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Sobre a ADUS e outras reflexões
O instituto ADUS é uma entidade não-governamental criada em 2011 que busca a integração de refugiados na sociedade brasileira e já impactou a vida de mais de 9.000 pessoas.
Considerando as informações passadas referente a instituição, conseguimos uma entrevista com um dos refugiados que recebeu auxílio da ADUS e hoje ministra aulas na escola de idiomas Unno, o qual podemos analisar a seguir.
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Ao redor do mundo, países se organizam no Sistema Internacional (SI) acompanhados de suas respectivas formas de governo (seja um sistema presidencialista, monárquico parlamentarista, democrático e entre outras). Por sua vez, a estrutura político-ideológica de um governo autoritário pode desmembrar um regime de ditadura nos Estados que determinam este como base administrativa da nação.
Este caso ocorreu com Togo, um país africano localizado ao oeste do continente africano, que há anos encara um regime ditatorial. Togo já foi o lar de Tafalwa Ahorou, refugiado que precisou deixar a sua vida, seu trabalho e seus laços territoriais para partir rumo ao Brasil em 2017, buscando o bem-estar social e uma jornada mais digna.
Formado em Contabilidade e com experiência profissional bancária em seu país de origem, Tafalwa atua há 4 anos como professor de francês no Instituto ADUS (que concentra a participação de outros refugiados no ensino linguístico), após cursar pedagogia e aprender a língua portuguesa (dificuldade que ele acentua na entrevista).
Durante o processo de chegada e estabilização no Brasil, outros obstáculos, além do idioma, também são encontrados no caminho de grande parte dos refugiados que aqui enxergam possibilidades. Um deles, também relatado por Tafalwa, é a retirada do Registro Nacional de Estrangeiros (RNE), que funciona como um documento aos imigrantes, legalizando a permanência deles em solo brasileiro.
Além disso, o preconceito intrínseco na sociedade, em especial a brasileira, torna-se uma das piores etapas a serem enfrentadas pelos refugiados, que se sentem deslocados e violados pelos comentários racistas e xenofóbicos de muitos indivíduos.
O Brasil possui o dever de cumprir com os compromissos humanitários envolvendo as pessoas refugiadas e solicitantes de refúgio, assegurando a proteção dessas pessoas, garantindo a sua entrada no país – o que vai além de possuir permissão e documentação – o direito de solicitação de refúgio, residência provisória, até o recebimento de documentos de identidade, tais quais RNE, Carteira de Trabalho e CPF.
Embora a lei brasileira de refúgio tenha seus avanços normativos, um dos empecilhos acerca do tema no país é a insuficiência em termos de pessoal e recursos necessário do órgão federal vinculado ao Ministério da Justiça, o Conselho Nacional para os Refugiados (CONARE), responsável por avaliar e decidir todas as solicitações de refúgio no Brasil e por definir a política brasileira de refúgio.
A falta de recursos inviabiliza o atendimento da demanda existente, acumulando muitos casos que podem durar mais de dois anos para obter uma resposta, além de possíveis falhas nos processos que acabam prejudicado os solicitantes de refúgio.
Em virtude das vulnerabilidades nos países de origem, muitos dos refugiados e solicitantes de refúgio não conseguirão retornar para eles, por isso outra importante atribuição do Brasil é integrá-los, acolhendo-os e garantindo a mesma condição de igualdade dos nacionais brasileiros. A complicação existente aparece com a pouca integração que é promovida pelos estados e municípios do país, marcados pela falta de competência na formulação de políticas públicas e em integrar, de fato, os refugiados, solicitantes de refúgio e migrantes, nas áreas da educação e saúde, o que pode ser explicado pela falta de recursos federais para atender as demandas.
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Isabella Rocha - 20021628
Lívia Clemente Forziati - 20021613
Luiza Costa - 20021618
Noemi Ariel Milharezzi Moraes - 20021624
Vitor Fernandes - 20021614
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educibercultura · 3 months
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Modelos de Educação na Cultura de Massas e na Cibercultura
Olá, pessoal!
Hoje, vamos falar sobre como a educação tradicional se estrutura e sobre como as metodologias ativas têm sido utilizadas para potencializar a aprendizagem. Legal, não é?
Na educação tradicional, há uma divisão clara de papéis. O professor é responsável por transmitir conhecimentos e os estudantes, na maior parte do tempo, só escutam sem participar ativamente.
Esse modelo muito se assemelha à comunicação na Cultura de Massas. Não entendeu essa conexão entre a educação tradicional e a Cultura de Massas?
Tal como ocorre na educação tradicional, na Cultura de Massas os meios de comunicação controlam o que é transmitido e como é apresentado aos sujeitos receptores.
Como as metodologias ativas entram no cenário educacional? As metodologias ativas mudam o foco, pois o processo de ensino é deslocado da transmissão dos conteúdos ou "educação bancária", como diria Freire (2021), para a aprendizagem dos estudantes, através da sua participação ativa na construção dos aprendizados. Parece uma abordagem pedagógica mais ativa, envolvente e democrática, não é? E podemos dizer que também está alinhada aos princípios da Cibercultura, onde todos podem produzir, recombinar e compartilhar informações através de conexões em rede.
As metodologias ativas estão contribuindo para dar um novo significado aos processos de ensino e aprendizagem, tornado-os mais atualizados à nossa cultura contemporânea, marcada pelas conexões, colaborações e participação dos indivíduos na sociedade. Até a próxima leitura!
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Referências
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. Edição Especial. 1. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2021.
LEMOS, André. Ciber-cultura-remix. Artigo produzido para apresentação no seminário Sentidos e Processos, dentro da mostra Cinético Digital, no Centro Itaú Cultural. São Paulo: Itaú Cultural, ago. 2005a. Disponível em: http://www.facom.ufba.br/ciberpesquisa/andrelemos/remix.pdf. Acesso em: 29 fev. 2024.
LEMOS, André. Cibercultura como território recombinante. 2005b. Disponível em: https://edumidiascomunidadesurda.files.wordpress.com/2016/05/andrc3a9-lemos-cibercultura-como-territc3b3rio-recombinante.pdf. Acesso em: 29 fev. 2024.
MORAN, José. Metodologias ativas para a aprendizagem mais profunda. In: BACICH, Lilian; MORAN, José (org.). Metodologias ativas para uma educação inovadora. Porto Alegre: Penso, 2018.
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profaisacassiano · 2 years
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EDUCAÇÃO FREIRIANA E A PEDAGOGIA DO OPRIMIDO
Proibido pela ditadura militar no Brasil quando lançado, o livro Pedagogia do Oprimido de Paulo Freire, só foi liberado em 1974, devido à grande crítica e reflexão sobre método de ensino da educação tradicional executada no mundo todo, conhecida como educação bancária, onde quem ensina se torna opressor.
Freire questiona a divisão de classes onde a classe social mais alta obtém a educação e a classe menos favorecida se torna dominada por aqueles que possuem o conhecimento. Com isso, temos o sistema de educação bancário: os que possuem conhecimento, depositam seus saberes aos outros de forma alienada e desigual, para que sejam sempre desfavorecidos e sintam-se oprimidos, pois, para elite, essas pessoas não precisam de conhecimento.
Paulo Freire ainda impulsiona uma revolução na educação, e nos apresenta o Sistema de Educação Horizontal. Aqui, o opressor (aquele que ensina), não é maior que os oprimidos (aqueles que aprendem). Incentiva a produção do opressor junto ao oprimido, compartilhando conhecimentos, produzindo junto ao aluno e de maneira igual, horizontal. O oprimido se sente mais confortável, sem constrangimentos e pressões, e o opressor também aprende, pois existe a troca de vivências, conhecimentos, diálogos, denominado como práxis.
Essa troca de informações e diálogos, é muito importante, pois a partir daí as pessoas expressam seus sentimentos, vontades, conhecimentos e experiências. Sem diálogo igualitário, não existe aprendizado horizontal. Saber falar e ouvir, saber o momento certo para agir ou apenas observar. Isso é extremamente importante até os dias atuais.
Outro questionamento é referente ao oprimido. Pobre, periférico, injustiçado desde sempre e começa a ser ouvido mesmo que lentamente. A chance de o oprimido reproduzir a opressão que sempre sofreu é enorme. O oprimido tomando seu espaço, faz com que mostre o opressor que está dentro de si, e isso se torna um problema, pois, ao invés de termos uma revolução, seria uma verdadeira escola para opressores. Então precisamos pensar num plano para que isso não ocorra. Para que todos se conscientizem desse mal opressor que está enraizado e trabalhe em conjunto para que nossa educação seja livre.
Uma realidade sem opressão, sem opressor e sem oprimido. Uma revolução na educação brasileira e mundial. Sermos livres educacionalmente falando. Liberdade... Palavra que traz medo. Costumamos sentir medo do que não conhecemos, do novo, e o medo muitas vezes nos faz desistir de tentar. Se não tentarmos, não teremos a grande revolução, não teremos mais estudantes aprendendo e se esforçando para serem melhores, ter um futuro melhor, não teremos trabalho duro de conscientização contra qualquer tipo de opressão, incluindo aquelas que moram dentro de nós. Não teremos mudança, não teremos resultado.
O medo nos trouxe até aqui, e a educação classicista, elitizada, opressora do século passado ainda existe, e ela quer que nós tenhamos medo do novo, pois ela sabe que a única maneira de NÃO acabarmos com ela, é ter medo de tentar.
E o oprimido tem que ter consciência de classe, consciência que o lugar dele é aonde ele sonha chegar, que a educação e a política têm que trabalhar para todos, tem que ser de fácil acesso a todos, e com respeito, inclusão social, amor ao próximo, sabedoria e liberdade, chegaremos a revolução tão sonhada que Paulo Freire aborda em “Pedagogia do Oprimido”.
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poesia-marginow · 2 years
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Os candidatos serão avaliados por meio de duas etapas diferentes até serem contratados A Prefeitura de Taboão da Serra em São Paulo, abre Concurso Público para o preenchimento de 120 vagas e formação de cadastro reserva no cargo de Professor de Educação Básica. A fim de atuar no cargo, é necessário que o candidato tenha 18 anos, seja brasileiro nato, esteja em dia com obrigações eleitorais, e militares quando do sexo masculino, possua licenciatura plena em pedagogia, e dentre outros. Para pessoas que gozam das características listadas no edital, uma porcentagem de vagas será reservada. O valor da remuneração será de R$ 3.177,26, com carga horária de 30 horas semanais. As inscrições devem ser realizadas pelo site da ABCP, a partir de 18 de maio de 2022 até 27 de junho de 2022, com a taxa sendo de R$ 80,00. A confirmação da inscrição ocorrerá após a validação do pagamento do boleto referente à taxa de inscrição. A baixa bancária poderá ocorrer em até dois dias úteis. Da Seleção A avaliação se dará por meio de prova objetiva e análise de títulos de caráter eliminatório e classificatório. A prova objetiva está prevista para ser realizada no dia 10 de julho de 2022. A validade do Concurso Público será de dois anos, podendo ou não ser prorrogado. Para mais informações acesse o edital completo em nosso site. EDITAL DE ABERTURA 002/2022 PROVAS RELACIONADAS PCI Concursos
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edsonjnovaes · 3 years
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Paulo Freire plagiou professor americano e destruiu a educação brasileira
Paulo Freire plagiou professor americano e destruiu a educação brasileira
https://m.youtube.com/watch?v=11NH5Yktu3A Paulo Freire plagiou professor americano e destruiu a educação brasileira – Visão Libertária Em 1943, durante a segunda guerra, com as filipinas invadidas pelos japoneses, Laubach esteve um tempo em Recife, onde deu palestras e aulas em várias escolas e universidades. Ele já era famoso pelo método Laubach de alfabetização. Paulo Freire então pegou o…
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existocom · 3 years
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O grupo de estudos online sobre Fenomenologia tem como intuito oferecer uma introdução sobre esta temática, enquanto uma atitude utilizada em ciências humanas que busca captar as coisas tal como aparecem, sem cair em teorizações ou em suposições abstratas. No primeiro encontro veremos o que é a fenomenologia, no segundo abordaremos a volta ao mundo-da-vida, o terceiro encontro será sobre as diferenças entre a fenomenologia em Husserl e Merleau-Ponty, e no último encontro concluiremos com o método fenonenológico. Todos os encontros acontecem online, de acordo com as datas e horários abaixo, em cada encontro é utilizado um texto de referência. Os encontros são gravados, a gravação fica disponibilizada para quem não puder participar no dia e horário agendado. Datas e temas: 03/Abr: O que é fenomenologia? 17/Abr: Volta ao mundo-da-vida 08/Mai: Husserl e Merleau-Ponty 22/Mai: Método fenomenológico Horário: 10 às 11h30 (fuso horário de Brasília). Condutor: Bruno Carrasco, professor de filosofia e psicologia, graduado em psicologia, licenciado em filosofia e pedagogia, pós-graduado em ensino de filosofia e em psicoterapia fenomenológico existencial. Inscrição: A inscrição no grupo de estudos é de R$ 60 por mês, que corresponde a dois encontros. O pagamento pode ser feito por cartão de débito e crédito ou boleto, pelo www.ex-isto.com. Se preferir pagar por depósito ou transferência bancária para o NuBank, Banco do Brasil ou Caixa Econômica Federal, basta entrar em contato solicitando os dados bancários, ou pela chave pix [email protected]. Mais informações em: https://www.ex-isto.com/2021/03/fenomenologia-estudos.html
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simbolizarte · 4 years
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Uso das TICs na educação: desafios e possibilidades
Com o passar dos anos, cada vez mais a tecnologia se configura como um instrumento que possibilita a conquista de novos conhecimentos, bem como auxilia na difusão dele nos mais diversos meios. Porém, é necessário pensar que existem diversos fatores a serem pensados e avaliados quando se pretende aliar a tecnologia no campo da educação.
Assim, diante de um cenário de cada vez maior participação das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), no âmbito da educação mundial, faz-se necessário, principalmente para os futuros professores, refletir e aprofundar nas discussões acerca do tema. Mais adiante serão feitas algumas reflexões acerca de como isso impacta especificamente no campo da produção e divulgação da literatura portuguesa no Brasil.
Para iniciar a discussão, serão elencados os principais fatores positivos da utilização da tecnologia e em seguida, os pontos negativos do uso dela. É imprescindível dizer que os fatores favoráveis de sua utilização são inegáveis e incontáveis. Um dos mais importantes, seria a forma de facilitar o acesso à informação por pessoas que geralmente encontrariam maior dificuldade de conseguir, ou seja, a democratização de um conhecimento que, até então, seria restrito a determinadas áreas. Corroborando com essa ideia, Pozo (2004) afirma que, o uso da tecnologia cria novas possibilidades de distribuir socialmente o conhecimento.
Ainda nesse sentido, é necessário dizer que a tecnologia, de modo geral, é um grande facilitador, uma vez que amplia as possibilidades de pesquisar um mesmo tema em diversas fontes confiáveis, como o acesso a livros, vídeos, artigos acadêmicos, teses, dissertações de doutorado, entre outras.
Por outro lado, os desafios da utilização das TICs nas escolas também são muito grandes. Para iniciar a discussão, é essencial ressaltar a grande desigualdade social que é fator marcante no Brasil. A educação, no decorrer dos anos, sofre constantemente com a interseccionalidade de aspectos como classe e raça, sendo inegável que haja um desnível grande entre as escolas particulares e públicas.
As diferenças entre as escolas são visíveis, por exemplo, com relação a infraestrutura escolar, é possível dizer que nem todas as escolas possuem um laboratório de informática, ou se possuem, muitas vezes ficam fechados devido a falta de treinamento adequado aos profissionais para lidar com os meios tecnológicos. Por isso, a capacitação dos professores é essencial, na intenção de que eles se tornem mediadores ou facilitadores da relação entre os meios tecnológicos e os alunos que, muitas vezes, não tiveram experiências prévias em casa.
Dessa forma, para que as TICs se tornem aliadas eficazes dentro das escolas, como afirma Soares-Leite (2011):
É necessária a união de multifatores, dentre os quais, pode-se destacar como mais importantes: o domínio do professor sobre as tecnologias existentes e sua utilização na prática, e isso passa, necessariamente, por uma boa formação acadêmica; que a escola seja dotada de uma boa estrutura física e material, que possibilite a utilização dessas tecnologias durante as aulas.
A necessidade de capacitação adequada aos professores é um dos pontos essenciais para lidar com o advento das tecnologias dentro das escolas. Para além disso, como afirma Freire (1998), o professor deve também ter em mente que o processo da educação é dialógico. A concepção “bancária”, ainda de acordo com o autor, na qual os alunos são vistos apenas como depósitos de conhecimento que irão se acumular ao longo dos anos é extremamente danosa e negativa para a educação. O longo e complexo processo de educação deve ser construído de forma conjunta e com a participação de todos os envolvidos, professores e alunos, o que seria um dos caminhos principais para uma educação libertadora.
Nesse sentido, o acesso ao conhecimento que é, muitas vezes possibilitado pela tecnologia, pode se configurar como uma forma de minimizar as enormes desigualdades sociais. Visto que, o acesso à informação pode ser encarado como um fator de proteção diante dos diversos fatores de risco que muitas famílias de classe baixa estão submetidas.
Por esse motivo, quando utilizadas de forma correta, as TICs se configuram como importantes aliadas no processo educacional atualmente, visto que, em condições favoráveis, ela pode ser capaz de driblar as barreiras sociais e físicas. O acesso, além de rápido, é muito abrangente, é possível ter acesso a informações técnicas sobre diversas áreas, bem como a literatura dos mais diversos países. É certo que a barreira da língua pode dificultar um pouco, uma vez que nem todos os autores são traduzidos direto para o português.
Antes de entrar na questão da literatura portuguesa, é necessário introduzir um pouco do contexto histórico da relação entre Brasil e Portugal. Quando o Brasil conquista sua independência, após séculos de exploração, uma grande dose de ressentimento pairou sob o país, refletindo não apenas no âmbito econômico, mas também na questão da literatura. Em diversos momentos a relação do Brasil com a literatura portuguesa foi ambígua, hora a aceitando, ora rejeitando-a. De acordo com Zilberman (2002), nos anos 80, a Literatura Portuguesa foi retirada do currículo obrigatório do curso de Letras, evidenciando a relação conflituosa que existia. Ainda de acordo com a autora:
A literatura portuguesa é jogada para a condição de outro de que se deseja libertar, como se as amarras coloniais, que persistem no campo econômico, embora não sejam mais os mesmos países que manobrem os cordões, pudessem ser rompidas ao menos no âmbito cultural. O pressuposto pode ser equivocado, mas persiste, e, enquanto ele se mantiver, a estrangeiridade da literatura produzida em Portugal continuará vigorando, separando o que talvez pudesse estar junto para o benefício de ambos.
No decorrer dos anos, os autores buscaram criar uma identidade da literatura brasileira, que apresentava características únicas, o que era responsável por distanciá-la da europeia. Nesse sentido, Veríssimo (1963) afirma que:
 “A literatura que se escreve no Brasil é já a expressão de um pensamento e sentimento que não se confundem mais com o português, em forma que, apesar da comunidade da língua, não é mais inteiramente portuguesa. (VERÍSSIMO, 1963, p. 3.)
A partir do momento em que essas diferenças são superadas, a literatura portuguesa passa a ser apreciada e as relações de atrito e disputa são minimizadas. Atualmente, diversos autores de Portugal são lidos e apreciados no Brasil. A literatura portuguesa é estudada nas escolas e um dos fatores que mais facilita o acesso a ela, é a internet.
Nesse sentido, qualquer pessoa conectada, consegue, de forma rápida, localizar diversas poesias, contos, romances ou qualquer outro texto proveniente de determinado escritor português. Assim, as principais barreiras que seriam a distância e a linguagem são instantaneamente minimizadas, facilitando o intercambio de conhecimento e de cultura.
REFERENCIAS
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 65. ed. Rio de Janeiro/São Paulo: Paz e Terra, 2018.
POZO, Juan Ignacio. A sociedade da aprendizagem e o desafio de converter informação em conhecimento. Pátio, Revista Pedagógica, 8 (31). 2004.
Soares-Leite, Werlayne Stuart, do Nascimento-Ribeiro, Carlos Augusto. A inclusão das TICs na educação brasileira: problemas e desafios. Magis. Revista Internacional de Investigación en Educación [en linea]. 2012, 5(10), 173-187[fecha de Consulta 19 de Marzo de 2020]. ISSN: 2027-1174. Disponível em: < https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=281024896010> Acesso em: 24 de mar. 2020.
VERÍSSIMO, José. História da literatura brasileira: de Bento Teixeira (1601) a Machado de Assis (1908). 4. Ed. Brasília: Ed da UnB, 1963.
ZILBERMAN, Regina. Literatura Portuguesa no Brasil – Uma estrangeira entre nós? Disponível em: <https://periodicos.ufn.edu.br/index.php/VIDYA/article/view/464/449> Acesso em: 24 de mar. 2020.
Escrito por: Carolina Abreu
Publicado em: 06/04/2020, 14:43.
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dellamonica · 4 years
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QUER SABER SE PAULO FREIRE ERA MESMO UM ENERGÚMENO
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Se existe um Energumeno, certamente não é ele
Jair Bolsonaro voltou a demonstrar que não reúne a menor condição de exercer a presidência da República. ► Nesta manhã do dia 16/12/2019 ele agrediu e insultou Paulo Freire, o intelectual brasileiro mais premiado e respeitado no mundo, ao chamá-lo de energúmeno Paulo Reglus Neves Freire (Recife, 19 de setembro de 1921 — São Paulo, 2 de maio de 1997) foi um educador e filósofo brasileiro. É considerado um dos pensadores mais notáveis na história da pedagogia mundial, tendo influenciado o movimento chamado pedagogia crítica. É também o Patrono da Educação Brasileira.
Didática de Paulo Freire
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Paulo Freire Sua prática didática fundamentava-se na crença de que o educando assimilaria o objeto de estudo fazendo uso de uma prática dialética com a realidade, em contraposição à por ele denominada educação bancária, tecnicista e alienante: o educando criaria sua própria educação, fazendo ele próprio o caminho, e não seguindo um já previamente construído; libertando-se de chavões alienantes, o educando seguiria e criaria o rumo do seu aprendizado. Destacou-se por seu trabalho na área da educação popular, voltada tanto para a escolarização como para a formação da consciência política. Autor de Pedagogia do Oprimido, livro que propõe um método de alfabetização dialético, se diferenciou do "vanguardismo" dos intelectuais de esquerda tradicionais e sempre defendeu o diálogo com as pessoas simples, não só como método, mas como um modo de ser realmente democrático. Trata-se da terceira obra mais citada em trabalhos acadêmicos da área de humanas em todo o mundo, à frente de clássicos como Vigiar e Punir de Michel Foucault e O Capital de Karl Marx. Foi o brasileiro mais homenageado da história, com pelo menos 35 títulos de Doutor Honoris Causa de universidades da Europa e América; e recebeu diversos galardões como o prêmio da UNESCO de Educação para a Paz em 1986.] Em 13 de abril de 2012 foi sancionada a Lei nº 12.612, que declara o educador Paulo Freire Patrono da Educação Brasileira Segundo uma pesquisa envolvendo três estados brasileiros, Paulo Freire é o nome de escola mais comum.
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Paulo Freire: Pequena Biografia
Paulo Reglus Neves Freire nasceu em 19 de setembro de 1921 no Recife, capital do estado brasileiro de Pernambuco. Filho de Joaquim Temístocles Freire, capitão da Polícia Militar de Pernambuco e de Edeltrudes Neves Freire, Dona Tudinha, Paulo teve uma irmã, Stela, e dois irmãos, Armando e Temístocles. A irmã Stela foi professora primária do Estado. Armando, funcionário da Prefeitura da Cidade do Recife, abandonou os estudos aos 18 anos, não chegou a concluir o curso ginasial. Temístocles entrou para o Exército. Aos dois, Paulo agradece emocionado, em uma de suas entrevistas a Edson Passetti, pois começaram a trabalhar muito jovens, para ajudar na manutenção da casa e possibilitar que Paulo continuasse estudando. Paulo Freire aos 10 anos. Sua família fazia parte da classe média, mas Paulo Freire vivenciou a pobreza e a fome na infância durante a depressão de 1929, uma experiência que o levaria a se preocupar com os mais pobres e o ajudaria a construir seu revolucionário método de alfabetização. Por seu empenho em ensinar os mais pobres, Paulo Freire tornou-se uma inspiração para gerações de professores, especialmente na América Latina e na África. O talento como escritor o ajudou a conquistar um amplo público de pedagogos, cientistas sociais, teólogos e militantes políticos, quase sempre ligados a partidos de esquerda. TALVEZ VOCÊ SE INTERESSE TAMBÉM POR ESTE LIVRO https://dellamonica.com.br/a-elite-do-atraso-da-escravidao-a-bolsonaro/ A elite do atraso: Da escravidão a Bolsonaro Read the full article
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sitedabaixada · 5 years
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Inscrições abertas para mais de 4.000 vagas nos cursos de Ensino Técnico e Superior da Faetec
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A Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec), órgão vinculado à Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação, oferece uma nova oportunidade para quem deseja estudar e investir na carreira ainda em 2019. O edital do processo seletivo de Ensino Técnico e de Educação Superior para ingresso no segundo semestre deste ano já foi publicado. As inscrições vão até o dia 12 de junho e devem ser feitas pela internet no site do Instituto Selecon: http://selecon.org.br/novo/faetecsemestre22019/
Serão 4.006 vagas em cursos gratuitos oferecidos nas unidades escolares da Rede em todo o Estado, sendo 3296 destinadas aos cursos técnicos, nas modalidades concomitante e subsequente, e 710 para a Educação Superior, por meio de vestibular. Dentre as oportunidades abertas, destacam-se 32 voltadas a Escola Técnica Estadual de Teatro Martins Pena.
Há vagas na Região Metropolitana (incluindo Niterói, Itaboraí e Petrópolis), na Baixada Fluminense (Duque de Caxias, Mesquita, Nilópolis, Nova Iguaçu, Paracambi), na Região dos Lagos, no Norte Fluminense, no Centro-Sul Fluminense e no Médio Paraíba.
Entre os cursos técnicos, os candidatos podem escolher: Edificações; Administração; Química; Informática; Logística; Modelagem do Vestuário; Estética; Automação Industrial; Cozinha; Eletrônica; Meio Ambiente; Eletrotécnica; Construção Naval; Prótese Dentária; Informática para internet; Enfermagem; Análises Clínicas; Gerência em Saúde; Produção de Moda e Teatro; entre outros.
Já nos cursos de nível superior destacam-se: Tecnologia em Processos Gerenciais; Tecnologia da Informação e da Comunicação; Tecnologia em Gestão Ambiental; Tecnologia em Logística; Tecnologia em Sistemas para Internet com foco em Empreendedorismo Digital; Tecnologia em Análise de Sistemas Informatizados e Licenciatura em Pedagogia.
Os interessados devem ler o edital e conferir os requisitos necessários para o ingresso. Para as vagas de Ensino Técnico e Superior, a taxa é de R$ 49,90, com pagamento em qualquer agência bancária até a data do vencimento. A inscrição é confirmada somente após o pagamento.
No edital de Nível Médio Técnico, aos candidatos comprovadamente carentes e que atendam às determinações estabelecidas em lei serão reservadas 40% das vagas. Além disso, 5% das vagas são destinadas às pessoas com deficiência (PcD), incluindo o transtorno do espectro autista.
Já para as unidades de ensino dos cursos de Nível Superior que dispõem sobre o sistema de cotas, serão destinados aos candidatos comprovadamente carentes um percentual de 45% (quarenta e cinco por cento) das vagas oferecidas. Uma novidade é a reserva de vagas voltadas aos quilombolas.
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sabikaze-blog · 5 years
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Dois Sentimentos Ou O Mesmo Com Nomes Distintos?
casamento possui um termo inicial para sua caracterização, que é a celebração do matrimônio e mesmo é composto de direitos e deveres diferentes da união estável, qual sejam como se valorizar eles: Código Civil de 2.002, exige para casamento deveres de fidelidade recíproca, vida em comum no domicilio conjugal, a mutua assistência e respeito (art.
Para se aproximar dos modelos atuais de família Direito reconheceu instituto da união estável, instituto esse ganhou novos contornos com a Constituição de 1988, onde passou a ser reconhecido como entidade familiar, vindo posteriormente Código Civil tratar do tema.
Nesse caso hipotético, por mais que a pessoa não saiba dos sentimentos da outra, ou ainda que saiba, não seja possível ocorrer um namoro oficializado, tal pessoa "in love" vive sua vida e seu relacionamento com outros seres humanos, como se estivesse em um relacionamento amoroso sério.
Dessa forma, a partir das décadas de 60, 70 e 80, especialmente a partir do desenvolvimento da "Geografia Radical", de cunho marxista, que adota um posicionamento contestatório e crítico quanto à organização e produção do espaço geográfico, ou seja, está voltada ao engajamento político-ideológico, em busca de uma sociedade mais igualitária, propondo transformações da realidade social.
A resposta vai depender do ânimo que os envolvidos alimentam; se eles no momento atual assumem publicamente a imagem externa de um casamento, que existe é a união estável, porém, se os mesmos apesar de residirem juntos e ter relacionamento público, compartilhando tudo inclusive a conta bancária, possuem unicamente objetivo de juntos acumularem recursos para futuramente se casarem, ou comprarem um imóvel para juntos constituírem uma vida, que se tem no caso nada mais é do que namoro qualificado.
Os conhecimentos necessários, implícitos e explícitos do educador por excelência que trabalha na educação de crianças, adolescentes, jovens e adultos é estabelecer um Contrato Didático com seu aluno, ter consciência da existência de um Currículo Oculto, praticar a Pedagogia da Afetividade, saber fazer a Alternância como se valorizar das Metodologias que utiliza, ter Ética Profissional, possuir a visão de um Facilitador da Aprendizagem, aplicar a Avaliação Formativa considerando aprendizado do estudante na forma plena e conhecer e utilizar de maneira eficaz as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC´s) no processo de ensino e aprendizagem.
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alguem-escreveu · 2 years
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Assim é que, enquanto a prática bancária, como enfatizamos, implica numa espécie de anestesia, inibindo o poder criador dos educandos, a educação problematizadora, de caráter autenticamente reflexivo, implica num constante ato de desvelamento da realidade. A primeira pretende manter a imersão; a segunda, pelo contrário, busca a emersão das consciências, de que resulte sua inserção crítica na realidade.
(Pedagogia do Oprimido)
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atrasadasdoenem · 3 years
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 Centenário de Paulo Freire
Não dá pra falar de educação no Brasil sem falar de Paulo Freire, é um dos principais autores;
Tem 25 livros publicados;
É o terceiro autor da área de humanidades mais citado em trabalhos acadêmicos NO MUNDO;
 “Pedagogia do Oprimido” por exemplo tem mais de 75 mil citações no Google Schoolar;
 Paulo Freire é a base de estudo em universidades de elite inglesas;
 Mais de 90 países têm instituições de ensino e pesquisas freirianas;
 Reconhecido como possivelmente o principal nome da pedagogia crítica;
Acreditava que a função da pedagogia é formar sujeitos e estes possam formar conhecimento, a fim de que transformem o mundo que habitam; “Educação não transforma o mundo, educação muda pessoas, pessoas transformam o mundo.”
Reforma educacional do governo bolsonarista: reforma pra quem? pretende-se tirar Paulo Freire da educação;
A educação de Freire promove o pensar;
Angicos: alfabetizou 300 trabalhadores rurais em 40hs, de forma de fazer leitura do mundo a partir de suas experiências, de suas histórias. (1962)
O educador sofreu perseguição do regime militar (1964-1985), ficou preso por 70 dias e foi exilado por 16 anos, considerado traidor;
O compromisso do Paulo Freire é entender de que a práxis é fundamental;
Ensino-educação: não existe pesquisar sem ensinar e ensinar sem pesquisar, não existe educando sem educador e nem educador sem educando. Um sempre complementa o outro;
 Educação bancária: educar é transferir conhecimento, é depositar conhecimento na cabeça do outro e esperar que esta pessoa reproduza esse conhecimento em uma prova. Essa educação tira a pessoa da posição de sujeito e a coloca em lugar de coisa. Segundo Freire, educar não é transferir conhecimento, educar é criar espaços onde conhecimento possa ser produzido, possa ser circulado;
 Não existe falar para, mas sim falar com, colocar-se em uma posição que respeita o sujeito em sua jornada de aprendizagem;
 Pedagogia da Autonomia ensina que não existe neutralidade no ensino, a educação é política, quando se estrutura um programa de ensino e decide o que vai ser estudado existem sim interesses ideológicos postos ali e uma das funções do educador(a) é pensar sobre isso;
Embora haja ideologia, a pedagogia crítica diz que a realidade é um processo social em formação;
O processo de educação dividido em 3 movimentos:
 Leitura de mundo: quais são as leituras de mundo sobre o assunto que vai ser trabalhado, o que as educandas e educandos já sabem e como podem conhecer isso melhor. 
Partilha do mundo lido: partilhar as leituras e buscar entender porque as pessoas veem as coisas diferentes, o que falta na minha visão que tem na visão do outro?
Reconstrução do mundo partilhado: compreender o que é possível ser feito nesse mundo, de que forma o conhecimento pode transformar a realidade? Por este motivo, a pedagogia é tão criticada pelo modelo tradicional. A educação não muda o mundo, a educação forma novas pessoas que formação um novo mundo, em seu processo de sujeito constituinte e uma outra historia em outra direção.
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bioeducacao · 3 years
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27/09/2021
O assunto de hoje complementa o da semana passada e será sobre o documentário: 1932 a 1969 - Dermeval Saviani (A História das Ideais Pedagógicas no Brasil), caracterizado pelo predomínio da pedagogia nova.
O documentário começa abordando o período de 1932-1947 que é definido pelo equilíbrio entre a pedagogia tradicional e a pedagogia nova.
Em 1924, foi criada a ABE (Associação Brasileira de Educação) que reuniu educadores com o objetivo de profissionalizar o campo da educação, pois a mesma era conduzida por profissionais de outras áreas. A ampliação da ABE sistematizou as discussões sobre educação e organizou as conferências e congressos que envolviam os educadores
Em 1930, o Governo Provisório de Getúlio Vargas criou o Ministério da Educação e Saúde Pública. Sendo que, o primeiro ministro foi Francisco Campos, membro da Escola Nova e que reestabeleceu o ensino religioso nas escolas públicas, ato que não foi bem visto pelos 'renovadores'.
Em 1932, ocorreu a IV Conferência Nacional de Educação e Vargas promulgou que os educadores definissem as bases da política educacional que deveriam guiar as ações do governo em todo o país. Nóbrega da Cunha foi porta-voz da insatisfação vigente e contrário a Francisco Campos. Em seu discurso, Nóbrega disse que os participantes da assembleia não estavam preparados para debater e que esse assunto deveria ficar para uma próxima ocasião. Na mesma declaração, Nóbrega da Cunha informa que Fernando de Azevedo assumiu o compromisso de consubstanciar num manifesto todos os ideais dos educadores e fixar, dessa maneira, o sentido fundamental da política brasileira de educação.
Em 1932, Azevedo divulgou “O Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova”, propondo uma revolução social a partir da renovação educacional e que a educação deveria ser prioridade nacional. O impacto gerado pela divulgação do manifesto provocou o rompimento entre o grupo dos renovadores e o grupo católico que decidiu retirar-se da ABE. O resultado da ruptura foi à fundação, em 1933, da Confederação Católica Brasileira de Educação. Assim, a pedagogia tradicional defendia a centralidade no professor como transmissor de conhecimentos; educação é uma tarefa da família e da igreja; Estado tem papel complementar; educação diferencia para meninos e meninas; educação hierarquizada, pública diferente da privada; ensino religioso nas escolas públicas. Já a pedagogia nova, defendia a educação centrada na atividade do aluno e nos seus processos internos; professores como orientadores da auto-educação dos alunos e mediadores dos processos de aprendizagem; escola única e laica para todas as classes e sexos.
A constituição de 1934 mesclou os princípios, manteve o ensino religioso e estabeleceu a educação como dever do estado e direito dos cidadãos. E ao longo da Era Varga três forças influenciaram a Educação, a Trindade Renovadora (Lourenço Filho, Fernando Azevedo e Anisio Teixeira), a Trindade Católica (Cardeal Dom Sebastião Leme, Padre Leonel Franca e Alceu de Amoroso Lima) e a Trindade Governamental (Vargas, Campos e Capanema).
A Modernização Conservadora teve como objetivo modernizar o país através da industrialização e substituição de importações, mantendo as elites e aprofundando o vinculo do Brasil com o Capitalismo. Essa política precisava dos renovadores como modernizadores do processo de gestão e ensino das escolas, mas também precisava da igreja para manter a ideologia dominante vigente.
Após a queda do Estado Novo, as ideias novas ascendem e em decorrência do dispositivo da Constituição do Brasil promulgada em 1946, cabia ao governo central fixar as diretrizes e bases da educação nacional. Sendo assim, o Ministro da Educação organizou uma comissão para organização da LDB, convocando os principais educadores do país, sendo os renovadores a maioria. A Escola Nova também ganhava força na Europa e EUA a partir de 1920. Em contramão, no Brasil, estabelece-se a necessidade da Pedagogia Nova nas escolas públicas e os renovadores passaram a dirigir instituições escolares. E na medida em que a pedagogia nova foi ampliando sua influência e conquistando certa hegemonia, constatou-se uma tendência, também progressiva, de renovação da pedagogia católica.
Em 1947-1961, inicia-se o período do predomínio da influência da Pedagogia Nova. Nessa fase foi aprovada a 1ª LDB que se estendeu por 13 anos, e em torno da sua criação, houve embates entre grupos que defendiam uma escola pública universal e gratuita e grupos que defendiam as escolas particulares que temiam o monopólio da educação estatal. No segundo grupo, destavam-se Gustavo Capanema e representantes de grupos católicos e escolas privadas, que utilizavam os meios de comunicação e o Substitutivo Lacerda para realizar uma pressão social. Do lado da escola pública, identificam-se três correntes de pensamento: Liberal-idealista, representada pelo jornal O Estado de S. Paulo, e por professores como Roque Spencer Maciel de Barros, Laerte Ramos de Carvalho e João Eduardo Rodrigues Villalobos; Liberal-pragmatista, filiam-se os educadores do movimento renovador, Anísio Teixeira, Fernando de Azevedo, Almeida Júnior e Lourenço Filho; Socialista, teve como seu principal líder o professor Florestan Fernandes.
Em 1955 cria-se o ISEB (Instituto Superior de Estudos Brasileiro), reunindo intelectuais de grande impacto. Neste mesmo ano, Juscelino Kubitschek é eleito, e busca apoio do ISEB na elaboração de uma ideologia nacionalista-desenvolvimentista. Entretanto, houve uma controvérsia, pois houve um grande investimento em indústrias internacionais e ao atrair empresas estrangeiras ocorreu uma desnacionalização. Porém, no final do governo, o país estava praticamente industrializado.
Neste mesmo período, havia grupos da esquerda que estavam propondo reformas de base (universitária, administrativa, financeira, industrial, bancária, agrária), nacionalização das empresas estrangeiras e o controle da remessa de lucros, royalties, lucros e dividendos. Esses conflitos de interesse geraram uma crise entre nacionalização e desnacionalização na década de 60.
Nos anos 1961-19697, houve o período denominado de a crise da pedagogia nova e a articulação da pedagogia tecnicista.
Em 1961 é eleito Jânio Quadros, mas o mesmo renuncia no mesmo ano e assume o seu vice, João Goulart, figura que é indesejada pelas forças dominantes e militares, pois uma de suas ações é revogar o parlamentarismo.
A partir de 1960, o Governo e ONGs criam campanhas para alfabetização, pois desde o fim do Império, apenas alfabetizados votavam. A partir disso, emerge a proposta freiriana que ganha projeção nacional como formulador de um método de alfabetização revolucionário. A visão freiriana incorpora valores cristãos e metodologia escolanovista, produzindo uma visão popular centrada na autonomia e iniciativa dos educandos.
E durante o governo de Jânio, Freire é convidado a participar de um programa nacional de alfabetização. Porém, com o golpe, Freire sai do Brasil e retorna apenas em 1980. Para Freire, o educador deve partir da condição de que o educando é e deve ser livre, de forma que a função básica da educação é promover a consciência crítica, assim, estabeleceu-se a Educação Libertadora.
Porém, com o golpe militar, constata-se, inicialmente, uma continuidade no campo educacional, uma vez que o golpe militar se fez como uma ruptura política para manter uma continuidade socioeconômica. O IPES (Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais) organiza alguns seminários de educação nos quais as ideais básicas que vão ser incorporadas nas reformas educacionais do período militar começam a ser enunciadas. É neste contexto que as ideias pedagógicas da Escola Nova entram em crise e a partir da década de 70, a pedagogia oficial assume o caráter da pedagogia tecnicista.
Referências
Vídeo-documentário: 1932 a 1969 – Dermeval Saviani (A História das Ideias Pedagógicas no Brasil). Atta Mídia e Educação.
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existocom · 3 years
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O grupo de estudos online sobre a História da Filosofia propõe um diálogo sobre o percurso da filosofia ocidental. Nos primeiros dois meses veremos o início da filosofia na Grécia antiga, os primeiros filósofos, Sócrates e os sofistas. Todos os encontros acontecem online, de acordo com as datas e horários abaixo, com abertura para trocar ideias e questões. Cada encontro será gravado e a gravação ficará disponível para quem não puder participar no dia e horário agendado. Datas e temas: 16/Jan: A consciência mítica 30/Jan: Início da filosofia na Grécia 13/Fev: Filósofos pré-socráticos 27/Fev: Sócrates e os sofistas Horário: 10 às 11h40 (fuso horário de Brasília). Condutor: Bruno Carrasco, professor de filosofia e psicologia, graduado em Psicologia, licenciado em Filosofia e Pedagogia, pós-graduado em Ensino de Filosofia e em Psicoterapia Fenomenológico Existencial. Inscrição: O valor para participação do grupo de estudos é de R$ 60 por mês, que equivale a dois encontros. O pagamento pode ser feito por cartão de débito e crédito ou boleto. Se preferir pagar por depósito ou transferência bancária para o NuBank, Banco do Brasil ou Caixa Econômica Federal, basta entrar em contato solicitando os dados bancários. Para mais informações acesse: https://www.ex-isto.com/2021/01/historia-da-filosofia-grupo-estudos.html
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monika-pi · 3 years
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#Repost @letrasevagalumes • • • • • • São Paulo, Brazil Escrito nos anos 1960, durante o exílio de Paulo Freire no Chile, “Pedagogia do Oprimido” tornou-se seu principal livro, aquele que levaria suas ideias sobre um “ser e estar no mundo” pelos mais diversos países. No Brasil, porém, em razão da ditadura civil-militar, permaneceu inédito até 1974. “Aos esfarrapados do mundo todo e aos que neles se descobrem e, assim descobrindo-se, com eles sofrem, mas, sobretudo, com eles lutam”. É com essa dedicatória que Freire abre o livro, um chamado à luta, uma inspiração, um respiro no caos. Freire trata da educação, mas de uma educação inserida no mundo, numa realidade desigual e injusta. Para ele, falar em educar é falar em transformar – em amor, em esperança. “Pedagogia do Oprimido” parte da ideia da libertação dos homens que começa com o reconhecimento de sua posição de opressão para, a partir daí, lutar pela liberdade. Pela conquista de um lugar enquanto pessoa e sujeito, não mais enquanto coisa e objeto. É por isso que Freire pensa tão além da sala de aula. O papel do educador comprometido com essa transformação é lutar AO LADO de seus educandos a partir do diálogo e de uma educação que toma como base o contexto de vida desses alunos. Seja na fase da alfabetização ou na posterior a ela, deve-se buscar no mundo em que esses educandos vivem o que Freire chama de “palavras geradoras” e de “temas geradores”, para que a educação faça sentido a eles. Vale lembrar que, até então, eram as cartilhas que dominavam os bancos escolares, numa educação mecanicista que pouco ensinava a pensar de maneira autônoma. A crítica com viés marxista de Freire está na educação bancária enquanto aquela que forma apenas braços para a manutenção do sistema, aquele que garante os privilégios de poucos às custas da opressão de muitos. Para ele, a verdadeira educação é aquela que proporciona as ferramentas aos educandos, para que eles reconheçam sua situação no mundo e saibam que podem mudá-la. Esse é um processo em conjunto com os que estão comprometidos com essa libertação que é de oprimidos, mas também de opressores. Essa é uma leitura inspiradora. Leia Paulo Freire! https://www.instagram.com/p/CUB1kYpMGqb/?utm_medium=tumblr
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bunkerblogwebradio · 3 years
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PAULO FREIRE? MAIS UM CRIMINOSO DA ESQUERDA
Em 2012, Paulo Freire foi nomeado pelo PT como o patrono da educação brasileira. E, de fato, ele é mesmo. Ele realmente é o patrono da fracassada educação brasileira, a mesma que está nas piores colocações nos ranks internacionais relacionados à educação. Antes de morrer de infarto, Freire conseguiu plantar no Brasil as sementes cancerígenas que foram regadas por uma horda de vigaristas travestidos de educadores e professores, que formaram (e continuam formando) milhões de militantes esquerdistas e analfabetos funcionais.
O título deste artigo poderia ser “A Opressão da Pedagogia de Paulo Freire – parte 2”, pois este artigo tem por objetivo continuar a desmascarar o charlatanismo disfarçado de “pedagogia libertadora” que Freire propôs em 1968, enquanto ele estava exilado do Brasil. Se você quiser ler a primeira parte do artigo, basta acessar este link:http://olharatual.com.br/a-opressao-da-pedagogia-de-paulo-freire/ .
Freire foi preso em 1964, porque seu método de alfabetização de adultos foi considerado subversivo pelos militares. O tão famoso “método revolucionário” de alfabetização de adultos que ele criou não passava de uma fraude! E essa fraude é amplamente idolatrada até hoje em várias universidades brasileiras. E não é à toa que seu método foi considerado subversivo. Paulo Freire nunca foi um educador, e sim um teórico político e ideológico que defendia publicamente a utopia comunista e regimes socialistas.
Na Pedagogia do Oprimido, Freire rotula as pessoas em duas categorias: a dos oprimidos e a dos opressores. Segundo Freire, os “oprimidos” precisam recuperar a humanidade deles, mas sem a ajuda de seus “opressores”, pois eles são desumanos e distribuem “falsas caridades”. Ele deixa bem claro em seu ensaio que todo “opressor” é desumano. Se você pretende conhecer quem realmente é a pessoa x, então você deve deixar seus discursos de lado e estudar quem são seus inimigos . No caso de Freire, seus inimigos são os opressores. Mas quem são os opressores, afinal? Será que, de fato, eles são prejudiciais à sociedade? Conforme eu lia seu ensaio, fui descobrindo quem são os tais opressores que Freire tanto condena.
No primeiro capítulo da Pedagogia do Oprimido, Freire repudia e condena totalmente as pessoas e instituições que fazem caridades (está claro que, para ele, elas são opressoras). Segundo Freire, aquele que dá esmola ou alguma ajuda à pessoas carentes ou moradores de rua está apenas preservando a ordem social que mantém os opressores no poder. Freire repudia radicalmente essas ajudas voluntárias e escreve que elas não passam de “falsas generosidades”. Se você dá um pedaço de pão para algum mendigo, você é um opressor que está mantendo o status quo opressor. Segue abaixo a parte do seu ensaio que mostra claramente o repúdio que ele apresentou em relação aos atos voluntários de dar esmolas:
“Os opressores, falsamente generosos, têm necessidade, para que a sua “generosidade” continue tendo oportunidade de realizar-se, da permanência da injustiça. A “ordem” social injusta é a fonte geradora, permanente, desta “generosidade” que se nutre da morte, do desalento e da miséria.
Daí o desespero desta “generosidade”diante de qualquer ameaça, embora tênue, à sua fonte. Não pode jamais entender esta “generosidade” que a verdadeira generosidade está em lutar para que desapareçam as razões que alimentam o falso amor. A falsa caridade, da qual decorre a mão estendida do “demitido da vida”, medroso e inseguro, esmagado e vencido. Mão estendida e trêmula dos esfarrapados do mundo, dos “condenados da terra”. A grande generosidade está em lutar para que, cada vez mais, estas mãos, sejam de homens ou de povos, se estendam menos em gestos de súplica. Súplica de humildes a poderosos. E se vão fazendo, cada vez mais, mãos humanas, que trabalhem e transformem o mundo. Este ensinamento e este aprendizado têm de partir, porém, dos “condenados da terra”, dos oprimidos, dos esfarrapados do mundo e dos que com eles realmente se solidarizem. Lutando pela restauração de sua humanidade estarão, sejam homens ou povos, tentando a restauração da generosidade verdadeira.
Quem, melhor que os oprimidos, se encontrará preparado para entender o significado terrível de uma sociedade opressora? Quem sentirá, melhor que eles, os efeitos da opressão? Quem, mais que eles, para ir compreendendo a necessidade da libertação?Libertação a que não chegarão pelo acaso, mas pela práxis de busca; pelo conhecimento e reconhecimento da necessidade de lutar por ela.”
E, logo em seguida, Freire adiciona uma infeliz nota de rodapé:
“Talvez dês esmolas. Mas, de onde as tiras, senão de tuas rapinas cruéis, do sofrimento, das lágrimas, dos suspiros? Se o pobre soubesse de onde vem o teu óbolo, ele o recusaria porque teria a impressão de morder a carne de seus irmãos e de sugar o sangue de seu próximo. Ele te diria estas palavras corajosas: não sacies a minha sede com as lágrimas de meus irmãos. Não dês ao pobre o pão endurecido com os soluços de meus companheiros de miséria. Devolve a teu semelhante aquilo que reclamaste e eu te serei muito grato. De que vale consolar um pobre, se tu fazes outros cem? São Gregório de Nissa (330-395), “Sermão contra os usuários”.”
Vamos fazer um rápido exercício seguindo o mesmo raciocínio que Freire usou para escrever sua pedagogia “libertadora”: Imagine que um empresário ajudou um usuário de crack que morava na rua a se libertar de seu vício e ainda ofereceu um emprego para ele. Agora o ex-drogado é um novo homem, que trabalha na empresa do mesmo homem que ajudou ele a sair da miséria. Usando o raciocínio freireano, o empresário é um opressor desumano, porque ele está alienando o ex-drogado. Ele largou as drogas para fazer parte da “sombra do opressor”, e não conseguiu “se libertar”. Será que eu sou o único que não concorda com as asneiras que Freire escreveu?
Em seu ensaio, Freire defende a seguinte tese: a única maneira de “libertar” os oprimidos da realidade opressora é através de uma revolução. Essa revolução só ocorrerá se cada oprimido refletir sobre sua realidade opressora e se unir com outros oprimidos, para que juntos eles possam lutar contra seus opressores. Para isso, a ordem social deve ser destruida e, logo em seguida, transformada. Esse é o clássico discurso marxista que vários ditadores socialistas usaram. Freire fez questão de citar Lênin, Mao, Fidel Castro e vários autores marxistas em seu ensaio, e a admiração que ele demonstra quando cita esses psicopatas é bastante visível. Ele preferiu omitir as torturas e as milhões de mortes que os regimes socialistas causaram. Mas o que esperar de um homem que admirava Jesus Cristo e Karl Marx simultaneamente? Acho que Freire esqueceu que Marx falava que o cristianismo é o ópio do povo…
Só para fazer você refletir um pouco sobre o legado do “maravilhoso” ditador Fidel Castro (que Freire admirava), vou citar alguns dados que foram apresentados pelo economista Armando M. Lago, que estudou e investigou durante anos a ditadura castrista. Os números, que abrangem o período de 1959 até 2004, foram publicados no “Livro Negro da Revolução Cubana”:
Fuzilados: 5.621. Assassinados extrajudicialmente: 1.163. Presos políticos mortos no cárcere por maus tratos, falta de assistência médica ou causas naturais: 1.081. Guerrilheiros anticastristas mortos em combate: 1.258. Soldados cubanos mortos em missões no exterior: 14.160. Mortos ou desaparecidos em tentativas de fuga do país: 77.824. Civis mortos em ataques químicos em Mavinga, Angola: 5.000. Guerrilheiros da Unita mortos em combate contra tropas cubanas: 9.380. Total: 115.127. Cada ditador que Freire citou foi responsável por um número de mortos tão assustador quanto o do regime castrista.
Segundo Freire, muitos oprimidos possuem um “trágico dilema” que impede que eles sejam “libertados” da situação opressora. O dilema ocorre quando o “oprimido” acredita que irá se “libertar” se transformando num novo “opressor”. Para exemplificar tal dilema, ele cita as ambições que muitos camponeses possuem: “(…) querem a reforma agrária, não para se libertarem, mas para passarem a ter terra e, com esta, tornar-se proprietários ou, mais precisamente, patrões de novos empregados.“. Essa é a “contradição” que Freire condena e fala que deve ser superada, pois o camponês que trabalhou duro e conseguiu posteriormente ser um grande proprietário de terras se transformou num novo opressor.
Freire demonstra ter uma visão muito equivocada e estereotipada da realidade. Ele faz generalizações irracionais e ridículas. Para ele, Fulano só é pobre e oprimido porque Sicrano é rico e opressor. Na mentalidade dele e de vários outros esquerdistas, os proprietários de terras e os empresários são desumanos, opressores e não precisam servir ninguém. Freire esqueceu que nosso amigo Sicrano não é o “rei da cocada preta”, porque ele também precisa servir a alguém! Usando o mesmo exemplo que ele citou em seu ensaio, o ex-camponês (que antes recebia ordens de seu chefe e que, posteriormente, conseguiu ter sua própria terra e seu próprio negócio) passou a servir seus clientes. Ou seja, seus novos chefes são seus fregueses, pois são eles que consomem os alimentos que são vendidos pela empresa dele. E entre seus fregueses estão os próprios “oprimidos”! E isso sem contar os vários outros compromissos que ele passou a ter (com governo, com seus fornecedores, etc).
Em breve irei publicar a terceira parte desta análise, que irá abordar a educação “bancária” que Freire tanto criticou e condenou. Muitos professores universitários, pedagogos e estudantes admiram até hoje as nojeiras que Freire publicou. Na minha opinião, Freire não passou de um charlatão socialista que, infelizmente, ganhou um notável prestígio na educação brasileira. Usar um ensaio socialista como o de Freire para formar professores não poderia gerar outra coisa além de “vítimas sociais” analfabetas funcionais. Viva Paulo Freire!
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