Aqui dentro do peito, a imensidão de um universo inteiro em constante expansão.
O vazio tão imperfeito que assola cada canto do meu coração.
A paúra de se encontrar sozinho, sangrando o mesmo tanto que as feridas que causei.
Sofrendo a ausência de tudo aquilo que amei.
As preces, nunca atendidas pelo Deus que deixei de acreditar.
As noites em claro sob a chuva que entrava pelas janelas da alma do meu próprio lar.
A incerteza de um futuro que tarda em chegar.
A dificuldade de ver beleza na vida que passava sem me tirar do lugar.
A insensatez de achar que não haveria mais brilho em nada que eu fosse encontrar. A luz que invadiu a porta, sarou as feridas, e preencheu os vazios. Esquentou cada canto frio. Transformou cada cinza em chama, cada dor em samba, cada grito em suspiro, cada dúvida em um só caminho.
O relance de encontrar tudo isso no brilho desse teu olhar. O rompimento do silêncio fúnebre, a cada decibéis do seu gargalhar. O realce de cada traço do teu deboche, enchendo de vida a alma que a própria vida tinha feito questão de tirar. O prelúdio de uma história de um amor pra recordar.
Quando não somos mais criança, o jeito é encarar a vida do jeito que ela é, de frente de verdade sabe, os fatos. Saber que mesmo você querendo muito e por algum motivo muito forte ainda assim você não pode ir, conseguir ou conquistar... Lembre-se que nem tudo é culpa sua.. na vida nem tudo podemos fazer sozinhos sempre, como amar por exemplo se você amar sozinho é melhor ficar sozinho do que com pessoa que não for recíproca... é mais solitário ser só, convivendo com pessoas... mas não é só com sentimentos, tem coisas que precisamos fazer e que precisamos realizar e dependemos de alguém, às vezes de um conselho, um apoio... e nem sempre temos, e ainda assim você não desiste, mesmo lutando e sofrendo mesmo sabendo que essa luta é só sua. Como você tivesse criado todo um sonho ou um projeto e derrepente alguém que você contava tanto, o motivo de tudo, o principal de tudo, como um alicerce ou coluna...desmorona, cai, sai fora, e você fica alí perdido procurando um motivo pra continuar e não consegue enxergar mais nada, e você sofre e chora tanto... E o tempo? o tempo passa tão rápido, tudo passa... e você fica alí sabe, esperando uma resposta mesmo sabendo que não há, e você entendeu muito bem o que aconteceu, só não teve coragem de acreditar ainda. E o pior de tudo é quando vem aquela enorme vontade de ir para um lugar e se isolar de tudo e só dormir... dormir para sempre.
O amor tem nome, mas não é nada que a gente possa reconhecer só de olhar. A dor a gente sabe o que é, tem lugar e intensidades que cabem na ciência. A raiva, o medo, o ódio entortam a cara com um jeito provável de se manifestar. Mas e o amor? O que é senão um monte de gostar? Gostar de falar, gostar de tocar, gostar de cheirar, gostar de ouvir, gostar de olhar. Gostar de se abandonar no outro. O amor não passa de um gostar de muitos verbos ao mesmo tempo.
“Muitas vezes a nossa incessante disponibilidade para ajudarmos tudo e todos pode ser, secretamente, um simples pedido de ajuda... para que alguém nos olhe, nos oiça e nos acolha...”