Tumgik
#tem ep filler
angus-tully · 1 year
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all the complaints i see on tumblr about tv shows would not exist if everyone watched abbott elementary
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teamoon7 · 6 months
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Um simples jogo, você possui 20 pontos, você tem o direito de mudar qualquer coisa da série, com cada uma valendo pontos:
10 pontos - apagar uma temporada inteira
2 pontos - apagar episódios
5 pontos - apagar um personagem da existência
1 ponto - trocar ordem de temporada
20 pontos - trocar de roteirista para alguém mais competente
1 ponto - trocar miraculous de algum personagem
3 pontos - apagar alguma ação de algum personagem
5 pontos - acelerar acontecimentos
O que você faria?
Com certeza gastaria tudo em trocar roteiristas kkkkk
Não apagaria uma temporada INTEIRA porque não acho que exista alguma temporada cuja existência é 100% dispensável... O "apagar episódios" é interessante, mas como não tem especificação de quantos são, tô deduzindo que é 2 pontos pra cada ep apagado, então seriam tantos que não sei se valeria a pena
Também não acho que exista um personagem cuja existência é 100% dispensável. Apagar ações de personagens também é bom, mas dependeria do quanto isso abrangeria (tipo, se fosse pra apagar ações de stalking da Marinette, eu apagaria de um só episódio? Ou elas todas como um todo? Pq se fosse a primeira opção, também seria muito gasto de pontos numa mesma coisa)
Não trocaria a ordem de nenhuma temporada também, só de episódios individuais (como Psicomédia).
Trocar miraculous de personagens é legal também, e eu acho mais interessante os personagens ganharem miraculous que vão contra sua personalidade do que o oposto (por exemplo, a Rose adora felicidade e tudo mais e não cederia à violência, e a Juleka tem alguns problemas de auto estima. Por mais que o tigre também seja bom pra Juleka porque não é algo que ela faria normalmente, acho que fazer a rose principalmente lidar com uma situação que não lidaria normalmente é muito mais interessante de se ver e adiciona muito mais potencial pra evolução de personagens do que manter o "status quo" dela só "mexer" com coisas de felicidade e afins). Se tivesse pontos sobrando, acho que eu usaria em especial na escolha dos kwamis, que eu não gostei das escolhas (surpreendentemente, achei a escolha da Alya pior que a escolha da Zoe por múltiplos motivos)
Acelerar acontecimentos também é bem útil, mas com roteiristas ruins, o resultado não seria bom (o próprio "desenvolvimento" de Adrinette na S5 foi super acelerado, Feligami surgiu e "desenvolveu" do nada, então por mais que tiraria enrolação, provavelmente continuaria ruim)
No fim das contas, tirando a opção de kwami swap, todas essas opções seriam automaticamente melhoradas se estivessem na mão de bons roteiristas. Eles não enrolaram no plot, não fariam os personagens terem ações bizarras (e, se tivessem, seriam devidamente "penalizados") ou fora de personagem, episódios fillers não seriam escritos (ou seriam escritos de modo que não sejam completos fillers), desenvolveriam bem os personagens e, dependendo, até fariam kwamis swaps caso algumas opções tivessem mais potencial (igual em kwamis choice), então acho que a mudança de roteiristas seria a melhor opção :)
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umbalaodememorias · 16 days
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EP: 1105 de One Piece (Anime)
Por fim cheguei nos tão aclamados episódios ressentes de one piece em 2024. Depois de meses assistindo o anime, consegui chegar no tais episódios.
Foi uma longa caminhada diga-se de passagem, acredito que desde setembro de 2023 até o dia de hoje estou assistindo o anime.
Ao certo não assisti alguns episódios ditos como Fillers que não faziam parte do contexto da história em si. Mas mesmo assim foram uma grande gama de horas por dia. Apesar de ter dias que eu não assisti um único episódio, por conta do tempo.
Assistir one piece desde o começo digamos que é um grande desafio, é necessário um grande empenho da pessoa, e o fator "GOSTAR" de anime.
Muitos acreditam que é um anime cansativo, sim ele é sim. Mas hoje em dia eu reparei um negocio chamado " fator de envelhecimento", ou seja tem anime que envelhece bem, assim como outros não.
One piece demanda muito ser muito cansativo hoje em dia pelo fato de como ele foi construído para aquela época, pois passava na televisão, o anime naquela época tinha um time diferente de hoje, tinha que nos gerar curiosidade para cada capitulo. Por isso acredito que cada episódio acaba que por se repetindo demais em algumas cenas. Esse fator para televisão era muito importante para gerar uma expectativa em quem assistia, pois não existia internet boa lá no anos 90 para os dois mil. Logo spoilers eram muito mais difíceis de serem visto.
Essa acredito eu que seja minha visão, posso estar enganado, mas como acompanhei só nos dias atuais, é o que eu consegui tirar. Logico que pra mim não tirou o mérito da historia de forma alguma. Até por que ter camadas em cada arco foi fundamental para colocar cada história e personagens no seu lugar. E logico que a cada quantidade de episódios sempre tinha uma recapitulação, como um resumo das coisas que se passaram.
Alguns arcos bons outros nem tanto, mas necessários para obra. O anime também sabe colocar emoção em cada história, assim como mostrar os lados tanto de personagens bons, quanto os de personagens bons. Mostrando que tu tem dois lados, tudo tem um determinado por que de ser assim.
Cabe destacar também o que ele ensina, tanto de conduta de pessoas, companheirismo, metas, desejo de vencer, objetivos claros, e etc. Histórias de vida que mexem com a gente, que fazem a gente querer torcer para que no fim tudo de certo e se ajeite. A fim de terminar o sofrimento que ali não deveria existir.
A partir de agora vou acompanhar o episódios anuais, não se sabe ao certo se essa é a última saga do anime, mas é o que tudo indica.
Futuramente voltarei a falar mais sobre one piece, pois pra mim foi um grande desafio assistir mais de mil episódios dessa obra. O que mostra também, como eu já havia falado em algum post, que com força de vontade, foco, e gestão de tempo por exemplo, nós conseguimos fazer muita coisa. A partir de agora vou tentar levar isso para as próximas coisas que eu for fazer.
E você já assistiu one piece? 👒
Segue a gente aii! Obrigado!! 😄
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deadcactuswalking · 2 years
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REVIEWING THE CHARTS: 03/09/2022 (Elton John/Britney Spears, David Guetta/Bebe Rexha, DJ Khaled’s ‘GOD DID’)
Welp, finally, “Afraid to Feel” has been knocked off the top by Eliza Rosa and Interplanetary Criminal, who grab their first #1 on the UK Singles Chart with “B.O.T.A. (Baddest of Them All)”, the 1400th #1 overall. The excitement this week doesn’t stop there either, so welcome back to REVIEWING THE CHARTS!
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Rundown
I’m not sure if this counts as a “busy” week but there’s definitely a tad bit more going on than usual, and as always, we start with the notable dropouts. It turns out that all of the dropouts from the UK Top 75 – which is what I cover – were notable, exiting after either five weeks in the region or a peak in the top 40, so it’s a hefty list, including “Getting Started” by Sam Fender, “Massive” by Drake, “Brazil” by Declan McKenna, “Glimpse of Us” by Joji, “Vegas” by Doja Cat, “I Like You (A Happier Song)” by Post Malone and Doja Cat, “Hold My Hand” by Lady Gaga, “WAIT FOR U” by Future featuring Drake and Tems, “2step” by Ed Sheeran, bolstered by remixes including the biggest featuring Lil Baby, and finally, “Make Me Feels Good” by Belters Only and Jazzy. A lot of these are pretty longstanding hits so I do wonder what exactly is going to fill in the place of these songs.
Well, there are no returning entries to speak of, but in terms of notable gains, we have “2 Be Loved (Am I Ready)” by Lizzo at #58, “Another Love” by Tom Odell at #56, “KU LO SA – A COLORS SHOW” by Oxlade at #36, “Turn on the Lights again..” by Swedish House Mafia and Fred again.. featuring Future at #34, “Mary on a Cross” by Ghost at #33 and finally, our first song of three to newly enter the top 10 this week: “Big City Life” by Luude and Mattafix at #10. It’s Luude’s second and the first for Mattafix, even if the band seemingly broke up in 2010.
The top five on this week’s UK Singles Chart consists of “Green Green Grass” by George Ezra at #5, “I Ain’t Worried” by OneRepublic at #4, “Hold Me Closer” by Elton John and Britney Spears at #3 (hold on, we’ll get to it) and of course, “Afraid to Feel” by LF SYSTEM and “B.O.T.A.” as the top two. Now for some releases that did not impact the charts...
Off the Charts
Killer in Neverland – 4s4ki
I’ll keep it simple: we have just four pretty good to great projects to cover. This first one is 4s4ki’s most realised full-length album, with a mix of droned-out hyperpop bliss alongside more confrontational, nearly metallic textures that has defined her work to this point: I still think she leaves the killer tracks for her EPs, but this is a pretty exciting project, despite the filler. My favourite track is “sweet dream”.
LOUIE – Kenny Beats
This is technically Kenny’s first solo album, and for what is mostly a beat tape it sounds really developed and realised. Naturally, for an album that’s mostly different instrumentals not always seamlessly sequenced into each other, some of the beats just aren’t as good or don’t fit thematically but the sheer attention to detail into crafting some of these songs is pretty impeccable. It definitely sounds like its writing credits: a lot of people in one room bouncing off ideas, and then Kenny organically mixes everything together in post. My favourite track is “Hold My Head”.
The Forever Story – JID
Whilst I always liked JID as a rapper, this is the first full-length album he’s put out that has properly won me over, telling the rags-to-riches story in a way that doesn’t attempt to hide his past but rather embrace the elements of it that had bolstered his success, and celebrating that whilst never steering clear of the distance it creates as a result of fame. It’s less paranoid than a Drake, but it’s also a lot less gutless and squandering than his label head, J. Cole, it feels nuanced. Whilst as full songs, much like Kendrick Lamar who undoubtedly will be pulled into comparisons to this record, the song structure isn’t entirely there, meaning that some verses do not have half the impact they should, and the sequencing can end up a tad wonky or dull, but with production this dynamic and rapping this effectively eclectic yet still grounded, it takes a real nitpick to find much to complain about outside the one or two duds. My favourite track is “Kody Blu 31”.
Ultra Pool – salute
I mean... it’s a speed garage EP, with blissful tropical house undertones that feel like a dazed sunset, but always locked behind these more rigid grooves that don’t really let up for the soundscape more often, which is largely to its benefit. These four tracks are all hypnotising, and whilst you could complain about there being less complexity or personality to the loops used, why would you want that in what is largely a chill-out EP? Given the transcendence of the first three tracks, and the more locked-in groove of the title track, getting seasick on the evening cruise of the rest of the EP, I’m tempted to treat this as an ambient release, where the textures and how they resonate will largely differ between listeners, but if they work for you, they’ll just click into place. My favourite track is “Heaven”, but it’s a 10/10 project: I recommend it. Now, back to your regularly scheduled programming...
NEW ARRIVALS
#67 – “BEAUTIFUL” – DJ Khaled featuring Future and SZA
Produced by DJ Khaled, TM88 and KXVI
Is it really worth wasting any time on that DJ Khaled album? GOD DID debuted at #4 on the UK Albums Chart and as always with Khaled, there’s very little to it other than some expensive features that provide leftovers on beats that are on an impressive level of bad in terms of mixing. Some of the features will go hard, most won’t. Some of the beats will be cool, most won’t. You know what rarely ever works with Khaled, or at least hasn’t since “Wild Thoughts”? The pop-R&B crossover tracks. I’m actually glad this one charted because it might be one of the most pathetic failures on the album, despite having a decent base with its chipmunk soul sample and piano lead that both sound barely implemented once the beat gets going. The drums are decently mixed and actually not trap-adjacent for once for Future, and this kind of sell-out pop-R&B track is nothing new for either artist so it shouldn’t sound so... foreign and alien, but it ends up somehow doing so. I can blame a lot of that on Future’s weird delivery on a clearly unfinished verse where he mumbles ad-libs and parts of the verses he hadn’t figured out yet, with some extra editing to fill up space when there is an awkward blank because he clearly hasn’t finished the verse. The plastic electric guitars that barely pop in during the first verse sound ugly, sure, but it’s not an inherently awful production. It’s the refrain and the chorus where the songwriting just makes no sense to me. Part of what was clearly a verse from Future is chopped from the verses and used as a refrain, but the problem is that it actually wraps around the first chorus from SZA, so after the break in the chorus it just returns to the same refrain instead of a second verse, but not as a pre-chorus because it goes straight back to a half-assed second verse, so it just sounds like Future is repeating himself for no reason. The vocal mixing on SZA’s chorus is really awkward and lacking in harmonies that should have clearly been recorded, instead going for these filtered ad-libs and pitch-shifted backing vocals that have no reason being there over a filtered, bass-heavy production that has no cover for how badly both artists were recorded here – you can hear the beat coming from Future’s recording. Then, after the beat starts to build up in Future’s second verse, which kind of acts as a bridge, with the piano swell coming back in... it breaks instead again, for a copy-pasted SZA chorus that clearly should have had more swell to it. There was a build up and it would make a lot of sense to introduce the chorus and then have a more melodramatic repetition later on in the song: that’s how choruses work! I have no reason to believe Khaled wasn’t going for a pop sell-out in the first place, so he rids the song of the one cliché it could have accurately and effectively done, before meandering to obnoxious vocal riffing from him and Future. Just, why does this song exist? It’s not fundamentally broken but all of the elements seem to collapse onto each other. Since I listened to the album, this and “FAM GOOD, WE GOOD” with Gunna and Roddy Ricch have just pre-occupied weird spaces in my mind where I can’t exactly tell what went wrong but it was clearly catastrophic. The best song from the album, barring the Jadakiss interlude that goes harder than anything else, also debuted so if there are any DJ Khaled stans out there, that should be some reassurance.
#66 – “complex (demo)” – Katie Gregson-MacLeod
Produced by Katie Gregson-MacLeod
Okay, first of all: this is not a demo. Gregson-MacLeod is a newcomer singer-songwriter from Scotland who got a pretty disproportionate industry recognition for this TikTok “demo” from all kinds of singers paid to—I mean, happening to comment on her page. She’s already the face of Spotify playlists. If not a studio recording, it’s still a well-produced track and far from the bedroom demo that it could connote. The whole song acts as basically a Phoebe Bridgers reference, but more widely is about wasting your youth, specifically in the chorus by giving a lot more in the relationship than she’s getting back, which sounds pretty exhausting and unsatisfying. Her whispery delivery is full of the uncertainty you’d get from this kind of situation, but compositionally, it does feel a bit basic, which I guess is the demo aspect: there clearly should have been some more elevation given the second pre-chorus depicting her wanting to kill this guy, but the final chorus doesn’t really change in tone or lyrically. I get that the faux routine and dependency is very much part of this relationship, but it really could have done with some more melodrama or at least some kind of resolution in sight: she dismisses killing him pretty quickly, so I guess much like a demo – and the song’s content – it’s unsatisfying and I can’t find more catharsis here. It’s definitely listenable, but runs way too long and doesn’t really go anywhere either for excusing laziness or not wishing to sacrifice the “demo” marketing tactic... or probably both.
#63 – “Calm Down” – Rema
Produced by Andrevibez and London
Rema is a Nigerian singer who has had a pretty large fanbase in his home country called the “Ravers” for years but this seems to be his biggest western breakthrough yet, with a pretty simple love song, and I REALLY like this. The slightly glitchier Afrobeats percussion adds a really punctuated rhythm to this cute, mellow acoustic guitar not too dissimilar to an emo-pop ballad, and Rema is similarly relaxed in his lovey-dovey platitudes, before he starts stuttering for the post-chorus breakdown with all the chirping beeps and harder but not overwhelming bass. Some of the percussion fills give this really soaring feel to the song which just makes it feel really sincere, not that other songs in this vein aren’t and there is still a lot of focus on the body even if he does paint a narrative, but the genuine profession of love seems to mean a lot from Rema. This is especially true when the strings come in for the post-chorus and Rema just blends in perfectly, swimming in an ocean of slightly tempered happiness and naive excitement. The Selena Gomez remix that probably gave it the needed boost to debut this week is also pretty good, but it doesn’t really provide the missing detail or second perspective it should, and she has nowhere near the amount of personality of Rema does, so I think prefer the original here. Either way, I’m glad this is a hit and I hope to see it continue scaling the chart.
#50 – “GOD DID” – DJ Khaled featuring Rick Ross, Lil Wayne, JAY-Z, John Legend and Fridayy
Produced by DJ Khaled, STREETRUNNER, Tarik Azzouz and Fridayy
Let’s be clear: This song has one reason to exist, and it is JAY-Z, so let’s get him out of the way first. His verse is impeccable, with his recently breathless delivery only serving into the noxious, gauzy melodrama of the album through some pretty hyper-capitalist BS that serves as a hard flex in this context (and really, this context alone – Saul Williams said it better than I ever could, so do check his response to JAY-Z sometime). Regardless of the socio-political context, the wordplay is tight and at some times pretty impressive, with a lot of little details popping up relating to the biblical themes – really, the only attempt from anyone outside of Vory to relate GOD DID to its titular character, even if JAY gets borderline blasphemous with it – as well as an ability to just astonish the person listening at sheer length. Just as you think he’s ran out of bars, he stops rambling on about another topic yet never rejecting the lineage between each narrative, as they really all pull back into one: “JAY-Z has so much money and is awesome”. I mean, he does have more money than probably half the people charting this week combined, so he’s not entirely wrong. With that said, that verse is four minutes of an otherwise eight-minute song, and the rest of it is far from great. Khaled is ridiculous as he hams it up before Fridayy’s oddly solemnly-delivered hook in his lower register that I think actually sounds pretty great once the harmonies and the strings hit. Sadly, it’s practically copy-pasted every time, but the other verses aren’t bad either. Rick Ross has a pretty guttural yelp as always, but his verse is kind of abrupt and covered in sound effects that distract from it, including the production which is just overly busy. Lil Wayne has some pretty funny lines and a confident delivery as always, but the flow is slightly awkward and the Auto-Tune sounds really cheap. John Legend is just there on the outro for John Legend’s sake, but really, when the song is this full of ugly levels of rap opulence, it’s easy to just focus on the incredible JAY-Z verse and treat everything else as a decoration because, really, that’s how both JAY and Khaled are thinking, and I still do recommend it if you have the patience.
#45 – “Energy” – Bugzy Malone and MIST
Produced by WhYJay, Rymez and LiTek
I feel like this is a mixed episode genre-wise, but if there’s something that sticks out, it is the amount of hip hop here, and this is the first of two British rap duos we’ll be hearing from today. I’ve never been a big fan of Birmingham’s MIST or especially Manchester’s Bugzy Malone, but at least it’s not a trap or drill track that could have been increasingly frustrating given these two and their... questionable approaches to flow. Instead, this is a fun enough grime-esque garage beat with some blasting, noxious synth brass in the pre-chorus and a decently catchy groove in the hook. The verses are okay, with both Bugzy and MIST being pretty non-descript with their signature flows, and I like how they trade bars but neither have anything interesting or even funny to say, so the song lives and dies on its beat, which is just okay. This really isn’t that far a step away from Bad Boy Chiller Crew, but I’m not sure who’s ready to admit that yet.
#41 – “Beat the Odds” – Lil Tjay
Produced by KXVI, Desirez beats and KBeaZy
On 22 June, Lil Tjay and a friend were shot in New Jersey, and whilst his friend was in good condition, Tjay was still hospitalised at least as late as July and has been recovering slowly but considerably since. Police think they have a suspect and have charged him but for now, Tjay still plans on releasing music, with this newest song apparently being recorded in hospital. You can tell this shooting – if not having effected him lyrically that much – has lent extra pathos to his gang violence and paranoia, with the references to death sounding particularly distraught and closer than ever when compared to the more distant threats from some of his other work. The beat, really, is your typical Lil Tjay fare with a vocal drenched in echo and a solemn piano melody backed by finger snaps and a trap-esque beat that sounds particularly despondent with the thin snares and somewhat overwhelming bass. In his verses, he justifies his gun ownership with his paranoia which stems from a genuine fear of death in the streets, as well as being generally grateful for his success considering that he could be dead without it, but acknowledging that it could all be gone really quickly and ultimately would his death more tragic. There are some gripes I have, like with the abrupt ending and the beat not being all that interesting, and I’m not sure the reckless move of ending his verse by referencing his deceased “opps” is going to make much sense in the long run, but overall, I can’t complain that much. It’s solid, and I hope Lil Tjay recovers as well as he can and is back up and running in no time.
#40 – “Man in the Mirror” – D-Block Europe
Produced by R14 Beats and Eight8
This feels misleading in so many ways. First of all, this is not a song by D-Block Europe: it’s just Young Adz, with no Dirtbike LB in sight. Secondly, it doesn’t sample the Michael Jackson classic at all, and whilst that wasn’t guaranteed, you’d think in the era of sample drill, they’d at least try. II don’t really like the beat at all here, and the main piano lead in the intro reminded me in terms of progression of a... particular song that we might be revisiting in the top 10, with the typically weird percussion and bass mixing that comes from DBE. Whilst there’s a slightly more conscious tinge to some of Adz’s one verse here, with some flashbacks to his father and his history in the drug trade that gives extra credence to what Adz has been rapping about his whole career, and it does touch on some systemic issues but is covered in a lot of flexing and vague threats that just don’t interest me at all. I know this was a short section but I fail to see much that stands out here, even if it’s far from outright bad.
#38 – “There’d Better be a Mirrorball” – Arctic Monkeys
Produced by James Ford
The Sheffield boys are back and even though they’ve been somewhat inconsistent – really, I can only endorse their debut and the latest album in full – I do still get excited when they release because at least the singles are usually quality and really, they’re one of the few rock bands nowadays that are able to easily get this high on the charts, and just with a few days of tracking even. How’s the new lead single for The Car sounding in that case? Well, I like it, building off of what Tranquility Base Hotel & Casino had started doing with a higher emphasis on piano and strings that really emphasises and further alienates Alex Turner’s drunken poetry style of vocal delivery nowadays. The drums sound dusty, the synths sound primitive and the strings are just as punchy as they can be waivering and free-flowing to parallel the warp of the keys, which fits the content, or at least my interpretation of what’s going on. I could see this being framed in two situations: a post-one night stand willingness to still get romantic with this girl that he thinks shouldn’t mean as much as she does to him, or the events after a fight in a more established relationship, and both seem to fit the phrasing used by Turner to varying extents, especially since the main through-line for most of the song is to put the rose tint on the events and pretend that everything is just as romantic as it is in song. The airiness and wistfulness drags his partner’s “cynicism” – which is probably just a realistic view of events – and reeks of a desperacy that really shows in Turner’s falsetto and the rising strings. It’s a great composition, an interesting lyrical display – even if it can feel like a slight fragment, and an immaculately-produced track that leaves no sonic stone unturned. I almost wish the Monkeys could have gotten this into the top 10 with a full tracking week, but instead...
#7 – “I’m Good (Blue)” – David Guetta and Bebe Rexha
Produced by David Guetta and Timofey Reznikov
Are you kidding me? Are we really at the point where we’re sampling novelty Eurodance hits on the modern-day equivalent to a novelty Eurodance hit, using vocals from someone whose career pretty much equates to a glorified session vocalist to try and reinterpret the original song into being a party anthem, which... completely misses the point of the original? Well, we were actually at that point in 2017 but because of the ongoing Hellscape we live in, the snippet of them playing it live at festival went viral so they “finished” the song and shipped it out to success I did not really expect to be this immediate. Okay, first of all, have you ever gone back to that original song, or realistically, the famous Gabry Ponte mix? “Blue (Da Ba Dee)” by Eiffel 65 was made fun of at the time, even during its three-week run at #1 in the UK, but was a genuine worldwide semi-phenomenon with its uniquely uncanny CGI video and the nonsensical lyrics that make it charming, I guess, but it’s a flubbery, gross song that despite having the meme factor has not aged well. The mix clips through the rote hardcore kicks and the spacey synths that are way stiffer and more awkward than you remember. The drop doesn’t really hit at all, and sure, there are some iconic wacky line delivers that save it, but that’s all that the song really has going for it in my opinion. So what happens when you replay the main lead in a stock-sounding piano preset and replace the nonsense in the egregious vocal lead with an actually good singer singing actual words? A normal song, that’s what, and that seems like a complete misstep. The song is goofy as Hell, and Bebe Rexha can play into that – she did it on “I’m a Mess” and “Hey Mama”, she is very much willing to not take herself too seriously, but the song just does nothing. Sure, the drop hits harder than the original, but it’s largely because of this grating, fuzzy synth bass that doesn’t sound too far away from the brostep era. There’s only one actual verse apart from the bridge that has somehow taken the detail of “clipping mix” from the original and implemented that too, and no, I’m not even going to recognise the existence of an “extended” version... which is still only three minutes. This isn’t the worst thing ever, but I feel like a classic happy hardcore or Eurodance track could have easily been made from this, but there’s not enough of that cartoony Aqua-esque bubblegum fun to make this any different from the rest of its house competition, which is a shame because the ingredients were literally staring Guetta in the face.
#3 – “Hold Me Closer” – Elton John and Britney Spears
Produced by watt and Cirkut
This song doesn’t exist to be a song. It exists to be a stat pad much like the chart itself, and just like “Cold Heart”, we have a mash-up of at least two different Elton John songs in a little gift box topped off with a guest feature that lends her signature voice only to be melted into something intentionally anonymous. The disco groove is bizarrely ugly here, and even if I didn’t like PNAU’s production on “Cold Heart”, at least that stiff rhythm was actually a rhythm, and kind of awkwardly fit “Rocket Man” – this version of “Tiny Dancer” is just placed onto a robotic remake of the track that spits in the face of the original, especially with both Elton and Britney sounding tired of it all, and having zero chemistry. I hope that you can tell from these two songs debuting in the top 10 that nothing is ever sacred in the world of pop music, not even “Tiny Dancer” and not even “Blue (Da Ba Dee)”. I’m still deciding whether the fact that Elton actively contributed and wrote off on this garbage makes it better or worse. At least when Junkie XL was remixing Elvis Presley in the early 2000s, he was calling them remixes and not trying to pass them off as anything else. If Elton really is using these songs to be stat pads, I won’t even cover the chart success of the two songs mashed together, and Hell, let’s see if you can recognise the song that isn’t “Tiny Dancer” without looking it up, because he’s really digging deep into his worst material to find some speck he can reuse and recycle for another shameless plug.
Conclusion
“Hold Me Closer” by Elton John and Britney Spears gets the Worst of the Week, sadly ending the episode on a downer, and really, for once, it had some competition, given that the Dishonourable Mention is going to “BEAUTIFUL” by DJ Khaled featuring Future and SZA. There were a couple candidates for the best also, to be fair, with the Honourable Mention going to... the Arctic Monkeys for “There’d Better be a Mirrorball” because, of all people, Rema is getting the Best of the Week for “Calm Down”. I didn’t expect to like it as much as I do, but I hope it sticks around. We’ll see what happens in the near future, but for now, thank you for reading and I’ll see you next week!
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trechoseldarya · 2 years
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Sobre o episódio 12
Ok, terminei o episódio 12 agora e tenho algumas opiniões pra compartilhar (SPOILERS ABAIXO):
1. O ep começa com a Erika indo até a empresa. Vi algumas pessoas julgando o roteirista antes do ep sair sobre ela não gostar do pai, sendo que na primeira temporada eles tinham uma boa relação. Eu disse que ela ter raiva do pai não significava que eles se desgostavam, e acabou que eu tinha razão: A Erika não odeia o pai, ela só ficou magoada, eles não são muito próximos desde a adolescência (relação fria), e saber que ele provavelmente não foi atrás da filha sabendo a localização deixou ela zangada. Além disso, as memórias dela com a família na primeira temporada eram sempre apresentadas de forma parcial. Então eu gostei da forma como escreveram o relacionamento dos dois.
2. FELIZMENTE esse ep não tem piadas infantis e diálogos repetidos a cada minuto (tem sim algumas piadas pra aliviar o momento e cenas do Lance curioso com o mundo humano, mas não de forma forçada ou repetitiva).
3. Charles: já falei sobre ele em outro post, mas é um personagem que gostei muito e achei bem desenvolvido.
4. Várias coisas acontecem nesse episódio, a história progride, e além disso tem reviravoltas interessantes. Diferente do ep 11, que é cheio de cenas fillers e repetitivas pra “completar tabela”.
5. Eu reclamei várias vezes sobre o NE não ter muito romance, e nesse ep não é diferente. Mas sinceramente, eu gostei tanto de acompanhar a história principal que nem me importei com isso durante o tempo que eu joguei.
 Continua sendo um grande problema, porque embora a trama principal seja interessante, é um OTOME GAME, então não faz sentido jogar um jogo de paquera que não tem paquera. Mas em consolação a história te prende.
5. Não sei em relação aos outros meninos, mas sigo a rota do Nevra e achei a cena deles no quarto muito bonita. Não só como paquera, mas você tem a opção de dormir com o Nevra seguindo a rota de outro, e eu simplesmente amei a interação e proximidade dos dois como amigos, e ele parece ficar mais emotivo.
 Sinceramente eu não tinha criado nenhuma expectativa, até por que o ep 11 parecia ter uma trama legal e acabou sendo uma decepção (sim, eu sou a maior hater desse episódio), mas me surpreendeu. Na MINHA opinião finalmente fizeram um ep bem escrito depois de muito tempo, gostei bastante de jogar.
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chaos0pikachu · 2 years
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I was speculating a “second-first time” might be possible due to some of the general novel spoilers I read. BUT, it also seems pretty likely to me that since the content is, in general, rated 18+ they’re not gonna let folks under 18 in anyway with or without NC scenes lmao
Yeah, I don't think it's because there's going to be a sex scene, it's just that the content is 18+ so the audience must be 18+ as well, that isn't going to change just because they're at a cinema in person if that makes sense.
Personally, I think there's going to be too much plot (being in Vegas' house, and I don't think they'll be there for a couple of hours, it may be an entire day at least) and being on whatever mission they sent Porsche to do for there to be a chance for an NC scene.
Yeah I don't think a cinema viewing requiring ID proving your 18 for an 18+ show is any sort of signal or anything.
That said, who knows. Setting an entire hour long episode only in one location will drag. I saw people last week say that the forest arc in the novel is pretty long and speculate it would go on for at least two episodes, but then the actual episode was only that, a single episode.
The translation of adaptions is an interesting one. Like, take the pipeline of manga to anime. One chapter is not enough to make a full 25min episode. Most episodes are at least three to four chapters if not more. That's why shows rely on filler to allow the comics to progress further, as well as, padding an episode heavily with recaps, and filler scenes in between canon content.
I'm rewatching One Piece now and even before I picked up the comics I could tell when the show caught up. Similarly with video game movies, one factor in why they're so hard to adapt is a larger amount of the game time is doing game play. Which you can't translate into a film format. You see this a lot in book adaptions as well. An hour episode can and will cover several chapters b/c it'll cut internal narration - which takes up a lot of space in books.
From the novel spoilers I read, Porsche and Kinn at the hospital and all the cuddling was already a big chunk of an entire chapter. There's also obviously cutting some other moments from this upcoming arc b/c it doesn't fit with who Kinn or Porsche are as characters. Those cut novel bits are where I think they'll fill in with plot relevant to the show - what I'm speculating is the investigation of the minor family.
There's some other novel spoilers I saw that make me think a NC scene is possible, whether it's probable, eh now that I don't know. The show keeps surprising me. I wasn't expecting the final 10mins of last episode, nor the amount of character development they packed into one episode. The show has also done a good job of pacing the overall plot of the show. It's set up all the pieces, now it just has to pull the trigger.
Since we're officially half-way through the series - 7 out of 14 eps - we're at the rising action according to the Ficthtean Curve:
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Or at closing in on the mid-point from Blake's Beat Sheet:
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Honestly the mid-point is what can make or break a shows season. It's why 22 - 24 ep series have fallen out of style. It takes to damn long to get to the mid-point and then even longer to get to the final climax. It's exhausting.
For TV the climax doesn't have to be one episode either, it can be multiple episodes, building towards the final confrontation and then we can have the falling action followed by the resolution.
Sorry I'm getting way off base lol
My overall point is the show still has a LOT to cover for a show that's halfway completed, tick tock on the clock and all that. Like we have the interpersonal relationships that need resolution, along with the main plot resolution. Beyond Kinn and Porsche there's still a lot of story to deal with and cover (legit I'm wondering if they'll just cut the Time, Tay, Tem thing tbh). So I wouldn't be surprised if Kinn and Porsche pretty much resolve their relationship issues next episode either during or by the end leading into ep08 b/c we'll still need to break them apart for one final conflict by the end.
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s2sooh · 3 years
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Tem muito o que pensar sobre o episódio Lastimador:
Nino simplesmente contando as identidades dele e da Alya; Adrien/Chat se sentindo traído; Ladybug não se comunica mais com ele; Plagg tentando apaziguar a situação (será que ele sabe os riscos, aka ChatBlanc?); Alya aguentando muito menos pressão que a Marinette em termos de guardar o segredo (ainda bem que a Marinette não entregou o miraculous da Joaninha pra ela ou Paris toda saberia a identidade da Ladybug); Adrien sendo muito fiel à regra das identidades secretas (ou seja, a Ladybug não contou pra ele que a Alya sabe a dela); Chat não sabe a identidade da maioria dos usuários de Miraculous, mesmo que o Hawk Moth saiba?
Vendo a sinopse do último ep, será que o Adrien não vai de fato preferir ir embora de Paris se as coisas continuarem desse jeito?
Em comparação com os outros episódios da temporada (com exceção da cena do ChatNoir com raiva em Sentibolha), esse foi o mais denso em relação à nova dinâmica da equipe, mas mesmo assim precisa assistir a temporada em ordem pra entender perfeitamente. Lastimador ser o ep 18 é bastante preocupante, já que está chegando bem perto do final...
No que essa bola de neve vai resultar?
11 episódios lançados até agora, 15 restantes, e está sendo uma temporada com poucos fillers, dá até pra esquecer que é "desenho de criança" 😬👀
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fofurinhaz · 2 years
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Oioi bom dia anjinho 💕 como foi seu começo de dia??
Queria se assi !! eu morro de medo de errar as sombras, então as vezes fico 2 hora só pra fazer elas e depois apagar porque achei feio 😿
A ANYA É A COISA MAIS PITICA DO MUNDO !!!!! Eu amo tanto a yor também, até me identifiquei com ela certas partes sksksk, além de sxf eu estava querendo começar o manga de kaguya-sama, pra anime eu estou acompanhando o anime desses dois sksksk, fruit basket e estava pensando em olhar summertime, vi muita gente falando que era um dos melhores da temporada então fiquei curiosa 🧐
E você???
bom dia, neném! eu ainda tô deitada com meu gato, então meu dia meio que não começou 🥺 mas acho que será bom. e o seu, hein??
mangá eu tenho lido JSHK, Owari no Seraph e SXP, tava pensando em começar algum outro mas tô em dúvida ainda de qual. aceito recomendações, viu~~~
nossa, eu AMO o mangá de Fruits Basket, li no meu ensino fundamental e tive um apego muito grande por ele. a Tohru foi meu xodózinho por muuuitos anos 😭❤️ super apoio você assistir porque é super fofo e gostosinho, amo amo amo!!!
Kaguya-sama eu dropei 😾 não acho ruim nem nada, mas tava ficando nervosa com algumas ações da Kaguya e do Shirogane (é esse o nome dele???), aí dropei o anime. mas penso em voltar a ver porque larguei a T1 faltando só 2 ep pra terminar 😼
aí, eu acho a Yor perfeita, além de linda é a coisa mais fofa e adorável do mundo, ela é a melhor mãezona possível 💕😿 morro de medo dos próximos capítulos do mangá, tenho certeza que vai rolar aqueles fillers de todos se separando, aí se arrependem e voltam... sempre acontece 😿
aliás, tu tem algum animalzinho de estimação? eu amo gatinhos!! tenho 4 gatos e 1 cachorrinha, queria adotar uma chinchila ou um ratinho futuramente
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Todas as 119 músicas de João Gilberto, da pior à melhor
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Eu não sabia o que era rock, não sabia o que era MPB, nem sabia o que era música direito, mas já sabia quem era João Gilberto. No começo da década de 1980, o rádio lá em casa ficava ligado direto na JB AM, que alternava notícias, easy listening e sucessos brasileiros. E tocava JG o dia inteiro no radinho, músicas como “Wave”, “Estate”, “Triste” e “Retrato em Branco e Preto”. Muitos anos depois, fui descobrir que, na verdade, a playlist joãogilbertiana da rádio não passava do repertório do álbum “Amoroso” —  o LP de 1977 que, hoje, é meu disco de música brasileira favorito de todos os tempos.
João é minha referência mais remota de MPB. Não há muito o que eu possa escrever sobre sua vida pessoal, sua carreira e sua importância como artista que já não tenha sido escrito por gente muito mais talentosa que eu. Então, o que me resta é falar um pouco da importância que ele teve na minha formação musical. O amor foi herdado de minha mãe e permaneceu no decorrer dos anos; enquanto eu me aprofundava em rock, hip hop, eletrônica, jazz e outros bichos, nunca deixei João de lado.
Este ranking, como o da Legião Urbana, é uma lista 100% pessoal e não-canônica. Tive a ideia de elaborá-lo para aproveitar a recente efeméride dos 60 anos de lançamento da música “Chega de Saudade”, marco inaugural da bossa nova.  A seguinte lista de 119 músicas considera apenas as faixas creditadas a João em sua carreira solo e lançadas em seus discos oficiais, de estúdio ou ao vivo. (A exceção é a versão de “Me Chama”, lançada apenas na trilha de uma novela da Globo.) A relação foi elaborada a partir desta discografia aqui, com consultas frequentes a meu surrado exemplar do livro “Chega de Saudade”, de Ruy Castro. Como sempre, correções e comentários e xingamentos serão muito bem-vindos.
Fotografia: EBC/TV Brasil
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119 — Frevo —  Bom, é isso aí: é um frevo (ou seria uma marchinha?). Se há a voz e o violão de João na gravação de 1959, estão inaudíveis, ainda que a faixa conste de um EP creditado ao cantor. 118 — Quando Ela Sai —  Lado A do primeiríssimo single solo de JG, gravado em 1952. Ou seja, seis anos antes de “Chega de Saudade”. Não se ouve vestígio de bossa nova na gravação, um samba-canção no qual João é acompanhado por uma orquestra. Ainda que, aqui e ali, ele arrisque malabarismos que prenunciam as entortadas vocais dos próximos anos. A letra poderia ser uma precursora de “Every Breath You Take” (“Eu sei / Quando ela sai / Eu sei / Tudo o que ela faz (…) Tenho confiança / Nela até demais”). 117 — Meia-luz —  O flip-side do primeiro 78 RPM do cantor, totalmente pré-bossa. O arranjo e a voz impostada cheiram a mofo, mas, como em “Quando Ela Sai”, JG já demonstra ousadias na divisão vocal (“No teu seeeio / Não se vê a sinceriiiiiii-daaaa-de…”). 116 — Trenzinho (Trem de Ferro) —  Uma marchinha com um quê de cantiga infantil, desconstruída pela interpretação vocal. Mais uma das faixas esquecidas do terceiro LP. 115 — Lá Vem a Baiana —  OK, ele é conhecido por adiantar a melodia vocal à harmonia, mas nesta versão para o samba de Dorival Caymmi JG ultrapassa as raias do exagero. 114 — Sorriu para Mim —  Uma composição menor de Garoto, um dos ídolos de João, que não foi beneficiada pelo estilo de produção. É curioso notar como os timbres e os arranjos do disco João soam mais datados hoje que os álbuns que o cantor gravou na década de 1970. 113 — Presente de Natal —  Outra obscuridade do terceiro disco. Tirante umas poucas notas de piano, João se faz acompanhar apenas do próprio violão. 112 — Rosinha —  Samba simplesinho de Jonas Silva, um dos integrantes dos Garotos da Lua. Apenas ingênuo e simpático. 111 — Aos Pés da Cruz —  Escondida no final de “Chega de Saudade”, tem cara de filler. João chega a dar uma desafinadinha (sacrilégio!) ao arriscar-se a assobiar a melodia. O cantor manteve a música em seus setlists até a década de 2000. 110 — Rosa Morena —  Sambinha arquetípico e um tanto simplório, é uma das composições relativamente pouco conhecidas de Dorival Caymmi. A “outra” morena de “Chega de Saudade”, a de Ary Barroso, é bem melhor. 109 — Malaga — À parte o charme de ouvir JG cantando em italiano, esta canção não chega a se destacar no álbum João. 108 — Guacyra —  Mais um resgate de uma canção da era do rádio, registrada no disco ao vivo “Eu Sei que Vou Te Amar”. 107 — A Valsa de Quem Não Tem Amor —  Composição de 1945 de Custódio Mesquita & Evaldo Rui, se presta bem aos dribles vocais de João. Uma das letras mais tristes gravadas pelo artista. 106 — Me Chama —  O cantor gravou este sucesso de Lobão (!) para a trilha sonora da telenovela “Hipertensão” (1986). As hesitações e acelerações na melodia ficam à beira da autoparódia, e o arranjo de cordas sintetizadas também não ajuda muito. 105 — Bim Bom —  Originalmente lançada como o lado B de “Chega de Saudade”. Exibe o estilo, digamos, minimal de João como compositor, como ele mesmo admite na letra (“É só isso o meu baião / E não tem mais nada não”). 104 — Hô-bá-lá-lá —  Raro momento do João compositor. De modo inusitado, o violão fica em segundo plano em relação ao piano. 103 — Bahia com H —  Registrada em Brasil (1981), disco gravado com os não-tão-novos-baianos Gil, Caetano e Maria Bethânia. Gil e Caetano se revezam na inglória tarefa de imitar o estilo do mestre (e Gil se sai melhor). 102 — A Primeira Vez —  Samba delicado, convencional e de letra um tanto deprê, incluído no terceiro LP. 101 — Trevo de Quatro Folhas —  Ingênua versão de uma cançãozinha americana mais ingênua ainda, datada de 1927. Despachada em menos de um minuto e meio, transformada num acelerado sambinha. 100 — Trolley Song —  Haroldo Barbosa transpôs para o português esta canção de Irving Berlin, cantada por Judy Garland no filme “Agora Seremos Felizes” (1944). João capta muito bem o espírito faceiro e lúdico da melodia. 99 — Não Vou pra Casa  —  Em 2000, ano em que gravou esta canção, o cantor ainda se dava ao trabalho de avisar: “Eu sou do samba / Pois o samba me criou”. Certo, João, já entendemos! 98 — Se é Por Falta de Adeus —  Samba-canção de Dolores Duran & Tom, obviamente de letra dolorida, relido de forma sóbria. 97 — Amor Certinho —  Uma das menos conhecidas do segundo disco, é obra do compositor bissexto Roberto Guimarães. Um desafio ao fôlego do intérprete, que dá conta do recado. 96 — No Tabuleiro da Baiana —  João reúne todo o “elenco de apoio” do álbum Brasil (Gil, Caetano & Bethânia) em mais um tributo a Ary Barroso. Pro meu gosto, tem João de menos. 95 — Siga —  Clare Fischer, autor dos arranjos de João (1990), eventualmente era dado a uns exageros. Esta faixa é um óbvio exemplo, na qual as cordas quase sufocam a performance de JG. 94 — Se é Tarde, Me Perdoa  —  Canção menor de Lyra/Bôscoli, cuja letra traz um pedido de desculpas de um safardana que passou a noite na gandaia. 93 — Você Vai Ver —  Composição de 1980 de Tom Jobim, transformada em um sambinha ligeiro na voz de João. Incluída no mais recente (ainda me recuso a dizer “último”, vai que) disco de estúdio, “João Voz e Violão”, de 2000, produzido por Caetano Veloso. 92 — Segredo —  Gravada por Dalva de Oliveira e Nelson Gonçalves, esta canção de Herivelto Martins também se presta ao canto manso de João. 91 — Astronauta (Samba da Pergunta)  —  Composta por Pingarilho e Marcos Vasconcellos, a canção demonstra a facilidade com que João desmonta métrica & melodia, à beira da dissonância, mas mantendo o conjunto reconhecível. Compare, por exemplo, com a versão bem mais comportada d’Os Cariocas. 90 — Milagre  —  Repeteco do esquema de “Bahia com H”: Caetano e Gil imitam João, vem João pra fechar e mostrar como se faz. 89 — Só em Teus Braços —  O arranjo ambicioso, com cordas em primeiro plano e sopros, embala uma interpretação menos ousada do cantor. 88 — Curare —  Assinada por Bororó, sem dúvida é outra das remotas lembranças dos sons que o cantor ouvia no rádio, na juventude. Gravada no disco ao vivo “João Gilberto Prado Pereira de Oliveira”. 87 — Eu e Meu Coração  —  As íngremes mudanças de tom desta pouco conhecida canção de Inaldo Vilarinho & Antonio Botelho parecem ter sido feitas de encomenda para a voz de João. 86 — O Pato —  Mesmo convivendo com os jovens inovadores da primeira onda bossanovística, João nunca abandonou suas antigas referências pessoais. Um bom exemplo é esta canção, sambinha remanescente do repertório dos Garotos da Lua e que o cantor conheceu no fim da década de 1940. De letra bem-humorada, destoa da elegância e da seriedade das canções de Jobim & cia presentes em “O Amor, o Sorriso e a Flor”. 85 — O Barquinho — Uma das canções-clichê da primeira fase da bossa, regravada e parodiada um sem-número de vezes. A definitiva versão, constante de João Gilberto (1961) traz um arranjo elaborado, com metais, piano e cordas sublinhando a melodia. Na segunda passagem da estrofe principal, João parece trocar o barquinho por uma lancha, tal é a velocidade com que vareia a letra. 84 — Bolinha de Papel —  Saída do repertório do grupo Anjos do Inferno, era mais um aceno do cantor a suas origens pré-bossa. Com um pouco mais de punch, poderia ser um número típico de gafieira (tem até a metaleira, mas não em brasa). 83 — You Do Something to Me  —  O cantor submete o sucesso de Cole Porter às suas típicas e velozes atravessadas, em uma recriação suave que vai na contramão da animação de versões mais célebres (como a de Frank Sinatra). 82 — Que Reste-t-il de Nos Amours  —  É sempre um prazer ouvi-lo cantando em outra língua, com o sotaque brasileiro intacto. Aqui, João atinge tons bem graves, sem perder a segurança. Os excessos dos arranjos de Clare Fischer empanam um pouco a graça da canção. 81 — Menino do Rio  —  Uma outra lembrança marcante de infância que tenho de João é o especial ao vivo João Gilberto Prado Pereira de Oliveira, exibido pela rede Globo em 1980. A canção pop de Caetano abre o disco resultante do show, em registro sutil. 80 — Louco — Composição de Wilson Batista famosa na voz de, entre outros, João Nogueira e Emílio Santiago. Gravada no álbum “Live in Tokyo”, a versão preserva, na medida do possível, a métrica original, ainda que João não resista a dar suas esticadinhas (“Conseeeeeee-lhos eu lhe dei”, “Paaaaaara eleamuuuuulher / Amaaada…”). 79 — Ave-Maria no Morro — Ousadia tardia: atacar esta canção de Herivelto Martins, celebrizada por Dalva de Oliveira —  uma total antítese do estilo de João, tanto na potência vocal quanto na dramaticidade. JG resolve o dilema transformando o número em uma delicada cantiga. E nem chega perto do famoso agudo de Dalva. 78 — Esperança Perdida —  A triste parceria entre Jobim & Billy Blanco ganha versão sóbria e curtinha. 77 — Acapulco —  Gravada (claro) no álbum “João Gilberto en Mexico”, é um animado sambinha sem letra, levado só nas onomatopeias. 76 — Eclipse —  Outra suave faixa cantada em espanhol, saída do disco gravado no México, em 1970. Composta pelo cubano Ernesto Lecuona, o mesmo autor de “Siboney”. 75 — Farolito —  Esta balada-bolero de Agustín Lara foi composta em 1931, ano em que JG nasceu. Curiosamente, o cantor (que deve ter conhecido a música ainda na juventude, em Juazeiro) foi gravá-la em 1970, ano em que Lara faleceu. João interpreta a canção em um tom delicado e mais alto que o costumeiro. 74 — João Marcello —  Vertiginoso número instrumental composto em homenagem ao filho de JG, nascido em 1960. Começa só no violão e vai acelerando; imagino a cara dos músicos suando frio para acompanhar João. 73 — Valsa (Como São Lindos os Youguis)  —  Desencanado de tentar escrever letras, João dedicou essa composição (sem versos, só com “lá-lá-lás”) à filha Bebel. O inventivo arranjo vocal coloca o cantor para duetar consigo mesmo. Pesquisei, mas não consegui descobrir o que seriam youguis e porque eles são lindos. 72 — Undiú  —  Samba-baião sem letra, levado na base de vocalises. Simples e hipnótico. 71 — Acontece que Eu Sou Baiano  —  A letra narra o embasbacamento de um baiano diante do requebrado de uma não-nativa, e a interpretação gingada do cantor traduz o encantamento de forma eficaz. 70 — Da Cor do Pecado  —  Mais uma pérola ancestral sacada do fundo do baú, composta por Bororó e lançada por Silvio Caldas em 1939. Regravada sem maiores ousadias. 69 — Preconceito  —  O disco “João Gilberto Live at the 19th Montreux Jazz Festival” captura o cantor em seu estado natural: microfone, violão e mais nada. O sambinha de Marino Pinto & Wilson Batista ganha uma versão delicada, que ameniza o drama racial da letra. 68 — Vivo Sonhando —  A letra é triste, João sabe disso e seu vocal reflete a tristeza. O arranjo da versão de Getz/Gilberto, entretanto, é puro entardecer tropical para turista bater palma durante a happy hour. Eles não entendiam a letra mesmo… 67 — O Grande Amor —  A intepretação que João dá à melodia quase transforma a composição de Jobim/Vinicius em uma prima-irmã de “Insensatez”. A versão original traz um belo interplay entre o sax de Stan Getz e o piano de Tom. 66 — Maria Ninguém — Notável por sua introdução à capela, com vocais encharcados de reverb. A cativante melodia de Carlos Lyra compensa a letra meio ingênua, substituída por scats de João em determinadas passagens. 65 — Um Abraço no Bonfá —  Raro número instrumental composto por João. O violão bossanovístico é daqueles dignos de almanaque, acompanhado apenas por uma leve percussão. 64 — Lobo Bobo —  Uma das músicas mais curtinhas (1:20) da carreira do intérprete, destaca-se pela letra repleta de segundas, terceiras e quartas intenções, escrita pelo priápico Ronaldo Bôscoli. 63 — Só Danço Samba —  Número de Jobim/Vinicius que, gravado em 1964 por João, certamente embutia uma mensagem subliminar: o negócio do cantor era samba, bossa nova é mania passageira. (Se bem que a versão original, graças à dominante presença de Stan Getz, cai mais pro jazz.) 62 — O Nosso Amor —  Pouco depois de gravar “Chega de Saudade”, João registraria em estúdio quatro canções feitas para a trilha sonora do filme “Orfeu do Carnaval”, de 1958. O resultado foi um “compacto duplo” lançado com o pouco imaginativo título de “João Gilberto Cantando as Músicas do Film (sic) Orfeu do Carnaval”. “O Nosso Amor” é um crossover entre a bossa nova e o sambão mais tradicional —  só que desconjuntado. João faz sua versão sutil, daí irrompe um coro vocal se esgoelando no refrão, acompanhado de uma bateria de escola de samba. 61 — Disse Alguém  —  Sim, é uma versão de “All of Me”, famosa na voz de Frank Sinatra e de mais uma porrada de gente. João, Caetano e Gil cantam afinadinhos e comportadinhos, sem idiossincrasias bossanovescas. 60 — Outra Vez  —  João aperta o passo e dá trabalho para a galera da percussão que o acompanha. A breve intervenção das cordas arranjadas por Jobim me parece dispensável. 59 — A Felicidade —  Mais uma mistura meio torta de sambão com bossa nova, gravada para o EP …Orfeu do Carnaval. Na dúvida, fique com a versão ao vivo lançada em 1986 (João Gilberto Live at the 19th Montreux Jazz Festival), só ao violão. 58 — Cordeiro de Nanã —  Praticamente uma vinheta, encerrava de forma minimal e luminosa o disco “Brasil”. 57 — Eu Sambo Mesmo —  Na faixa de abertura de seu disco de estúdio de 1991, João reafirma: samba mesmo, com vontade de sambar. Além das aceleradas & freadas de sempre, há várias mudanças de tom, as quais o cantor encara de forma gaiata. 56 — Palpite Infeliz —  “João” (1991) contém vários sambas antigos e meio obscuros. Não é o caso deste aqui, um clássico de Noel Rosa. O arranjo mais contido, que dá espaço para a voz e o violão, funciona bem. 55 — Desde que o Samba é Samba —  Interpretação contida, quase flat, para a composição de Caetano Veloso. Mas ele não se furta a brincar com a melodia. 54 — Eu Sei que Vou te Amar —  Um dos poucos clássicos de Tom & Vinicius que João nunca gravou em estúdio, batiza o álbum ao vivo que ele lançou em 1994. Registrada só ao violão, não tinha como dar errado. 53 — Doralice —  Ao produzir o segundo LP de JG, Tom Jobim acertadamente valorizou mais o violão (que, no disco anterior, às vezes ficava meio soterrado nos arranjos). Esta versão da canção de Caymmi é um bom exemplo. 52 — Una Mujer  —  Um dos bons momentos de “João”, o disco de 1991. A orquestração, como em várias faixas do álbum, soa um tiquinho exagerada, mas não chega a eclipsar a voz e o violão. 51 — Eu Vim da Bahia —  Além de sua conhecida amizade com os Novos Baianos, no começo da década de 1970 JG se aproximou de outros conterrâneos mais jovens. Esta canção, feita por Gilberto Gil e que só seria gravada pelo autor mais de 40 anos depois, mostra João bem à vontade com uma letra quase biográfica (“Eu vim, eu vim da Bahia cantar (…) / Tanta coisa bonita que tem / Na Bahia que é o meu lugar”). 50 — É Preciso Perdoar —  O “Álbum Branco” é um disco pra cima e luminoso, e esta canção em tom menor é seu momento mais melancólico. 49 — Você Não Sabe Amar —  João valoriza a melodia da amargurada canção de Caymmi, com um resultado tocante. 48 — Sampa —  O repertório do disco João é todo composto de músicas pré-bossa nova, à exceção deste sucesso de Caetano Veloso. Todo o esforço que Caê empregou para encaixar a complexa letra na melodia é ignorado por João, que sai rasgando a métrica original (chega praticamente a recitar a letra em algumas passagens). Dá certo. 47 — Besame Mucho  —  João gravou duas vezes este clássico latino, em 1970 (…En Mexico) e 1977 (Amoroso). A primeira versão é a melhor: traz uma de suas intepretações vocais mais delicadas e suaves, anulando o clima melodramático geralmente associado à canção. 46 — Na Baixa do Sapateiro  —  Mais uma faixa do clássico “álbum branco” (João Gilberto, 1973) que dispensa letra. A composição de Ary Barroso vem só ao violão, ancorada por uma percussão frenética. 45 — O Sapo —  Antes de Caetano Veloso botar a letra em “A Rã”, de João Donato, JG gravou essa versão onomatopeica e título de gênero invertido. Vocal, violão, percussão e piano em total festa. 44 — Coração Vagabundo —  Nesta versão quase fiel à original de Caetano, João mexe um pouquinho na harmonia e brinca de leve com a melodia. Mínima, mas relevante mudança: ele não canta “meu coração vagabundo” e sim apenas “coração vagabundo”. A brevidade da gravação amortece a atmosfera sombria da canção. 43 — Canta Brasil —  Mais famosa na versão de Gal Costa, a canção de David Nasser & Alcyr Pires Vermelho ganha um suntuoso arranjo de cordas e sopros. 42 — É Luxo Só —  Depois de ser maltratado pela morena da boca de ouro, João volta a sofrer (agora por uma mulata) na música de encerramento de “Chega de Saudade”. O trabalho de percussão aproxima a faixa de um samba mais convencional. 41 — Fotografia —  Mais um dos clássicos jobinianos que não foi gravado em estúdio. Só ao violão, ao vivo, João engole as consoantes (“mar” vira “má”, “bar” vira “bá”, “fechar” vira “fechá”) e atropela a melodia naquele seu estilo inimitável. 40 — Eu e a Brisa —  O clássico de Johnny Alf é “maltratado”, no melhor dos sentidos, por João, em uma versão gravada ao vivo. Ele parece hesitar entre a cadência original e suas invencionices instintivas, mas naturalmente é tudo premeditado. 39 — Avarandado —  Para a canção de Caetano Veloso, João assume um tom ainda mais intimista que o de costume (é possível ouvir sua respiração entre os versos). A letra é quase um contraponto à triste madrugada de “É Preciso Perdoar”, do mesmo disco. 38 — Lígia —  Gravada por João no álbum “Best of Both Worlds”, que marcou seu reencontro com Stan Getz (e com Miúcha no lugar de Astrud). Em vez de acelerar a melodia, o cantor a estica, de forma dolente. 37 — Triste  —  Seria o primeiro uso do termo “avião” como sinônimo de mulher bonita? João canta que “Nunca vai sê / Nunca vai dá / Um sonhadô / Tem que acordar”, mas o vocal e o arranjo são tão sedutores que acabamos convencidos de que, sim, um dia vai dar (epa!). 36 — Aquarela do Brasil  —  É difícil fugir do óbvio ao reinterpretar a mais conhecida música de Ary Barroso, mas o difícil, para João, é moleza. A versão de estúdio, do disco Brasil, conta com a participação de Gil & Caetano, e é mais agradável que a registrada em João Gilberto Prado Pereira de Oliveira (na qual as cordas sufocam o vocal e o violão). 35 — Sandália de Prata —  Isso aqui, ô-ô, é um montão de Brasil, João. Imperturbável no tom da interpretação, preciso como nunca nos acordes, ele faz tudo parecer fácil demais… mas vai tentar fazer, pra tu ver só como é. Minha passagem favorita é a elipse em “Bota a sandáaaaalia de pra-ti-vem-pro saaaamba / Samba-aaar”. 34 — “S’Wonderful” —  Ao ouvirmos esta versão para o sucesso de Gershwin, faixa de abertura de “Amoroso”, é praticamente possível ver João sorrindo ao cantar “Uondêfol / Mahvellos” —  ou “Wonderful / Marvelous”, em baianês. 33 — Pra Machucar Meu Coração  —  Muita gente associa a bossa nova a música de elevador, e a “culpa” não deixa de ser do álbum “Getz/Gilberto” e sua sonoridade mansinha. Como diria Roberto, eles estão surdos: basta prestar atenção na descadeirante divisão de versos que João aplica aqui, dando outra feição ao clássico de Ary Barroso. 32 — Manhã de Carnaval  —  O lindo arranjo orquestral é o destaque para a versão do samba-canção de Bonfá & Antônio Maria. João tanto sabia disso, que só começa a cantar depois de um minuto. Em seu vocal, uma raridade: aqui e ali, um vibrato, ainda que de leve. 31 — Samba da Minha Terra  —  Ousado, João faz quase 30 segundos de scats na introdução, antes de aplicar suas típicas aceleradas & freadas (“No sôoombaaah me criei…”) à melodia, como se fosse um vocalista de jazz. 30 — Caminhos Cruzados — “Amoroso” é, claro, um disco romântico. Este sambinha doce-amargo de Tom aposta que “só um novo amor / Pode a saudade apagar”, enquanto as cordas arranjadas por Claus Ogerman escondem o violão. 29 — Jou Jou e Balangandans  —  Quem viu, não esquece: João balançando o joelho freneticamente, fazendo caretas ao cantar… até que irrompe Rita Lee, para completar o dueto na marchinha de Lamartine Babo. Ele larga o violão! Rita sorri e revira os olhinhos, mas João, tímido, não a encara em momento algum. O ponto alto do especial da Globo de 1980 que rendeu o disco ao vivo “João Gilberto Prado Pereira de Oliveira”. 28 — Morena Boca de Ouro  —  Na breve recriação do clássico de Ary Barroso, João demonstra de forma inigualável sua versatilidade vocal —  não apenas em termos de subidas e descidas de tom, mas também ao alternar ironia, desejo e prostração diante da morena (que não dá mole). 27 — Izaura  —  O minimalismo do “Álbum Branco” de 1973, gravado só com violão e percussão, é quebrado aqui com os vocais de apoio de Miúcha, mulher de João na época. 26 — Eu Quero um Samba —  Eu quero um samba feito só pra mim”, canta ele. Ora, todo samba que João canta é feito só pra ele, e esta versão da composição de Janet de Almeida & Haroldo Barbosa não é exceção. Pontos altos: as pausas engolidas (“meacabarmevirarmeespalhar”) e os scats extemporâneos (“jab-jab-jab-zoiú-pom-porororom-zoiú”). 25 — Ela é Carioca —  Ele atrasa, ele adianta, mas nunca perde o compasso. E o violão fica lá, sem um vacilo, escoltado por suaves sopros e cordas. Essa versão de 1970 seria o template para os arranjos de quase todos os seus discos daquela década. 24 — Pra Quê Discutir com Madame?  —  Crítica social da pesada aqui, disfarçada na implicância brejeira com uma certa “madame” que não vê valor no samba. Transpondo a discussão para a trajetória de João, poderia ser uma estocada em quem enxerga uma suposta superioridade da bossa nova sobre o samba (hipótese obviamente descartada pelo próprio JG). 23 — The Girl From Ipanema —  A versão original está no clássico “Getz/Gilberto”, um dueto entre João e sua girl na época, Astrud. Lançada em 1964, transformou a bossa nova em febre mundial, ganhou Grammy, foi regravada trocentas vezes etc. 22 — O Amor em Paz —  Na delicada versão registrada no terceiro álbum de João, o arranjo elaborado sobrepuja o violão… mas a voz sobrepuja o arranjo. O contraste entre a letra otimista e os timbres sombrios das cordas e metais é de arrepiar. 21 — Brigas Nunca Mais —  Outro dos highlights do álbum de estreia, assinado por Tom & Vinicius. É uma delícia ouvir o modo como ele canta “amô” (em vez de “amor”) e “mostrô” (no lugar de “mostrou”). 20 — Meditação —  A intro traz um dos mais famosos vocalises gravados por João. (Gal Costa se apropriou da cantarolada em sua versão de “Falsa Baiana”.) Um dos grandes clássicos da parceria Jobim/Mendonça. A versão original, incluída em “O Amor, o Sorriso e a Flor”, é notável pela concisão (1:46); é como se João soubesse que não precisava desperdiçar sequer um acorde. 19 — De Conversa em Conversa —  O ano era 1970 e João já tinha sepultado de vez a bossa nova. A bossa passou e ele continuou. Seu approach sobre o repertório de sambas pré-1958 continuou o mesmo, como pode ser comprovado nesta maravilha que abre o álbum “João Gilberto en Mexico”. 18 — Falsa Baiana —  Pode ter tido trocentas versões, mas é mais uma daquelas músicas que parecem ter sido feitas para João  —  e apenas João  —  cantar. O vocal é um primor de contenção, com subidas e descidas incrivelmente sutis. 17 — Este Seu Olhar —  Interpretação econômica e definitiva para a canção de Jobim, em versão minimalista até mesmo para os padrões de João: além do violão, apenas um eco (ligeiramente fantasmagórico) na voz e mais nada. 16 — Corcovado —  Vamos dar crédito a quem merece: compositor da canção e autor do arranjo, aqui Tom Jobim é tão importante quanto João. A doçura das cordas e sopros, combinada à letra, nos transportam instantaneamente àquele período que os antigos chamavam de “anos dourados” do Rio de Janeiro. O verso “Um cantinho, um violão” virou um clichê da bossa nova. 15 — Saudade Fez um Samba —  “Deixa que o meu samba sabe tudo sem você / Não acredito que meu samba só dependa de você”. Apesar de ser uma composição da nova geração (Lyra & Bôscoli), o recado era direto: quem precisava de João era a bossa nova, e não o contrário. O samba dele já sabia tudo, sem precisar deles. 14 — Águas de Março —  Seria a versão definitiva do hit de Jobim? Eu, particularmente, prefiro a gravação de João ao mais popular dueto entre Tom & Elis. Incrível o modo como ele acelera loucamente a melodia vocal sem nunca perder a batida do violão. 13 — Saudade da Bahia —  Sem migrar para o Rio, João Gilberto nunca teria se tornado JOÃO GILBERTO, mas a Bahia jamais saiu de seu coração. Entre os vários retornos que o cantor fez à obra de Caymmi, este, constante do terceiro álbum, é o mais doce e belo. 12 — Tintin por Tintin —  O modo faceiro como ele canta disfarça o tom de despedida da letra de Haroldo Barbosa. O arranjo pende para o samba-jazz, em especial na coda instrumental. 11 — Chega de Saudade —  Eis aí a pedra de Roseta da bossa, a canção que codificou toda uma nova maneira de cantar, de tocar violão (com a batida que sintetizava o naipe de percussão do samba tradicional), que sepultou de vez os dós-de-peito e os embolorados sambas-canção. É a abertura (e faixa-título) do primeiro LP de João (1958), nunca deixou o repertório de seus shows e foi regravada para encerrar seu derradeiro LP de estúdio, de 2000. 10 — Desafinado —  “Chega de Saudade” pode ter vindo primeiro, mas a real carta de intenções da bossa estava aqui. Letra provocativa e melodia entortante, compostas por Jobim & Newton Mendonça como uma suposta defesa dos desafinados  —  e que, por obra do destino, caiu nas mãos do mais afinado de todos os intérpretes, cujo estilo, de tão inovador, causou estranheza ao ser associado ao título da canção. 9 — Adeus América  —  De arrepiar esta versão, gravada em 1985 em Montreux. Mais ainda se compararmos a letra com o périplo do próprio João pela América do Norte nas décadas de 1960 e 1970. “Chega de lights e all rights, good fights, good nights / Isso não dá mais pra mim”, canta ele logo antes de repetir que “o samba mandou me chamar”. 8 — Sem Compromisso —  Sei que estou me repetindo, mas depois de ouvi-lo cantando essa, é impossível retornar a qualquer outra interpretação. Repete várias vezes a letra inteira, e a cada passagem, imprime mudanças leves, mas cruciais, à métrica  —  e parece se divertir à vera enquanto canta, como se zombasse dos apuros do ciumento protagonista da letra. 7 — Estate  —  João se arrisca no italiano e sai-se muito bem, em uma das mais doces interpretações de sua carreira. Para quem achar os synths e cordas de “Amoroso” excessivos, sempre há a versão ao vivo em Montreux. 6 — Retrato em Branco e Preto  —  Gravada originalmente em “Best of Both Worlds”, é a confirmação final dos poderes sobrehumanos do cantor na subversão da métrica (“procuraaaaaaaaaaar / O desconsolo”) e na montanha-russa de tonalidades vocais (é de arrepiar quando ele vai lá embaixo em “Nego tanto / Evito tanto / E que no entanto”). A versão de “Amoroso” é adornada por cordas melodramáticas, mas a tristeza da gravação ao vivo de 1987, só com voz & violão, é insuperável. 5 — Wave —  Uma das minhas favoritas na infância. Uma canção de amor ao Rio  — ao mar, ao céu, e, decerto, a uma mulher carioca (ou a todas?). É samba, mas não é samba, é bossa nova, mas não é bossa nova; é só João. 4 — Insensatez —  Outra gravação na qual os arranjos de Tom (em especial os contrapontos graves dos metais) merecem tanto destaque quanto a voz e o violão. A doçura nunca exagerada da orquestração rebate o travo amargo da letra, em um efeito sinestésico. 3 — Você e Eu —  Faceiro e despretensioso sambinha que ajudou a inaugurar uma parceria inesperada: Carlos Lyra & Vinicius. Sua aparente simplicidade é traída pela complexidade da harmonia do violão, pela subida de tom na escalada rumo ao refrão e pelo longo break instrumental —  João só canta a letra uma vez, depois segue-se mais de um minuto sem vocais. Ousado! 2 — Discussão —  Um minuto, 55 segundos: é o que dura a melhor parceria entre Jobim & Mendonça. O arranjo é surpreendente, com uma metaleira dissonante na abertura. Para ganhar a discussão sem fazer força, João assume seu tom mais manhoso. A passagem na qual ele canta “Se o re-eee-sultado / É solidão”) é um dos maiores momentos da história da música brasileira. 1 — Coisa Mais Linda —  Se um dia, alguém  —  um estrangeiro, um alienígena  —  me perguntasse se existe uma única canção que resuma toda a música brasileira, eu indicaria esta gravação de João. A suavidade dos sopros, o sotaque dele e seu jeito de cantar, a leveza da percussão, a batida do violão: isso tudo é o Brasil em forma de música, um Brasil de uma época melhor, mais bela e feliz.
Foi problemático fazer a playlist do Spotify para este ranking. A discografia de JG está repleta de zonas cinzas, problemas contratuais e títulos fora de catálogo. Por exemplo, o serviço de streaming não oferece o antológico disco branco de 1973, nem o igualmente essencial disco ao vivo gravado em Montreux, ou o último álbum de estúdio, Voz e Violão. Além disso, uma barafunda de coletâneas apócrifas ocupa o lugar de vários lançamentos oficiais.
Clique no link para ouvir: Todas as 119 músicas de João Gilberto, da pior à melhor
Marco Antonio Barbosa é jornalista, edita o Telhado de Vidro e o projeto musical Borealis. Twitter: @BartBarbosa
Todas as 119 músicas de João Gilberto, da pior à melhor publicado primeiro em https://www.revistabula.com
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fromnaruto · 7 years
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não tem nada a ver com icons/headers e tals mas, to vendo naruto clássico, depois vou pro shippuden, e depois qual vejo ? jfffkkkk to revendo naruto mas não lembro mesmo de nada
ta suaveira total pode tirar essas duvidas aqui tambem tmjbom, naruto mesmo só tem o clássico e o shippuden com muitos eps/fillers pela frente (mesmo assim é sensacional); depois disso você vai pra boruto, que é o que está sendo lançado agora. Também tem os filmes e OVA's mas não sei se essa parte é de interesse seu. É isto, fico feliz que tenha voltado a assistir, amém ♡
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mcdannowave · 5 years
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steve constantly questioning danny about rachel (seemed almost jealous but could be my hopeful side) & danny being like "hey it's just going along & we're getting along so there's that" makes it seem like they're trying to be better parents & work together for grace & charlie's sakes almost? idk maybe I'm just trying to stay hopeful that the writers aren't gonna do this, I just want ambiguous mcdanno ending of hand holding
Agree buddy, Steve is always worrying about Danny, and when it comes to Rachel, he really gets overprotective, bc he loves Danny and don’t want him to get hurt, like he said once.
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And me too, after some time I really got fond of the idea of an ambiguous ending (or a alternative ending like How I Met Your Mother got), being open, and it’s not like they haven’t filmed different versions/takes of a scene before (I remember the one with Steve’s car broke in the middle of the street, adn on the alternative scene , there’s a hot woman who helps them with the car instead [which just that is alot to process, but we could give them a slack bc it was S1 after all]), so one in the Legend of Korra style would be nice and do-able like I said before on other posts, like, catching everyone off guard, and if that happen in Steve’s beach, it would make it even more special!
Agora so no aguardo do ep com a mae dela pra saber q caminho isso ta seguindo e assim saberemos mais sobre oq se trata., infelizmente deve demorar um pouco, ainda mais que semana q vem n tem ep., ate la eu nao sei dizer direito se essa historia deles vai pra frente ou nao.
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fromnaruto · 7 years
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ei, eu comecei a assistir naruto agora (digo, certinho, porque é claro que já via na tv hahaha mas quis rever mesmo os das primeiras temporadas) e fiquei meio perdidinha porque tem o naruto shippuden que não conhecia.. então é tipo, o naruto clássico é o que passava no sbt? e quando ele acaba, começa o shippuden que é uma continuação dele?? porque to com medo de ver errado, ou se os dois não tem ligação com a história e tal.. enfim, obg desde já hahah
voce sou eu todinha hahahahaha foi o mesmo pensamento que eu tive quando tava no começo. fiquei tipo: “shippuden??classico?que isso?”. vou te explicar separando em tópicos, porque eu sou uma pessima explicadora e vou tentar te ajudar ao maximo que eu puder (é bem facil e simples de entender)
o naruto clássico é o que passava no sbt sim (apesar que no sbt só passava a prova chunnin hahaha) ele é a primeira fase de naruto, contendo 220 episódios e termina quando o naruto sai de konoha para treinar. (nao sei por onde voce vai assistir, mas tem na netflix de boa dublado/legendado)
a segunda fase é a continuação do classico, o shippuden. é quando o naruto retorna a konoha, 2 anos e meio depois. eu nunca pesquisei a fundo o porquê da separação em duas fases, mas acho que deve ser para, além de marcar o tempo da saída/volta dele, talvez o mangá ainda nao estivesse atualizado na época e deram uma pausa no anime. os personagens nessa fase aparecem mais ‘velhos’ e maduros e, ao decorrer do anime, vai mostrando o que mudou enquanto o naruto nao estava presente. o shippuden ainda não terminou. ele contêm, no momento, 494 episódios. (na netflix só tem até o ep 112, se nao me engano. eu já havia postado alguns fansubs que postam os eps do shippuden, nao sei se voce viu essa ask  mas eu só conheço os legendados: se lhe for util aqui está.
o mangá de naruto  já está finalizado, mas o anime tem muitos mais episódios porque contém fillers. sei que você não perguntou nada além dessa divisão, mas eu vou falar sobre isso como uma informação extra, porque as vezes esses fillers são um incomodo e uns me dão desanimo de continuar assistindo, então acho válido comentar hihi
eu não sei se você sabe o significado, mas fillers sao episodios que não se baseiam no mangá que foi adaptado. são basicamente fragmentos, que se voce assistir ou nao é indiferente, nao muda nada na historia original. eles são feitos para o anime nao ficar atrasado, já que o processo de publicação do mangá é mais lento que do anime. esses fillers possuem finalidades diversas, como: flashbacks, prolongamento de lutas, criação de uma mini saga de fillers com personagens que apenas aparecem no anime, etc. alguns fillers também explicam/mostram histórias de uns personagens que já apareceram e que não foi aprofundado.
eu assisto alguns fillers e outros não, tem uns que são legais e outros sao totalmente chatos e entediantes. aqui têm a lista que diz quais sao os fillers e quais não são, caso você não tenha tanta paciencia pra assistir e queira saber quais pular hihi: classico ; shippuden 
note: sinceramente, no classico eu cansei quando estava chegando no final, porque é filler do 136 ao 219.[eu só descobri o que era filler quando eu já estava chegando no 200, que dor… tinha uns muito chatos que eu ficava me perguntando o porquê de existir e mal sabia que eu podia pulá-los hahahahaha…] no shippuden os fillers são mais interessantes, apesar de também haver uns muito nhé.
enfimmm, esculpa pelo textao gigantesco, tentei resumir tudo. espero que isso tenha sido útil e que eu tenha conseguido esclarecer sua duvida… fico feliz ao ver que mais uma pessoa está começando a assistir esse anime, que eu me apaixonei tanto. espero que você goste dele tanto quanto eu, qualquer coisa eu to aqui, só chamar. ♥♥
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Todas as 119 músicas de João Gilberto, da pior à melhor
Eu não sabia o que era rock, não sabia o que era MPB, nem sabia o que era música direito, mas já sabia quem era João Gilberto. No começo da década de 1980, o rádio lá em casa ficava ligado direto na JB AM, que alternava notícias, easy listening e sucessos brasileiros. E tocava JG o dia inteiro no radinho, músicas como “Wave”, “Estate”, “Triste” e “Retrato em Branco e Preto”. Muitos anos depois, fui descobrir que, na verdade, a playlist joãogilbertiana da rádio não passava do repertório do álbum “Amoroso” —  o LP de 1977 que, hoje, é meu disco de música brasileira favorito de todos os tempos.
João é minha referência mais remota de MPB. Não há muito o que eu possa escrever sobre sua vida pessoal, sua carreira e sua importância como artista que já não tenha sido escrito por gente muito mais talentosa que eu. Então, o que me resta é falar um pouco da importância que ele teve na minha formação musical. O amor foi herdado de minha mãe e permaneceu no decorrer dos anos; enquanto eu me aprofundava em rock, hip hop, eletrônica, jazz e outros bichos, nunca deixei João de lado.
Este ranking, como o da Legião Urbana, é uma lista 100% pessoal e não-canônica. Tive a ideia de elaborá-lo para aproveitar a recente efeméride dos 60 anos de lançamento da música “Chega de Saudade”, marco inaugural da bossa nova. E também para lastimar a situação na qual o cantor, que recentemente completou 86 anos, se encontra: um imbróglio envolvendo brigas familiares, dívidas e disputas judiciais. As conhecidas idiossincrasias pessoais do artista e a enrolada maneira com que ele gerencia (?) sua carreira também contribuiu para amplificar a confusão. Mas, segundo pessoas próximas citadas em reportagens recentes, JG está em bom estado de saúde e até fala em voltar a gravar. Quem sabe?
A seguinte lista de 119 músicas considera apenas as faixas creditadas a João em sua carreira solo e lançadas em seus discos oficiais, de estúdio ou ao vivo. (A exceção é a versão de “Me Chama”, lançada apenas na trilha de uma novela da Globo.) A relação foi elaborada a partir desta discografia aqui, com consultas frequentes a meu surrado exemplar do livro “Chega de Saudade”, de Ruy Castro. Como sempre, correções e comentários e xingamentos serão muito bem-vindos.
119 — Frevo —  Bom, é isso aí: é um frevo (ou seria uma marchinha?). Se há a voz e o violão de João na gravação de 1959, estão inaudíveis, ainda que a faixa conste de um EP creditado ao cantor. 118 — Quando Ela Sai —  Lado A do primeiríssimo single solo de JG, gravado em 1952. Ou seja, seis anos antes de “Chega de Saudade”. Não se ouve vestígio de bossa nova na gravação, um samba-canção no qual João é acompanhado por uma orquestra. Ainda que, aqui e ali, ele arrisque malabarismos que prenunciam as entortadas vocais dos próximos anos. A letra poderia ser uma precursora de “Every Breath You Take” (“Eu sei / Quando ela sai / Eu sei / Tudo o que ela faz (…) Tenho confiança / Nela até demais”). 117 — Meia-luz —  O flip-side do primeiro 78 RPM do cantor, totalmente pré-bossa. O arranjo e a voz impostada cheiram a mofo, mas, como em “Quando Ela Sai”, JG já demonstra ousadias na divisão vocal (“No teu seeeio / Não se vê a sinceriiiiiii-daaaa-de…”). 116 — Trenzinho (Trem de Ferro) —  Uma marchinha com um quê de cantiga infantil, desconstruída pela interpretação vocal. Mais uma das faixas esquecidas do terceiro LP. 115 — Lá Vem a Baiana —  OK, ele é conhecido por adiantar a melodia vocal à harmonia, mas nesta versão para o samba de Dorival Caymmi JG ultrapassa as raias do exagero. 114 — Sorriu para Mim —  Uma composição menor de Garoto, um dos ídolos de João, que não foi beneficiada pelo estilo de produção. É curioso notar como os timbres e os arranjos do disco João soam mais datados hoje que os álbuns que o cantor gravou na década de 1970. 113 — Presente de Natal —  Outra obscuridade do terceiro disco. Tirante umas poucas notas de piano, João se faz acompanhar apenas do próprio violão. 112 — Rosinha —  Samba simplesinho de Jonas Silva, um dos integrantes dos Garotos da Lua. Apenas ingênuo e simpático. 111 — Aos Pés da Cruz —  Escondida no final de “Chega de Saudade”, tem cara de filler. João chega a dar uma desafinadinha (sacrilégio!) ao arriscar-se a assobiar a melodia. O cantor manteve a música em seus setlists até a década de 2000. 110 — Rosa Morena —  Sambinha arquetípico e um tanto simplório, é uma das composições relativamente pouco conhecidas de Dorival Caymmi. A “outra” morena de “Chega de Saudade”, a de Ary Barroso, é bem melhor. 109 — Malaga — À parte o charme de ouvir JG cantando em italiano, esta canção não chega a se destacar no álbum João. 108 — Guacyra —  Mais um resgate de uma canção da era do rádio, registrada no disco ao vivo “Eu Sei que Vou Te Amar”. 107 — A Valsa de Quem Não Tem Amor —  Composição de 1945 de Custódio Mesquita & Evaldo Rui, se presta bem aos dribles vocais de João. Uma das letras mais tristes gravadas pelo artista. 106 — Me Chama —  O cantor gravou este sucesso de Lobão (!) para a trilha sonora da telenovela “Hipertensão” (1986). As hesitações e acelerações na melodia ficam à beira da autoparódia, e o arranjo de cordas sintetizadas também não ajuda muito. 105 — Bim Bom —  Originalmente lançada como o lado B de “Chega de Saudade”. Exibe o estilo, digamos, minimal de João como compositor, como ele mesmo admite na letra (“É só isso o meu baião / E não tem mais nada não”). 104 — Hô-bá-lá-lá —  Raro momento do João compositor. De modo inusitado, o violão fica em segundo plano em relação ao piano. 103 — Bahia com H —  Registrada em Brasil (1981), disco gravado com os não-tão-novos-baianos Gil, Caetano e Maria Bethânia. Gil e Caetano se revezam na inglória tarefa de imitar o estilo do mestre (e Gil se sai melhor). 102 — A Primeira Vez —  Samba delicado, convencional e de letra um tanto deprê, incluído no terceiro LP. 101 — Trevo de Quatro Folhas —  Ingênua versão de uma cançãozinha americana mais ingênua ainda, datada de 1927. Despachada em menos de um minuto e meio, transformada num acelerado sambinha. 100 — Trolley Song —  Haroldo Barbosa transpôs para o português esta canção de Irving Berlin, cantada por Judy Garland no filme “Agora Seremos Felizes” (1944). João capta muito bem o espírito faceiro e lúdico da melodia. 99 — Não Vou pra Casa  —  Em 2000, ano em que gravou esta canção, o cantor ainda se dava ao trabalho de avisar: “Eu sou do samba / Pois o samba me criou”. Certo, João, já entendemos! 98 — Se é Por Falta de Adeus —  Samba-canção de Dolores Duran & Tom, obviamente de letra dolorida, relido de forma sóbria. 97 — Amor Certinho —  Uma das menos conhecidas do segundo disco, é obra do compositor bissexto Roberto Guimarães. Um desafio ao fôlego do intérprete, que dá conta do recado. 96 — No Tabuleiro da Baiana —  João reúne todo o “elenco de apoio” do álbum Brasil (Gil, Caetano & Bethânia) em mais um tributo a Ary Barroso. Pro meu gosto, tem João de menos. 95 — Siga —  Clare Fischer, autor dos arranjos de João (1990), eventualmente era dado a uns exageros. Esta faixa é um óbvio exemplo, na qual as cordas quase sufocam a performance de JG. 94 — Se é Tarde, Me Perdoa  —  Canção menor de Lyra/Bôscoli, cuja letra traz um pedido de desculpas de um safardana que passou a noite na gandaia. 93 — Você Vai Ver —  Composição de 1980 de Tom Jobim, transformada em um sambinha ligeiro na voz de João. Incluída no mais recente (ainda me recuso a dizer “último”, vai que) disco de estúdio, “João Voz e Violão”, de 2000, produzido por Caetano Veloso. 92 — Segredo —  Gravada por Dalva de Oliveira e Nelson Gonçalves, esta canção de Herivelto Martins também se presta ao canto manso de João. 91 — Astronauta (Samba da Pergunta)  —  Composta por Pingarilho e Marcos Vasconcellos, a canção demonstra a facilidade com que João desmonta métrica & melodia, à beira da dissonância, mas mantendo o conjunto reconhecível. Compare, por exemplo, com a versão bem mais comportada d’Os Cariocas. 90 — Milagre  —  Repeteco do esquema de “Bahia com H”: Caetano e Gil imitam João, vem João pra fechar e mostrar como se faz. 89 — Só em Teus Braços —  O arranjo ambicioso, com cordas em primeiro plano e sopros, embala uma interpretação menos ousada do cantor. 88 — Curare —  Assinada por Bororó, sem dúvida é outra das remotas lembranças dos sons que o cantor ouvia no rádio, na juventude. Gravada no disco ao vivo “João Gilberto Prado Pereira de Oliveira”. 87 — Eu e Meu Coração  —  As íngremes mudanças de tom desta pouco conhecida canção de Inaldo Vilarinho & Antonio Botelho parecem ter sido feitas de encomenda para a voz de João. 86 — O Pato —  Mesmo convivendo com os jovens inovadores da primeira onda bossanovística, João nunca abandonou suas antigas referências pessoais. Um bom exemplo é esta canção, sambinha remanescente do repertório dos Garotos da Lua e que o cantor conheceu no fim da década de 1940. De letra bem-humorada, destoa da elegância e da seriedade das canções de Jobim & cia presentes em “O Amor, o Sorriso e a Flor”. 85 — O Barquinho — Uma das canções-clichê da primeira fase da bossa, regravada e parodiada um sem-número de vezes. A definitiva versão, constante de João Gilberto (1961) traz um arranjo elaborado, com metais, piano e cordas sublinhando a melodia. Na segunda passagem da estrofe principal, João parece trocar o barquinho por uma lancha, tal é a velocidade com que vareia a letra. 84 — Bolinha de Papel —  Saída do repertório do grupo Anjos do Inferno, era mais um aceno do cantor a suas origens pré-bossa. Com um pouco mais de punch, poderia ser um número típico de gafieira (tem até a metaleira, mas não em brasa). 83 — You Do Something to Me  —  O cantor submete o sucesso de Cole Porter às suas típicas e velozes atravessadas, em uma recriação suave que vai na contramão da animação de versões mais célebres (como a de Frank Sinatra). 82 — Que Reste-t-il de Nos Amours  —  É sempre um prazer ouvi-lo cantando em outra língua, com o sotaque brasileiro intacto. Aqui, João atinge tons bem graves, sem perder a segurança. Os excessos dos arranjos de Clare Fischer empanam um pouco a graça da canção. 81 — Menino do Rio  —  Uma outra lembrança marcante de infância que tenho de João é o especial ao vivo João Gilberto Prado Pereira de Oliveira, exibido pela rede Globo em 1980. A canção pop de Caetano abre o disco resultante do show, em registro sutil. 80 — Louco — Composição de Wilson Batista famosa na voz de, entre outros, João Nogueira e Emílio Santiago. Gravada no álbum “Live in Tokyo”, a versão preserva, na medida do possível, a métrica original, ainda que João não resista a dar suas esticadinhas (“Conseeeeeee-lhos eu lhe dei”, “Paaaaaara eleamuuuuulher / Amaaada…”). 79 — Ave-Maria no Morro — Ousadia tardia: atacar esta canção de Herivelto Martins, celebrizada por Dalva de Oliveira —  uma total antítese do estilo de João, tanto na potência vocal quanto na dramaticidade. JG resolve o dilema transformando o número em uma delicada cantiga. E nem chega perto do famoso agudo de Dalva. 78 — Esperança Perdida —  A triste parceria entre Jobim & Billy Blanco ganha versão sóbria e curtinha. 77 — Acapulco —  Gravada (claro) no álbum “João Gilberto en Mexico”, é um animado sambinha sem letra, levado só nas onomatopeias. 76 — Eclipse —  Outra suave faixa cantada em espanhol, saída do disco gravado no México, em 1970. Composta pelo cubano Ernesto Lecuona, o mesmo autor de “Siboney”. 75 — Farolito —  Esta balada-bolero de Agustín Lara foi composta em 1931, ano em que JG nasceu. Curiosamente, o cantor (que deve ter conhecido a música ainda na juventude, em Juazeiro) foi gravá-la em 1970, ano em que Lara faleceu. João interpreta a canção em um tom delicado e mais alto que o costumeiro. 74 — João Marcello —  Vertiginoso número instrumental composto em homenagem ao filho de JG, nascido em 1960. Começa só no violão e vai acelerando; imagino a cara dos músicos suando frio para acompanhar João. 73 — Valsa (Como São Lindos os Youguis)  —  Desencanado de tentar escrever letras, João dedicou essa composição (sem versos, só com “lá-lá-lás”) à filha Bebel. O inventivo arranjo vocal coloca o cantor para duetar consigo mesmo. Pesquisei, mas não consegui descobrir o que seriam youguis e porque eles são lindos. 72 — Undiú  —  Samba-baião sem letra, levado na base de vocalises. Simples e hipnótico. 71 — Acontece que Eu Sou Baiano  —  A letra narra o embasbacamento de um baiano diante do requebrado de uma não-nativa, e a interpretação gingada do cantor traduz o encantamento de forma eficaz. 70 — Da Cor do Pecado  —  Mais uma pérola ancestral sacada do fundo do baú, composta por Bororó e lançada por Silvio Caldas em 1939. Regravada sem maiores ousadias. 69 — Preconceito  —  O disco “João Gilberto Live at the 19th Montreux Jazz Festival” captura o cantor em seu estado natural: microfone, violão e mais nada. O sambinha de Marino Pinto & Wilson Batista ganha uma versão delicada, que ameniza o drama racial da letra. 68 — Vivo Sonhando —  A letra é triste, João sabe disso e seu vocal reflete a tristeza. O arranjo da versão de Getz/Gilberto, entretanto, é puro entardecer tropical para turista bater palma durante a happy hour. Eles não entendiam a letra mesmo… 67 — O Grande Amor —  A intepretação que João dá à melodia quase transforma a composição de Jobim/Vinicius em uma prima-irmã de “Insensatez”. A versão original traz um belo interplay entre o sax de Stan Getz e o piano de Tom. 66 — Maria Ninguém — Notável por sua introdução à capela, com vocais encharcados de reverb. A cativante melodia de Carlos Lyra compensa a letra meio ingênua, substituída por scats de João em determinadas passagens. 65 — Um Abraço no Bonfá —  Raro número instrumental composto por João. O violão bossanovístico é daqueles dignos de almanaque, acompanhado apenas por uma leve percussão. 64 — Lobo Bobo —  Uma das músicas mais curtinhas (1:20) da carreira do intérprete, destaca-se pela letra repleta de segundas, terceiras e quartas intenções, escrita pelo priápico Ronaldo Bôscoli. 63 — Só Danço Samba —  Número de Jobim/Vinicius que, gravado em 1964 por João, certamente embutia uma mensagem subliminar: o negócio do cantor era samba, bossa nova é mania passageira. (Se bem que a versão original, graças à dominante presença de Stan Getz, cai mais pro jazz.) 62 — O Nosso Amor —  Pouco depois de gravar “Chega de Saudade”, João registraria em estúdio quatro canções feitas para a trilha sonora do filme “Orfeu do Carnaval”, de 1958. O resultado foi um “compacto duplo” lançado com o pouco imaginativo título de “João Gilberto Cantando as Músicas do Film (sic) Orfeu do Carnaval”. “O Nosso Amor” é um crossover entre a bossa nova e o sambão mais tradicional —  só que desconjuntado. João faz sua versão sutil, daí irrompe um coro vocal se esgoelando no refrão, acompanhado de uma bateria de escola de samba. 61 — Disse Alguém  —  Sim, é uma versão de “All of Me”, famosa na voz de Frank Sinatra e de mais uma porrada de gente. João, Caetano e Gil cantam afinadinhos e comportadinhos, sem idiossincrasias bossanovescas. 60 — Outra Vez  —  João aperta o passo e dá trabalho para a galera da percussão que o acompanha. A breve intervenção das cordas arranjadas por Jobim me parece dispensável. 59 — A Felicidade —  Mais uma mistura meio torta de sambão com bossa nova, gravada para o EP …Orfeu do Carnaval. Na dúvida, fique com a versão ao vivo lançada em 1986 (João Gilberto Live at the 19th Montreux Jazz Festival), só ao violão. 58 — Cordeiro de Nanã —  Praticamente uma vinheta, encerrava de forma minimal e luminosa o disco “Brasil”. 57 — Eu Sambo Mesmo —  Na faixa de abertura de seu disco de estúdio de 1991, João reafirma: samba mesmo, com vontade de sambar. Além das aceleradas & freadas de sempre, há várias mudanças de tom, as quais o cantor encara de forma gaiata. 56 — Palpite Infeliz —  “João” (1991) contém vários sambas antigos e meio obscuros. Não é o caso deste aqui, um clássico de Noel Rosa. O arranjo mais contido, que dá espaço para a voz e o violão, funciona bem. 55 — Desde que o Samba é Samba —  Interpretação contida, quase flat, para a composição de Caetano Veloso. Mas ele não se furta a brincar com a melodia. 54 — Eu Sei que Vou te Amar —  Um dos poucos clássicos de Tom & Vinicius que João nunca gravou em estúdio, batiza o álbum ao vivo que ele lançou em 1994. Registrada só ao violão, não tinha como dar errado. 53 — Doralice —  Ao produzir o segundo LP de JG, Tom Jobim acertadamente valorizou mais o violão (que, no disco anterior, às vezes ficava meio soterrado nos arranjos). Esta versão da canção de Caymmi é um bom exemplo. 52 — Una Mujer  —  Um dos bons momentos de “João”, o disco de 1991. A orquestração, como em várias faixas do álbum, soa um tiquinho exagerada, mas não chega a eclipsar a voz e o violão. 51 — Eu Vim da Bahia —  Além de sua conhecida amizade com os Novos Baianos, no começo da década de 1970 JG se aproximou de outros conterrâneos mais jovens. Esta canção, feita por Gilberto Gil e que só seria gravada pelo autor mais de 40 anos depois, mostra João bem à vontade com uma letra quase biográfica (“Eu vim, eu vim da Bahia cantar (…) / Tanta coisa bonita que tem / Na Bahia que é o meu lugar”). 50 — É Preciso Perdoar —  O “Álbum Branco” é um disco pra cima e luminoso, e esta canção em tom menor é seu momento mais melancólico. 49 — Você Não Sabe Amar —  João valoriza a melodia da amargurada canção de Caymmi, com um resultado tocante. 48 — Sampa —  O repertório do disco João é todo composto de músicas pré-bossa nova, à exceção deste sucesso de Caetano Veloso. Todo o esforço que Caê empregou para encaixar a complexa letra na melodia é ignorado por João, que sai rasgando a métrica original (chega praticamente a recitar a letra em algumas passagens). Dá certo. 47 — Besame Mucho  —  João gravou duas vezes este clássico latino, em 1970 (…En Mexico) e 1977 (Amoroso). A primeira versão é a melhor: traz uma de suas intepretações vocais mais delicadas e suaves, anulando o clima melodramático geralmente associado à canção. 46 — Na Baixa do Sapateiro  —  Mais uma faixa do clássico “álbum branco” (João Gilberto, 1973) que dispensa letra. A composição de Ary Barroso vem só ao violão, ancorada por uma percussão frenética. 45 — O Sapo —  Antes de Caetano Veloso botar a letra em “A Rã”, de João Donato, JG gravou essa versão onomatopeica e título de gênero invertido. Vocal, violão, percussão e piano em total festa. 44 — Coração Vagabundo —  Nesta versão quase fiel à original de Caetano, João mexe um pouquinho na harmonia e brinca de leve com a melodia. Mínima, mas relevante mudança: ele não canta “meu coração vagabundo” e sim apenas “coração vagabundo”. A brevidade da gravação amortece a atmosfera sombria da canção. 43 — Canta Brasil —  Mais famosa na versão de Gal Costa, a canção de David Nasser & Alcyr Pires Vermelho ganha um suntuoso arranjo de cordas e sopros. 42 — É Luxo Só —  Depois de ser maltratado pela morena da boca de ouro, João volta a sofrer (agora por uma mulata) na música de encerramento de “Chega de Saudade”. O trabalho de percussão aproxima a faixa de um samba mais convencional. 41 — Fotografia —  Mais um dos clássicos jobinianos que não foi gravado em estúdio. Só ao violão, ao vivo, João engole as consoantes (“mar” vira “má”, “bar” vira “bá”, “fechar” vira “fechá”) e atropela a melodia naquele seu estilo inimitável. 40 — Eu e a Brisa —  O clássico de Johnny Alf é “maltratado”, no melhor dos sentidos, por João, em uma versão gravada ao vivo. Ele parece hesitar entre a cadência original e suas invencionices instintivas, mas naturalmente é tudo premeditado. 39 — Avarandado —  Para a canção de Caetano Veloso, João assume um tom ainda mais intimista que o de costume (é possível ouvir sua respiração entre os versos). A letra é quase um contraponto à triste madrugada de “É Preciso Perdoar”, do mesmo disco. 38 — Lígia —  Gravada por João no álbum “Best of Both Worlds”, que marcou seu reencontro com Stan Getz (e com Miúcha no lugar de Astrud). Em vez de acelerar a melodia, o cantor a estica, de forma dolente. 37 — Triste  —  Seria o primeiro uso do termo “avião” como sinônimo de mulher bonita? João canta que “Nunca vai sê / Nunca vai dá / Um sonhadô / Tem que acordar”, mas o vocal e o arranjo são tão sedutores que acabamos convencidos de que, sim, um dia vai dar (epa!). 36 — Aquarela do Brasil  —  É difícil fugir do óbvio ao reinterpretar a mais conhecida música de Ary Barroso, mas o difícil, para João, é moleza. A versão de estúdio, do disco Brasil, conta com a participação de Gil & Caetano, e é mais agradável que a registrada em João Gilberto Prado Pereira de Oliveira (na qual as cordas sufocam o vocal e o violão). 35 — Sandália de Prata —  Isso aqui, ô-ô, é um montão de Brasil, João. Imperturbável no tom da interpretação, preciso como nunca nos acordes, ele faz tudo parecer fácil demais… mas vai tentar fazer, pra tu ver só como é. Minha passagem favorita é a elipse em “Bota a sandáaaaalia de pra-ti-vem-pro saaaamba / Samba-aaar”. 34 — “S’Wonderful” —  Ao ouvirmos esta versão para o sucesso de Gershwin, faixa de abertura de “Amoroso”, é praticamente possível ver João sorrindo ao cantar “Uondêfol / Mahvellos” —  ou “Wonderful / Marvelous”, em baianês. 33 — Pra Machucar Meu Coração  —  Muita gente associa a bossa nova a música de elevador, e a “culpa” não deixa de ser do álbum “Getz/Gilberto” e sua sonoridade mansinha. Como diria Roberto, eles estão surdos: basta prestar atenção na descadeirante divisão de versos que João aplica aqui, dando outra feição ao clássico de Ary Barroso. 32 — Manhã de Carnaval  —  O lindo arranjo orquestral é o destaque para a versão do samba-canção de Bonfá & Antônio Maria. João tanto sabia disso, que só começa a cantar depois de um minuto. Em seu vocal, uma raridade: aqui e ali, um vibrato, ainda que de leve. 31 — Samba da Minha Terra  —  Ousado, João faz quase 30 segundos de scats na introdução, antes de aplicar suas típicas aceleradas & freadas (“No sôoombaaah me criei…”) à melodia, como se fosse um vocalista de jazz. 30 — Caminhos Cruzados — “Amoroso” é, claro, um disco romântico. Este sambinha doce-amargo de Tom aposta que “só um novo amor / Pode a saudade apagar”, enquanto as cordas arranjadas por Claus Ogerman escondem o violão. 29 — Jou Jou e Balangandans  —  Quem viu, não esquece: João balançando o joelho freneticamente, fazendo caretas ao cantar… até que irrompe Rita Lee, para completar o dueto na marchinha de Lamartine Babo. Ele larga o violão! Rita sorri e revira os olhinhos, mas João, tímido, não a encara em momento algum. O ponto alto do especial da Globo de 1980 que rendeu o disco ao vivo “João Gilberto Prado Pereira de Oliveira”. 28 — Morena Boca de Ouro  —  Na breve recriação do clássico de Ary Barroso, João demonstra de forma inigualável sua versatilidade vocal —  não apenas em termos de subidas e descidas de tom, mas também ao alternar ironia, desejo e prostração diante da morena (que não dá mole). 27 — Izaura  —  O minimalismo do “Álbum Branco” de 1973, gravado só com violão e percussão, é quebrado aqui com os vocais de apoio de Miúcha, mulher de João na época. 26 — Eu Quero um Samba —  Eu quero um samba feito só pra mim”, canta ele. Ora, todo samba que João canta é feito só pra ele, e esta versão da composição de Janet de Almeida & Haroldo Barbosa não é exceção. Pontos altos: as pausas engolidas (“meacabarmevirarmeespalhar”) e os scats extemporâneos (“jab-jab-jab-zoiú-pom-porororom-zoiú”). 25 — Ela é Carioca —  Ele atrasa, ele adianta, mas nunca perde o compasso. E o violão fica lá, sem um vacilo, escoltado por suaves sopros e cordas. Essa versão de 1970 seria o template para os arranjos de quase todos os seus discos daquela década. 24 — Pra Quê Discutir com Madame?  —  Crítica social da pesada aqui, disfarçada na implicância brejeira com uma certa “madame” que não vê valor no samba. Transpondo a discussão para a trajetória de João, poderia ser uma estocada em quem enxerga uma suposta superioridade da bossa nova sobre o samba (hipótese obviamente descartada pelo próprio JG). 23 — The Girl From Ipanema —  A versão original está no clássico “Getz/Gilberto”, um dueto entre João e sua girl na época, Astrud. Lançada em 1964, transformou a bossa nova em febre mundial, ganhou Grammy, foi regravada trocentas vezes etc. 22 — O Amor em Paz —  Na delicada versão registrada no terceiro álbum de João, o arranjo elaborado sobrepuja o violão… mas a voz sobrepuja o arranjo. O contraste entre a letra otimista e os timbres sombrios das cordas e metais é de arrepiar. 21 — Brigas Nunca Mais —  Outro dos highlights do álbum de estreia, assinado por Tom & Vinicius. É uma delícia ouvir o modo como ele canta “amô” (em vez de “amor”) e “mostrô” (no lugar de “mostrou”). 20 — Meditação —  A intro traz um dos mais famosos vocalises gravados por João. (Gal Costa se apropriou da cantarolada em sua versão de “Falsa Baiana”.) Um dos grandes clássicos da parceria Jobim/Mendonça. A versão original, incluída em “O Amor, o Sorriso e a Flor”, é notável pela concisão (1:46); é como se João soubesse que não precisava desperdiçar sequer um acorde. 19 — De Conversa em Conversa —  O ano era 1970 e João já tinha sepultado de vez a bossa nova. A bossa passou e ele continuou. Seu approach sobre o repertório de sambas pré-1958 continuou o mesmo, como pode ser comprovado nesta maravilha que abre o álbum “João Gilberto en Mexico”. 18 — Falsa Baiana —  Pode ter tido trocentas versões, mas é mais uma daquelas músicas que parecem ter sido feitas para João  —  e apenas João  —  cantar. O vocal é um primor de contenção, com subidas e descidas incrivelmente sutis. 17 — Este Seu Olhar —  Interpretação econômica e definitiva para a canção de Jobim, em versão minimalista até mesmo para os padrões de João: além do violão, apenas um eco (ligeiramente fantasmagórico) na voz e mais nada. 16 — Corcovado —  Vamos dar crédito a quem merece: compositor da canção e autor do arranjo, aqui Tom Jobim é tão importante quanto João. A doçura das cordas e sopros, combinada à letra, nos transportam instantaneamente àquele período que os antigos chamavam de “anos dourados” do Rio de Janeiro. O verso “Um cantinho, um violão” virou um clichê da bossa nova. 15 — Saudade Fez um Samba —  “Deixa que o meu samba sabe tudo sem você / Não acredito que meu samba só dependa de você”. Apesar de ser uma composição da nova geração (Lyra & Bôscoli), o recado era direto: quem precisava de João era a bossa nova, e não o contrário. O samba dele já sabia tudo, sem precisar deles. 14 — Águas de Março —  Seria a versão definitiva do hit de Jobim? Eu, particularmente, prefiro a gravação de João ao mais popular dueto entre Tom & Elis. Incrível o modo como ele acelera loucamente a melodia vocal sem nunca perder a batida do violão. 13 — Saudade da Bahia —  Sem migrar para o Rio, João Gilberto nunca teria se tornado JOÃO GILBERTO, mas a Bahia jamais saiu de seu coração. Entre os vários retornos que o cantor fez à obra de Caymmi, este, constante do terceiro álbum, é o mais doce e belo. 12 — Tintin por Tintin —  O modo faceiro como ele canta disfarça o tom de despedida da letra de Haroldo Barbosa. O arranjo pende para o samba-jazz, em especial na coda instrumental. 11 — Chega de Saudade —  Eis aí a pedra de Roseta da bossa, a canção que codificou toda uma nova maneira de cantar, de tocar violão (com a batida que sintetizava o naipe de percussão do samba tradicional), que sepultou de vez os dós-de-peito e os embolorados sambas-canção. É a abertura (e faixa-título) do primeiro LP de João (1958), nunca deixou o repertório de seus shows e foi regravada para encerrar seu derradeiro LP de estúdio, de 2000. 10 — Desafinado —  “Chega de Saudade” pode ter vindo primeiro, mas a real carta de intenções da bossa estava aqui. Letra provocativa e melodia entortante, compostas por Jobim & Newton Mendonça como uma suposta defesa dos desafinados  —  e que, por obra do destino, caiu nas mãos do mais afinado de todos os intérpretes, cujo estilo, de tão inovador, causou estranheza ao ser associado ao título da canção. 9 — Adeus América  —  De arrepiar esta versão, gravada em 1985 em Montreux. Mais ainda se compararmos a letra com o périplo do próprio João pela América do Norte nas décadas de 1960 e 1970. “Chega de lights e all rights, good fights, good nights / Isso não dá mais pra mim”, canta ele logo antes de repetir que “o samba mandou me chamar”. 8 — Sem Compromisso —  Sei que estou me repetindo, mas depois de ouvi-lo cantando essa, é impossível retornar a qualquer outra interpretação. Repete várias vezes a letra inteira, e a cada passagem, imprime mudanças leves, mas cruciais, à métrica  —  e parece se divertir à vera enquanto canta, como se zombasse dos apuros do ciumento protagonista da letra. 7 — Estate  —  João se arrisca no italiano e sai-se muito bem, em uma das mais doces interpretações de sua carreira. Para quem achar os synths e cordas de “Amoroso” excessivos, sempre há a versão ao vivo em Montreux. 6 — Retrato em Branco e Preto  —  Gravada originalmente em “Best of Both Worlds”, é a confirmação final dos poderes sobrehumanos do cantor na subversão da métrica (“procuraaaaaaaaaaar / O desconsolo”) e na montanha-russa de tonalidades vocais (é de arrepiar quando ele vai lá embaixo em “Nego tanto / Evito tanto / E que no entanto”). A versão de “Amoroso” é adornada por cordas melodramáticas, mas a tristeza da gravação ao vivo de 1987, só com voz & violão, é insuperável. 5 — Wave —  Uma das minhas favoritas na infância. Uma canção de amor ao Rio  — ao mar, ao céu, e, decerto, a uma mulher carioca (ou a todas?). É samba, mas não é samba, é bossa nova, mas não é bossa nova; é só João. 4 — Insensatez —  Outra gravação na qual os arranjos de Tom (em especial os contrapontos graves dos metais) merecem tanto destaque quanto a voz e o violão. A doçura nunca exagerada da orquestração rebate o travo amargo da letra, em um efeito sinestésico. 3 — Você e Eu —  Faceiro e despretensioso sambinha que ajudou a inaugurar uma parceria inesperada: Carlos Lyra & Vinicius. Sua aparente simplicidade é traída pela complexidade da harmonia do violão, pela subida de tom na escalada rumo ao refrão e pelo longo break instrumental —  João só canta a letra uma vez, depois segue-se mais de um minuto sem vocais. Ousado! 2 — Discussão —  Um minuto, 55 segundos: é o que dura a melhor parceria entre Jobim & Mendonça. O arranjo é surpreendente, com uma metaleira dissonante na abertura. Para ganhar a discussão sem fazer força, João assume seu tom mais manhoso. A passagem na qual ele canta “Se o re-eee-sultado / É solidão”) é um dos maiores momentos da história da música brasileira. 1 — Coisa Mais Linda —  Se um dia, alguém  —  um estrangeiro, um alienígena  —  me perguntasse se existe uma única canção que resuma toda a música brasileira, eu indicaria esta gravação de João. A suavidade dos sopros, o sotaque dele e seu jeito de cantar, a leveza da percussão, a batida do violão: isso tudo é o Brasil em forma de música, um Brasil de uma época melhor, mais bela e feliz.
Foi problemático fazer a playlist do Spotify para este ranking. A discografia de JG está repleta de zonas cinzas, problemas contratuais e títulos fora de catálogo. Por exemplo, o serviço de streaming não oferece o antológico disco branco de 1973, nem o igualmente essencial disco ao vivo gravado em Montreux, ou o último álbum de estúdio, Voz e Violão. Além disso, uma barafunda de coletâneas apócrifas ocupa o lugar de vários lançamentos oficiais.
Clique no link para ouvir: Playlist João Gilberto
Marco Antonio Barbosa é jornalista, edita o Telhado de Vidro e o projeto musical Borealis. Twitter: @BartBarbosa
Todas as 119 músicas de João Gilberto, da pior à melhor publicado primeiro em https://www.revistabula.com
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