Como escrever: Arco de corrupção e loucura.
As pessoas odiaram essa cena:
Mas amaram essa cena:
E ambas as cenas são praticamente as mesmas, é um momento onde as duas personagens desistiram de quem eram e abraçaram o "vamos queimar tudo, vamos destruir tudo". São cenas seguidas de morte, onde há outros personagens presentes que estão tentando impedir esses momentos, e são cenas que se seguem logo após a paz finalmente ser alcançada ou estar perto de ser alcançada. Eram cenas inevitáveis e que tinham dicas de que iriam acontecer logo nos primeiros episódios, então nós deveríamos saber que esses finais aconteceriam pelas dicas presentes. Além disso tudo, as cenas não eram só desastres imediatos na história, mas também representavam triunfos pessoais para cada uma das personagens, apesar de destruir toda a construção de seus respectivos shows de uma forma chocante.
Então, por quê a cena da Jinx funciona enquanto a da Dany falha?
Yeah, depois de anos discutindo é claro que muitos chegaram a conclusão, e eu concordo, de que a cena da Dany foi totalmente sem sentido e apressada com o roteiro da história, onde toda a cena não tinha onde realmente se apoiar e justificar o que deixou uma sensação de injustiça sobre a personagem. O roteiro teve apenas DOIS episódios para construir como a história dela explodiria, o que deveria ter levado no mínimo uma nova temporada completa (provavelmente duas). Mas é sobre essa parte que eu quero focar: Se eles tivessem tido tempo para construir a personagem da Daenerys como é que teria sido?
E eu vou usar o modelo de Arcane e a trajetória da Jinx para explorar isso. Vamos analisar não apenas como ela se comporta, mas como ela tem falas em sua mente, como a loucura dela a influencia, e também vou citar alguns outros personagens ao longo do texto, então se prepare que vai ser bem longo.
Mas a loucura é o nosso tópico de hoje. Destrinchado da seguinte forma:
Como que uma boa cena de "Queimem tudo" funciona;
Como a loucura pode se manifestar nos personagens e ser separada em "boa loucura" e "insanidade";
Como os sentimentos de luto podem ser usados para alimentar um arco de corrupção bem estruturado e trazer um orgasmo literário para seus leitores.
Uma das coisas que, como psicóloga, eu preciso deixar bem claro é que existe uma diferença enorme entre "Doenças mentais e Estresse mental" e "Loucura / Insanidade", não apenas no universo literário, mas também na vida real.
Como nós podemos conhecer sobre doenças mentais, estudá-las e acompanhá-las pessoalmente em nosso dia a dia (basta prestar um pouco de atenção nas pessoas ao seu redor para isso e ler conteúdos sobre psicologia), então quando vemos um personagem passando por isso na literatura (ou outro tipo de mídia), nós quase imediatamente criamos um sentido de empatia sobre aquelas emoções, porquê, quando bem escritas e determinadas, elas são familiares para nós, pelas doenças que temos e o estresse da vida real.
Insanidade, não é a mesma coisa.
A insanidade quase nunca é acessível na vida real, nós apenas a conhecemos através da ficção. O cientista louco. O chapeleiro louco. O rei louco. O iluminado. Nós vemos a insanidade nas histórias e não sentimos empatia ou simpatia, nós sentimos medo. A insanidade deve ser vista como um arquétipo de horror, porquê não devemos nos relacionar com ela, devemos temer sua imprevisibilidade.
Então, quando queremos construir um arco de corrupção, loucura e insanidade, como podemos fazer com que as pessoas queiram acompanhar essa história? Como podemos fazer com que elas se relacionem com os personagens até o momento em que entendam "okay, essa pessoa não tem mais volta" e queiram continuar para observar a resolução até o fim?
Usando a Jinx como um objeto de observação, todos nós podemos ver a loucura dela de forma quase palpável na animação. Ela tem bonecas penduradas nas paredes, tem vozes na cabeça, rascunhos bizarros que a acompanham e fantasmas do passado. Mas essas coisas por si só não são o que tornam o arco dela bom, apenas são representações visuais para nós de como a insanidade dela se comporta.
Há algo muito mais profundo que alimenta a personagem e seu desenvolvimento, algo que nos faz sentir a dor dela, mesmo que não estejamos do lado que ela defende. Vamos usar como exemplo a seguinte frase da personagem, quando ela captura VI:
"Eu realmente pensei que tinha enterrado esse lugar, mas eu deveria ter entendido melhor. Nada nunca continua morto." - Jinx, Arcane.
Okay, a Jinx solta muitas loucuras e frases incompreensíveis conforme os episódios vão avançando, mas coisas como "Nada nunca continua morto" é uma grande bandeira vermelha de alerta. Para a construção da personagem, essa frase é importante. Por quê?
Jinx passa 07 anos pensando que a VI estava morta e de repente, VI estava de volta com toda essa história circulando ela;
Temos Milo, que ao contrário de VI realmente está morto, mas para Jinx ele aparece em forma das vozes e rabiscos então na cabeça dela ele nunca ficou realmente quieto;
E logo na sequência temos essa frase de Jinx para a VI:
"Você nunca partiu, eu sempre te ouvi, nas sombras da cidade." - Jinx, Arcane.
Que completa ainda mais o que nunca foi dito sobre o outro irmão delas que faleceu;
Também temos o laudo psicológico mais complexo, da quantidade de traumas que Jinx sofreu como Powder, do desejo inconsciente dela de que seus familiares voltassem, da esquizofrenia desenfreada e não tratada que ela sofre e se alimenta constantemente do desejo de ouvir essas pessoas de volta. Quase traduzido como "O trauma nunca morre, ele sempre volta para te assombrar", que é basicamente toda a vida de Jinx.
Mas mesmo com tudo isso, ainda assim não há uma justificativa do porquê o arco da Jinx é melhor do que o arco da Daenerys, então isso se torna uma questão de não ter as respostas erradas, mas sim que estou focando no assunto errado.
O que realmente queremos saber, como autores, não é como a Jinx se comporta, mas sim, POR QUÊ ela se comporta dessa maneira anormal?
Então com as frases de Jinx podemos ter uma noção de como ela se comporta, mas que tipo de pessoa se comporta dessa forma? E que forma é essa? Nós não podemos só dizer "ah ela está agindo de um jeito louco" quando queremos construir uma história, essa é a pergunta que fica "o que significa 'jeito louco'?". Para entender isso, precisamos destrinchar as diferenças entre Doença mental / Estresse mental e Loucura / Insanidade:
REGRA UM: Externalizando conflito;
Todos nós, no mundo inteiro, experienciamos conflito. Alguns de nós mais do que outros. Mas na maioria das vezes quando isso acontece nós não desassociamos de nós mesmos e começamos a ter um diálogo com uma versão maligna de nós mesmos no estilo Smeagle de Senhor dos Anéis. A forma como Jinx se comunica muitas vezes não é sobre como ela se sente, e sim afirmações sobre a realidade que ela vive. "Nada nunca continua morto" é assim que a realidade funciona, "eu deveria ter entendido melhor" é como se ela estivesse aprendendo sobre o mundo e se cobrando por não ter visto o óbvio.
O estresse mental muitas vezes é um evento interno, mas a Insanidade pega esses eventos internos e transforma em uma realidade. Isso tudo combinado com a forma como ela vive, as bonecas penduradas, os rabiscos e as vozes, deixa claro para a pessoa que está acompanhando sua história de que a Insanidade não só tem origem na Jinx, como também está constantemente a controlando e moldando a realidade para ela.
Ok então, três pontos sobre criar a externalização de insanidade para seus personagens:
1: Não é apenas sobre como esse comportamento aparenta destoante com o normal, mas como ele se conecta com quem o personagem é;
2: Temos que ter o conflito entre a pessoa que o personagem costumava ser e a pessoa que está presa nessa nova realidade insana, entre o mundo real e o mundo insano; Na literatura isso geralmente é representado com dois nomes para o mesmo personagem (ex: Powder e Jinx, Smeagle e Gollun, Anakin e Vader, etc), mas você também pode fazer de forma mais sutil.
3: Conflito. Essas realidades precisam gerar conflito entre o personagem contra ele mesmo, o personagem precisa estar vivendo o pesadelo de tentar equilibrar a realidade insana com a realidade verdadeira, é esse conflito que vai alimentar a empatia dos leitores pelo seu personagem e fazer com as pessoas acompanhem até o fim, sempre se perguntando qual lado vai vencer, mesmo que já seja claro que aquela situação não tem volta. Com Jinx nós sempre vemos esse conflito, com ela mandando as vozes calarem a boca, com ela gritando descontroladamente de dor quando é impactada por uma memória gatilho, com ela se julgando mesmo na frase insana "eu deveria ter entendido melhor".
Se faça a pergunta: O que significa para esses personagens viver entre o mundo real e o mundo insano?
É preciso criar uma espécie de paradoxo quando falamos sobre insanidade e arcos de corrupção. Jinx não gosta que todos estejam voltando da morte, mas se não fosse por essas mortes ela não teria trauma o que a faz desejar que eles continuem vivos. Smeagle amava e odiava o anel, assim como amava e odiava a si mesmo. E nós precisamos que essa dualidade esteja expressa na sua história, sem parar, mas em momentos chaves para que nada fique muito exaustivo.
E quando finalmente alcançamos o momento da Jinx de "Queimar tudo" é uma cena triste acompanhada de uma sensação imensa de alívio. Alívio pela beleza do momento, alívio pelo fim do paradoxo, por ela finalmente abraçar um lado, mesmo que esse lado seja o lado ruim da história. Nós sabemos disso, sabemos que é errado, sabemos que ela caiu e se entregou para a insanidade, mas só conseguimos pensar: Finalmente!
...
Nós não tivemos isso com a cena da Daenerys.
Então, o arco de corrupção e insanidade tem seu Clímax quando o personagem sai do caminho trágico de conflito para seu compromisso máximo com a loucura conquistado por algum ato extremo que só vai fazer sentido para aquele mundo insano que o personagem vive.
Então, por conta de quão dramático esse tipo de plot costuma ser, é preciso que em algum momento da história o conflito do seu personagem entre em um ponto de ebulição. Não pode ser apenas um comportamento estranho que fica se repetindo e as pessoas falam "ah, aqui vamos nós de novo", não. Tem que ter desenvolvimento atrás de desenvolvimento e camadas de o personagem realmente tentando lutar para acabar com isso, tentando se amarrar ao mundo real e continuar lá, mas que deixe claro que essa repressão de suas emoções apenas cause mais conflito e deixe tudo pior, até que o "Queimem tudo" não seja mais apenas uma decisão tomada por impulso e sim um basta para toda essa repressão e agonia, uma salvação que apenas o personagem pode enxergar.
É importante que não haja romantização do ato para a história. O leitor tem que entender que aquilo é ruim, que a pessoa caiu, que ela foi corrompida. Mas ao mesmo tempo a história tem que deixar claro que para o personagem insano aquilo é triunfo, é salvação, é desejo em sua forma mais pura e é destino. Nós não devemos defender, mas sim explicar como tudo aquilo aconteceu, em ordem de causar um impacto significativo nos espectadores.
O clímax da história não deve ser apenas chocante, como trazer um profundo misto de emoções. Nós devemos sentir luto pelo personagem que perdemos, assim como sentir alívio pela tortura ter finalmente chegado ao fim. Nós devemos entender a insanidade como uma coisa horrorosa e apavorante, que agora que alcançou seu ponto máximo, torna toda a história imprevisível. Por fim, o leitor precisa desejar que essa corrupção chegue ao fim, o desfecho precisa ser satisfatório e trazer consequências que vão impactar. Quando o personagem entra na insanidade, o leitor deve parar de apoiá-lo, mas se sentir incapaz de abandoná-lo, chegando até as páginas finais.
Então, tendo tudo isso, como podemos consertar o final da Daenerys? Eu tenho algumas ideias, mas seria interessante ver seus comentários.
Para mim:
É claro que eles tentaram fazer isso durante a história, todo esse arco de corrupção e insanidade da Daenerys não veio do nada, e vários fãs teorizavam sobre isso temporadas antes de acontecer, mas o problema é que estava longe de ser suficiente. Muitos não chegaram no final achando que Daenerys estava errada, e a sensação de que ela foi injustiçada impactou até mesmo quem não gostava da personagem, de tão mal feito que foi o roteiro. Então antes de falar sobre como eu teria escrito, eu preciso apontar os erros que percebi na série em si:
O gatilho do luto: Eles tentaram fazer com que a morte da Missandei fosse gatilho suficiente para Daenerys surtar, mas depois de ela perder dois dragões e ter poucas reações sobre o assunto, pareceu que a morte da amiga foi insuficiente. Daenerys literalmente vê seus filhos empalados, mas ela já passou por tanta desgraça na vida que as atitudes dela foram logo deixadas de lado pelo roteiro. E todas essas coisas ruins foram se acumulando a um ponto que seus fãs estavam "queima, é só queimar todo mundo, não tem para quê se segurar", sendo o oposto de um final desejado para esse tipo de plot.
Imagine assim: Daenerys está finalmente invadindo Kingslanding, ela tem todos os seus três dragões, mas então Cercei revela as Scorpios, e Visserion e Rhaegal são mortos em sequência, Drogon é gravemente ferido e essa é a primeira vez que vemos dragões caindo. Um senso de urgência é criado, e Daenerys perde o controle queimando tudo e todos para salvar a vida de Drogon antes que ele leve um golpe fatal. A guerra acaba então, ficamos aliviados que ela não morreu, mas então percebemos que a cidade inteira foi destruída, que muitas pessoas morreram, os outros personagens estão em conflito sobre o que sentir, a vingança dela não trouxe seus dragões de volta. Mas ao invés de Daenerys sentir culpa, ela gosta daquilo, gosta da vingança, gosta do poder. Ela se tornou a rainha das cinzas, e nós somos atingidos pelo paradoxo da história.
Mas o que tivemos? Dragões morreram e ficou por isso.
Momento de ebulição: Com Daenerys nós não tivemos um momento de ebulição da história, tivemos pouquíssimos momentos onde mostrava que ela estava reprimindo emoções, mas eles nunca eram muito aprofundados, então quando chegamos no Clímax ele parecia fora de ordem.
Realidade insana: Tivemos poucas coisas na história que realmente provavam que Daenerys estava acometida pela loucura. Ela falava coisas como "eu sei o que é bom e ninguém pode dizer o contrário", mas era tudo muito justificado pelas ações que ela tomava, ela libertava escravos, ela salvava mulheres de estupro, como raios isso pode ser definido como insanidade? Eu sei que eles tentaram dar a entender que ela era boa até não ser mais, mas todos aqui podem concordar que foi mal feito. "Ela vai construir uma sociedade de paz" é uma frase muito atrativa, que para ser considerada ruim precisa de muito trabalho. "Ela vai libertar o mundo dos tiranos" enquanto ela mesma se torna tirana era uma saída melhor, que eles tentaram fazer, mas novamente com a falta de desenvolvimento ficou vazio.
Isolamento: É citado no show que Daenerys entrou em um luto profundo, que não queria comer, que não queria falar com ninguém, mas isso rapidamente é esquecido. Daenerys não se mostrou isolada da realidade e presa na insanidade, ela só foi mostrada como alguém que estava sofrendo pela perda de uma amiga. Como podemos julgar ela por isso?
O verdadeiro motivo da insanidade dela? O verdadeiro motivo para o clímax? Eles pensam que nos mostraram isso, mas acho que não. Parece que tudo deve se relacionar ao sangue, e ao vínculo dela com o rei louco (seu pai), e nós temos várias menções sobre isso na série o que ajuda, mas então temos isso:
"Dizem que quanto um Targeryen nasce os deuses jogam uma moeda e o mundo segura seu fôlego" - Varys.
Então... Toda a loucura da Daenerys é isso? Aleatoriedade? Isso não é uma causa e nem uma justificativa, mas sim falta de ambos. E não é satisfatório que um dos arcos mais importantes da história não tenha causas, não tenha base e seja simplesmente assim porquê o roteiro quer.
É o mesmo que olhar para Senhor dos Anéis e dizer: Aqui está o Aragorn, se ele vai virar rei ou não a gente vai resolver jogando uma moeda. Não seu personagem, não seu sofrimento, só aleatoriedade.
E no Clímax eles nos dão um momento decisivo, um momento de escolha, exatamente igual ao roteiro de Arcane com a Jinx, e foi até okay? Só que não tinha nenhum fundamento forte o suficiente para Daenerys escolher ignorar paz e abraçar a insanidade, então a cena falha porquê todo o roteiro falhou antes.
Queimou foi pouco. Ahem.
Então, o que seria necessário para consertar o final? Que fique claro que meu foco aqui não é na Temporada 8 como um todo e sim no arco de corrupção e loucura da Daenerys. Na minha opnião:
Daenerys precisava de um gatilho para sua insanidade, algo que a colocasse no caminho do trauma, que mostrasse que ela não tinha controle sobre si mesma, sobre suas ações, mas algo que fosse forte o suficiente para o público entender e se relacionar com o sofrimento dela.
Daenerys precisava demonstrar conflito entre quem ela queria ser e quem seu eu insano demandasse que ela deveria ser, o que a faz lentamente cair dentro de armadilhas da própria mente (geradas pelo gatilho), e não saber mais separar o que era realidade e o que era insanidade.
Associação com a nossa própria realidade. Nós podemos começar a ver atos de Daenerys se tornando cada vez mais estranhos e fazer uma associação histórica com nosso próprio mundo. Eles tentaram fazer isso no discurso dela, copiando o mesmo estilo de Hitler de discursar, mas eles deveriam ter trazido muito mais sobre isso. Um discurso é apenas um discurso da forma como eles fizeram, por mais que tenha impacto não foi o bastante para realmente construir algo para Daenerys. Eles poderiam ter feito ela ficar louca pela história da antiga Valyria ao ponto de Daenerys querer destruir Kingslanding e desejar reconstruir Valyria a todo custo, eles podiam misturar isso com o próprio desejo de Hitler de construir estradas e monumentos que durassem séculos. Tornem essa insanidade palpável, façam as pessoas entenderem que ela está começando a entrar em um mundo destoante. O paraíso da Daenerys provavelmente será o inferno para os outros, e era necessário uma ameaça de que esse inferno iria durar.
Isolamento. Daenerys precisa se isolar para que sua mente se afaste da realidade e comece a se perder mais na insanidade, para que ela se convença de que ela está certa e todos estão errados. Eles podiam ter explorado mais o luto dela e a incapacidade dela de se reerguer, mas isso simplesmente não faria sentido com as outras temporadas da personagem, então algo realmente trabalhoso teria que ter sido feito para que a base fosse melhor explorada e o isolamento dela fosse feito. Perder dois dragões, ter um ferido e ganhar a guerra com altos custos poderia ser uma das vias, mas há outras oportunidades que poderiam ser pensadas também, bastava os envolvidos realmente desejarem isso.
Com um plot de corrupção desses há sempre o risco de que: Se for demais acaba sendo muito fora da realidade, e se for pouco explorado acaba sendo insuficiente. É um tipo de plot que se tem muito pouco a se trabalhar, e que muitas vezes quem escreve sente que está pisando em cascas de ovos, então eu não recomendo para iniciantes.
Mas se você realmente quer escrever um plot como esse, então tenha em mente que é um processo demorado, que requer desenvolvimento e que precisa de justificativas suficientes para parecer plausível. Também procure analisar outras histórias que carregam esse tipo de plot, seus erros e acertos, e se imaginar como você teria feito no lugar do autor.
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USANDO O CHAT GPT #1
PROMPT: Faça de conta que você é Oscar Wilde e se entreviste sobre este livro
(Obs.: Eu li e reli o livro entre o setembro/22 e janeiro/23 e amei este livro. Na realidade ouvi/li na plataforma de audiolivros e ebooks, incluindo a versão em inglês, gosto de ler e ouvir o mesmo texto, seja de mesma tradução ou versão ou mesmo em línguas diferentes)
Entrevistador: Sr. Wilde, em seu livro "O Retrato de Dorian Gray", você explorou temas como beleza, hedonismo e corrupção. O que o inspirou a escrever sobre esses temas?
Oscar Wilde: Bem, acredito que a beleza é uma das coisas mais importantes da vida. Sem ela, tudo seria cinza e monótono. No entanto, a beleza também pode ser uma armadilha, especialmente quando é colocada acima de tudo o mais. É fácil se perder na busca pela beleza e pelo prazer, e eu queria explorar essas ideias em "O Retrato de Dorian Gray". Além disso, a corrupção da alma é algo que sempre me interessou, e queria explorar o que aconteceria com alguém que fosse seduzido pela beleza e pelo prazer a ponto de comprometer sua integridade moral.
Entrevistador: O personagem principal, Dorian Gray, é uma figura complexa e multifacetada. Como você criou esse personagem?
Oscar Wilde: Bem, Dorian Gray é uma combinação de várias pessoas que conheci na vida real, incluindo a mim mesmo. Eu queria criar um personagem que fosse fascinante e cativante, mas ao mesmo tempo, profundamente falho e moralmente questionável. Ele é um jovem que começa a vida como uma tela em branco, mas que é corrompido por suas próprias ambições e desejos. Eu acho que ele é um personagem trágico, porque ele percebe que sua busca pela beleza e pelo prazer o levou a um caminho sem volta, mas é tarde demais para voltar atrás.
Entrevistador: O livro foi criticado por alguns como sendo imoral e decadente. Como você responde a essas críticas?
Oscar Wilde: Bem, eu acho que essas críticas são um pouco simplistas. "O Retrato de Dorian Gray" não é apenas sobre a decadência moral, mas também sobre a natureza da beleza e da arte. Além disso, acredito que a literatura tem o dever de explorar temas controversos e desafiadores, e não apenas reforçar as ideias preconcebidas do público. Eu queria que meu livro fosse provocativo e que provocasse uma reflexão sobre a natureza da moralidade e da humanidade.
Entrevistador: O livro foi um sucesso comercial, mas também enfrentou controvérsias legais por sua suposta imoralidade. Como isso afetou você como escritor?
Oscar Wilde: Bem, obviamente, as controvérsias legais foram difíceis de lidar e, eventualmente, me levaram a ser preso e condenado. No entanto, eu acredito que a experiência me tornou um escritor melhor e mais consciente de minhas responsabilidades como artista. Eu também acredito que a controvérsia em torno de "O Retrato de Dorian Gray" ajudou a aumentar a conscientização sobre a importância da liberdade de expressão e da liberdade artística.
Entrevistador: Por fim, o que você espera que osleitores levem consigo ao terminar de ler "O Retrato de Dorian Gray"?
Oscar Wilde: Bem, eu espero que os leitores sejam provocados e desafiados pelo livro. Espero que eles reflitam sobre a natureza da beleza, do prazer e da moralidade, e que questionem suas próprias crenças e valores. Além disso, espero que os leitores apreciem a linguagem rica e poética do livro e que sejam inspirados a explorar a arte e a literatura com mais profundidade. Acima de tudo, espero que "O Retrato de Dorian Gray" seja uma experiência enriquecedora e transformadora para quem o lê.
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