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#resenha livro
liberphilia · 1 year
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"Belo mundo, onde você está" por Sally Rooney
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Autora: Sally Rooney
Tradutora: Débora Landsberg
Editora: Companhia das Letras
352 páginas
O primeiro livro que li da Sally Rooney foi “Pessoas Normais”, me vi tão envolvida com a leitura que quando comecei a ler “Belo mundo, onde você está” as minhas expectativas eram altas. Talvez pela expectativa, atrelada à comparação que fiz involuntariamente com “Pessoas Normais”, que… bom, a verdade é que dessa vez o livro não me envolveu tanto quanto eu esperava.
No entanto, preciso ser justa, não é um livro ruim, pelo contrário. Para mim foi uma daquelas leituras que valeu a pena (tanto que não desisti no meio do caminho), mas que não me deixou tão empolgada e envolvida a ponto de garantir um espaço na minha lista de leituras memoráveis. 
Alice, Eileen, Simon e Félix são quatro personagens que por vias da vida se conectam de alguma forma. A narrativa não é surpreendente ou com grandes reviravoltas. Na verdade, a autora escreve mais sobre o cotidiano e os sentimentos humanos; sobre a rotina, as expectativas e relacionamentos que estão muito relacionadas à geração millennial. Com meus 31 anos, me senti bem representada pelos personagens.
Enquanto lia me peguei fazendo conexões e comparações com conversas que tive com os meus amigos, de situações que vivemos juntos ou separados, sentimentos e de ideias que compartilhamos. Por isso tenho que admitir, Rooney escreve sobre os millennials como ninguém! Lá no futuro, eu acredito, que os seus livros serão analisados levando em conta também a análise de toda uma geração.
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A amizade entre Alice e Eileen é o grande eixo da narrativa. Outros personagens como Simon e Félix orbitam em torno delas (com poucas pinceladas sobre as suas próprias vidas).
As duas amigas se conheceram na faculdade e mantêm a relação próxima, apesar de alguns momentos complicados que viveram juntas.
Alice é uma escritora que alcançou o sucesso rapidamente e que, após um colapso mental, decide se afastar de tudo e mudar-se para uma pequena cidade no litoral Irlandês. Toda a atenção que Alice recebe por conta do seu livro, as obrigações da carreira, lançamentos, eventos, etc.; a pegam de surpresa. Sem estrutura emocional para enfrentar essa nova realidade, Alice se vê em um redemoinho de emoções que prejudicam a sua saúde mental e relacionamentos. Para mim, Alice tem muito da própria Rooney.
Já Eileen vivem em Dublin e é editora de uma revista literária. A relação com a sua família, principalmente com a irmã, não é uma das mais fáceis. Constantemente ela se vê insegura sobre às suas escolhas e colocando em dúvida se é boa o suficiente. Eileen não vê nada de bom em si mesma, o que torna difícil as suas relações com as outras pessoas e a privam do amor e carinho.
Alice e Eileen estão passando por momentos bem diferentes em suas vidas, tanto profissionalmente quando emocionalmente, mas ainda assim mantêm a amizade através de emails bem profundos com questionamentos e reflexões sobre o cotidiano, o mundo, política, meio-ambiente, etc. 
Os capítulos com os emails foram os meus favoritos!
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Félix é um cara que Alice conheceu no Tinder. Depois de alguns encontros desastrosos os dois acabam criando um vínculo que posteriormente vira uma relação amorosa. Félix é um rapaz do interior que trabalha em uma distribuidora e que se sente inseguro com a profissão e a fama de Alice. E de longe, ele é o personagem que eu menos gostei. Essa insegurança, atrelada a zero maturidade emocional, levam Félix a ser bem babaca com a Alice. Ao mesmo tempo, ele é simples, sem grandes ambições e muito franco; exatamente o que a Alice busca para contrastar com a sua fama. A relação deles, no meu ponto de vista, não é das melhores, mas de alguma forma funciona.
Já Simon, o meu personagem favorito, vive uma amizade colorida com Eileen. Amigos desde a infância, Simon e Eileen passam por muita coisa juntos o que os torna um casal quase perfeito. Várias vezes eu torci pelos dois. No entanto, ambos possuem medo de dar um passo à diante. Mesmo sendo amigos e amantes, assumir uma relação é algo que gera medo e conflitos entre os dois. É aquele drama: se amam, mas de magoam.
“Belo mundo, onde você está” é um bom retratado das relações atuais, que são tão repletas de inseguranças, medo da intimidade, receio de ser vulnerável e que, exatamente pela cautela e temor do sofrimento, acabam encontrando as dores que tanto evitam.
Enquanto lia, fiquei pensando em como a intimidade é um tiro no escuro ou um salto no abismo. Você não sabe se atingirá o alvo ou se terá alguém lá embaixo para te amparar. Por isso mesmo é preciso coragem.
A geração de millennials ganhou a liberdade de escolha. Somos incentivados a estudar, a conhecer o mundo, trabalhar em qualquer lugar, casar ou não casar, ter ou não ter filhos, mudar de profissão, enfim, sermos o que quisermos ser! Inversamente, quanto mais liberdade ganhamos, mais nos fechamos. Presos em nossos próprios medos.
Nesse livro Rooney me mostrou que podemos viver ansiando pelo amor e ao mesmo tempo afastá-lo por meio dos nossos receios e falta de confiança no outro e em nós mesmos. Enquanto o mundo possibilita que sejamos corajosos e audaciosos, estamos cada mais vez mais cautelosos e temerosos.
A narrativa também mostra como nenhuma vida é perfeita. Que nem sempre as pessoas aparentemente bem-sucedidas são as mais felizes e bem resolvidas. Alice é famosa e rica, mas precisa ficar internada em uma clínica para tratar da sua saúde mental. Simon tem um bom emprego, é lindo e inteligente, mas é solitário e não leva uma vida tão perfeita quanto aparenta. Eileen foi a mais inteligente da sua turma e agora, se vê em um emprego mais ou menos, ganhando um salário abaixo da média e exercendo função que não utiliza todo o seu potencial. Félix parece descolado e bem resolvido, mas os seus traumas não o permitem criar conexões mais profundas com as pessoas, o que torna as suas relações superficiais e difíceis.
Rooney mostra que, com a maturidade podemos nos encontrar em um lugar de frustrações, de relacionamentos fracassados, expectativas desfeitas e erros acumulados… com tantas possibilidades, na real, nos tornamos adultos temerosos, isolados e depressivos. O bom é que o livro não acaba de uma forma triste. Há uma esperança em meio a tudo isso. De forma realista Rooney diz "não desista".
Em “Belo mundo, onde você está” dá para ver nitidamente o porquê de Sally Rooney ser uma das principais vozes da geração millennial. Com uma narrativa simples e sincera, a autora escreve sobre pessoas que estão lutando para sobreviver a si mesmas. Pessoas que anseiam encontrar um propósito em meio às crises; tanto as crises mundiais quanto as pessoais.
Alice, Eileen, Félix e Simon são cheios de defeitos, vulnerabilidades e inseguranças, mas, apesar das suas diferenças visíveis, no que tange a sentimentos, estão mais próximos do que parecem. São pessoas que buscam o perdão, o conforto, um propósito e conexão. De certa forma, não estamos todos na mesma?
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anne-blogs-words · 2 years
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Diário de uma Paixão – (filme, 2004)
•Livro: Nicolas Sparks
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blogmht · 1 year
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"Agora, pensando bem, não sei por que fiquei tão estressado com isso. É engraçado como ás vezes nos preocupamos muito com uma coisa e ela acaba não sendo nem um pouco importante." - Extraordinário
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aliterasia · 1 year
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the bell jar (sylvia plath)
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It was comforting to know I had fallen and could fall no further.
I just love how the depression faced by the protagonist starts even when she is, possibly, at what should be the best moment of her life: incredible grades at university, internship in NYC, buying lots of clothes and overall living the dream of many of us. Still, she doesn’t fell anything. Indeed, she feels apathy for everything. For all the clothes, the shoes, all the boys who courted her, her friends, the air, the cars. It’s meaningful and says a lot, I think Sylvia chose this very one scenario on purpose, to show how depression works, breaking the ridiculous stereotype that a depressive person is sad all the time. If you faced it, you know it’s much more like it’s written in the book: a big and giant lethargy for literally everything, and as it grows, all you can think of is how you are listless to actually getting better. Like you’re in a very conscious coma.
The quote I chose for the post, despite being about *literally* falling (what left me kinda shocked as i read it), describes perfectly Esther’s path. Only one could tell how it feels like being at your own worst, at the rock bottom, the only comforting thing being: Hey, at least nothing can be worse than this.
Another aspect that caught my attention was her actual recovering at the end of the book. As you may know, Sylvia Plath committed suicide short after she finished writing The Bell Jar, and the book ends with Esther about to find out if she is able to get out of the asylum, leaving the mystery in the air relentlessly.
Sincerely, before I started, I was sure the protagonist would kill herself at the end of the book, as the same happened to the author. Ironically, how the work is narrated first person by Esther, you can tell her mental health actual improvement as you read, what unfortunately did not happen to Plath. It's incredible to follow Esther in her (lack of) sanity journey. But that's not everything, of course.
Throughout the book, Esther have experiences with five different boys: Buddy Willard, Frankie, Constantin, Marco and Irwin. The first one is the only that actually got to date her, and is called multiple times "disappointing" and "traitor", as their romance ended after Esther finding out his image of purity and chastity was an illusion, he's also the most mentioned in the book. She also called him arrogant and a liar multiple times, still, he always tries to be near Esther, even going to visit her in the asylum. Frankie is a friend of her friend Doreen's hook up, but he is rapidly dispensed by Esther as he is "too short for her". Constantin is introduced to Esther by Buddy Willard's mom, and is probably by far the most respectful towards her, as he does not force her to do any sexual activities or make any unnecessary comments like the other boys. Still they only last one date, which after Esther starts ignoring his calls. Marco is described by Esther as the "woman-hater". He is the typical straight misogynistic boy, bearing that typical I-like-women-but-not-too-much energy. They only interact in one night, and Marco is able to both physycally and verbally abuse Esther in that short period, and tells her he is in love with his nun cousin-sister. He also tries to sexually assault her, but is stopped by her biting him.
The reason why I sepparated Irwin of the other boys is 'cause he is the one that takes Esther's virginity. Although the happening is narrated as any other thing that happens in the book, I felt kinda desesperated as I read the amount of blood that cames out, leading her to the hospital after. Esther express her wish of having sex multiple times, much more curiosity than actual desire, and when it happens it's faced with the already known apathy. It's also a very vague description, not mentioning any foreplay (couldn't be me). After bleeding worryingly enough, she goes to Joan's house to ask for help.
Joan is, as far as I could tell, a lesbian. She seems to really like Esther, much to her annoyance, who even tells Joan she is disgusting. In a certain point - after finding Dee Dee and Joan in the bed -sharing an intimate moment -, Esther asks Dr. Nolan "what does a woman see in a woman that she can't see in a man?", which responds "tenderness", shutting her up. For me and my sapphics out there, this passage is specifically sweet. Esther also says she asks herself if all women does with each other is lay down and hug each other. My dear, I have layed down and hugged and loved my beloved one multiple times, because us girls show our love in a very more passionate way than men do. It's not just about kissing or fingering or whatever, it's about intimacy. That's what women do with each other.
It's also important to mention the racism towards present in the book. I will not say it's simply a "product of old times", that's just a ridiculous excuse. Esther stares at her reflection and calls it quote unquote a big, smudgy-eyed Chinese woman staring idiotically into her face. Even considering that, I wouldn't call it "white-feminism", how it was addressed by many. I think it's much more than that.
All considered, The Bell Jar has definitely made into my list of favorite books ever; It's a perfect mix of womanhood, mental health struggle and youth. It may be the only romance by Sylvia Plath, but it's surely a great one.
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yvieentreoslivros · 1 year
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BEM SEI QUE TUDO PODES - FRANCINE VERÍSSIMO WALSH
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Estava muito indecisa de qual seria a minha próxima leitura. Fico feliz de ter escolhido muito bem!
Esse romance não é sobre uma mocinha perfeita, e também surpreendentemente não é sobre um mocinho perfeito. Até que ele parecia mesmo perfeito na tela da Cecília, em uma foto com os amigos ou nos vídeos louvando com suas irmãs. Então Cecí ficou meio que viciada em assisti-lo, virou um crush.
Um encontro inesperado aconteceu e ela, por um impulso, o chamou pelo nome. Que estranho, né?
Foi o que o Ian achou. Mas estranho ainda ela tentar armar um segundo encontro na casa dele.
Tinha tudo pra dar errado e deu mesmo mas não pelos motivos óbvios, mas por conta de uma ligação que mudaria a vida de Cecília para sempre. Mas se formos parar pra pensar que por causa desse plano que deu errado, acabou que Ian entrou de vez na vida de Cecí, na verdade acabou foi dando tudo certo, né?
É que Ian não entendia porque o Senhor o colocou na vida dessa moça que, apesar de ter crescido frequentando a igreja por causa de seus pais, não conhecia de verdade Jesus e não tinha uma vida de temor e serviço à Ele.
Perder uma pessoa tão próxima deixou Cecília perdida. Ela fez muitas escolhas, algumas muito erradas. Outras poucas, que é ouvir Ian, até que foram boas. Ela se sente na verdade indigna de Ian, mas Ian guarda um segredo e quando ele compartilha com Cecília isso a dá esperança de poder ter uma nova vida. 
Muitos bons detalhes foram abordados como a Ceci vestida de modo provocativo e o Ian totalmente frustrado e desconfortável. 
O Ian não é o cara perfeito que sabe sempre o que está fazendo e por isso vai ensinar tudo para Cecília, não mesmo!
Outro fato interessante é que nós somos lembrados de que mesmo depois de estarmos aos pés do Senhor devemos continuar na vigilância, para não pecar.
Amei também a forma como Cecí descreve o Espírito Santo a usando.
É bem um estilo "um capítulo é na visão dela, outro na visão dele" e acho que meus favoritos foram na visão dele.
Ah! Importante dizer que gostei muito também do processo da Cecília entender que não deve amar Ian mais que tudo a ponto de idolatrá-lo mas sim amar a Deus acima de todas as coisas. E esse processo é bem interessante.
"Você me ama mais que a ele?"
"Olhe para ela como EU olho" 
"Jó tinha perdido praticamente tudo o que ele algum dia amou. Você não acha que seria um pouco menos óbvio pra ele que Deus pode todas as coisas?"
"-Jesus é o suficiente- ouvi minha própria voz responder, como se tivesse saído de outra boca...o Espírito Santo tinha falado, não eu"
O Romance é muito lindinho, fofo e a gente vai acompanhando e os vendo amadurecer. Muito lindo!
Ian é bem romântico e a Cecília é sonhadora. A vida que é imprevisível!
#RECOMENDO
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tassiapadro · 2 years
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merlinnn · 2 years
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Se encontrar
Eu me perdi de mim ou será que nunca me encontrei? Essas questões vem me atormentando a cada dia que se passa... Venho sonhando com o dia em que irei achar o sentido disso tudo, quando irei sentir o alívio em meu peito em saber que tudo o que faço não é em vão...
Talvez o sentido seja aprender as lições com as pessoas que passam pela nossa vida para poder nos encontrar pouco a pouco, para nos ir moldando para não ser como a pessoa ruim que passou por ela e também reconhecer quando somos ruins e ir melhorando. O que me alivia são as pequenas felicidades, seja ela sentir o cheiro do café passado na hora, ouvir a risada das pessoas que amo e pouco a pouco vou encontrando pequenas razões para seguir em frente. sei que vou me encontrar e será maravilhoso este dia.
-Mari.
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🦋Ele é um Lugar incrível com lojas enormes e com vários Jardins todos habitados por fadinhas mágicas! Dont Smile At Me,Just Kiss Me é um como se fosse um prólogo do meu futuro Livro Magical Crystals!! Quer Ler Dont Smile At Me, Just Kiss Me? Link abaixo🦋
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0abbp0 · 1 year
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A Lâmina da Assassina: Histórias de Trono de Vidro
Este é o meu recente livro favorito.
Simplesmente amo a construção dos personagens, são muito bem desenvolvidos, fazendo com que eu queira saber a história de cada um deles.
Celaena Sardothien a assassina de Adarlan, o braço direito, herdeira e protegida de Arobynn Hamel, rei dos assassinos, o mestre e mentor dela é um cara deveras incoerente. Para esclarecer esta afirmação, deverá ler este livro.
Devo lhe dizer, que não houve um momento sequer em que fiquei entediada. Cada capítulo começa de uma forma inesperada, e a autora é uma escritora muito habilidosa, pois ela omite detalhes para cuidadosamente colocar informações em momentos estratégicos de sua leitura, prendendo a atenção do leitor.
Sou suspeita para falar sobre esse livro. Pode ser que você não goste, mas eu estou simplesmente apaixonada.
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mcantuaria · 1 year
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O que eu achei do livro “Confluentes” do autor Cássio Cipriano?
[Pode conter spoilers.]
Ler “Confluentes” é como dar um mergulho em um ribeirão de acalento e amor. O livro conta a história de Teo, um professor que acabou de perder o emprego, e de Gael, um veterinário recém-formado. O autor nos transporta para um cenário livre da agitação da cidade grande só para nos brindar com as inquietações que acontecem com as personagens. Dois homens com histórias de vida diferentes, mas que se encontram e que se apoiam em um momento de mudanças e, principalmente, de recomeço para ambos. E talvez recomeço seja mesmo a palavra-chave para descrever essa história. Teo decide seguir o sonho de ser escritor, e Gael está começando a carreira de veterinário longe de casa. Em meio aos novos desafios profissionais, há também a vida pessoal das personagens e a construção desse relacionamento que tem tudo para encantar o leitor.
“Confluentes” está disponível em versão física na Amazon.
Clique aqui para conhecer mais do autor Cássio Cipriano.
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alequinho10 · 2 years
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belacalli · 2 years
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Resenha: A Sombra Escarlate
A história se passa no século XIX, em Landstone, uma cidadezinha da Inglaterra que, como o próprio nome remete, é a "cidade das pedras". Enquanto a capital britânica estava aparentemente em tempos prósperos, as terras onde Scarlet Hale, nossa protagonista, nasceu eram retrógradas, e seu povo demasiadamente supersticioso — motivo pelo qual Scarlet desejava se mudar para Londres a fim de viver de arte. Infelizmente, devido à sua linhagem nobre e às expectativas colocadas sob as mulheres na época, seu sonho teria de ser interrompido. Mas, claro... graças ao seu espírito "revolucionário", Scarlet não desistiria sem lutar.
Paralelo ao seu desejo ardente de liberdade, uma série de assassinatos brutais acometem a pacata Landstone — sendo esse o início do declínio de Scarlet, que lentamente vê sua vida ruir diante dos seus olhos. E nessa premissa sombria, o livro já conseguiu capturar minha atenção e, mais do que isso... conseguiu se cravar na minha cabeça, criar raízes na mente ao ponto das cenas me visitarem mesmo quando eu não estava lendo. Foi curiosa e deliciosa essa sensação. Eu precisava saber quem era o assassino, se o povo falava a verdade, ou tudo não passava de uma grande histeria coletiva. Quando percebi, o livro tomou um rumo totalmente inesperado.
Scarlet é uma personagem cativante. Seu espírito é livre e sua mente é aberta. Você realmente torce por ela e pelo seu sucesso, especialmente quando é perseguida por crimes que acreditamos não ter cometido. Cada vez mais, o livro continua te surpreendendo, se tornando mais sombrio e dramático, mostrando camadas e mais camadas da própria Scarlet e a verdadeira face das pessoas ao seu redor. Adianto que, em "A Sombra Escarlate", você encontrará personagens com defeitos e qualidades, passíveis de apreço — ou de ódio.
As palavras escolhidas pela autora são muito bem pensadas e perfeitamente adequadas para a época retratada. Exigirá um vocabulário um pouco mais rebuscado sim, mas casou perfeitamente com a obra e sua escrita. A narrativa envolta de mistério e horror brinca com as expectativas e com o imaginário do leitor, fazendo refletir se aqueles terríveis atos são alimentados pelo sobrenatural de fato, ou são movidos por emoções cruas e humanas.
Os momentos finais foram uma verdadeira montanha-russa de emoções. Não poderia dizer que fiquei surpresa com as revelações, mas muito satisfeita com a forma qual a autora expôs toda a verdade numa cena tão... humana. E quando cheguei no último capítulo, na última palavra da história... não soube o quê pensar. Como bem disse anteriormente, um lado compreendia a cadeia de eventos que levaram àquela trágica conclusão, e o outro — mais coração — sentia-se indignado pelo desfecho dos personagens. Mas, após esfriar um pouco mais a cabeça, percebi que havia, de fato, me encantado do início ao fim. E não acho que poderia ter um final melhor.
Inevitavelmente, gosto de finais impactantes. E, com certeza, "A Sombra Escarlate" será inesquecível.
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olivroqueeuli · 2 years
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O Morro dos Ventos Uivantes
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Comecei a ler “O Morro dos Ventos Uivantes” sem saber nada sobre a história. Eu só tinha ouvido falar sobre ele na citação feita no livro Eclipse (da série Crepúsculo da Stephenie Meyer) e nunca me despertou muito interesse.
Recebi esse livro no Skeelo e reconheci o título, então pensei “Porque não ler?”. Iniciei a leitura sem expectativas e simplesmente me apaixonei pela história.
Em muitos momentos eu mergulhava profundamente na história e me imaginava no lugar das personagens, em meio aos charcos, a granja Thrushcross, Wuthering Heights… a imaginação viajava pra tão longe que eu era capaz de sentir o vento, os cheiros e o clima descrito.
A história tem começo, meio e fim. Os conflitos entre Heathcliff, Catherine e a família Linton são narrados de forma espetacular, sem enrolação e tudo é muito bem amarrado.
Os personagens também são muito bem construídos e eu conseguia sentir a personalidade de cada um.
Heathcliff me passava sensações horríveis. Eu ficava enojada de ler os pensamentos e atitudes maléficos que ele tinha, apenas para se satisfazer e fazer os outros sofrerem.
Cathy me cativou. E eu passei o livro inteiro torcendo por ela. Gostei bastante de como ela teve um final tranquilo e feliz depois de sofrer tanto sem a mãe, com o pai doente e com o monstruoso do Heathcliff atormentando a pobre menina apenas por vingança.
Com certeza “O Morro dos Ventos Uivantes” se tornou um dos meus livros favoritos.
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freezerburn235 · 1 year
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Comentário Crítico sobre o livro O Homem que Sabia Demais, a Biografia de Alan Turing
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hingridstefany · 1 year
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Girafas falam de amor, bailarinas beijam palhaços e poetas escrevem rimas bonitas em pequenos pedaços de papel descartável.
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Em "Segundo Eu me chamo Antônio", além de frases irreverentes e poéticas, o personagem abre para o mundo as páginas do caderno em que escreve fragmentos de textos e alguns de seus pensamentos mais profundos e explora sua criatividade brincando com frases e esboços rabiscados nervosamente. Ele revela suas paixões, suas inspirações e seu rico mundo interior, onde girafas falam de amor, bailarinas beijam palhaços e poetas escrevem rimas bonitas em pequenos pedaços de papel descartável.
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blogmht · 1 year
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Confira a listinha dos livros em lançamento neste mês de Março no blog!
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