Tumgik
verbalismos · 7 months
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eu que odiava o verão, amava o calor do teu corpo. — saturno.
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verbalismos · 7 months
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você me observa com teus olhos castanhos, que me lembram de tudo que é bonito. eu colocaria o mundo inteiro em chamas se isso significasse ter teus olhos me encarando pra sempre.
suas mãos tocam minha pele como se você precisasse me sentir para viver. eu conheço seu toque como conheço meu próprio coração batendo no peito.
seus dedos se perdem entre os fios do meu cabelo como se tivessem sido feitos para isso.
tua boca encontra a minha e nada mais importa. seu beijo tem gosto de café e sonhos.
ser tocada por você é ser abençoada pela divindade. eu sei que não sou digna, mas anseio por isso incessantemente mesmo assim.
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verbalismos · 7 months
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herbe mouillée
Eu estava deitada sobre a grama úmida da garoa, sob os olhos impacientemente castanhos dele. O céu era uma cascata de cinzas, mudando em camadas enquanto os verdes em torno de nós se tornavam mais nítidos. A umidade era presente nas pontas dos meus dedos, no comprimento dos meus cabelos, na minha pele arrepiada pela brisa, nos meus lábios. Deitei-me para aliviar a tensão entre nós, afastar nossos corpos inseguros de cada movimento, porém não calculei bem.
Tudo contornado levemente pelo tecido escuro que me vestia, sustentado pelas finas alças também negras. Me fiz exposta. Podia sentir o olhar juvenil e incerto vagar entre meus olhos, meus lábios, meu colo e meu pescoço.
Nossas peles eram iguais, algo entre o claro e algo que o sol toca constantemente, bronzeados pela vida. Diferente de mim, seus olhos eram menores, precisos. A alguém desatento a movimentação nem ao menos seria notada, mas eu notei. Sempre consegui notar se estavam em mim ou não. Pousou em meus lábios propositalmente avermelhados de batom e era perceptível o tórax subir e descer, a respiração mudar de ritmo. 
Os dedos nervosos não me tocavam em nenhum momento, tampouco os meus faziam qualquer menção de se aproximar. Nós, tão jovens, esperamos o movimento um do outro. A bandeira precisava ser erguida, mas ninguém a ergueu. A cada segundo, minha exposição era mais evidente, a mercê de sua decisão. Olhei o céu ameaçando chuva e pensei em como seria me molhar em sua presença, imaginei-nos juntos correndo para um lugar mais seco enquanto nossas mãos quase escapavam da tentativa de permanecer juntas. Quando o notei de novo, a tensão era evidente, as mãos fechadas cheias de pequenas folhas verdes, os lábios pressionados quando os meus tão próximos tremiam de ansiedade. Foi minha vez de sentir o tórax subir e descer, com pressa, a boca fechar-se tensa. Leu meus sinais, acompanhou meu olhar pousado nos lábios fartos e desbotados. Todo meu foco era a distância convidativa entre seu queixo suave e seu lábio tenso. 
Uma gota caiu perto dos meus olhos, a chuva futura se anunciava, e quando movi a mão direita para tirá-la do rosto toquei a parte de trás do seu pescoço. Num ímpeto desejoso, se inclinou procurando pela minha boca. Seu gosto era suave, morangos e pasta de dente, já seu cheiro tinha mais presença. Cheiro de chuva, suor e um pouco de um perfume amadeirado. Tão logo nossos lábios se uniram, todo o universo era ele. Desde a grama molhada, os transeuntes, as gotas de chuva e os pequenos lagos artificiais. Me enveredei pelo labirinto sedutor da sensação de seu abdome suavemente tocando o meu, pressionando nossos corpos sobre o solo. A camiseta fina marcando os músculos definidos e os braços suavemente se enlaçando em torno de mim. O sangue em minhas veias corria em festa entre velocidades e temperaturas, tudo era quente mesmo num dia cinza e frio de agosto. Sua perna direita entre as minhas, seu queixo macio tocando o meu, nossos narizes lado a lado, em sintonia. Nossos beijos eram meio intensidade, meio busca por ar. Minha boca entreaberta convidou, seus intuitos sacanas investiram, tão colados quanto possível até faltar ar para respirar. Me afoguei nele, nas mãos grandes e no corpo esguio. Afundei meus dedos finos em seus cabelos castanhos e enrolados, ele enrolou meus cachos em suas mãos com o solo.
Logo que afastamos nossos rostos, parte de mim não acreditava que havia acontecido de verdade, parte queria ver em seus olhos se era tudo que esperava enquanto me fitava cheio de expectativa pouco antes. As pontas de nossos narizes se tocavam e nos olhávamos nos olhos com calma. Suas íris eram escuras de desejo, pupilas dilatadas de espera, mas havia um sorriso de canto persistindo em permanecer. Malícia e juventude são uma mistura perigosa, pensei. Mal tínhamos mais que dezesseis. Senti que apoiava as mãos ao lado do meu corpo, levantando-se gradualmente e me convidando ao mesmo. Me ergui úmida, cheia de pequenos vestígios que havíamos estado ali pressionados um contra o outro como num filme de romance. Segurava minha mão guiando pela saída do parque, em seu rosto havia emoldurado um sorriso travesso. O céu era nosso aliado, um compositor da nossa cena, por isso ao chegarmos na entrada as nuvens cederam. Não havia mais suspeita ou ameaça, apenas gotas ferozes sobre nossas cabeças. Às portas do parque, em plena avenida, nossos lábios e corpos se juntaram num beijo final. A água e mãos contornavam meu corpo, me encharquei dele mais uma vez.
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verbalismos · 7 months
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talvez william faulkner estivesse certo. talvez o amor não possa existir em nenhum outro lugar além dos livros.
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verbalismos · 7 months
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saudade.
há tempo não escrevo. nem sobre amores nem sobre dores. não sei quando as palavras pararam de escorrer dos meus dedos, quando ficaram presas no âmago da minha existência e se negaram a deslizar mundo afora.
acho que é culpa tua. acho que tua partida me roubou as palavras, não bastante meu coração.
sinto falta da facilidade de me expressar e me fazer ser vista através das minhas frases justapostas. o eco que reverbera no meu peito é assustador como fúria da natureza. a falta de algo. de mim.
o resplendor do sol e o cântico dos pássaros me despertaram essa manhã, e senti pulsar e arder no peito a vontade de chorar em palavras. então fiz.
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verbalismos · 2 years
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queria fugir um pouco de mim e do mundo. me esconder desse emaranhado de sentimentos confusos e alcalinos que me perseguem diariamente. sem respostas, apenas perguntas. 
queria alguém em quem me enrolar, alguém pra segurar minha mão, respirar quente na minha pele e sussurrar no meu ouvido: estou com você. os dias frios e repetitivos me roubam de mim e das cores. eu sinto falta de estabelecer relações e não fugir delas. de não ter medo. agora eu tenho tanto. 
quando as mãos gélidas dela envolvem minha cintura e um arrepio percorre minha espinha, eu me esquivo. acostumada a não sentir construo uma muralha. e ela sente. mas não me desvenda. seus olhos castanhos se cravam em meu corpo e sua língua dança na minha, mas ela não me lê. e eu a quero tanto, com tanta força que o Rio Jordão saltaria da bíblia. então por que não me permito? é incógnita. queria fugir um pouco de mim e do mundo.
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verbalismos · 2 years
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uma parte de mim sempre vai sentir falta de você, do que costumávamos ser.
uma parte de mim sempre vai lembrar do teu riso fácil e do teu olhar impudico numa quarta-feira a noite, quando nossos corpos dançavam juntos, suspirando em uníssono.
em meus ossos, em meu âmago, no céu da minha boca e no meu paladar. sempre irá residir um pouco de você. o que ficou. o que restou depois de tua partida desoladora.
aprendo a conviver com esse buraco esquisito que se fez em meu peito. o vazio de você. durante todos esses 365 dias do nosso desenlace, não há um em que não tenha pensado em você.
a sensação dormente que aparece vez ou outra é de que não passou de um sonho, que você foi mera criação do meu cérebro carente e masoquista. quem dera fosse. quem dera a lembrança do teu hálito mentolado não fosse tão vivida em mim.
[você era o chão que me sustentava. desabei.]
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verbalismos · 2 years
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queria te dizer um milhão de coisas. queria juntar todas as estrelas do universo, as alinhar e criar uma sentença com o brilho de cem mil sóis, para que teu coração fosse iluminado o suficiente a ponto de compreender a intensidade arrebatadora do amor que nutro diariamente por quem você é.
eu te vejo em todos os lugares. em todas as cores. em todos aromas aprazíveis. em todo sentimento bom. te vejo no cantarolar dos pássaros, no azul do céu, no cheiro de chuva, no café quente, nos textos de Bukowski, nas músicas de amor, nos filmes de romance clichê da netflix. você está em tudo. impregnada em cada célula do meu organismo, em cada batida do meu coração.
eu amo tua voz pela manhã, amo tua risada e a forma como ela atravessa toda a distância que separa a gente e nos une a alma, a maneira que corre solta no espaço do universo e gruda em mim. explosiva. genuína.
amo teus devaneios sobre coisas aleatórias, teus gostos que diferem dos meus, o jeito que tu tem opinião própria em relação a tudo.
amo o formato bonito dos teus olhos, e a tua boca.
eu ainda não consegui descobrir uma coisa em você que eu não ame. até os teus defeitos me deixam apaixonada, porque eles fazem parte de quem você é. e eu te amo num todo.
poderia passar a eternidade ao teu lado e ainda seria pouco.
você é mais do que eu imaginei querer para mim, você é o sonho bom que eu nunca tive, os meus desejos melhorados, meus pedidos noturnos à Deus para que colocasse algo bom e verdadeiro na minha vida.
você é tanto, e nem sabe.
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verbalismos · 3 years
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tu me roubou as palavras, não de um jeito poético e bonito. não. tu arrancou do meu peito a paixão por escrever. minhas frases mais bonitas costumavam ser endereçadas à você, agora se perderam num abismo frio e gélido, os destroços do que um dia foi nosso amor.
a dor da tua partida queima, arde, consome, corrói cada um dos meus átomos e sonhos. me resume à nada. sou dilúvio constante e instável. tempestade crescente. o caos que tu impregnou em mim se alastrou por meu organismo.
fui jogada na sarjeta da tua vida. te procuro em outros corpos, mas todos os beijos são gelados, não há nada que se compare ao calor do teu toque inebriante.
eu não sei mais falar de amor.
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verbalismos · 3 years
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nem o teu maior estoque de amor me faria voltar.
c'est la vie
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verbalismos · 3 years
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tenho a sensação de que engoli mil sóis, eles explodem, brilham e queimam dentro de mim, até meu âmago é incendiado. meu peito arde em brasa, fico em carne viva. iluminada e amortecida. ainda não decidi se é algo bom.
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verbalismos · 3 years
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te amar me fere a alma. me causa abalo sísmico no coração. me tira a paz da mente.
te amar é nocivo pra minha saúde. machuca, arde, queima, corrói.
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verbalismos · 3 years
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te amei no espaço entre gritar por ti no meio da avenida principal e amaldiçoar teu nome por não querer te amar.
voarias
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verbalismos · 3 years
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o universo está caótico, e no meio disso, eu vou continuar te amando amanhã, e todos os incontáveis dias depois desse. minha pele ainda irá arrepiar instantaneamente todas as vezes que a tua voz rouca alcançar meus tímpanos. meu coração ainda irá acelerar sempre que você se dirigir à mim.
é incontestável. irremediável. infinito.
tu traz poemas ao meu ser, sofro de arritmia quando você vem, serena e sorrateira, se esgueirando pelas beiradas do meu coração até atingir meu âmago, me fazendo cair por você. de novo, de novo e de novo.
teu cheiro de outono ainda assombra meu quarto, tuas digitais são perenes em cada centímetro da minha epiderme, onde teus dedos passearam com devoção, teu gosto reside doce no interior da minha boca, acoplado nas estrelas acima da minha língua. você me fez incandescente, brilhante.
te quero de forma ardente, fervorosa e desesperada, sem pensar muito, porque pensar demais nunca foi de nosso feitio.
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verbalismos · 3 years
Note
Eu amei “a sensação de que engoli mil sóis”. Eu me senti ‘mil sóis explodindo’ pela tua expressão sobre o inevitável 🤍
fico feliz em ler isso, meu bem🦋
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verbalismos · 3 years
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pensei em nós todos os dias durante essa semana. você invade até os meus sonhos. queria te ligar, saber como você está, o que tem comido, o que tem feito, se há paz.
o não saber me causa transtorno.
meu gosto ainda reside em sua língua ou você já encontrou outros lábios para me apagar? já substituiu o meu toque? se desvencilhou completamente dos resquícios das minhas digitais? ainda lembra do timbre da minha voz? se perdeu em outros corpos?
há indagações demais em minha mente nebulosa, essas as quais jamais serão respondidas por você.
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verbalismos · 3 years
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você precisa se cuidar.
precisa olhar agora, para dentro de si, e perceber que segurar coisas que já deviam ter ido embora só te fazem mal. que tá tudo bem errar tentando acertar, ninguém é perfeito.
precisa sim pegar toda sua dor no colo e aprender a lidar com ela. não sua mãe, nem seu ex amor e nem seu melhor amigo. você precisa ser sua base e começar o processo de auto cura.
precisa compreender que a beleza das outras pessoas lá fora não anulam a sua, e que existem coisas em você que te fazem uma pessoa única no mundo.
infelizmente precisa entender também que a vida é uma droga e vez ou outra rouba nossos sonhos, mas você precisa ser forte. por você.
se olhe com carinho e se ame. se ame porque você aguentou e sobreviveu a todos os seus dias difíceis. se orgulhe por ter chegado até aqui. comemore cada pequena conquista, porque você sabe o que precisou passar para chegar aqui. você, só você, sabe o quanto suportou. e só você sabe a força que tem.
se cuide, se ame. acredite em você.
voarias
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