Tumgik
#naquele mood estranho
jaywritesrps · 11 months
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rileynavarro · 3 years
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i’m glad you left me alone
onde: quarto de Penelope quando: dois meses antes do fim do ano letivo do sophomore.
O quarto iluminado unicamente pelo abajur amarelado, o silêncio preenchido por gemidos e suspiros e o calor dos corpos criando faíscas. Desde que Penelope jogou no lixo muitos dos pensamentos conservadores de sua família e se deixou levar pelo doce sabor do que consideravam pecado, seu desejo em explorar mais daquela interação tão carnal e íntima com David se tornou crescente. Tocá-lo e ser tocada havia se tornado uma necessidade, mas a garota não enxergava isso como um vício e, sim, como curiosidade. Autodescoberta, como havia lido nas redes sociais. Mullins só desejava descobrir até onde seu corpo conseguia ir, experienciar as sensações que lia nos livros e que ouvia relatos na internet, porque sempre que estava com as pernas abertas ao seu namorado era um quase. 
As investidas dele se tornavam mais intensas e as ondas de prazer que partiam do ponto de conexão entre ambos faziam a cabeça feminina flutuar enquanto deixava beijos e mordidas no pescoço do mais velho. Por mais que gemesse manhosamente próxima ao ouvido masculino, não era difícil para Penelope perceber que os dois se encontravam em níveis totalmente distintos de prazer: enquanto ela estava começando com os agradáveis formigamentos, David encontrava-se extremamente próximo do fim. Talvez estivessem em sincronia caso ele a estimulasse mais, chupasse-a onde deveria e focasse nos botões corretos, porém a sua falta de protagonismo sempre a custava o próprio orgasmo — e o problema era que Mullins não percebia isso. Na verdade, ela até acreditava que já havia experimentado o orgasmo quando não passava de um breve pico de prazer. E era exatamente por isso que a garota buscava por esses momentos lascivos: a vontade de senti-lo mais uma vez.
Assim como o imaginado, o último gemido rouco de David preencheu o cômodo e o peso dele caindo sobre si sinalizou que havia alcançado seu ápice, em seguida, a pergunta sobre ter sido bom, que já havia se tornado parte da rotina de transas deles, foi feita e os beijos satisfeitos vieram em resposta ao seu “sim”. Não a entenda mal, Penelope gostava de estimulá-lo e vê-lo gozar, achava bonita a forma como os músculos dele se contraíam e relaxavam enquanto o encantador olhar dele parecia devorá-la, por isso dizia que havia gostado mesmo que não gemesse na mesma intensidade que ele — e até mesmo precisando forjar alguns. Só havia transado com David até o momento, então não sabia que existia muito mais do que já tinha e muitas coisas que encontrava online a faziam pensar que o problema era com seu próprio corpo e não ele. Depois de alguns poucos minutos conversando, o rapaz deixou um novo longo beijo nos lábios femininos antes de se despedir, porque, diferente do que haviam planejado, ele não dormiria por ali naquela noite por ter sido convidado a curtir uns jogos com os melhores amigos. Mais uma frustração. A mãe de Pepe raramente passava dias fora de casa, então ficar sozinha naquela noite quando alimentara tantas expectativas de ficar acompanhada do namorado a chateou, mas não era como fosse impedi-lo de ir embora, especialmente quando nem sequer teve a chance de falar alguma coisa. Ao menos ele se livrou melhor da camisinha usada, consolou-se ao vê-lo partir.
Deitada na cama trajando uma camiseta qualquer, Penelope ainda se encontrava no mood e seu corpo estava bastante impaciente pela interrupção de estímulos logo quando estava começando a se sentir tão bem, mas essa sensação já era normalizada sempre que ficava com David, então o ideal seria esperar o fogo baixar fazendo alguma coisa. A garota não era uma grande praticante da masturbação, raramente a fazia e nem sempre até o fim, pois achava estranho satisfazer-se sozinha e a sua força de vontade sempre era incrivelmente reduzida pelo medo de ser descoberta por sua família já que sempre estavam em casa. Todavia, naquele momento estava sozinha, sem riscos de ser descoberta e apenas com a imagem de Jesus Cristo na parede a causando desconforto. O que custaria tentar se dar um pouco de prazer? E se já havia pecado transando antes do casamento, aquilo não seria nada demais, certo? Mesmo incerta tentando convencer mentalmente a imagem sagrada de que não faria nada de errado (ou tão errado assim), a menina decidiu retirá-la e escondê-la dentro do seu armário, afinal, o que os olhos não vêm o coração não sente.
Como deveria começar? Mullins não fazia ideia, porque partir direto ao toque parecia bastante estranho sem criar um clima agradável ou algum estímulo visual e, sentindo-se idiota por sujar seu histórico de pesquisas, decidiu conferir um rápido passo a passo na internet. “Deixe o ambiente relaxante para você”, logo, a garota decidiu ligar a sua luz violeta para substituir a cor sem graça do abajur e aproveitou para colocar alguma playlist para tocar baixinho e ligar o difusor com essência de jasmin. Okay, o seu quarto parecia bem mais confortável dessa maneira, então deitou-se sobre a cama e puxou novamente o celular para ver o que mais precisava ter em mente. “Permita-se deitar e deixar suas mãos vagarem” e um outro trecho também havia chamado sua atenção: “Este é o momento de descobrir o que te excita e não se julgar”. Não parecia ser uma tarefa fácil, principalmente quando se julgava constantemente independentemente do assunto, mas tentaria manter essa nota em mente. Evitando ler muito do site para que não desistisse antes mesmo de começar, Penelope abandonou o celular no modo silencioso sobre o criado-mudo para não se distrair e passou a encarar o teto violeta de seu quarto com nervosismo.
Não existiam motivos para ficar nervosa, pois estava totalmente sozinha e ninguém a encontraria ou leria seus pensamentos. Não existiam motivos, não existiam. Respirando fundo e repetindo o conselho baixinho, Penelope abriu um pouco as pernas para acariciar sua coxa interna com delicadeza, a ponta de seus dedos percorrendo sua pele escura em carícias inocentes, porém prazerosas. Definitivamente não era o mesmo efeito de ter outra pessoa fazendo aquilo, pois a previsibilidade dos movimentos diminuíam a tensão da curiosidade e o estado de alerta que seu sentido do tato ficava, mas também não era como se possuísse alguém para demonstrar tanto carinho como fazia no momento já que David nunca a tocava com cuidado e sim com sede e desespero. A mente feminina encontrava-se vazia, nenhuma imagem ou memória sendo ativada com aquele estímulo suave e se estivesse apressada como antes, muito provavelmente teria desistido naquele ponto de continuar, porém também não existiam motivos para tanta impaciência quando teria uma noite solitária. Dessa forma, Mullins se manteve distribuindo amor e carinho sobre a própria pele, o cheiro agradável de seu quarto tornando a experiência relaxante juntamente com a música baixa, enquanto percorria suas lembranças em busca de algo para se prender. Até que a luz colorida a fez voltar no tempo.
Apertar os dígitos com cuidado sobre sua coxa e a coloração do seu quarto a levaram diretamente ao seu primeiro beijo e a lamentação de minutos mais cedo sobre não ter alguém para lhe oferecer aquele amor que desejava foi se apagando gradativamente ao passo que a imagem de Rise se formava em sua mente, porém, no momento em que ela se tornou nítida, Penelope se interrompeu. Não era novidade para a garota o quanto seus olhos gostavam de explorar cada pedacinho da outra, sempre atenta nos menores detalhes da menor: o brilho labial tornando a boca dela mais atraente, as pernas dela exibindo sua maciez através das curtas saias que trajava, o formato de seus seios nas blusas apertadas, o aroma doce que ficava sempre que ela cruzava seu caminho, o modo como os cabelos ondulados dela caíam sobre o ombro... Seu corpo esquentava ao se pegar pensando nela nos treinos de tênis com frequência e cruzar as pernas se tornava necessário para se conter e aprisionar os efeitos que ela causava em si. Seu respiração falhava quando se encontrava com o namorado, mas nada se comparava com o caos que se estabelecia em seu interior com o simples toque da melhor amiga. Sabia muito bem o que significava tudo aquilo e os seus sentimentos sobre a Lee-Navarro, mas não podia. Dessa forma, Penelope se mostrou receosa em continuar com as próprias carícias e a fantasia alternativa que ameaçava inundá-la.
Não deveria se julgar, relembrou. Permanecer naquela fantasia seria algo exclusivamente seu, ninguém descobriria o que fez ou deixou de fazer sozinha e mesmo que Ele a observasse, existiam coisas muito mais importantes acontecendo pelo mundo para se preocupar com uma garota excitada pela melhor amiga. Esse seria um segredo seu e foi com esse pensamento que Mullins voltou a se tocar.
Reviver em sua mente a noite em que beijou Rise pela primeira vez não era suficiente, pois o calor que subia em seu corpo ao visualizar a amiga ao seu lado distribuindo toques gentis sobre sua perna pedia por mais. Penelope desejava senti-la de forma mais íntima, ouvir sua respiração pesada próxima ao seu ouvido e ter seu prazer entregue completamente às mãos femininas. E sua mente construía toda a fantasia com facilidade graças aos diversos anos em que conviveram juntas e todos os sons que já ouvira dela. Deslizando a mão por dentro da camiseta, a morena acariciava e apertava seu seio hipnotizada pela ideia de ter a outra sendo responsável por cada um dos estímulos que se oferecia — assim como muitos outros que percorriam por sua imaginação. Desejava que Rise apalpasse, beijasse, mordesse e lambesse cada um de seus seios com paixão, que a língua áspera e quente dela fosse a culpada pela rigidez de seus mamilos, pelas arfadas e gemidinhos que lhe escapavam sem bloqueios no quarto escurecido. Queria ser sentida de verdade. E estava sendo sentida de verdade pela primeira vez. Lee-Navarro era realmente incrível e observá-la descer por seu corpo com seu olhar intenso fez seu interior estremecer, os beijos depositados na parte interna de sua coxa tornando seus batimentos ainda mais acelerados e a primeira lambida por sua boceta fazendo-a curvar as costas em prazer. Agarrando-se aos lençóis com sua mão livre, Penelope explorava sua intimidade sem timidez com os dígitos, buscando o ponto em que mais lhe proporcionava formigamentos para concentrar seus toques circulares.
Será que se gemesse um pouco mais alto os pais da garota iriam escutar? Não queria correr esse risco, mas a forma como Rise a chupava tornava impossível de se controlar e agarrar os fios de cabelo dela já não eram o bastante. Talvez devesse morder a própria camiseta para abafar seus sons e fez exatamente isso para que conseguissem manter aquele segredo. O desconforto de ter o tecido dentro da própria boca era ignorável pelo nível da umidade seus dedos ao se tocar, o movimento se tornando ainda mais facilitado pela lubrificação e seu clitóris, mais sensível. Podia ser egoísmo de sua parte, mas após suas noites frustrantes com David, Penelope estava sedenta em ser o foco do momento, cansada de ser sempre a pessoa que lambia e chupava sem uma retribuição tão duradoura quanto, então mesmo almejando oferecer o mesmo tipo de prazer à amiga, Mullins não queria inverter suas posições tão cedo e a concentração alheia em lhe enfiar os dedos contribuía para que permanecessem como estavam. As pernas femininas abriam-se cada vez mais para facilitar que a outra fizesse o que bem entendesse consigo e seus dedos se contorciam evidenciando o quão entregue estava para a garota dos seus sonhos, porém chegou num ponto em que precisava de mais atrito. Abrindo os olhos e correndo o quarto com desespero em busca de algo para utilizar por entre as pernas, os bichinhos de pelúcia se mostraram ser a solução perfeita por mais indecente que fosse se esfregar no que remetia à sua infância e ao seu lado mais fofo, todavia, não podia fazer isso com qualquer um. Sua mente envenenada pela luxúria procurou um em específico para a satisfazer naquela noite — e em todas as outras que se seguiriam: o coelhinho presenteado por Rise. Lembrava vividamente da felicidade que foi receber tamanha fofura da melhor amiga e a maneira como seu coração derreteu com as intenções dela, pois foi a partir daquele episódio que Pepe passou a querer enxergá-la como namoradinha mesmo que negasse os boatos e brincadeirinhas dos demais da turma. Corromper os objetivos daquele coelhinho que antes lhe servia para dormir abraçada não foi uma decisão que custou minutos de reflexão, muito pelo contrário, Mullins o pegara sem sequer pensar nas consequências, pois o calor que sentia tornava nublado qualquer pensamento lógico.
Posicionando o coelhinho deitado sobre a cama, Penelope sentou sobre ele e não demorou para movimentar o quadril em busca do atrito. A pelúcia podia ser considerada macia demais para o que cobiçava, porém era assim que imaginava que fosse a perna de Rise e o sentido por trás de se esfregar em algo que carregava um significado sobre o amor das duas era o ideal. A respiração cada vez mais pesada e o calor se tornando impossível de suportar a camiseta que vestia, Pepe rebolava contra o coelhinho com mais intensidade enquanto suas mãos apertavam-no e o amassavam com força contra a sua boceta, pois sentir a de Lee-Navarro era seu principal objetivo. Queria puxá-la para um beijo intenso, ter a língua dela entrelaçando na sua, porém era difícil quando a única coisa que conseguia fazer era gemer e apertar suas digitais contra a coxa dela. — Rise... — soltou manhosa jogando sua cabeça para trás enquanto se deliciava com a sua autocombustão e se via cada vez mais incapacitada de parar. Não queria parar e, se pudesse, queria continuar daquela forma com a amiga eternamente. Deitando de bruços para estar mais confortável, Mullins sequer conseguia fechar a boca de tanto prazer e foi continuando com a fantasia de ter a Rise esfregando-se contra si que um arrepio generalizado tomou conta de seu corpo, sua garganta não conseguindo conter um gemido mais forte à medida que seus músculos das pernas se contraíam e relaxavam. Uma sensação de prazer que nunca sentiu antes. Com a respiração falha e suas arfadas superando o volume das canções da playlist que ainda tocava, a morena puxou a pelúcia para um abraço e nem sequer se incomodou com a umidade de seus pelinhos brancos, na verdade, achou graça em ver o estrago que havia feito.
Aquele seria um segredo só seu.
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galevangless · 4 years
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Um Pub Indie
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Depois de fumar um cigarro resolvi finalmente entrar no pub. Eu não tinha certeza se deveria ter saído de casa naquela noite, mas provavelmente era só a depressão falando, então saí de qualquer forma. É bem difícil achar pub indie por aqui, até porque a cultura indie não é tão apreciada, é bem coisa de adolescente/jovem com síndrome de vira-lata que fica babando em fotografias de estética impecável que fazem da Europa um paraíso triste e envolvente pra quem vive em um país tropical, e tudo bem, eu tenho meus dias de preferir o aconchego frio de um dia chuvoso e um café quente como se vivesse em um seriado de televisão com músicas acústicas com letras tristes tocando ao fundo e foi esse mood que me levou àquele pub.
Depois de pedir uma cerveja e me sentar sozinha ao balcão, parei para observar o ambiente por alguns minutos. As luzes baixas, uma banda desconhecida cantando covers de bandas indies, as pessoas vestidas das formas mais variadas; tinha gente com estilo grunge, gótico “suave”, indie, normal, entre outros. Eu só estava com calças largas de moletom preto extremamente confortáveis porém bonitas o suficiente pra sair usando-as, minha camiseta de manga três quartos com estampa de tatuagem, uma camisa jeans larga e aberta por cima, as mangas dobradas até os cotovelos expondo as tatuagens nos braços e tênis pretos sujos e detonados.
Na segunda long neck eu a vi, sentada sozinha à uma mesa redonda, pequena e alta. Usava tênis vermelhos, tão detonados quanto os meus, uma calça jeans clara de cintura média com a barra enrolada mostrando as canelas, camiseta cinza de mangas curtas com alguma estampa que não entendi, uma camisa xadrez amarrada na cintura, piercing no septo, óculos, cabelos curtos acima dos ombros, ondulados e bagunçados. Nas mãos um drink qualquer e o celular com a tela virada para baixo sobre a mesa. Tatuagens em black work nos braços. Me encantei completamente na mesma hora.
Não tive coragem de ir falar com ela logo de início, obviamente, pois apesar da minha cara de pau, não sei lidar com mulheres que mexem comigo nesse nível, esqueço como respirar, como falar, as pernas falham. Com homem a gente só chega beijando e tá tudo certo, mas com mulher… Mulheres são deusas e eu não sei lidar direito quando uma atinge meu coração. Fiquei um tempão apenas observando-a de longe e tomando minha cerveja enquanto ela curtia as músicas e às vezes parecia cantarolar um ou outro trecho.
Em dado momento, fui ao banheiro feminino, graças às cervejas, e quando saí do cubículo em direção às pias, lá estava ela, lavando as mãos e checando o delineado de gatinho. Congelei por alguns milésimos de segundo, mas dificilmente teria uma oportunidade melhor para tentar puxar assunto.
“Adorei seu delineado”, eu disse sorrindo. Me perguntei por alguns segundos se a frase não era hétero demais, mas levando em conta minhas roupas, assumi que estava tudo bem.
“Ah, obrigada”, ela respondeu obviamente envergonhada e surpresa como se mal tivesse percebido minha presença ali até que eu abrisse a boca; e talvez realmente não tivesse percebido. “Gostei da sua camiseta”, e apontou para a estampa da minha blusa através do espelho. Sorri e assenti com a cabeça agradecendo.
“Você está sozinha aqui?”, perguntei mesmo sabendo a resposta.
“Sim, e você?”
Eu já não sabia se deveria continuar falando afinal, de duas uma, ou ela era muito tímida ou eu definitivamente a estava incomodando, mas ainda assim era a minha única chance e resolvi ir em frente.
“Estou, sim, às vezes saio sozinha… Faz bem pra alma.”, ela concordou com um sorriso. “De qualquer forma, se quiser me fazer companhia, estou sentada no bar. Seria legal conhecer alguém novo pra variar…”
Para minha surpresa ela assentiu com um sorriso e saímos do banheiro, ela me seguindo. Por todo o caminho até onde eu estava sentada minha cabeça gritava em desespero pois não esperava que ela fosse aceitar e não sabia o que falaria pra puxar assunto. Talvez o ideal fosse começar com o básico, perguntando o nome, e evitando o clichê do “você vem sempre aqui?” pra que não soasse como uma cantada ainda que eu estivesse obviamente interessada. Nós nos sentamos nas banquetas e pedi duas cervejas.
“Qual o seu nome?”, perguntei ainda ansiosa.
“As pessoas me chamam de Moe. E o seu?”
“Me chamo Gale”, ela pareceu surpresa ao ouvir meu nome, mas não teceu nenhum comentário.
Para minha surpresa a conversa se estendeu por umas duas horas. Falamos sobre trabalho, faculdade, descobri que temos praticamente a mesma idade, falamos sobre música, sobre bebida e, para minha felicidade, falamos sobre sexualidade e ela é bi. Eu ainda não sabia se havia algum interesse dela em relação a mim, e minha cara de pau estava escondida demais pra que eu começasse com o famoso “flerte de Schrödinger”, então a dúvida talvez demorasse bem mais tempo pra ser sanada.
De repente começou a tocar uma música que eu particularmente adoro e resolvi arriscar chamá-la pra dançar. Pode parecer estranho simplesmente chamar alguém pra dançar num pub, mas por causa das bandas havia pessoas dançando próximas ao palco então pensei “por que não?”.
“Eu amo essa música! Topa dançar comigo?”, eu disse me levantando da banqueta. Ela se encolheu um pouco, ao que peguei gentilmente sua mão e olhei em seus olhos com um sorriso pidão. “Vem! Vai ser legal!”, e ela cedeu.
Andamos em direção ao palco, eu a puxando gentilmente pela mão. Começamos a dançar e ela se movia timidamente ao som da música enquanto eu dançava sorrindo para ela na esperança de ela se sentir segura pra se soltar. Aos poucos ela começou a dançar mais solta, com os olhos fechados e como por ação do destino fomos nos aproximando aos poucos. Quando nossos corpos se tocaram ela não se afastou, mas abriu os olhos e me olhou com um leve sorriso ao que entendi como um aval pra me aproximar. Ela estava de costas pra mim e a colei, devagar, em meu corpo, sem parar de dançar. Com minha mão timidamente segurando sua cintura continuamos dançando e nossos corpos estavam sincronizados. Enfim, ela se virou para mim, seu olhar profundo preso em meus olhos de forma que era impossível desviar. Continuamos dançando coladas e minha vontade de beijá-la era absurda naquele momento. Precisava pedir ou enlouqueceria. Aproximei minha boca de sua orelha enquanto tirava mechas de seu cabelo do caminho.
“Posso te beijar?”, perguntei. Estava morrendo de medo da resposta, mas quem não arrisca não petisca e era tarde demais para desistir. Afastei um pouco para olhá-la e ela simplesmente me beijou. Eu juro que pude ouvir os fogos estourando à nossa volta. Minha mão a segurou delicadamente pela nuca, acariciando-lhe a pele enquanto ela corria as mãos por minhas costas. A abracei pela cintura e o beijo intensificou na hora; eu estava no céu, definitivamente. Ao fim do beijo não pude evitar olhá-la com aquela cara de criança que acabou de ganhar presente de natal. Minha surpresa e felicidade deviam ser mais do que óbvios pois ela riu pra mim.
Voltamos para o balcão e agora nos beijávamos o tempo todo, alguns selinhos, outros beijos mais demorados entre cervejas, mais beijos quando eu saía pra fumar ou saíamos para ir ao banheiro; umas duas vezes eu jurava que acabaríamos transando naquele banheiro pela forma como as coisas ficaram intensas.
Eram 4:30 da manhã, por fim, e eu queria levá-la para minha casa. Saímos do pub de mãos dadas e acendi um cigarro na calçada enquanto pegava o celular para chamar um táxi.
“Ouvi dizer que eu faço um café da manhã excelente e ainda levo na cama…”, minha cara de pau estava oficialmente de volta. Ela riu.
“E infelizmente eu sou freelancer e tenho um trabalho complicado pra entregar na segunda do qual só fiz metade…”, não pude evitar e fiz bico imitando uma criança triste implorando pra ganhar o que quer. “Mas podemos tomar um café essa semana, se quiser”.
“Poderei te levar pra sair no fim de semana, além do café?” Ela assentiu com um sorriso.
“Aí eu posso provar seu café da manhã…”, e definitivamente aquilo era tudo o que eu precisava ouvir. Beijei-a novamente, com a mesma vontade que a beijei todas as vezes dentro daquele pub.
“Então te vejo essa semana?”
“Nos vemos essa semana!”, dei-lhe um beijo na testa e então meu carro chegou.
“Você vai ficar bem?”, perguntei.
“Sim, moro aqui perto”, ela disse sorrindo. Assenti, beijei-a mais uma vez, e abri a porta do carro.
“Se mudar de ideia sabe onde me achar…”, ela riu e me mandou um beijo com a mão. Fechei a porta e então o motorista deu a partida.
Mal viramos na esquina e chegou uma mensagem dela: “Eu gosto de café preto puro, só pra você saber…”; “Anotado!”, respondi.
Voltei para casa sem conseguir tirar Moe da cabeça. Tinha certeza de que sonharia com ela. Durante o banho tudo no que conseguia pensar era nos beijos que demos naquele banheiro e como eu não sossegaria enquanto não a deixasse completamente louca e exausta ao meu lado. Fui dormir com o gosto de sua boca na minha e marquei na agenda do celular “Escolher cafeteria para levar Moe” com um despertador para segunda de manhã. Ela havia me ganho completamente e eu não tinha mais para onde fugir.
Gale Vangless, Realidades.
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kcrev · 3 years
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💘 + alex&rachel
send me 💘 + A SHIP and i’ll tell you—
where they first met and how
Os dois se conheceram no primeiro dia de aula do jardim de infância, quando tinham apenas três anos. Por nunca ter estado em um lugar como aquele, cheio de crianças e pessoas desconhecidas, Alex ficou bem choroso quando seus pais foram embora. Estava um pouco mais afastado das demais crianças, sem saber como se aproximar, quando Rachel o puxou para brincar com ela, como se conhecessem há muito tempo. 
how long their ‘flirting’ phase was before feelings got involved
Essa fase não existiu, na verdade. Alexander estava apaixonado por Rachel há quase uma década quando confessou seus sentimentos por ela e, antes disso, nunca tinha flertado com a melhor amiga. 
who fell for who first 
O Alex, né. Ficou iludido pela melhor amiga por quase dez anos, esse se superou. Pelo menos, a história teve um final feliz (:
where their first date was and what it was like
O primeiro encontro oficial deles aconteceu durante a turnê, enquanto estavam passando por San Francisco. O Alex estava extremamente nervoso e queria que tudo saísse perfeito, então reservou uma mesa em um restaurante um pouco mais privado, no topo de um dos prédios mais altos da cidade. Eu imagino que tenha sido um pouco estranho, porque os dois sabiam que aquele não era um jantar como outro qualquer, mas acabou dando tudo certo. 
who asks who out and how 
Eu acho que é a Rach que teria que dar o primeiro passo nesse caso. Depois da briga que quase fez com que se afastassem, penso que o Alex v�� estar um pouco receoso de fazer qualquer coisa por medo da reação da melhor amiga. Ele é completamente apaixonado por ela, mas não tem ideia se seus sentimentos são ou não recíprocos — e é por isso que eu acho que ela vai ter que chamar ele pra sair.
who proposes first
Ainda que não admitisse pra si mesmo, Alexander sempre soube que Rachel era a mulher da vida dele. Então, eu imagino que não vá demorar muito para ele se dar conta disso depois que começarem a namorar. Só que eles estavam numa sintonia tão boa como namorados que ele não quis apressar nada, então levou algum tempo até que ele concretizasse a ideia — mas, foi ele quem fez o pedido.
if they keep / kept their relationship secret or let everyone know right away
Eles mantiveram a relação em segredo por alguns meses, mas não por terem medo de assumir. Como seus fãs já estavam acostumados com Rachel sendo sua melhor amiga, não foram muitos que suspeitaram aquela mudança, então eles puderam ter um tempo como casal fora dos holofotes. Porém, toda a equipe da turnê sabia desde o início.
where the proposal happens and how 
Durante semanas, Alexander planejou mil e uma formas de pedir Rachel em casamento. Queria que fosse algo memorável, porém um momento íntimo, apenas deles. Pensou em diversos destinos que poderiam ir para que fizesse o pedido, mas nenhum deles lhe chamava atenção. Tinham memórias em tantos lugares e, ainda que tivessem seus preferidos, ir até algum deles não parecia ser suficiente. Um dia, estava olhando algumas fotos antigas na casa de seus pais e, em uma delas, Rachel estava abraçada nele enquanto Alexander fazia uma careta e estavam na casa da árvore que Alex tinha construído com o pai naquele verão. Deveriam ter seis anos na época. Olhando aquela foto, foi como se as coisas finalmente se encaixassem.
A casa na árvore havia sido destruída em uma tempestade quando ambos tinham quinze anos, mas Alex a precisava de volta. Então, com a ajuda de toda a sua família, Alex reconstruiu a casa. Precisaram fazê-la um pouco maior, é claro, mas parecia igualzinha à antiga. Encontraram até algumas decorações que costumavam ficar lá para que ficasse o mais fiel que pudesse. Com a casa já pronta, Alex e a mãe dele montaram uma cesta de piquenique com tudo que Rachel gostava e, no fim da tarde, ele enviou uma mensagem à Rach, pedindo para que ela o encontrasse nos jardins de sua casa. Da mesma forma como estava nervoso no primeiro encontro deles, estava naquele dia. Apesar disso, Alexander sobreviveu ao piquenique sem que grandes desastres acontecessem e, quando estavam ali há algum tempo, finalmente tomou coragem para fazer o pedido.Tinha passado semanas escrevendo um texto com o que queria dizer, porém sequer precisou dele; as palavras saíam de seus lábios com naturalidade. 
if they adopt any pets together
O primeiro animal que eles adotam é o cachorro que Alisson os convenceu a adotar. Até tinham vontade de fazer isso antes, mas como a rotina dos dois era abarrotada de viagens, tinham medo de não conseguir cuidar de algum animal da forma como deviam.
who’s more dominant
Eu acho que isso depende muito do dia e do contexto KKKKKKK Em um sentido geral, o Alex é muito da paz e mais tranquilo, então eu tenho certeza de que ele faz tudo que a Rach quer — ela só precisa pedir com jeitinho. Entre quatro paredes, eu acho que varia muito e, como eu disse, depende da situação. Mas, certeza que ele adora quando ela fica por cima.
where their first kiss was and what it was like
O primeiro beijo deles foi, na verdade, muitos anos antes deles ficarem juntos efetivamente. Eles tinham uns treze anos e praticamente todos os seus amigos já tinham beijado alguma vez, então os dois estavam sentindo que estavam ficando para trás. Um dia, estavam conversando e o assunto surgiu. Eu imagino que a ideia tenha sido da Rachel, de um ser o primeiro beijo do outro para que acabassem logo com aquela história. Como todo primeiro beijo, foi estranho. Nenhum dos dois tinha ideia do que estava fazendo, então acabou sendo um beijo meio babado. Apesar disso, foi o suficiente para que Alex começasse a enxergá-la de outra forma.
if they have any matching couples stuff 
Eu imagino que sim, eles têm muita cara de serem meio breguinhas com esse tipo de coisa. Um ano, o Alex deu uma camiseta com o rosto dele de presente de dia dos namorados pra Rach — claro, depois ele deu o presente de verdade.
how into pda they are
No início do relacionamento, eles eram muito contidos e não demonstravam muito afeto em público por medo de que começassem a suspeitar muito sobre a mudança de status de relacionamento deles. Depois que assumirem ao mundo, acho que eles não vão ter problema algum com demonstrações de afeto em público. Imagino que eles andem de mãos dadas o tempo todo e que Alex ame abraçar a Rach, estando eles sozinhos ou não.
who holds the umbrella when it rains
Por ser mais alto, o Alex é quem segura o guarda-chuva quando chove.
where their usual ‘date spot’ is 
Eles costumam ir a lugares em que podem ter maior privacidade, já que é difícil que Alex ande em um lugar muito cheio de gente sem ser abordado. A praia é um lugar que os dois devem gostar muito de ir.
who’s more protective
Os dois são extremamente protetores em relação um ao outro, mas eu acho que o Alex pesa um pouco mais na dose de proteção do que a Rach.
how long it is before they sleep together (can be as in had sex or as in shared a bed)
Eles nunca tiveram problema em dividir uma cama, já que fazem isso desde sempre. Agora, em relação a sexo acho que talvez demore alguns dias (ou semanas) para que aconteça, porque imagino que vá levar um tempo para que eles parem de estranhar tanto a nova relação que eles têm — e eles ainda vão estar nesse mood na primeira vez, eu acho.
if they argue about anything
Todos os casais discutem, isso é natural. Mas, não é muito comum que eles briguem, até porque eles se entendem como ninguém e isso acaba evitando muitas brigas.
who leaves more marks ( lipstick, hickeys, scratchmarks etc. )
A Rachel deve deixar mais marcas no Alexander do que o contrário.
who steals whose clothes and how often
O armário de camisas e camisetas de Alex se tornou também de Rach. E, ainda que ele reclame em alguns momentos por ela ter pego algo que quer usar, ver Rachel em alguma de suas roupas é um turn on gigantesco dele.
how they cuddle ( spooning? facing each other? )
O Alex se deita de frente e a Rach o abraça de lado, apoiando sua cabeça no peito dele.
what their favourite nonsexual activity is
Como eles não costumam ficar tanto tempo em casa, uma das atividades preferidas deles é apenas ficar em casa, conversando, assistindo um filme ou fazendo qualquer coisa que não requer tanto esforço. Toda vez que compõe alguma música nova, Alex a toca para Rach e os dois têm um momento só deles. 
how long they stay mad at each other
Com exceção da grande briga deles, os dois não costumam ficar bravos muito tempo um com o outro. É bem raro que acabem indo dormir chateados por uma discussão ou briga que tiveram um com o outro, na verdade.
if they ever have any children together
Af, sim. A Alisson é a filha mais velha deles, enquanto o Benjamin é o caçula. 
if they have any special pet names for each other
Não é sempre, mas Alexander a chama de my love em alguns momentos. E ele adora dizer aos filhos que a mãe é a inspiração de todas as músicas de amor que já escreveu — o que não é um pet name mas achei fofo. 
what their shared living space is like
A casa deles não é a mais arrumada de todas, mas também não é uma bagunça total e absoluta. O Alex sempre foi bem organizado, mas não é nenhum chato da arrumação a ponto de não suportar que tenham coisas fora de lugar.
what their first christmas / hanukkah / etc as a couple was like
Então, eles foram para a casa dos pais passar o Natal com eles. Já estavam juntos há algum tempo, mas apenas a equipe da turnê sabia do relacionamento — afinal, não queriam contar aos pais por telefone. Como todo mundo tinha absoluta certeza de que um dia ficariam juntos, foi um Natal bem engraçado (e um tanto embaraçoso), repleto de histórias sobre quando cada familiar desconfiou pela primeira vez de que um dia acabariam juntos. Porém, aquela foi a primeira vez que ambos viam suas famílias em alguns meses, então foi um feriado muito bom.
what their names are in each other’s phones
O nome de Rachel no celular de Alexander está como Rach ❤️🔥 — o último emoji tendo sido adicionado por ela mesma, é claro.
who falls asleep first and who wakes up first
Acho que a Rach é quem dorme primeiro e quem dorme mais, então o Alex é quem acorda primeiro.
who’s the big spoon / little spoon
Alex é big spoon e Rach é little spoon.
who hogs the bathroom
Uma condição para a casa deles é que tivessem um banheiro grande, com duas pias, em que pudessem se arrumar ao mesmo tempo. O Alex costuma demorar horrores no banheiro, o que eu imagino que deve deixar a Rach p da vida, caso estejam com pressa. 
who kills the spiders / takes them outside
O Alex é quem mata as aranhas ou qualquer inseto na casa deles.
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little-big-fan · 4 years
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Imagine Harry Styles
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Pedido: Stella amor, faz um 1s pra mim que a S/n quer experimentar brinquedos eróticos. Só que ele se empolga um pouquinho e ela acorda dolorida. Por favor. Cm o Harry.
Oi gente, esse pedido é um pouco antigo. Eu não sou a Stella, e nem ela é mais mood aqui, mas vou tentar superar todas as expectativas, me falem o que acharam, beijos.
A namorada de Harry, se encontrava em pé, com as mãos presas, em algum tipo de algema, olhos vendados e uma lingerie preta que havia comprado para a ocasião. Ela havia pedido uma noite totalmente erótica para o namorado, e ele não podia nega- la a melhor noite da sua vida.
Harry a observava sentado na cama, ver a namorada daquele jeito, fez o mesmo ter pensamentos impuros, pensando por onde começaria proporciona-la tal prazer. Ele levantou e colocou algo dentro da garota que gemeu, quando o objeto gelado fez contato com a sua intimidade que já estava umida, ele nem tinha feito nada, mas a ansiedade para que ele fizesse, a fez ficar daquele jeito. S/n foi pega de surpresa quando o objeto começou a tremer e por reflexo ela soltou um gemido, o namorado estava sentado de frente para a moça com uma espécie de controle para controlar a velocidade do vibrador. E assim aumentava a velocidade do pequeno objeto, e quando a namorada estava quase tendo um orgasmo diminuía.
Desbruçada na cama nua, S/n recebia tapas na bunda, qual o casal descobrirá ser bastante excitante, a região já estava vermelha e a cada tapa que Harry distribuia a garota ficava mais molhada. Harry colocou a mulher de costas na cama, e pela primeira naquele quarto ele a beijou, o quarto exalava excitação, o beijo era rápido, uma maneira ou tentativa dela de aliviar o tesão que sentia, a mão do rapaz descia para a intimidade molhada, enquanto ele distribuia beijos pela região do pescoço, a mão dele fez movimentos circulares no clitóris, e os beijos descendo pela clavícula, peito, barriga, coxas até chegar o local que ele fazia movimentos que levava a mulher a loucura, deu um sopro na região molhada, que a fez se contorcer que no mesmo instante a pupila do homem dilatou, se fosse um filme, aquela cena seria sua favorita, sem muita delongas, ele tratou de trabalhar com a língua naquela região, ela não iria aguentar por muito tempo.
- Harry - gemeu com a voz falha, os pulsos ainda estavam presos - Por favor.
- Me diz o que você deseja, amor - O seu sotaque britanico fez tudo ficar ainda mais gostoso.
- Eu quero te tocar, me deixa te tocar -
Harry abriu as algemas antes que ele pudesse retirar do pulso da mesma, ela jogou para qualquer canto do quarto e beijou o rapaz, segundos depois, ele estava entre suas lindas pernas, trabalhando novamente com a língua, no no momento em que ela puxou os cabelos ondulados do namorado, ele a penetrou um dedo, dois dois dedos e no terceiro a menina se desfez na boca do mesmo.
- Como você quer? - o rapaz perguntou enquanto retirava a box, que ainda vestia, ainda se recuperando do orgasmo, S/n se posicionou de quatro na cama, e automaticamente o namorado deu mais alguns tapas antes de penetra- lá.
- Oh Harry - gemeu, assim que o membro duro do seu namorado fez contato com sua intimidade quente.
As estocadas eram firmes, fortes e rapidadas, bem selvagem, do jeito que ela gostava, ele sabia como fazer uma mulher feliz na cama, ele sabia exatamente como fazer ela feliz, o barulho do corpo deles se chocando era o som que preenchia o quarto.
- Você não faz idéia de como você me deixa - agarrou os cabelos da namorada e aumentou o ritmo a fazendo gemer cada vez mais alto. - Porra, s/n. Por que você é tão gostosa? - gemeu rouco, que se fosse possível deixou a garota ainda mais molhada.
Harry trocou as posições, deixando ela por baixo de costas para a cama, agora ele se movimentava lento e fundo, com um ar de provocação, s/n gemia arrastado e pedia pra ele ir mais rápido, mas ele estava afim de ve-lá implorar pra ter ele dentro dela rápido e forte.
- Amor...eu...ah...estou ...tão perto - palavras desconexas saiam de sua boca, naquele momento ela só sabia chamar o nome dele. - Harry.. Hum... Por favor - o gemido da última palavra saiu como um grito.
Ele sabia que ela estava perto, que não aguentaria mais, e iria vir para ele a qualquer momento. Harry tratou de aumentar a velocidade das estocadas e ao mesmo tempo estimular o clitóris da mesma, que fechou os olhos e abriu a boca e soltou um grito.
- Olha pra mim! - Disse autoritário, e na mesma hora ela chegou ao clímax, se contorcendo e chamando por ele, que vendo a cena dela daquele jeito debaixo dele, gozou.
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- Bom dia. - Disse assim que ele abriu os olhos.
- Bom dia. - sorriu - Estava me olhando dormir ?
- Sim.
- É estranho! - deu risadas.
- É romântico!
- Vamos preparar o café juntos? - Harry sugeriu.
- É que... - deu um sorriso sem graça - Eu já tentei ir fazer, mas estou um pouco, sabe, dolorida.
- Eu te machuquei - se desesperou - Me desculpe, eu...
- Não tá doendo tanto, relaxa vai. É só você fazer um café delicioso e trazer na cama pra mim. - sorriu e ele deu um beijo rápido - E eu adorei a noite de ontem.
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kanene-yaaay · 5 years
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Patton tem um segredo ~
Nota da autora: Aaaaah!!! Okay! Okay! Estou extremamente animada e ao mesmo temo envergonhada em postar essa fanfic! Demorei umas cinco horas a escrevendo, o que significa que eu REALMENTE preciso treinar mais escrever T-fics, porque se continuar assim vou acabar de escrever minhas ideias só daqui a 94 anos xDD.
Beeeeeem... Espero que gostem!! Ah, e caso tenham alguma ideia de história, podem me falar! Adoro ouví-las!
Avisos, fatos aleatórios, coisas aleatórias e tals:
* Esse mundo e personagens não pertencem à mim! Sanders Sides pertence à Thomas Sanders
*  Isso é uma fanfic que gira em torno de cócegas, por favor, se você não gosta ou não se sente confortável com o assunto, leia alguma outra história! Tem obras maravilhosas por aqui! 0/ . Não tem bem algum shipp em si, mas fique á vontade para ver yaoi aonde quiser! \0/.
* Umas 3.500 palavras. -w-)b.
* Perdoe-me qualquer erro ortográfico! Por favor, toda e qualquer crítica construtiva é bem vinda! \(-w-)/
* Isso acontece um pouco depois do vídeo de Nostalgia a pá, mas não é obrigatório saber isso ou ter visto esse vídeo para ler a fanfic. Tem um pouco de spoilers, no entanto.
* Versão em inglês, yaaaaay! Obrigado pela leitura, meus lollipops! Tenha uma semana maravilhosamente divosa, beba água e espero que aproveites a história!! -w-)s2
                                                       [~*~]
Podia ser visto como um passatempo, até mesmo uma rotina, na verdade, pela frequência de vezes que Patton mimava os outros três (e vez ou outra, quatro) integrantes da família que vivia no Palácio Mental. Ele não podia evitar, saber que tinha nas suas mãos a possibilidade de iluminar os dias, chuvosos ou não, de seus ‘filhos’ e pôr um sorriso, mesmo que envergonhado, em suas faces, era algo que o fazia se sentir feliz e completo, como se dessa forma estivesse iluminando seus próprios dias.
 Por isso era muito estranho vê-los virando a mesa.
 Nos dias que se seguiram à conversa que tiveram e visita ao seu quarto (pensar nisso ainda trazia um arrepio agridoce por sua espinha), pelo menos uma vez e por alguns minutos do dia, todos os holofotes se viravam para o amante de gatos do quarteto.
 Como naquela manhã, onde ele fora acordado por uma maré de fofura e carinho, com quinze filhotes de cachorros invocados por Roman e colocados em sua cama sobre a ordem de “ATACAAAAAR”, levando o despertar de um Patton extremamente confuso que logo foi subjugado por lambidas e pequenos latidos, não demorando para arrancar gritinhos alegres e risadas do de cardigã.
 Ou como aqueles momentos aleatórios do dia em que não há ninguém por perto e por isso Virgil se sente completamente à vontade para envolve-lo em seus braços num abraço calmo e com muitos mais significados do que as palavras poderiam dizer, onde Patton se controla ao máximo para não surtar (muito), principalmente naqueles outros pequenos pedaços de tempo onde o de casaco roxo acaba mudando de canal para os desenhos preferidos do de óculos, alegando por entre múrmuros de irritação superficiais que “Não há nada melhor na tv.”
 E também tinha Logan, oh Lo. Talvez nunca antes, salvo festividades, Patton tivesse recebido tantos presentes. Iam de livros à músicas que ficavam tocando em background no seu quarto, expressando todos aqueles sentimentos que tanto confundia aos de óculos. Moralidade gostou igualmente dessa abordagem. Grande partes das músicas falavam que ia ficar tudo bem.
 Mesmo assim ele não podia negar que amava cada segundo tudo isso, quase ao mesmo passo que admitia ser um pouco estranho, novo.
E talvez fosse por causa de todos esses mimos que ele se sentiu um pouco mais livre para demonstrar um pouco mais de si, pouco à pouco... E assim se encontrou pedindo para que Roman lhe conjura-se um tablet. Claro que poderia fazer isso por si mesmo, no entanto as conjurações de Roman sempre foram as mais detalhadas, criativas e maravilhosas do Palácio Mental! Sem contar que ele sempre parecia grato em fazê-las, dizendo que eram boas para sua inspiração.
 Isso fôra a uma semana atrás. Uma semana desde sua mais nova descoberta na internet, mais ou menos culpada pelas noites de sono que se reduziram para aumentar o tempo de navegação na rede.
  “Tickly Community”
 Apenas pensar em seu significado já fazia com que ondas de calor se espalhassem pela sua face, tão involuntário quanto o sorriso que se abria em seu rosto e aquela sensação quente e aconchegante entrelaçasse seu coração.
 Cócegas, ele se contorceu rapidamente, uma das formas mais puras e simples de mostrar confiança e carinho à alguém. Uma atividade comum para criar laços, que alguns não gostavam e outros amavam.
 E Patton sabia em qual grupo se encontrava.
 Era uma espécie de vício, ou até mesmo uma espécie de companheiro, como ele preferia pensar, estando presente não apenas quando ligava o aparelho eletrônico, mas em todo e qualquer momento do dia. Parecia que tinha um pequeno anjinho com orelhas de gato e voz fofa o qual simplesmente aparecia do nada para lhe falar como qualquer atividade do dia ficaria melhor adicionando algumas cutucadas, rabiscadas e risadas doces e incontroláveis.
 Isso sem contar os filmes, séries e desenhos animados, que insistiam em jogar uma (ás vezes mais) cena de cócegas quando ele menos estava preparado. E Patton jurava que nessas horas perdia todas controle de seu corpo, porque ele sempre sentia estar sorridente demais (mesmo quando seu cérebro ordenasse que ficasse sério... Bem, ele sempre foi um cara mais coração do que mente, de qualquer forma), agitado demais, e encarando o filme ‘demais’.
 Sem contar no quanto dificultava para o de óculos escolher posteriormente qual das obras era a sua preferida (Spoiler: Ele sempre acabava escolhendo todas e reassistindo-as).
 Seus dedos digitaram o URL que já conhecia, favoritara e decorara. Se aconchegando ainda mais no sofá enquanto todos os links se abriam na sua frente. Adorava ler histórias que gravitavam ao redor desse assunto. As descrições faziam com que dedos imaginários passeassem por cada um de seus pontos de cócegas... Ou pelo menos aqueles que ele imaginavam ainda ser seus ponto, havia um bom tempo que atividades como aquelas não aconteciam com Thomas ou no Palácio da Mente, então o de cardigã não tinha total certeza se era tão suscetível como antes. Urg. Pensar nisso o deixava triste, desta forma o lado moral resolveu se focar nas histórias a frente.
 Talvez tivessem passado algumas horas ou alguns minutos, ele não saberia dizer, mas poderia sim confirmar que visualizara por volta de três vídeos simplesmente adoráveis e estava em sua quinta história quando-
 - OH PATTON, MY PATTON!! – O grito fino e o pequeno pulo que o de cardigã deu como respostas pareceu divertir o príncipe, seu sorriso estonteante apenas aumentando. – O que ‘tá vendon? – Deixou-se cair no braço da mobília mais perto de onde a cabeça de Patton repousava, levando-o automaticamente desligar o tablet com pressa.
 - Ah, nada, nada. – O ‘pai’ do grupo acenou num getso em que parecia espantar algum inseto. – Apenas receitas novas de bolo! Thomas exagerou nas compras de Crofter’s e, mesmo sem fogo, queria ajudar à queimar o estoque. -Ambos riram do pequeno trocadilho.
 - Você parecia bem feliz – Virgil não pôde se impedir de abrir um sorriso de canto, orgulhoso quando o de óculos soltou o seu segundo grito naquele curto espaço de tempo, parecendo realmente não ter percebido que o de casaco roxo tinha se estabelecido na outra ponta do sofá. Seus olhos brilharam quando notaram o tom avermelhado que o rosto de Patton assumiu.
 “Parece que o jogo virou, não é mesmo?”
 - Q-quando-do. É-é... – por um pedaço de momento ele se embaralha, tropeça nas letras e quase se perde, antes que o seu rosto se estabilizasse num sorriso e as palavras param um pouco de cair de seus lábios. Uma sensação incômoda se mostrou presente nos estômagos dos outros dois lados, vendo o quão treinado o que trajava cardigã parecia em controlar e esconder os seus sentimentos. – Vocês Sabem o quanto eu amo apreciar essas pequenas coisas. – Risadinha.
 - Oh ho ho!!! – A risada retumbante da figura real se tornou presente ao mesmo passo que ele se aproximou ainda mais da Moralidade, ignorando todo e qualquer significado de “Espaço Pessoal” – Parece que nuestro padre está escondendo alguma coisa. ~
 Talvez fosse o Lee Mood atacando, talvez fosse porque aquela frase parecera imensamente com diversos dos diálogos que lera nas histórias que tanto rodavam a mente, podia até mesmo ser o rumo brincalhão que tudo isso estava tomando, mas Patton sentiu-se apenas rir, contorcendo-se para tentar desviar das investidas de Roman para tentar pegar o aparelho de suas mãos, saindo-se incrivelmente bom nisso, o que definitivamente irritou o aspecto da Criatividade, levando-o à soltar um bufo.
 - Uma ajuda, Nuvem de Tempestade?
 - Achei que os príncipes fossem autossuficientes. ~
 - O que.. E nós somos! Ainda mais quando pessoas como você nos obrigam a fazer todo o trabalho. Uma mãozinha de vez em quando cairia bem.
 - Tch. Não dá. – Virgil estalou a língua, com a ironia derramando-se em sua voz ele levantou as mãos. – Só tenho duas.
 A carraca de raiva do príncipe misturou-se comicamente com o guincho animado de Patton, que saltou para a posição sentada, aproximando-se, assim, com mais facilidade do de moletom.
 - Isso foi um trocadilho?? – Seus olhos pareciam que iam virar estrelas, do tanto que brilhavam. Virgil arregalou os olhos, escondendo-se no capuz, murmurando um “Não” parte irritado, parte envergonhado e parte feliz por ter colocado aquele sorriso no rosto do outro.
 - Ahá!! – A expressão de vitória logo tomou o espaço da raiva no rosto do outro quando ele conseguiu puxar o tablete de suas mãos. – Ótima distração, meu caro súdito gótico.
 Ele apertou no botão de “Ligar”.
 - Não! Espere!! – Sua voz possivelmente saiu mais alta do que o normal, ou mais vacilante, ou até mesmo mais desesperada. Patton espichou rapidamente, em busca de recuperar o objeto. Não sabia muito bem explicar porque o pânico repentino, sempre sonhara em contar esse segredo para os outros lados, mas... de repente ele sentiu medo. Medo de que os outros achassem estranho, medo que não gostassem, de que se sentissem obrigados, medo de que o olhassem diferente, medo de que não entendessem bem seu gosto e o interpretassem errado, medo de tudo isso e de mais algo ao mesmo tempo.
 Os dois lados pareceram alarmados, e isso o fez duvidar do porque sentia esse medo. Eles eram sua família. Seus doces filhos preocupados e de gostos excêntricos que nem os dele. Seus filhos que cuidavam dele. Sentiu-se bobo, porém isso não mudava os olhares que foram mandados em sua direção.
 - Roman... – Virgil começou, um tom levemente ameaçador tomando força em sua voz.
 - Claro! Aqui está, Padre. – ele entregou com um grande floreio o tablet em suas mãos, um sorriso apologético na boca, um olhar um pouco mais profundo na face. – Espero que saiba que foi só uma brincadeira! Não há honra maior que manter a salvo nossos segredos! – Piscou, divertido, se levantando com uma mão descansando na direção do coração, enquanto a outra gesticulava sem parar. – E se é questão de honra, pode contar comigo para dar a vida em resguardá-la e protegê-la! – Abaixou-se em reverência, segurando uma das mãos de Patton e a beijando, fazendo rapidamente que a expressão de medo do outro se dissolver em um sorriso animado.
 - Ah!! Deixe-me corresponder seu beijo! – E então, do bolso, o aspecto moral retirou um pacote de gelatina nomeado de ‘Beijinho’, jogando-o em Roman, que agarrou-o por reflexo.
 - Você guarda isso no bolso só para fazer trocadilhos?? – Virgil questionou, desistindo da pergunta assim que Patton revirou os olhos com um sorriso travesso, dando de ombros.
 - Não...?
 - São realmente bons! – o príncipe exclamou com a voz abafada pelas dezenas de doces que tinha enfiado na boca e agora tentava mastigar. Patton sentiu uma mão pousar delicadamente em seu ombro.
 - Você sabe que não forçaríamos você à nos dizer nada com o que não se sinta à vontade ainda, certo?
 - Claro que sei, Virgil. – O de cardigã anuviou o sorriso, desviando um pouco os olhos para o colo, onde o tablet repousava calmamente. O jeito com que os dois agiram, tão doces e adoráveis...
 Ele nem sabia porque estava com tanto medo em primeiro lugar.
 - Mas... não. – Sua voz saiu antes que algo pudesse a impedir. – Eu quero contar.
 Isso automaticamente fisgou a atenção de ambos, o interesse brilhando em suas expressões. Claro que eles tinham sido os mais compreensíveis possíveis com o aspecto paterno, mas isso não modificara a chama de curiosidade que a situação fizera surgir em alguma parte da mente, e de repente esta pareceu mais forte do que nunca. O de óculos ligou o aparelho.
 - É algo bem meio bobo... – A mão de Virgil apertou seu ombro de forma encorajadora, Roman se aproximou mais e foi presenteado com o aparelho, agora ligado, sendo depositado em suas mãos. – Mas eu gosto de cócegas!!
 Sua fala saiu rápida e meio baixa, ele levantou os olhos rapidamente, antes de abaixá-los em igual velocidade e brincar com a ponta do cardigã em seus dedos. Patton era uma pessoa de várias expressões e gestos e pulinhos e alegria, mas, em momentos assim, ele simplesmente se sentia levemente envergonhado, como o rubor queimante em suas bochechas poderia comprovar.
 E alegre. Uma alegria extremamente aliviada por não ter que esconder nada da sua família.
 - Patton, - de óculos levantou o olhar, apenas para encontrar Virgil lutando com um sorriso de canto, até desistir da batalha e deixá-lo tomar conta de seu rosto. Patton o olhou com expectativa, sentia que tinha posto um pedaço da sua alma nas mãos dos dois e perguntado “E então?” – Isso é... – Ele balançou a cabeça quase imperceptivelmente, sua voz assumiu um tom aveludado, seu sorriso deu lugar a uma expressão séria. – Não há problema nenhum em gostar disso, você sabe, não é? Nós não vamos te julgar. – Ele mordeu um pouco o lábio, e aquele sorriso de canto voltou. – Na verdade, é...
 - ADORÁVEL!! – Patton foi jogado no sofá, Roman tendo se jogado em cima da Moralidade, seu sorriso era estonteante e um brilho perigoso tomava conta de seus olhos. – ABSOLUTAMENTE, INCRIVELMENTE, ADORAVELMENTE ADORÁVEL!!
 O amante de gatos só conseguiu rir, ignorando o calor em seu rosto aumentar cada vez mais e soltando uma dupla de trocadilhos. A cabeça de Virgil apareceu ao lado do ombro do Príncipe, praticamente escondido pelo mesmo. Ele depositou o tablet na mesinha de centro, tinha um sorriso desonesto no rosto. Patton sentiu um misto de ansiedade e expectativa se transformarem em borboletas na sua barriga. Se sentia incrível.
 - Sim. Extremamente adorável.
 - Ah, crianças, é por influência de vocês. – Rebateu. Um misto de verdade e sorriso.
 A faísca perigosa no par de olhos que o encaravam pareceu apenas se alastrar. Roman experimentou balançar os dedos em sua direção, o ‘pai’ do grupo não pôde deixar de se contorcer, e muito menos controlar a nova onda de pequenas e saltitantes risadas que escapavam de seus lábios.
 - Parece que nuestro padre está cheio de risadinhas. – Roman fingiu que ia atacar um par de vezes, apreciando os gritos finos e mais risadas borbulhantes que vinham como resposta da representação da moralidade.
 Um gincho saiu do de cardigã, fazendo com que o príncipe se virasse, apenas para encontrar Virgil traçando um dedo levemente pelo pé do outro. Havia um sorriso em seu rosto. – Me pergunto de onde eles vem.
 - V-virgihihihihil, queheheheheherido! Nahahahaha!
 - Também me questiono a mesma coisa, meu amigo nebuloso! MAS, não te preocupes, tenho o palpite que a fábrica inteira está bem... – Patton acompanhou as mãos de Roman, que giraram em alguns floreios antes de atingirem seus lados, fazendo com que mais um grito saísse da figura paterna, o qual poderia jurar que iria derreter com todas as provocações.
 - Ro, oh Ro, pohohohor fahahavor! Ro, sehehem provocahahar!
 - Não se preocupe, padre!! Irei ajudá-lo com esse temível caso das risadinhas fofas e intermináveis! A cura deve estar em algum lugar – Ele começou à mexer seus dedos, as mãos de Patton decolaram para segurar as suas, mas ele desviou facilmente.  – por aqui!!
 E então, quando as risadas, realmente risadas, começaram à preencher o ar, foi só aí que Patton começou a acreditar que aquilo não era um sonho. A alegria tomava conta de si quase tão rapidamente quanto Roman começava à rabiscar seus dedos pelos lados, subindo até as costelas superiores e ficando no topo em movimentos circulares, apreciando os guinchos que interconectavam as risadas do de óculos, antes de cansar e voltar para baixo, apertando e cutucando cada pedaço de pele que alcançava com a blusa se erguendo alguns centímetros pela luta de Patton.
 - RO-ROHOHOH! NAHAhahaha! Por-por favAHAHAHAHAhahaha!!
 - Oh hoho! Parece que alguém não consegue nem formar frases sem virar uma bagunça aorável de risadas e guinchos.
 Enquanto isso, Virgil passeava calmamente a ponta dos dedos pela sola do outro, traçando padrões ilógicos, indo de cima para baixo, aumentando repentinamente a velocidade quando encontrava os dedos do outro, e, consequentemente o fluxo de risadas do aspecto moral. Parecia que não ser visível aos seus olhos apenas aumentava ainda mais sua sensibilidade.
 - VIR-HIHIHIHIHIGIL!! Aí nahahaHAHAHAHAHA!!! Virhihihihihgil! – O arroxeado achou que não poderia gostar ainda mais de seu nome até ouvir essa variação. Seus coração estava derretendo com tanto carinho. Por que eles não descobriram isso antes?
 - Sim, Patton? Pode repetir? Eu não consegui entender com toda essas risadinhas!
 - Quem é o aspecto mais fofo e sensível do Palácio Mental? – Roman mudou para sua barriga, cutucando-a e rabiscando, os dedos dando atenção à cada mínimo centímetro alcançável e observando qual dava as melhores reações. Patton se debatia, as gargalhadas sacudindo seu corpo inteiro ao sair, seus braços abraçando seus lados em uma tentativa de não rebater as cócegas, o rosto queimando e felicidade tomando forma de lágrimas que começavam à se acumular no canto dos olhos. Seu sorriso parecia realmente ir de uma orelha à outra. Parecia iluminar a sala inteira. – Você sabe quem é, Patton? Você sabe, hein, meu querido e adorável Patton? – Cada palavra era um cutucar em seu umbigo.
 - VOHOHOHOHCÊS! NHAHAHAHA!
 - Resposta errada! – Virgil e Roman responderam em uníssono, e quase igualmente sincronizados soltaram duas framboesas, uma na barriga e outra na sola do pé do de cardigã. Suas risadas ficaram silenciosas por um breve momento.
 - RO! RO! NAHAHAHAHAHAAHAHAHAHA! SOU HEHEHEHEHEHEHEHEHEHEHEHEHEU! EU! EUHEHEHE! VihihihihihGIHIHIHL! AÍ NAHAHAhahhahahaha!
 - Eu sinto que ele quer nos dizer alguma coisa. – O aspecto da ansiedade comentou calmamente, como se seus dedos revezando entre apertar os joelhos e as coxas não estivessem levando o de óculos à guinchar, soltar risinhos borbulhantes e risadas incontroláveis quase tudo de uma vez, numa loucura que os três amavam. – Mas eu simplesmente não consigo entender, sabe?
  Patton achou que sentia, sentia mesmo, o significado da palavra “insuportável”. Até que Roman foi para as axilas e Virgil se realocou para descansar os polegares em sua cintura.
 E ambos atacaram.
 - Não, nãohohohohoh! NahahahAHAHAHAHA!
 Ele não lembra se falou ou gritou ou se teve alguma coerência. De repente todos os seus músculos começaram à lutar e suas gargalhadas saíram mais rápidas, fortes e verdadeiras do que nunca, entre elas vinham gritinhos, guinchos, as famosas ‘risadas de porco’, até que sumirem completamente. Seus pensamentos eram uma bagunça sem lógica. Seus olhos se abriam de vez em quando para pegar vislumbres dos sorrisos carinhosos de Roman e Virgil em sua direção. Lágrimas caíam de seus olhos como materialização de sua felicidade. Uma felicidade estonteante, que fazia sua cabeça ir de um lado para o outro, de cima para baixo e um sorriso maior que o sol se abrir em seu rosto.
 - PAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA! PAHAHAHAHARA! PARAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA!!!
 Os dois entenderam o recado, já que antes, em nenhum momento o amante de gatos tinham chegado perto de pedi-los para encerrar o ataque, e rapidamente se afastaram, não podendo se impedirem de apreciar a poça de risadas e sorrisos que deixaram Patton, o qual agora praticamente derreteu no sofá, deixando que o último fluxo de guinchos saísse de si. Limpou as lágrimas do rosto e encarou Virgil e Roman no fundo dos olhos, a gratidão e alegria tão facilmente de ler em seu rosto que fizeram ambos dos aspectos corarem, levando o arroxeado a se esconder no capuz e o príncipe sorrir ainda mais estonteantemente.
 O aspecto moral pulou, esmagando ambos num abraço apertado, sincero, meio atrapalhado por todos estarem sentados e cheio de meias palavras por entre as entrelinhas.
 - ObrigadoObrigadoObrigadoObrigadoObrigado!! – Sua fala saía quase tão rápido como uma metralhadora, como ele conseguia ter fôlego isso mesmo depois de todas as cócegas, ninguém soube.
 - Não há de quê, Padre! – A representação da criatividade cutucou de leve seu lado, o fazendo pular. – Mas saiba que suas ações despertaram dois monstros de cócegas incansáveis!!
 Virgil apenas revirou os olhos. Patton soltou uma rápida risada em resposta, e o arroxeado sentiu todos os seus instintos de fuga serem ativados, mesmo sem entender o porquê. Se contorceu um pouco no abraço, mas o aperto não diminuiu. A voz do ‘pai’ do grupo saiu um pouco mais baixa que o normal, mas ainda era facilmente compreendida.
 - Oh não, Roman. – seu tom era aveludado, quase como um felino ronronando antes do ataque. – Vocês que despertaram esse monstro.
 Logan saiu de seu quarto, tendo tido uma manhã de leitura bastante satisfatória. Automaticamente gritos e risadas entraram em seu campo auditivo, seus olhos se arregalaram levemente e ele seguiu o som, indo para a sala, apenas para encontrar Virgil e Roman no chão, Roman de costas e Virgil quase sumindo do tanto que estava encolhido e Patton entre ambos, suas mãos passeando impiedosamente pelos dois, arrancando o melodioso som, tinha que admitir, que volitavam de seus lábios.
 - Quem são os dois aspectos com risadas brilhantes e maravilhosas que o monstro de cócegas ama atacar? – sua voz era de um tom paterno falando com dois bebês. – São vocês!! Sim, sim! São vocês! Vocês! – e soltou uma framboesa em cada um, aumentando seu fluxo de gargalhadas.
 Logan ponderou a situação. Patton era uma pessoa razoável que amava todos, então mais que possivelmente iria parar quando percebesse que os dois já tiveram o bastante. Sem contar que ele não queria correr o risco de ser puxado para a brincadeira ou envergonhar os participantes, principalmente o de moletom, que ainda se acostumava aos poucos com o carinho da família e o príncipe, que ás vezes deixava-se pensar que precisava se mostrar a figura toda forte e sem fraquezas que ‘a realeza deve ser’.
 Percebendo nenhum perigo na atividade que seus olhos observavam, o aspecto lógico apenas ficou tempo o bastante para decorar os pontos de cócegas de Roman e Virgil, essa podendo ser uma informação preciosa com utilidade futura, antes de voltar a se deslocar para seu guardo, lembrando repentinamente que tinha outro livro em sua estante o esperando.
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Mas como nem tudo são flores, nós sempre tivemos nossas brigas, brigas as quais sempre atacaram minha ansiedade, uma das piores coisas que existem é brigar com quem a gente ama. Todas as vezes que a gente teve uma briga séria eu morria um pouquinho por dentro, achando que logo morreria por completo sem você, de um jeito muito estranho eu me tornei dependente de você. Às vezes me pego lembrando de algumas das nossas brigas, faço isso principalmente quando estou me sentindo mal, e isso acaba me deixando um pouquinho pior, pois lembrar das vezes em que te fiz chorar me corta todo por dentro, lembrar das vezes em que você disse que me odiava, tinha nojo de mim, me enchem os olhos. Mas acho que o pior de tudo isso é outra coisa. Eu sempre soube que queria ficar com você, foi assim em todas as nossas brigas, terminos, tudo, aconteça o que acontecesse eu sabia que ao seu lado era onde eu queria estar, porém quando nos separamos em novembro, eu me vi em uma situação estranha, me lembro de ir embora da sua casa chorando caminhando pelas ruas, chorando no trem, em casa, passando horas no quarto pensando em nós, e em quanto eu ainda queria você pra mim, os dias foram passando e eu seguia com aquele sentimento de estar sem emoções perante a nada, como quando a gente se quebra em pedacinhos e ficamos sem as mãos pra colocar as coisas de volta no lugar. Então chegou em um ponto que eu me vi como estava ha dois anos e pouco, me vi em meu quarto escuro, deitado, pensando em muitas coisas ruins e confuso, eu havia me perdido dentro de mim e tudo se embaralhou em minha cabeça, era horrivel aquele sentimento de confusão, de estar perdido e tudo isso se agravava na minha cabeça com a ansiedade, esses pensamentos e duvidas rodavam minha cabeça milhares de vezes ao dia, por isso eu passei um período no qual eu fiquei estranho, por isso eu fui otario quando você veio aqui no seu aniversário, me senti estranho ali ao te ver, sentia tudo me esmagando ao mesmo tempo, eu queria te abraçar e confortar e ao mesmo tempo me sentia afogando em tudo que estava dentro de mim, por isso eu disse besteiras sobre eu querer ficar sozinho, por isso eu olhava tanto ao redor no dia do show da fresno, eu sentia como se aquela casa fosse uma parte de mim, as pessoas eram meus problemas, duvidas e pensamentos, e o resto de mim estava perdido ali, esmagado por tantos problemas, eu procurava ao máximo me achar, porque sabia que você precisava de mim. Foram dias horríveis nos quais eu não sabia de nada, não sabia o que era verdade e mentira, não sabia o que eu queria, quem eu era, por que eu estava vazio daquele jeito e tantas coisas ruins. Hoje eu me sinto mal por tudo isso ter acontecido, pensar que eu quase perdi você pra sempre por causa de um "bad mood" que durou um tempo, foi como uma crise de algo que não chega a ser depressão misturada com ansiedade que quase tirou você de mim. Me desculpa por essa época, eu sei que eu fui um lixo com você e quase fiz a maior besteira da minha vida quase desistindo da gente, me desculpa por não estar ao seu lado como eu devia estar, mas eu estava tão perdido naquele mar de confusão que não via que precisava de você pra me reencontrar mais uma vez. Apesar de tudo isso ter sido horrível, uma coisa boa eu posso tirar disso, a certeza de que você me ama muito, e eu queria dizer obrigado por você nunca ter desistido de mim, ter ficado do meu lado e feito eu me reencontrar, afinal não seria com liberdade que eu o faria, já que de nada adiantaria eu me procurar dentro de mim ou com a ajuda de outra pessoa, porque todo esse tempo eu estava perdido dentro de você.
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rileynavarro · 4 years
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the moment you hold me, i missed you. i'm sorry
onde: instituto armstrong e apartamento de riley
quando: dezembro de 2020, sábado de noite (winter formal)
    𝐍𝐎𝐖 𝐏𝐋𝐀𝐘𝐈𝐍𝐆: 𝘢𝘧𝘵𝘦𝘳_𝘥𝘢𝘳𝘬_-_𝘮𝘳._𝘬𝘪𝘵𝘵𝘺.𝘮𝘱3
DICK says...
          dick já tinha imaginado o quão inadequado se sentiria se tivesse vindo sozinho para a festa, mas nunca, nem em seus piores pesadelos, ele sequer cogitou a ideia de que teria que suportar a presença de seu pai durante a noite inteira, porque quando ele colocava as mãos em dick, richard não o deixava participar das conversas tediosas entre as pessoas mais velhas ali, mas também não abria a mão de sua presença ao seu lado, a figura da obediência diante de seu medo de contrariá-lo e acabar o irritando ainda mais. a sua solução foi a mais simples de toda: fugir, e ele vinha fazendo isso desde que havia chego e como já fazia um tempo e boa parte dos convidados já pareciam estarem acomodados no salão, o lugar mais calmo que encontrou para velar o seu surto foi o estacionamento, onde ele podia justificar a forma como andava afobado de um lado para o outro como se estivesse procurando por seu carro.
            ele sorria minimamente em cumprimento para as poucas pessoas que passavam por ele, mas teve que parar para engolir em seco quando avistou não apenas sua antiga professore de literatura, que, diga-se de passagem, tinha todos os motivos para odiá-lo, e também @rileynavarro​. ele era orgulhoso demais para admitir que estava procurando por ela desde o momento em que chegou, mas era inegável a forma como seu coração acelerou quando finalmente colocou seus olhos na figura conhecida. só que, em sua cabecinha, ambos vinham se evitando depois de seu deslize em dizer um pouquinho do que sentia então seu plano era fugir outra vez enquanto não era visto por elas, porém cometeu o erro de cruzar seu olhar com o de riley, o fazendo parar no lugar e acenar de forma mecânica em sua direção, porque seria ainda mais estranho se ele a ignorasse.
RILEY says...
Se não tinha muita paciência para os estudantes daquele colégio, como iria ter paciência para aqueles que os criaram? Por essa simples razão, ir ao evento estava longe de fazer parte de seus planos e nem precisou se preocupar com o traje, porém Riley não esperava que sua mãe iria ativar o modo irritante e retrocederia metade de sua idade falando que não queria ir sozinha à festa e que só iria se a mais nova também fosse. Claro que podia simplesmente rejeitar a ideia, mas sabia muito bem o quanto a mulher se lamentaria por não comparecer e a garota não estava lá muito interessada em lidar com isso, então acabou aceitando com a condição de voltarem cedo. Não foi necessário muito tempo para se arrepender da decisão, pois bastou entrarem na pequena fila de mostrar o convite para ser alvo de alguns olhares tortos e era óbvio que Jade também percebia, porque seu sorriso já estava se tornando excessivo. Whatever.
A fila até que estava andando rápido, mas isso não impediu que seu olhar vagasse pelo estacionamento a fim de ignorar os outros ao seu redor e tentar identificar as figuras que chegavam. Entretanto, sua atenção acabou se voltando ao rapaz de traje branco a alguns metros de distância e, pela tonalidade do cabelo, Riley sabia muito bem quem se tratava. Um lado seu não esperava encontrá-lo por ali, porque como estava sozinho, acreditou que a festa não traria sentimentos muito positivos, mas aparentemente estava errada — e ela não sabia se comemorava ou não por isso. Fazia praticamente uma semana que não conversavam e Navarro até admitiria estar o evitando conscientemente desde o caos emocional que aconteceu na casa dele se não fosse pelas provas do final do ano letivo, que a deixaram totalmente off de qualquer socialização (claro que o turbilhão que ainda se fazia presente em sua cabeça a influenciou a não procurá-lo nos seus poucos momentos livres que teve, mas não era como se ela quisesse fazer isso). Avisando brevemente a sua mãe para esperá-la, Navarro decidiu se aproximar dele após os acenos, porque manter aquela distância parecia demais. — Hey. — disse um pouco tímida. — Não esperava te ver de príncipe. Boa escolha. — mesmo que tentasse se mostrar o mais casual possível, era necessário ter suas mãos nos bolsos da bermuda para fingir que elas nem estavam soando tanto assim. — Foi mal não ter respondido suas mensagens, eu fiquei longe do meu celular esses dias com as provas… na real, não sei nem como estou de pé agora.
DICK says...
               dick via apreensivo e contente com a aproximação de riley, dividido entre preferir que ela continuasse o evitando e feliz que ela não o fez. a cumprimentou com um breve sorriso e um aceno de sua cabeça, não tímido como ela, mas temeroso por não saber exatamente como agir. — príncipe? — franziu o cenho ao que deixava um riso nasalado escapar, passando as mãos em um ato automático sobre a frente de suas vestes para alisar qualquer dobra ou amasso que pudesse ter ganho depois de tanto se mover, não era como se estivesse preocupado com a sua aparência… ah, mas também não doía tentar parecer o seu melhor. — gostou? — brincou ao estender os braços para fingir mostrar a outfit completa e aproveitando disso para lançar olhares furtivos na direção da entrada do salão, toda vez que batia o olho lá temendo encontrar o rosto de seu pai para acabar com o seu breve momento de tranquilidade. — gostei de… — ele teve que morder a língua para segurar um comentário positivo sobre a aparência da garota, não sabendo completar a sua frase sem deixar as coisas estranhas, fez um gesto abrangente, indicando toda a figura dela, — tudo isso, bem você. mas vem cá, não está com frio? — intendia que fosse uma brincadeira, mas sua preocupação era genuína. — nah, tá tudo bem. só queria saber se você ia vir hoje e, bem, você ‘tá aqui. — riu baixo, reforçando o que havia dito com a forma positiva que balançava a sua cabeça com um pequeno sorriso no rosto, não queria se ater àquele assunto porque não queria admitir para si mesmo o quanto ser ignorado havia mexido com as suas emoções, o peso que a falta da garota havia adicionado em seus ombros naquela semana o fazendo se arrepender cada dia mais de suas burradas. lançando olhares desconfortáveis sobre o ombro da garota, não pode deixar de notar a aproximação da professora, torcendo para que ela passasse reto. — você já vai entrar?
RILEY says...
Balançou a cabeça positivamente para reforçar o que disse e aproveitou o contexto da conversa para analisar o visual dele sem o receio costumeiro de estar o olhando mais que o normal, afinal, checava os detalhes de sua roupa, de seus acessórios e nada mais. Ou, pelo menos, essa era sua desculpa para tocá-lo, passando a destra no tecido do casaco dele com sutileza a fim de sentir as texturas e, em seguida, levando as medalhas de mentira à sua palma para observá-las mais de perto. — Gostei. Eu imaginei que viria com algo mais simples… digo, menos “teatral”? Não sei se faz sentido. — comentou antes de afastar sua mão do traje dele. Um curto sorriso surgiu em seus lábios com o elogio, mas não podia negar que estava um pouco decepcionada por estar vestindo algo tão basic quando comparada ao visual alheio, mas a culpa era totalmente sua. Aliás, por que decepcionada? Não era como se fossem um par ou que iria passar a festa ao lado dele, afinal, não deveriam estar no mesmo mood para a festa e ele merecia se divertir com os amigos. — Valeu. Minha mãe disse que meu coturno preto simboliza meu pézinho gótico, vestir só branco foi quase uma missão impossível para mim. Frio? Hm, não… a temperatura de hoje está bem tranquila. — respondeu franzindo brevemente o cenho com a pergunta, mas não duvidava ser alguma brincadeira referente a conversa de não conhecer o frio de verdade. — Ah, sim… Na verdade, eu não viria, mas minha mãe ficou insistindo porque não queria ficar por aqui sozinha e aqui estou em eu em cima da hora. Ela conseguiu me comprar com o banquete e o lance de voltar cedo para casa. — respondeu percebendo que soltou sutis detalhes à respeito de sua progenitora, mas não era como se preocupasse com isso já que aparentemente o tão esperado encontro aconteceria naquela noite. — Eu estava para entrar na festa antes de ver… você vai entrar? Porque posso esperar… — sua fala foi interrompida ao virar o rosto curiosa com o que chamava a atenção de Dick e se deparar com a figura de Jade se aproximando. Antes que Riley falasse alguma coisa ao garoto, a mulher pediu licença sem prestar muita atenção nele para perguntar se estava tudo bem entrar na festa já que um de seus colegas de trabalho também havia chegado. — Tudo bem por mim, eu entro depois. — respondeu pegando um dos convites da festa, porém, antes que ela se afastasse, Riley chamou sua atenção dando um passo para o lado de Richard. — Hm, mãe. Quero te apresentar Richard, meu amigo que passará o Natal conosco. E, Richard, essa é Jade, minha mãe. — fez a apresentação. Demorou alguns segundos para o cenho de Jade se arquear com a revelação, como se naquele tempo minúsculo procurasse a identidade dele em seu catálogo mental de alunos. “Oh. É o Richard mesmo.” disse visivelmente surpresa, embora a fala dela causou um pouco de estranhamento da Riley. Como assim “mesmo”? “Eu lembro muito bem de você. Espero que esteja assistindo às aulas da Olivia Marshall certinho.” continuou com um tom humorado. A forma favorita de Jade de alfinetar as pessoas.
DICK says...
              o toque, por mais sutil que fosse e mesmo ele mal o sentindo sobre as camadas espessas de seu casaco e seus bordados, aquele pequeno privilégio da proximidade foi o suficiente para colocar seu coração em um estado caótico, ele começou a sentir falta das mãos da garota assim que elas deixaram seus cabelos aquele dia em sua casa, aquela semana com contato basicamente nulo só colocou mais lenha naquela fogueira. sua vontade era de colocar a sua mão sobre a da garota apenas para prolongar o contato, mas fechou seus punhos para se controlar. — é um pouco exagerado, não? confesso que tive uma ajudinha, não sei se teria a capacidade de bolar tudo isso. — brincou, indicando a si mesmo. exagerado ou não, dick havia se encantado pelo resultado e jogou para escanteio o terno branco e tedioso que tinha em seu armário, talvez fosse o resultado de todo aquele brilho que o atraia feito um peixinho. — sua mãe veio? — arregalou os olhos em alarme, se seu olhar era ansioso antes, passava a escanear a fila do evento quase aflito. o desastroso e chuvoso final de semana que cancelou o acampamento não arruinou apenas aquele compromisso, porque no final dick também acabou perdendo a chance de conhecer a mãe de riley em um ambiente mais tranquilo, a ideia daquele encontro acontecendo quando ele estava à beira de um ataque de nervos não era tão acolhedora assim. estava pronto para a encorajá-la a entrar sem ele, mas engoliu suas palavras quando a professora não passou direto por eles, seus olhos arregalados de antes agora adquirindo uma característica quase cômica pelo quão grandes estavam em seu espanto. como pode ser tão burro? ok, ele tinha a resposta para aquela pergunta, ele simplesmente era burro, mas como não fez as conexões antes? se recordava bem de todas as dicas jogadas pela garota em suas mensagens e se sentia cada vez mais estúpido diante de seu espanto. — bom revê-la, senhorita jade. — se forçou a dizer antes do seu silêncio se tornar constrangedor, não sabia como cumprimentá-la, por isso optou pela forma mais formal que conseguia pensar, um breve curvar de sua cabeça em uma saudação cordial, exceto que travou no meio do caminho com ‘lembro muito bem de você’ da mulher, fazendo-o soltar um risinho sem graça ao levar sua destra até seu cabelo, sem se importar em bagunçar ainda mais o que sobrava de seu penteado depois de todos os ataques de suas mãos nervosas e os dígitos raivosos de seu pai que ainda passavam como um replay em sua mente de tempo em tempo. — eu tento. — disse com sinceridade, um pouco menos tenso com o tom humorado da mulher. — obrigado por permitir que eu passe o natal com você e me desculpe o incômodo. — sorriu, só não se perdendo em suas palavras graças ao nervosismo porque já havia ensaiado aquelas palavras milhares de vezes. — você deveria entrar com a sua mãe, está tudo muito bonito lá dentro. — voltou-se para riley sutilmente, sua mão indo para a base das costas da garota em um gesto bastante impensado de encorajamento, não que estivesse a dispensando, mas sabia que não era a melhor companhia naquele momento, — e a comida ‘tá divina. — completou de maneira mais baixa em brincadeira, como se contasse um segredo.
RILEY says...
— Nem sempre exagerado é ruim… se eu tivesse alguma coisa no estilo, com certeza estaria usando agora mesmo. — deu de ombros, sua fala sendo bastante sincera. Riley não estava cem por cento satisfeita com o próprio visual por considerá-lo simples demais para a proposta da festa, mas, ao mesmo tempo, estava muito cansada para ousar por suas peças mais interessantes terem tonalidades escuras e seu objetivo ali era ser discreta. — Quem te ajudou? Quero dar meus parabéns a essa pessoa. — mesmo que seu tom fosse de divertimento, a curiosidade era genuína, porque tinha que admitir: a pessoa por trás do visual dele fez um trabalho excelente. Só não tinha ideia do quão perigoso isso podia ser, pois a atenção de Riley se atraía a tudo o que considerava belo e tê-la voltada a Dick (quando nem precisava de muito para seus olhos o procurarem) podia ser considerado um tiro no escuro. Não era daquela maneira que esperava apresentar o garoto a sua mãe, porque preferia mil vezes estimular uma conversa duradoura e, quem sabe, refazer a possível visão dele na cabeça de Jade e vise-versa do que um contato rápido que não daria chance de se conhecerem fora do ambiente escolar. Claro que não costumava se preocupar com esse tipo de coisa, muitas vezes nem apresentando todos seus amigos a mulher, mas a narrativa se tornava diferente quando Dick iria passar o natal com sua família. Infelizmente, os planos do almoço antes de irem ao acampamento foi cancelado graças ao temporal que aconteceu no fim de semana programado e aquela semana que precisou se ausentar por medo não só das provas tornou o prazo até a festividade ainda mais apertado, precisando se contentar com aquela apresentação. Aliás, como não esperava encontrá-lo no evento da escola, Riley já tinha em mente uma programação de almoço ou jantar para que o contato acontecesse, então ainda existia esperanças das coisas se desenrolarem da maneira que desejava. Os olhos femininos alternavam entre a figura visivelmente surpresa de Dick e Jade, achando graça em vê-lo tão cheio de formalidades quando a mulher tentava se mostrar o mais casual e jovial possível. “Hm, duvido muito, ein.” Jade soltou uma risadinha com a frase tão educada do rapaz, porque ela sabia que professores não eram tão queridos assim, principalmente por alunos como ele. “Diria que é engraçado revê-lo. Tentou fugir de mim e aqui estamos nós.” lançou-o uma piscadela antes de encarar Riley durante alguns segundos como se tentasse entender alguma coisa. A mais nova não duvidava que sua mãe se questionava sobre aquela amizade improvável, mas nem mesmo ela sabia o que responder caso a interrogação fosse externada (e com certeza seria quando chegassem em casa). Achando graça na resposta de Dick, Jade balançou a destra no ar como se tentasse abanar a desculpa dele para longe. “Que nada. A Riley não é de convidar os amigos pro nosso Natal, então vai ser bem divertido ter um rosto novo conosco. E um pouco inusitado para alguns dos meus irmãos, mas dou minhas dicas de sobrevivência quando conversarmos melhor.”. Riley se perguntava por ainda se surpreender com a forma que sua mãe conseguia ser amigável, mas talvez era por estar acostumada a vê-la soltando os cachorros em seu dia-a-dia. A morena estava prestes a respondê-lo quando sentiu a mão dele em suas costas encorajando-a a partir com sua mãe, sendo inevitável não se sentir um pouco mal por acreditar que Richard não queria a sua companhia. Será que tinha relação aos dias em que permaneceram sem conversar? Ou será que era por causa do que rolou na casa dele? “Não precisa, não. Eu ‘tava até querendo que ela encontrasse com algum amigo para não ficar de cara feia. Depois você entra, Riley.” Jade quebrou o silêncio que se estabeleceu dando algumas tapinhas no ombro de Dick antes de se despedir “por enquanto” e andar em direção ao portão de entrada da festa. Observando a figura feminina se afastar, Navarro precisou se segurar para permanecer ali, porque já havia tropeçado demais em se esforçar para manter a normalidade entre os dois nos últimos dias e não queria tornar as coisas ainda mais difíceis. — Tudo bem eu ficar com você? — finalmente perguntou, embora receosa de ouvir uma confirmação do que temia. — Algo me diz que temos que compartilhar algumas atualizações. — disse curvando sua perna para trás só para bater fraco a ponta da bota no chão. — Se não quiser… — continuou baixinho dando de ombros. Por ser alguém que optava por se afastar dos demais, não insistiria em incomodá-lo caso esse fosse o caso.
DICK says...
minha mãe indicou uma das figurinistas que já trabalhou com a banda, acho que pra compensar… sabe… — deu de ombros, imaginando que riley fosse entender o que ele queria dizer, não queria se chatear ainda mais com a falta de sua mãe, principalmente pelo fato de que, se ela estivesse ali, richard não ousaria vir para a califórnia para arriscar outro escândalo com a ex-mulher. dick podia não ser o melhor aluno do mundo, academicamente falando, sempre achando muito agradável a ideia de fugir da sala do que simplesmente passar horas se sentindo inútil quando tinha tamanha dificuldade de acompanhar a matéria, mas isso não significava que fosse uma presença desagradável, pois quando as coisas ficavam feias ou era pego, era com seu carisma que ele conseguia se livrar das broncas e punições, o problema mesmo era que encontrar professores fora do ambiente escolar era sempre um desafio por não saber como se portar, o fato de acabar descobrindo quem era a mãe de riley… o fardo não poderia ser maior quando tinha plena noção de que sua primeira impressão já não era das mais positivas. tinha que concordar com jade, rindo suavemente do que ela havia dito, se não estivesse tão ansioso pela situação como um todo, provavelmente conseguiria admitir que daquela vez o universo realmente foi engraçado ao criar aquela coincidência. — nunca tentei fugir da senhorita, a sua matéria no entanto… — disse em uma tentativa de brincadeira, estava um pouco confortado pela leveza que a mulher conduzia o encontro só que isso não anulava a sua apreensão, só esperava poder rir de tudo isso algum dia. não foi a forma como a mulher havia dito, porque dick não conseguia identificar nada além de simpatia em seu tom, era a forma como havia articulado suas palavras que o fez engolir em seco, em sua família conversar melhor nunca era sinônimo de coisas boas, acabando por se tornar um pequeno gatilho, ainda mais depois de ouvir algo parecido de seu pai naquele dia. se forçando a sorrir, assentiu diante das palavras da mulher,— estarei no aguardo. — porque qualquer coisa que ajudasse amenizar a estranheza que a sua presença naquela data familiar era muito mais do que bem-vinda. sua derrota surgiu com um gostinho de vitória, mesmo sua mente tentando ditar que ele deveria ficar sozinho, a falta que riley havia feito naquela semana foi absurda e ele não recusaria passar tempo ao seu lado em sã consciência. — boa festa, logo nos encontramos por lá. — lançou um sorriso agradável para a mulher acenando brevemente em sua direção enquanto se afastava, apenas para voltar sua atenção para riley e praticamente desmontar em sua frente; desistindo de esconder os últimos resquícios de pânico que ameaçaram surgir em sua expressão aquele tempo todo, sua postura rígida se suavizando ao que finalmente relaxava os ombros. — meu deus… eu quase soltei um ‘waddup, i’m jared’ na frente da sua mãe quando ela falou das aulas de literatura. — riu ao negar com a cabeça, passando uma última vez suas mãos pelo seu rosto, descendo a sua destra até o colarinho de sua camisa para puxá-lo na tentativa de se livrar daquela sensação ruim de não conseguir respirar direito. — não! digo, sim, tudo bem. — tentou se corrigir, mas no final apenas balançou a cabeça, tentando colocar alguma ordem em seus pensamentos. — eu não queria que você perdesse a festa pra ficar aqui comigo, porque eu não quero voltar para lá tão cedo. — confessou, baixando seu olhar para o chão enquanto chutava algumas pedrinhas soltas do pavimento.
RILEY says...
Um lado seu achou bem legal a ideia dele receber ajudinha de figurinistas, mas o restante da resposta de Dick foi suficiente para que uma sensação esquisita surgisse em seu peito, além de alguns questionamentos. Riley nunca foi muito ligada às notícias da vida dos artistas, só lendo aquelas que considerava extremamente polêmicas, então, à princípio, imaginou que a relação do rapaz com a mãe não era uma fonte de desconforto ou descontentamento (a imagem dos dois no show meses atrás sendo bastante doce de se assistir), porém algumas coisas não pareciam encaixar muito bem. Richard não falava muito sobre isso consigo, não duvidava que fosse por receio de mudar a ideia que Navarro tinha na cabeça sobre Bomi, mas era impossível não sentir um pouco de revolta com toda a situação e a maneira como a mulher tentava contornar a própria ausência. Será que era por isso que ele não estava falando com ela quando o visitou? Como deveria ser estar no lugar dele? Era doloroso até mesmo para si, então não duvidava o peso que deveria ser para o garoto. A morena refletia silenciosamente sobre o assunto enquanto Jade interagia com ele, mas precisou afastar os pensamentos quando a mais velha se despediu e os deixou sozinhos no estacionamento. Não podia estragar os planos que tinham, reforçou em sua mente, essa sendo a principal ideia que a fez permanecer. A mudança drástica de postura de Dick arrancou um sorriso de divertimento de Riley, vê-lo desarmar totalmente sendo ainda mais cômico do que havia imaginado. — O que é isso? — franziu o cenho confusa com a referência lançada, mas não demorou para que sua mente entendesse. — Pera, você ia citar o vine? Você cita vines quando está nervoso? — soltou uma alta risada incalculada, escondendo a boca com a destra por alguns segundos. Com o coração apertado, Riley aguardou um pouco ansiosa a resposta, o susto inicial do “não” se desfazendo com a rápida correção. — Ah, que nada. Como disse antes: não planejava vir para cá, então não faço muita questão de entrar. — deu de ombros, mas suas palavras sendo sinceras. — Qualquer coisa, até aceitaria pegar um pratinho de comida e voltar para cá. — preferia mil vezes estar na companhia de um amigo do que ficar ao redor de vários desconhecidos absurdamente ricos e precisando escapar de interações constrangedoras através da comida. Seus olhos foram ao chão curiosa sobre o que ele observava, acompanhando-o no chute de pedrinhas despretensiosamente. — Por que não? — tentou perguntar de maneira casual, apesar de sua curiosidade mantê-la atenta.
DICK says...
dick era uma pessoa densa por natureza, mas não tanto ao ponto de não perceber que o clima entre ele e riley não era o ideal naquele momento. na verdade, não vinha sendo o ideal desde que ousara abrir a sua maldita boca, mas ele não gostava de ficar revivendo aqueles momentos de tensão angustiantes e, para o seu próprio bem, não queria nem se permitir pensar naquilo, escolhendo focar naquele momento depois de tantos dias (podia até ser exagero de sua parte, mas vinham conversando todos os dias antes daquela semana, o que facilitou na hora de sentir falta) sem contato. vê-la sorrindo daquela maneira foi o suficiente para fazer valer a pena todo o nervosismo que o encontro com jade havia gerado, como se não fosse suficiente a carga emocional gerada por richard pai, mas estava tudo bem porque havia finamente feito a garota sorrir e era aquilo que importava. em um primeiro momento ele nem conseguiu responder o que caralhos havia sido aquilo, porque ele raramente ficava nervoso, então era difícil colocar em palavras o curto-circuito que ocorreu em seu cérebro, — eu sei lá, riley! — acompanhou a garota no riso, o seu acabando saindo mais comedido porque estava ocupado demais apreciando a visão que uma riley feliz criava e como ela mexia com a sua cabeça. — sente aqui. — disse e, sem pensar muito, buscou a destra da garota para leva-la até o seu peito, sob as lapelas de seu blazer, seu coração se acelerando ainda mais com a perspectiva do toque dela do que qualquer encontro com seus parentes. — eu esperava tudo, menos a senhorita jade… se bem que… pensando bem… senhorita navarro, riley navarro. puts, eu sou muito burro mesmo. — riu mais uma vez, só que agora em descrença, ainda estupefato com aquilo, provavelmente levaria algum tempo para superar, mas as coisas mais importantes primeiro: — será que ela me odeia muito? — não pode deixar de soar esperançoso que aquele não fosse o caso, porque apesar do silencio de riley, suas palavras naquele dia haviam soado reciprocas o suficiente para manterem um pouco da esperança do garoto e agradar a mãe dela naquele cenário era essencial. — sua mãe não vai ficar chateada? — porque realmente achava que aquele era um evento para se curtir em família, mas como a sua continuava a ser uma grande bagunça, não sabia se podia opinar.  — bora lá, então? — perguntou divertido, indicando a entrada do salão, em meio de todas aquelas suas fugas, mal havia parado para comer e seu estômago já começava a protestar. — família não é muito meu forte. — respondeu vagamente, dando de ombros. se pudesse evitar o assunto sobre sua companhia da noite, definitivamente o faria, pois a última coisa que queria era que riley tivesse o desprazer de cruzar com o homem, irritado como ele estava com o filho, provavelmente não pouparia esforços para fazer seus amigos mudarem de ideia sobre quem dick era.
RILEY says...
Aparentemente a reação assumida por Dick também foi novidade para ele e isso só tornou a situação ainda mais divertida. — Se você fica assim só com minha mãe, quero ver quando estiver ao redor dos meus tios também. — disse ainda com uma risada. Por mais que o cenário de Natal com sua família a deixasse um pouco arrepiada, porque com certeza seriam alvos de diversos questionamento e brincadeiras idiotas, não podia negar que era engraçado imaginar o garoto passando por aquele inocente constrangimento, especialmente sabendo desse inesperado glitch dele. O sorriso feminino se desfez suavemente ao ter a destra guiada ao peito dele e sua visão se concentrou na união de suas mãos não só pela falta de coragem de encará-lo, mas também por ter sentido saudades daquele toque durante a semana sem interações. Apesar das camadas de tecido, ainda era capaz de sentir os batimentos cardíacos dele e não foi necessário mais do que isso para que os seus se tornassem um pouco mais caóticos. Será que ele estava assim só por causa de sua mãe? Será que o tempo afastados teria sido suficiente para fazê-lo repensar os próprios pensamentos? — Espero que tenha enfermeiros na festa, porque não sei o que fazer com infartos. — brincou sem tanto humor, pois seus pensamentos não pareciam viajar por caminhos muito positivos. A decisão de finalmente olhar nos olhos dele enquanto tinha o ritmo dele sob seu tato não foi muito inteligente, suas bochechas esquentando e sendo necessário finalizar o contato, mas, daquela vez, com o cuidado de não soar repulsiva. — Sei lá, eu não interajo muito com ela na escola para evitar que as pessoas liguem os pontos mesmo. Não me sinto confortável com geral sabendo que ela é minha mãe. — deu de ombros. Não sentia vergonha de Jade, só desejava que as coisas não se tornassem mais difíceis para a mulher e para si mesma. — Na verdade, ainda bem que você não notou antes. — tentou tranquilizá-lo por não ter percebido o que parecia óbvio agora. — Ela não odeia, não. Só é um pouco rancorosa e talvez vai ficar te alfinetando sobre seu desempenho, mas logo passa. E antes que você me pergunte um “ah, como sabe disso?”: acredite, eu reconheço muito bem quando minha mãe odeia algo ou alguém. — disse com segurança. Jade não era muito boa escondendo desconfortos e desgostos, esse sendo um traço comum às duas. — Não, não. Ela veio mais para passar o tempo com os amigos e se sentir chique. Me arrastou só para não se sentir culpada por me deixar sozinha em casa e tal, nada demais. — sem falar que também deveria ter relação com o fato dela querer colaborar de alguma forma com o sucesso do evento da escola em que trabalha. — Vamos. — concordou acompanhando-o até o portão de entrada da festa. A resposta seguinte dele deixou Riley um pouco confusa, porque não fazia muito sentido ele estar ali se o ambiente lhe causava desconforto, mas sua mente nem conseguiu se prender muito ao estranho detalhe quando entraram e finalmente viu a decoração. Não sabia o porquê ainda se surpreendia com os exageros muito bem explorados por seja lá quem ficou responsável pelo trabalho decorativo. Entretanto, havia uma coisinha que a pegou de surpresa. — Agora entendi a pergunta do frio. — arrepiou-se ao sentir o vento frio se chocar contra suas pernas, precisando buscar o tecido da manga do casaco de Richard para conseguir acompanhar seus passos já que a mudança de temperatura a deixou brevemente pra trás. Todavia, mesmo que rapidamente conseguiu voltar ao lado dele, a morena não o soltou.  — Pra onde fica a comida? Eu quero voltar lá pra fora, não ‘tava preparada psicologicamente para isso. — claro que tinha um pouco de drama presente em suas palavras, mas se tinham a opção de aproveitar um clima mais ameno, Navarro não pensaria duas vezes em preferir essa opção.
DICK says...
Era certamente assustadora a ideia de conhecer o restante da família de riley, justamente por todos os papos que já tiveram acerca das possibilidades de serem novamente confundidos por algo que não eram e agora que dick tinha certeza que era aquilo que ele queria, o peso de sua mentira seria cada vez maior. tendo que controlar sua respiração na tentativa de inibir qualquer outra reação ao toque da garota, dick teve que direcionar seu olhar para baixo, sabendo que sempre que tomava atitudes como aquela, algo ainda mais revelador sempre acompanhava. soltou um riso baixinho com o que a garota havia dito, — eu te avisei. — quando levantou a cabeça ficou claro que seu tom acusatório se perdia diante da adoração que não conseguia esconder em seus olhos quando sustentou o olhar feminino, — que um dia você ainda me matava do coração. — completou finalmente, um sorriso suave tomando conta de seus lábios. ele sabia que não podiam ficar daquela forma para sempre, por isso tentou não ficar desapontando quando ela recolheu a sua mão, dando assim alguns instantes de descanso ao seu pobre coração. fazia sentido quando ele analisava as coisas da perspectiva dela, ainda mais levando o fato de riley ser uma novata e a maioria dos alunos do instituto adoravam falar sobre coisas que não sabiam e não eram de seu respeito, — eu não vou contar para ninguém. — afirmou, caso ela estivesse preocupada com aquilo. — fala pra ela que você ‘tá tentando me ajudar, meu desempenho é um tópico sensível. — se sentia aliviado o suficiente com aquela informação que se permitiu brincar, não ser odiado era o que importava, porque no final do dia ele sabia uma coisa ou outra sobre conquistar a simpatia das pessoas. o caminho até a entrada era curto o suficiente para quase fazê-lo se embaralhar em suas palavras quando tentou falar rápido, — eu ouvi a sua música. gostei bastante, muito boa. — deu seu melhor para soar o mais natural possível em seu suporte quando estava se segurando para sanar as suas dúvidas, porque não queria ser vaidoso a ponto de assumir que era sobre ele, mas também era quase impossível não alimentar suas esperanças. observou a primeira reação dela sobre aquela extravagância com diversão, aproveitando a desculpa de olhar em volta para se certificar que não podia ver seu pai, mesmo com a inevitável sensação de ter os olhos dele pregados em suas costas assim que colocou os pés dentro do salão. — aqui ainda ‘tá tolerável. a pista de dança é de gelo. — negou com a cabeça, porque ainda estava perplexo com aquela escolha que não soava nem um pouco segura. com a sua mão livre, tirou a mão da garota da manga e sua veste, podendo até soar rude por um instante porque se recusava a abrir a boca para falar alguma coisa, mas a sua próxima atitude indicava tudo menos aquilo quando colocou a palma dela na sua, intercalando seus dedos com a justificativa de esquentar a mão dela. — é por aqui, — guiou-os agora que tinha a vantagem de ter suas mãos interligadas, dick não pensava as consequências e pouco se importava se alguém os estranhasse, — eu não posso fazer nada quanto aos shorts, mas posso te dar o meu casaco. — disse despretensiosamente, claro que aquela não era mais uma de suas ideias clichês… ele ria baixinho consigo mesmo enquanto se aproximavam da mesa, seu olhar preso em suas mãos dadas de forma discreta enquanto andavam apenas para ele levantar a cabeça e se deparar com richard e seu olhar indagador. virando-se de costas para a figura do pai, se colocou em frente de riley, soltando a mão da garota quando notou que estava praticamente a apertando. — por que você não pega algumas coisas da mesa de frios e eu… — tentou sugerir antes da aproximação de richard, mas soube que foi lento demais quando sentiu a presença dele ao seu lado e a mão do homem em sua nuca em um aperto que contrastava com a forma que dick conseguia ouvir o sorriso em sua voz e chegava a lhe causar calafrios. “onde foi que você se enfiou, richard? estava te procurando.” o homem esqueceu de conter o escárnio de seu riso sem humor ao que escaneava riley de cima à baixo, mas logo colocando uma nova máscara de simpatia. “não vai me apresentar seu, digo, sua amiga?” com um último olhar suplicante para riley, dick corrigiu a sua postura, colocando um falso sorriso em seu rosto como havia sido treinado, — riley, esse é richard, — disse de forma praticamente mecânica, apontando para o homem antes de, de fato, voltar sua atenção para o pai e repetir seu gesto ao apresentá-los, — pai, essa é a riley.
RILEY says...
Se apenas a ação de encará-lo daquela maneira ser suficiente para seu coração acelerar, Riley facilmente se convenceu que chegou muito próximo do infarto citado em brincadeira ao ouvir as palavras de teor tão ambíguo dele, sem falar que o suave sorriso iluminando os traços masculinos foi exatamente tudo o que a garota conseguiu pensar durante a última semana e chegava a ser assustador o quanto seu interior se mostrava afetado com um detalhe tão simples e que tanto a fez falta. Se pudesse congelar o momento para ficarem daquela forma um pouco mais, certamente o faria, mas, infelizmente, estavam na vida real e foi necessário finalizar o contato antes que seu rosto se tornasse ainda mais rubro — porque depois da declaração dele, parecia cada vez mais difícil para a morena esconder os próprios sentimentos. — Obrigada. — não esperava que Dick fosse espalhar a informação sabendo que era algo que não gostava, mas foi bom ouvi-lo garantir que isso não seria um risco. — Okay, vou falar, porque desse jeito nós dois ganhamos alguns pontinhos positivos. — brincou até animada em ver que o encontro, apesar de rápido, não foi minimamente desconfortável para o rapaz. Claro que os riscos sempre estão presentes, mas também acreditava que só uma cagada muito grande para mudar as atitudes de Jade e a tornar assustadora. Caminhando sem pressa em direção ao portão, Navarro não sabia ao certo o que conversar com Dick quando os olhos femininos pareciam tão curiosos sobre os convidados e suas vestes elaboradas, então foi uma surpresa inesperada que o assunto iniciado por ele seria logo aquele. Quando publicou a canção em seu Soundcloud e divulgou em seu Instagram, era esperado que ele ouvisse assim como seus poucos seguidores das redes, mas ter a confirmação disso era outra história. — Gostou? Valeu. — foi a única coisa que conseguiu dizer sem que um leve pânico brilhasse em seus olhos. Será que ele havia interpretado a música corretamente e se sentiu atingido? Ou será que sua mensagem passou batida? Desabafar através da música já era um costume seu, mas aceitar cada palavra externada e as postar foi a parte verdadeiramente difícil. Não dava para se enganar: Riley estava realmente apaixonada por Richard e acreditava que compartilhar parte de seus pensamentos daquela forma a ajudaria a aceitar a condição imposta por si mesma: deveriam permanecer como amigos. — Você ‘tá zoando com minha cara, né? — perguntou visivelmente atônita do tamanho do próprio azar ao aceitar ir para o maldito evento. Como não deram informações sobre a parte do frio? A garota se questionava irritada, mas esquecendo que existia uma grande possibilidade de ter deixado a informação entrar e sair por seus ouvidos nos dias anteriores. Se o objetivo de Dick era assustá-la com mal-entendidos, ele estava conseguindo fazer isso perfeitamente, pois quando se livrou da mão feminina que agarrava o tecido da sua manga, por pouco Riley não a recuou interpretando a atitude como um “pare”e uma pontada ferindo em seu peito, mas os sentimentos que se seguiram após seus dedos entrelaçarem foram totalmente opostos. Obviamente estava surpresa em ter suas mãos unidas daquela maneira novamente, principalmente quando o contexto em que estavam era bem diferente do evento beneficente e não existiam pessoas para estranhá-los… Não queria que o garoto fosse alvo de brincadeiras por sua culpa, mas ao mesmo tempo, não estava muito disposta a soltá-lo. Um discreto sorriso curvou seus lábios com a sugestão dele, porém não podia alimentar os próprios sentimentos assim. — Eu não quero estragar seu visual e como voltaremos para fora, acho que consigo sobreviver assim sem muito problema. — deu de ombros. Não estavam longe da mesa e Navarro já tinha em mente todo o roteiro do que fariam em mente, apenas esperando estarem próximos o suficiente do o objetivo para agir de maneira automática, mas a mão dele se tornando mais firme antes de soltá-la e virar em sua direção repentinamente quebrou suas expectativas ao acender uma grande interrogação em sua mente. Ele havia se arrependido? Havia visto alguém ou pensado em algo desagradável? Esquecido alguma coisa? Riley não sabia que teoria formar e estava prestes a concordar com a cabeça quando uma figura masculina surgiu atrás dele. A morena ficou bastante confusa sobre a identidade do homem e igualmente incomodada como a forma que ele parecia a analisar da cabeça aos pés como se reprovasse cada um de seus detalhes, mas optou por ignorar a tal atitude por não ter sido a primeira vez no início daquela noite. Mantendo-se séria quando o mais velho sorriu em sua direção, a visão da garota só conseguiu buscar o semblante de Dick, que assumia uma postura nunca vista antes. Richard. Navarro precisou controlar as próprias reações para não soar tão chocada quando o nome dele foi revelado e, consequentemente, quem se tratava de fato. Todos os pontos parecendo se ligar naquela fração de segundo. — Prazer em conhecê-lo, sr. Madden. — estendeu sua mão para cumprimentá-lo enquanto um sentimento esquisito brotava em seu interior. O pai de Dick parecia se encaixar perfeitamente no esteriótipo que a garota havia decidido manter distância ao chegar na festa: rico e falso. Não sabendo exatamente como se portar ou o que falar ao homem, Riley imaginou que o pedido do amigo para que fosse à mesa de frios permanecia de pé, mas ainda assim não conseguindo ignorar a tentativa dele de fugir. — Eu estou indo para mesa de frios pegar alguns queijos para a Senhorita Navarro. — anunciou esforçando-se para não transparecer o nervosismo diante da própria mentira. — Dick, não esquece que precisamos encontrá-la daqui a pouco por causa da sua carta de recomendação, okay? — simulando preocupação, falou mais baixo, porém ainda alto o suficiente para que o homem a escutasse antes de se despedir do mais velho e se afastar em passos rápidos.
DICK says...
era incrivelmente reconfortante passar seus olhos inquietos pelo rosto de riley e notar os pequenos detalhes que o deixavam saber que não era o único afetado ali, o rubor de suas bochechas o fazendo sentir… coisas, coisas do tipo que românticos incuráveis descreveriam como borboletas no estomago, mas que não parecia ser o caso quando dick sentia as repercussões de seus sentimentos em todo lugar, especialmente em seu peito onde ainda podia sentir o fantasma de seu toque e em suas mãos tão inquietas a ponto dele ter que se controlar para simplesmente não alcançar a garota novamente e acabar com aquela distância que só o chateava, emocional e fisicamente falando. foi fácil acompanha-la com naturalidade na brincadeira sobre sua mãe porque aquele aos poucos passava a ser um terreno seguro e inevitável já que podia contar nas mãos quantos dias faltavam para o natal; diferente do assunto que levantou em seguida e temia meter os pés pelas mãos, tantas perguntas que ele queria fazer sendo espantadas com a resposta objetiva dela, desistindo de indagar mais a fundo e correr o risco de chateá-la em favor de simplesmente afirmar a sua opinião,  — foi bom ouvir a sua voz depois daquele dia. — disse com um pequeno sorriso, os breves versos de dust in the wind na voz da garota custou para sair de sua cabeça naquela, cessando sua insistência de retornar à sua memória o tempo todo quando se deparou com o link para o seu soundcloud, onde ele havia passado mais tempo do que gostaria de admitir. expert em sempre acabar revelando demais mesmo quando sua cabeça insistia para que ele ficasse calado, foi bom ter a distração do salão para enterrar aquele assunto. — eu juro que não estou! — riu, achando graça na indignação dela.  — a gente pode passar por lá, mas me recuso a subir naquele negócio, só de pensar eu já me vejo caindo. — brincou, a verdade mesmo sendo que não via a hora de sair dali, já que havia provado antes que não via problema em passar vergonha ao lado da garota, se fosse o caso. satisfeito como estava que seu toque havia sido aceito, era de se esperar que mais cedo ou mais tarde seria tomado por um banho de água fria, só não esperava que fosse tão cedo e tão devastador. mesmo com sua postura ereta e forma como se carregava diferente na presença de seu pai, ele não podia deixar de se sentir pequeno quando o menor dos toques do homem era capaz de quase fazê-lo cerrar os punhos para conter a vontade de se acovardar, era como se não tivesse voz, porque mesmo quando queria repreender o homem pela maneira grosseira que nem fazia questão de esconder enquanto cumprimentava riley como se fosse uma tarefa árdua e ela devia se sentir grata que ele havia perdido seu tempo com quem claramente não importava, era claro que o prazer era todo dela. dick se mostrou brevemente surpreso com as palavras femininas, não demorando muito para voltar à neutralidade de sua expressão quando concordou com ela, ficando mais tranquilo, dentro do possível, em saber que aquele encontro seria curto o suficiente para inibir qualquer outra ignorância que richard pudesse ter na manga.  — boa ideia, eu pego alguns aperitivos daqui e a gente se encontra na mesa dela, pode ser? seria rude deixá-la esperando. — sabia que a menção das cartas de recomendação chamaria a atenção do homem, que considerou dick por um segundo como se ele não fosse totalmente inútil quanto ele o fazia acreditar antes de seu olhar se tornar crítico esperando por detalhes do que ele estava fazendo aquele tempo todo que havia o perdido de seu campo de visão. antes de entrar em detalhes fantasiosos, mas ainda assim convincentes, buscou rapidamente a figura de riley com o olhar, dando o seu melhor para abrir um breve sorriso em sua direção como se precisasse de algum tipo de certificação que ela esperaria por ele. não foi difícil convencer o homem quando ele chegou na festa com os nomes de todos os professores que o garoto já tivera no instituto decorada, senhorita navarro felizmente estava naquele meio, o que facilitou na hora de dick conseguir se livrar ao menos do aperto em seu pescoço, uma vez que richard não tirava os olhos dele enquanto o garoto colocava vários aperitivos aleatórios em um prato, segurando o objeto com as duas mãos quando se deu por satisfeito para esconder a forma que suas palmas tremiam quando anunciou que se separaria do homem mais uma vez, adicionando em uma voz pequena que era tudo pela carta que garantiria sua entrada na universidade, mesmo quando apenas aquela ideia já o fazia querer revirar os olhos. os cabelos azuis de riley tornaram a tarefa de encontrá-la pelo salão muito mais fácil, com os olhos atentos onde havia deixado seu pai para trás para se certificar que ele ainda estava ocupado demais com o treinador roosevelt ao redor da mesa de aperitivos, aproximou-se da amiga sem conseguir esconder muito a sua pressa ao equilibrar o prato em apenas uma das mãos com cuidado em favor de buscar a mão dela mais uma vez, diria que era para facilitar na hora de saírem dali, mas buscava conforto.
RILEY says...
Mesmo que tentasse interpretar o comentário de Dick de forma inocente, Riley não conseguia parar de pensar sobre o que poderia ter passado na cabeça dele ao ouvir a canção, se a ouviu inteira e quantas vezes a ouviu… Embora fosse um pouco óbvia pela situação em que os dois se encontravam, claro que ainda existia a possibilidade dele não ter entendido a indireta, porém ele deveria ter sentido algo ( assim como sentia toda vez que se pegava ouvindo o cover dele de “All of Me” ) e disso não tinha como escapar — aliás, um lado seu até preferia que ele entendesse para que tudo fosse facilitado… mas que tudo seria esse? Navarro tentou se livrar dessa linha de pensamentos ao passar a mão pelos cabelos. — Você só vai me ouvir de novo se cantar comigo. — disse amigável para não transparecer o que sentia mais uma vez. Felizmente, o assunto mudou. Uma careta formou em seu rosto ao ouvir a confirmação de que a pista de gelo era verdade, porque aquela não parecia uma ideia muito inteligente, mas a imagem criada por sua mente do garoto deslizando e caindo era engraçada o suficiente para que uma breve risada escapasse de seus lábios. — Okay, a gente passa por lá sem subir, porque tenho quase certeza que você me levaria pro chão junto. — mesmo que preocupação tenha sido a primeira reação que teve com suas mãos unidas, a morena agora estava gostando de pensar que eles permaneceriam daquela forma no restante da festa. Richard poderia considerar a ação de entrelaçar os dedos algo banal, mas Riley acreditava que aquilo era o mais íntimo contato que poderia ter dele e que deveria se contentar com isso. Entretanto, aquele momento mágico não durou por muito tempo com a inesperada aparição do pai do rapaz. Navarro não estava acostumada a interagir com pessoas consideradas importantes ou suficientemente ricas para atropelar a sua vida, então era difícil julgar se sua postura ou seu nível de formalidade era considerada correta — uma preocupação que nunca pareceu ter, mas se tratando do pai de Dick era diferente ainda que, teoricamente, não devesse ser. A maneira como o homem a encarava dava-lhe a sensação de estar sendo ofendida de diversas formas, porém o sorriso presente em seu semblante parecia querer desviar os pensamentos masculinos, algo que causava um incrível desconforto e que foi necessário morder a própria língua para não soltar algo que se arrependesse. Ao iniciar o cenário mentiroso de que precisavam conversar com sua mãe para conseguir a carta de recomendação, Riley se preocupou de seu plano relâmpago ir por água abaixo por Dick não compreender o que estava tentando fazer, mas, felizmente, ele entrou no papel com velocidade. Indo até a mesa de frios, Navarro observava de longe a interação entre o garoto e seu pai enquanto pegava alguns queijos e colocava num guardanapo na espera de algum sinal masculino, que não demorou para vir no formato de um suave sorriso. Ao retribuir e ele virar o rosto novamente na direção do mais velho, Riley foi surpreendida pela figura de sua mãe que a ofereceu uma taça exageradamente cheia de vinho rosé com um largo sorriso animado. A garota não sabia ao certo como a maioria dos responsáveis lidavam a respeito do álcool, mas desde que completou os dezoito anos, Jade se mostrava tranquila em vê-la consumindo bebidas contanto que fosse de maneira responsável. Mesmo que o volume da taça não parecesse ser lá muito responsável, a mulher explicou que estava sendo bondosa, mas que seria a única taça que a permitiria beber naquela noite antes de se afastar pedindo para que se divertisse. Com o vinho numa mão e alguns queijos embrulhados em guardanapo na outra, Riley notou a nova aproximação de Dick momentos antes dele buscar sua mão que parecia livre de longe e a puxar para saírem dali o mais rápido possível, esforçando-se para não derramar a bebida enquanto andavam com pressa.
Impedidos de retornarem ao estacionamento graças ao prato e ao copo que tinham em mãos, foram até uma área menos movimentada e decorada do pátio, utilizando um canteiro da altura de seus quadris como uma mesa ao deixarem ali o que haviam conseguido pegar. — O queijo está morto. — anunciou ao ter sua mão libertada, abrindo sua palma e mostrando os queijos amassados dentro do guardanapo, até se permitiria rir se não estivesse preocupada demais com Richard devido a sua companhia da noite. Gostaria de perguntar a razão dele não ter dito nada, mas Riley não se sentia no direito de fazê-lo, especialmente com a falta de interação que rolou durante aquela semana. — Quando foi que seu pai apareceu? O que ele disse sobre seu cabelo? — como não fazia muitos dias desde que descoloriu o cabelo de Dick, a morena imaginou que o encontro com o pai demoraria mais para acontecer, então não duvidava que o surgimento dele veio de forma inesperada.
DICK says...
seu único pensamento concreto o suficiente era a certeza absoluta que devia sair dali o mais rápido possível. ele estava fazendo um trabalho esplendido em fingir que estava tudo bem e que a presença de seu pai ali não era um fardo assim tão pesado, repassava milhões de desculpas que poderia dar para manter aquela atmosfera de normalidade por mais um tempinho, mas tudo caía no vão da descoberta quando sua postura na presença do homem era uma de extremo desconforto disfarçado sob anos da disciplina rígida que era implementada na casa dos maiden. a forma apressada como os conduzia pelo salão com aquela junção desajeitadas de suas mãos era um poderoso gatilho para que ele passasse a sentir falta da leveza do toque de suas palmas naquele primeiro momento antes do encontro desagradável. custaria a admitir porque tinha noção de que aquela relação era delicada demais, mas dick se via orgulhoso demais do fato de que, com ele, riley permitia todo aquele contato, seus toques sutis sendo aceitos e até retribuídos; uma parte de si queria exibir aquilo, porque ele tinha se esforçado para conseguir aquele nível de confiança e queria que os outros vissem, havia sido estúpido de pensar que passariam ilesos quando richard seguia os passos de dick com olhos de águia, tendo deixado bem claro que aquele seria mais um tópico na lista de coisas que conversariam depois antes do garoto se afastar. era impressionante como conseguia se sentir sufocado naquele ambiente sem ao menos perceber, só se dando conta daquilo quando finalmente pode puxar grandes quantidades de ar para seu pulmão para então expirar com calma. — descansem em paz. — seu tom ainda estava trêmulo demais pra dar vida à sua brincadeira, mas ele tentou enquanto espiava o estrago que havia feito sem nem perceber quando a puxou pela mão, ao menos seu sorriso ia perdendo aos poucos aquele teor dissimulado e ele se esforçava para agir como se aquele pequeno encontro não tivesse lhe afetado tanto assim. — eu peguei tudo que vi pela frente. — comentou, evidenciando o prato farto que equilibrou no canteiro. e porque não podia ser mais óbvio em sua evasão do assunto, tomou seu tempo se livrando de seu casaco para poder o colocar com a parte interna para baixo sobre o canteiro para que pudesse se sentar, deixando também um bom espaço para que a garota se acomodasse ao seu lado. — hoje antes da festa. — praticamente resmungou, fingindo prestar toda atenção do mundo em um do aperitivos que pegou do prato, aproveitando do fato dele não gostar de temperos verdes para perder seu tempo tentando se livrar de cada pedacinho daquilo, por menor que fosse, dado por satisfeito e começando a finamente se incomodar com o próprio silencio, deu uma mordida na comida, atrasando ainda mais a sua fala. — ele disse que conversaríamos depois. — deu de ombros aparentemente tranquilo, a memória da mão do homem em seus cabelos recente o suficiente para concluir que fugiria daquele depois como o diabo fugia da cruz, principalmente quando pela primeira vez estava disposto e se defender dele e sabia que aquilo só agravaria o confronto. — duvido que ele vai ficar por aqui por muito tempo, eu só não vou para casa por enquanto. — concluiu, assentindo sutilmente diante de sua ideia genial e decidindo ignorar a logística complicada, ele saber que não podia fugir de seus problemas não significava que ele não iria tentar. — isso é vinho? — questionou com as sobrancelhas arqueadas, meio em surpresa e meio em expectativa, quando finalmente notou o outro item que ela trouxe do salão. — eu não vou me opor a um dueto nosso. — disse depois de algum tempinho, resgatando um dos assuntos que discutiam antes de entrarem no salão. diria que trouxe à tona aquilo como uma distração, mas havia ficado bastante tentado pela sugestão, sem contar que qualquer desculpa para desviar do elefante no salão era válida o suficiente.
RILEY says...
Não duvidava que a situação em que Richard se encontrava era bastante tensa, afinal, em momento algum ele pareceu nutrir bons sentimentos pela figura paterna e Riley chegou até mesmo a estranhar a postura totalmente diferente que o garoto assumiu estando perto do mais velho. Mesmo que se esforçasse para manter uma atmosfera causal e tranquila, não podia deixar de se sentir culpada por talvez ter colaborado com um mal estar masculino ao ter adicionado alguns pesos extras nas costas dele… ou será que estava sendo autocentrada demais para acreditar nisso? — Espero que não tenha nada com carne aí. — comentou com uma fraca risada ao ver a quantidade excessiva de aperitivos no prato e alcançou dois dos bolinhos. Observou-o silenciosamente remover o casaco e repousá-lo no canteiro, mas só entendeu que poderia se juntar ao ver um espaço considerável ao lado de Dick, sentando-se sem pressa enquanto aguardava por sua resposta. O cenho feminino franziu ao saber que o pai dele havia aparecido pouco antes da festa, porque lembrava que Dick comentou que não costumava vê-lo com muita frequência, só nos seus períodos de férias… se bem que as férias estavam próximas, então fazia um pouco de sentido… embora se estava tão próximo assim de se encontrar com o pai, não fazia sentido a pintura do cabelo. Algumas interrogações começaram a surgir sobre sua cabeça, mas Riley optou por ficar em silêncio com os olhos sobre os bolinhos que tinha em mãos, amassando e rasgando um deles para ver se o recheio era seguro antes de levar à boca. Não era a primeira vez que se deparava com um Dick de poucas palavras, as primeiras mensagens trocadas no período em que ele estava faltando as aulas retornando a sua mente, mas experienciar isso pessoalmente era bem diferente. A morena nunca sabia o que fazer em situações semelhantes, mas antes que quebrasse o silêncio comentando algo aleatório a fim de causar alguma distração, o garoto voltou a falar. — E para onde você vai? — perguntou confusa sobre o plano masculino, sua visão indo ao rosto dele. Achava graça na forma que Richard tentava se mostrar tranquilo e até mesmo indiferente ao que acontecia, mas só o fato dele estar excessivamente quieto demostrava o completo oposto. — Se ainda quiser, a minha proposta de fugir indo lá para casa continua em pé. — relembrou-o baixinho. Sentia-se um pouco idiota por estar constantemente o puxando e o empurrando, além de seus convites inconsequentes como o do Natal e o de ir à sua casa agora, mas não era como se Navarro conseguisse controlar suas próprias reações e o quão caótica ficava próxima do mais alto. — Você pode dormir lá hoje sem minha mãe saber, eu consigo desenrolar. — continuou com uma fraca risada. Esperava que algum dia ele poderia a visitar sem esconder de Jade, mas até o momento tinha seus motivos. — Sim, Jade me deu como um agrado por ter vindo, mas também falou que seria a única taça que me deixaria beber. Tem vinho suficiente para nós dois, então pode fazer as honras. — respondeu dando de ombros antes de checar o segundo bolinho, mas com a infeliz visão do recheio. — Carne. — anunciou aproximando o salgado da boca masculina na esperança de que ele se livrasse daquilo. — Não tem matinho, seu fresco, então pode comer na paz. — murmurou com divertimento, porque óbvio que não conseguiu ignorar ele catando as ervas momentos atrás. — Não? Pensei que você não gostava de cantar. — os lábios femininos se curvaram num singelo sorriso com o resgate do assunto que, felizmente, não se tratava de sua última publicação no Soundcloud. — Por mim, podíamos fazer agora mesmo já que a música da festa ‘tá bem baixinha, mas não vou mentir que iria adorar tocar violão contigo também algum dia. Ou, quem sabe, você tocar um piano. — citou o instrumento apenas numa provocação ao lembrar do vídeo do garoto.
DICK says...
                embora gostasse de pensar que fosse uma pessoa bastante aberta sobre suas emoções, sabia que até naquilo era uma fraude, pois não se importava de compartilhar as coisas positivas, o problema jazia quando sua cabeça estava lotada de negatividade e ele simplesmente se recusava a colocar para fora, engolindo bomba após bomba em silêncio. às vezes se questionava por quanto tempo aguentaria daquela forma, quando seria o seu ponto de ruptura, entretanto, estava acostumado o suficiente com a hostilidade gratuita e palavras amargas de richard para concluir que aquele não era o dia, especialmente quando ia se desarmando aos poucos conforme ia se apoiando aos poucos em riley até que, despretensiosamente tivesse sua cabeça no ombro dela, finalmente deixando que um longo suspiro cansado escapasse. — eu não cheguei nessa parte do plano ainda. — confessou dando de ombros desajeitadamente depois de refletir mais um pouco sobre aquilo, — talvez dormir no carro? seria quase como acampar. — brincou tentando forjar sua animação ao deixar um riso suave escapar, se conhecia o suficiente para saber que, se tivesse saído de casa com sua suv, consideraria aquela ideia, mas como era, parecia um pouco desconfortável demais dormir em um esportivo. a lembrança da proposta da garota o deixou no mínimo inquieto, o fazendo levantar a cabeça dela para que pudesse observar seu rosto em busca de qualquer sinal que era algo da boca para fora, porque ao mesmo tempo que já tinha uma recusa na ponta da língua, a ideia de não passar o resto da noite sozinho e em especial na presença de riley era mais reconfortante do que deveria ser, dadas todas as complicações daquilo que existia entre eles. — eu posso mesmo? — questionou em um tom sutil de surpresa, não era como se não confiasse no que ela dizia, mas depois de tudo que aconteceu depois da primeira vez que ela propôs aquilo ele tinha que se certificar. assentindo brevemente com a cabeça e encontrando sua nova distração na taça de vinho, tomando uma quantidade significante com os olhos fechados, — eu não quero ficar sozinho. — disse em um fio de voz, provavelmente o mais honesto que havia sido naquela noite toda. depois de colocar a taça com cuidado sobre a mureta, quase cruzou os olhos para tentar inspecionar o bolinho antes que deixasse que riley colocasse em sua boca, segurando o pulso dela para facilitar a sua tarefa. — você concorda que é mato, né? — disse com os olhos cerrados, rindo baixinho antes aceitar a comida na boca. Batendo as mãos para se livrar dos farelos de seu último bolinho, encolheu os ombros diante do questionamento dela em falsa indiferença. — eu não ligo se for pra você. mas só para você, então vamos deixar para outro dia. — revirou os olhos em automático diante da provocação, empurrando o ombro dela com o seu de leve. — quer uma performance particular de all of me, é? meu cachê é bem alto. — levantou e abaixou as sobrancelhas exageradamente de forma sugestiva, se sentindo cada vez mais leve diante de suas conversas mais amenas.
                  talvez fosse uma armadilha de seu cérebro tomado por ocitocina, mas sentia que podia tranquilamente passar o restante da noite ali sem sentir a necessidade de olhar uma vez sequer para o relógio, influenciado pelo clima que parecia voltar aos poucos para o normal deles, as brincadeiras e até mesmo olhares furtivos que ele tanto havia sentido falta naquela semana. quando finalmente conseguiu tirar os olhos da figura feminina, não apenas o prato deles estava vazio, mas também eram praticamente as últimas pessoas no pátio. não acreditando em seus olhos quando mirou seu relógio, teve que tirar o celular do bolso para confirmar que realmente havia passado todo aquele tempo que estavam ali. — você lembra que horas ia acabar a festa? — questionou sem tirar os olhos da mensagem de seu pai que avisava que ele já esperava por richard em casa.
RILEY says...
Quando a cabeça de Dick se apoiou em seu ombro, Riley precisou de alguns segundos para reagir ao novo contato de seus corpos, porque mesmo que estivesse habituada em tê-lo daquela maneira, o simples ato de inclinar sua cabeça para se encostar na dele agora possuía um significado: queria confortá-lo. Seu cenho franziu com a ideia dele em dormir no carro, porque não parecia ser uma opção muito confortável e nem mesmo muito segura, então qualquer pingo de arrependimento que ameaçasse surgir ao convidá-lo a dormir na sua casa desapareceu no mesmo segundo. — Sim… — sua voz saiu fraca agora que o rapaz a encarava num mix de surpresa e expectativa, mas o balançar de sua cabeça a ajudava a reforçar a própria resposta, porque não desejava soar incerta e o afastar mais uma vez. Observando-o ser o primeiro a ingerir o vinho, esperou que ele finalizasse o gole para pegar a taça e fazer o mesmo, precisando se controlar para não sorrir ao imaginar a cena que provavelmente estavam fazendo ao dividirem a bebida tão próximos um do outro e tão afastados do restante da festa. Entretanto, antes que sua mente pudesse se entreter e igualmente se censurar por tais pensamentos, a fala seguinte de Dick a pegou de surpresa e Navarro se viu mais uma vez sem saber o que fazer, sua essência ansiosa fazendo suas pernas balançarem suavemente enquanto seu coração acelerava gradativamente graças ao que desejava falar, mas que não julgava como certa. Dando um novo gole na bebida antes de abandonar a taça na mureta, Riley respirou fundo antes de buscar mais uma vez os olhos masculinos silenciosamente. — Você não está sozinho. — respondeu com calma, embora todo seu nervosismos estivesse concentrado em seus dedos inquietos que brincavam entre si para que não fosse necessário buscar a mão do rapaz. Dick poderia interpretar sua afirmação da maneira que desejasse, porque a morena estava sendo genuinamente sincera independentemente da rota optada por ele e era por trás dessa grande quantidade de sentidos que sua garganta destravou para externá-la praticamente como um Cavalo de Troia. Quando seu pulso foi agarrado pelo mais alto, Riley soltou uma risada incrédula diante da desconfiança dele. — Não tem matinho. — reforçou achando graça na visão que tinha de Dick comendo o bolinho diretamente de sua mão, cutucando o nariz dele no fim. — Só para mim? Me senti exclusiva agora. — disse assumindo uma falsa postura convencida antes de rir baixinho, seu cenho arqueando com a fala seguinte do garoto. — E qual seria exatamente? Porque pode ser que eu esteja disposta a pagar. — devolveu o leve empurrar de ombros.
Se antes Riley se encontrava travada e ansiosa à respeito de voltar a interagir com Dick depois daquela semana, agora sentia como se em momento algum haviam parado de se falar e era aliviante perceber que a normalidade estava voltando, além de matar aos poucos as saudades que sentiu das conversas e brincadeiras que costumavam fazer — tinha ciência de que não foram tantos dias assim para desenvolver a saudade e até mesmo se sentia idiota por pensar de tal forma, mas a presença dele em seu dia-a-dia se tornara tão ativa que era impossível não sentir sua falta. E foi exatamente assim que Navarro percebeu o quão fodida estava. Encontrava-se tão imersa na bolhinha que criaram fora do núcleo da festa que nem sequer percebeu o tempo passar, só lembrando desse detalhe quando Dick lançou a pergunta. — Eu não faço a mínima ideia. — deu de ombros antes de buscar o celular do bolso de sua bermuda para checar as horas e se havia recebido alguma ligação ou mensagem de Jade, já fazendo quinze minutos desde a pergunta da mulher sobre onde estava. — Mas acho que já deu a hora e acho que minha mãe já quer voltar para casa. — disse se levantando do canteiro sem muita pressa. — Antes de tudo, você está com o carro aí? — questionou enquanto criava mentalmente um plano sobre o que deveriam fazer. — Porque se sim, vamos fazer o seguinte: vou pedir o Uber com minha mãe e você vai acompanhando o carro e estaciona naquela vaga livre na lateral do prédio. Você espera meu sinal para subir e ir ao apartamento. Mas caso não esteja de carro, eu digo que vamos rachar a corrida mesmo, mas você fica no carro do cara enquanto a gente entra no prédio, depois de uns três minutinhos você vai pro hall e espera meu sinal igual por lá. — a segunda solução não era lá a mais segura, especialmente se o motorista do Uber for um cuzão, mas nada que Riley não pudesse resolver. — Entendido? Espero que sim, porque vou procurar minha mãe agora. — anunciou buscando o prato e a taça na mureta. — Vai pro estacionamento. — pediu praticamente como uma ordem antes de se afastar e voltar à festa. Dando a louça a um dos garçons, Riley ficou bem surpresa sobre ainda ter tantos convidados naquela festa e foi necessário ligar para a própria mãe a fim de encontrá-la e a resgatar de um grupo de professores que interagiam despreocupadamente próximos à pista de dança. Jade não estava lá muito sóbria, mas esse era o estado minimamente ideal para que seu planejamento com Richard funcionasse sem grandes estresses, porque a conhecia bem o suficiente para saber que ela se trancaria no quarto quando chegasse e só sairia na manhã seguinte. Guiando-a até o estacionamento, pediu por um Uber e não demorou para avistar Richard de longe, mandando uma mensagem avisando de que havia chamado pelo motorista e que ele estava próximo.
DICK says...
não era como se se sentir sozinho fosse uma novidade para o garoto, suas memórias mais antigas todas giravam em torno daquele sentimento de distanciamento, ele só nunca tinha admitido aquilo em voz alta para outra pessoa antes porque gostava de manter a imagem que sabia que os outros tinham dele intacta e ele não sabia até que ponto a verdade podia ser assim tão confortadora, no entanto de uma coisa tinha certeza: o olhar de riley no seu era e só intensificava suas reações diante daquelas palavras que foram direto para o seu coração, tinha que se controlar para não fazer alguma coisa estúpida porque a tentação (que nunca de fato desaparecia quando estava perto da garota) de acabar com a distância entre seus rostos, naquele momento parecia gritar, mas ele se contentou com a forma despretensiosa que levou sua mão até a dela entre eles, seu obrigado silencioso por aquele pequeno conforto. — tem várias coisas que são ‘só você’ agora, estou aprendendo a lidar com isso. — a naturalidade com que as palavras saiam de sua boca não condiziam com o quão caótico tudo estava em sua cabeça e em seu coração, mas como havia dito, estava aprendendo a lidar com mais aquela manifestação do quanto gostava de riley. — um dia eu te conto. — sorriu divertido, finalmente tendo a coragem de trazer a mão da garota para o seu colo. depois de notar a falta de acessórios ali e com a desculpa de ter algo para fazer e se distrair, tirou o anel que usava no dedo mínimo de sua canhota e enquanto segurava a mão de riley, ia passando o anel delicado de prata por todos seus dedos a partir do polegar, finalmente decidindo que se encaixava melhor no dedo anelar e o deixando ali sem dizer nenhuma outra palavra.
era sempre péssimo ter que sair daquele mundinho próprio que eles pareciam construir toda vez que passavam algum tempo juntos, mas era um mal necessário quando dick se via cada vez mais ansioso com o desenrolar da noite, a evolução de brincar de dormirem juntos, passando para dormirem juntos pelo celular, ele ainda tentava assimilar que dormiriam juntos de verdade, não tinha nenhuma segunda intenção, a ideia da proximidade sendo o que mais mexia com a sua cabeça. não demorou para levantar logo após a garota, recolhendo seu casaco e o dobrando sobre o braço antes de alcançar a chave de seu carro no bolso traseiro de sua calça, — yup. — evidenciou o objeto, sorrindo divertido diante de todo aquele plano, retendo apenas as informações importantes, — carro, vaga na lateral do prédio, sinal seu, subir para o apartamento. — repassou o que havia retido, assentindo prontamente e até batendo uma continência para mostrar que havia, sim, entendido. — abre a porta pra mim, ok? não me faz escalar o prédio. — disse antes de virar as costas, não conseguindo conter um riso divertido com a referência de suas conversas antigas.
dick deixou o estacionamento logo atrás  do uber das navarro, convencido a acompanhar o carro até o destino, mas desistindo depois de cinco minutos da pura tortura de ter que dirigir abaixo do limite de velocidade. aproveitou a primeira parada no semáforo para enviar uma breve mensagem para a garota que a encontraria no prédio seguido de vários emojis de caveira para mostrar o quão entediado estava. talvez fosse o álcool que tivesse consumido, mesmo que pouco, contribuindo para a sua imprudência? talvez, mas condizia com os ânimos daquela noite que ele não via a hora de acabar. já na vaga que, depois da primeira visita à residência das navarro já começou a considerar sua, era impossível não se entediar, já havia se livrado de grande parte de seus acessórios e o pingente que adornava seu colarinho, finalmente podendo desfazer os primeiros botões de sua camisa e respirar um pouquinho mais aliviado quando recebeu o sinal de riley via sms com a liberação para ele fazer o caminho até seu apartamento; em sua primeira vez ali estava exausto depois de uma noite em claro trocando mensagens com a garota, mas nada se comparava a como se sentia naquela noite, sua bateria finalmente chegando no 0% ao que se encostava na parede ao lado da porta do apartamento para esperar pela garota. tirou seus sapatos antes de entrar, carregando-os na mão até que entrasse no quarto de riely com todo cuidado e silêncio que era capaz. lutava para desligar aquela minúscula parte de si que ainda era racional e insistia que, se eles tinham que ser tão cautelosos daquela forma, era porque definitivamente estavam fazendo algo que não deviam, mas logo se via sem absolutamente nada na cabeça quando finalmente se deitou na cama com o rosto enterrado em um dos travesseiros, praticamente derretendo no lugar e com zero vontade de se levantar. cansaço ou o efeito de ser envolto na fragrância de riley? provavelmente ambos, mas pensar no segundo o fazia se sentir estranho demais. — espera, você não vai me fazer dormir no chão, né? — falou baixinho e alarmado com a própria dúvida, custou, mas finalmente juntou forças suficientes para se sentar na cama, as mãos esfregando seus olhos já sonolentos. — vejo aqui mais algumas falhas no meu plano, eu não tenho pijama nem escova de dentes.
RILEY says...
Riley sabia muito bem a maneira como realmente gostaria que sua fala fosse interpretada, mas preferia se segurar numa ideia menos carregada de seus próprios sentimentos e conseguir dizer algo a querer traduzir toda a confusão que passava por sua mente e travar completamente como no banheiro da casa dele. Contudo, nem mesmo mergulhando na ilusão foi suficiente para tranquilizar os batimentos caóticos de seu coração, especialmente quando Dick repousou a mão dele sobre a sua sem que seus olhos perdessem o contato. Refletir sobre aquele momento trazia certa mágoa, porque mesmo que Navarro tentasse seguir o que acreditava ser o melhor para si, também tinha ciência de que as coisas estariam sendo bem diferentes… E esse diferente realmente seria tão ruim assim? Depois de ouvir algumas coisas de seus amigos, a garota já estava começando a se questionar sobre isso. A brincadeira presente em sua postura se desfez aos poucos com a fala tão natural e ambígua de Dick, sua respiração mostrando sinais de falha ao mesmo tempo que novamente não sabia o que falar ou fazer diante daquelas palavras, porém não conseguiu esconder tão bem a sua frustração ao suspirar baixinho e acomodar a cabeça no ombro masculino. Seu ritmo cardíaco era ensurdecedor e era o único som que a morena conseguia prestar atenção graças à tranquilidade do local e o silêncio que passaram a fazer, sua cabeça aos poucos imaginando como se sentiria em tê-lo dormindo em seu quarto e ultrapassando novamente as barreiras do virtual, mas sua linha de pensamento se quebrou com suas mãos unidas sobre o colo de Dick e seus olhos atentos na forma inocente que seus dedos interagiam. Quieta, passou a assistir com curiosidade a atitude do rapaz em remover um de seus anéis de prata para passá-los por todos os dedos femininos com cuidado, abandonando-o sem explicações em seu anelar. Ele estava a dando ou…? Apesar de não saber como interpretar, não conseguiu evitar de enxergar o acessório como um pedacinho do garoto que poderia carregar consigo e um curto sorriso brotou em seus lábios. Diferente…
Depois que mandou a mensagem ao Richard, não demorou muito para que o motorista chegasse e as Navarro pudessem seguir em direção ao edifício no trânsito tranquilo da tarde da noite. Para alguém que não queria passar tanto tempo no evento, saírem de lá naquele horário era de se causar estranhamento e Jade não deixou esse detalhe passar batido ao interrogá-la incansavelmente sobre a festa. Era óbvio que não contaria que passou praticamente o evento inteiro ao lado de Dick e afastados do salão, então Riley contornava com criatividade cada pergunta lançada sem o medo de sua mãe se irritar por não receber respostas concretas, porque a mulher parecia girar numa órbita diferente da sua e perguntava mais para demostrar um interesse que sua mente não estava muito de acordo. Checando a notificação que fez o celular vibrar em seu bolso, a morena riu silenciosamente ao ver a mensagem de Dick, mas se dando ao trabalho de responder com apenas um emoji de joinha antes de seus olhos irem diretamente para a sua mãe praticamente adormecida no veículo. Uma vez dentro do apartamento, Riley foi à cozinha fingir beber água para ter uma visão mais panorâmica do local e acompanhar discretamente cada passo de Jade, que estava demorando um pouco mais que o imaginado para entrar no quarto e anunciar o fim de sua existência naquela noite. Dessa forma, quando a mulher finalmente fez o que sempre fazia depois de festas, a morena mandou uma mensagem ao garoto, correu para fechar Luka em seu quarto (impedindo que a cadela começasse a latir por sentir a aproximação de alguém do outro lado) e voltou com pressa à sala, sentando no braço do sofá e encarando a porta com expectativa. Diferentemente das outras visitas que recebeu de Dick, Riley não esperou alguns segundos antes de atender a porta, porque o fato de estarem fazendo aquilo escondido e com altos riscos de serem pegos por Jade era uma desculpa suficientemente forte para demostrar a sua pressa em vê-lo. Acompanhou-o até o quarto, liberando uma Luka extremamente agitada em ver a figura do rapaz e que tentava a todo custo receber a atenção que acreditava merecer depois de tantos dias sem receber suas visitas; tinha que admitir que vê-la tentando escalar a cama quando Dick se jogou no colchão tão folgadamente foi bem engraçado. — Você não pode ignorar sua irmã! — brincou com a voz baixa auxiliando a cadelinha a subir também na cama e achando graça na forma como ela tentava lamber o rosto masculino. Depois de recolher os sapatos de Richard e guardá-los num canto do quarto, Riley sentou na beira do colchão dando duas tapinhas nas pernas dele. Como tentou ao máximo ignorar qualquer surto referente ao convite dele dormir em sua casa, Navarro agora começava a perceber a situação em que se enfiou. — Os colchões extras estão no quarto da minha mãe, então teremos que dividir a cama. — respondeu da maneira mais casual que pôde. Não tinha para quê se sentir esquisita, já havia dormido junto de alguns amigos e amigas antes… — Tem espaço suficiente para nós dois. Você fica com uma metade e eu fico com outra. — disse se levantando e levando o joelho no que acreditava ser a metade do colchão. Não foi uma surpresa saber que Dick não estava preparado para aquela noite, então apenas deu de ombros antes de ir ao próprio armário pegar uma toalha e algumas peças: uma camiseta básica branca e uma bermuda preta. — Pode usar essas roupas. — colocou-as na borda da cama com um sorriso divertido por aquela não ser a primeira vez que o veria usando coisas suas. — O sabonete que usamos é líquido, então dá para você tomar banho tranquilo. E sobre a escova de dentes: tem uma rosa num potinho… é a única que ‘tá lá. Enfim, ela é nova e não usei ainda, então pode usar que eu pego outra para mim. — explicou buscando a mão do garoto para puxá-lo. — Toma banho primeiro que eu organizo as coisas por aqui. — pediu.
Enquanto Dick se banhava, Riley fechou as cortinas e organizou a cama da maneira que julgava como necessária: uma pequena muralha feita com a colcha que antes forrava sua cama, deixando dois lençóis em cada metade para que toques acidentais não fossem um risco. A ideia de dividirem uma mesma cama já agitava a garota o suficiente, então viraria a noite fácil se fossem dividir as cobertas. Navarro estava tão concentrada em arranjar maneiras de evitar que novos episódios como o do banheiro acontecessem que esqueceu completamente de remover a tira de fotografias do painel magnético, um detalhe que não escondia apenas pelo conteúdo das fotos, mas também pela mentira de tê-la perdido. Claro que podia muito bem ter se livrado dela para evitar um possível mal-entendido, mas Riley não queria perder aquela memória tão preciosa e que agora, mesmo que baixinho, admitia ser seu tesouro. Sentada na borda da cama, a morena tirou os olhos no anel masculino quando Dick apareceu na porta. — Pode ir se deitando, se quiser. Esse é o interruptor da luz. — apontou para o que se referia antes de pegar suas coisas e partir ao banheiro.
DICK says...
quando dick se desculpou aquele dia em sua casa logo após a pequena catástrofe causada pela sua falta de habilidade em se controlar, ele falava a verdade, mesmo que soasse masoquista se desculpar por um sentimento que ele não tinha controle nenhum sobre, mas o brilho do pânico nos olhos da garota foi o suficiente para fazê-lo se arrepender de não seguir com seu plano inicial de só dizer alguma coisa quando estivesse pronto para partir, porque viver com o não saber parecia muito menos torturante do que aquela grande dúvida do que poderiam ser, todos aqueles e se que surgiam diante de cada recíproca de riley e cada palavra sua aberta para interpretações. suas palavras haviam sido sinceras, mas entre aquele jogo de empurra-empurra ele não podia desconsiderar que talvez sua sinceridade pudesse ser confundida com insistência para de alguma forma conseguir uma resposta da garota, suas reações não passaram despercebidas e o fez acreditar cada vez mais que talvez estivesse forçando algo que não existia e aquela era a última coisa que queria, ele estava mais uma vez pronto para tentar invalidar seus sentimentos ao se desculpar pelo deslize de sua língua quando aquele novo contato entre eles roubou toda sua capacidade de fala coerente, tornando a sua vez de suspirar, deixando a palma da garota sobre sua mão oposta para que pudesse passar seu braço pelos ombros dela, seus dígitos se perdendo nos fios da garota em um leve carinho ao mesmo tempo que escondia seu rosto em seus cabelos, deixando um soturno selar de seus lábios no topo de sua cabeça. ficou grato quando riley não questionou suas ações, porque, sinceramente, nem ele sabia direito porque havia feito aquilo, mas de uma coisa sabia: gostara do resultado e custou para tirar os olhos do acessório (na verdade era de suas mãos interligadas, mas ele estava tão acostumado a se enganar que ficava difícil parar depois que começava).
por não ter sido recepcionado na porta como de praxe, dick assumiu que luka talvez estivesse dormindo e em seu surto de preguiça ao ver uma cama confortável bem em sua frente, acabou nem notando a presença da cachorrinha até que sentiu suas patinhas puxando o lençol em sua tentativa falha de alcança-lo, seus olhos praticamente brilhando quando riley a auxiliou a subir, virando-se até que estivesse deitado de lado, os braços abertos quando luka partiu para o ataque de seu rosto, mesmo quando dick tentava de toda forma se esquivar, conseguindo acalmar um pouco seus ânimos quando a segurou contra seu peito com seu braço esquerdo, usando a sua destra para esfregar a barriguinha dela com carinho. — que saudade desse carinho. — disse com um breve riso quando teve que se esquivar de mais uma tentativa de dar uma lambida em seu rosto, tendo que soltá-la em favor de segurar o focinho de luka entre suas palmas, a encarando como se ela pudesse entende-lo, — eu só vim por sua causa. — sussurrou alto o suficiente para que riley pudesse ouvir a sua brincadeira, desviando seu olhar de luka para a sua dona com um sorriso brilhante no rosto, estreando a sua lista de sorrisos genuínos da noite, a forma como luka parecia gostar dele muito melhor do que qualquer terapia. a notícia que dividiriam a cama já era esperada, mas ainda assim tirou uma reação de dick, sua mente sendo atraída para o sonho tão palpável daquele dia que havia pego no sono no sofá com riley, e se acabassem daquela forma de verdade daquela vez? apenas assentiu como resposta, afinal não tinha nem motivo para ficar imaginando coisas, eram apenas dois amigos dormindo na mesma cama, meio metro de distância porque eles não estavam apaixonados. — eu sou maior, acho que mereço mais espaço. — implicou, mais para se distrair de seus próprio pensamentos do que qualquer coisa. encarou as roupas sobre a cama com a sombra de um sorriso nostálgico que ele tentava conter, assentindo obedientemente diante das instruções de riley, fazendo um pouco de drama na hora de se levantar ao deixar seu corpo mais pesado em uma clara refusa, mas logo cedeu e já ia em direção à porta com as peças separadas para si nos braços. antes de de fato seguir para o banheiro, parou pela porta para inspecionar as peças que a garota havia separado para ele, estendendo a camiseta e a toalha em seu antebraço para que pudesse evidenciar a bermuda, colocando a peça sobre as suas pernas, bem mais alto do que realmente usaria para dar a impressão que era uma peça curta e assim poder mirar um sorriso sugestivo para a garota, — eu sabia que você queria ver as minhas pernas. — negou com a cabeça em falsa censura, tendo que morder os lábios para não rir ao se apressar para fechar a porta atrás de si.
não demorou tanto quanto em sua casa porque era educado o suficiente para não abusar da hospitalidade dos outros, mesmo que o diabinho em seu ombro dissesse para ele ficar mais até acabar com toda a água quente, mas ele era um anjinho e claramente não queria apanhar de riley. ainda mais sonolento e relaxado do que antes, voltou para o quarto com a toalha sobre os ombros para evitar que os pingos de seus cabelos deixassem uma bagunça para trás, suas peças de roupas dobradas de forma cuidadosa e colocadas no cantinho livre da escrivaninha de riley junto com sua carteira, celular e chave do carro, quando se voltou para a garota, trocando seu olhar entre ela e a cama arrumada, não pode conter um riso suava enquanto negava com a cabeça. — sério isso? não confia em mim? — ele próprio não confiava em si mesmo, então estava grato por aquela precaução da garota, mas não era como se fosse admitir. — vou te esperar. — assentiu, se sentando na beira da cama e chamando luka para que pudesse pegá-la no colo como um bebê, um último olhar inocente que combinava com o da cachorrinha direcionado para riley antes da garota ir para o banheiro, uma promessa silenciosa de que se comportaria.
o que era bem mais fácil na teoria do que na prática, pois não aguentou nem dois minutos sentado ali mesmo com a distração de luka e, colocando-a no chão, permitiu-se explorar um pouquinho do cantinho de riley, alguns dos detalhes que havia percebido em suas chamadas de vídeos trazendo pequenos sorrisos para seu rosto, estranhando a sensação de familiaridade mesmo sendo a primeira vez que se via assim no quarto da garota. estava pensando consigo mesmo sobre como comentaria com riley quando ela voltasse que talvez estivesse um pouquinho envergonhado de ter tido a coragem de dizer aquele dia que seu quarto não estava bagunçado, porque agora entendia seu ponto de vista, mas seus olhos se perderam em seu quadro de avisos quando olhou de relance e imaginou ter visto algo familiar, exceto que não foi sua imaginação e ele se viu totalmente travado diante das fotografias que haviam lhe deixado tão curioso e foi o suficiente para expulsar todo o ar de seus pulmões quando alcançou e tirou-as dali de forma hesitante, porque agora entendia a relutância dela de mostrar-lhe a foto no dia que as tiraram, podia ver espelhado na expressão dela todo o querer que ele carregava na sua própria e aquela visão fez seu coração vacilar antes de acelerar absurdamente, o barulho tão alto em sua cabeça que nem ouviu a porta se abrindo quando ela voltou. se era daquela forma que se olhavam, não conseguia entender porque nenhum dos dois tinha a coragem de tomar alguma atitude. tentando não parecer que havia sido pego fazendo mais uma coisa que não devia, piscou algumas vezes antes de falar, um sorriso forçado tomando conta de suas feições, — achou, foi? — evidenciou a fita em sua mão, torcendo para que elas não estivessem trêmulas, seu objetivo não era soar amargo nem nada, mas ele mirou na animação de ter aquela lembrança de volta e acabou acertando na frustração que o último quadrinho resgatou em si. — é injusto só você ter uma cópia. — disse por fim, devolvendo a fita para o lugar de onde havia pego, fazendo seu caminho para o seu canto da cama e ocupando-se em secar desajeitadamente seu cabelo com a toalha para poder dormir logo, haviam sido emoções demais para uma noite só e ele não via a hora dela acabar.
RILEY says...
Riley não admitiria tão facilmente o quão adorável eram as interações entre Dick e Luka, mas encontrava-se tão cansada graças ao acúmulo de noites mal dormidas e o horário que nem sequer conseguiu esconder a ternura presente em seu olhar enquanto acompanhava a cadela animada tentando o lamber. Era bastante simples conquistar o coração de Luka e todos seus amigos mais próximos criaram um vínculo com a pet, mas nenhum deles parecia ter uma reserva energética suficiente para brincar ou acariciá-la ao ponto de suprir toda a carência da cadelinha e Richard aos poucos se encaixar nesse padrão de aprovação. Com um sorriso divertido no canto de seus lábios, a morena revirou os olhos com a brincadeira do garoto, porém precisou engolir em seco ao ter o brilhante sorriso dele apontado para si, porque vê-lo transmitir tamanha felicidade, mesmo que por algo simples, fazia seu coração palpitar com facilidade e isso ainda não era algo que estava acostumada a lidar. — Se você quer mais espaço, então você vai pro chão. — disse curta e grossa, embora se essa opção fosse viável, Riley certamente a escolheria por não alimentar seus pensamentos ansiosos sobre dormir numa mesma cama com o rapaz. Já haviam caído no sono juntos antes num espaço muito mais estreito, seu rosto esquentando apenas ao lembrar da forma como estiveram agarrados e como passou a abraçar o próprio travesseiro nas noites seguintes depois do acidente, mas essa última informação sendo excessiva até mesmo para si, que preferia atrelar a mudança apenas à busca por maior conforto. Quando Dick se levantou para ir ao banheiro, Riley sentou na borda da cama e alcançou Luka para a colocar no colo e acariciar as dobrinhas do pescoço dela, mas sua atenção se voltou ao outro quando ele aproximou a bermuda escura do corpo, sendo responsável pela nova revirada de olhos acompanhada de uma leve risada. — Nossa, você realmente leu meus pensamentos. — retribuiu a brincadeira com deboche enquanto utilizava sua palma para cobrir os olhos de Luka como se o mais alto fizesse algo indecente.
Organizar o quarto para dormirem logo após os banhos foi bem rápido, então o tempo que restou até que Richard retornasse foi preenchido pela sua própria tentativa de acalmar o caos que se instalava aos poucos em seu interior só de imaginar a respiração tranquila dele enquanto dormia ou de se imaginar acordando e tendo o rosto dele adormecido tão próximo do seu, cenas e sensações tão domésticas e doces que sua respiração vacilava. Talvez aquele muro de cobertas seria capaz de impedir que fizesse algo que se arrependeria futuramente. — Não mesmo. — apesar do tom divertido, no fundo, Riley não tinha confiança nela própria quando suas reações conseguiam ser tão automáticas e imprevisíveis. Antes de levantar da cama e seguir ao banheiro, seu olhar analisou a figura masculina por alguns segundos, achando graça na maneira como suas peças conseguiram servir nele mesmo que seus corpos fossem bem diferentes e isso arrancou uma fraca risada que poderia até mesmo soar sem sentido já que os dois estavam em silêncio. Será que o cheirinho dele se instalaria naquela camiseta igual a última emprestada? Okay, Riley, pense menos… bem menos. Com as roupas nos braços, a morena deu uma última olhada no Dick já colado com a cadelinha e só lançou um olhar para que ele não inventasse de fazer barulho ou qualquer coisa que fosse foder os dois.
Seus banhos não costumavam ser demorados, mas quando sua cabeça se encontrava cheia, era inevitável ganhar uns minutinhos a mais de baixo do chuveiro para se concentrar nas gotas caindo por sua pele e deixar que a água levasse consigo todos seus pensamentos. Contudo, Riley precisou se policiar para não demorar demais e não dar brecha para que Dick fizesse alguma besteira ou fosse procurar saber de seu paradeiro, então quinze minutos foram suficientes para se banhar, trocar de roupa e passar alguns produtinhos de skincare; tentando seguir com seu ritual num tempo reduzido só para convencer a si mesma de que nada fora do usual acontecia e também poder encaixar a presença masculina na mesma normalidade que seus amigos estão quando passam a noite em seu quarto. O que não esperava era entrar no cômodo e já ter toda sua linha de raciocínio destruída ao ver que havia esquecido do principal: se livrar da tira de fotografias. Levando as mãos à barra da camiseta escura, Riley não conseguiu esconder o quão despreparada estava para uma pergunta tão simples quanto aquela enquanto vários xingamentos percorriam sua mente em auto-repreensão. — É… — começou a falar não conseguindo mirá-lo nos olhos. — O Matthias encontrou e me devolveu esses dias… esqueci de falar. — mentiu dando de ombros, porém seu olhar desviado e ombros tensos a entregavam. O que ele estava pensando? O que ele achou das fotos? Riley não tinha a coragem de ver seu rosto e descobrir, então quando Dick devolveu a tira ao seu lugar de origem e se dirigiu até a cama, sentiu como se toneladas saíssem de seus ombros. Ou parte delas, porque agora ele devia saber de alguma coisa e essa informação poderia foder com muita coisa… Mas e o diferente que estava começando a atraí-la? Navarro definitivamente se encontrava cada vez mais fraca e perdida naquela neblina que era sua relação com o garoto. — Você pode tirar uma foto dela amanhã. — disse tentando soar tranquila e casual, mas só a ideia dele ter aquelas fotografias ao alcance fazia suas mãos tremerem por não saber os efeitos borboleta que se seguiriam. Pense menos, por favor. Respirou fundo. Após deixar Luka sair do quarto, Riley pegou sobre a escrivaninha uma luminária de tomada e a plugou próxima da cama para não ficarem no completo escuro quando desligou o interruptor, além de acreditar que a luz esverdeada que passou a iluminar precariamente o quarto ajudava a relaxar e era exatamente isso o que precisava. Indo para seu lado da cama e puxando o próprio lençol, já conseguia sentir sua respiração falhar com a visão privilegiada que tinha de Dick se preparando para dormir e sua mente não demorou para interpretar aquela falta de palavras como awkward. — Se você ultrapassar os seus limites, serei obrigada a te empurrar para fora da cama. — avisou dando tapinhas suaves sobre a mureta de cobertas que os separavam e sua atenção indo ao anel que ainda usava. — O anel. — chamou a atenção dele mostrando sua mão. Como deveria perguntar sobre ele? — Você quer de volta? — questionou baixinho, mas já se sentindo chateada com a ideia de devolvê-lo. — Eu posso ficar com ele? — então prontamente corrigiu a interrogação.
DICK says...
cada vez mais habituado a ser o receptor do olhar ameaçador de riley, não foi difícil ignorá-lo em favor de explorar os detalhes de seu quarto em uma mostra da mais pura teimosia que o faria se arrepender daquela ideia assim que colocasse os olhos naquelas fotografias, tinham tantos detalhes para se prender, tanta vida naquelas paredes para explorar, algo que ele já previa pelos vislumbres que tivera pela tela de seu celular, mas que a sua mente já havia preenchido as lacunas de como seria em sua totalidade, porque era algo indiscutivelmente riley, era realmente uma pena que sua visão em túnel o fizesse focar naquilo que mais o afetaria, o fazendo remoer todas as formas como podia ter sido diferente ao que uma sensação estranha tomava conta de si ao reviver aqueles momentos registrados, ele podia apontar com precisão o momento em que baixou a sua guarda, se esquecendo de todo o teatrinho da amizade que tentava se convencer ser tudo que sentia, tudo parecia tão forçado agora que havia admitido a verdade e ele não pode conter um riso sem muito humor por contemplar se ele havia sido tão óbvio aquele tempo todo, contudo duvidava muito, já que mesmo tendo uma prova concreta de sua adoração, como mostrada no terceiro frame onde ele já havia decidido o que queria, e mesmo assim riley ainda achava que ele estava confuso, mas confusa mesmo era aquela situação que ele conseguiu se enfiar e também era idiota o suficiente para não querer sair. não tendo uma resposta verbal, apenas assentiu diante da explicação dela, aceitando-a sem pensar muito porque seu default era sempre confiar cegamente naqueles a sua volta porque era ingênuo o suficiente para acreditar que não mentiriam para ele. analisava as reações femininas sem conseguir decifrá-las, era algo assim tão ruim ela ter resgatado aquela memória? será que elas a faziam se sentir tão pesada como ele próprio estava se sentindo naquele momento? preferia se convencer enquanto se preparava para dormir que talvez ela só estivesse brava que ele havia bisbilhotado o seu espaço, era mais fácil pensar daquela forma do que abrir espaço em sua mente para maiores exageros, porque analisando a situação, era bem estúpido de sua parte se ver consternado daquela forma diante de algo tão pequeno como aquilo. — posso? okay. — mesmo que minimamente, sorriu para a garota. fora a posição privilegiada em seu painel, dick não identificou nenhuma reação da garota que mostrasse que ela fosse apegada as fotografias e quase pediu se ele podia as ter se aquele fosse o caso, mas decidiu se contentar com a foto da foto porque já havia se infligido tortura demais por uma noite só.  
cansado demais e julgando o seu cabelo seco o suficiente para continuar usando aquela desculpa para esconder um pouquinho de sua inquietação, se levantou para estender a toalha no assento da cadeira de sua escrivaninha porque na meia luz não confiava em si mesmo para dar mais de dois passos sem acabar fazendo barulho. Estava checando seu celular uma última vez quando a fala da garota arrancou de si um risinho desacreditado, — eu já disse que vou me comportar. —  negou com a cabeça, desligando o aparelho em suas mãos depois de desistir de tentar decifrar algumas das dezenas de novas mensagens de richard e definitivamente ignorando as mensagens de voz em sua caixa postal porque sabia que essas seriam longas, retornando-o para o topo de sua pilha de roupas antes de ocupar o seu lado da cama, tomando um cuidado exagerado e até mesmo teatral de não tocar na muralha de cobertas entre eles para mostrar à garota que estava falando sério antes. ela voltar naquele assunto o surpreendeu um pouco, porque até então imaginou que seria mais uma daquelas coisas que eles não falavam sobre, levou um tempinho para respondê-la, não conseguindo resistir à tentação de levar a sua mão até a da garota, tecnicamente ali ainda estavam em território neutro, segurando seus dedos de forma cautelosa enquanto corria seu polegar sobre o anel, — uma compensação por ter me aguentado a noite toda. — disse por fim, nem ele sabia ao certo qual era seu objetivo com aquilo, só sabia que ia além de sua desculpa esfarrapada. — boa noite. — murmurou, deixando um leve aperto na mão da garota antes de soltá-la para poder se virar para o outro lado e dormir, tentando alcançar um nível de naturalidade páreo para quando dividia uma cama com qualquer outra pessoa que considerava sua amiga e falhando miseravelmente quando mesmo cansado como estava, movia-se a cada minuto que não conseguia pegar no sono magicamente. levando em consideração que talvez fosse o fato de que aquele não era o lado que ele costumava dormir, algum tempinho depois resolveu virar outra vez para o lado da garota, apenas um olho aberto para poder espiar seu rosto e saber se ela já tinha pego no sono ou não. era quase uma tarefa impossível não deixar se levar pela forma que seu coração acelerou com aquela visão, ela não estava fazendo nada, mas lá estava dick com seus olhos brilhando com toda a afeição que permitiu se fazer presente por trás do véu do sono e a ajudinha da luz fraca, decidindo que podia se acostumar com aquela serenidade estampada no rosto feminino. fingindo se espreguiçar em seu ‘sono’, esticou o seu braço até o lado dela, seu indicador cutucando a bochecha da garota porque se estar apaixonado daquela forma fosse capaz até de tirar seu sono, nada mais justo do que fazer a culpada por aquele sentimento sofrer ao seu lado. — rileyyy… não me ignora. — resmungou, mas nem isso conseguindo esconder o sorriso leve de sua voz suave.
RILEY says...
Como pôde ter sido tão burra em esquecer completamente daquelas fotografias no painel? Mesmo que tentasse ao máximo se convencer de que aquela nunca havia sido uma preocupação sua desde o momento que a colocou no quadro, afinal, Richard nunca tivera a real oportunidade de conhecer seu quarto nas poucas vezes que o recebeu, ainda se flagelava psicologicamente pelo tamanho deslize. Se em algum momento Riley se sentiu aliviada por esse detalhe do passeio ao fliperama ter passado batido de suas conversas, agora toda a leveza era convertida num imenso peso em seus ombros, porque a tira era apenas mais uma prova de que estivera mentindo para o garoto desde o começo e não só sobre a pseudo-perda, mas também por tudo o que sentia por ele. Ou melhor, uma prova visual que também estava mentindo para si mesma, pois amigos não se olham da forma como os dois costumam se olhar, amigos não fantasiam sobre trocar carícias como Riley costuma fantasiar e aquelas fotografias evidenciavam tudo isso. — Pode. — respondeu baixo, quando sua vontade era de dizer “não” para não ter que lidar futuramente com as possíveis consequências da nova visão que Dick teria dela, mas ao mesmo tempo não possuía a coragem necessária de negar algo que parecia também ter uma carga emocional ao outro (e essa observação a motivando a alimentar aquela mentira idiota sobre ter perdido). Uma covarde em todos os sentidos. Não conseguiu retribuiu o mínimo sorriso oferecido por Dick graças ao turbilhão de xingamentos que voavam sobre sua cabeça, preferindo desviar o olhar novamente à tira de fotografias com seu coração acelerado enquanto suas mãos agarravam com mais força a própria camiseta. Por que caralhos não conseguia ser sincera?
Riley costuma dormir na completa escuridão, plugava a fraca luminária verde apenas quando desejava vagar pelos próprios pensamentos ou fazer qualquer atividade que não fosse dormir, porém via aquela luz como uma maneira de não se encontrar em completa vulnerabilidade e, dessa forma, não deixar algo escapar de seus lábios pela falsa sensação de estar sozinha no quarto uma vez que não conseguiria enxergar o garoto ao seu lado. Observando-o levantar da cama para estender a toalha na cadeira e notando a fraca luz emitida pelo visor do celular masculino, o que despertou uma curiosidade que imaginava até que Richard preferia ignorar quando ele tão rapidamente desligou o aparelho. — Hm. Estarei de olho. — esforçava-se em manter a diversão na sua voz para ignorar todo nervosismo espalhado pelas várias partes de seu corpo: suas mãos levemente trêmulas, os dedos de seus pés se movendo com moderada agitação, seu coração acelerado… Queria se agarrar em toda e qualquer brincadeira que surgisse para não ter que admitir o que realmente sentia. Todavia, procurando assuntos para que o silencio não a incomodasse, Riley tocou no tópico errado e não demorou para se arrepender mesmo que aquela dúvida fosse algo que martelasse em sua cabeça. Até pensou em afastar a mão dele da sua utilizando como argumento a delimitação de seus territórios, mas o fato delas estarem localizadas exatamente sobre a muralha invalidava a sua fuga totalmente. Preocupada com a resposta que viria e seu peito cada vez mais agitado com a falta de palavras, felizmente ela veio sem grandes significados e Navarro não sabia ao certo se ficava decepcionada ou não por isso… o que estava esperando ele dizer? Sem uma resposta pronta na ponta de sua língua, qualquer palavra sua sobre o assunto se tornou tarde demais com o “boa noite”, o largar de suas mãos e a virada do maior, interpretando a atitude dele como o desligar de uma ligação ou quando já era muito tarde para continuarem trocando mensagens e cada um desaparecia para dormir. Por que se preocupou tanto em quebrar o silêncio quando precisava só se despedir para dormir? — Boa noite. — respondeu baixinho depois de alguns segundos ainda sem muita reação. Navarro até pensou em virar seu corpo para o outro lado, mas além daquela ser sua posição de costume, também existia a visão privilegiada do delinear de Dick oferecida pela fraca luz esverdada que iluminava o cômodo. Com os olhos percorrendo o que conseguia enxergar das costas dele, prendeu-se nos fios descoloridos da nuca dele enquanto mordia o lábio inferior com força a fim de reprimir toda sua vontade de tocá-lo. Não podia invadir o espaço dele. Fechando os olhos, Riley tentava se concentrar em dormir, mas seu interior estava agitado demais em apenas ouvir a presença de Dick ao seu lado, não conseguindo ignorar os movimentos que ele fazia sobre o colchão e às vezes até abrindo os olhos suavemente para checar como ele estava disposto. Atenta até demais no outro, soube exatamente quando o rapaz virou em sua direção e se esforçando para manter sua respiração tranquila e o semblante adormecido, pensou até em se fingir de morta quando ele passou a cutucar suas bochechas na esperança que desistisse e voltasse na posição anterior. Entretanto, o resmungo seguinte dele lhe arrancou um curto sorriso e já não seria capaz de simular estar adormecida. — Eu falei que vou te expulsar da cama se invadir o meu lado. — reclamou baixinho, buscando a mão dele em seu rosto para afastá-lo e o repousar sobre os cobertores que os separavam, porém não foi capaz de soltá-lo e nem sequer abrir seus olhos. — Vai dormir. — continuou fazendo um “shh” prolongado em seguida. Não era surpresa para si que as palavras que tentava enterrar retornariam naquele momento, porém a sabotagem de sua mente tão confusa e perdida sobre o que fazer acabou indo longe demais ao recordar da canção recomendada por Dick quando ele a deixou em casa depois da tarde ao lado dele. Claro que a música lhe acertou com força assim que a ouviu de forma tão inocente na noite já marcada pelas frustrações que viveu no banheiro masculino, ela sendo um dos motivos para se encontrar tão instável em se comunicar com o rapaz durante a última semana, porque sabia que não conseguiria responder os significados daquela canção cara-a-cara e esse também sendo um dos motivos para ter publicado seu desabafo no Soundcloud. Porém, o simples fato de ter escapado dele durante tantos dias parecia ter confirmado aos poucos o pensamento que tinha medo que ele nutrisse. Não fazia ideia quantos minutos estava em silêncio ou há quanto tempo segurava a mão dele com força, mas simplesmente não conseguiria guardar tal peso em seu peito. — You’re not hideous. — sua voz saiu de maneira instável por não conseguir calibrar o quão alto ou baixo deveria falar para ser compreendida, então abriu os olhos a fim de finalmente enxergá-lo. Será que ele conseguia ouvir as batidas de seu coração? Porque sentia como se estivessem tão altas a ponto de preencher o cômodo inteiro. Caso Dick estranhasse sua fala, Navarro escaparia do mal-entendido com alguma brincadeira ou um novo “boa noite”, porque, felizmente, tinha a certeza de que ele não seria capaz de ver seu rosto vermelho em vergonha.
DICK says...
era até idiotice se esforçar para tirar a garota de sua cabeça quando ela estava tão perto a ponto de estar ao alcance de suas mãos, o seu cheiro suave que tomava conta das roupas de cama o envolvendo e embaralhando todos os seus sentido, ele devia ter considerado a dificuldade que seria pregar os olhos com seus pensamentos correndo por sua cabeça, mas havia sido um detalhe que ele preferiu não se atentar tanto assim porque não imaginava que os efeitos o atingiriam de forma tão avassaladora. tomou o cuidado de deixar um leve carinho em seu rosto antes de ter sua mão afastada, porque a visão da expressão de riley com aquela placidez característica do sono (mesmo que forçado, como ele acabou descobrindo depois) sendo substituída por seu pequeno sorriso fez seu coração fazer algumas acrobacias em seu peito, decidindo que estava disposto a fazer qualquer coisa para ver um sorriso no rosto da garota, um pensamento perigosíssimo diante da visão turva do que o futuro planejava para eles, mas não menos verdadeiro. — não invadi nada, foi só uma visitinha. — brincou, tomando a liberdade de se aconchegar cada vez mais próximo da muralha, seu rosto quase sobre as cobertas e já tinha até a desculpa perfeita na ponta da língua caso ela questionasse a sua proximidade: assim poderiam falar mais baixo, diminuindo as chances de serem pegos naquela cena comprometedora. ele não esperava que o toque em sua mão fosse permanecer depois de expulsá-lo de seu lado da cama, mas dick não estava ali para reclamar de suas pequenas vitórias, buscando entrelaçar seus dedos nos dela para tornar o aperto mais confortável e seguro. — ‘tô indo já. boa noite. — revirou os olhos dramaticamente em protesto por ter sido cortado antes que pudesse encontrar algum assunto aleatório que os manteriam acordados pelo resto da noite porque conhecia muito bem a capacidade dos dois de conversarem abobrinhas. não abandonou exatamente a sua posição, pois seu rosto continuava voltado na direção da garota, mas permitiu-se relaxar um pouco sobre o colchão ao deitar de costas, quem estava preocupado com os lados ali não era ele, então não viu problema algum em puxar a mão da garota até seu peito, onde repousou suas mãos interligadas, um sorriso satisfeito se fazendo presente em seus lábios enquanto analisava o rosto de riley uma última vez antes de tentar pegar no sono, acalentado pelo toque inocente de suas palmas, feliz que não havia sido privado daquilo que considerava um privilégio. dick realmente estava tentando pegar no sono quando foi surpreendido pelas palavras de riley que o fizeram segurar a respiração como se tivesse desaprendido todas as suas funções básicas, desde a forma que seus pulmões se recusavam a processar o ar até as batidas perdidas de seu coração, se suas sobrancelhas unidas em confusão e os lábios em uma linha fina não entregassem que estava acordado o aperto de sua mão na dela ainda sobre seu peito se tornando gradativamente mais firme faria aquilo por ele que ainda se recusava a abrir os olhos. havia indicado aquela música em um surto e se arrependeu logo depois, a sua única esperança era que talvez ela fizesse uma interpretação equivocada daquilo também, porque ele preferia que ela pensasse que aquela era só mais uma música lenta de sua coleção do que fazer aquela conexão que era como a sua falta de palavras aquele dia no banheiro tinha o feito se sentir. ele não sabia nem o que dizer ao abrir seus olhos lentamente, seu coração acelerando o ritmo ao pegá-la já olhando para si, sua mão livre apertando o lençol ao seu lado para tentar o impedir de fazer qualquer coisa que se arrependeria depois, mas… talvez fosse o efeito de uma junção de toda a carga emocional da noite o deixando instável, aqueles momentos de proximidade registrados nas fotografias que se recusavam a sair de sua mente, aquele encantamento que tomava conta de si sempre que se via sustentando o olhar feminino, só não estava totalmente preso em seus olhos porque descobriu alguns instantes depois que sua fixação se tratava do rosto feminino como um todo, seus olhos atentos a cada detalhe até que chegassem no inevitável que ele já havia aprendido ser um caminho sem volta; seus lábios. era estúpido, completamente estúpido, mas não se permitiu pensar demais porque sabia que se acovardaria como todas as outras vezes, então apena agiu, invadindo o lado de riley em um rápido movimento, sua mão indo para o maxilar feminino ao mesmo tempo que já tinha seus olhos fechados, seus lábios no canto da boca de riley por ser o máximo que se permitiria sem se odiar depois por ter tomado uma decisão que pertencia aos dois.
RILEY says...
Não existia um único motivo para simplesmente ser incapaz de segurar aquelas poucas palavras em sua garganta, mas sim um conjunto de sentimentos e estímulos que foram pouco a pouco se acumulando até que seu peito doesse de tanto segurá-los por imaginar que permanecer em silêncio seria ainda pior. Aliás, o que deveria ser considerado ainda pior para Riley? Porque as únicas duas rotas que conseguia enxergar nunca eram boas o suficiente e sua mente naturalmente ansiosa trazia um mesmo desfecho para as duas situações: a separação. Então qual deveria escolher? A sua frustração nascia exatamente da necessidade de definir como destruiria tudo o que existia entre eles, porque depois da declaração feita por Dick, não poderia mais permanecer caminhando naquela linha tênue entre querer e não querer… A última coisa que desejava era brincar com os sentimentos do rapaz, especialmente quando ele só lhe oferecia sensações boas. Não seria justo. Seguindo essa linha lógica, a melhor opção talvez seria falar o que sentia aos poucos, dar dicas discretas sobre como seu coração funcionava e ir administrando com calma as consequências de suas palavras e atitudes. Entretanto, tanta coisa havia acontecido aquela noite ao Dick e dissera tantas coisas sem o uso da fala que a morena já não tinha mais certeza se a escolha de resgatar aquela canção foi a mais sensata. Mas se não dissesse agora, quando diria? Essa ideia de ir aos poucos também lhe soava como uma fuga, afinal, como definiria o que é muito ou pouco? Como definiria o tempo ideal para fazer ou falar determinadas coisas? No fim, Riley era apenas uma idiota incapaz de ser cem por cento sincera, que prefere mentir de pouquinho em pouquinho para não machucar. Para quê ter tanto controle quando não se pode controlar o destino? O silêncio de Dick fez sua respiração se tornar mais rápida e estava prestes a dar uma nova despedida para não ter que lidar com a nova tsunami de dúvidas, porém não conseguiu ignorar quando ele segurou com mais firmeza a sua mão. Os olhos femininos foram brevemente até os seus dedos entrelaçados antes de retornar ao semblante confuso e perdido do rapaz, mas a sensação que tinha era do coração masculino estar tão bagunçado quanto o seu, pois conseguia senti-lo mesmo que minimamente sob sua pele e sua a vontade sendo de espalmar a própria mão sobre o peito dele a fim de garantir que não estava sozinha. Junto a isso, não foi difícil notar a visão dele repousando vagarosamente em seus lábios, porque chegava a ser ridícula a quantidade de vezes que aquilo aconteceu e que tentou escapar ou ignorar, a tira de fotografias pendurada em seu painel magnético registrando exatamente um desses momentos. Entretanto, dessa vez Dick foi mais rápido e levou a mão ao seu rosto, esticando-se para praticamente zerar suas distâncias e tornar o suave toque dos lábios dele uma tortura ao canto dos seus. Permanecendo de olhos abertos, já visualizava o estrago que estavam prestes a cometer e a trilha sonora criada por suas respirações nervosas preenchiam o silêncio juntamente com seu coração em verdadeiro surto. A fraca risada sem humor soprou pelo seu nariz ao relembrar das palavras de um de seus amigos ainda naquela noite: realmente preferia permanecer na dúvida sobre o que poderiam ser? Valia realmente a pena barrar absolutamente tudo para se arrepender futuramente por não ter experimentado nenhum pouco daquela confusão? Umedecendo os próprios lábios, Navarro virou suavemente o rosto em favor do garoto para então buscar os dele desajeitadamente graças ao próprio nervosismo, quase como uma criança dando seu primeiro beijo. Pendendo o corpo levemente para trás, liberou sua mão livre para levá-la timidamente ao pescoço de Dick e poder finalmente se derreter diante da interação que há muito desejou e nunca se permitiu.
DICK says...
dizer que dick estava tenso era definitivamente o maior eufemismo da noite, tinha plena noção de que estava arriscando tudo quando avançou para cima da garota graças a um tiro no escuro, uma pequena parte de si desejando que riley fizesse, naquele momento em especial, o que ela sabia fazer de melhor: correr, empurrá-lo para longe e tentar invalidar seus sentimentos, porque era isso que estava acostumado. mas por outro lado, haviam sido dois meses de espera e todos aqueles quase torturantes, quem o culparia por querer tanto algo que vinha tomando conta de seus sonhos e chegando ao ponto preocupante de também invadir seus devaneios quando acordado? era complicado demais definir como tudo aquilo entre eles havia começado, se ele conseguisse entender de onde veio aquela atração tão forte talvez as coisas seriam mais fáceis, mas se tratava de uma justaposição entre o gradual e o súbito que era capaz de deixar até a mente mais iluminada no escuro e, bem, dick não era assim tão brilhante. o riso da garota parecia tão fora do lugar que quase o fez recuar, o que faria quando a recusa inevitável chegasse? deveria ir embora, fingir que nada havia acontecido e que havia uma razão lógica para sua aproximação que definitivamente não se tratava de sua ânsia por ter pelo menos mais um gostinho do beijo da garota? dick estava tão perdido em suas desculpas que sentiu seu corpo congelar quando a garota deu aquele último passo que faltava para ir ao seu encontro, finalmente despertando com o toque em seu pescoço, o fazendo suspirar em alívio contra os lábios dela, seu nervosismo o fazendo resgatar uma parte inocente de si ao que seus narizes colidiram e ele não conseguiu evitar quebrar o beijo por um breve instante para poder soltar um risinho, roçando seu nariz contra o dela de maneira proposital e carinhosa daquela vez em forma de desculpas, seus lábios logo procurando os dela novamente para retomar o contato em um beijo lento e carregado se afeto.
incapaz de abrir seus olhos para não quebrar aquela ilusão de que tudo ainda estava normal, também era incapaz de separar seus lábios dos feminino por muito tempo, deixando ali diversos selares carinhosos e sem pressa alguma para se afastar, a ponta de seus dígitos perdidas por entre seus fios azuis ao que seu polegar acariciava a maça do rosto de riley, seu toque deslizando até os lábios dela onde contornava a sua boca como se ainda não tivesse certeza de que o que aconteceu era mesmo real e não apenas mais um troque de sua mente. com sua testa encostada na dela, abriu seus olhos aos poucos, não sendo capaz de esconder o afeto que explodia em seu peito nem que tentasse, mas também existia uma chama de aflição, porque dada a ordem de como as coisas aconteciam com eles, ele teria apenas alguns minutos para poder imaginar um futuro onde aquela sensação estranha na boca de seu estomago e seu coração em estado caótico se tornariam algo recorrente, antes que eles passassem a agir como se nada tivesse acontecido ao tentar invalidar o momento carregado, porque ele honestamente não sabia o que esperar, mas nunca ficaria tão feliz de estar errado se aquele fosse o caso. seu aperto firme na mão dela não vacilou até aquele momento quando ele trouxe suas mãos unidas até próximo de seu rosto para deixar um leve beijo onde as articulações de seus dedos se encontravam antes de separar suas mãos, colocando a palma feminina sobre seu peito para evidenciar apenas um dos efeitos que ela tinha sobre ele. agora com as mãos livres, passou seus braços ao redor da cintura da garota em um abraço apertado, seu rosto buscando de imediato o pescoço dela para se esconder, deixando um beijo terno em seu ombro antes de permitir-se intoxicar por seu perfume, a ponta de seu nariz percorrendo a extensão da lateral do pescoço de riley vagarosamente, seus lábios deixando pelo seu caminho pequenas carícias em forma de sutis selares. se pudessem ficar daquela forma para sempre…
RILEY says...
Sua relação com beijos sempre foi complicada, porque sentia que estava fazendo algo errado quando comparava suas experiências com os discursos das outras pessoas, mas aos poucos vinha percebendo que, na realidade, as coisas só funcionavam de maneira diferente consigo. Acostumada a relacionar aquela interação com vazio e uma mistura de fluidos que resultavam um cheiro pouquíssimo agradável, Riley foi surpreendida por uma sensação completamente nova quando beijou quem viria a ser sua ex-namorada e agora a situação se repetia com Dick. Achando graça no quão despreparados estavam para aquele primeiro beijo, o peito da morena praticamente explodiu enquanto seus lábios deslizavam pelos dele com gentileza e a mente feminina preocupava-se mais em transmitir toda a paixão que sentia pelo garoto do que em analisar a forma como o contato acontecia, os detalhes desagradáveis desaparecendo em meio a tanta afeição. Navarro encontrava-se hipnotizada demais com o quão certo as coisas fluíam entre ambos e o quão certo pareciam ser. Quando seus lábios se separaram, a garota tentou impedir ao prolongar cada selar depositado por Dick, pois tinha ciência de que em breve todo aquele mix de sensações boas se converteriam em outra coisa quando precisasse acordar para a realidade e isso era a última coisa que desejava. Pelo menos não naquela noite. Com os olhos fechados, Riley concentrava-se nos toques carinhosos que eram espalhados por seu rosto e no som oferecido por suas respirações descompassadas, que transpareciam o quão desejosos estiveram por aquele beijo depois de tantos quase frustrados, ao mesmo tempo que a ponta de seus dedos trêmulos acariciavam o maxilar masculino delineando-o com extrema delicadeza. Precisou abrir os olhos ao ter um beijo depositado em suas mãos ainda unidas, os estímulos visuais oferecidos pelo diferente olhar de Dick (ainda mais ameno que o normal) e a luz esverdeada pareciam ser demais para seu corpo, que passou a tremer um pouco mais e todo seu interior se bagunçando de uma maneira que há tempos não sentia; porém esses sendo sentimentos que apenas se intensificaram ao ter sua mão espalmada sobre o peito masculino para sentir os batimentos tão acelerados quanto os seus naquele momento. Sua respiração falhou mais uma vez com a nova aproximação de Richard, o rosto masculino encaixado na curva de seu pescoço trazendo uma sensação de familiaridade por não ser a primeira vez que o fazia, mas os selares distribuídos pela sua pele sendo um atributo totalmente novo e capaz de oferecer novos arrepios. Riley tinha ciência do próprio medo, pois lhe era tão palpável que doía, mas agora que tinha Dick tão próximo a si, não queria deixá-lo ir. O estrago já havia sido feito. Permitindo que seu braços o abraçassem em diferentes disposições: sua canhota passando pela cintura e sua destra, pelos ombros dele; suas mãos espalmadas nas costas masculinas tornavam o contato ainda mais apertado enquanto sua garganta parecia lotar novamente de palavras. — P-por favor… — forçou a quebrar o silêncio, precisando se esforçar ainda mais para conseguir falar. — … vamos fingir que nada disso aconteceu quando amanhecer. — precisou se afastar minimamente para olhar em seus olhos. Aquela não era a maneira como desejava se expressar, porque Riley só queria manter tudo na normalidade e ter tempo para digerir toda a tsunami. — Porque eu não sei… — tentou acrescentar, mas suspirou frustrada. Levando uma de suas mãos ao rosto masculino, uniu suas testas mais uma vez. Por que caralhos não podia ter todas as suas respostas na ponta da língua?
DICK says...
esperar aquele resultado e ouvir as palavras duras de riley eram duas coisas completamente diferentes e no fim acabou machucando muito mais do que ele esperava, porque em seus devaneios sempre havia uma pontinha de esperança em meio a toda negatividade, agora com aquelas palavras pesando entre eles não tinha mais para onde fugir. entretanto, ele bem que tentou, se recusando a abrir seus olhos quando riley afastou-se de seu rosto, apertado as pálpebras como se buscasse fugir de um sonho que havia se transformado em um pesadelo de uma hora para a outra, suas mãos se fechando em punhos no tecido da camiseta da garota, evidenciando a sua resposta pelo forma gradativamente mais ansiosa que movia com a sua cabeça em negativa pois não conseguia encontrar sua voz no meio do nó em sua garganta. riley não podia criar toda aquela expectativa e alimentar as suas esperanças apenas para destruí-lo com suas palavras, era cruel demais. — então diz que eu não sou nada para você. — finalmente abriu os olhos quando se pôs a falar em uma súplica, o brilho do momento anterior sumindo enquanto lutava contra seus sentimentos, sua voz grave amplificada pelo silêncio e a forma que aquelas palavras pareciam queimar a sua boca, porque ele estava disposto a fazer o que quer que fosse que faria a garota mais tranquila em relação à eles, ele só não conseguiria fazer aquilo se ainda tivesse a ilusão de que, talvez, as coisas pudessem se descomplicar se eles ao menos tentassem. — é só dizer, por favor… eu vou embora, eu arranjo uma desculpa para o natal, a gente nunca mais fala disso, só… — teve que se policiar quando sua voz começou a vacilar, tendo que reaprender a respirar diante daquelas palavras que era o oposto extremo do que realmente queria, dick queria ficar, mas se não fosse o que riley queria, o que ele podia fazer? — por favor não me deixa continuar acreditando que um dia você vai ser outra coisa além de minha amiga… — praticamente sussurrou, seus olhos voltando a se fechar por não aguentar sustentar por muito tempo o peso do olhar de riley, não era justo com nenhum dos dois. a mão da garota em seu rosto veio como um novo peso em seu coração, sobrepondo-a com uma de suas mãos para tentar prolongar ao máximo aquele contato, temeroso que talvez fosse sua última oportunidade. seus dígitos ofereciam um leve carinho no dorso da mão da garota, seu rosto se voltando para a sua palma para deixar ali um beijo como já estava praticamente acostumado a fazer, a diferença daquele toque em relação aos antigos era que já não fazia mais questão de esconder a sua adoração. buscando os lábios femininos mais uma vez, não encaixou suas bocas em um beijo que já sentia tanta falta, escolhendo se torturar por alguns instantes com a respiração da garota sobre seu rosto e os roçares de seus lábios fornecidos pela proximidade, a intimidade do momento fazendo sua cabeça girar e mal sabia o que diabos estava acontecendo com o seu coração naquele ponto depois de todo o abuso sofrido naquela noite, seus olhos entreabertos estudava as feições da garota enquanto organizava as palavras que queria colocar para fora, banhados na fraca luz verde, não podia deixar de pensar que pareciam que estavam em um sonho. umedecendo os lábios, acabou roubando um rápido selinho de riley quando encontrou a sua coragem, — eu acho que gosto de você um pouquinho demais, — o surgimento de um breve risinho desacreditado foi inevitável, porque achava que aquilo já havia ficado bem claro, — eu gosto de você demais pra arriscar te perder, então se você me quiser como amigo, eu serei seu amigo, a gente pode fingir que nada aconteceu… só me deixa ficar, por favor. eu não quero te deixar. — finalizou com o que parecia ser todo o ar saindo de seus pulmões. assim como a atitude do beijo, se sentia péssimo por deixar todas as decisões para serem feitas pela garota, mas não havia nada que ele pudesse fazer quando ela não falava com ele.
RILEY says...
O pedido de Dick surgiu como uma navalha, seus olhos abrindo um pouco mais por não conseguir ignorar o poder cortante e doloroso daquelas palavras. Como deveria dizer algo que não era nenhum pouco próximo do que sentia de verdade? Riley poderia mentir sobre pequenas coisas e até esconder outras, mas falar aquilo seria demais até mesmo para o seu lado mais racional, porque Richard estava longe de não possuir significado algum para si, na verdade, ele significava muito mais do que conseguia expressar  — e esse era o grande problema. As reações que conseguia captar dele, por exemplo, as mãos masculinas puxando a sua camiseta, evidenciavam que aquele momento também não estava sendo fácil para ele e foi inevitável se sentiu uma completa idiota por imaginar que existiria uma rota mais simples. Navarro permaneceu em completo silêncio, seus olhos se desviando para baixo por não conseguir enfrentar o rosto tão entristecido do rapaz e, dessa forma, exibindo toda a culpa que sentia por tudo. Absolutamente tudo. O garoto tinha razão de cobrar por respostas e querer um desfecho, principalmente com toda a atitude que andou tendo nas últimas semanas de puxá-lo para perto e empurrá-lo para longe, além de sua falta de explicações e suas palavras ambíguas. Não estava sendo justa com ele ao patinar naquele vão e acreditar que ficaria tudo bem. Mas como diria o que acontecia dentro de si? Como conseguiria dizer algo quando sua garganta sempre a sabotava e a vontade de chorar tomava conta? Falar nunca foi seu forte e tinha medo de estragar tudo ainda mais. Mordendo seu lábio inferior enquanto assistia sua mão ser beijada mais uma vez com tamanho carinho, o ar de seus pulmões lhe escaparam completamente para dar lugar a angústia e frustração. Por que não conseguia dizer as coisas com tanta facilidade como ele fazia? Seus olhos se fecharam mais uma vez com a nova aproximação de seus rostos, os sons de suas respirações pesadas tornando seu peito igualmente pesado e seus lábios cada vez mais trêmulos pelo roçar torturante oferecido pelos dele. Tudo dentro de si parecia girar e se revirar, trazendo sentimentos extremamente negativos e não conseguindo resistir em sentir o mais puro medo de perder uma pessoa que considerava tão especial quanto Dick. — Por favor, espera. — foi a única coisa que conseguiu responder antes de receber o breve selar e sentir seu coração vacilar mais e mais a cada afirmação externada pelo outro. Caralho. — Eu preciso de um tempo para pensar. — foi uma surpresa até mesmo para Riley conseguir pronunciar aquela frase inteira mesmo com o grande nó em sua garganta. — Por favor. — repetiu baixinho enquanto suas mãos buscavam os cabelos do garoto, seus dedos ansiosos percorrendo pelos fios descoloridos e o puxando para mais próximo de si. Sabia que era egoísmo de sua parte querer os lábios dele contra os seus novamente e se deleitar com os carinhosos toques em sua pele e cabelos, mas também desejava sentir toda aquela explosão novamente para ter certeza do que realmente valeria a pena arriscar. Ter certeza do que sentia por ele. Ter certeza do também poderia perder. — Eu deixo você invadir o meu lado. — tentou brincar, porém seu corpo estava agitado demais para rir ou sorrir com leveza diante de suas palavras idiotas. — Nós já fodemos com tudo, então vamos ficar assim só até amanhecer. — pediu ainda mais baixo e, em seguida, uniu seus lábios mais uma vez. Navarro só queria aproveitar mais o pouco da coragem que teve ao beijá-lo inconsequentemente no início de todo aquele turbilhão. Aproveitar só aquela noite antes de precisar arranjar as palavras corretas para expressar tudo o que desejava dizer.
DICK says...
sua parte racional sabia que tinha feito o certo ao externar aquilo que parecia sempre ficar preso em sua garganta quando via riley assumindo que a resposta para tudo era simplesmente fugir e fingir que nada havia acontecido quando a maioria das coisas tinham a capacidade de serem resolvidas com uma séria e breve conversa, mas a outra parte de si se sentia como uma das piores pessoas do mundo ao acompanhar de perto o peso de suas palavras para a garota, todas as emoções negativas que transpareciam em suas expressões o fazendo abraça-la cada vez mais forte com o braço que ainda tinha ao redor de sua cintura em conforto ou em uma forma de se desculpar, talvez uma combinação conflitante dos dois. ele sempre aceitava prontamente qualquer coisa que saía da boca da morena justamente para evitar vê-la daquela forma, mas naquele caminho turvo que trilhavam com a sua relação sentia que se não começasse a se impor, talvez pudesse perder aquela que tanto estimava. não foi difícil perceber que as palavras não vinham fáceis para riley como surgiam para o rapaz que nunca teve medo de fazer sua voz ser ouvida, mas nem esse conhecimento tornava o silêncio dela menos angustiante, porque abria oportunidade para interpretações e sua mente traiçoeira já trabalhava a todo vapor criando cenários onde aquelas palavras realmente saíam da boca de riley e finalmente terminavam de quebrá-lo, o último golpe antes que sucumbisse aos desejos masoquistas da garota, porque mesmo quando se convencia a pensar o pior e classificar aquilo como uma paixão não correspondida, ainda existiam as poucas palavras ditas por ela aquele dia em seu banheiro, a aflição em seu rosto tinha que ser sinal de alguma coisa, ele precisava significar alguma coisa para ela quando a sua presença em seu coração se tornava cada vez maior. eram suas palavras assim tão reconfortantes? não, mas era melhor do que nada e dick estava em um ponto tão crítico que aceitaria qualquer resposta monossilábica, desde que essa contrariasse o seu pedido, então pode relaxar visivelmente, sua mão ainda segurava a camiseta dela com força, mas essa falava muito mais de sua reluta de soltar a garota do que a angustia que representava até poucos instantes. soltando o ar pesadamente, sentia que podia aos poucos voltar a respirar novamente com a agonia se fazendo cada vez menos presente em seu peito. — leve o tempo que precisar. — assentiu suavemente, soando o mais sincero possível com sua voz fraca depois daquela montanha-russa de emoções, — só… eu preciso que você saiba que independentemente do que você decidir, você ainda vai me ter. okay? — precisou dizer, porque a última coisa que queria era que suas ações impulsivas ou palavras desmedidas fossem algo que a pressionasse a dizer ou fazer qualquer coisa, o que eles tinham era delicado demais para se deixar ser decidido por aquele tipo de atitude. ele tinha quase certeza que tinha mais alguma coisa para dizer, mas as mãos da garota em seus cabelos substitui suas palavras por um leve arfar, nenhuma parte de si resistindo a toda aquela proximidade infligida, muito pelo contrário, parecia sempre buscar por mais, porque logo após soltar um fraco riso nasalado com a tentativa de brincadeira da garota, usou seu braço ao redor de sua cintura para trazê-la consigo para o seu lado em um movimento rápido, não precisando fazer muito esforço para ter a garota sobre si, sua mão livre indo para a nuca dela, seus dígitos se perdendo em seus fios ali de uma forma quase delicada em seu medo de fazer alguma coisa errada, — meu lado. — sorriu de canto, mas este perdeu um pouco do contentamento diante das palavras dela, — não fala assim. — porque ele estava gostando demais da descoberta daqueles novos toque para classificar daquela maneira. tinham complicado um pouco mais tudo que rolava entre eles? talvez, mas não podia dizer que não estava gostando da forma como os lábios dela procuraram o seu novamente, não poupando esforços para retribuir o beijo com todo o sentimento que vinha nutrindo pela garota desde o começo daquela amizade sem ao menos saber, o ritmo lento para que pudesse aproveitar e tratar cada instante como algo precioso, sua mão na nuca feminina se prendendo cada vez mais em seu cabelo enquanto espalmava sua outra mão em suas costas, tendo-a contra seu peito podia quase jurar que era possível sentir seus batimentos tão caóticos quanto os seus próprios. era a carga emocional daquele contato ou a falta de oxigênio que fazia sua cabeça girar daquela forma? perdido como estava no beijo da garota, não sabia qual era a resposta certa e mesmo quando teve que quebrar o beijo para puxar o ar para seus pulmões, não demorou para voltar a distribuir beijos pelo rosto feminino, logo descendo para o seu pescoço com toques delicados, já havia percebido que se via fraco diante de seu perfume e a sua atenção àquela parte da garota só mais uma prova. — eu não quero dormir. — admitiu ao finalmente sossegar e encaixar seu rosto na curva do pescoço dela para tentar esconder um bocejo. querer não queria, mas era impossível não sentir suas pálpebras pesarem mais a cada instante, seu cansaço tanto físico quanto emocional.
RILEY says...
As palavras utilizadas por Richard para tranquilizá-la eram perigosas, porque o tempo que Riley acreditava precisar era exatamente os meses que faltavam para o fim de tudo, preferindo que fingissem que cada deslize inexistia e continuar naquele ciclo de não querer entender ou falar o que passa em seu interior; porém não podia. Navarro tinha total ciência de que estava soando dramática para muitas pessoas, porque aquela era uma situação tão normal e poderia ser resolvida tão facilmente com uma conversa, mas o tópico de deixar alguém entrar envolvia muitas questões para a garota e era complicado demais caminhar num percurso tão confuso e conflitante. O pedido anterior feito pelo garoto dificultava a capacidade da morena em acreditar totalmente na afirmação dele de que o teria independentemente de sua escolha e não o julgaria caso quebrasse aquela singela promessa, porque sabia que as coisas se tornariam bem diferentes entre os dois, porém só balançou a cabeça preferindo confiar nele. Não apenas ver, mas também ouvir as reações de Dick diante de seus toques era uma experiência que descobria ser bastante prazerosa, então notar a mudança na frequência da respiração dele causou um curioso arrepio em si enquanto seus olhos ansiosos tentavam buscar algum sinal de rejeição nos dele. O curto sorriso que não conseguiu desenhar com a própria brincadeira surgiu com a forma em que Dick posicionou o corpo feminino sobre o dele, não ignorando o fato de que agora não existia distância alguma que os separasse e que tinha fácil acesso às reações do corpo masculino naquele momento tão emotivo. Levando uma madeixa de seus cabelos para trás da orelha, derretia-se com os dígitos de Richard por sua nuca o suficiente para permanecer em silêncio mesmo que sentisse a necessidade de dizer algo. A garota realmente não queria falar daquela forma, mas nenhum dos dois podia negar o quão mais enrolada toda a relação deles havia se tornado desde o segundo em que não conseguiram se controlar mergulhados naquele ambiente esverdeado. Nó que estavam atando seria extremamente complicado de desfazer e Riley sabia muito bem disso, esse sendo um dos principais motivos do receio que nunca se apagava dentro de si. Ter seus lábios unidos mais uma vez num beijo lento e que se aprofundava à medida que ia externando todos seus conflitos internos fez Navarro perder totalmente a noção de tempo, seu corpo assumindo um estado ébrio e sua cabeça girando com todo aquela troca de energias e emoções. Não fazia ideia há quanto tempo estavam ali, há quanto tempo tinha suas mãos bagunçando os fios descoloridos do garoto ou há quanto tempo conseguia sentir os batimentos dele tão acelerados sob si, mas no instante em que seus lábios foram separados para respirar apropriadamente enquanto tinha selares espalhados por sua pele, Navarro se viu acertada cada vez mais pelo cansaço, principalmente com todo o conforto que tinha em estar tão próxima de Richard, além de que tê-lo na área de seu pescoço naquele estado era sinônimo de vê-la um pouco mais manhosa que o normal, precisando utilizar da pouca força que ainda tinha para posicionar suas mãos sobre o colchão e erguer brevemente seu tronco para afastá-lo daquele contato antes que acabasse soltando algum som constrangedor. — Mas você sempre é o primeiro a apagar. — riu fraco, pois não conseguia esconder o teor soturno de suas palavras por também não querer que aquela noite acabasse. Um verdadeiro mix entre querer ficar daquela forma para sempre e ter receio do que poderia acontecer na manhã seguinte. Sem saber o que fazer naquele ponto, jogou seu corpo para o lado a fim de sair de cima de Dick, além de retornar a sua metade da cama, e puxou seu lençol que se encontrava bagunçado sobre o corpo masculino. Deitando de costas sobre o colchão, suas pálpebras pesavam um pouco, mas seu coração ainda estava acelerado, então demoraria para cair no sono completamente diferentemente do rapaz, que já possuía um semblante bem exausto. Entretanto, ao mesmo tempo que quebrou o contato que trocavam com bastante facilidade, também acreditou ter sido rápido demais, logo, sua mão procurou a dele sobre a cama enquanto a menina encarava o teto estupefata da sucessão de acontecimentos daquela noite. Assim que encontrou o que procurava, entrelaçou seus dedos como já estava começando a se tornar um vício aos dois. — Boa noite, Dick.
END.
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