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#importância de Kardec Espiritismo
leaquioficial · 1 month
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O legado de Allan Kardec
No dia 31 de março lembramos o desencarne de Allan Kardec e o seu legado, que amplia o conhecimento da vida, traz inspiração e orientação.
A luz perene de Allan Kardec. No dia 31 de março recordamos, com profunda reverência e gratidão, o desencarne de Allan Kardec, o eminente codificador da Doutrina Espírita e o seu valioso legado. Ela ocorreu em Paris, no ano de 1869. Sua transição para o mundo espiritual ocorreu, portanto, há 155 anos. Mas sua obra continua a brilhar intensamente, guiando corações e mentes ao redor do…
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Meu cachorro morreu, e agora?
😢🖤🐾🐾
Calma, respire fundo. Embora a dor da perda de um ente querido seja muito grande e marcante, é preciso saber aceitar que a vida é um ciclo e que tudo tem um fim. Só há um recomeço quando há um fim. O mesmo acontece com o seu bichinho de estimação.
A primeira coisa que vem à nossa mente após a morte dos nossos amigos é a possibilidade da reencarnação animal. Embora o espiritismo acredite na reencarnação dos animais, é preciso lembrar que ela não acontece da mesma forma que a reencarnação do ser humano.
Meu cachorro morreu: o que acontece após a morte dos animais
Como ensina a Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec, os animais um dia também serão espíritos humanos. Todos os animais do mundo estão em um processo evolutivo espiritual, passando por formas mais simples, como por exemplo uma borboleta, a formas mais complexas e carnais, como um cachorro ou um gato.
Isso talvez explique a proximidade que sentimos com os nossos bichinhos. De acordo com a Doutrina Espírita, os animais vivem próximos aos seres humanos pois assim eles estão aprendendo e evoluindo também . Daí a importância de tratarmos bem todos os animais, não importa a proximidade afetiva entre nós e eles. Um cãozinho de rua está na mesma jornada espiritual que você, embora em graus diferentes.
Sendo assim, vamos à pergunta inicial. Meu cachorro morreu, e agora? Bem, como os animais são sensíveis extra sensorialmente (não confundam isso com mediunidade, pois um animal não é médium), ore por ele e converse com ele, mesmo após a morte. Eles irão receber o seu carinho e temos certeza que esse afeto ajudará, e muito, sua travessia e sua jornada evolutiva.
Então… até breve 🫶🏻🐾🐾🙌🏼🙌🏼✨
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rosepassos · 1 year
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A mágoa, comparada à "má água" ou água parada, pode ser entendida como um sentimento estagnado e prejudicial que carregamos conosco, oriundo de experiências passadas. Essa estagnação emocional pode envenenar nossa vida interior, atrapalhando nosso progresso moral e espiritual. Reflitamos sobre a importância do perdão e da reconciliação como meios de purificar essas "águas" internas. O perdão é um ato de amor e compaixão, tanto para conosco quanto para com os outros. Quando perdoamos, permitimos que a água flua novamente, purificando nossas emoções e trazendo renovação e cura para nossas vidas. O autoconhecimento e a prática da auto-observação também são fundamentais para identificar as mágoas que possamos estar retendo. É importante que, diante desses sentimentos, possamos compreender sua origem e trabalhar para liberá-los, em um processo de autoanálise e introspecção. Ademais, a busca por orientação espiritual por meio da prece e do estudo das lições morais presentes nas obras espíritas, como "O Evangelho Segundo o Espiritismo" de Allan Kardec, pode nos auxiliar a enfrentar e superar as mágoas que carregamos. A mágoa é um sentimento que pode envenenar nossa vida interior, e é fundamental trabalharmos o perdão, a auto-observação e o autoconhecimento para purificar nossas emoções e promover nosso crescimento espiritual. Lembremo-nos de que, assim como a água parada pode se tornar insalubre, a mágoa estagnada pode prejudicar nossa evolução moral e espiritual. 🕊️🕯️
#saudademãe #lutoeterno #texto #reflexão #fé #gratidão #evolução #espiritismo #allankardec #mágoa #lutoconhecimento
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luzdoespiritismo · 2 years
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“Com efeito, como poderá um homem, bastante presunçoso para acreditar na importância da sua personalidade e na supremacia das suas qualidades, possuir ao mesmo tempo abnegação bastante para fazer ressaltar em outrem o bem que o eclipsaria, em vez do mal que o exalçaria? Por isso mesmo, porque é o pai de muitos vícios, o orgulho é também a negação de muitas virtudes.” Trecho de: Allan Kardec. O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. X, item 10. #espiritismo #doutrinaespirita #allankardec #kardec #kardecista #espiritismokardecista #olivrodosespiritos #projetoconhecersentirviverkardec #graçamaciel #espiritismoportugal #espiritismoportugalviseu #projetoconhecerkardec (em Portugal) https://www.instagram.com/p/Ccqz40tKjwZ/?igshid=NGJjMDIxMWI=
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mauricio1954 · 4 years
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Evangelho Segundo Espiritismo (HEL23agosto2020)
Capitulo XXIII – Estranha moral
Itens 9 ao 18 – Não vim trazer a paz, mas a divisão.
Allan Kardec
Não vim trazer a paz, mas a divisão
Não penseis que Eu tenha vindo trazer paz à Terra; não vim trazer a paz, mas a espada; porquanto vim separar de seu pai o filho, de sua mãe a filha, de sua sogra a nora; e o homem terá por inimigos os de sua própria casa. (Mateus, 10:34 a 36.)
Vim para lançar fogo à Terra; e que é o que desejo senão que ele se acenda? Tenho de ser batizado com um batismo e quanto me sinto desejoso de que ele se cumpra! Julgais que Eu tenha vindo trazer paz à Terra? Não, Eu vos afirmo; ao contrário, vim trazer a divisão; pois, doravante, se se acharem numa casa cinco pessoas, estarão elas divididas umas contra as outras: três contra duas e duas contra três. O pai estará em divisão com o filho e o filho com o pai, a mãe com a filha e a filha com a mãe, a sogra com a nora e a nora com a sogra. (Lucas, 12:49 a 53.)
Será mesmo possível que Jesus, a personificação da doçura e da bondade, que não cessou de pregar o amor do próximo, haja dito: “Não vim trazer a paz, mas a espada; vim separar do pai o filho, do esposo a esposa; vim lançar fogo à Terra e tenho pressa de que ele se acenda”? Não estarão essas palavras em contradição flagrante com os seus ensinos? Não haverá blasfêmia em lhe atribuírem a linguagem de um conquistador sanguinário e devastador? Não, não há blasfêmia, nem contradição nessas palavras, pois foi mesmo Ele quem as pronunciou, e elas dão testemunho da sua alta sabedoria. Apenas, um pouco equívoca, a forma não lhe exprime com exatidão o pensamento, o que deu lugar a que se enganassem relativamente ao verdadeiro sentido delas. Tomadas à letra, tenderiam a transformar a sua missão, toda de paz, noutra de perturbação e discórdia, consequência absurda, que o bom senso repele, porquanto Jesus não podia desmentir-se. (Cap. XIV, item 6.)
Toda ideia nova forçosamente encontra oposição e nenhuma há que se implante sem lutas. Ora, nesses casos, a resistência é sempre proporcional à importância dos resultados previstos, porque, quanto maior ela é, tanto mais numerosos são os interesses que fere. Se for notoriamente falsa, se a julgam isenta de consequências, ninguém se alarma; deixam-na todos passar, certos de que lhe falta vitalidade. Se, porém, é verdadeira, se assenta em sólida base, se lhe preveem futuro, um secreto pressentimento adverte os seus antagonistas de que constitui um perigo para eles e para a ordem de coisas em cuja manutenção se empenham. Atiram-se, então, contra ela e contra os seus adeptos. Assim, pois, a medida da importância e dos resultados de uma ideia nova se encontra na emoção que o seu aparecimento causa, na violência da oposição que provoca, bem como no grau e na persistência da ira de seus adversários.
Jesus vinha proclamar uma doutrina que solaparia pela base os abusos de que viviam os fariseus, os escribas e os sacerdotes do seu tempo. Imolaram-no, portanto, certos de que, matando o homem, matariam a ideia. Esta, porém, sobreviveu, porque era verdadeira; engrandeceu-se, porque correspondia aos desígnios de Deus e, nascida num pequeno e obscuro burgo da Judeia, foi plantar o seu estandarte na capital mesma do mundo pagão, em face dos seus mais encarniçados inimigos, daqueles que mais porfiavam em combatê-la, porque subvertia crenças seculares a que eles se apegavam muito mais por interesse do que por convicção. Lutas das mais terríveis esperavam aí pelos seus apóstolos; foram inumeráveis as vítimas; a ideia, no entanto, avolumou-se sempre e triunfou, porque, como verdade, sobrelevava as que a precederam.
É de notar-se que o Cristianismo surgiu quando o Paganismo já entrara em declínio e se debatia contra as luzes da razão. Ainda era praticado pro forma; a crença, porém, desaparecera; apenas o interesse pessoal o sustentava. Ora, é tenaz o interesse; jamais cede à evidência; irrita-se tanto mais quanto mais peremptórios e demonstrativos de seu erro são os argumentos que se lhe opõem. Sabe ele muito bem que está errado, mas isso não o abala, porquanto a verdadeira fé não lhe está na alma. O que mais teme é a luz, que dá vista aos cegos. É-lhe proveitoso o erro; ele se lhe agarra e o defende. Sócrates, também, não ensinara uma doutrina até certo ponto análoga à do Cristo? Por que não prevaleceu naquela época a sua doutrina, no seio de um dos povos mais inteligentes da Terra? É que ainda não chegara o tempo. Ele semeou numa terra não lavrada; o Paganismo ainda se não achava gasto. O Cristo recebeu em propício tempo a sua missão. Muito faltava, é certo, para que todos os homens da sua época estivessem à altura das ideias cristãs, mas havia entre eles uma aptidão mais geral para as assimilar, pois que já se começava a sentir o vazio que as crenças vulgares deixavam na alma. Sócrates e Platão haviam aberto o caminho e predisposto os espíritos. (Veja-se, na Introdução, o § IV: Sócrates e Platão, precursores da ideia cristã e do Espiritismo.)
Infelizmente, os adeptos da nova doutrina não se entenderam quanto à interpretação das palavras do Mestre, veladas, as mais das vezes, pela alegoria e pelas figuras da linguagem. Daí o nascerem, sem demora, numerosas seitas, pretendendo todas possuir, exclusivamente, a verdade e o não bastarem dezoito séculos para pô-las de acordo. Olvidando o mais importante dos preceitos divinos, o que Jesus colocou por pedra angular do seu edifício e como condição expressa da salvação: a caridade, a fraternidade e o amor ao próximo, aquelas seitas lançaram anátema umas sobre as outras, e umas contra as outras se atiraram, as mais fortes esmagando as mais fracas, afogando-as em sangue, aniquilando-as nas torturas e nas chamas das fogueiras. Vencedores do Paganismo, os cristãos, de perseguidos que eram, fizeram-se perseguidores. A ferro e fogo foi que se puseram a plantar a cruz do Cordeiro sem mácula nos dois mundos. É fato constante que as guerras de religião foram as mais cruéis, mais vítimas causaram do que as guerras políticas; em nenhumas outras se praticaram tantos atos de atrocidade e de barbárie. Cabe a culpa à doutrina do Cristo? Não, decerto que ela formalmente condena toda violência. Disse Ele alguma vez a seus discípulos: Ide, matai, massacrai, queimai os que não crerem como vós? Não; o que, ao contrário, lhes disse, foi: Todos os homens são irmãos e Deus é soberanamente misericordioso; amai o vosso próximo; amai os vossos inimigos; fazei o bem aos que vos persigam. Disse-lhes, outrossim: “Quem matar com a espada pela espada perecerá.” A responsabilidade, portanto, não pertence à doutrina de Jesus, mas aos que a interpretaram falsamente e a transformaram em instrumento próprio a lhes satisfazer as paixões; pertence aos que desprezaram estas palavras: “Meu reino não é deste mundo.” Em sua profunda sabedoria, Ele tinha a previdência do que aconteceria; mas essas coisas eram inevitáveis, porque inerentes à inferioridade da natureza humana, que não podia transformar-se repentinamente. Cumpria que o Cristianismo passasse por essa longa e cruel prova de dezoito séculos para mostrar toda a sua força, visto que, malgrado todo o mal cometido em seu nome, ele saiu dela puro. Jamais esteve em causa. As invectivas sempre recaíram sobre os que dele abusaram. A cada ato de intolerância, sempre se disse: Se o Cristianismo fosse mais bem compreendido e mais bem praticado, isso não se daria.
Quando Jesus declara: “Não creais que Eu tenha vindo trazer a paz, mas sim a divisão”, seu pensamento era este: “Não creais que a minha doutrina se estabeleça pacificamente; ela trará lutas sangrentas, tendo por pretexto o meu nome, porque os homens não me terão compreendido, ou não me terão querido compreender. Os irmãos, separados pelas suas respectivas crenças, desembainharão a espada um contra o outro e a divisão reinará no seio de uma mesma família, cujos membros não partilhem da mesma crença. Vim lançar fogo à Terra para expungi-la dos erros e dos preconceitos, do mesmo modo que se põe fogo a um campo para destruir nele as ervas más, e tenho pressa de que o fogo se acenda para que a depuração seja mais rápida, visto que do conflito sairá triunfante a verdade. À guerra sucederá a paz; ao ódio dos partidos, a fraternidade universal; às trevas do fanatismo, a luz da fé esclarecida. Então, quando o campo estiver preparado, Eu vos enviarei o Consolador, o Espírito de Verdade, que virá restabelecer todas as coisas, isto é, que, dando a conhecer o sentido verdadeiro das minhas palavras, que os homens mais esclarecidos poderão enfim compreender, porá termo à luta fratricida que desune os filhos do mesmo Deus. Cansados, afinal, de um combate sem resultado, que consigo traz unicamente a desolação e a perturbação até o seio das famílias, reconhecerão os homens onde estão seus verdadeiros interesses, com relação a este mundo e ao outro. Verão de que lado estão os amigos e os inimigos da tranquilidade deles. Todos então se porão sob a mesma bandeira: a da caridade, e as coisas serão restabelecidas na Terra, de acordo com a verdade e os princípios que vos tenho ensinado.”
O Espiritismo vem realizar, na época prevista, as promessas do Cristo. Entretanto, não o pode fazer sem destruir os abusos. Como Jesus, ele topa com o orgulho, o egoísmo, a ambição, a cupidez, o fanatismo cego, os quais, levados às suas últimas trincheiras, tentam barrar-lhe o caminho e lhe suscitam entraves e perseguições. Também ele, portanto, tem de combater; mas o tempo das lutas e das perseguições sanguinolentas passou; são todas de ordem moral as que terá de sofrer e próximo lhes está o termo. As primeiras duraram séculos; estas durarão apenas alguns anos, porque a luz, em vez de partir de um único foco, irrompe de todos os pontos do globo e abrirá mais de pronto os olhos aos cegos.
Essas palavras de Jesus devem, pois, entender-se com referência às cóleras que a sua doutrina provocaria, aos conflitos momentâneos a que ia dar causa, às lutas que teria de sustentar antes de se firmar, como aconteceu aos hebreus antes de entrarem na Terra Prometida, e não como decorrentes de um desígnio premeditado de sua parte de semear a desordem e a confusão. O mal viria dos homens, e não dele, que era como o médico que se apresenta para curar, mas cujos remédios provocam uma crise salutar, atacando os maus humores do doente.
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bruxurso · 4 years
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🌙 A figura do pai tem uma importância fundamental na vida de todos nós. Ele é um dos pilares na construção da família, primeiro e importante núcleo, onde, pelas portas da reencarnação, o espírito reinicia sua caminhada. A própria palavra pai tem uma sonoridade toda especial e nos remete a carinho, segurança, colo. Ele é nossa referência de vida para tudo. Quando somos crianças o maior herói é sempre o nosso pai. É ele que sempre está a postos para nos livrar dos perigos, com sua presença amiga, dando-nos segurança e proteção.
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A maior missão de um Pai é o compromisso que ele assume de conduzir seus filhos para a aquisição de valores importantes, como respeito, honestidade, dignidade, humildade e amor, além de outros mais, essenciais a sua evolução. Ele deve procurar levar seu filho, em sua missão norteadora, a valorizar o essencial para seu crescimento moral e espiritual, ensinando, educando e colocando limites, para que, no futuro, eles se transformem em seres humanos melhores e contribuam com valores mais éticos para o mundo.
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Como nos fala Santo Agostinho: "Lembrai-vos de que a cada pai e a cada mãe perguntará Deus: Que fizestes do filho confiado à vossa guarda? Se por culpa vossa ele se conservou atrasado, tereis como castigo vê-lo entre os Espíritos sofredores, quando de vós dependia que fosse ditoso". (Allan Kardec – O evangelho segundo o espiritismo – Cap. XIV, item 9) 🌙
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ㅤ— [✿🖤Meus Estudos✿] - -❀ೃ .
○°•°♡Bom esse foi o meu blog espero que tenham gostado. Que os Deuses nos abençoe sempre!♡°•°○
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Religare
    Aprendi o conceito de intolerância religiosa aos quinze anos.
    Antes disso já tinha ouvido essa expressão, mas nunca passara por nada com intensidade suficiente para realmente compreender seu significado. Fui batizada na igreja católica, ainda que meus pais já não seguissem essa religião na época em que nasci. Minha avó paterna, muito católica, sempre cobrava que eu lhe pedisse a bênção, mesmo que eu não entendesse direito o que era aquilo. Lembro de uma coleguinha me perguntar, na segunda série, se eu era católica ou evangélica. Eu não soube responder, porque não era nem um nem outro; quando disse isso a essa colega, lembro da expressão de surpresa no rosto dela. Provavelmente nunca nem ouvira falar que existem centenas e centenas de religiões no planeta. Também me lembro de ir a uma missa de páscoa com a escola, na quinta série, e ficar confusa quando a professora disse para todos se levantarem para receber a comunhão. Eu não tinha a mínima ideia do que estava acontecendo, mas alguém me puxou de volta para o banco e apenas assisti metade da turma entrar em fila na frente do padre.
    Essas experiências, porém, não me ofendiam de maneira nenhuma; eu compreendia que eram coisas que eu não cultuava, mas que eram muito importantes para outras pessoas. Achava intrigante como era diferente, mas ficava por isso mesmo. Não acontecera nenhum tipo de agressão: apenas o contato puramente respeitoso.
    Em 2013, porém, a Jornada Mundial da Juventude aconteceu no Brasil. Me animei com o evento. Fiquei encantada com a quantidade de pessoas de tantos povos diferentes vindo para o meu país com um interesse em comum, todos pensando na paz. Todos estavam falando disso, nos jornais, nos pontos de ônibus, na TV e principalmente nos templos religiosos. O lugar que eu frequentava na época mencionou o evento e sua importância para a paz entre os povos.
    Alguns colegas de escola contaram, animados, que era possível participar como guia e abrir a própria casa para hospedar um ou dois jovens que estivessem participando do evento. Declarei imediatamente, muito empolgada,  que pediria aos meus pais para participarmos. Foi quando ouvi de um desses colegas, pela primeira vez, a seguinte frase:
    -Mas você não pode… Você não é cristã.
    Fiquei totalmente desconcertada. Como assim eu não era cristã? Eu passava meus sábados reunida com um grupo jovem e um evangelizador. Discutíamos sobre parábolas bíblicas e boa parte do novo testamento. Falávamos sobre Jesus, sobre a caridade, o amor ao próximo. Como eu podia não ser cristã? Eu não tinha na época a confiança que tenho hoje, por isso me calei e não continuei a conversa.
    Passaram-se um ou dois anos. Eu realizava trabalhos voluntários em uma instituição internacional, cristã e ecumênica, e nunca me sentira excluída de forma alguma por “não ser cristã”. Na verdade o aspecto religioso pouco aparecia: o importante era a caridade. Até que chegou o dia de uma reunião cuja pauta era justamente a parte mais religiosa dessa instituição, que estava muito ligada historicamente com a sua fundação. Ouvi muito atenta e silenciosa o desenrolar da palestra, porque eu sabia que não deveria opinar sobre detalhes de uma religião que não era minha. Eis então que o palestrante responsável diz:
    -As religiões cristãs são justamente aquelas que creem na Santíssima Trindade. Pai, Filho e Espírito Santo como um só. Ou seja: Catolicismo e Protestantismo, com todas as suas ramificações.
    Senti repentinamente uma vontade de chorar. Levantei a mão sem nem pensar no que estava fazendo. O professor assentiu para que eu falasse.
    -Com licença… Desculpa, mas a minha religião é cristã também. Eu sou espírita.
    Eu vi no rosto dele, infelizmente, um rápido risinho ironico. É provável que ele jamais tenha notado que reagiu dessa forma, mas eu vi e gravei na memória. O professor palestrante suspirou e disse a frase que me doía tanto de ouvir:
    -Não, você não é cristã. Espíritas acreditam na reencarnação, cristãos creem na ressurreição de Cristo. Me desculpe.
    Eu automaticamente respondi, com o coração batendo acelerado como nunca:
    -Achei que cristão fosse todo aquele que seguisse as palavras de Jesus.
    Se eu fosse um pouco mais rebelde na época, ainda falaria sobre todas as leituras que fazíamos do Novo Testamento, das parábolas e das histórias bíblicas. Falaria do livro de Kardec, o evangelho segundo o espiritismo, que serve justamente para explicar sobre a Bíblia. Falaria de todos os voluntariados que fiz na vida porque sei como é importante praticar a caridade. Falaria de como minha família tem o hábito de se reunir para fazer preces em casa. Mas não falei nada disso. Na verdade não sei qual foi o fim desse episódio. O que sei foi que acabei eventualmente me desligando dessa instituição.
    Mais alguns anos se passaram. Aprendi muito com o kardecismo e continuarei sempre aprendendo, mas hoje me encontro em outra religião. Devo dizer que essa também não é considerada cristã pela maioria das pessoas. Na verdade, é vista com muito mais preconceito que o próprio kardecismo; tem gente que diz que adoramos o demônio, o que é irônico, porque nem mesmo acreditamos na existência dele. Falamos tanto do Mestre Jesus e de seus ensinamentos que não há espaço para falar mal de ninguém, muito menos fazer o mal.
    Não importa o que pensem, hoje sou mais feliz (e mais cristã) do que nunca.
Talita Emrich
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p4zeequilibrio · 6 years
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“Os Espíritos protetores nos ajudam com os seus conselhos através da voz da consciência que fazem falar em nosso intimo; mas como nem sempre lhes damos a necessária importância oferecem-nos outros mais diretos, servindo-se das pessoas que nos cercam. Que cada um examine as diversas circunstâncias, felizes ou infelizes, de sua vida, e verá que em muitas ocasiões recebeu conselhos que nem sempre aproveitou e que lhe teriam poupado muitos dissabores, se os houvesse escutado.” (Allan Kardec) #espiritismo #allankardec #espiritualidade #consciencia #despertar
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annalegend · 4 years
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Os dois caminhos
Podemos edificar os sentimentos da Divindade por dois meios:
o primeiro pelo bom aproveitamento e observação das experiências da vida;
o segundo pelo estudo.
Fé: no sentido comum, a crença em algo constitui a fé. Normalmente inata, manifesta-se pelo seu caráter natural em aceitar as coisas e realidades conforme se apresentam, sem mais indagações.[1]
Quem dera eu tivesse nascido com a fé de Chico Xavier! Por qual razão não possuo a fé de Divaldo Franco, Madre Teresa, entre outros exemplos de fé inquebrantável? Como fizeram para agradar o Magnânimo que, em retribuição, os aquinhoou com esta preciosa dádiva?! Qual o poder desta virtude, capaz de modificar o presente e moldar o futuro? Nasci assim, sem fé; e agora?
Estas, entre outras, são indagações lançadas ao Alto, às vezes com um sentimento surdo de revolta por todos aqueles ainda não detentores desta primordial virtude, a qual, mesmo que seja do tamanho de um grão de uma mostarda, pode mover montanhas, conforme asseverou o Cristo.
Ó meu Senhor Misericordioso, o que eu não daria para deter uma parcela que fosse, pequenina, ínfima, uma bagatela de fé! Já me bastaria para realizar verdadeiros milagres, em favor meu e dos mais próximos.
A nossa imaturidade espiritual crê que a Divindade, ao nos encaminhar de volta à Terra pela reencarnação, por um passe de mágica, um desejo particular, uma predileção qualquer, comunica a este e não àquele as muitas virtudes que nos cabem conquistar com o nosso esforço e não simplesmente obtê-las por um capricho de Deus.
É da lei divina: seremos relativamente perfeitos, detendo as numerosas virtudes, inclusive a fé, mãe de todas, mas para alcançar esta meta é preciso empenho, dedicação, constância; agindo assim ao longo de várias existências, pouco a pouco, podemos construir em nós mesmos as seguras fundações para, sobre elas, erigir o majestoso edifício das virtudes que nos conduzirão à felicidade plena tão buscada e desejada.
A consoladora Doutrina dos Espíritos elucida sobre a existência de duas possíveis condutas, permitindo-nos lentamente edificar os sentimentos nobres que a Divindade deseja que adquiramos: a primeira se dá pelo bom aproveitamento e observação das experiências da vida em si mesma; a segunda, através do estudo.
O desenrolar da existência sempre nos traz oportunidades de reflexão sobre a perfeição das leis do Incriado. Da observação dos fatos corriqueiros podemos retirar variadas lições, descortinando a sempre presente solicitude da providência invariavelmente a nosso favor. Recolhendo aqui e ali percepções acuradas, podemos consolidar um entendimento de estar Deus no comando, com tudo acontecendo para nos beneficiar, visando ao nosso progresso; mesmo as chamadas desgraças nos trazem alertas sobre o modo como procedemos na atual existência.
Há bom tempo temos o costume de, quando em situação de dúvida ou incerteza, ou uma fase mais delicada da vida, orar; e após esta oração, abrir ao “acaso” uma mensagem destes preciosos livros espíritas, que nos trazem instrutivas abordagens sobre os mais variados assuntos. É surpreendente a quantidade de vezes em que o texto oferecido à nossa reflexão, naquele peculiar momento, aborda exatamente a questão a nos preocupar, seja ela qual for. É uma experiência única e bem pessoal à nossa disposição, quando nos convencemos da presença de nosso particular guia espiritual permanentemente ao nosso lado, atento e prestimoso, cuidadoso e solícito, paciente e cordato, sempre nos oferecendo algumas palavras de esclarecimento ou de conforto, oriundas de sua avançada sabedoria. Esta prática é uma das mais simples ao alcance de todos, contudo, de imensa importância para Espíritos vacilantes como todos nós ainda o somos.
O caminho paralelo de aprendizado das virtudes ocorre pelo estudo continuado das leis eternas. Quando Allan Kardec registrou a inolvidável frase[2]: “Fé inabalável é somente a que pode encarar a razão face a face, em todas as épocas da Humanidade”, deu a conhecer o lado racional e intelectivo desta nobre faculdade até então totalmente desconhecido, pois as religiões nada ensinavam neste sentido e algumas, com pesar, ainda o fazem. Basicamente, fé se possuía ou não, se nascia com ou sem ela.
O insigne lionês — através dos Espíritos superiores a acompanhá-lo em sua importantíssima missão — nos mostrou a possibilidade desta virtude ser desenvolvida, cultivada, trabalhada, estudada; isto através do correto conhecimento e justa percepção das leis divinas.
Para facilitar a aquisição deste entendimento, não há melhor indicação do que o estudo da literatura espírita, iniciando de preferência com os primeiros cinco livros de Allan Kardec, as conhecidas obras fundamentais ou básicas, dando prosseguimento à análise das obras subsidiárias.
Conjugando estas duas vertentes, é possível elaborar de maneira coerente a nossa fé, não mais desejando possuir a fé dos outros, pois cada qual vivencia as virtudes que fez por merecer, porquanto trabalhou no passado com afinco, dedicação, perseverança, sendo a fé exemplo inquestionável de um dos tesouros, que uma vez obtido a traça não rói, tampouco a ferrugem destrói, muito menos pode ser roubada pelos ladrões, permanecendo conosco pela eternidade.
1. FRANCO, Divaldo P. Estudos Espíritas. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. 2.ed. cap. 14. Rio de Janeiro: FEB, 1982.
2. KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. Trad. Evandro Noleto Bezerra. 2.ed. 1.imp. cap. 19, it. 7. Brasília: FEB, 2013.
Fonte: Jornal O Clarim, outubro/2018, por Rogério Miguez.
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moralespirita · 4 years
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#Repost @kardecpedia • • • • • • O 𝐊𝐀𝐑𝐃𝐄𝐂 𝐍𝐞𝐰𝐬 de julho/2020 acabou de sair! Baixe o PDF gratuitamente aqui → https://bit.ly/knews-julho-2020 (Peça o link nos comentários que enviaremos inbox) ⠀ O KARDEC News de julho / 2020 traz um texto escrito por Kardec sobre o lançamento da obra: "O Livro dos Médiuns", em 1861. Decidimos trazer este texto para lembrar-nos do quão relevante foi e continuará sendo esta obra para o Espiritismo e para a humanidade. Inspirados na importância, tecnicidade e profundidade desta Obra é que decidimos lançar seu estudo, item a item, em videoaulas no KARDEC Play. E como não temos a destreza em construir textos com novidades como Kardec o fez, utilizamos seus próprios termos para nos auxiliar no lançamento deste estudo do "Livro dos Médiuns", um marco para mais este projeto do IDEAK. ⠀ Boa leitura! ⠀ O IDEAK é mantenedor dos projetos: @KARDECPEDIA @KARDECplay @editora_KARDECBooks . Participe dos projetos do IDEAK e vamos juntos divulgar KARDEC e o Espiritismo no Brasil e em todo o mundo. #espiritismo #allankardec #kardec #espirito #spiritism #spiritist #spiritisme #Espiritismo #espiritista #Mediunidade #Evangelho #Espirita #Deus #Cristo #Caridade #Jesus #OConsolador #AllanKardec #Kardec #ChicoXaiver #DivaldoFranco #Emmanuel #BezerraDeMenezes #DoutrinaEspirita #MoralEspirita https://www.instagram.com/p/CDRlwp5nmSC/?igshid=10zqzr4y5h605
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leaquioficial · 5 months
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Os desafios da mediunidade em foco
Conheça as etapas do desenvolvimento e os desafios da mediunidade responsável, fundamental no Espiritismo para um trabalho correto e eficaz.
O olhar além do visível. A mediunidade é um meio de ligação e intercâmbio com as esferas espirituais e traz vários desafios, por isso o seu correto desenvolvimento é de fundamental importância para o Espiritismo. Allan Kardec, o codificador da Doutrina Espírita, compara a mediunidade ao telescópio e ao microscópio que nos permitem enxergar além do que nossos olhos físicos podem ver Assim como…
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O Espiritismo e o Racismo
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  Reprodução Web A destruição dos preconceitos de casta e de cor é um dos objetivos do Espiritismo. Isso é bem claro na kardequiana. O progresso da civilização passa, necessariamente, pela abolição de toda e qualquer forma de preconceito. O Espiritismo, “destruindo os preconceitos de seita, de casta e de cor, ensina aos homens a grande solidariedade que os deve unir como irmãos”. Nesse aspecto, do progresso da Humanidade, o Espiritismo pode ter uma influência muito importante, devido à ampla visão que oferece, do homem, da sociedade e do cosmos. Antes de se achar sujeito à determinada cultura, nacionalidade, etnia ou religião, o homem é um ser cósmico, um cidadão do universo. Esse princípio, se bem compreendido, faz ver a realidade sob uma outra ótica, sem os preconceitos generalizados que se encontram ainda arraigados na alma humana. Para os Espíritos elevados, “a pátria é o Universo; na Terra, é aquela em que possui maior número de pessoas simpáticas”. Pelo entendimento dos mecanismos que regem a lei da reencarnação, a superioridade que certos grupos étnicos atribuem a si torna-se insustentável e até ridícula. Esse tipo de postura discriminatória, existente nas relações entre os diferentes grupos étnicos, ao lado de diversos fatores de ordem política e econômica, tem gerado as desigualdades sociais no nosso planeta, constituindo-se num enorme obstáculo para a construção de uma sociedade mais fraterna e igualitária. Afirmaram os Espíritos a Allan Kardec que essas desigualdades um dia desaparecerão,“juntamente com a predominância do orgulho e do egoísmo, restando tão somente a desigualdade de mérito. Chegará um dia em que os membros da grande família dos filhos de Deus não mais se olharão como de sangue mais ou menos puro, pois somente o Espírito é mais puro ou menos puro, e isso não depende da posição social”. Segundo Kardec, todos os homens “são submetidos às mesmas leis naturais, todos nascem com a mesma fragilidade, estão sujeitos às mesmas dores e o corpo do rico se destrói como o do pobre. Deus não concedeu, portanto, superioridade natural a nenhum homem, nem pelo nascimento, nem pela morte, todos são iguais diante d’Ele”. A mentalidade racista produziu, na história da humanidade, situações extremadas de discriminação racial, como a escravidão dos negros africanos, considerada pelo Espiritismo como sendo contrária à Natureza, “pois assemelha o homem ao bruto e o degrada moral e fisicamente”. “Os homens têm considerado, há muito, certas raças humanas como animais domesticáveis, munidos de braços e de mãos, e se julgam no direito de vender os seus membros como bestas de carga. Consideram-se de sangue mais puro. Insensatos, que não enxergam além da matéria! Não é o sangue que deve ser mais ou menos puro, mas o Espírito.” A idéia de que o homem possa encarnar como branco, negro, mulato ou índio, estabelece uma ruptura com o preconceito e a discriminação raciais. Tanto que até hoje, na Inglaterra, muitos adeptos do Neo-espiritualismo rejeitam a tese da reencarnação, por não admitirem a possibilidade de terem tido encarnações em posições inferiores quanto à raça e à condição social. Afinal, como se sentiria um indivíduo de mentalidade racista encarnado em uma raça que considere inferior? Nesse sentido, as questões que reproduzimos abaixo são bem elucidativas. “205. Segundo certas pessoas, a doutrina da reencarnação parece destruir os laços de família, fazendo-os remontar às existências anteriores. Ela os amplia, em vez de destrui-los. Baseando-se o parentesco em afeições anteriores, os laços que unem os membros de uma mesma família são menos precários. A reencarnação amplia os deveres de fraternidade, pois no vosso vizinho ou no vosso criado pode encontrar-se um Espírito que foi de vosso sangue. 205-a. Ela diminui, entretanto, a importância que alguns atribuem à filiação, porque se pode ter tido como pai um Espírito que pertencia a uma outra raça, ou que tivesse vivido em condição bem diversa? É verdade, mas essa importância se baseia no orgulho. O que a maioria honra nos antepassados são os títulos, a classe, a fortuna. Este coraria de haver tido como avô um sapateiro honesto, e se vangloria de descender de um gentil-homem debochado. Mas digam ou façam o que quiserem, não impedirão que as coisas sejam como são, porque Deus não regulou as leis da Natureza pela vossa vaidade.” A diversidade das raças, condição natural do aparecimento do homem na Terra, resultado “do clima, da vida e dos hábitos”, não significa, de modo algum, que os homens estabeleçam juízos de valor discriminatório, quanto à origem étnica de determinados grupos sociais. Para o Espiritismo, todos os homens “são irmãos em Deus, porque são animados pelo mesmo espírito e tendem para o mesmo alvo”. O preconceito e a discriminação raciais constituem também o grande conjunto de circunstâncias existenciais a que os Espíritos reencarnantes estão sujeitos. Um Espírito, reencarnado num corpo de origem negra, estará sujeito à discriminação e isso lhe será uma condição, uma contingência evolutiva a ser superada. “Para uns pode ser uma expiação, para outros uma missão”, uma nova oportunidade de aprendizado, já que as experiências que ele experimentará como negro, serão bem diferentes das de outro que reencarne como branco, em função das desigualdades sociais. Essas desigualdades são um mal que precisa ser eliminado. Todavia, devido à Lei de Progresso, também são um bem. Ou seja, são utilizadas sabiamente pela Natureza, no aprimoramento intelecto-moral dos Espíritos. Portanto, dentro da concepção espírita, não se sustentam visões fatalistas, “cármicas”, que visualizem Espíritos reencarnados em corpos de origem negra como culpados algozes do passado. A culpa se houver, será apenas uma condição psicológica, imposta pela própria consciência do Espírito reencarnante, sem relação alguma com arbitrariedades supostamente delegadas pelo “plano espiritual superior”. São essas concepções fatalistas, baseadas na culpa e no pecado, que levam muitos espíritas e Espíritos a considerarem os escravos negros como inquisidores, cruzados e senhores feudais reencarnados, ou judeus massacrados pelos nazistas como hebreus reencarnados. Essas concepções têm mais a ver com a formação religiosa de certos espíritas e Espíritos do que com a visão evolucionista do Espiritismo. Trata-se de uma concepção distorcida da reencarnação que, ao invés de servir como um poderoso instrumento de compreensão do processo evolutivo dos seres e das coisas, funciona como fator de alienação, de ocultamento da realidade. Com que finalidade um senhor de engenho, por exemplo, tem de reencarnar como negro e sofrer as mesmas dores que fez os escravos sob o seu poder sofrerem? Seria assim o mecanismo da reencarnação? Os seres humanos não são coisas, objetos que, sujeitos a uma lei de causa e efeito independente de sua realidade intelecto-moral, tenham que se submeter a reações esquemáticas, cartesianas. Há uma lógica no processo palingenésico, mas ela está longe de ser uma lógica mecanicista. Ao contrário, a concepção espírita da palingenesia nos leva a pensar o processo evolutivo como um continuum caótico, dialético, contraditório. Isso não significa que inexista uma ordem, necessária e inexorável, ainda desconhecida em sua estrutura básica e no seu detalhamento. Aquele senhor de engenho, pela sua formação, pela sua inteligência, pode contribuir muito mais para si e para outros, se concretizar o seu arrependimento na reformulação do próprio processo evolutivo. Ele poderá reencarnar, por exemplo, como um negro, que sentirá a ânsia, a paixão de lutar pela libertação de sua raça, de modo que muitos benefícios poderá trazer para a eliminação do racismo. Se tiver vocação pela política, poderá lutar de modo perseverante a favor da abolição de qualquer resquício, nas leis e na cultura, de preconceitos contra a raça negra, beneficiando assim, indiretamente, aqueles que ele próprio prejudicou em outras existências. E assim por diante. As variáveis são muitas, principalmente por que estamos lidando com seres, cuja liberdade volitiva os afasta de qualquer esquema cármico, a não ser que eles mesmos prefiram seguir, por algum processo de culpa ainda muito pouco esclarecido, um caminho onde possam vir a expiar a mesma dor que em outros eles provocaram, a fim de sentir o mal “na mesma pele”. É também um caminho possível, mas que não se constitui em lei, em regra, em um princípio que sirva a todos os seres. Foi o caminho escolhido por determinado Espírito, apenas isso. Uma mesma causa pode gerar uma infinidade de efeitos. Isso em relação a objetos. Já em relação às pessoas, aí a situação se torna ainda mais complexa. A dificuldade de se equacionar, no caso em questão, o fenômeno palingenésico, se amplia. Ainda mais por que é ele um fenômeno pra lá de fractal. São muitos os componentes, os fatores de influenciação extremamente variáveis. Trata-se de uma equação com n incógnitas. Por aí dá para se perceber que a visão mesquinha e rasteira do negro como uma criatura supostamente inferior, apenas por que nele se encontra reencarnado um espírito “culpado”, não se coaduna com a filosofia espírita, libertária por natureza. É como se reproduzíssemos o racismo numa nova versão, numa espécie de racismo cármico, que iria justificar a segregação racial, como foi e ainda é feito em alguns países. Basta ver os conflitos étnicos que há muitos séculos existem na Índia, desde o tempo dos brâmanes, passando pela época de Gandhi até hoje. É a reencarnação a serviço do racismo. Uma doutrina de liberdade, como a espírita, não compactua com nenhuma ideologia que vise a discriminação racial entre os grupos sociais. O sectarismo racial, segundo o Espiritismo, tende a se tornar coisa do passado. As pessoas e as nações evoluem. Segundo os Espíritos, “os mundos também se acham submetidos à lei do progresso. Todos começaram como o vosso, por um estado inferior, e a Terra mesma sofrerá uma transformação semelhante, tornando-se um paraíso terrestre, quando os homens se fizerem bons”. À medida que a humanidade melhora em inteligência e moralidade, todas as formas de preconceito e segregação tenderão a desaparecer definitivamente. Nesse aspecto, o comentário de Kardec à questão citada é bem oportuno: “Assim, as raças que atualmente povoam a Terra desaparecerão um dia e serão substituídas por seres mais e mais perfeitos. Essas raças transformadas sucederão à atual, como esta sucedeu a outras que eram mais grosseiras”. Portando, é dever dos espíritas, imbuídos pelo ideal renovador do Espiritismo, lutar por uma sociedade mais justa e igualitária, onde o negro e todos os grupos étnicos oprimidos tenham os seus direitos garantidos e respeitados. Como afirmou o sociólogo Florestan Fernandes, o negro é a “pedra de toque da revolução democrática na sociedade brasileira”. A luta pela verdadeira democracia racial, é uma luta que interessa não somente ao negro, mas a todos os setores progressistas, inclusive aos espíritas, que estejam efetivamente comprometidos com o processo de transformação intelecto-moral da sociedade.   Fonte: Eugenio Lara   Eugenio Lara, arquiteto e design gráfico, é redator e produtor gráfico do jornal de cultura espírita Abertura, membro fundador do Centro de Pesquisa e Documentação Espírita (CPDoc) e do Instituto Cultural Kardecista de Santos. Trabalho concluído em 1994, apresentado no Centro de Pesquisa e Documentação Espírita (CPDoc) e no II Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita, de 1991.
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luzdoespiritismo · 2 years
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"Todas as imperfeições morais são portas abertas aos Espíritos maus, mas a que eles exploram com mais habilidade é o orgulho porque é essa a que menos a gente se confessa a si mesmo. O orgulho tem posto a perder numerosos médiuns dotados das mais belas faculdades que, sem ele, seriam instrumentos excelentes e muito úteis. Tornando-se presa de Espíritos mentirosos, suas faculdades foram primeiramente pervertidas, depois aniquiladas, e diversos se viram humilhados pelas mais amargas decepções. O orgulho se manifesta, nos médiuns, por sinais inequívocos, para os quais é necessário chamar a atenção, porque é ele um dos elementos que mais devem despertar a desconfiança sobre a veracidade das suas comunicações. Começa por uma confiança cega na superioridade das comunicações recebidas e na infalibilidade do Espírito que a transmite. Disso resulta um certo desdém por tudo o que não procede deles, que julgam possuir o privilégio da verdade. O prestígio dos grandes nomes com que se enfeitam os Espíritos que se dizem seus protetores os deslumbra. E como o seu amor próprio sofreria se tivessem de se confessar enganados, repelem toda espécie de conselhos e até mesmo os evitam, afastando-se dos amigos e de quem quer que lhes pudesse abrir os olhos. Se concordarem em ouvir essas pessoas, não dão nenhuma importância às suas advertências, porque duvidar da superioridade do Espírito que os guia seria quase uma profanação. Chocam-se com a menor discordância, com a mais leve observação crítica, e chegam às vezes a odiar até mesmo as pessoas que lhes prestaram serviços. Favorecendo esse isolamento provocado pelos Espíritos que não querem ter contraditores, esses mesmos Espíritos tudo fazem para os entreter nas suas ilusões, levando-os ingenuamente a considerar os maiores absurdos como coisas sublimes." Allan Kardec. O Livro dos Médiuns - Segunda Parte - Das manifestações espíritas » Cap. XX - Influência Moral do Médium - item 228. #espiritismo #doutrinaespirita #allankardec #kardec #kardecista #kardecismo #olivrodosmediuns #projetoconhecersentirviverkardec #graçamaciel #espiritismoportugal #espiritismoportugalviseu #projetoconhecerkardec (em Portugal) https://www.instagram.com/p/CbumsbkqYRo/?utm_medium=tumblr
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crevieira2019 · 5 years
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Porque Setembro Amarelo?? . Em 1994, o americano Mike Emme, filho do casal Dale Emme e Darlene Emme, se suicidou com apenas 17 anos. Mike era conhecido por sua personalidade caridosa e por saber muito sobre mecânica. Sozinho, o garoto conseguiu restaurar um Mustang 68 e pintou o carro todo de amarelo. Porém, aqueles que conviviam com Mike não viram os sinais de angústia. No dia do funeral do jovem, uma cesta de cartões com fitas amarelas presas a eles estava disponível para quem quisesse pegá-los. Os cartões e fitas foram feitos por amigos de Mike e possuíam uma mensagem: "Se você precisar, peça ajuda". Em pouco tempo, os cartões se espalharam pelos Estados Unidos e começaram surgir mais e mais cartões com pedidos de ajuda. Um professor de outro estado americano havia recebido um dos cartões de uma aluna, pedindo por ajuda. Resumindo a história: por conta da grande repercussão do caso, a fita amarela foi escolhida como símbolo do programa que incentiva aqueles que têm pensamentos suicidas a buscar ajuda. Em 2003 a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou o dia 10 de setembro para ser o Dia Mundial da Prevenção do Suicídio e o amarelo do Mustang de Mike é a cor escolhida para representar esta campanha. A campanha Setembro Amarelo teve início no Brasil em 2015 pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). As primeiras atividades da campanha aconteceram na capital do país, Brasília, e no ano seguinte outras regiões também aderiram ao movimento. O objetivo do Setembro Amarelo é reforçar a importância do diálogo, quebrando o tabu sobre o assunto e ajudando quem está mais vulnerável. ⠀ ⠀ ⠀ ⠀ ⠀ ⠀ ⠀ ⠀ ⠀ ⠀ ⠀ ⠀ ⠀ ⠀ #divaldofranco #espiritas #evangelho #espíritas #mediunidade #espiritismo #espiritismokardecista #espiritismoconsolador #espiritismobrasil #instaespirita #doutrinaespirita #espiritualidade #chicoxavier #espiritismoéamor #amor #espiritismoeevoluçao #livrosespiritas #espiritismobrasilia #comunhaoespiritadebrasilia #fé #palestrasespiritas #jesus #espiritismohoje #kardecismo #kardec #espirita #deus #espírita https://www.instagram.com/p/B1_zzLSnxmR/?igshid=3nsjfhfwndyo
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marthaelidaarguelho · 5 years
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Bendita e esclarecedora Doutrina espírita mas não podia ser diferente , embora tenha sido codificada por Allan Kardec que nos revelou que podemos nos comunicar com os espíritos , os ensinamentos provenientes da doutrina espírita vêm dos espíritos que aqui já viveram e nos contam suas experiências, nos revelam o que realmente é importante para nós , pois estes instrutores já não estão mais iludidos pelo véu da matéria e então nos trazem todo tipo de esclarecimentos . A começar pelos livros da codificação que foram escritos por Allan Kardec que foi supervisionado pelo espírito da verdade , que muitos na Doutrina dizem ser o próprio Jesus Cristo . Os livros de Allan Kardec nos trazem as direções de como identificar os espíritos que se comunicam e como observar se a comunicação é boa ou má pois no plano espiritual existem bons espíritos e maus espíritos. O espiritismo nos esclarece detalhadamente os ensinamentos de Jesus , cada uma de suas parábolas, a importância e o significado de cada virtude exemplificada por Jesus , nos esclarece também sobre cada personagem do evangelho nos mostrando a relação do que foi vivido por eles com o que nós vivemos. O espiritismo também nos trás a ciência da fé, a ciência do perdão , a ciência do bem proceder , a ciência dos ensinamentos de Jesus , a ciência e as consequências da vida desequilibrada . O espiritismo abrange e esclarece tudo a nossa volta . Nos explica o processo do homossexualismo, os efeitos e causas dos vícios em nossas vidas nos mostrando como alcançar o equilíbrio a partir de nossas ações, de nossa força de vontade . Temos tanto para falar e escrever sobre o espiritismo que só Chico Xavier nos trouxe mais de 450 livros , Divaldo Franco nos trouxe mais de 250 livros e muitos outros médiuns servindo de meio aos espíritos para nos ajudar á redirecionar nossas vidas com mais equilíbrio e assim podermos ser donos de nossa paz, de nossa felicidade e sermos capazes de expressar o Amor que existe em nós com a mais divina pureza dos deuses que nós somos . (em Ubsf Parque Do Sol) https://www.instagram.com/p/Bx4j-lohZXw/?igshid=1g58so9u59wn2
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cinema-neilton1962 · 5 years
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Kardec é uma biografia que retrata bem a época em que a história aconteceu e muito disso graças a ótima fotografia e direção de arte, que conseguiu trazer uma Paris que não existe mais, onde os prédios eram velhos e tinha esgotos nas ruas, deve ter sido muito desafiador. Tudo foi de suma importância para entendermos quem foi o homem que criou a doutrina espírita e garantiu milhões de adeptos à sua forma de ver a vida, a morte e Deus. Apesar de ter uma temática espírita, não se trata de uma produção sobre o espiritismo. É um filme sobre investigação, sobre métodos, sobre racionalizar coisas que até então não poderiam ser racionalizadas. (em Tijuca, Rio De Janeiro, Brazil) https://www.instagram.com/p/Bxc1sV4FZRH/?utm_source=ig_tumblr_share&igshid=17c591u3mqb58
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