Tumgik
#campeonato de merda de cima a baixo
anditwentlikethis · 9 months
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se me dessem a escolher o Sporting continuar no campeonato português ou ir jogar na 2ª divisão inglesa, eu escolhia a segunda opção e nem estou a gozar
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Capítulo 68
Ainda estava no caminho pra delegacia quando Bruna me ligou
-oi bruubs -disse
-oii nat sumida, eu estou em SP, borra pegar uma balada hj? Tem show do Henrique e Juliano
- pensei em recusar, mais como já fazia um bom tempo que eu não saia me distrair resolvi aceitar- tá boom, bora , as 22 passo no teu hotel,
-vou mais cedo, vai direto pra lá, te passo a localização e coloco seu nome na lista
-ok ok então, uma 21 hrs to lá
- a tarde passou voando, cheguei em ksa era uma 6 da tarde
-chegueiii - disse gritando abrindo a porta
-maee - clara veio correndo e me dando um abraço
-oii amor, oque fez a tarde inteira?
-eu brinquei muito,
-aonde está a Nick?
- tá tomando banho,
-claraa, está pronto seu lanche - disse a Maria da cozinha
-vai la comer amor,- disse pra ela enquanto subia pro quarto da nick
-filhaa, disse entrando ,
-Banheiro- ela gritou
- eu vou sair com sua tia Bruna viu? Maria vai ficar aí com vocês
-ok ok mãe, vai lá divirta-se
- beijoos-disse saindo do quarto
-fui me arrumar, tomei um banho , sequei meu cabelo e fiz uma maquiagem mais pesada, com um olho preto e um batom marrom, olhei no espelho e gostei do que vi, fazia tempo que eu não me via tão arrumada assim,
- abri o guarda roupa para escolher a roupa e dei de cara com uma camisa esquecida do Luan, me fazendo chorar, porque essa casa tinha que ter tantas lembranças?
Postei uma foto do meu guarda roupa, rezando para que ele entendesse a indireta, porquê eu tinha que ser tão orgulhosa desse tipo?
@naahNS estou com tudo no lugar de sempre
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Retoquei a maquiagem e coloquei um tubinho azul marinho e um escarpim preto e desci era umas 8:40, a essa hora Nick e clara já estavam assistindo TV
-mamaee, você tá muito linda - disse clara assim que me viu descendo a escada
-mae, que é isso hein? Tá muito gata -disse a nick
-obrigada meninas, disse chegando perto do sofá, eu vou indo, se comportem, sem brigas e bagunça aqui viu?
- tá bom , elas falaram juntas, dei um beijo em cada uma e sai
Enquanto estava no UBER fuxicando no Instagram vi que Luan postou uma foto
@Luansantana : foi fácil, mais ficar sozinha aí como e? Que tal por tudo no lugar de sempre as coisas as fotos as roupas e a gente? , bora SP que hoje eu sou todo de vocês
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Pelo visto alguém tinha entendido a indireta, socorro kkkkk.
LUAN NARRANDO
Meu show hoje era no festival sertanejo, então foi mais cedo, logo depois vinha Henrique e Juliano e eu fui junto com a Bruna pro camarote curtir um pouco a noite, já que estava cedo e ela não ia me deixar em paz enquanto não fosse.
Cheguei no camarote pedi um drinks e Bruna foi dançar enquanto eu sentei em uma mesa, não demorou muito a mesa já enxeu de mulher, mais do que adiantava , se a que meu coração quer eu não posso ter, foi quando olhei pra entrada do camarote Natacha apareceu, um olho preto esfumado montada num salto 15, eu nunca tinha visto ela tão linda daquele jeito, isso me fez pensar o porque nós brigávamos tanto?porque não dávamos certo? Será que o nosso destino era esse? Nunca dar certo?
FIM LUAN NARRANDO
Cheguei no camarote e assim que entro meu sangue ferveu, luan rodeado de piriguete, mais eu sabia bem como pôr elas em seu devido lugar, já que também sabia que Luan nunca gostou desse tipo de mulher
Cheguei passei por trás do Luan passei a mão em seu cabelo e sentei do lado dele bebendo um gole do drink dele,
-oi pessoa disse dando um beijo na bochecha dele
-Oi delegada, que isso hein? - ele disse retribuindo o beijo
as 3 que tavam na mesa ficaram se ação e logo sairam
-Sacas o poder da delegada, Luan falou, expulsou 3 só no olhar
- mexe comigo pra tu ver, eu disse analisando o luan de cima a baixo , que homem senhor que homem, e falando nisso, vou ali pegar um drinks e procurar a sua irmã
-Foi ela que te chamou? Luan pediu
-sim, me ligou hoje de tarde
-huum , interessante - disse Luan como se acabasse de entender alguma coisa
-peguei meu drinks e fui para onde Bruna estava,
-chegou chegando em delegada- ela disse me abraçando
-se não for pra causar eu nem vou kkkkkk, Luan logo se juntou a nós e ficamos ali conversando
- já volto gente disse Bruna saindo , e naquela altura do campeonato, eu já estava no meu 3° BLUE Ice e desejando que Bruna voltasse logo para eu não fazer merda kkkk
Ainda bem que não tô de plantão amanhã falei dando uma golada no drink,
-pse, pq você já tá no 3° né? Disse luan me olhando enquanto dava um gole no dele
-vou dar PT desse jeito, quando terminei de falar essa frase notei o quão junto eu e luan estávamos,
-isso não vai dar boa coisa - suspirei e quando dei por mim estávamos no meio de um beijo e minha mão brincado com a pontinha do seu cabelo na nuca
-eu te amo Luan disse em um sussurro
-eu muito mais -disse olhando pra ele- não me deixa nunca mais ?
-nunca mais - ele disse me puxando pra mais perto para outro beijo.
Que coisa mais bonita brassiil - disse Bruna chegando
-aii meu Deus lá vem - disse rindo
- logo começou o show do Henrique e Juliano quando deu 1 hora da manhã Luan falou : borra dar uma passada no camarim deles pra dar um oi e bora ? Ele disse pegando na minha mão
-bora luuh, KD a Bruna?
-bruna vai voltar de taxi
- e nós também pq eu vim de Uber
- eu também vim com a produção, mais foi todo mundo embora já.
-quando estávamos indo em direção ao camarim choveu flash ,
- as fãs vão pirar - eu falei,
-hahahah , momento de alegria total no fadom vai ser amanhã com essas fotos em TDS os sites kkkkkk
Chegamos no camarim deles, só demos um alô e logo chamamos o UBER
- cada um pra sua casa?- Luan me pediu
- sim, se amanhã ainda quisermos voltar, conversamos - disse, não queria voltar agora e amanhã me arrepender e me machucar ainda mais , era uma decisão muito importante para nós decidimos bêbados.
- durmo no quarto de visitas- Luan disse enquanto me dava um selinho
-chegamos em ksa
- entrei tomei um banho para tirar a maquiagem e o suor do corpo e adormeci , rezando pra não acordar com uma das piores resacas amanhã, que e a moral.
- acordei ouvindo as meninas se arrumando para ir para a escola.
-desci e elas estavam tomando café
- bom dia meus amores , disse dando um beijo em cada uma, Nick estava mexendo no celular sentada na mesa e clara tentava convencer Maria de que não estava com fome
-bom dia mãe , Nick disse não desgrudando o olho de uma matéria que estava lendo.
- Dona Natacha , clara não quer comer - disse Maria
- clara, pelo menos um tody vc tem que tomar
- tá bom disse clara indo tomar um leite emburrada
Nick narrando
- acordei de manhã com meu celular tocando no despertador.
Vesti meu uniforme peguei minha coisas e desci , comecei a tomar meu café e dar uma espiadinha nas minhas redes sociais quando chega mensagem da minha tia bruna
-e aí , como tão as coisas aí ?
- bem ua? Oque teria de diferente?
- vc ainda não sabe?
- não!
-olha isso , ela disse me passando o link de uma matéria
-NATACHA E LUAN SANTANA REATARAM? CASAL FOI VISTO JUNTOS EM SHOW SERTANEJO
- estava lendo quando nat desceu e deu bom dia
- continuei lendo e soltei uma indireta pra ver se colava
- como foi a festa? - pedi como quem não sabia de nada...
- Boa, Deu pra curtir - ela respondeu olhando o relógio- já não estão atrasadas bonitas?
- quase- vou subir pegar só uma coisa que esqueci e já vamos
- a vã vai pegar vcs, preciso resolver umas coisas, busco vcs de meio dia ok? - ela disse mexendo o café com um sorriso idiota no rosto que eu sabia bem quem era o motivo dele
-ok, já volto - subi no segundo andar a procura de algum vestígio de que meu pai estava em casa
- passei no quarto de Natacha e não tinha ninguém lá, mais uma coisa me chamou a atenção, o banheiro do quarto de visitas tava funcionando,
-acheiii- esclamei - mandei mensagem pra tia bruna
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dearoppa · 7 years
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3061 palavras
Capítulo 1: O Jogo.
Capítulo 2: O Desafio.
“Jimin sorriu de lado e levou a mão até os cabelos, jogando-os para trás e, puta merda, ele sempre me deixa louca quando faz isso. Ele começou a caminhar em minha direção lentamente, sem retirar os olhos de mim, como um leão rodeando sua presa. Um leão extremamente bonito e musculoso, com um sorriso sexy que fazia todo o ar dos meus pulmões fugirem de modo que eu precisei começar respirar um pouco mais fundo para me certificar que não desmaiaria ali mesmo.“
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Bati a porta do quarto com tanta força que devo ter acordado quase o bairro inteiro. Que raiva que eu estou sentindo, meu Deus. Eu ainda não entendi muito bem como um trabalho de história se transformou em um jogo de verdade ou desafio, que se transformou numa competição para ver quem é mais provocante. O mais implicante, irritante, idiota e palhaço com certeza é Jungkook. Como meu melhor amigo pode agir de uma forma tão... Tão... Ridícula comigo? Tudo bem que por várias vezes eu conversei com ele sobre como eu gostaria de beijar Park Jimin e como o corpo dele fazia com que eu me sentisse... Sei lá... No céu?! Tudo bem que ele, muito provavelmente, só estava querendo me ajudar, mas... Caralho, olha o que ele me fez parecer? Agora Park Jimin deve estar achando que eu sou uma garotinha boba que não sabe nem dar um beijo ridiculamente provocante no pescoço. Se eu tinha alguma chance de algum dia ficar com ele, Jungkook a.k.a meu melhor amigo havia estragado completamente nesse jogo idiota dele cheio de mudanças de regras que só foderam com a minha vida.
E agora isso, minha mente jogando na minha cara a minha própria desgraça só para me deixar ainda mais apreensiva. E, de fato estava funcionando, já que por mais que eu tentasse e mandasse e berrace em minha mente, minhas pernas simplesmente não me obedecem e eu continuo andar feito uma barata tonta de um lado para o outro dentro do meu quarto. Minha vontade de descer e me desculpar é grande, mas, nossa, não... Eu não vou pedir desculpas quando os dois eram os únicos que estavam agindo feito idiotas.
Três batidas na porta de repente chamam minha atenção, me fazendo parar subitamente. Provavelmente Jungkook deve ter percebido como foi ridículo e resolvei vir pedir desculpas, mas eu realmente não quero vê-lo agora. Não pelo menos sem querer pregar minhas mãos naquele belo pescocinho e apertar até ele desmaiar.
– Vai embora, Jungkook. Não quero te ver agora! – Falo num tom alto o suficiente para o garoto ouvir atrás da porta, mas, para a minha surpresa, ele não vai embora.
A porta se abre e eu me viro para olhar, pronta para começar a xingar meu melhor amigo de todos os nomes que me vem a frente, quando o garoto entra e, na verdade, o garoto não é Jungkook e sim Jimin.
– Bem, já que você disse que não queria ver o Kookie, tomei a liberdade de entrar...
– Também não quero ver você, cai fora... – Menti descaradamente, tudo que eu mais queria era ver Jimin. Perguntar se estava tudo bem, se ele não tinha me achado uma garotinha boba. Por mais que ele tenha ficado do lado de Jungkook o tempo inteiro, eu ainda sou completamente apaixonada nesse filho da puta.
– Eu sei que eu não deveria estar aqui... – Jimin terminou de entrar no meu quarto e se virou calmamente para fechar a porta, contrariando tanto as minhas quanto as suas palavras.
– Se você sabe, então por que não sai?
– Mas – O garoto continuou a frase, ignorando completamente a minha fala. Se virou para mim de cabeça baixa, de forma com que sua franja caísse novamente sobre seus olhos e me olhava com a cabeça ainda um pouco abaixada. – Você acabou saindo antes que eu cumprisse meu desafio...
– Não vai ter mais desafio algum...
– E você sabe as regras do jogo... – Ele continuou, ignorando toda e qualquer palavra que saía da minha boca. Falando com a voz em um tom baixo, quase rouco, que fazia meu corpo todo se arrepiar a cada palavra. – Quem não cumpre, perde...
Jimin sorriu de lado e levou a mão até os cabelos, jogando-os para trás e, puta merda, ele sempre me deixa louca quando faz isso. Ele começou a caminhar em minha direção lentamente, sem retirar os olhos de mim, como um leão rodeando sua presa. Um leão extremamente bonito e musculoso, com um sorriso sexy que fazia todo o ar dos meus pulmões fugirem de modo que eu precisei começar respirar um pouco mais fundo para me certificar que não desmaiaria ali mesmo.
– E eu, definitivamente, detesto perder! – Jimin finalmente chegou até mim e, por mais que eu quisesse, eu não conseguia pronunciar nenhuma palavra nesse momento. O garoto parecia saber exatamente o que estava fazendo, desde a forma de andar, até o tom de voz e a forma como ele encostou o corpo dele em mim, levando sua destra aos meus cabelos, sorrindo. Tudo que ele fazia, tudo parecia estar minuciosamente calculado para me deixar completamente a mercê dos seus encantos.
– Jimin... – Chamei-o, o que foi uma péssima ideia, já que como resposta o rapaz trouxe seu rosto a exatamente três centímetros de distancia do meu e fez algum barulho com a garganta indicando que eu falasse. – O que você pensa que está fazendo?
– Nada que você não queira... – Jimin soltou uma risada sem som e eu pude sentir sua mão deslizando dos meus cabelos para a minha nuca, fazendo meus olhos fecharem instintivamente. Ele soltou mais uma risada dessas sem som, e encostou seus lábios levemente nos meus.
Jimin tem os lábios incrivelmente macios e tudo o que eu quero é poder tê-los ali, para sempre junto aos meus, mas esse não parece ser os planos do garoto. Antes mesmo que eu pudesse tomar alguma iniciativa de beija-lo, Jimin deixou um selinho tão leve em meus lábios que eu mal pude sentir e, em seguida, retirou seus lábios dos meus, fazendo com que eu quisesse puxa-lo de volta e mantê-lo ali até eu me cansar dessa sensação incrível que sentir os lábios de Park Jimin.
Sua mão livre se encontrou a minha cintura e seus lábios percorriam uma trilha de beijos pelo meu rosto, beijos tão leves quanto o primeiro. A essa altura do campeonato, eu já me via completamente entregue a Jimin, mas ele parecia querer me torturar ainda mais. Desceu os lábios pelo meu pescoço com uma calma odiavel e ao mesmo tempo completamente deliciosa. Seus beijos eram lentos, calmos e molhados, e tudo meu corpo parecia senti inveja de toda essa sensação incrível que eu sentia agora em meu pescoço. Sua mão que estava em minha nuca, tomava um novo rumo agora enquanto Jimin guiava-a pelo meu corpo em direção a minha cintura e, quando encontrou o local, apertou como se quisesse se certificar que eu não fugiria de seus braços.
– Jimin... E-eu... – Chamei por ele, usando todas as forças que encontrei e ouvi novamente aquele barulho com a garganta indicando que eu falasse. Jimin continuava beijar meu pescoço lentamente, subindo os beijos até minha orelha, onde deixou uma mordida igualmente lenta no lóbulo e, caralho, todo o controle que eu achei que me faltava, toda a sanidade pareceu desaparecer exatamente no momento em que todo meu corpo se arrepiou em resposta ao seu toque.
Foda- se o jogo, foda-se esse desafio, foda-se se Jungkook está lá em baixo provavelmente esperando que algum dos dois desça para dar sinal de vida. Eu quero Jimin e quero agora. Quero sentir o corpo dele junto ao meu, seus lábios sobre os meus, seus beijos, seus toques... Se me provocar era o que ele queria, ele fez isso muito, muito bem. Mas agora eu não quero mais provocações, eu quero beija-lo e não vou mais esperar por isso...
– O que você quer, amor? – O garoto falou baixo próximo ao meu ouvido exatamente a pergunta que eu precisava ouvir agora. Exatamente o que eu precisava para ter de uma vez por todas o que eu queria.
– Eu quero você! – Minha voz saiu firma, ainda mais do que eu pensei que poderia dizer num momento desses. Mesmo de olhos fechados, minhas mãos pareceram não ter problemas para encontrar a nuca do garoto a minha frente e eu acabei puxando-o com um pouco mais de violência do que eu realmente pretendia. – E eu quero agora!
Nossos lábios se tocaram e, dessa vez, no lugar de beijos leves e torturantemente calmos, o beijo saiu muito mais intenso e necessitado, como se estivessem esperando séculos para se encontrarem. As mãos firmes de Jimin apertavam cada vez mais a minha cintura e a minha necessidade de contato parecia aumentar a cada vez que meu corpo instintivamente subia quando ele me apertava contra ele. Meus dentes se prenderam no lábio inferior do garoto, não de forma que o machucasse, mas parece que de alguma forma aquilo despertou algo em Jimin, já que pude ouvir um suspiro pesado sair de sua boca.
No segundo seguinte, suas mãos estavam deslizando da minha cintura até minha bunda, Jimin me apertou e me ergueu em seu colo, fazendo minhas pernas se prenderem quase que involuntariamente ao redor do seu corpo. Jimin caminhava pelo quarto e acabou por para o beijo rapidamente para olhar exatamente onde estava indo. Assim que chegamos a minha cama, Jimin me colou sobre ela lentamente e ficou por cima de mim. Nossos olhos se encontraram e o garoto sorriu, não um sorriso sexy ou safado, mais um sorriso meigo.
– Eu quero muito isso, ______... Mas eu realmente não vou fazer nada que você não queira...
– Não seja bonzinho agora... Eu quero tanto quanto você...
– Então você gosta de caras maus?
A risada, antes meia, agora se transformando novamente na expressão anterior. Jimin soltou uma pequena risada abafada e deslizou as mãos pelo meu corpo, trazendo consigo minha blusa. Retirou-a jogando em algum canto do quarto que nenhum dos dois pareceu se incomodar onde era e sem uma demora sequer meu sutiã tomou o mesmo rumo. O olhar faminto de Jimin correu dos meus olhos para a parte exposta do meu corpo e garoto não demorou um segundo para levar seus lábios úmidos até meus seios. Beijou-os como eu realmente nunca havia sentido antes, mas suas mãos ainda pareciam inquietas demais para se manterem somente nessa pequena área do meu corpo.
Senti seus dedos quentes encostarem-se à parte inferior da minha barriga, quando o garoto já desabotoava meu short, empurrando-o para baixo. Minha respiração já começava a falhar e a cada centímetro que Jimin descia os beijos, um arrepio doloroso se espalhava pelo meu corpo.
Finalmente os lábios de Jimin pareciam chegar próximos a onde eu mais os queria e o garoto começou a deixar beijos fortes na parte interna da minha coxa e retirar minha calcinha lentamente. Meu corpo já parecia impaciente com essa demora e eu queria sentir logo todo o prazer que Park Jimin poderia me proporcionar.
– Jimin... P-por favor... – Implorei, com a voz já fraca, completamente tomada por essa sensação prazerosa que antecede ao verdadeiro prazer físico.
– Você é muito ansiosa, amor... Gosto disso... – Jimin sorriu contra minha pele e, atendendo ao meu pedido, levou seus lábios até minha intimidade, onde deixou um beijo calmo e demorado.
Meu corpo inteiro estremeceu ao seu toque mesmo sabendo que não era nada comparado ao que ainda estava por vir. Jimin então encostou sua língua úmida e quente em minha intimidade e meus olhos se fecharam com toda a força que eu encontrei. Um pequeno gemido baixo deixou meus lábios, fazendo Jimin sorrir contra minha parte sensível, o que incrivelmente deixou uma sensação que eu jamais havia sentido antes.
Seus lábios e sua língua trabalhavam de forma completamente conectada ao meu corpo e Jimin parecia ler meus pensamentos sabendo exatamente onde e como tocar, diminuía e aumentava a velocidade de acordo com os meus gemidos que eram muito mais frequentes agora e, puta merda, eu não aguentaria isso tudo por muito tempo.
Levei minhas mãos até seus cabelos e apertei-os, com mais força do que eu realmente pretendia e Jimin pareceu entender o recado, colocando ainda mais pressão nas pequenas sugadas que dava em meu clitóris.
– Por f-favor... Não para agora... – Minha voz saiu extremamente fina em meio ao gemido que insistia em sair por mais que eu tentasse controlar e, quando as mãos de Jimin encontraram minhas coxas e as apertaram com força, senti todo meu corpo se contrair. Minhas mãos se apertaram ainda mais forte nos cabelos negros do garoto um gemido alto deixou meus lábios, deixando minhas pernas completamente sem energia depois.  
– Seus gemidos são a melhor coisa que eu já ouvi na vida, bae... – Jimin falou, se levantando e usando os dedos para limpar os lábios extremamente vermelhos agora. Seus olhos continuaram grudados em meu corpo enquanto o garoto retirava agora a própria roupa, com um pouco mais de pressa do que havia retirado a minha. O corpo de Jimin, visto assim sem nada, era a maior obra de arte que eu já havia visto, a cada peça de roupa retirada, seus músculos chamavam ainda mais a atenção. O garoto retirou por ultimo sua boxer preta, liberando a ereção que estava apertada ali por provavelmente muito tempo. Ele se virou para trás, procurando sua calça e retirou sua carteira, pegando uma camisinha dentro dela e vestiu-a, se livrando de todo o resto.  Jimin sorriu para mim e se deitou sobre o meu corpo, levanto seus lábios até meu ouvido. – Quero ouvi-los a noite inteira, hum?!
– Só depende de você... Bae... – Provoquei, com a voz um tanto rouca graças ao orgasmo recente. Minhas pernas se prenderam novamente ao redor da cintura do garoto e ou pude ouvi-lo soltar uma risada arrastada próximo ao meu ouvido.
Jimin levou a mão até o seu membro e colocou-o em minha entrada, me provocando enquanto roçava-o lentamente ali.
– Por favor, não me faça implorar de novo... – Resmunguei.
E, atendendo ao meu pedido, Jimin invadiu-me sem nenhum aviso. Um gemido alto deixou meus lábios, ainda mais alto do que qualquer outro antes e o garoto me beijou em meio ao gemido, abafando o resto de som que pretendia sair. Jimin se movimentava em mim ao mesmo ritmo de seus beijos e nossos corpos pareciam ter sincronia perfeita. Seus lábios deixaram os meus e foram até meu pescoço onde o pude sentir seus lábios me marcarem tão forte como se realmente quisesse que todos soubessem que ele fez aquilo.
Seus movimentos não eram rápidos, porem firmes e precisos e a cada vez que seu membro saía de dentro de mim e retornava com ainda mais força eu sentia que todos os meus sentidos estavam prestes a explodir. E Jimin não parecia estar diferente, nossas respirações pareciam querer nos deixar e por mais que eu tentasse controlar, cada vez mais os gemidos insistiam em deixar meus lábios. As mãos de Jimin se prenderam forte em minha cintura e os pequenos gemidos grossos que o garoto deixava entender que ele também não duraria muito tempo.
Minhas próprias mãos pareceram buscar o Corpo de Jimin quando eu senti toda aquela sensação completamente prazerosa voltar aos poucos. Os músculos do garoto estavam tão contraídos a ponto de parecerem explodir sobre minhas mãos. E, quando eu menos esperei, Jimin se movimentou com força atingindo em cheio meu ponto sensível, fazendo um gemido alto e fino sair da minha boca e minhas unhas se prenderem as suas costas, ao mesmo tempo em que o garoto soltou um gemido rouco e arrastado ao meu ouvido.
Jimin parou os movimentos lentamente e assim que se retirou de mim, jogou todo seu corpo ao meu lado na cama. O corpo dele parecia ainda mais bonito assim, suado e precisando usar toda a força que encontrava para puxar o ar para dentro dos seus pulmões.
Jimin levou a mão até os cabelos e jogou-os para trás, retirando os fios suados da testa e olhou para mim. Seu sorriso parecia incrivelmente radiante e completamente diferente dos anteriores, mais como um sorriso de felicidade. Ele se levantou sem dizer nenhuma palavra e me deixou sozinha ali na cama, pegando suas roupas e partindo em direção a minha suíte.
Eu não sabia o que pensar. Havia acabado de ter a melhor noite da minha vida com o cara que eu gosto e, no final de tudo, ele levanta sem dizer nada e sai? Será que eu fiz algo errado? Ou será que ele só veio aqui realmente para ter o que queria e agora que conseguiu, vai se vestir e me deixar? Puta que pariu, Park Jimin, você não pode ser esse babaca que larga uma garota sozinha depois de ter dado a ela a melhor sensação que ela sentiu na vida. Eu já estava começando a me senti envergonhada pela forma como me entreguei a ale tão rápido assim, como não me controlei, como não pedi que saísse da minha casa para sempre, quando o garoto saiu novamente do banheiro, usando apenas sua cueca preta , que o deixava terrivelmente sexy especialmente com esses cabelos bagunçados.
Ele trazia sua camisa, também preta a mão e, ao contrário do que eu pensei, não deixou o quarto, mas sim se sentou ao meu lado e pegou em minha mão, fazendo com que eu me sentasse também.
– Sabe, quando eu pedi ao Kookie que me ajudasse a ficar com você, eu jamais iria imaginar que seria tudo isso... – O garoto soltou uma pequena risada sem graça, ficando com aquela carinha filha da puta me deixa completamente apaixonada e, trouxe sua camisa até mim, fazendo com que eu vestisse a roupa. – Você é incrível, ______.
– Você pediu pro Kookie fazer aquele jogo idiota só pra ficar comigo? – Tentei segurar, mas acabei soltando uma pequena risada, ainda sem acreditar no que eu estava ouvindo. A camisa de Jimin ainda tinha aquele perfume delicioso que eu havia sentido quando ele chegou a minha casa.
– Na verdade, sim... – Ele sorriu também e se deitou em minha cama, me puxando consigo. Seu braço envolveu meu corpo num abraço incrivelmente carinhoso e acolhedor, fazendo com que eu quisesse ficar ali para sempre no abraço dele.
– Puta que pariu... E eu já estava me preparando para xingar até a quinta geração do meu melhor amigo, tadinho... Preciso pedir desculpas ao Kookie...
– Bem, não acho que você precise mesmo...
– Por que não?
– Acho que ele sabe exatamente o que estava acontecendo aqui... – Jimin falou em tom de diversão.
– Será?
– Na verdade... – Falou em meio a uma risada. – Acho que provavelmente o bairro inteiro...
– Eu não gritei tanto assim seu bastardo! – Falei em tom de indignação, deixando um tapa no braço que o garoto usou para me abraçar.
– Boa noite, bae – Jimin deixou um beijo rápido em meus lábios.
– Park Jimin?!
– Eu te amo.
– Ok, desculpado.
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marc-a-dor · 7 years
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Ele tem sol correndo por suas veias
*
(Mel)
Dongwoo tamborila as unhas na mesa, os olhos enevoados com o sono, caindo sobre Hoya ou roubando sua torrada. Ele rebate as observações do outro, com suas próprias ríspidas observações, sorrindo e sustentando o queixo na mão. As manhãs são luminosas e leves, como navegar através de mel, e Dongwoo está contente por passar preguiçosamente um braço sobre os ombros de Sunggyu enquanto eles caminham para a aula. O mais novo xinga baixinho na biblioteca, sustentando dez livros de uma só vez, porque Woohyun disse que ele não conseguiria, e pega doces de Myungsoo. Sunggyu sorri muito quando Dongwoo está por perto, principalmente porque o mais novo venceu Hoya no campeonato de dança ou porque seu cabelo tem o tom caramelo como o sofá na sala de sua casa ou porque o mais novo torce o nariz quando ele pensa. Sunggyu sorri muito quando Dongwoo está por perto, porque é ele.
*
(Pintas)
Sunggyu mantém o seu coração entre os dentes durante a aula, porque Dongwoo está sentado na frente dele, e seus olhos mapeiam o contorno fino, vivido do rosto do menor, uma silhueta brilhante. Woohyun lambe o dedo e enfia no ouvido de Sunggyu, e é tão absurdo e inesperado e injusto, porque ele estava ocupado olhando para as pintas na orelha do outro, que ele cai de sua cadeira em choque. Hoya ri, mas, pelo menos, Myungsoo tem a decência de parecer apologético, e Woohyun sorri para Sunggyu, os lábios formando a observação sucinta: "Você se deu mal, Kim." O mais velho ouve outra risada, a risada dele, suave e musical e flutuando no ar da sala de aula. Sunggyu acalma o fato de que ele está chateado, mas não o suficiente, porque assim que ele está em seu assento, ele dá um soco no braço do Woohyun.
*
(Whisky)
Álcool queima duro nas veias de Sunggyu, vibrando pelo seu sangue e expressões duras e algo inabalável que deve ser o toque de Dongwoo através de sua pele. O mais novo está bêbado, um pouco desleixado e sem controle, dançando através do calor da sala, desafiando Myungsoo para um duelo no karaoke. O cabelo de Dongwoo é tão escuro quanto o carmesim impetuoso que colore a sala, cordas de rubis dançando, passeando na testa do mais novo. As pernas de Dongwoo agilmente saltam para cima da mesa, sua voz ruge nos ouvidos do mais velho, e Myungsoo pula para se juntar a ele. O quarto está vibrante, e Sunggyu deleita-se com a energia, mas seus olhos estão colados em Dongwoo. Ele tem que morder o interior da bochecha para se impedir de pensar sobre o quanto ele gosta do menor, o fato de que Dongwoo está gravado na sujeira debaixo de suas unhas, na cicatriz no cotovelo esquerdo, no sopro que se enrola em seus pulmões. Dongwoo está escrito em todo o Sunggyu, e ele não tem vontade de lavá-lo.
*
(Neve)
O mundo é uma lavagem de branco, mas Dongwoo se destaca, vermelhidão e intenso. Seu cabelo está pontilhado com granizo, e ele ri, sua respiração neblinando no ar frio, pegando os flocos de neve em sua língua. Os esqueléticos galhos das árvores dançam a cima de suas cabeças, e as mãos enluvadas do mais novo são abertas ao máximo quando ele grita: “Venha, hyung!". Os braços de Sunggyu sentem-se pesados, lotados de sacolas, e ele tem todo o desejo de abandoná-las e ir se juntar ao mais novo. Dongwoo persegue Sungjong através da neve, botas triturando gelo, e Woohyun convence-o a ir para o Coffee Shop. Se Dongwoo pega o maior olhando para ele sobre o chocolate quente que flanqueia a mesa, ele não diz nada, apenas lambe a espuma de seus lábios, rosados e mordidos pelo frio, merda - mas Woohyun chuta a canela de Sunggyu por debaixo da mesa e Dongwoo bate o excesso de neve de suas luvas sobre a cabeça do mais velho, e toda a neve se derrete para baixo por seu pescoço. O mais novo exige que Sunggyu lhe carregue até em casa, e empurra toda a sua bagagem nos braços de Woohyun. Quando as pernas de Dongwoo estão enroladas em torno da cintura do mais velho, seu hálito quente contra o pescoço do maior, Sunggyu se pergunta quanto tempo ele pode continuar com isso, fingindo que eles são apenas incríveis amigos. Ele não pode. Ele não quer.
*
(Estrelas)
Eles ficam no escuro e falam sobre nada, os pés enrolados e os dedos espalhados, mapeando as estrelas. Algo doloroso infiltra-se através de suas veias quando Sunggyu olha para Dongwoo, os olhos arregalados e olhando para o céu. Em algum momento, a mão do mais novo, tentativa, porém totalmente segura, alcança a do mais velho, e seu coração se esgueira freneticamente contra seu peito. Sunggyu se engasga com as palavras, e sua respiração bate na garganta, porque ele gosta do menor, mas ele não sabe o que fazer sobre isso. Dongwoo sussurra sobre como ele não tem mais certeza de saber o que fazer, sobre Celestina Warbeck, romances e o novo conjunto de pintura que Sungjong conseguiu para ele, sobre como sua irmã costumava ser sua irmã. Sunggyu sussurra de volta, sobre o final de uma série, sobre os doces que ele contrabandeou, todos os artigos no jornal, as gravações de Woohyun e como Sungyeol estilhaçou o poste da cama, sobre como ele está preocupado. Sunggyu ergue os nós dos dedos do mais novo até seus próprios lábios e beija o quarto dedo. Dongwoo se desloca contra o mais velho, e divaga, um clarão que desaparece na escuridão acima deles, então ele acha que ele pode gostar do mais velho. Sunggyu quase ri, porque ele está tão irremediavelmente e inegavelmente fodido, antes de soltar a respiração e dizer: "Sim, acho que também gosto de você".
*
(Papel)
O verão é gasto com uma entrega de cartas, tinta de caneta que mancha as mãos, vários envelopes não selados e datas e nomes. Sempre que eles se veem, algo cintilante é arremessado no ar entre os dois, e Sunggyu lentamente percebe que ele tem sustentado o olhar do mais novo por muito tempo. Woohyun diz algo sobre tensão sexual, mas, por qualquer motivo, Sunggyu não o ouve. Muitas pessoas passam longos dias iluminados pelo sol na área de paralelepípedos de próximo ao rio, mãos pegajosas com sorvete ou carregadas de livros ou agarrando uma garrafa de água. As ruas se desenrolam para admitir seus tumultos, longas noites passadas fumando ou falando ou tentando e não adormecendo. Sunggyu olha o mais novo, e ele está radiante durante esses meses, uma mistura de camisetas rasgadas e ombros e cabelos avermelhados à deriva. Isso faz o coração do mais velho doer.
*
(Luar)
Dongwoo beija Sunggyu no dormitório, que é uma bagunça de travesseiros e edredons esfarrapados. A luz do luar se espalha através da janela, banhando ambos enquanto o mais velho passa as mãos pelos cabelos do menor e os cílios do mesmo se agitam contra a pele do outro. Dongwoo tem gosto de balas de menta e luz do sol, e seus lábios pressionam contra os do maior, como se ele precisasse daquilo para respirar. Sunggyu não poderia se importar menos com os óculos dele, o que ele tem certeza de que foram derrubados, mas ele apenas leva o lábio inferior de Dongwoo entre os seus e o mais novo suspira contra o outro enquanto suas mãos passeiam pela largura de suas costas. Os seus narizes se chocam e as mãos de Dongwoo se curvam pelos cabelos e o mais novo está pressionado contra o mais velho e então a porta se abre e, a cerca de um milhão de quilômetros, ele ouve Woohyun gritar: "Está acontecendo! Hoya, você me deve 20 reais!”. Sunggyu acena com uma mão e Dongwoo sorri contra seus lábios e a porta bate e eles continuam por vários minutos até se afastarem, cabelos bagunçados, peitos arfantes e olhos aturdidos. Dongwoo olha para o outro, lindo e sem fôlego e completamente etéreo, e diz: "Sai comigo, hyung?". Sunggyu o beija dessa vez, e seus dedos pressionam a cintura do menor e ele ri e diz: "Eu pensei que você nunca perguntaria".
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45/??? Dias de Donggyu
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de-stymest · 4 years
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Mesmerized. /  ALERT: trigger warning!
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O som do celular era definitivamente irritante, Derek queria que aquela merda apenas parasse em algum momento, mas depois de longos segundos ouvindo a mesma coisa se deu conta de que não ia acontecer. Girou no espaço que estava deitado e quase caiu do sofá limitado do seu escritório, a mão alisou o próprio rosto e ele chegou a se sentar com a cabeça latejando. “Mas que...”, nada aconteceu, o som retomou para o começo e ele forçou a vista, estava escuro e ele sabia que a merda do galpão não parava mesmo durante as madrugadas, mas estava tudo estranhamente escuro. Seus olhos buscaram ganhar um pouco mais de espaço para identificar ao redor, era definitivamente o seu escritório de Crosby, o mesmo tapete, a mesma mesa de centro, o mesmo sofá de três lugares, a mesa de madeira comprida ainda bagunçada com notas de dinheiro mal contato, latas de cerveja vazias e cinzeiro transbordando de cinza e guimbas amassadas. Derek se levantou, olhou para si mesmo e estava vestindo apenas uma calça jeans.velha, deu um passo para o som do celular que ainda tocava irritante e sentiu-se tropeçar na mesinha da vitrola. A questão era, ele tinha dormido no escritório e sua vitrola era em casa, certo? A mão tocou a testa e ele tentou alisar de alguma forma como se isso pudesse resolver o seu problema com a vista e lá estava ela: Maille. — Desty, não! — Ela dizia, correndo para dentro da sala de leitura. O lugar que estava agora, Derek se viu entrando pela porta depois dela, anos mais novo e seguindo até a prateleira de livros, puxou alguns jogando no chão sem muita cerimônia, a mulher chorava em pé perto da lareira, parecia tremer e esfregar o rosto algumas vezes.. — Não é o seu dinheiro que eu quero. — ENTÃO O QUE VOCÊ QUER? — Ele pegou um dos livros e arremessou na direção dela, Maille não precisou se esquivar, não era para acertá-la mas ainda assim o gesto em si a fez acreditar que sim. Os olhos esverdeados da moça pareceram encarar o maior por mais tempo, em silêncio. Ele não a batia, nunca o fizera, eram noites que a deixava para trás ou apenas vezes que a levava para a casa de seus pais e dizia que não queria mais vê-la. Entretanto, estava grávida e as coisas não podiam ser piores, eram sempre constantes brigas ou drama da parte de um ou de outro. Tóxico e sem qualquer sinal de melhorias nos meses de gravidez em que ele passou a morar com el. Maille nunca precisou fugir de um objeto e talvez só talvez, aquilo tinha sido o estopim.. Ela olhava ao redor enquanto Derek parecia encontrar um pouco de calmaria... — Maille. — O que vai fazer? Hm? Vai me bater, Derek? É pra isso que me trouxe pra cá?— Claro que não! Você não pode fazer isso, não pode tirar ela de mim. — Não posso? Não era você que disse que não era sua? Não era você que disse que era só a merda de uma mentira? Por que faz tanta questão agora? Agora que a sente mexer, é isso? Agora que sabe que é real? Quer ser um pai melhor que o seu? Cansou de brincar de casinha com seu irmão? VOCÊ NÃO VAI SER UM PAI MELHOR, É SÓ UM LIXO EGOÍSTA COM UM TIME PRA CUIDAR. — Eu sei o que fiz, mas ainda é minha filha e independente de tudo.... — NÃO! É minha filha! E se você a quisesse, Derek, estaria comigo... estaria sem aquele maldito bar, aqueles malditos amigos, estaria em um trabalho decente, estaria consertando as coisas e voltando pra casa. — Maille se aproximou tocando o rosto irritado com ambas as mãos. e mais uma vez o som do celular tocou. — Não vai, meu amor.... não vai. Olha pra mim... — Ela pediu, pegando a mão dele e colocando em sua barriga, estava enorme, o choro deixava Summer inquieta e os chutes estava fazendo parte da barriga se mover enquanto ela o olhava nos olhos, Derek alisou ali e encostou a cabeça na dela. — Eu sei que a gente vai conseguir, você pode me amar, você pode fazer isso... — Mailler tentou e Derek meneou a cabeça em negação, tudo que não precisava era de uma brincadeira de casinha na sua vida, ele tinha planos e isso não incluía um casamento, uma esposa, filhos e jantares regrados.
— Eu não posso.
— Não sai, Derek e se ela nascer?  
— É dia de jogo. — Ele comentou e se afastou dela, deixando uma Maille chorosa na sala de leitura, que se sentou no sofá de couro e olhou para a estante de livros onde o antigo cofre estava ali, semi aberto com o dinheiro que o rapaz vinha conseguindo com seu trabalho no bar as bocas de venda de droga onde estava começando a trabalhar. — Vai deitar, eu não vou demorar. 
— Derek, não vai...... Por favor. — Se viu deixando o local para ir para a final vitoriosa de um campeonato, enquanto a noite do nascimento de sua filha selaria o último dia de Maille em sua casa, depois de esvaziar seu cofre e ter o bebê sozinha, com um b.o restritivo em mãos e o começo de uma separação com a criança. —   Fica longe de mim e fica longe da minha filha! — Ela gritou antes do som da porta batendo no andar debaixo selar o destino. " 
A agonia com a sua cabeça recomeçou, fechando os olhos e caindo de joelhos no meio do escritório enquanto o celular vibrava e tocava sobre a mesa, ele esticou o braço para tentar alcançar. Precisou se arrastar, abraçando o abdômen com a mão direita enquanto a esquerda  fazia com que se puxasse mais e mais pelo chão do escritório, um lampejo atravessou a sua vista e Derek se deitou no chão, esticando a mão para o alto de onde a luz cegante vinha.  A a mão aberta tentava proteger sua vista quando notou que era mais uma vez ela. Mais velha, agora magra, ela chorava e tinha sangue em seu supercílio, enquanto uma arma nas mãos trêmulas apontava em sua direção.
 — Sai de cima dele. — Derek olhou para o lado e viu Alexander deitado no chão, estava sentado sobre sua barriga, a mão esquerda segurava a camiseta que o county estava usando, a direita estava cheia de sangue e cortes, os seu se mesclando a do outro homem enquanto o rosto de Alexander estava desfigurado, os olhos com a órbita amassada e e as bocas roxas.  — Por favor, Solte-o, você não é assim... você não é... você não é.... 
— Mai, a-atira...... — O homem tossiu o sangue enquanto Derek voltava a olhar pra ele. "Cale-a boca", repetiu junto a imagem que lembrava de si mesmo, um canivete tirado do coturno para atravessar a garganta do rapaz. Bater não era o suficiente, não quando ele estava roubando sua filha, sua moral, em meio ao seu território. Derek estava em ascendência, dominando dois dos bairros com seu esquema de tráfico, gerente do pub oficial dos Urchins e subindo cada vez mais de cargo na torcida, o que diriam se o líder da torcida do Everton levasse sua ex e sua filha embora? O que ele faria quando o anjo que nasceu para lhe manter vivo fosse tirado de si por aquele casal? Ele não podia deixar, ele não podia ter essa vergonha, nunca seria líder dos Urchins com ela manchando a sua história. O sangue saía manchando todo o carpete, Derek puxou o canivete e viu o sangue se espalhar.. — V-você o matou....? Desty, você.... meu deus, você... — Ela estava falando, a arma continuava nas mãos da mulher. — Me dá isso aqui. Vai se machucar. — Fica longe. O que vai contar pra ela? O que vai dizer? — Me dá essa arma. — Você o matou! Assassino! Ele ia fugir comigo, ele ia me dar a vida que você não poderia... pra mim e pra Sumy. 
— Maille. 
— NÃO CHEGA PERTO DE MIM! Você tem restrição, seu..... seu monstro. — Derek não queria ouvir. Apenas avançou contra ela para pegar a arma de sua mão, arma que efetuo dois disparos enquanto tentava tomar da mais nova, mas Maille não queria lhe entregar, tentou se jogar na cama do casebre, com a arma por baixo de seu corpo, usando-o para se virar e impedir que Derek tomasse de si,  entretanto, o movimento fora arriscado demais, Derek era mais forte e puxou o corpo dela para se virar de lado e numa dessas tentativas viera o terceiro, seu corpo sentiu o corpo embaixo tremendo, e parou de lutar pela posse, afastou-se para ver a mulher deitada de bruços em sua camisola branca, o marfim sujando o colchão em torno dela, tomando a seda da camisola enquanto ela chorava agora em silêncio.
— Maille?  — A mulher abriu a boca algumas vezes, mas de dentro dela só suspiros ensaguentados lhe escapavam. A mão deslizou pelo tecido, a arma sendo empurrada com a tentativa de esticar o braço ao fazê-lo, ouviu-a caindo no chão, mas não era sobre a arma que se trava ou apontar para si, mas sim o indicar do armário do quarto bem fechado por uma cadeira.  O olhar esverdeado banhado de lágrimas lhe encarou opaco antes de ela apontar uma vez mais. Desty viu o corpo parar de tremer, a boca cuspir mais um punhado de sangue antes dos olhos sem vida perderem totalmente o foco, a mão não mais apontava mais ele se aproximou, tirando a cadeira dali para abrir a porta. Summer estava sentada no chão, no cantinho do closet. Os fones de ouvido na orelha enquanto ela apertava com força para não ouvir, Derek entrou ali, acendendo a luz e encostando a porta, tocando o queixo da criança de menos de dois anos. 
A menininha abriu os olhos assustada, tirando o fone que tocava algum pop alto demais e se jogando nos braços de seu pai, abraçada a ele e chorando. — tem de apêta, apêta foite.,. a mamãe já volta... — A pequenininha repetiu o que sua mãe disse ao lhe trancar ali, Derek a abraçou e em seguida pegou o fone novamente. 
— Papai cuidou dos homens maus, tá bom? — A menininha assentiu.. — Você tem que fechar os olhos e só vai abrir quando o papai deixar, promete? Vai ser forte, Sun? — A menina concordou já fechando os olhos, Derek colocou o fone de volta em sua orelha e se levantou com ela em seu colo, pegando a mochila dentro do Closet e saindo dali com a mesma em seus braços. O impala estava do lado de fora, e ele a colocou no banco de trás antes de por sua vez ligar para Johnny e Maddox, aquilo era sem dúvida, o começo do seu fim. 
O som de algo caindo no chão lhe tirou do devaneio, Derek pegou o aparelho e finalmente atendeu. O voz do outro lado da linha lhe confortou; Owen. O timbre do amigo fazendo uma brincadeira qualquer com um cantada soou, o rapaz acabou por soltar um riso amuado apenas para não levantar suspeitas, o corpo estava febril, mas estava em seu escritório, sem qualquer lembrança de como ficou tão louco a ponto de ter aquelas memórias sendo vasculhadas, memórias que ele tinha decidido enterrar e que raramente falava a respeito...
 — Eu não sei, eu acho que to numa badtrip fodida, chapei demais e to vendo coisas. — Comentou com o amigo e Owen concordou. 
— Vai pra casa, Derek! 
— Não da, eu to... acabado, cara, sério... eu nem sei que horas são, acho que to febre. 
— Dude, vai pra casa..  — Derek reconhecia a voz de Owen, aquele tom amigável e divertido ficou mais sério de repente. O rapaz e sentou, limpando o suor da testa enquanto perguntava o porquê. — Ela descobriu Derek. Scar me ligou e não sabe o que fazer, Summer não para de chorar e dizer que foi você, eu não sei como. Eu sinto muito. Posso ir pra lá se você quiser, mas... 
— Quando? 
— Você precisa... 
— Owen,. quando foi isso? Como ela soube?
 — Eu não sei, Scar ta tentando falar com você a noite inteira e eu também, tenta falar com ela, tá bom? Vai pra casa.;. — Derek soltou o aparelho no chão. As duas mãos tocaram a própria testa, os olhos se fecharam e Derek sentiu as lágrimas rolando por seu rosto.. O grito de desespero lhe escapou, tão alto que os lábios repuxaram., o corpo parecia não ter forças para se levantar, Derek precisou de alguns segundos de choro alto e forte para ao menos conseguir se colocar de pé. A mão passou pela mesa, derrubando o dinheiro e as bebidas, vasculhando até encontrar a chave do carro.. O homem corre para fora do escritório, descendo as escadas externas para ir para seu carro. Estava de calço, apenas com a calça do corpo, celular na mão foi parar sobre o banco do carona enquanto ele se sentava e dava a partida. 
O chuvisco no lado de fora não o incomodou, pelo contrário. Derek estava inconsolável, seus olhos fitavam as ruas, acendou um cigarro pelo caminho, tentando lidar com seus pensamentos, lembranças, a voz decepcionada do melhor amigo no telefone, a cara de Scar que sequer gostava de estar com crianças e tinha que lidar com uma Summer aos prantos. Tudo parecia um filme de terror, onde ele era o bicho papão. Derek era. 
Freiou o carro, abrindo a porta e deixando ele ir contra a parede da casa ao tempo em que apenas saía de dentro dele e corria na direção da casa. Por um momento não importava se estava ou não no meio da rua, se iria ou não atrapalhar alguém. Derek apenas se lançou para fora, a mão trêmula notando a porta fechada para voltar ao carro e tirar a chave no contato, a chuva estava começando a ficar mais forte e ele sentia o corpo congelando com os pingos grossos, mas conseguiu abrir a porta e subiu as escadas correndo. Scooby lhe encontrou na escada, os latidos animados e pareceu achar que era uma brincadeira a corrida, melhor que Sirius que quase lhe derrubou ao chegar no último andar da casa. A porta de Scar estava aberta, mas Derek passou primeiro no quarto de Summer antes de seguir até ele. Summer ria de algum enquanto a garota parecia repartir bem mal um chocolate entre as duas.
— Sun? 
— Papai? — Ela disse sem olhar para a porta, ao menos até Scar o fazer primeiro. — Derek? — Ela disse preocupada e Summer olhou para si, se levantando para ir até ele. As duas pareciam preocupadas mas o rapaz se ajoelhou para envolver a menina em um abraço enquanto a mesma dizia o quanto ele estava gelado e que ia ficar doente. 
— Por que você não pega uma toalha e roupas secas para o papai? — Scarlett pediu para a menina que soltou o pai que ainda chorava e olhou para Scar. — O que ta acontecendo, você veio drogado pra casa? Você não faz isso, o que está acontecendo, Derek? É por causa da Briar? 
— O Owen disse que você... que você tinha dito que a Summer sabia? 
— Do que você ta falando, se levanta, vai tomar um banho... Eu não sei o que está acontecendo com você, Derek. Mas você disse que ela ia vir ante-ontem a noite, eu não vejo nem a sombra da Briar nessa casa, eu passei na casa que você disse pra eu buscar ela e não tinha ninguém, então me diz o que 'tá acontencendo porque eu não sei onde ela se meteu, e agora você está desse jeito e eu to tendo que olhar um zoológico e sua filha e eu estou começando a enlouquecer. Não tem vinho que sustente, amigo. — Derek pensou em responder, entretanto, Summer enrolou a toalha em seu ombro e ele apenas se levantou. 
— Tudo bem, pai? — A menina disse desconfiada, e Derek concordou, dando um beijo em sua testa e olhar para Scar que entendeu o pedido mudo. Ela lhe repreendeu com o olhar e abraçou Summer levando a menina de volta para a sua cama para que voltassem a conversa e ao filme enquanto falavam sobre os chocolates.. A menina parecia preocupada, mas acabou voltando para conversa em poucos segundos.
O banho pareceu esclarecer as ideias, não entendia porque Owen tinha mentido para si, não entendia como o melhor amigo tinha feito uma brincadeira dessas consigo, ou foi Scar? Por conta de ter deixado ela com a filha? Não sabia, os dois pareciam estar nisso e ele sinceramente estava começando a ficar paranoico. Saiu do chuveiro quente, o corpo mais relaxado e tranquilo agora quando, se secou devidamente e passou a se vestir. Só depois de estar devidamente trocado ele desceu, não queria ver o rosto da filha porque se sentia culpado demais e Scar, bem, ele sequer sabia se podia confiar nela depois de uma brincadeira daquelas. Desceu as escadas para ir de colta para a rua dos fundos, o carro ainda estava largado ali, com a porta aberta, dessa vez o homem correu para não pegar chuva e entrou no mesmo. Pegou um pano debaixo do banco para secar o que podia, estofado, porta, piso.. Limpava como podia enquanto esperava o carro aquecer um pouco. O celular voltou a brilhar no banco ao lado, Derek olhou na direção dele para ver o símbolo do hex brilhando na tela.
 "UPDATE::CHECK - BRIAR ROSE →" 
O rapaz clicou na tela, arrastando para revelar a notificação quando notou o beco. Conhecia bem aquela região de Greenbank, as latas de lixo tombadas, a parede pichada, era perto do correio, perto de onde uma vez Mad apanhara até perto da inconsciência. Derek procurou Briar na foto ou qualquer tipo de coisa que dizia que era ela mesmo ali. O que estava fazendo? Onde estava indo? O rapaz chegou a suspirar completamente descontente, mas ainda assim bloqueou a tela. — O que você está fazendo? — Perguntou como se ela pudesse ouvir.. Desde aquele dia, Derek nunca mais tinha pisado naquela região, a lembrança do irmão machucado, do choro, dele dizendo que machucaram ele por sua causa, tudo naquele dia lhe inspirava a medo. Era assim que era, as pessoas ao seu redor sempre se machucavam, se não emocionalmente,  com toda a certeza fisicamente. Derek era uma fonte de auto-destruição e a dor em seu peito lhe pedia para simplesmente mandar uma mensagem para a mulher e dizer que queria que ela fosse pra casa, eles precisavam conversar, precisavam se ver. Estava tudo uma confusão e Derek não queria manter aquilo assim.. Pegou o aparelho e tentou ligar. Primeiro para ela, em seguida para a Eve, até para o Aron ele tinha ligado, tudo parecia um caos ele e não a encontrava. Hex voltou a sinalizar, e ele abriu a notificação "triangule", ele não precisava do aplicativo para saber aquele endereço. A foto lhe fazia lembrar bem do caminho e o rapaz acabou por acelerar de encontro ao seu destino...
"Desty?" — O som daquela voz em seu ouvido fez o controle do volante ser perdido, Maille sussurrando em seu ouvido enquanto o carro se aproximava daquele beco, Derek pisou no freio, a pista estava molhada e ele sentiu o carro rodando e rodando. 
Ele tentou parar, mas a fumaça ao redor do carro só comprovava que ele girou queimando o liquido do asfalto até o som estridente da lataria se chocando na parede. Tudo era rápido demais, o deslizar do carro, a batida, o vidro se partindo e seu braço se erguendo para defender o rosto. O corpo deslizando no banco sem cinto, e o corpo indo para frente e e saindo pelo para-brisa... Derek nunca estava de cinto, e dessa vez pagou o preço. O corpo suspenso, o sangue rolando pelo capô e a chuva limpando o sangue do supercílio que por vezes cobria sua visão. — Briar? — Ele olhou para a imagem da tatuadora saindo do beco, mas não era nada além de uma brisa, e ele estava ferido demais para lutar contra isso...... apagou.. E dessa vez, não tinha um telefone tocando para lhe despertar.
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souslelit · 4 years
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// fim do mundo //
boy bands, the end of the world, and other inexplicable phenomenon
Adele não sabia ao certo no que prestar atenção.
Havia as crianças correndo, as perninhas trançando entre as mesas da lanchonete cada vez mais rápido e desajeitadamente, os gritinhos agudos e irritantes a medida que a distância entre elas e os pais aumentava.
Havia os pais, que tentavam não correr nem falar alto enquanto perseguiam os filhos com hambúrgueres pela metade nas mãos.
Havia os adolescentes, que riam alto demais e gritavam alto demais e falavam alto demais, deslizando pela lanchonete e dançando a música brega que tocava no alto-falante e os preparava para a balada que com certeza seria o próximo destino – depois do lanchinho.
E então havia a perna esquerda de Levi.
Aquela era mais uma sexta-feira normal para Adele, nessa altura do campeonato: sair da aula, trocar de roupa e esperar do lado de fora do prédio de quatro andares pelo carro vermelho que ela já ouvia da esquina. Passar na lanchonete com os três garotos e pedir a única opção vegetariana do cardápio, e depois sair correndo para o bar onde a banda deles se apresentaria. Depois, pegar carona de volta para casa.
Seria mais uma sexta-feira normal. 
Se não fosse o ar, que estava diferente. E a perna esquerda de Levi. 
Ali, sentada na mesa de quatro lugares na lanchonete, Adele deu mais duas mordidas no lanche enquanto tentava ao máximo focar no que quer que Tobias e Hugo estivessem discutindo no outro lado da mesa. Não que fosse uma discussão, com vozes altas e acusações ferozes, nada disso. Nada nunca seria isso entre Tobias e Hugo, principalmente porque estavam conversando de mãos dadas.
– Você não acha, Del? – Tobias desviou o olhar de seu namorado brevemente e fitou a amiga, com as sobrancelhas erguidas. 
– An?... Ah, uhum.
Tobias sorriu satisfeito, e Adele desejou ter concordado com algum argumento coerente. Os amigos não voltaram a chamá-la para o assunto, e isso foi o suficiente para que ela voltasse a mergulhar em seus pensamentos. 
Deu mais uma mordida no lanche e tentou olhar de esgueio para o garoto sentado ao seu lado. Levi ria do que quer que Hugo tinha acabado de falar, a boca cheia de uma mordida bem dada no lanche que claramente não era vegetariano. Sua franja caía nos seus olhos castanhos, mas dava para ver o brilho travesso que vinha deles. Seus braços estavam apoiados na mesa e, assim como o joelho esquerdo, o cotovelo esquerdo encostava em Adele. Bem de leve. 
Por baixo da mesa, a perna de Levi se mexia quase como se fosse independente do seu corpo. Em uma batida descompassada, seu pé e sua coxa esquerda subiam e desciam e subiam e desciam e subiam, trombando incessantemente com o joelho e a coxa de Adele. 
Ela queria que isso incomodasse, e incomodasse tanto que ela teria que pedir para que ele parasse, ou ao menos se afastasse. Mas tudo em que Adele conseguiu pensar era que justo nessa sexta-feira ela tinha escolhido usar sua minissaia amarela favorita, que deixava suas coxas e seus joelhos completamente nus, o que significava que só uma camada de tecido, os jeans surrados de Levi, separava as peles dos dois. 
E isso foi o suficiente para que ela não pensasse em mais nada até saírem da lanchonete. 
– Mas eu não consigo fazer isso.
– Del, por favoooooor.
– Não entendi por que o Tobias não faz em vocês dois.
– Não vai dar tempoooooo.
Os três garotos estavam sentados no sofá do camarim do bar, e Adele estava em uma das cadeiras em frente ao espelho, retocando o batom. Ela olhava para frente e pensava em como poderia não ter comentado que a luz daquele camarim era ótima ou que o delineado na linha d'água de Tobias estava especialmente lindo, porque uma discussão – uma de verdade, dessa vez – irrompeu no local. Uma em que ela teve que participar. 
– Nós temos que otimizar o tempo. – Hugo falou, metodicamente, levantando do sofá e se colocando na frente dos amigos, no meio do caminho entre Adele e os meninos. – Tobias faz o delineado em mim, e Adele em Levi. 
Ao falar o nome dos dois assim, um tão perto do outro, um arrepio passou pela barriga de Adele. Um arrepio que ela conhecia muito bem, mas tinha aprendido a lutar contra. Ou pelo menos a tentar lutar contra.
– Eu tenho medo de machucá-lo – Adele se levantou da cadeira, se juntando aos seus amigos. – Não sou muito boa nisso. Não tanto quanto Tobias. 
– Vai ficar ótimo. Confio em você. 
Foi Levi quem falou, as poucas palavras fazendo o arrepio voltar para a barriga de Adele. Ele a encarava agora, de baixo para cima, a franja afastada dando mais destaque aos olhos. O delineador ia cair muito bem.
Adele sentia que estavam sendo observados. Sabia que Hugo e Tobias queriam que algo acontecesse entre os dois – talvez tanto quanto ela queria. Mas não ia acontecer, por Adele já havia tido essa conversa com ela mesma. Sobre como a amizade é muito mais importante nesses momentos. N��o importa o fato de que agora só haviam os dois naquele camarim, trocando um só olhar, que ia além de uma opinião sobre delineador. 
– Pessoal, quinze minutos, ok? – o dono do bar nem bateu na porta antes de dar o aviso, dando um susto em todos. 
O braço de Adele estava numa posição esquisita que dava cãimbra no pulso. 
– Del, preciso piscar, preciso piscar…
– Não ouse. Eu tô acabando. – o nariz da garota estava há pouquíssimos centímetros do nariz de Levi, e ela tentava não pensar no fato de que ele cheirava a limão e vagamente a fritura, por causa da lanchonete. 
Havia levado cinco minutos para aplicar delineador em um olho, o que eram cerca de quatro minutos e trinta segundos a mais do que Adele levava para fazer em si mesma. Em parte, era porque o garoto não parava de piscar. Mas, na maioria do tempo, ele usava das mãos para fazer cócegas em Adele e tirar sua concentração.
Não que Adele estivesse concentrada. Desde que Tobias e Hugo haviam deixado ela e Levi sozinhos no camarim para ir checar o palco, seu coração estava tão acelerado que ela tinha medo que desse para ouvir.
– Del, eu não tô brincando. – Levi murmurou, entre dentes. – Se você não parar eu vou ser obrigado a fazer cócegas na sua costela.
– Isso foi uma ameaça? – a garota afastou a mão que segurava o lápis, mas não afastou o rosto nem o corpo do menino. Com pouquíssimos centímetros de distância entre os dois, ela sorriu um sorriso malicioso. 
– Vem aqui! – Levi gritou e rapidamente envolveu Adele em um abraço, pulando para fora da cadeira. Os seus dois braços prenderam a cintura da garota e a tiraram do chão, e depois levaram-na até o centro do camarim.
– Me solta, me solta! – Adele gritava entre risos, cruzando as pernas no ar e tentando segurar a saia no lugar, mais por instinto do que qualquer outra coisa. Levi girou a garota até ficarem frente a frente antes de colocá-la no chão, mas não soltou sua cintura. 
Os dois estavam ofegantes e sorrindo. 
– Idiota. Você tá todo manchado. – o primeiro reflexo de Adele foi segurar o rosto de Levi com as duas mãos, usando os dedões para ajeitar o delineado borrado nos cantos dos olhos. Ela só percebeu a posição em que estava quando sentiu o abraço do garoto trazê-la para mais perto. 
– Suas mãos estão tremendo. – Levi observou, sua voz um sussurro agora. Se antes os rostos deles estavam a pouquíssimos centímetros de distância, agora estavam a pouquíssimos milímetros. – Tá tudo bem?
Silêncio. Levi fechou os olhos, mas Adele se recusou a copiá-lo.
– Não. – a garota se afastou tão rapidamente quanto haviam se aproximado. – Mas vai ficar, assim que você for fazer seu show. 
– Del... – as mãos dos dois se encostaram na maçaneta da porta que levava para o palco. Os olhos de Levi encontraram os de Adele e, nossa, o delineado deixava as pupilas castanhas dele muito mais intensas. – Eu queria te dizer...
– Eu sei o que você quer me dizer. E, acredite, eu quero também.
Mais silêncio. As sobrancelhas de Levi se ergueram até um ponto que Adele nunca vira antes.
– Mas você nunca parou pra pensar… – ela tentou formular a frase certa, mas as palavras pareciam entaladas na garganta, como comprimidos engolidos sem água: amargos. Duros. – Nunca pensou em todas as chances que isso tem de dar errado?
O garoto deu um sorrisinho antes de responder.
– Mas… e a chance de dar certo?
Eles se encararam de novo, e o arrepio que percorreu o corpo de Adele foi diferente dessa vez. 
Que sensação esquisita, ela pensou, sentindo o arrepio sair da boca do estômago e parar na ponta da língua. Por um momento, Adele teve certeza de que ia começar a chorar. Ou começar a rir. O corpo dela começou a batalhar para escolher entre esses dois, o que tornou tudo mais excruciante. Mas, um segundo depois, foi como se a batalha parasse. E depois começasse de novo. 
Olhar para os olhos de Levi era, Adele, concluiu, o último segundo de silêncio antes do caos. Era como olhar nos olhos do fim do mundo. 
– Desculpa, eu não posso ter essa discussão. – a garota fez o máximo para não trocar mais olhares com ninguém ao cruzar a porta e depois a pequena escada de serviço entre o palco e a plateia. Ela não ia aguentar ficar para ver o show, não com o que tinha acabado de acontecer. 
Mas, merda, ela não podia voltar sozinha.
Do lado de fora do bar, ela viu as luzes de dentro se apagarem e o show começar. Ela conhecia o setlist dos meninos de cor, mas não conseguia evitar o sorriso toda vez que Tobias cantava o "one, two, three, four!" de I saw her standing there, dos Beatles. Depois desse breve momento de paz, todos os pensamentos do dia voltaram para a mente de Adele, e tudo que ela estava sentindo fez seu coração bater mais rápido, num ritmo pesado que a deixava quase sem ar.
Nada disso teria acontecido se Levi tivesse se sentado tão perto na lanchonete, e eles não tivessem ficado encostados durante todo aquele tempo. Mas, até aí, aquilo podia ser coisa da cabeça dela, não podia? Era isso que Adele sempre afirmava para si mesma. Que tudo era coisa da sua cabeça, que ninguém, principalmente Levi, seria capaz de sentir o mesmo que ela, de perceber as mesmas coisas que ela. Porque era simplesmente maluquice ficar prestando atenção em coisas do tipo joelhos esquerdos que ficam encostados em joelhos direitos. 
A segunda música – ou seria a terceira? – começou lá dentro, e a voz de Tobias assumiu um tom mais romântico. Adele conseguia visualizar o palco, se fechasse os olhos: Tobias debruçado sobre o microfone, Hugo já suado e com as sobrancelhas franzidas, prestando atenção no compasso, e Levi abraçado na sua guitarra verde escura, que só ficava da sua cor verdadeira quando ele ousava ir para a frente do palco, onde tinha mais luz, e fazer algum solo super complicado. 
Adele se perguntou se hoje Levi tinha resolvido entrar na frente de algum tipo de holofote. Como se ele sempre tivesse sentido alguma coisa por ela, mas escolheu esse dia específico para se colocar no centro da atenção dela e fazer alguma firula. Ela se perguntou se aquilo era um show para ele, ou se realmente significava algo a mais, algo mais parecido com os sentimentos dela. 
– Meu deus, eu devo estar ficando maluca. – Adele falou para si mesma, em voz alta, para ter certeza de que não estava ficando maluca por começar a comparar cada pedaço do show a um aspecto da vida dela.  E então decidiu entrar no bar novamente, mas só para pegar algo para beber. 
O ambiente interno estava significantemente mais quente, o que a garota considerava uma vantagem para seu corpo pequeno e com poucas roupas, e também estava bem mais cheio do que quando havia chegado. O público era um pouco mais velho do que ela, na faixa dos 25 anos, talvez, e curtia o show em pequenos grupos ou em casais. 
Adele tentou não olhar para o palco enquanto se dirigia à bancada alta no centro do bar, mas era difícil pois ele era o único foco de luz fora as mesinhas com cabines perto da porta por onde ela havia entrado. Enquanto ela pedia uma cerveja para o barman bonitinho, seu olhar sem querer pousou em Levi, enquanto ele terminava a música com um solo de guitarra complexo. 
Ela gostava de vê-lo assim, não pelo foco que ele ganhava no show, com os holofotes e tudo o mais, mas pelo fato de ele ter confiança no que ele estava fazendo. Levi tocava guitarra como se estivesse sentado assistindo TV, ou dando uma volta no parque no domingo. Dava para ver o prazer sendo transmitido em cada nota. 
Adele aplaudiu junto ao resto da plateia quando finalizaram, e ela notou que houve uma rápida troca de informações entre seus amigos no palco. A garota deu um longo gole da cerveja enquanto via Levi assumindo o lugar de Tobias no centro, ajustando o microfone para a sua altura, e Tobias saindo e voltando rapidamente com uma segunda guitarra das coxias. 
– Oi pessoal, muito obrigada pela presença! – Levi falou ao microfone, afastando a franja dos olhos. – Essa é nossa última música antes de um intervalinho. Espero que gostem!
Hugo usou as baquetas para contar até quatro e os meninos começaram uma música que não estava na setlist, mas que Adele conhecia muito bem.
A voz de Levi combinava perfeitamente com Jackie and Wilson, a favorita de Adele, que eles já haviam escutados juntos, apenas os dois, centenas de vezes. A música que eles já haviam cantado juntos na varanda do apartamento dela às duas da manhã, com o violão desafinado dele acompanhando. A música que ela poderia curtir sozinha sem enjoar, por toda a eternidade, mas era melhor quando ouvia junto com Levi.
Não era uma música qualquer.
O garoto cantava ao mesmo tempo que buscava os olhos de Adele na plateia, mas ela estava catatônica demais para sair do seu assento no bar. Mal conseguia mexer a boca para acompanhar a letra. Quando cruzaram os olhares, a música já estava chegando no segundo refrão. 
A menina havia abandonado completamente a cerveja apenas para assistir tudo aquilo. As luzes vermelhas e a música perfeita e aquele olhar. Ela sentia tudo na boca do estômago dela, a sensação de que o mundo estava acabando e a vontade de chorar e de rir ao mesmo tempo. O formigamento na ponta da língua. 
Adele riu sem querer porque ouvir ele cantar, cantar para ela, aquilo tudo nem parecia tão terrível assim. Na verdade, tudo que Adele queria era mais, queria chegar além do fim do mundo e encontrar coisas novas. Com Levi. 
Ela não ouviu as palmas, nem o agradecimento da banda, mas tinha plena consciência dos seus passos enquanto corria até a frente do palco. Quando chegou na porta do camarim, não bateu nem esperou que algum responsável permitisse sua entrada.
– Oi. – Adele disse, baixinho, dentro do camarim. Frente a frente com Levi. 
Ele estava suado. Ofegante. Sorrindo de orelha a orelha. 
O delineado fazia seus olhos brilharem com mais intensidade. 
– Hugo e Tobias saíram. – foi tudo que ele disse. 
– Ok. Ótimo. 
– Tenho 15 minutos. 
– Ok. Ótimo. – Adele repetiu, seus pés grudados no chão. Foi Levi quem se aproximou, um passo de cada vez, as mãos contidas ao lado do corpo. 
– Achei que você tinha ido embora – ele parecia genuinamente preocupado. Seus olhos percorriam cada centímetro do rosto da garota, como se ela não fosse real.
– Eu ia. Mas precisava da carona. 
– Vai se ferrar.
Os dois sorriram ao mesmo tempo. Levi estava bem mais próximo de Adele agora, como estavam antes de tudo dar errado. Mas dessa vez os dois estavam mais cautelosos, embora Adele pudesse jurar que estava ouvindo o coração do garoto batendo como uma escola de samba – a não ser que aquilo fosse o coração dela. 
– Levi, eu… 
E então ele a beijou. 
Não começou bem como um beijo, se Adele pudesse ser bem sincera – o garoto pressionou seus lábios nos dela, e segurou forte na sua cintura, fazendo-a encostar na porta. Mas então ela segurou o rosto dele com leveza e os dois fecharam os olhos, e tudo ficou mais suave. Em algum lugar, a versão original de Jackie and Wilson começou a tocar.
– Levi, – a garota interrompeu o beijo, mas só porque haviam coisas demais zunindo pela sua cabeça. – Me desculpa. Eu acho que eu fui muito dura quando a gente conversou da última vez…
– Não, você tava certa. – a franja de Levi estava grudada em sua testa, separada e dando mais evidência aos seus olhos. – Eu te entendo, e eu pensei muito no que você disse. Antes mesmo de rolar tudo isso. Mas aí eu pensei… 
– Chega de pensar. – Adele interrompeu. E Levi riu. E então eles voltaram a se beijar. 
Adele não sabia ao certo no que prestar atenção. Havia as mãos de Levi, acariciando seu rosto com tanto cuidado. Havia os braços de Levi, que a envolviam por completo. Havia o rosto de Levi, que ficava alguns centímetros acima do seu, na altura perfeita. 
E então havia a boca de Levi.
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pacienteadentro · 6 years
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Na altura do campeonato, ele aproveitou o silêncio para cantar Nervos de Aço, enquanto eu escrevia os pedidos de exames. Óbvio que respirei travada, no esforço sobre-humano para segurar o choro. Mas não deu muito certo e acabei cantando junto com ele, sorrrindo e chorando.
Não sei ao certo se é explicável a dor de atender pessoas sem encontrar viabilidade nas condutas. Porra, uma simples ultrassonografia de 30 conto demora malditos 6 meses para ser liberada - se for liberada! Às vezes a gente quer tanto a rapidez da investigação diagnóstica - ou no mínimo a não-lerdeza, que se depara com o discurso torpe de: se o senhor pagar por fora é melhor!
A gente se trai nessa prática desesperada de ajudar uma pessoa, condenando uma comunidade. Claro, se isso virar rotina e uma maioria pagar pelos exames, ninguém vai reclamar na ouvidoria, ninguém vai lutar pelos seus direitos. E ferra, como sempre, para quem mais precisa e nunca - nunca mesmo- pode pagar.
Eu tinha atendido uma senhora idosa, bondosa e ferrada, antes dele, o josé. Mais uma maria, dona maria, serviços gerais, dor lombar crônica, diabética e oprimida pelo marido. Ela adotou o filho da ex-nora, usuária, por piedade, mas não tinha dinheiro pra cuidar da criança adoentada, por isso esperava pacientemente pelo SUS, única opção viável. O problema é o que menino tinha uma pancitopenia e linfonodomegalias e não podia esperar 8 meses pela biópsia. E eu, naquele ato desesperado de sempre, soltei o: a senhora tem condições de pagar por fora?
Ela não respndeu, olhou pra baixo e depois pra cima: é grave, dotôra?
Eu não sei. Não sei. Disse que tínhamos que ter fé e esperar o exame sair rápido pelo check-in. Mas dona maria era incapaz de deduzir a minha falta de fé no sistema, no mundo e na vida. Ela acreditava na minha, obrigatória, atuação de oferecer a fé. Quando era eu quem mais dependia de recebe-la. Quando era eu a quem mais precisava do meu próprio discurso de acreditar.
Ela saiu esperançosa e eu me senti uma criminosa, cujo delito era improvável. Oferecer fé quando não tem. Dizer rezar quando não se acredita. Eu respirei fundo, levantei pra beber uma água e tinha aquele chá de erva sidreira. Sentei na cozinha olhando pro copo com aquele líquido amarelo-esverdeado , pensando que eu deveria ter sido mais. Ter feito além. Ser maior. Que raiva, não posso fazer nada.
Terminei o chá e fui pra próxima consulta. Desejando esquecer a anterior e me concentrar na próxima causa.
Mas entrou o seu josé. Naquela sorridencia, que eu não merecia. Naquele amor que não podia ser pra mim. Numa fé e gosto pela vida: que não era possível. Não era lógico.
98 anos, sem nenhuma comorbidade. Casado, filhos criados. Consulta de rotina. Felicidade nítida. Depois de uma breve e leve anamnese, fui fazer pedidos de alguns rastreios de rotina. E ele, com uma voz grave de quem nasceu pra cantar samba:
“Você sabe o que é ter um amor, meu senhor
E por ele quase morrer?”
Sorri levemente e continuei escrevendo e sorrindo.
“Há pessoas de nervos de aço
Sem sangue nas veias e sem coração
Mas não sei se passando o que eu passo
Talvez não lhes venha qualquer reação”
Larguei a caneta e rindo, enxuguei umas poucas lágrimas que escorregaram, inevitavelmente de mim. Não sei se era ternura, revolta ou tristeza. Mas aquela amostra grátis de choro contido na verdade escondia a real dose abundante de sofrer. Eu queria berrar. Queria apenas chorar a porra dos check-in’s enrolandos. Da prefeitura de bosta. Da merda da secretária da saúde sempre dizendo na tv que tudo estava sob controle. Caralho.
Mas eu chorava mesmo porque eu não tinha nervos de aço. E eu queria ter nervos de aço, seu josé. Dona maria. Queria, sempre e eternamente, ser inatingível. Indiferente. Eu só queria que acabasse toda maldita empatia. Meu Deus do céu. Naquele momento, eu só queria me maquinificar.
Seu josé segurou minha mão e disse: tenha fé, dotôra. E eu ri, como se fosse a única resposta viável para disfarçar meu desespero - indisfarçável. Enxuguei as lágrimas e soltei um forçado: sim, sim! vou ter!
Expliquei os exames, os motivos, orientei a beber mais água e comer mais frutas pra melhorar o intestino e me senti patética explicando como viver para alguém que realmemte sabia. Eu disse tchau com meu sorriso repetitivo, nem por nisso, totalmente falso e ganhei um beijo na mão: obrigada, dotôra. A senhora é linda sorrindo. Então eu sou linda atuando, pensei. E sorri.
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a-boy-like-him-blog · 7 years
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Louis’ Memory {9 anos}
THREE HORSESHOES 
7 de Outubro, Residência dos Abbot - Inglaterra.
— Louis! Louis! Louis!
 O garoto acordou com o seu amigo pressionando o seu peito incessantemente como se lhe fizesse uma massagem cardíaca. Louis semicerrou os olhos por conta da claridade que invadiu o quarto quando Stanley abriu as cortinas bruscamente. 
— Qual é, Stan? — Ele gemeu, Stanley sorriu debochado.
—  Levanta daí, cara. Eu esperei por isso o mês todo —  Disse enquanto saltava em cima de Louis. —  Nós esperamos!
Louis suspirou pesadamente e bufou mal-humorado, sentando-se na cama e apoiando ambos os pés no chão. Stanley sorriu vitorioso. 
— Certo, boo, eu vou lá embaixo ver se a Bertha preparou o nosso café da manhã dos campeões enquanto você se apronta; — Ele caminhou para fora do quarto, deixando somente a sua cabeça para dentro enquanto segurava a porta entreaberta. — Assim eu não sou obrigado a aguentar o seu mau humor matinal.  
 Louis abafa o riso e arremessa a almofada com o brasão do Manchester United em direção à porta; Ela passa pela fresta no exato lugar onde o rosto do amigo estava há um segundo antes. Louis ouve os passos de Stan descendo a escada de madeira ecoarem, sentindo-se livre para rir do garoto agora que estava sozinho.
Ele se espreguiçou, elevando os braços acima da cabeça e bocejando. Embora Stanley tivesse razão sobre o seu humor, ele não estava se sentindo rabugento ou incomodado por acordar tão cedo, muito pelo contrário. Depois de escovar os dentes e lavar o rosto, Louis já se sentia muito disposto e desperto, embora eles tivessem dormido pouquíssimo na noite anterior — estavam ansiosos demais, mas, mesmo assim, preferiram ficar deitados para que pudessem estar bem descansado na manhã seguinte.
Louis desceu as escadas, guiado pelo cheiro do que ele julgou ser o sanduíche favorito de Stanley — peito de peru, queijo branco e espinafre no pão de aveia — sendo preparado. Ao entrar na cozinha, ele não soube dizer qual dos seus sentidos estava mais satisfeito. No balcão de mármore havia uma travessa com mais sanduíches do que duas crianças poderiam comer, dois lugares postos com pratos brancos de porcelana e os talheres devidamente postos ao lado dos copos de cristal. Em cada um dos lugares havia também uma maça, um iogurte e um guardanapo de tecido mostarda, que harmonizava com a decoração rústica da cozinha.
  — Bom dia Senhor Blackwood. — Bertha o cumprimentou enquanto tirava a frigideira do cooktop e servia mais um lanche. — Dormiu bem? — Sorrindo, a senhora de cabelos grisalhos lhe perguntou.
— Bom dia Bertha! Dormi muito bem, obrigado. — Louis respondeu gentilmente, retribuindo o sorriso. 
— Agora sim! Bom dia, Tommo. — Stan disse animadamente enquanto enchia os copos com suco de laranja.
 — Bom dia, Bro.
 Stanley e Louis comiam rapidamente — tão rapidamente que deixava Bertha preocupada — enquanto discutiam sobre a habilidade de seus colegas de jogo, Stanley quase quebrara o seu copo quando Louis disse que o técnico do time deveria por Jacob Hiller como zagueiro, ou ao menos colocá-lo no time.
 “Você tá louco!? Imagina aquele cara na lateral!” Ele disse parecendo ofendido, derramando suco por todo o balcão de mármore. “Aquele cara marca demais a bola e esquece o resto do time adversário. Melhor ficar no banco mesmo, ele seria a nossa perdição!” Murmurou rabugento enquanto abocanhava o sanduíche.
Depois do café da manhã — onde Stan passou o tempo todo reclamando para Bertha sobre ela tinha esquecido de comprar as suas passas — os garotos subiram para o quarto. Assim que Louis saiu do banheiro, Stan seguiu para o seu banho enquanto ele trocava de roupa. Louis vestiu o seu uniforme do Three Horseshoes, agradecendo mentalmente por ter conseguido fazer aquela viagem com os Abbott e também voltar a jogar com o seu time de futebol. Desde o ano anterior, quando Stan tivera outro episódio de magia involuntária durante uma partida ao receber um cartão amarelo — digamos que a sua vontade de mandar o arbitro enfiá-lo naquele lugar não precisou ser verbalizada —, o Senhor Abbott proibira o garoto de praticar o esporte com os trouxas; E já que Louis só ia para a Inglaterra para jogar futebol com a família de Stanley, ele acabou sendo obrigado a praticar quadribol, ou então jogar com alguns bruxos nascidos-trouxa — Mas eles não tinham o menor talento, Louis pensava.
O garoto amarrou suas chuteiras e apertou as joelheiras; Ele estava literalmente pronto para o jogo. Stanley se apressou ao ver o relógio que marcava sete e quinze, eles tinham pouco tempo para correr até o campo que ficava a algumas quadras dali. — Coloque essa merda quando chegar lá. Crownley vai ficar uma fera se chegarmos atrasados para um jogo que nem sequer treinamos com ele. — Louis adivertiu enquanto observava o amigo puxando o seu equipamento de baixo da cama.
 — Não é pra isso que serve os nossos sobrenomes, Blackwood? — Stanley sorriu debochado, se levantando.
— Se ele fizer alguma coisa, peço para o meu pai comprar essa porra toda e colocar Crownley como gandula. — Disse, seus olhos ardendo com o poder. 
— Nada mimado, Stanley Abbot. — Louis sorriu irônico enquanto balançava a cabeça de modo desaprovador.
Era bem verdade que as famílias de ambos possuíam dinheiro e status o bastante — no mundo bruxo e trouxa — para ter certa influência, mas não era assim que eles faziam as coisas acontecerem. Louis e Stanley tinham talento suficiente para conseguir entrar no time sem a influência dos pais (menos dessa vez, já que o Senhor Abbott teve que “insistir” para que o técnico Crownley permitisse que os meninos jogassem no campeonato, sem nem terem pisado na Inglaterra por um ano). E, embora o amigo adorasse essa vantagem, ele não era nenhum mauricinho ou metido, pelo menos Louis não achava.
— Vamos lá, campeão. — Stan disse em tom brincalhão, agarrando as alças de sua mala.
 — Vamos, estrelinha. — Louis respondeu com a mesma entonação, correndo para fora da casa e seguindo o amigo em direção ao campo.
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