Tumgik
milkysnotes · 1 year
Text
Capitulo 01, rotina.
28.03.2023
Faz um tempo desde a ultima vez que apareci aqui, certo?
Algumas coisas mudaram, voltei com um cabelo mais escuro, quase um marrom, é mais fácil de cuidar, foi a primeira vez que fui em uma profissional para cuidar dele.
Continuo no fórum, mas em compensação, todas as minhas amigas saíram dele, fiquei sozinha, até a entrada na nova menina.
E por falar nelas, quase todas saíram da faculdade, exceto uma, a qual quase sempre falta.
Estou mais sozinha do que nunca.
Neste semestre, tenho diversos trabalhos para cumprir, alguns em grupos, outros sozinha, mas em todos não tenho o controle nenhum, em um ninguém faz nada, no outro, que é um projeto de extensão, dia 30 teremos que apresentar uma base do projeto, mas nem o problema principal temos decido ainda.
Comecei a ler os 20 artigos todo o dia, mas sinto que isso não me ajuda, terminei a constituição, mas é como se eu não nunca tivesse lido.
Talvez, eu não tenha nascido para o direito, ou pior, não tenha nascido para nada.
Nesses últimos três meses, desde o prólogo, venho tentado criar uma rotina, na qual, a milky teria orgulho.
Todo dia, passo creme no corpo e no rosto, acendo um incenso, até duas plantas eu consegui para cuidar, são elas, um lírio da paz, o mais velho, e uma zamioculca, que chegou faz uma semana.
Eu devo admitir que pelo menos, elas estão bem, no lírio, há mais uma folha nascendo, com ela são três folhas nascidas sob meu cuidado, e na zamioculca, ainda é pouco o tempo, para saber se ela está realmente saudável.
Coloquei tudo o que tenho em minha mente, para manter essas duas plantas vivas, farei de tudo para que assim permaneçam, afinal, de certa forma, elas são uma prova de que eu não sou uma completa inútil.
Ontem, enquanto voltava do fórum, fiz algo um tanto quanto interessante, fui em uma loja que vende de tudo, desde utensílios de cozinha a itens para animais, fui lá com uma única intenção, comprar a pelúcia de leão girassol que desejei a tantos anos, e assim foi feito, voltei para casa, eu vestida de terno, abraçada a uma pelúcia, um tanto quanto infantil.
O motivo de eu achar essa situação interessante, é porque ela me descreve tão bem, não importa qual seja a minha idade, ou a minha profissão, eu sempre vou ter essa "imaturidade", esse olhar mais infantilizado para o mundo, temo que nunca vou crescer, afinal, no fundo sei que não quero.
Penso muito sobre o meu futuro, sobre como estudar em uma faculdade particular vai influenciar negativamente quanto embarcar no mercado de trabalho, sobre como eu não me esforço, como tantas outras pessoas, estudam mais, buscam crescer, e eu continuo vivendo no meu faz de conta dos meus devaneios.
Todos esses pensamentos me provocam ansiedade, e não faço nada para mudar isso, não é como se não tivesse a oportunidade de fazer algo sobre.
Os devaneios cada dia se tornam piores, eu estou desesperada, como um usuário de entorpecentes que passa por abstinência, voltei a gostar de coisas que antes não gostava, apenas para ter material suficiente para os cenários, mesmo assim, cada dia mais exigente minha própria mente fica, e eu não dou conta de criar algo que possa suprir essa necessidade do faz de conta. Eu não sei o que fazer.
Escrevo isto enquanto uma vontade enorme de chorar me vem, talvez por isso nada mais faça sentido para você, e por isso, peço seu perdão, nunca fui boa em palavras.
Quem sabe um dia isso possa parar, e eu consiga fazer tudo o que sempre quis, assistir um filme, tenho muita vontade de assistir No time to die, gosto muito da saga do 007, ou até mesmo possa ler o Endgame, livro que esperei tanto para lançar.
Até estudar eu adoraria conseguir fazer, mas não consigo, o porquê? não tenho, apenas sou a inútil que todos veem como algo maior.
As vezes penso que gostaria de desabafar com alguém, mas ai lembro que não posso, afinal, é muito egoísmo meu achar que o que sinto, esse suposto "sofrimento", se equipara com o que qualquer outra pessoa sente, visto que, elas realmente passaram por poucas e boas, e não são uma garota mimada, igual a mim.
Termino este capitulo, mais uma vez me desculpando.
A você, como leitor, por ter lido algo tão confuso e ao mesmo tempo, tão pobre na escrita.
E a todos que me conhecem, por não dar o meu melhor, seja lá qual ele seja.
A mim mesma, por desperdiçar nossa preciosa vida, e nós impedir de fazermos tudo aquilo que sempre desejamos.
Desculpa por não ter um sonho.
0 notes
milkysnotes · 1 year
Text
prólogo
Olá, meu nome é milky.
Tenho 18 anos. Sou estudante do segundo periodo de direito, fluente em inglês e espanhol, ambos com certificado (respectivamente Cambridge e Siele). Possuo um diploma técnico em administração. Faço estagio voluntário como conciliadora em um forúm. Aluna com notas altas, meu CR na faculdade é 9,8.
Eu sou a filha perfeita, não vou para baladas nem festas, não peço dinheiro para comprar coisas banais, e para falar a verdade, sei administrar muito bem o que me dão. Sou tranquila e caseira, que prefere focar no seu futuro do que em relacionamentos fúteis, quanto orgulho.
Eu sou a amiga perfeita, faço tudo que me pedem: quer uma ajuda para passar de semestre? eu ajudo, afinal, os professores já me adoram, não iriam ligar se eu lhe desse a resposta. E o melhor, não precisa realmente se importar comigo, apenas mande um oi quando precisar, que eu faço o que você quiser,
Eu sou a cidadã perfeita, minhas amigas dizem que sou a personificação da moralidade, afinal, eu nunca minto, sempre obedeci todas as ordens dadas a mim, merda, eu até mesmo esperei fazer 18 anos para beber uma bebida alcoólica.
Eu sou perfeita, certo? Mas então qual é o porquê de eu não me sentir assim? Será que sou uma farsa? Quero dizer, impossivel né, eu fiz tudo direitinho e me esforcei para....
Claro, eu nunca me esforcei para nada, nasci em um berço de ouro, eu tive sorte, qualquer outra pessoa faria o mesmo que eu, ou até mais, afinal, eu não mereço nada disso. Eles podem não saber, mas eu sei.
Olá, meu nome é milky.
Tenho 18 anos, fisicamente, mas mentalmente continuo presa nos 15. Sou estudante de direito, afinal, era o sonho da minha mãe se formar em direito, ela até que começou, mas teve que parar.
O motivo? ficou gravida de mim.
Tenho certificado em espanhol, mas no final do dia não sei falar quase nada.
Eu nunca fiquei com ninguém, quem ficaria com uma gorda, feia que prefere passar os dias devaneando do que realmente vivendo?
Eu sou tóxica.
Esqueci de mencionar, sofro com Maladaptive Daydreaming, ou Devaneios Excessivos, não tenho certeza, já que, sou perfeita, não preciso de psicólogos.
Nos meus devaneios sim, lá sim eu sou perfeita, tudo é como deveria ser, lá não tenho que lidar com a culpa que o desperdício me trás. O medo de estar perdendo meu tempo atoa, a lembrança de que qualquer um adoraria ter a minha vida, qualquer um mereceria mais a minha vida, não existem nos meus devaneios.
Eu queria saber como é ser normal, não no contexto edge que essa frase quase sempre leva, mas sim em um contexto aonde eu tenho 18 anos, os quais passei maior parte vivendo um sonho, dentro de um devaneio, e os outros nem lembro, pois o importante era estar nos meus cenarios, nada mais importava.
Sou uma farsa.
Uma mentirosa.
Uma charlatã, que se utiliza da sorte para conseguir ser melhor que todos.
Egocêntrica, que quer que o mundo gire em torno dela, enquanto se esconde em uma personalidade timida.
Egoista.
Uma vadia que finge ser uma boa samaritana.
Eu sou o problema.
Mas ninguém sabe disso, o que torna pior.
Eu quero mudar, mas para isso tenho que me conhecer, a verdadeira milky, seja lá se ela realmente existe ou não.
Este blog é uma tentativa, talvez falha, talvez não, de tentar encontra-lá.
2 notes · View notes