Talvez, e só talvez.
Talvez, e só talvez eu esteja em um luta contra eu mesma, lutando pra viver ou morrer, depende da hora e do momento, na maioria das vezes sou eu lutando pra morrer, mas alguns momentos me fazem querer lutar para querer viver só mais outro momento de felicidade, mas quando eu olho pra frente, eu não sei qual vai ser a próxima vez que vou me ver lutando pra viver e ser feliz.
Talvez, mas só talvez eu queira mesmo lutar, mesmo eu não acreditando em nada, mesmo eu não tendo coragem, eu talvez só queira acreditar que as coisas vão mudar, mas no meio de toda uma esperança também me corre o desespero, o desespero de querer desaparecer.
Talvez, mas só talvez eu queria ter uma capa de insivibilidade, para que eu possa ficar sozinha, e ficar lá no meu mundinho.. sem machucar ninguém, se for machucar que seja eu mesma, sem prejudicar ninguém
Talvez, e com toda certeza estou em um momento que não sei o que fazer.
Confusa, perdida, triste e mais confusa, essa é a minha realidade.
Será que eu consigo chegar no dia de amanhã e talvez e só talvez pensar diferente de hoje e ver o mundo de uma forma diferente além de morte?
-Só talvez, ok ?
brinquedocaro
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Criolo cantarolou sobre o fato de não existir amor em sp e depois de muito tempo ouvindo isso e acreditando nisso, resolvi ter a brilhante ideia de perguntar a alguém que fosse paulista sobre o fenômeno. Não sei bem se foi a melhor ideia que eu poderia ter naquele momento, mas aconteceu. E a resposta que eu obtive: "não existe amor em lugar nenhum. A vida é grana, amor, não se engana." Resolvei criar uma retórica da resposta.
Me desculpem os incrédulos, mas acredito fielmente que existe amor, em qualquer lugar, aqui, em Sp, no Japão, no raio que o parta! Porque o amor, no fim das contas é a mistura de todas as experências que você já teve. E é claro que, se você teve experiências ruins relacionadas ao amor, você tende a duvidar da existência dele. Mas não é regra. Existem pessoas que, embora tenham passado por maus bocados, ainda estão firmes a respeito desse sentimento tão estranho. Pra definir estranho cataloguei diversos sintomas do amor: afeto absurdo, ira, vontade de chutar quando a pessoa não te responde, vontade de ir cuidar da pessoa quando ela diz que não está bem, o silêncio, a fala incessante, o vislumbre por um futuro infinito ao lado do alguém, o medo de deixar ir e a possibilidade de ter que ir embora, o ficar, o adeus, a partilha e o egoísmo, o ciúme, a depravação, o desejo, a excitação, a calma e a fúria, a presença e a falta, o querer demasiado e o deixar de querer, o tudo e o nada, o início e o fim, entre tantos outros. E se por ventura vocês me verem por aí, tentando um amor, ou algum sentimento próximo do amor, me chame e me faça acreditar que ele não exista! Caso não consiga, venha comigo e tente experimentar a possibilidade de acreditar novamente. E de novo, e de novo, e novamente. Até que por fim, tenha se dado a possibilidade de ser feliz, amando alguém, um bicho, um livro, uma vista, o abstrato, ou a melhor parte, amando a si mesmo. Aconselho a começar por esse.
“C-i-a-m-o”, Maykon.
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Beco
I
Era uma sexta-feira. Diferente de todos os outros dias da semana, este tem uma feliz circunstância, que era o final de semana. Mas não é sobre o sábado ou domingo que falarei aqui, nem mesmo sobre uma usual noite de bebedeira, dentre as quais já são de conhecimento deste paciente e de mal gosto leitor.
Jonas chegou no escritório em que trabalhava às 9 horas da manhã como fazia todos os dias. Ligava seu computador, ia até a copa para beber o seu café e logo em seguida voltava para sua mesa para começar a trabalhar.
O que aconteceu após isso era como todas as manhãs, ele lia seus e-mails para verificar algo urgente, imprimia a sua agenda de compromissos e assim o dia se desenrolava. Mas esses fatos sobre seu trabalho são irrelevantes. O que realmente importa neste momento foi o que aconteceu em seguida.
Por volta de 10:30/11 horas, seu colega de trabalho e amigo, Daniel, lhe fez um convite para almoçar no ‘Beco do Hamburguer’, uma famosa hamburgueria do centro do Rio de Janeiro. Mas não convidou somente Jonas, outras pessoas foram convidadas, sendo que só ele conseguiu ir.
Como hamburguer era o seu prato preferido, não pensou duas vezes em aceitar. E após certa discussão sobre o horário que deveriam sair, até porque Jonas almoçava sempre as 12 horas, eles decidiram sair 12:30 horas, assim agradava-se a fome dos dois.
Chegada a sagrada hora, ambos desceram juntos e foram caminhando até o beco dos barbeiros, local que ficava a famosa hamburgueria. Já era esperado que ela estivesse lotada, então entraram pela porta dos fundos pois assim ficaria mais fácil de chegar ao final da fila. Sim, o lugar de fato ficava lotado, sem mais nem menos.
Era um restaurante simples e eficaz na forma de funcionar, havia dois caixas para comprar o lanche (almoço), e ao lado era o balcão onde os pedidos eram entregues por uma senha numérica que era entregue no momento do pagamento.
Além disso, o interessante da decoração era que todas as cadeiras eram vermelhas assim como o forro dos sofás. Complete a isso a parede de concreto queimado com quadros de bandas de rock e outros elementos ‘pop’. Tinha um aspecto ‘pin up’ modernizado, o que é muito atrativo.
Jonas, como sempre, pediu um hamburguer duplo com batata e refil, diferente de Daniel que preferiu o tradicional com os mesmos acompanhamentos. Após alguns minutos esperando sua senha ser chamada, conseguiram sentar no balcão que ficava na parte lateral da loja.
Como o restaurante estava tão cheio, não havia mesas para eles se sentarem. Então o que lhes sobrou foi o tal balcão. Não que fosse ruim, até porque não havia paredes propriamente ditas nesse lugar, era uma enorme janela de vidro, que assim os clientes poderiam ver o lado de fora e vice-versa.
Sentados em seus respectivos bancos, começaram a comer o sagrado hamburguer. Durante esse tempo conversaram sobre trabalho, mulheres, política, dentre outros assuntos de menor importância. Contudo, enquanto estavam conversando sobre a quantidade de besteiras que o presidente do Brasil falava atualmente, algo chamou a atenção de Jonas do lado de fora do restaurante.
II
Olhando para fora, a primeira coisa a ser vista é parede lateral da Igreja da Ordem Terceira do Carmo, uma igreja de 300 anos de existência e que possui uma beleza barroca singular. Contudo, a parede lateral com suas janelas enormes e toda a sua magnitude não estava tão conservada assim, muito pelo contrário, a sua tinta está descascando, possui diversas pichações e rabiscos que a deixam com um aspecto sujo de tantas informações misturadas.
Mas não era só uma grande parede que eles conseguiam ver, havia três mulheres muito lindas sentadas do outro lado da bancada, de frente para eles, mas estavam separados pelo vidro da janela. Assim não conseguiam ouvir qualquer palavra um do outro, apenas podendo se ver.
Elas estavam comendo exatamente a mesa coisa que eles, o famoso combo de hamburguer, batata e refrigerante. Só que com um porém, não aguentaram comer as batatas e as deixaram na mesa enquanto conversavam, assim como estavam suas bolsas e celulares.
Nesse meio tempo um milhão de pessoas passavam pelo beco, daquelas que usam terno até aquelas que andam descalças. Então aí, enquanto Jonas conversava, ele viu um homem de calça jeans surrada, camisa não em melhor estado, usando uma mochila e segurando uma caixa de bombons nas mãos.
Enquanto o observava, Jonas continuou conversando como se nada estivesse acontecendo, mas sabia que algo aconteceria do lado de fora da hamburgueria. Ele notou que este homem olhava excessivamente para as mesas que estavam sentadas as meninas, só que de uma forma estranha, um olhar ele nunca tinha visto antes e que chamou sua atenção de primeira.
Depois de um tempo, foi possível notar que ele estava tentando abordar aquelas meninas para vender um dos bombons, mas infelizmente nenhuma delas se mostrou interessada. Só que mesmo assim o seu olhar não saía da mesa delas. Havia algo de muito estranho acontecendo, porque o seu comportamento era de uma pessoa que não sabia como falar com outras pessoas para comprar os bombons.
A cada um que passava no beco ele tentava falar, mas era possível sentir que havia uma vergonha, uma preocupação em incomodar ou qualquer outro sentimento de reprovação interna naquela atitude. Isso mexeu com Jonas, e ele na mesma hora falou com Daniel sobre o que estava vendo, então ambos passaram a prestar atenção no comportamento daquele homem.
Realmente, seu olhar possuía uma inquietação nunca antes vista tão de perto, um caminhar nervoso e inseguro e uma atitude mais insegura ainda, como se estivesse passando por uma grande humilhação.
III
A conversa literalmente terminou a partir de então, as meninas que estavam do lado de fora se levantaram, outras pessoas se sentaram nos lugares, e eles também já haviam terminado, mas eles continuavam a observar aquela infeliz pessoa.
Se deram conta que ele com certeza tinha muita fome, mas como no centro do Rio muitas pessoas pedem as coisas pela simples facilidade de pedi-las, sempre há uma certa dúvida se alguém quer simplesmente dinheiro ou estão realmente com fome.
Até que finalmente, após o último gole do refrigerante, eles se levantaram pra voltar ao trabalho. Mas antes disso entraram novamente na fila, que havia diminuído, e compram um lanche para aquele sujeito.
Passados 10 minutos eles saíram de lá e entregaram a sacola de papelão com o copo de refrigerante para ele. O seu olhar, de uma forma drástica, mudou do total desespero para uma felicidade emocionada, como se a sacola de papel fosse o bilhete premiado da mega-sena.
Havia um brilho indescritível em seus olhos que esclareceu toda a razão de seu comportamento, pois ele não estava com fome simplesmente. O sujeito estava faminto. Ficou dizendo obrigado inúmeras vezes e ainda assim, ofereceu um bombom que estava vendendo como a única forma de sua retribuição.
De pronto eles não aceitaram. Ele estava com uma caixa de bombons na mão e não estava comendo nenhum para poder vende-los, mesmo faminto. Após não terem aceitado, o rapaz se sentou no chão para fazer a sua refeição, colocou o copo ao seu lado e começou a abrir a sacola. Mas uma vez era possível sentir o alívio que aquele homem estava sentindo. Naquele dia, ele não sentiria fome, ao menos até as próximas horas.
Após isso votaram ao trabalho, sendo que no caminho de volta não conversaram. Estavam refletindo sobre o que tinha acabado de acontecer. Não havia um sentimento de felicidade de ter ajudado alguém, mas sim de tristeza. Pois como alguém poderia chegar até aquela situação? O que aconteceu na vida daquela pessoa para ela comprar uma caixa de bombons e vender na rua?
Nas poucas palavras que eles trocaram ficou claro que era uma pessoa com certo esclarecimento, não um 100% ignorante, ela tinha uma forma de falar firme de alguém com uma instrução razoável. Então qual seria a razão de alguém passar por uma situação como aquelas?
Na cabeça de Jonas tudo estava embrulhado, pois para ele nenhuma pessoa poderia encarar com naturalidade alguém sentado no chão para poder comer, e muito menos estar simplesmente com fome em pleno 2019. Isso é algo impensável para os dias atuais.
Quando chegou em seu trabalho e sentou em sua cadeira, ficou refletindo sobre a janela que os separa da parte externa do restaurante. Porque o incrível é que da mesma forma em que havia um vidro entre o assento de Jonas e Daniel e o lado de fora do restaurante, também existe um vidro entre as pessoas que possuem um poder aquisitivo suficiente para não passar fome, daquelas que estão em uma situação de desespero.
Na maioria das vezes são ignorados, como se não existissem. Como se não estivessem ali.
-cronistadespreocupado
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