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#solidão tem seu nome
hashimoto3-14 · 1 month
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Rascunho de um pensamento confuso
Há muito que já não escrevo, mal tenho sobre o que escrever, ou talvez tenha perdido o jeito.
A vida tem se tornado comum, o poético já não me abala e o cansaço me consome, tenho lido livros novos para ver se surte algum efeito sobre meu estado letargico.
Me afastei de amigos, rompi com amores e não tenho mais paciência com meus gatos. Aprendi que meu nome é apenas um nome, não tem nada de errado em ser pronunciado pelas pessoas que eu tento amar miseravelmente.
Tenho falhado com todos e acima de tudo, tenho falhado comigo mesma e essa é a pior das dores. Aparentemente não aprendi com meus erros do passado, estou em um ciclo amaldiçoado em que eu sou a minha pior inimiga, tenho preencido meu tempo livre com músicas altas o suficiente para não dar espaço para meus pensamentos me torturarem…
Eu nem sequer consigo me lembrar da última vez em que vi algum familiar meu e por mais que me sinta extremamente solitária, entendo que isso faz parte de minha personalidade insuportável e complicada, já não sei mais conviver em sociedade e anseio a solidão.
Anseio controlete total e nada me é mais confortável que meu espaço seguro e solitário onde posso ser extremanente sistemática com tudo.
Hoje me peguei pensando sobre como amo meus avós, mas que talvez não os veja mais com vida por conta desse perverso estilo de vida que escolheu me levar…
Amo e amo profundamente, amo meus avós, amo meus pais, amo minha casa que só me da dor de cabeça, amo os livros que estou com dificuldade para ler por não ter mais concentração. Amo os poemas, os poetas, amo as músicas, as paisagens urbanas, amo escrever e amo o mundo, amo os pequenos momentos felizes que essa vida cretina pode nos oferecer sazionalmente. Amo quem parte meu coração, quem me faz sorrir e chorar. Amo a chuva que me alegra no serviço e também amo alguns dos meu companheiros de trabalho. Amo o sol que me esquenta a alma. Amo as flores que dão orgasmos a meu inútil coração. Amo a pessoa para qual nunca serei o bastante.
Eu amo, e amo muito e amo intensamente. Amo agora calada, amo com os olhos e o coração, amo com minha alma e amo sem fazer alarde. Amo como uma criança que chora baixinho e sozinha. Amo como uma criança que a mãe sempre proibiu de chorar alto e teve que "engolir o choro". Amo agora calada, amo acanhada pois já amei gritando e explodindo, já amei declarando orações de amor, promessas e juramentos, já amei com euforia e ansiedade. Amei de um jeito que quase me matou e muito me fez querer morrer, e por isso, agora amo tudo mas amo acanhada com o que me sobrou da pessoa que costumava gritar tudo que amava, amo hoje com a vergonha do que sou e do que me tornei….
Mas ainda amo, mesmo que com o peito ardendo e a mente gritando e me torturando.
Eu te amo e eu sempre te amarei, eu te amo agora baixinho de um jeito singular que nem eu saberei decifrar. Eu te amo, mesmo que tenha acabado de te dar meu último "adeus", eu te amo com as lembranças que sobrarão em meu tosco coração que de nada me serve se não para sofrer.
Eu te amo como amo meus pais, como nunca irei amar meus irmãos, e como um dia já amei minha tia. E agora te amei com mágoa e saudade. Amarei você com ainda mais distância e ainda menos tempo. Te amarei sabendo que agora o fim é oficial e nossa historia foi um amor juvenil e tolo… Te amarei desejando seu bem e indo atrás do meu…
Te amo hoje, sempre e por toda a eternidade mesmo que finita e númerada.
-Com amor, H.
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pseudonimobeijaflor · 4 months
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Eu permiti que deuses consumissem minh'alma como oferenda noite passada. Noite passada há mil anos atrás. Nessa tal noite eu era a pagã mais procurada que caminhava pela terra, era a mulher apedrejada por errantes sentados em seus tronos de madeira, que sentiam-se em tronos do mais puro ouro do planeta. Eu ri de suas faces, sangrando, mas sem deixar de caminhar, eles já estão mortos, essa noite foi há mil anos, mas minha alma virou eterna aprendiz e a deles se desfez em hipocrisia. Noite dessas eu me permiti ser um peão em um jogo de xadrez, então indo contra todas as expectativas, dei xeque na rainha e pulei casas acima do rei, que ficou imponente perto da minha pequenez. Disseram que fiz tudo contrário as regras. Mas regras não se aplicam a almas consumidas por deuses. Então me safei de mais uma condenação. Dia desses minha pele quase virou cinzas andando pela luz ardente do dia, porque minha alma ardia e eu achei ser necessidade de enxergar o sol, e encontrar afeto em qualquer olhar perdido, em qualquer esquina. Mas não. Ela ardia por estar fria, e por pertencer a deuses que só gostam da escuridão.
Dias, tardes e noites dessas, eu me arrependi em ser oferenda e consumida por seja lá quais deuses que se interessaram pela minha fragilidade. Não perguntei seus nomes, nao quis me simpatizar com os semblantes, eu quis ser eterna por um instante e sentir o poder de dominar aquilo que está fora do meu controle. Mas ali nada mais valia. Eles eram a personificação dos meus demônios, não deuses, e eu deixei, em minha fraqueza, que tomassem contam de mim. Fui tão grande como minha ansiedade, fui tão forte quanto minha depressão. Fui tão infinita quanto minha tristeza. Mas aí percebi que a eternidade tem um preço alto de solidão.
Dia desses, há mil anos atrás, eu fui só um tanto humana demais, falhando em não conseguir exorcizar esses dragões, que reinam como deuses em meu coração.
Beija-Flor.
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because-i-lost-it-all · 7 months
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it hurts to be something, it's worse to be nothing with you
eu queria te contar da mariposa que vi esses dias atrás e de como me lembrei de ti, de como sempre lembro de ti quando vejo animais que muitas vezes são tidos como grotescos ou nojentos porque você sempre foi mais chegada neles
queria te dizer que que depois que peguei diga pt II da fresno na guitarra eu chorei, chorei porque sabia que não iria poder compartilhar uma conquista contigo, chorei pela falta que faz ter você nos meus dias ensolarados em que o sol me irrita os olhos e da solidão que são as noites quentes que me fazem me perguntar se o mundo tá mesmo acabando
desde que você se foi eu tenho tentado tanto, eu disse pra mim mesmo e pros meus amigos que não é o fim do mundo e deus quem dera fosse, o fim é muito mais difícil quando você tem que acordar no dia seguinte e trabalhar, conversar com as pessoas, seguir com sua vida como se não tivesse uma parte dela faltando
eu queria te contar dos meus pacientes e da conversa que tive com um deles, de como às vezes a gente acredita tanto no que nos é dado como verdade ao longo da vida que aquilo passa a ser nossa verdade mesmo
será que em algum momento foi verdade, audrey?
será que em algum momento você olhou pra mim e viu não um menino assustado que faz piada com qualquer coisa pra tentar disfarçar um pouco a solidão dos dias, mas viu a pessoa que passou a te amar incondicionalmente mesmo através de milhares de quilômetros de distância?
nesses últimos dias minha for you page do tiktok não tem nada além de edits do simon e da betty de hora de aventura com a música da mitski de fundo, e me deixa triste de ver como mesmo perdido em toda a loucura ele nunca deixou de amar a mulher que ele queria pra vida dele
e eu ainda te amo loucamente, audrey.
desde outubro de dois mil e vinte quando você sumiu por metade do mês e eu achei que nunca mais iria falar contigo
desde o dia que você apareceu de novo e eu tive certeza que te perder seria perder uma parte de mim
e eu continuei te amando, na distância que por muitas vezes não parecia existir entre nós
nas noites em que a gente assistia um filme juntos ou nas vezes que você me fazia ouvir taylor swift ou the 1975 e que eu fingia não gostar só pra te fazer raiva
mas você sabia, eu também, eu sempre amei tudo em você
desde seus gostos mais estranhos até tudo o que você tinha que acabou virando parte de mim também
eu costumava sentir que junto a ti o céu era nosso lugar, era tudo feito pra mim e pra você
e agora tudo isso tá caindo encima de mim.
eu te amei, e eu te amo, audrey
nos momentos de loucura e nos pequenos episódios de sanidade
porque te amar foi a coisa mais fácil que eu fiz durante todos esses anos
foi tão natural quanto respirar ou saber que o sol nasce amanhã.
e eu vou continuar te guardando comigo, pelo tempo que for necessário, pela vida toda. vou continuar lembrando de como seu sorriso me contagiou no dia que você colocou as presas de vampiro. ou de como a gente sempre ria das mesmas piadas
vou te guardar comigo porque a lembrança do que você era é tudo que me sobrou, é tudo que eu tenho
depois de você eu tenho esse vazio que ainda anseia por uma mensagem sua, uma notificação
que ainda entra nas suas redes sociais na esperança de ver seu sorriso mais uma vez
que checa seu spotify pra escutar sua playlist mais nova e me sentir mais perto de você de novo
porque quando dostoiévski disse 'e com o que sonhar, se desperto me vi tão feliz ao teu lado?' ele não poderia ter descrito tão bem o que eu sinto
você sempre gostou do que eu escrevia, audrey, e por isso eu te dedico meu maior manifesto, te dedico o único dos meus textos que eu cito um nome, seu nome
porque por esses últimos anos foi o único nome que tinha o gosto doce na minha boca
e é o único nome que eu quero guardar a sensação de pronunciar, como uma oração que eu repito todas as noites na esperança de acordar no dia seguinte do seu lado
eu sei que não vou, não somos mais
com amor,
matheus.
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mrrorimage · 6 days
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FIVEL STEWART? Não! É apenas DUNCAN ROCKBELL, ela é filha de HERMES do chalé ONZE e tem VINTE E SEIS ANOS. A TV Hefesto informa no guia de programação que ela está no NÍVEL III por estar no Acampamento há DEZOITO ANOS, sabia? E se lá estiver certo, Duncan é bastante LEAL, RESPONSÁVEL e EMPÁTICA, mas também dizem que ela é APREENSIVA, RÍGIDA e EMOTIVA. Mas você sabe como Hefesto é, sempre inventando fake news pra atrair audiência!
TRÍVIA ✯ CONEXÕES ✯ DIÁRIOS ✯ PLAYLIST
𝑜𝑛𝑒. poderes —
Imitação — Duncan é capaz de imitar e copiar características de outras pessoas, desde sua caligrafia e trejeitos até sua voz e estilo de luta. O uso mais constante de seus poderes é em batalha, para compreender a forma como o adversário se move e, assim, poder evitá-lo e atingi-lo em suas fraquezas, mas vez ou outra os utiliza para imitar as vozes de outros campistas para brincar com eles.
Onilinguismo — Um poder digno da prole do deus mensageiro e dos viajantes, Duncan consegue falar, escrever, entender e se comunicar em qualquer língua, incluindo línguas de sinais e idiomas esquecidos pelo tempo. Ela também pode usar essa habilidade para decodificar mensagens escritas em código, por entender como ele funciona uma vez que o vê, ou escritas de trás para a frente. Assim, ela consegue entender e traduzir qualquer fala ou mensagem assim que a ver ou escutar.
𝑡𝑤𝑜. habilidades —
Agilidade sobre-humana e reflexos sobre-humanos.
𝑡𝘩𝑟𝑒𝑒. atividades —
Instrutora de combate corpo-a-corpo, membro da equipe azul de queimada e membro do clube de artesanato.
𝑓𝑜𝑢𝑟. armas —
Canhota e Destra são dois bastões de bronze celestial que Duncan usa, respectivamente, nas mãos esquerda e direita. Seus nomes são para que a semideusa lembre qual lado é qual, já que sempre teve dificuldade com direções. O cabo de Canhota possui o desenho de uma cobra enroscando-se por todo seu comprimento, enquanto o de Destra está adornado com desenhos de penas de pássaro. Além de serem usados separadamente, os bastões podem se conectar em suas extremidades para tornarem-se um bordão, o que oferece a Duncan versatilidade no campo de batalha.
𝑓𝑖𝑣𝑒. história —
Duncan Rockbell nunca teve ambições de grandeza. Talvez por ter crescido em uma mansão cheia de pompa e tranqueiras caras demais, sem nunca entender o que havia de tão importante nos rios de dinheiro que a mãe gastava nelas; talvez por ser a irmã gêmea de Gilbert, sempre magnético e carismático, e a quem jurara proteger antes de sequer aprender o peso verdadeiro de uma promessa; ou talvez até por ser a irmã mais velha de mais dez crianças, o ato de carência e caridade de Elinor Rockbell para suprir a solidão deixada por Hermes ao abandoná-la, ainda que não se sentisse irmã de nenhuma delas.
De qualquer forma, o que importa é que Duncan estava acostumada à ideia de assistir pelas coxias e aproveitar o espetáculo, então, quando Quíron olhou-a no rosto e disse: “Você é uma semideusa, Duncan”, ela se viu mais interessada na perspectiva de ter um lugar para chamar de lar do que na de tornar-se uma heroína lendária.
A maneira como parara no Acampamento Meio-Sangue não é tão emocionante quanto o que fizera depois — aparentemente, manter gêmeos semideuses unidos a toda hora não é muito inteligente caso queira que eles vivam —, e, mesmo assim, a vida em Long Island era tranquila… Quando não estava lutando contra monstros e arriscando a própria vida, claro. O chalé sempre cheio de Hermes era o tipo de bagunça que amava e, com os anos de campista, adotou o manto dos meios-irmãos que a acolheram e tornou-se aquela que acolhia, a irmã mais velha para os que precisavam de uma. Junto a Gil, também assumiu o cargo de instrutora de combate corpo a corpo após a saída dos anteriores — Duncan é quase tão boa na luta desarmada quanto é com seu par de bastões, que não hesitará em usar contra inimigos ou campistas desavisados num jogo de Caça à Bandeira. Pacifista como seja, ela jamais negará uma competição amistosa.
Contudo, apesar da identificação com o chalé de Hermes, o estereótipo que acompanha a prole do deus ladrão não se aplica a Duncan. Pelo contrário: é ela quem vigia os meios-irmãos para que não apareçam com objetos que não os pertençam, incluindo o próprio Gilbert. É, todavia, uma filha de Elinor, e, por mais que não aprove a ostentação da casa em Manhattan, desenvolveu certo gosto por colecionar “lembrancinhas”. Nada mais são do que tralhas rejeitadas ou coisinhas aleatórias que encontra por aí, como um lembrete de um bom momento ou de uma missão que cumprira, e às vezes faz delas acessórios para os irmãos ou decorações para o chalé. Ao fim do dia, Duncan é uma romântica: idealizadora e demasiadamente apegada aos detalhes, o que também reflete em sua lealdade incondicional àqueles que ama.
𝑎𝑔𝑜𝑟𝑎 ... As dezoito contas em seu colar de campista denunciam que a garota é uma veterana calejada. Porém, talvez nada tenha a perturbado tanto quanto presenciar Rachel Elizabeth Dare proferir uma profecia dos deuses. Mesmo que o irmão e ela quase nunca saiam do perímetro do Acampamento Meio-Sangue, a preocupação pelos colegas semideuses causou o aperto no coração que sentira ao assisti-los retornar em pleno inverno, convocados de volta ao lar por Dionísio. Duncan já é madura o bastante para compreender os perigos que um meio-sangue vive por sua descendência divina, e, diante deste novo, será a pessoa a defender o Acampamento e os irmãos custe o que custar — mas, se tiver que ser sincera, lamenta ainda mais que a paz de nenhum deles dura muito tempo, como todo semideus é amaldiçoado a viver.
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santoyeshua · 8 months
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~ 𝖀𝖒 𝖗𝖊𝖈𝖆𝖉𝖔 📬~
Jesus te ama. E por mais distante que você se sinta dele, Ele ainda está por perto. Jesus se importa com você, Ele conhece suas mágoas, traumas e medos. Ele te conhece mais do que você mesmo. saiba que o alento que o Senhor pode dar a você é capaz de tirar o vazio e a solidão da sua alma. Jesus tem o poder de trazer vida e luz aonde só havia escuridão. Ele é poderoso para curar e salvar, assim como Ele fez comigo. Antes eu acreditava que não havia salvação pra mim, mas então Ele me encontrou, me salvou e me mostrou toda a sua bondade. Saiba que Deus deseja revelar a você o seu verdadeiro propósito neste mundo perdido. Existe um propósito para a sua vida eu garanto. Chame por Ele e Ele te ouvirá, Pois Jesus nunca desampara aqueles que confiam nEle e esperam na sua palavra.
"Os que conhecem o teu nome confiam em Ti, pois Tu, Senhor, jamais abandonas os que te buscam." - Salmos 9:10
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thelostsshoe · 1 month
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ᴅᴏ ʟɪxᴏ ᴀᴏ 𝐋𝐔𝐗𝐎 🪄
a história da gata borralheira que virou princesa.
𝐧𝐨𝐦𝐞. Ella Grimaldi
𝐩𝐫𝐨𝐧𝐨𝐦𝐞𝐬. Ela/Dela
𝐜𝐨𝐧𝐭𝐨. cinderela
𝐩𝐚𝐩𝐞𝐥. cinderela
𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞. 29 anos
𝐚𝐩𝐞𝐥𝐢𝐝𝐨. Cinderela, Cindy
𝐨𝐜𝐮𝐩𝐚çã𝐨. Rainha, Princesa, Empresária e Florista
𝐚𝐥𝐭𝐮𝐫𝐚. 1.70
𝐬𝐞𝐱𝐮𝐚𝐥𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞. "meu marido??"
aesthetic . headcanons & blooming affairs & conexões abaixo do read more.
𝐁𝐋𝐎𝐎𝐌𝐈𝐍𝐆 𝐀𝐅𝐅𝐀𝐈𝐑𝐒 🌹
Proprietária do Blooming Affairs, uma floricultura que foi comprada e lhe dada de presente por seu marido após Cinderela mostrar interesse em arranjos de flores. A loja conta com as flores mais belas e frescas, e além dos arranjos prontos o local também dispõe de funcionários dispostos a ajudar os clientes ajudar a montar seu próprio arranjo. A Blooming Affairs é a única floricultura que conta com o famoso buquê de diamantes (Boatos que a Guinevere ganhou um recentemente), os modelos de buquê de diamantes vão de um inteiramente de diamantes ao de flores naturais com diamantes no centro.
Além das flores, o Blooming Affairs também conta com um clube de membros especiais que se encontram quinzenalmente para um brunch com direito a uma one-day-class (modalidade onde os membros tem aula de um dia sobre um ofício), os boatos é de que o clube foi criado para acabar com a solidão da princesa.
Nada de fato foi ideia de Cinderela, a marca e o clube nem eram dela antes do reino dos perdidos, inclusive o/a antigo/a dono/a trabalha para ela atualmente. Não foi nem a Cinderela que escolheu a lista de membros do clube. Cinderela também não é a melhor florista da loja ou a melhor anfitriã, mas ainda é a dona.
𝐇𝐄𝐀𝐃𝐂𝐀𝐍𝐍𝐎𝐍𝐒 👑
* Cinderela mal se lembra de sua mãe, uma das poucas pinturas que tinha dela em sua casa foi descartada quando ainda era criança.
* Visita regularmente o túmulo de seus pais. Quando era mais jovem, uma aveleira brotou próximo aos túmulos da sua mãe. Em tempos de tristeza a sombra da árvore era seu refúgio.
* Poucos sabem, mas Cinderela já chegou a tentar fugir da casa da onde vivia com a madrasta. Tentou fugir com a companhia de teatro que ~ secretamente ~ fazia parte, mas teve seus planos frustrados por sua madrasta.
* Cinderela fazia parte de uma companhia de teatro, que tinha o costume de manter a identidade dos atores em segredo do público com uso de máscaras. Cinderela usava a máscara (e o pseudônimo) beija - flor.
* Cinderela já pensou em voltar a atuar, mas foi frustrada pelo conselheiro real que prontamente lhe afirmou que rainhas não podem ser atrizes.
𝐂𝐎𝐍𝐄𝐗Õ𝐄𝐒 💐
ops. you're not invited . muses não foram convidadas/es a compor o clube da cinderela e ficaram sentidas/us e indignadas/us por isso. elas/us podem estar de mal com a princesa ou tentando bajular-la para entrar. p.s: cinderela não faz a lista de convidadas. (0/3)
os camaradas . o nome da companhia de teatro secreta que cinderela e muses faziam parte. atualmente não estão mais ativos, mas por que? cinderela não sabe, já que antes perdeu contato com a trupe antes deles se desfazerem. (0/3 - canon)
first kiss . será que muse sabe que foi o primeiro beijo da rainha de castle dreams? foi em cena? sim, mas cinderela sempre lembra dele como seu primeiro beijo. (0/1 - canon)
favorite princess . cinderela é a princesa favorita de MUSE que decidiu tietar a princesa e lhe dar todaaaas as informações sobre quem é cinderela em seu mundo. cinderela não pode negar que acha tudo que MUSE fala interessantíssimo. (0/1 - perdido)
one day class . MUSE 01 foi convidadu para dar um dia de aula sobre seu ofício (seja qual for) no blooming affairs e acabou se aproximando de cinderela. MUSE 02 é um perdidu que acabou conversando com cinderela sobre o que faz em seu mundo e ela está convencida de que elu deveria ensinar sobre seu ofício no clube. (0/2)
princesses assemble! o clube vip do blooming affairs reúnem todas as princesas e figuras relevantes dos reinos para encontros quinzenais para um brunch e uma atividade estilo one-day-class. tudo é devidamente organizado pela equipe da floricultura. dizem que quem escolhe as membros é a própria cinderela, mas na verdade é o assistente real que a acompanha. (∞)
o "sócio". o blooming affairs era a marca de muse, mas as coisas não deram muito certo para ele/a e teve que vender para a cinderela. atualmente trabalha como uma espécie de diretor criativo. (0/1)
admirador(a). muse não conhecia a real identidade da beija-flor que se apresentava mascarada junto aos camaradas, mas nutria uma forte admiração pela atriz. (0/1)
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ohjunz · 24 days
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☁️  ⠀    *  ⠀  𝐢 𝐣𝐮𝐬𝐭 𝐰𝐚𝐧𝐧𝐚 𝐠𝐨 𝐛𝐥𝐮𝐫 𝐭𝐡𝐞 𝐥𝐢𝐧𝐞 𝐚𝐧𝐝 𝐥𝐞𝐚𝐯𝐞 𝐨𝐮𝐫 𝐚𝐟𝐟𝐥𝐢𝐜𝐭𝐢𝐨𝐧𝐬 𝐛𝐞𝐡𝐢𝐧𝐝 — 𝐭𝐡𝐞 𝐬𝐤𝐲 𝐢𝐬 𝐜𝐨𝐦𝐢𝐧𝐠 𝐝𝐨𝐰𝐧, 𝐢 𝐤𝐧𝐨𝐰 𝐢𝐭'𝐬 𝐬𝐭𝐫𝐚𝐧𝐠𝐞, 𝐛𝐮𝐭 𝐡𝐞𝐚𝐯𝐞𝐧'𝐬 𝐚 𝐦𝐢𝐧𝐝𝐬𝐞𝐭 𝐚𝐰𝐚𝐲.
o apartamento F1 da torre TWILIGHT não está mais vago. quem se mudou para lá foi CHOI JUNHO, que tem VINTE E QUATRO anos e, aparentemente, estuda ARTES VISUAIS. estão dizendo que se parece muito com CHOI YEONJUN, mas é bobagem. não esqueça de dar as boas vindas!
sobre.
nome: choi junho. idade: 24 anos. fc: choi yeonjun. sexualidade: bissexual. ocupação: no turno da noite, alterna entre trabalhar como garçom em um restaurante requintado e caixa em uma loja de conveniência. vez ou outra também cobre turnos no restaurante da mãe para ajudar. além disso, faz bicos onde conseguir.
headcanons.
junho nasceu e cresceu em uma das partes menos bonitas do subúrbio de seul. a mãe é proprietária de um restaurante tradicional pequeno que parece ter parado no tempo nos anos 90. o pai saiu de cena antes do seu décimo aniversário, depois de afundar a família em dívidas de jogo que junho e a mãe pagam em frações generosas até hoje.
alugar o apartamento no haneul complex foi uma decisão estratégica em razão da distância da faculdade, e ainda é um desembolso dolorido apesar da pechincha do aluguel.
junho é um espírito sociável, mas não desdenha da solidão quando a inspiração o chama, conhecido por se isolar no apartamento por semanas quando está trabalhando em alguma coisa.
faz faculdade de artes visuais, mas de todas sua paixão é a pintura. se você o vir pelos corredores com uma carranca, dois botões desfeitos e tinta a óleo no cabelo, pode saber que ele está passando por um bloqueio criativo e seu humor não está dos melhores.
wanted connections.
tba.
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klimtjardin · 1 year
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V E R Ã O  1 2 7
Leitora x NCT 127
Parte 1 | Parte 2
{Seu primeiro encontro com o NCT não foi bem como esperava... mas agora você terá que conviver com os neos para valer; me inspirei em vários vídeos que tem no canal deles, então as semelhanças não são coincidências dessa vez, rs; temas diversos}
As mãos juntam-se sobre o colo quando o carro sacoleja, à medida que avançam pela estrada de terra. Soube que ficará hospedada em uma casa no campo.
Ficarão. Você e os meninos, e toda a equipe responsável por eles e pelas gravações. Foi o que te disseram.
Conhece ninguém dentro daquele carro; ninguém que te recebeu na empresa está com você, e talvez seja isso que esteja aumentando seu nervosismo. Sabe o nome de ninguém, além do seu. Começa a duvidar até se sabe o nome dos meninos. Olha para as árvores ao longe, que surgem igual pinceladas impressionistas diante do vidro do carro. Distingue as folhas quando o veículo começa a diminuir a velocidade, ao se aproximar do sítio de gravações; brilhantes e verde-escuras, com frutos verde-claro: são cinamomos, como os quais costumava brincar na infância. Pensa. Quer ver os meninos, quer conhecê-los de perto, mas não tem mais certeza se será como imagina.
— Tá ansiosa? — a carona ao seu lado, outra staff, pergunta. 
Deve ser pelo seu silêncio sepulcral; ou você está fria, com um semblante de pavor. Pergunta-se como deve ser não ter um pensamento na cabeça. Sequer uma vontadezinha de prever o que ainda vai acontecer.
— Um pouco. — responde. 
Ela ri, como se ri de uma pergunta ingênua feita por uma criança. 
— Quando chegar lá, a equipe vai te explicar tudo. Não se preocupa. Os meninos estão ali — Ela indica o carro que segue atrás do carro de vocês. — Você só precisa fazer o que te disserem. 
Você assente sem saber se isso é boa coisa ou não. 
Aos poucos se descobre o cenário escolhido para as gravações, e pode ter também o vislumbre de toda a equipe que trabalha antes mesmo de chegarem. Há operadores de câmera do lado de fora da casa, conversando, ajustando e produzindo imagens. Descem do carro. 
A staff responsável por você te leva adiante, para dentro da casa, enquanto os demais se ocupam com suas malas. É um lugar agradável e silencioso, como uma cabana. O interior é feito de tábuas de madeira escura, quente, pouca decoração em detalhes neutros. De certa forma lembra seu apartamento, o que é um conforto em meio a sensação inexplicável de solidão, observando a equipe trabalhar concentrada, como se você ali fizesse nenhuma diferença. 
Após te fazer cumprimentar todos os reunidos na sala principal, a staff te leva a um quarto à parte. Lá, duas profissionais cuidam do seu cabelo e maquiagem. Até então, é o único momento em que você se sente distraída dos seus pensamentos. Elas conversam com você, perguntam o que podem ou não fazer. Te fazem rir ao dizer que a luz usada para gravar deixa qualquer pessoa feia, e por isso elas precisam usar várias técnicas de maquiagem, que você jamais saberia replicar. Percebe, antes mesmo de sair do quarto, que o som alto das conversas do lado de fora, silenciou. Minutos depois está de volta à sala principal. Agora já sem um número considerável de pessoas que antes a ocupavam, porque os meninos estão lá.
E antes que possa - novamente - reagir, um deles percebe sua presença e faz os demais te cumprimentarem. É o primeiro sorriso verdadeiro que dá, desde que toda essa bagunça começou. Incrível como eles têm o poder de te passar essa energia. Você já se considera bobinha só de olhá-los mais de perto. E ansiosa, porque seus joelhos tremem. 
O diretor conversava com eles e pede que você se aproxime para ouvir também. Junto dele, a equipe reduzida: dois staffs e os operadores de câmera, som e luz. Você olha para cima, para Johnny, que está mais próximo. Ele é alto mesmo. Johnny percebe e sorri de volta. Suas bochechas ardem.
— O que foi?! — o diretor acha graça. — Tudo bem, você vai ter bastante tempo pra olhar pra eles agora!
Os meninos riem e você também. Um clima bem melhor, que te torna automaticamente mais relaxada. O diretor explica, com essas palavras, qual vibe ele quer para o início. E enquanto ele fala, alguém ajusta seu microfone na sua roupa.
— Então, é dever de vocês agirem como se ela fosse sua irmã mais nova.
Os meninos assentem. Volta-se para você:
— E você deixe eles serem gentis com você. Agora nós vamos gravar, e o que eu quero que façam é conversar um pouco para se conhecerem. Podemos? — a pergunta dele é mais uma ordem do que um questionamento sincero.
Então, pela segunda vez naquele dia, assim que o diretor anuncia que está gravando, os meninos te cumprimentam. É bem menos artificial do que você imaginou ao ver a preparação. Você, literalmente, esquece que está sendo gravada e um sorriso largo ocupa seu rosto. Sua nas mãos. São tantas nuvens de pensamento que nem consegue emitir uma impressão sobre cada um, mesmo atenta aos pares de olhos te encarando. Imagina as edições que serão feitas sobre as filmagens depois, com textos ao redor de você e deles, para tentar ilustrar seus sentimentos. O diretor pede que se sentem no chão e assim o fazem. Os meninos ainda estão afastados de você, formando uma meia-lua e te deixando isolada de frente para eles. 
— Ô, eu não mordo, tá? 
Eles riem e o staff também ri. E Johnny, que está na ponta, se aproxima mais de você, fazendo com que os demais o imitem. Eles te olham, possivelmente curiosos com o que você vai dizer, e vice-versa. Mas desse jeito, ninguém vai a lugar algum.
— Tudo bem? — Johnny pergunta, nitidamente com vontade de rir.
Você cobre o rosto por mesmo motivo:
— Tá ótimo.
Alguém do staff grita “conversem!” para evitar o silêncio.
— Nossa, mas que ambiente tranquilo de se conversar... — você desdenha e os meninos gargalham. — Não são vocês quem deveriam me fazer perguntas? — retorque, afinal, o básico sobre os nove você já sabe.
— Oh, é! que falha a nossa, não é?! — diz Mark. — Então, tipo, tipo, é... O que...
— Fala, Mark! — os meninos parecem achar graça da sua altivez. E se o diretor teve alguma ideia de te fazer parecer ingênua, foi por água abaixo no segundo em que decidiu abrir a boca.
— Quem de nós você mais queria conhecer? — dispara Haechan.
Você olha para a câmera, tendo seu próprio momento Fleabag.
— Você — responde. Não é verdade, no entanto. Só quer ver a reação dele.
Haechan abre a boca e não fala nada.
— Oh, ela- ela... inacreditável..
O staff parece se divertir bastante com as suas tiradas, desde que nenhum deles pediu para você parar. Um deles estende um quadro branco e canetinhas no chão, e passa informações para Taeyong, enquanto o outro arruma uma caixa diante de vocês. Em seguida, pedem que você se sente ao lado do líder - bem no meio dos meninos - porque vocês precisam definir uma rotina de tarefas, que incluem limpeza e organização da casa, e também atividades para se ocuparem enquanto estiverem juntos.
— Ah, não... não foi isso que eu pedi... — pensa alto. — Olha aqui, se vocês deixarem tudo nas minhas costas...
— A gente nunca faria uma coisa dessas — defende Johnny.
— É bom mesmo, filma isso aí que ele disse! Eu não vou andar atrás de marmanjo catando coisa não!
— Calma aí, mas é fã ou é hater? — Doyoung ri.
— Eu posso ser as duas coisas, viu?
— O Taeyong tá se divertindo demais com essa conversa — aponta Doyoung.
— Eu?! Tá bem, então pra divisão ser justa, a gente vai tirar todo mundo ao mesmo tempo, as pelúcias daqui — aponta a caixa — e quem pegar da mesma cor vai estar no mesmo time, ok?
— Siiim! — vocês gritam em uníssono, como alunos do jardim de infância.
— Calma, calma, mas não seria melhor ela ir mudando de grupos, tipo, um dia com cada um? — sugere Mark, apontando para você.
— Você quer é me ver fazendo todo o trabalho, é?!
— Não, não! — ele nega, rindo — eu quis dizer, assim você aproveita melhor com cada um de nós.
Sente o coração derreter. É extremamente adorável da parte de Mark ter pensado nisso.
— As atividades são: — o staff corta o momento de vocês para o anúncio — cuidar da horta, cozinhar, lavar a louça e limpar a cozinha, arrumar os quartos. Então, você pode deixar eles formarem grupos no sorteio.
Assim é, após os meninos discutirem brevemente e sortearem os grupos. Estar ali sentada não é tão diferente de quando você reserva um momento para assistir os vídeos do NCT no YouTube. A diferença fica por conta de que, desta vez, você está participando das conversas, reagindo junto deles. Percebe os olhares furtivos na sua direção, na mesma medida que espia cada um, para se certificar de que está acontecendo. O resultado é que na primeira tarefa, cuidar da horta, você é pareada com Haechan e Johnny. Irá cozinhar com Yuta e Doyoung. Lavar a louça e limpar a cozinha com Jaehyun, Taeyong e Jungwoo, e por fim, arrumar os quartos com Mark e Taeil.
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sefaygun · 3 months
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⊹ 、 ⠀ ་ ⸼ ⸒ ✟ ⠀ ⠀ ⠀𝐇𝐀𝐍𝐃𝐄  𝐄𝐑𝐂𝐄𝐋?  não!  é  apenas 𝐒𝐄𝐅𝐀  𝐀𝐘𝐆𝐔𝐍,  ela  é  filha  de 𝐇𝐀𝐃𝐄𝐒 do  chalé 13 e  tem 27  𝐀𝐍𝐎𝐒.  a  tv  hefesto  informa  no  guia  de  programação  que  ela  está  no 𝐍𝐈𝐕𝐄𝐋  𝐈𝐈𝐈 por  estar  no  acampamento  há 14  𝐀𝐍𝐎𝐒,  sabia?  e  se  lá  estiver  certo, 𝐒𝐄𝐅𝐀 é  bastante  𝐎𝐓𝐈𝐌𝐈𝐒𝐓𝐀  mas  também  dizem  que  ela  é 𝐒𝐀𝐑𝐂𝐀𝐒𝐓𝐈𝐂𝐀.  mas  você  sabe  como  hefesto  é,  sempre  inventando  fake  news  pra  atrair  audiência.
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Instrutora  de  meditação  (tem  o  gênio  complicado);
Tem  o  costume  de  gravar  mantras  e  escuta-los  durante  o  dia.  Uma  forma  de  manifestar para o universo  e  também se  manter  na  linha;
Estudou  medicina  por  2  anos  em  Nova  Roma;
Faz  de  tudo  para  não  ir  em  missões,  mas  quando  entra  só  sai  arrastada  (literalmente);
BFF  das  sombras  e  criaturas  duvidosas  do  pedacinho  de  submundo  que  costuma  caminhar;
6°  sentido para  morte.  Sente  quando  tem  corpos  por  perto.
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⊹ 、 ⠀ PODERES
Sefa  tem  acesso  a  um  plano  sombrio  por  onde  pode  se  transportar  e,  por  vezes,  levar  a  outros  consigo.  Acessado  através  das  sombras,  o  plano  é  notoriamente  complicado  e  repleto  de  armadilhas,  sendo  completamente  imerso  em  escuridão.  Caso  esteja  acompanhada  ao  atravessá-lo,  seu  convidado  precisa  estar  em  contato  direto  com  a  semideusa,  do  contrário  não  conseguirá  retornar  ao  plano  mortal,  ficando  perdido  para  sempre  em  suas  profundezas.  Embora  Sefa  tenha  um  senso  natural  de  direção  quando  no  plano,  sequer  ela  está  a  salvo  de  ficar  presa  nas  sombras  que  a  levam  ao  lugar,  o  qual  jura  fazer  parte  do  submundo.  Além  disso,  a  semideusa  aprendeu  a  usar  a  habilidade  como  arma,  usando-o  sem  dó  contra  seus  oponentes. 
O  plano  sombrio  não  é  um  lugar  desabitado.  Antes  de  Sefa  começar  a  usá-lo  como  arma,  monstros  já  viviam  no  vazio.  A  sorte  da  semideusa  é  ter  feito  amigos  sem  querer  por  lá.
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⊹ 、 ⠀ HABILIDADES
Agilidade  sobre-humana  e  previsão.
⊹ 、 ⠀ ARMA
Umbra  Mortis.  O  par  de  adagas  de  ferro  estígio  carrega,  além  das  lâminas  afiadas,  a  capacidade  de  desorientar  o  oponente  ao  resvalar  uma  contra  a  outra.
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⊹ 、 ⠀ BIOGRAFIA
Talvez  fosse  o  destino  dos  filhos  de  Hades  serem  fadados  à  solidão. 
Talvez,  numa  brincadeira  mesquinha  das  moiras,  fosse  a  falha  mortal  dos  herdeiros  do  submundo. 
Talvez…  Fosse  a  única  parte  de  si  que  o  pai  compartilhou  com  sua  prole.
Qualquer  que  fosse  o  motivo,  Sefa  preferia  atribuir  a  outros  as  causas  da  própria  solidão.  Decerto  não  poderia  ser  culpa  sua;  não  quando  o  sentimento  a  acompanhava  até  onde  conseguia  lembrar.  Cresceu  sozinha,  afinal,  com  um  nome  dado  por  freiras  e  nenhuma  família  à  vista.  Ninguém  sabia  quem  era  sua  mãe,  muito  menos  o  pai.  Para  todos  os  efeitos,  era  como  se  um  anjo  a  tivesse  entregado  aos  braços  das  irmãs  —  e  como  um  presente  divino  foi  tratada.  
Claro,  nem  todo  carinho  de  suas  mentoras  era  capaz  de  preencher  o  cantinho  tóxico  na  sua  mente,  aquele  que  não  hesitava  em  recordá-la  todo  dia  o  quanto  não  era  querida.  Sefa  se  forçava  a  sorrir  sempre  que  o  lembrete  a  atormentava,  sorrisos  que  foram  ficando  mais  e  mais  brilhantes  com  o  passar  dos  anos.  Não  por  se  acreditar  digna  da  lealdade  e  presença  de  alguém,  pelo  contrário.  A  faceta  feliz,  que  embora  fosse  em  parte  genuína,  requeria  da  Aygün  esforço  hercúleo  ao  passo  que  seus  demônios  ganhavam  força.  Tanta,  que  certo  dia  a  jovem  órfã  despertou  para  encarar  um  olhar  demoníaco  pairando  sobre  si.  
Mãos  feitas  de  garras,  olhos  completamente  negros  e  a  face  cadavérica  eram  exatamente  como  imaginava  que  seus  pensamentos  mais  obscuros  se  materializaram.  Não  esperava,  porém,  a  respiração  quente  e  pútrida  contra  seu  rosto.  Uma  respiração  pesada,  fedida  e  tão,  tão  real.  Graças  a  ela,  Sefa  despertou  de  seu  estupor,  ainda  que  tenha  desejado  instantaneamente  que  Morfeu  a  tivesse  mantido  em  seus  braços,  pois  os  gritos  que  chegaram  aos  seus  ouvidos  conseguiam  ser  mais  horrendos  que  a  criatura  feita  de  sombras  em  seu  quarto. 
Surpreendentemente,  o  demônio  não  atacou  a  Aygün.  A  mão  de  garras  repousou  contra  seus  lábios,  interrompendo  os  gritos  que  não  fazia  ideia  de  quando  havia  começado.  Sentia  a  morte,  a  ouvia.  Mas  não  vinda  da  criatura  sombria.  Seu  toque  quase  parecia…  Protetor.  Sempre  foi  uma  criança  esquisita,  peculiar;  uma  que  fazia  questão  de  rezar  uma  rodada  extra  de  Ave  Marias  e  Pai  Nossos.  Sabia  que  algo  dentro  de  si  era  diferente  e  não  de  forma  positiva,  como  as  irmãs  tentavam  convencê-la.  Sentir  que  aquele  monstro  estava  ali  para  protegê-la  apenas  selava  o  caixão. 
Não  estava  errada,  no  entanto.  Louca,  talvez,  mas  não  errada.  Quem  sabe  todo  o  episódio  não  passasse  de  um  terror  noturno  bizarro?  Uma  experiência  mental  da  qual  não  tinha  conhecimento,  mas  certamente  iria  pesquisar  sobre.  Num  milésimo  de  segundo,  as  teorias  mais  desvairadas  e  jamais  cogitadas  por  um  ser  humano  passaram  por  sua  mente.  Isso  porque,  enquanto  gritos  e  sons  bestiais  assombram  o  andar  térreo  do  convento,  Sefa  foi  engolida  por  pura,  densa,  impossível-de-ver-um-palmo-diante-do-nariz  escuridão.  A  parte  mais  absurda  disso?  Tinha  uma  visão  do  próprio  quarto,  onde  assistiu  a  uma  quimera  invadi-lo. 
Embora  enxergasse  e  ouvisse  a  besta  em  perturbadora  proximidade,  a  criatura  não  parecia  capaz  do  mesmo.  Muito  além  do  estágio  de  prometer  mundos  e  fundos  a  todos  os  santos  e  deuses  —  incluso  Papai  Noel,  quando  prometeu  ser  uma  boa  menina  a  partir  daquele  momento  —,  Sefa  só  pode  encarar  enquanto  suas  coisas  eram  reviradas  e  um  urro  ensurdecedor  escapava  da  criatura. 
A  quimera  já  havia  partido  há  tempos  quando  foi  liberada  das  sombras.  A  casa  estava  silenciosa,  terrivelmente  silenciosa.  Com  movimentos  calmos,  Sefa  recolheu  sua  coberta  do  chão,  em  seguida  o  travesseiro.  Não  se  importou  com  os  rasgos  no  tecido  ou  com  as  penas  escapando  da  fronha.  Cansaço  inimaginável  tomou  conta  de  seu  pequeno  corpo  e  em  sua  cabeça,  apenas  a  necessidade  de  dormir  permanecia.  Estava  tão  cansada,  tão  esgotada…  Só  precisava  de  um  cochilo.  Quem  sabe…  Quem  sabe  tudo  não  desaparecesse  até  então.
O  que  não  aconteceu. 
Ao  despertar,  não  mais  deu  de  cara  com  um  monstro,  mas  desejou  ardentemente  que  fosse  esse  o  caso.  O  cheiro  da  morte  impregnava  todo  o  lugar  e  Sefa  não  conseguia  se  obrigar  a  ver  o  que  a  aguardava  fora  do  quarto.  Não  queria  encarar  o  que  sabia  estar  no  corredor,  nas  escadas,  cozinha. 
Foi  enrolada  no  canto  de  sua  cama  que  seu  sátiro  designado  a  encontrou.  O  fato  de  um  ser  meio  cabra  existir  sequer  causou  estranheza  após  a  noite  que  havia  tido.  Na  verdade,  Sefa  foi  bastante  fácil  de  lidar,  se  você  considerar  o  choque  de  uma  criança  como  complacência.  Só  quando  no  acampamento,  diante  da  presença  de  Quíron,  que  finalmente  caiu  em  si.  Toda  a  dor  e  trauma  reprimidos  vieram  à  tona  numa  explosão  de  descontrole.  Sombras  responderam  a  sua  angústia  e  mais  de  um  campista  se  viu  vítima  de  seu  episódio,  perdidos  para  sempre  no  vazio  conjurado. 
Desolada,  Sefa  levou  consigo  o  peso  de  todas  as  mortes  que  provocou  direta  ou  indiretamente.  Durante  o  ano  que  passou  sem  ser  reclamada,  manteve-se  afastada.  Enquanto  tantos  outros  criavam  laços  de  amizade,  a  Aygün  ficava  em  silêncio,  negando  qualquer  aproximação  que  pudesse  desabrochar  em  mais  que  coleguismo. 
Felizmente,  ao  ser  reclamada  por  Hades,  a  fase  de  loba  solitária  não  demorou  a  passar.  Aos  poucos,  o  contato  com  o  pai  e  irmãos  foi  suavizando  os  traços  mais  afiados  da  semideusa.  Embora  não  o  suficiente  para  torná-la  em  uma  miss  simpatia,  a  mudança  permitiu  que  desenvolvesse  certo  grau  de  lealdade  e  afeição  genuína  por  outros  campistas,  principalmente  aqueles  que  passavam  o  ano  inteiro  ali.  Assim,  a  profecia  de  Rachel  chegou  como  um  balde  de  água  fria.  No  fundo,  sabia  que  paz  e  felicidade  eram  conceitos  utópicos  para  os  gregos.  Saber,  porém,  não  impedia  o  sentimento  gélido  que  se  alojou  em  seu  estômago,  impossível  de  ignorar.  Havia  algo  de  diferente  naquela  profecia,  Sefa  apenas  esperava  que  no  fim,  conseguissem  superar  o  fim  iminente.  De  novo.
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izzymontoya · 4 months
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𝐃𝐄𝐂𝐀𝐃𝐄𝐍𝐂𝐄 𝐈𝐒𝐍'𝐓 𝐄𝐀𝐒𝐘, 𝑰𝑺 𝑰𝑻?
LIZETH SELENE? não! é apenas ISOLDE MONTOYA, ela é filha de HADES do chalé 13 e tem 24 ANOS. a tv hefesto informa no guia de programação que ela está no NÍVEL DOIS por estar no acampamento há 10 ANOS, sabia? e se lá estiver certo, IZZY é bastante EMPÁTICA mas também dizem que ela é PESSIMISTA. mas você sabe como hefesto é, sempre inventando fake news pra atrair audiência.
𝐖𝐀𝐍𝐓𝐄𝐃 𝐂𝐎𝐍𝐍𝐄𝐂𝐓𝐈𝐎𝐍𝐒 + 𝐏𝐈𝐍𝐓𝐄𝐑𝐄𝐒𝐓
PODERES: Manipulação de criaturas sobrenaturais: Consegue invocar seres do outro lado que podem ser utilizados para diversas atividades, sua habilidade depende da criatura que é invocada e do controle que Izzy possui sobre eles. É necessária a realização de um pacto para que essas criaturas fiquem sob o seu comando (mas isso não quer dizer que ela vai saber como as controlar, tudo depende da influência que consegue impor; como se estivesse treinando cachorros, por exemplo), normalmente o contrato precisa ser benéfico para ambos os lados. Os preços cobrados costumam ser: expectativa de vida ou partes do corpo de Isolde.
HABILIDADES: Força sobre-humana e reflexos sobre-humanos. 
ARMA: Possui uma espada de ferro estígio dada por seu pai, Hades. A lâmina é longa e decorada com pequenas caveiras em seu cabo. Foi entregue para Izzy após uma missão em nome do mesmo, surgindo do chão rachado à sua frente e a salvando em uma situação de perigo. A espada permite que ela ceife a existência das criaturas advindas do reino de seu pai do mundo humano, servindo como proteção contra as criaturas sobrenaturais de maior imprevisibilidade. O preço pago pela mesma não foi tão simples quanto ela gosta de comentar.   
Faz parte da equipe vermelha de esgrima. 
BIOGRAFIA: Isolde Montoya nasceu em meio a um casamento marcado pela violência e abuso, resultado de um pai alcoólatra que transformava o lar em um verdadeiro inferno. Sua mãe, assolada pela depressão, era uma presença distante, uma sombra que pairava sobre a família. Antes de dar à luz, era considerada infértil, encontrando paz na ideia de nunca trazer uma criança a esse mundo cruel.
Desde o início, Izzy carregava consigo uma aura negativa, atraindo animais estranhos e peçonhentos. Para seus pais, ela era vista como um sinal de mau agouro, uma maldição por ter nascido de uma mulher anteriormente infértil. A descoberta de que podia ver pessoas mortas, uma habilidade incompreendida pelos que a rodeavam, só aumentava a estranheza que emanava dela.
Sua vida mudou completamente graças a um atentado brutal provocado por seu próprio padrasto, a Motoya não sabia até que ponto aquela vontade de acabar com a sua vida partia do pai ou da criatura mitológica que ela tentava acreditar que o influenciava. A intervenção de seu vizinho, que acabou se mostrando um sátiro, revelou a verdade oculta em seu sangue: Izzy era filha do deus grego Hades. O Acampamento Meio-Sangue tornou-se seu refúgio, mas as cicatrizes emocionais do passado não conseguiam ser esquecidas. 
Ao deixar para trás o lar tóxico e as sombras de seu passado, Isolde buscou refúgio no mundo dos semideuses, onde a descoberta de sua divina linhagem deveria trazer alívio. Contudo, as cicatrizes do passado eram como feridas que se recusavam a cicatrizar. Ela se percebia como alguém incapaz de ser amada, uma alma desgastada destinada a carregar consigo apenas a dor. Cada passo era marcado por uma esmagadora sensação de inadequação, uma sombra constante que obscurecia a possibilidade de aceitar ou oferecer amor.
Mesmo entre aqueles que compartilhavam seu sangue divino, Isolde possuía uma solidão penetrante em seu peito. As palavras e os atos cruéis que moldaram sua autoimagem continuavam a ressoar, alimentando a convicção de que ela era, inegavelmente, uma pessoa desprezível. 
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clubeliterario · 9 months
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A vida invisível de Addie Larue
Addie Larue é a nova protagonista da minha estante, um livro que eu estava muito interessada em ler a tempos, e como finalmente tive a oportunidade vim escrever um pouco sobre o livro para vocês;
O livro gira em torno de Adeline LaRue, que sempre foi avisada de que não deveria realizar preces depois do escurecer, mas em um momento de desespero comete um erro ao firmar um pacto com um perigoso desconhecido. Ela logo se dá conta dos problemas da proposta que aceitou, afinal, quem gostaria de viver para sempre mas nunca ser lembrada por ninguém? 
E então a história nos traz a reflexão “ O que é uma pessoa, se não as marcas que deixa para trás?” E o que você faria se com apenas um virar de costas você sumisse da memória de todos? Addie vive assim por séculos, e mesmo não querendo pertencer a ninguém ou a lugar algum, vive de todas as formas, conhece todos os continentes, todas as histórias e toda arte que pode, nesse processo ela entende seus limites e descobre suas barreiras 
O livro transita entre o passado e presente da protagonista, falando dela em seus primeiros anos de imortalidade e atualmente, onde já se passaram 300 anos do seu pacto, o presente se passa em Nova York. Então após todos esses anos se passando dessa mesma forma, LaRue ouve a frase que achou que nunca escutaria, “Eu me lembro de você”, uma rapaz recita isso dentro de uma livraria, um rapaz chamado Henry Strauss, que possui em sua memória o nome e rosto de LaRue;
A obra tem uma escrita muito gostosa e é legal ver o passado e o presente de Addie, vendo seu desamparo e solidão mas também vivenciando o amadurecimento dela ao longo desses 300 anos. Não é atoa que a escritora passou mais de 10 anos o escrevendo, e desde 2020, o ano de sua publicação, o livro foi um sucesso, os fãs foram a loucura e é muito difícil achar críticas sobre o enredo; 
Ainda não posso dar minha opinião completa sobre o livro, mas a história e o seu propósito me cativam muitissímo, principalmente após toda a luta de Addie para conseguir deixar sua marca no mundo mesmo que tivesse que ser pelas mãos de outras pessoas, porque apesar de viver no esquecimento, ela mesma não esquece de seus sonhos e muito menos das experiências vividas, o esforço dela é um dos temas mais poéticos e lindos ao decorrer do livro, nunca desistindo de se fazer ser lembrada de alguma forma 
E não se esqueça, nunca faça preces aos Deuses que atendem depois do anoitecer.
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arquivosmagnusbr · 7 months
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MAG057 — Espaço Pessoal
Caso #0090404: Depoimento de Carter Chilcott a respeito do tempo que passou isolado a bordo da estação espacial Dédalo em setembro de 2007.
Ouvir em: Spotify | Youtube
Aviso de conteúdo: isolamento, paranóia, tentativa de suicídio
Tradução: Lia
ARQUIVISTA
Depoimento de Carter Chilcott, a respeito do tempo que passou em isolamento a bordo da estação espacial Dédalo em setembro de 2007.
Depoimento original prestado em 4 de abril de 2009. Gravação de áudio por Jonathan Sims, arquivista chefe do Instituto Magnus, Londres.
Início do depoimento.
ARQUIVISTA (DEPOIMENTO)
Estamos sozinhos lá fora.
Eu conheço as estatísticas. O tamanho do universo, as probabilidades e proximidades e as promessas de outros seres existindo lá fora entre as estrelas, mas eu já estive lá. Não tem nada. Nada além de um limbo vazio e apático entrelaçando planetas mortos e estrelas mortas, todos juntos como uma tapeçaria de solidão sem sentido.
Os humanos existiram por uma fração de segundo na existência do universo, e seremos extintos com a mesma rapidez. E quando finalmente partirmos eternamente para o vazio silencioso da morte, não restará nada além do universo frio.
E nada marcará nossa passagem aqui porque existe nada que possa fazer isso.
Pode me mandar embora, se quiser. Se contente com suas fantasias ilusórias de alienígenas e visitantes de outros mundos, mas não tem nenhuma prova que eu possa te dar além do testemunho de alguém que passou tanto tempo olhando pra aquela infinidade escura e vazia e sabendo — realmente sabendo — o que significa estar flutuando abandonado em um universo vazio.
Eu sabia que os experimentos de isolamento poderiam ser difíceis quando me inscrevi. Não sou um idiota ingênuo que pensou que aguentaria alguns efeitos colaterais peculiares pelo bem da ciência. Não — eu sou astronauta, então sei pesquisar. Quando fui escolhido para o projeto — um estudo do isolamento a longo prazo estabelecido nas condições da órbita terrestre baixa — li o máximo que pude sobre casos anteriores e experimentos semelhantes nos últimos 30 anos, me familiarizando com os efeitos colaterais e prováveis problemas psicológicos.
Era assustador, pra dizer o mínimo. Eu não tava ansioso pra experimentar o que os testes anteriores prometiam que aconteceria com a minha cabeça, mas acho que eu não tinha muita escolha. A minha inscrição na Estação Espacial Internacional ficou flutuando no limbo por tanto tempo que, quando uma instituição privada me contatou dizendo que haviam lançado o Dédalo recentemente, que era um pequeno satélite tripulado, e precisavam de membros qualificados pra tripulação, aproveitei a chance de finalmente poder ir pro espaço.
Eu deveria ter percebido que o que eles queriam dizer com "membro da tripulação" era "rato de laboratório". Mas, pra ser sincero, mesmo depois de ter descoberto isso, minha animação pelo projeto não diminuiu. Eu ia pro espaço.
Tecnicamente, havia duas outras pessoas na tripulação. Digo tecnicamente porque nunca passei nenhum tempo com eles além da viagem até o Dédalo. Os nomes deles eram Yan Kilbride e Manuela Dominguez. Tenho certeza de que eles provavelmente cuidaram muito mais da estação do que eu, mas até onde eu sei, eu era o único lá em cima.
Pelas conversas que eu ouvi antes da missão começar, cada um de nós tinha um experimento individual pra cuidar, mas eles também estavam lá de reserva pro caso de algo dar muito errado com o meu, já que os cientistas que nos observavam não podiam intervir.
Lembro que o homem responsável pelo meu projeto em particular, Conrad Lukas, fez uma careta exagerada de desgosto quando me disse que eu não estaria completamente sozinho lá. Tive a clara impressão de que ele era uma daquelas pessoas que sentem que as restrições éticas não fazem nada além de amarrar as mãos de um verdadeiro cientista, o deixando à mercê das limitações de seus subordinados.
Minha seção da pequena estação espacial era completamente independente. Tinha comida, cobertores pra dormir e equipamentos de exercício de gravidade zero, tudo pro meu uso pessoal. A única entrada pro resto do satélite estava trancada e selada. Podia ser aberta de ambos os lados, mas do meu lado exigia um código. Eu tinha acesso ao código em caso de emergência, mas eu ainda tinha muita missão pela frente pra sequer pensar em ser o responsável por acabá-la mais cedo.
Eu também tinha uma grande janela arqueada. Ela me dava uma boa visão da Terra lá embaixo, assim como muitas oportunidades de olhar pro espaço, o que eu fiz bastante naqueles primeiros dias.
Me disseram que os outros astronautas fariam o possível pra evitar a janela enquanto faziam manutenção ou reparos do lado de fora. O Controle de Missão também me forneceu muitos livros, filmes e outros entretenimentos, pois, como Conrad me disse na primeira reuniçao, o experimento era sobre isolamento, não sobre tédio. Então quando tranquei a porta pela primeira vez eu tava me sentindo muito animado com a coisa toda, pra ser sincero.
Eu sabia que tava sendo monitorado. Tinha uma câmera pequena montada na parede que ficava de olho em mim. Não era invasiva ao ponto de eu não conseguir sumir dela quando quisesse, mas na maioria das vezes eu ficava feliz em comer, ler e me exercitar na frente da lente atenta.
É claro que aqueles que avaliavam o meu progresso nunca se comunicavam comigo diretamente e talvez nem estivessem assistindo à transmissão o tempo todo, então, se eles tinham opiniões sobre como eu tava fazendo meu trabalho, eu nunca ouvi. Mesmo que meu trabalho fosse só ficar sentado em uma sala no espaço esperando minha mente fritar.
Tentei não me confortar muito com o fato de que havia pessoas observando cada movimento meu, pois senti que encontrar esse conforto iria muito contra a essência do experimento. Eu tinha que me sentir sozinho de verdade. O que pelo menos não demorou muito pra acontecer. Sinceramente, não consigo ver como ter que me amarrar pra dormir ou beber suco de canudo em um saco de papel alumínio pode ter muito efeito no isolamento, mas eu que não ia contestar.
Acredito que algumas pessoas teriam ficado mais perturbadas do que outras por estarem orbitando a Terra, mas não me pareceu muito diferente de nenhum dos outros estudos sobre isolamento conduzidos nas últimas décadas. Na verdade, o verde e azul silencioso e ondulante da Terra logo abaixo era outra fonte de conforto — saber que outras bilhares de pessoas viviam suas vidas sem ter ideia do que estava acontecendo bem acima de suas cabeças.
Esses dois confortos duraram quase seis semanas. Eu estava ciente de que era ali que eu deveria começar a sentir alguns dos efeitos colaterais mais angustiantes.
Eu já tinha passado pela apatia e por uma crise de insônia. E eu não tava usando minha máquina de exercícios direito há quase duas semanas, mas ainda assim não esperava que as alucinações fossem tão graves quando elas começaram.
Fui acordado duas vezes com o barulho da porta abrindo, só pra encontrá-la tão fechada quanto sempre esteve. Durante os dias eu ocasionalmente ouvia passos, o que nem deveria ser possível em gravidade zero. Teve também um apagão por mais ou menos 20 minutos em algum momento que pode ou não ter sido real. Aparentemente não perdemos energia em nenhum outro sistema, só nas luzes.
Então tudo isso era razoavelmente angustiante, mas pelo menos tinha a vantagem de não ser inesperado. Não... o primeiro aviso que eu recebi sobre como as coisas iam piorar foi o traje espacial.
Os relógios marcavam 14:30 UTC e eu tava assistindo Extermínio de novo, um dos melhores filmes que tinham disponibilizado pra me entreter, quando uma movimentação na janela chamou minha atenção. No começo, achei que poderiam ser alguns detritos orbitais passando, mas depois eu avistei, ainda na borda da janela arqueada.
Era uma mão. Uma mão vestindo uma luva branca e volumosa de um traje espacial. Ela começou a flutuar lentamente pela janela, seguida pelo resto do braço, depois pelo tronco, até que quase todo o traje estivesse flutuando lentamente pela janela.
No começo fiquei animado com a ideia de ver outro ser humano, mesmo que fosse rápido ou que pudesse comprometer parte do meu trabalho, mas à medida que o traje se movimentava meticulosamente pelo espaço, ele girou o suficiente para que eu pudesse ver claramente através da viseira.
Não tinha ninguém lá dentro. O traje flutuante estava completamente vazio.
E de repente eu comecei a ficar com muito medo.
Por fim, ele atravessou pela noite direto para o outro lado, e eu parei pra tentar me acalmar depois de presenciar uma cena profundamente estranha de se assistir. Consegui me acalmar, mas só até olhar de novo pela janela.
Não tinha mais nenhuma roupa vazia flutuando, mas notei algo que, por algum motivo, não me ocorreu enquanto observava o traje vazio. Resumindo, aquilo era impossível, e eu devo ter olhado de milhares de ângulos diferentes pra tentar entender.
A Terra tinha sumido.
No começo, presumi que deveria ter sido uma mudança de posicionamento, mas isso não fazia sentido. O planeta lá embaixo nunca tinha sumido da minha vista antes, e se mudassem isso tão radicalmente eu tenho certeza que teria sentido.
Mas isso não mudava o fato de que onde a Terra deveria estar havia um espaço vazio e escuro. Devo ter ficado observando por horas, esperando ver o sol. Definitivamente nós ainda estávamos nos movendo e, pelo que eu pude perceber, ainda parecíamos estar nos movendo em algum tipo de órbita, mas sem ter um planeta abaixo, eu não faço ideia de porquê mantivemos o mesmo padrão. Independentemente disso, o sol deveria ter aparecido em algum momento.
Depois de dois dias esperando, finalmente aceitei que o sol e a lua também tinham sumido.
Não tava completamente vazio lá fora. Ao longe, eu ainda conseguia ver estrelas brilhando. Provavelmente estavam mortas há muito tempo, mas eu sabia que não tinha nada que elas pudessem fazer pra me salvar.
Em algum momento do primeiro dia eu lembrei da câmera. Concentrei minha atenção nela e comecei a gritar e pedir por ajuda na vã esperança de que alguém pudesse estar assistindo à transmissão e conseguisse entrar em contato. Eu chorei e implorei para aquela câmera por quase quatro horas até ser repentinamente atingido por um pensamento aterrorizante.
Flutuei até a câmera e segurei com cuidado os cabos de alimentação que saíam da parte de trás da parede. Eu os segui, procurando onde eles a conectavam à energia ou ao aparelho de transmissão. Em vez disso, o que eu encontrei foi um par de fios cuidadosamente cortados.
Transmitindo nada. Alimentando nada. Ligados a nada.
A câmera nunca nem tinha sido ligada e com certeza não tava transmitindo nada pra Terra. Então, quais dados eles estavam coletando?
Eu ainda não faço ideia de qual é a resposta pra essa pergunta, mas senti que recuperei um pouco de sanidade depois de passar uma hora muito curta destruindo a câmera.
Depois disso, chegou a hora de quebrar o código e abrir a porta que dava para o resto do satélite. Eu tinha decidido que mesmo que isso fosse só um truque bem elaborado e convincente pra examinar as reações a certos estímulos em um ambiente de testes, ainda assim aquilo tava muito além do que eu tinha me voluntariado pra fazer. De um jeito ou de outro, eu decidi que tava fora desse experimento desgraçado.
Abri o pequeno cofre que guardava o documento com a senha e quebrei facilmente o lacre do recipiente. Eu tava desesperado pra sair por aquela porta o mais rápido possível e levei alguns minutos pra memorizá-la.
E109GHT8.
Eu ainda me lembro vividamente de quando inseri aquele código várias e várias vezes na tentativa de abrir aquela porta. Cada vez que eu o digitava meticulosamente com o máximo de precisão que ainda existia dentro de mim, cada vez que o campo de senha lia o que eu aparentemente tinha digitado, ele dizia:
"Ninguém está vindo."
E as portas continuavam fechadas.
E foi isso. Eu tava preso e sozinho em uma salinha flutuando no espaço — no espaço vazio e deserto. Eu tinha muita comida e água então a fome não era uma preocupação, mas em algum momento da primeira semana o relógio parou de funcionar.
Sem um relógio e sem nenhum sinal do sol ou da lua, ficou completamente impossível calcular qualquer tipo de tempo. Se eu tivesse que adivinhar quanto tempo passei naquele exílio esquisito, diria que foi algo entre três e seis meses. Mas isso se baseia completamente nos meus padrões de alimentação e sono que eram em grande parte movidos pelo desespero e pelo terror silencioso e doloroso de estar totalmente abandonado. Eu não conseguia nem ler meus livros ou assistir a nada já que os personagens pareciam mortos e sem vida, o vazio de suas existências artificiais ficava muito nítido pra mim.
As alucinações pararam. Eu não tinha nem o conforto de uma companhia nos meus delírios, embora em algum momento a linha entre sonhos e realidade tenha ficado muito tênue. Eu estava dormindo, amarrado à minha cama no meio do vazio, e ao mesmo tempo flutuando por cemitérios antigos ou pelo mar aberto e vazio. Não eram alucinações, embora fossem sonhos, mesmo que o frio parecesse escoar por eles e penetrar em meus ossos.
Passei tanto tempo tentando abrir aquela porta, mas nada funcionava. Os mecanismos e a parte elétrica não eram acessíveis pelo meu lado. Finalmente desisti de tentar quando abandonei o que restava da minha esperança. Foi aí que eu notei outra coisa que me alarmou de uma forma muito diferente.
Fiz alguns cálculos e percebi que meus estoques de comida e água não pareciam estar acabando. Durante todo o tempo que estive lá, no que agora eu só conseguia considerar como minha prisão, não parecia ter havido nenhuma mudança significativa nos meus suprimentos. Ninguém poderia estar me reabastecendo porque não tinha ninguém além de mim lá. A comida era inacabável, então isso significava que eu poderia ficar preso naquele lugar pelo resto da minha vida — se é que eu ainda poderia envelhecer?
Comecei a considerar muito seriamente a ideia de que eu tinha morrido e estava no Inferno. Falando dessa preocupação, o jeito como eu finalmente consegui escapar pode até ser considerado irônico. Eu morri de fome. Bom, não morri, eu acho, já que tô vivo o suficiente pra falar com você, mas cheguei bem perto.
Não sei quanto tempo fiquei flutuando ali, amarrado naquele casulo solitário que eu chamava de cama, me recusando a comer ou beber, esperando pelo fim. Depois de tudo aquilo, eu não tinha nenhuma garantia de que era possível morrer, mas eu tinha que tentar. Quando finalmente perdi a consciência pelo que eu esperava ser a última vez, foi o maior alívio que já senti.
Não sei exatamente quando percebi que não tava morto. Em vários momentos eu voltei à consciência e sei que senti a reentrada na atmosfera com bastante intensidade, mas é difícil distinguir pensamentos claros de antes do hospital.
Ninguém nunca me contou realmente o que aconteceu além do fato de que descobriram que eu estava em sério perigo de morte e meus colegas do Dédalo me socorreram e conseguiram me manter vivo até terem uma oportunidade de me mandar de volta.
Não fui atrás de saber mais detalhes; não mesmo. Eu sei o que aconteceu. E nenhuma versão lógica da história que eles possam me contar vai mudar isso.
Não entrei mais em contato com o Conrad e, até onde eu sei, ele não fez nenhuma tentativa de entrar em contato comigo. Mas me pagaram tudo, o que foi uma surpresa.
Eu fiquei querendo contar pra alguém o que realmente aconteceu por quase um ano antes de encontrar o seu Instituto. Não tem nada que vocês possam fazer sobre isso, mas eu queria tirar esse peso do meu peito.
Então, obrigado por me deixarem colocar no papel.
ARQUIVISTA
Fim do depoimento.
Embora exista muita cobertura da mídia sobre o lançamento do satélite Dédalo no início de 2007 pelo Grupo Estratosfera, que é um consórcio de várias empresas científicas e aeroespaciais, parece que a operação verdadeira da instalação é protegida com muito mais sigilo pelas várias organizações envolvidas.
Martin conseguiu confirmar que, durante os dois anos de operação, ele tinha mesmo um total de três funcionários a bordo: Yan Kilbride, Manuela Dominguez e o Sr. Chilcott.
Porém, tirando isso, não conseguimos encontrar muita coisa além dos muros da burocracia corporativa. Mas o Tim conseguiu obter uma lista das empresas envolvidas no consórcio.
Três nomes se destacam: Pinnacle Aerospace, que pertecence majoritariamente à família Fairchild, um grande investimento privado de Nathaniel Lukas e a Optic Solutions Limited, que é uma empresa aparentemente inofensiva que fabrica câmeras especializadas para pesquisas e aplicação industrial, que é, no entanto, notável por ter seu endereço comercial em Ny Alesund, na Noruega.
Receio que isso seja o máximo que eu possa fazer neste momento sem chamar atenção, por isso talvez seja sensato deixar o assunto de lado.
Fim da gravação.
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SASHA
John?
Arquivista: Hum...
Sasha: O que você tá fazendo?
Arquivista: Sash... hum, eu não consigo encontrar a pasta do caso da Hill Top Road. Pensei que tivesse te entregado pra investigar sobre as crianças?
Sasha: Você entregou e eu devolvi.
Arquivista: Ah, certo.
Sasha: Mesmo que eu não tivesse devolvido, eu preferiria que você ficasse longe da minha mesa.
Arquivista: Ah, é claro, desculpa. Eu não sabia que você ainda tava aqui, se não teria te perguntado.
Sasha: Claro.
Arquivista: Vou ver se está com o Tim então.
Sasha: Aliás, John. Eu já te pedi antes.
Arquivista: O quê?
Sasha: Por favor, não grave as nossas conversas.
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ARQUIVISTA
Idiota. Achei que a Sasha já tinha ido embora. Eu queria dar uma olhada na mesa dela pra ver se encontrava qualquer coisa que pudesse explicar seu comportamento estranho nos últimos tempos. Não consegui olhar muito, mas tudo parecia normal, tirando alguns pedaços de papel rasgado. Eles poderiam ser de arquivos ou só papel de rascunho rasgado, é difícil dizer.
Eu tô perdido. Mas por que ela iria querer destruir arquivos? Ainda assim, acho que é melhor eu me afastar da Sasha por um tempo depois disso. Só vou ficar de olho à distância por enquanto.
Mas eu encontrei várias fotos dela com o namorado novo, o que me deixou um pouco mais tranquilo.
Bem, mais ou menos. Tem alguma coisa nele que não parece muito certa. Alguma coisa no sorriso, talvez?
Quer dizer, todas as fotos são da Sasha e do Tom — que foi como me disseram que ele se chama — se divertindo juntos, mas... é difícil explicar exatamente, mas cada uma delas parecia de algum jeito ser uma foto tirada de um banco de imagens.
Fim do complemento.
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atlantisxxi · 2 years
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não quero saber que você ainda está por aí absorta em outras conversas que mesmo que você tente, não conversam com você como minhas palavras conversavam. não quero saber que você pensa em mim enquanto beija outras bocas, percorre outra pele e se embriaga continuamente em seu egoísmo e ilusão.
não quero pensar que você vai ser uma parte de mim pra sempre, que outras pessoas não possam me entender tão bem como você, que outra pele não pode despertar cada centímetro do meu prazer. não quero sair pelas ruas e ter que lidar com o vazio que ficou em cada caminho que você nem sequer chegou a percorrer comigo. quero te apagar de cada trilha em que eu despejei seu nome. quero me aproximar de pessoas com corações brandos, gentis — que levem pra longe qualquer memória sua ainda presente em mim, mas eu nunca vou querer que elas sejam como você, eu nunca vou tentar substituir você. não seria justo com elas. nem comigo. será só a vida fazendo acontecer.
eu não quero ter que saber sobre o seu novo gato, sobre um novo álbum, sobre o novo sabor de sorvete que você descobriu longe de mim. não quero saber que agora a sua massa fica no ponto, que adora aqueles macarrões instantâneos, que começou um novo hobby ou que ouve o evermore e pensa em mim. não quero querer te contar sobre o corte no meu dedo indicador, do sangue que jorrou e das vezes que eu ainda quis você aqui.
não quero sair por aí e lidar com a sua ausência mesmo em avenidas, terminais e salas de cinema lotadas em que você nunca esteve comigo. eu te coloquei em tudo, eu te vi em tudo porque sua presença era grande dentro de mim. não quero ser essa parte que sangra toda vez que você aparece e reivindica uma memória honesta sobre o meu cérebro, pele, coração.
não quero revisitar cada espaço das minhas lembranças apenas porque meu corpo súplica para que eu te apague de mim. não quero ter que reviver cada segundo e me torturar com as perpectivas futuras ou de como você encaixou tão bem em mim. quero te ver longe de mim, quero me desfazer de cada fração de segundo que depositei em você um amor bonito que você nunca esteve pronta pra receber. não quero mais que você faça de mim casa pra sua solidão de si. não quero mais ser abrigo pros teus medos, erros e da sua vontade incontrolável de ter sempre alguém pra culpar, sem nunca se responsabilizar pelas suas ações. não quero ser casa pra sua infantilidade, bloqueios e fugas.
não quero saber de você, nem que sonoridade tem a nova voz que percorre seu ouvido. não quero saber se vai falar com ela coisas muito melhores do que já falou comigo, nem se ela preenche todas as lacunas que eu não tive tempo de preencher. não quero saber de você, não quero saber dos novos braços que te aconchegam em dias frios e te colocam mais perto. ou que os dedos que você entrelaça com os seus são mais gentis e que não possuem calos de cordas de violão como os meus. calos esses que me lembram que hábitos antigos ainda afetam tanto.
não vou querer saber se ela é como eu, ou muito mais engraçada, com um sotaque muito mais carregado ou o quão tudo é mais fácil, bem menos complicado.não quero saber de você, não quero lembrar que um dia entreguei tanto pra alguém que não tinha nada pra oferecer. não quero que sua carência entre gentilmente pela minha porta derrubando meus muros projetados especialmente contra o seu orgulho. não quero ouvir a sua voz pra não escancarar meus desejos sobre destino, mas acabar encarando a dor. não quero nem mesmo ouvir você me dizer que a culpa é inteiramente sua ou minha, e não quero te admitir que talvez possa ser. não quero ter que te dizer que é um pouco tarde demais pra me dizer coisas que poderiam ter sido ditas tão antes quando você teve oportunidades pra dizer.
quero agora escorrer pra longe de você, como um pai que foge e nunca olha pra trás. quero agora conhecer tudo o que eu posso conhecer, me aventurar na literatura e me estender em tudo o que me é cabível aprender no mundo e na vida. mas não quero saber de você, ou escrever sobre você.
quero encontrar uma nova brecha em que eu possa ser tudo o que você nunca mais vai conhecer.
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compostando · 7 months
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O Hóspede e Lá Compañía
Amparo Dávila Verónica Gerber
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Na terceira semana de aula, tivemos a presença da acadêmica de doutorado Juliana Monroy, a qual trouxe uma análise e explicações do conto O hóspede do escritor Amparo Dávila e relações com a obra La Compañía de Verónica Gerber.
Hóspede é um conto escrito pela autora mexicana Amparo Dávila e foi publicado pela primeira vez em 1953. A história é narrada em primeira pessoa por uma mulher que se encontra em sua casa de campo, isolada do mundo exterior. Durante o conto, a protagonista relata que sua rotina monótona é interrompida pela chegada de um hóspede inesperado. Esse hóspede é descrito como um homem misterioso e sombrio, com um olhar penetrante que deixa a protagonista desconfortável.
À medida que o conto se desenrola, a presença do hóspede começa a se tornar mais ameaçadora. Ele começa a se infiltrar na vida da protagonista, violando seu espaço pessoal e perturbando sua paz interior. A mulher passa a temer suas intenções e se sente cada vez mais ameaçada.
Amparo Dávila utiliza uma linguagem visual e evocativa para criar uma atmosfera de suspense e medo ao longo do conto. A narradora descreve a solidão e o isolamento da casa de campo, adicionando um elemento claustrofóbico à história. O conto aborda temas como o medo do desconhecido, a invasão da intimidade e a vulnerabilidade feminina.
 Essa análise foi dividida em quatro movimentos:
1° movimento: tem a chegada do hóspede que não possui nome, sendo trazido pelo marido de Guadalupe.
2° movimento: ele começa a seguir as mulheres da casa em todos os espaços, acontecendo um assédio.
3° movimento: o hóspede ataca o filho de Guadalupe.
4° movimento: acontece a vingança, quando o marido não está em casa, as mulheres trancam o hóspede em um quarto até não ouvirem mais nenhum barulho.
No desenrolar do enredo, o leitor é levado a refletir sobre as consequências da presença desse estranho em sua vida e como isso afeta sua sanidade. No entanto, o conto não apresenta uma conclusão definitiva, deixando espaço para diferentes interpretações e reflexões sobre o medo e a vulnerabilidade humana.
Ao compreender a análise desse conto que auxiliou no surgimento da obra La Compañía de Verónica Gerber Bicecci, uma autora mexicana, sendo um livro documental e ao mesmo tempo, de ficção. Retrata a história de uma mina que ficou ativa de 1940 até 1970, e que a partir dos fantasmas de uma família, mergulha nas ruínas da mineração.
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A Companhia é considerada dona dos corpos, causando medo em quem vive lá. Como la puerta de tu cuarto quedará siempre aberta, no te atreverás a acostarte, temendo que em cualquier momento la Compañía pueda entrar y atacarlos. A obra recebeu elogios sobre a crítica e foi aclamada por sua originalidade e estilo inovador. La Compañía é um livro que desafia as convenções narrativas tradicionais e convida o leitor a se envolver de maneira ativa na leitura, questionando e refletindo sobre as questões propostas por Verónica.
Uma pergunta que causou repercussão foi “O que pensam as imagens?” e pensando que precisamos escolher uma forma de ler, a escrita ou imagem...
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Com os pés descalços, os campos neles, sentirei o credor da terra nas solas dos pés descalços. Galeria de Projetos Monclova, Cidade do México, 2021.
O que pensa essa imagem?
Por: Maiara Schons e Monica Kalschne
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hivcnus · 3 months
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caminhando pelas ruas de nova iorque, é possível avistar VENUS HAWTHORNE. eu sei que aqui tem bastante gente famosa, mas eu nunca tinha visto alguem tão parecida com VICTORIA PEDRETTI. com 30 ANOS, ela já está deixando sua marca pelas ruas da cidade, fazendo o que faz de melhor ASTROFÍSICA, será que quando o sol se vai ela é do tipo que faz festa na times ou que fica trabalhando até o amanhecer? só tem um jeito de saber!
BIOGRAFIA nascida em boston, seus pais não exitaram em nomear a menina com o nome de um planeta já que eram tão ligados a ciência, principalmente astronomia, dessa forma, venus cresceu em meio ao conhecimento crítico e cético sobre o mundo. há quem diga de que a família era muito anormal, já que não eram de comemorar datas comemorativas religiosas como o natal. durante um tempo em sua infância, venus não se sentia bem em fazer parte desse ceticismo, mas com o passar do tempo as coisas começaram a fazer muito sentido para si. seu pai era programador, enquanto a mãe era física e mesmo com a vida diferente, sempre viveram muito felizes, incentivando desde cedo a carreira que venus deveria seguir e por mais que alguns colegas de turma implicassem com ela e achassem ela um tanto quanto esquisita, venus se fortalecia em seu estudo sendo sempre o destaque de sua turma. sua adolescencia foi seguida de muitos questionamentos e de medo do mundo externo, não ia para festas de seus amigos, não tinha ninguém tão próximo de si que não fosse sua família, se sentia muito solitária mas sentia que era tarde demais tentar uma socialização falsa no meio dos seus colegas de turma, com isso, venus passava dias e noites, estudando sobre o universo, se conectando mais ainda em suas teses e teorias. sem nenhuma surpresa, venus fora chamada para diversas universidades, mas optou por harvard, mesmo que fosse longe de casa. na faculdade não fora tão diferente da vida na escola, continuava sendo isolada e reclusa em sua vida de estudos, ainda mais por se tratar de um curso cheio de homens e dessa forma, venus não se identificava com nenhum deles. assim em sua solidão, venus se formou astronoma, mas ainda era pouco para si, continuava a estudar e estendeu sua formação para se formar como phd em ciencias fisicas e planetarias na universidade de hampton e nos fins de semana estagiava como recepcionista em museu da nasa, o intrepid museum sea, air & space, lá ela recepcionava os visitantes e explicava para os grupos visitantes sobre os itens expostos e foi assim que venus fora conseguindo seu lugar na astrofísica. hoje aos 30 anos, venus terminou seu doutorado e trabalha como astrofísica na nasa em nova iorque, mais especificamente no setor de pesquisa.
VIDA EM NEW YORK venus mora aproximadamente dois anos fixa em nova york, quando fazia o estágio no museu morava somente nos fins de semana na cidade em uma espécie de república. hoje ela tem seu apartamento próprio que ainda é bem vazio já que ela não precisa de muita coisa para viver. ainda tem um contato muito próximo com os pais mas tenta se desvencilhar de ser uma filhinha dependente, já que o seu salário lhe mantém muito bem.
PERSONALIDADE ainda muito tímida, o estágio no museu lhe ajudou a ser mais desenvolta com a fala, mas ainda é bem envergonhada e não coleciona tantas amizades por mais que isso seja algo que lhe incomode, a solidão é algo que paira demais em sua vida. há algumas pessoas que digam que é engraçada, mas não se considera.
RELACIONAMENTOS
por viver sempre com a cara nos estudos, venus não fora de ter muitas amizades, colecionou muitas amizades virtuais e algumas chegou a encontrar, mas nada muito concreto. tem 2 ou 3 amigos que podem sair para beber algo, jogar conversa fora, mas venus não foi muito de viver. teve apenas um relacionamento amoroso que fora virtual, nunca chegaram a se encontrar.
CURIOSIDADES signo: virgem sexualidade: prefere não se rotular, não conheceu tantas pessoas pontos positivos: leal, inteligente e dizem que engraçada pontos negativos: tímida, cética e crítica. físico: 1,60 de altura, cabelos castanhos. . venus só transou com uma pessoa em toda sua vida, se arrepende um pouco do momento porque foi bem ruim, mas dá graças ao universo que nunca mais encontrou o ser; . além de seu dote com as ciencias do universo, venus gosta muito de culinária, inclusive dos programas do discovery home and health; . tem uma gata chamada afrodite; . mesmo sendo seguidora da astronomia, gosta de associar as pessoas e jeitos aos signos, mesmo não acreditando em astrologia; . nunca mais tentou relacionamento virtual e muito menos pessoal, para si, não tem dom para se relacionar com ninguém.
CONEXÕES
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omeninodooutrolado · 3 months
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IMENSIDÃO SOLITÁRIA
Você é um assíduo navegante no mar da minha mente. Pela longa madrugada, meu pequeno barco imaginário é engolido pelas ondas ferozes da solidão. Não adianta clamar por socorro, acredito que nunca serei ouvido.
Minha voz arranha, a boca estremece e meu corpo dói. Dói ao te ver observar de longe as cenas agonizantes da minha morte e nada fazer. Você não se move, não apresenta pânico, não clama meu nome.
Meu corpo levemente se afoga na escuridão da água dos que sofrem por amor, sendo puxado para o profundo esquecimento. Tento sobreviver, puxo o pouco ar que me resta, mas é tudo em vão. A pouca consciência que me resta vira um espetáculo de luzes, sombras e vozes.
Ouço você rir aquele riso de setembro, na mesa de um restaurante japonês ao saber da minha mentira: eu não gostava de comida japonesa. Ouço seu canto doce em um inglês questionável de alguma música de rock do Linkin Park. As sombras e luzes formam silhuetas que remetem a você. Você está aqui?
A solidão que existe em mim tem nome e sobrenome, ela fez moradia na minha mente e tomou controle da minha vida. Eu precisava da sua ajuda, mas você preferiu se afastar. Tentou contornar a situação como se fosse algo bobo. No fim, acabou fazendo disso como uma coisa simples e passageira.
Quantas vezes eu me moldei para encaixar nas suas decisões e nos seus acontecimentos. Quantos momentos eu me tornei presente pra te fazer bem, te fazer feliz. Nunca me afastei, só me aproximei além do que podia para te dar o apoio que você merecia.
Ainda escuto o barulho das garrafas sendo quebradas quando decidiu descontar a raiva que sentia. A sua boca tremia, você estava terrivelmente estranho. Talvez as garrafas fossem uma forma de não me machucar, afinal.
No primeiro sinal, eu deveria ter desistido, mas seu sorriso vencia as guerras do mundo. Seu maldito sorriso começou a virar meu medo. E o medo virou pavor. Foi necessário pedir ajuda.
Nosso amor durou tempo demais e acabou virando uma doença. Você foi relutante ao se medicar para tal dor e não foi capaz de aceitar que estávamos vivendo apenas por você e não por nós.
O tempo era seu amante. O meu tempo era a morte. Me afoguei em um amor doloroso pensando que estava sendo salvo do mundo doentio, mas a doença e o problema era você.
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