fadas ou grandes histórias fantásticas de amor, só um homem e uma mulher sendo felizes simplesmente por que há o mais importante,o amor,muitas pessoas são infelizes ou ficam a vida inteira sozinhas, só porque querem viver um conto de fadas como a da Cinderela ou branca de neve,e se esquecem que no final dessas histórias o povo também tem seu final feliz como o das princesas, não há espaço no mundo só para princesas,temos que ser felizes para sempre como camponeses que somos,o importante é a mulher ou homem que amamos estarem ao nosso lado quando o livro se fecha e a bruxa má se foi para sempre.
Micro crônica de Jonas R Cezar
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cartasparaviolet · 1 year
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Um porre rumo ao precipício
A taça foi lavada com cuidado e colocada calculadamente a direita do balcão. Todos os atos eram milimetricamente calculados. No campo mental e emocional, em suas devidas proporções, não lidava de maneira tão diferente assim, agindo de forma ponderada e contida em todos os aspectos. Controle sempre foi meu sobrenome. Mesmo regada de intensidade. Complexo.
Uma data escolhida ao acaso para sair da rotina, merecidamente relaxar admirando o luar. Era uma noite belíssima, daquelas que o astro bailava brilhantemente no céu e as irmãs estrelas, como espectadoras, a compensariam com um cachê ao final.
Escolhi especialmente uma garrafa de vinho que ganhei de presente e nunca abri esperando pelo momento perfeito ou ideal para saborea-la, era apenas mais uma, dentre tantas coisas que guardei esperando tais momentos que, infelizmente, nunca chegaram. Me peguei brindando com as estrelas que no palco daquela noite me proporcionavam um espetáculo noturno à parte, e que me arremessava a questionamentos profundos a respeito do controle o qual me agarrava tanto por medo demasiado do desconhecido.
Já dizia Heráclitos: única coisa que é constante é a mudança.
O contraste angustiante entre querer ter o controle de tudo e ser controlado por tudo.
Entre um gole e outro, observava aquele infinito acima de mim percebendo quão frágil sou perante aquela imensidão. Controle nada mais é que uma doce ilusão. Conto de fadas contado inúmeras vezes para criancinhas que estão desbravando o mundo pela primeira vez, e como uma mentira que se torna verdade após repetida vezes contada enraizamos em nosso modo de viver, mas no fundo sempre será uma mentira.
Pouco a pouco me entregava nos braços do Universo que passava a conduzir aquela noite revigorante, entendendo que é impossível agarrar a vida com as mãos. Solte. Confie. Se jogue. É exaustivo prenunciar tudo.
Um porre pode ser o empurrão final ao precipício para uma profunda reflexão. A chave que possibilita a coragem de migrar da zona de conforto e pensar além do conhecido. É necessário um período de noite escura da alma onde tudo se colapsa para que uma nova consciência possa nascer.
@cartasparaviolet
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ptecomermlr · 11 months
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Por Glinda e sua varinha mágica! Olha só se não é 𝑽𝑨𝑬𝑳𝑶𝑻𝑨𝑹 𝑪𝑨𝑵𝑰𝑺𝑰𝑼𝑺 caminhando pelos corredores da torre 𝐷𝑂𝑆 𝑃𝐸𝑆𝐴𝐷𝐸𝐿𝑂𝑆. Por ser filho de 𝑳𝑶𝑩𝑶 𝑴𝑨𝑼, é previsto que ele deseje seguir caminhos parecidos com o do pai. Ao menos, é o que se espera de alguém com 28 𝐴𝑁𝑂𝑆, mas primeiro ele precisará concluir o ESQUADRÃO VIL, para depois se assemelhar com um conto de fadas.
Rícino / Julius, o bom.
🐾 𝒉𝒆𝒂𝒅𝒄𝒂𝒏𝒏𝒐𝒏𝒔:
Alguns valores podem ser aprendidos por aqueles que nascem no seio de uma matilha: hierarquia, comprometimento, proteção, cooperação, lealdade. Exceto aqueles que são coisa de mocinho e tiveram de ser deturpados pelo alfa de Vaelotar, que por acaso era também seu pai.
Ainda antes do despontar da vilania, o velho Fenrir já era um tirano cruel e implacável dentro de seu território, carrasco de contos desavisados que iam parar em suas terras. O imenso lobo, junto de sua alcateia, sempre tomou tudo o que quis com suas garras e presas, sendo os Canisius uma das famílias mais temidas da Floresta Encantada, conhecida por sua natureza selvagem e sanguinária. Lotar foi criado em um ambiente onde o poder era tudo, a demonstração de força era um pré-requisito e a crueldade era valorizada, aprendendo desde cedo a usar seu status e habilidades para subjugar os mais fracos, mesmo quando não desejava realmente fazer isso - por vezes, o fazia apenas para angariar alguma atenção do pai.
Com a mudança de cenário, a situação ficou ainda mais tensa. O Lobo se tornou paranoico e desnecessariamente cruel, temendo que com a instabilidade nos reinos alguém se voltasse contra ele. Pior que isso: ao ver que o filho se desenvolvia com seus fortes genes e temperamento, bem como que nele despontavam todos os traços de um alfa, tornou-se cada vez mais intolerante à sua presença, esperando o dia que Lotar reivindicaria seu lugar como líder da matilha num embate que, indesviavelmente, culminaria na morte de um deles. Nem mesmo a loba voluntariosa de pelagem branca e intensos olhos vermelhos - conhecida por molhar seu gorro no sangue dos inimigos - era capaz de aplacar a fúria do lupino e proteger o filho nessas horas.
Tão logo se estabeleceram os vilões na Terra do Nunca, era necessário que algo além de propaganda enganosa garantisse a estabilidade da Nova Ordem. Em cenários truculentos, a força bruta sempre falava mais alto, e na dimensão mágica não foi diferente. Sob a promessa de influência e um pomposo título de lorde (que, na prática, de nada serve), Fenrir tornou-se o carrasco da Tríade, fazendo o trabalho sujo sempre que as vilãs estavam ocupadas demais para sujar as mãos. Na verdade, o lobo atua como um verdadeiro cachorrinho do trio, especialmente na Floresta DesEncantada, onde estão instalados os mocinhos. Com sua temida rede de espionagem conhecida como os “Eyes” (you know, é pra te ver melhor e etc), os membros da matilha são os capangas perfeitos para aterrorizar os heróis e mantê-los longe da ideia de rebelião.
Como primeiro filhote do Lobo, não foi oferecida a Lotar a possibilidade de não fazer parte do grupo, e suas noções de honra e moral, de qualquer forma, nunca fizeram dele a melhor das pessoas. Assim como todos os demais vilões, se ressentia dos mocinhos e não se importava de vê-los sofrer um pouco. Na realidade, sempre esperou dar seguimento ao trabalho do progenitor, quiçá atuar como seu braço direito. Entretanto, suas intenções não estavam alinhadas com as do pai, que se livrou dele na primeira oportunidade.
A alternativa encontrada pelo maquiavélico homem foi enviar Vaelotar para Tremerra, aquela escola que ele pensara um dia não servir para nada, mas para a qual agora encontrava uma utilidade: com um destino de pura desgraça traçado, o Canisius mais novo não poderia tomar seu lugar na terra mágica. Quem não gostou da medida foi o rapaz, que atualmente vive em função de sua vingança, mesmo enquanto finge condescendência e obedece às ordens do mais velho.
🐾 𝒕𝒓𝒊𝒗𝒊𝒂:
Utiliza uma espada negra com detalhes macabros, representando sua inclinação para a violência e o terror. Também veste uma capa feita de pele de lobo, simbolizando sua herança sombria e seu domínio sobre a natureza selvagem.
🐾 𝒑𝒆𝒓𝒔𝒐𝒏𝒂𝒍𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆:
Como um indivíduo moldado por um ambiente hostil e tirânico, a personalidade de Vaelotar é marcada por uma mistura de cinismo, aspereza, agressividade e ambição. Sua moralidade é questionável, e ele não tem escrúpulos em causar sofrimento aos mocinhos, dos quais se ressente. Além disso, é movido por um desejo de poder e vingança, disposto a fazer o que for necessário para conquistar seu lugar e garantir sua própria sobrevivência. Lotar se deleita com o sofrimento alheio e usa sua posição privilegiada como filho de vilão para subjugar e controlar as criaturas do reino. Sua natureza selvagem é expressa em atos cruéis e violentos, sem qualquer remorso ou compaixão, o que o torna apático para a maioria das coisas terrenas, até mesmo aquilo que poderia lhe garantir algum prazer. Tomou como missão pessoal espalhar medo e submissão, seguindo a cartilha do bom vilão - sabe que assim estará protegido das tiranias da tríplice do mal. Seu objetivo é sair de Primland antes que seja tarde e tenha de ser mandado para seu destino miserável. Isso porque ele acha que tem muito a fazer na Terra do Nunca, como, por exemplo, tomar o que é seu por direito e aposentar o Velho Lobo.
🐾 𝒉𝒂𝒃𝒊𝒍𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆𝒔:
𝑇𝑅𝐴𝑁𝑆𝐹𝑂𝑅𝑀𝐼𝑆𝑀𝑂 𝐿𝑈𝑃𝐼𝑁𝑂: inicialmente, quando os poderes surgiram, todos pensaram que se tratava de mais uma demonstração do simples gene lupino, afinal, filho de lobo, lobinho é. Ocorre que, com o tempo e o evoluir das transformações, de um lobo de porte médio, o de Lotar passou a se assemelhar muito mais a uma besta. Com mais de dois metros, presas afiadas e garras capazes de rasgar qualquer coisa em seu caminho, a forma pouco lembra a de um homem, se parecendo muito mais com um cachorro gigante.
Nessas condições, ele é dotado de força sobre-humana, velocidade acima da média e sentidos aguçados, tornando-se uma criatura formidável em combate. Sua agressividade e instintos predatórios também são amplificados durante a transformação. A grande questão é que enquanto na forma bestial, o Canisius perde que quase completamente sua consciência humana, tornando-se apenas um predador que caça com voracidade implacável. Como todo lobo, é um escravo das noites de lua cheia, não resistindo às transformações nestas datas. Também possui sensibilidade extrema à prata e ao acônito* mesmo enquanto na forma humana.
* Acônito (Wolfsbane): na mitologia e nas histórias de lobisomens, o acônito ou erva-de-lobo é uma planta famosa por suas flores azuis ou roxas e por suas propriedades tóxicas, frequentemente retratada como uma das fraquezas dessas criaturas. Diz-se que a planta pode ser usada para enfraquecer os lobisomens, tornando-os mais suscetíveis ao dano ou até mesmo revertendo sua transformação. No entanto, é importante destacar que o acônito é uma planta altamente venenosa e deve ser manuseada com extrema cautela.
🐾 𝒅𝒂𝒆𝒎𝒐𝒏𝒔:
𝑊𝑂𝐿𝐹𝑆𝐵𝐴𝑁𝐸 é um wyvern reservado e imponente, de escamas negras como a noite e olhos penetrantes de um tom de âmbar feroz. Suas asas são longas e musculosas, e contam com diversas marcas que se assemelham a cicatrizes, permitindo-lhe voar com elegância e velocidade. Ele possui garras afiadas e uma cauda poderosa, terminando com uma ponta em forma de lâmina. Seu porte majestoso e ameaçador inspira tanto temor quanto admiração. É uma criatura impiedosa e implacável, bem como possui uma inteligência astuta e estratégica, aproveitando suas habilidades voadoras e sua agilidade para surpreender seus inimigos. Ele é leal apenas a si mesmo e não tem interesse em seguir ordens de terceiros, muito menos de seu “dono”. Sua natureza predatória e selvagem o torna uma força a ser temida, como se tivesse eclodido entre os Canisius. Apesar disso, não é bem visto na matilha, visto que um lobo não deveria precisar de um dragão para lhe proteger (sim, são egocêntricos a esse ponto), o que torna a relação de Wolf e Lotar bastante espinhosa. Daí a origem do nome: ironicamente, Wolfsbane é uma das maiores fraquezas dos lobisomens.
inspos: Kylo Ren (Star Wars); Draco Malfoy (Harry Potter); Zuko (Avatar: The Last Airbender);  Loki (Universo Marvel);  Jaime Lannister (Game of Thrones)
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florv · 3 months
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that's magic in a cheetah print coat. just a slip underneath it i hope, asking if i can have one of those organic cigarettes that she smokes. wraps her lips round the mexican coke, makes you wish that you were the bottle. takes a sip of your soul and it sounds like...
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001.   |   𝐓𝐇𝐄 𝐎𝐑𝐆𝐀𝐍𝐈𝐂 𝐅𝐋𝐎𝐖𝐄𝐑 𝐅𝐀𝐈𝐑𝐘 : basic details
nome completo: flora.
pronomes: ela/dela.
idade: aparenta estar na casa dos late 30s.
signo: tba.
alinhamento moral: bom e caótico.
mbti: tba.
ocupação: fabricante de perfumes e proprietária da floratta.
lealdade: neutra (sempre leal à família).
sexualidade: nunca definiu.
traços positivos: ambiciosa, inteligente, leal e prática.
traços negativos: cabeça-quente, emocionalmente distante, mandona e vingativa.
conto: bela adormecida.
inspirações: flora (bela adormecida), fleabag (fleabag), tba.
faceclaim: phoebe waller-bridge.
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002.   |   𝐓𝐇𝐄 𝐎𝐑𝐆𝐀𝐍𝐈𝐂 𝐅𝐋𝐎𝐖𝐄𝐑 𝐅𝐀𝐈𝐑𝐘 : background
Flora sempre quis ‘descansar as asas’, como dizem. Sossegar um pouco, ter uma rotina mais pacata e estável, mas não esperava se enfiar em uma vidinha tão sem graça como a de cuidar de uma fada que supostamente estaria destinada à grandezas. Ou ao menos era o que pensava quando precisou abandonar sua vida de ativista e defensora dos direitos das fadas. E se fosse somente essa vida, até que não seria tão ruim, mas ela sabia que jamais veria ação como via nas vezes em que os movimentos político-sociais se tornavam mais ‘animados’, se bem me entendem. 
E ela era tão boa nisso, suas flores a ajudando sempre que possível - não existe curandeira e fazedora de venenos melhor do que ela, em sua própria opinião -, ao menos até o efeito colateral daquela vida à encontrar. Primeiro, apaixonou-se, coisa pouquíssimo recomendada para quem brincava com o perigo constantemente, ao menos ela também fazia parte dos movimentos e sabia no que estava se metendo… Ou, era o que a fada pensava. Segundo, acabou sendo ferida em um desses conflitos mais calorosos, suas asas long gone - ao menos até fazer uns seis meses de fisioterapia. Terceiro, sua amada, nem um pouco recomendada pelo estilo de vida, também se feriu, e ainda pior do que ela.
Dias, que viraram semanas, que se tornaram meses e ela não saía daquele hospital, e muito menos melhorava - piorava cada vez mais, sendo bem sincera. E depois de todo esse tormento, suas asas finalmente descansaram, e Flora quis queimar o mundo até as cinzas por isso. Mas, não podia fazer nada nas condições em que se encontrava, e que bom que não o fez. No fim das contas, foi forçada pelo próprio corpo à tirar uma longa licença, e teria enlouquecido em meio a essa insaciável sede de vingança se os irmãos não a tivessem apoiado e dado as diretrizes necessárias para ‘se alistar’ à tarefa de tomar conta de Aurora, afinal não parecia ser um trabalho tão difícil ou físico assim, seria perfeito - de acordo com as recomendações médicas… -, certo?
Mas, não me entenda mal, hoje ela adora a ‘vidinha sem graça’ que leva com a família e a jovem, e até tem tempo de perseguir outras atividades que tanto amo, como a costura e a perfumaria - até mesmo começou um pequeno empreendimento na área! -, mesmo que nunca realmente se esqueça daquela pequena chama vingativa que ainda queima dentro de si.
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003.   |   𝐓𝐇𝐄 𝐎𝐑𝐆𝐀𝐍𝐈𝐂 𝐅𝐋𝐎𝐖𝐄𝐑 𝐅𝐀𝐈𝐑𝐘 : anything else?
Flora possui um pequeno empreendimento no ramo da perfumaria chamado Floratta, sua própria marca de perfumes e óleos essenciais produzidos em um pequeno laboratório montado em um dos cômodos de sua casa e vendidos através de redes sociais e online.
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004.   |   𝐓𝐇𝐄 𝐎𝐑𝐆𝐀𝐍𝐈𝐂 𝐅𝐋𝐎𝐖𝐄𝐑 𝐅𝐀𝐈𝐑𝐘 : abilities
under co.
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suriyawcng · 28 days
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o apartamento c1 da torre aurora não está mais vago. quem se mudou para lá foi esther suriyawong, que tem trinta e um anos e, aparentemente, trabalha como cientista de dados. estão dizendo que se parece muito com davika hoorne, mas é bobagem. não esqueça de dar as boas vindas!
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aquela vida não chegava nem perto da que esther planejou quando aceitou o pedido de casamento. os primeiros anos foram perfeitos, como quem vivia em um conto de fadas, mas bastou descobrirem a gravidez para que o marido se afastasse. o via cada vez menos dentro de casa com a desculpa de que devia trabalhar o dobro já que teriam mais uma boca para alimentar. a gota d'água, porém, aconteceu no nascimento da criança; esperavam um filho, receberam dois. o casamento foi findado com a ideia de que o marido, agora ex, não estava preparado para tanta responsabilidade e esther se viu sozinha. com o custo do divórcio, da alimentação das crianças e de uma cuidadora para auxiliá-la na mudança, haneul complex foi o único lugar que seu salário conseguia pagar.
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está sempre tentando se provar boa e suficiente. seja no âmbito profissional, em seus hobbies, com a maternidade. frequentemente sofre com a síndrome do impostor, condição que piorou depois da experiência matrimonial.
filha de costureira, tem tentado se aproximar da costura como forma de se conectar emocionalmente com a mãe, pois, desde que se mudou, se sente sozinha. com isso, também tem tentado manter uma pequena horta, então é comum ser vista colocando e tirando vasos de planta da janela.
seus filhos se chamam kiet (honrável) e kasem (felicidade).
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niklostones · 29 days
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𓂅 ˙ ˖ nik, ela/dela, +21 - blog musing para os meus personagens afiliado ao rp lostoneshq. Fiquem a vontade para plotar ou combinar relações!!
conheça os personagens:
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𓂅 ˙ ˖ Oliver Moon Lovell
Antes um jovem sonhador, desejava ser um escritor de contos de fadas, até que uma tragédia atingiu sua família e passou a ser a pessoa mais fechada, fria e cética que conhecia. Optou por se torna um policial e não deixar que tragédias como a sua se repetisse, estava em uma tarde de folga quando recebeu o livro que o trouxe para a terra dos perdidos. Decidido a devolver o livro para o legitimo dono, teve seu caminho interrompido por um assalto, entrando em vias de fato com o meliante e antes que fosse morto pelo mesmo, foi transportado, caindo em uma estradinha de terra batida sem entender nada e longe de casa. Seu objetivo é muito simples: ir embora! ele não suporta a terra dos perdidos e mais ainda, está revoltado com o papel que foi lhe dado nesse novo mundo, afinal, passou boa parte de sua vida pronto para combater criminosos e agora ele se tornaria um? NUNCA!
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𓂅 ˙ ˖ Victor Frankenstein
Ah, vocês já conhecem a história do Victor e caso queiram saber mais sobre as alterações nela basta clicar aqui! Porém, sobre a chegada dos novos moradores vocês não sabem o ponto de vista dele e só existe uma palavra para descrever a reação de Victor quanto aos perdidos: REVOLTA! Ele não aceita e sequer consegue conceber a ideia de ter um rival, afinal, isso é praticamente impossível sendo que ele é o melhor medico da literatura desde Hipócrates. E quanto a sua criatura? Que criticas são essas que estão falando dos pontos que ele deu em seu monstro de estimação? Ele simplesmente ficou com raiva das criticas que recebeu sobre seu trabalho mais perfeito já feito! Tudo o que Victor quer é voltar a sua normalidade: seu laboratório no sótão, com um cadáver para ser reanimado e aldeões revoltados do lado de fora, ah, que nostalgia! Por isso, ele vai fazer de tudo o que estiver ao seu alcance para mandar de volta esse tal 'rival' para do buraco de onde ele saiu.
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Choi Hyun Jin, mais conhecido como Carver, teve uma vida regrada desde a infância. Ignorado por um pai severo que via o rapaz apenas como um legado, sofreu por ser relegado somente a isso, especialmente depois que a pessoa que ele mais amava no mundo faleceu, sua irmã. Quando adulto, resolveu seguir o caminho oposto do mais velho e estudar jornalismo, tornando-se um jornalista de um jornalzinho fuleiro de Seul, até decidir que iria investigar o recentes desaparecimentos que estavam acontecendo no mundo. Isso o levou diretamente até um dos livros que o trouxe para a Terra dos Perdidos. Atualmente, seus sentimentos com o local são mistos: vê como um novo começo, mas sua curiosidade ainda não está satisfeito com o que os trouxe até ali e com qual objetivo, mistério esse que pretende desvendar antes de virar um boneco de carValho!
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