Tumgik
bioeducacao · 3 years
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25/10/2021
Hoje será abordado o artigo “Origem e desenvolvimento da pedagogia histórico-crítica” narrado em primeira pessoa por Dermeval Saviani, idealizador da teoria.
Dermeval Saviani iniciou sua carreira docente em 1967 e começa o artigo contando sobre sua experiência em duas escolas, um colégio de periferia frequentado predominantemente por filhos de trabalhadores e um Colégio Sion, frequentado pelas filhas de famílias da elite. E para refletir sobre as experiências das duas escolas, o autor aplica o mesmo conteúdo em ambas: o princípio de liberdade do qual decorre a responsabilidade.
A escola da periferia foi verificado que os alunos valorizaram extremamente a proposta pedagógica, já no colégio elitizado não houve interesse sobre o assunto. A partir do momento em que Dermeval “virou a mesa” mostrando que estava levando a sério o papel do professor, os alunos do colégio Sion passaram a respeitá-los. Assim, Saviani chegou à conclusão que o papel da escola antes de organizar as experiências propiciadas pela vida, antes era necessário patentear aquilo que as experiências de vida dos alunos esconde.
Outro episódio ocorrido no Colégio Sion que o autor cita foi o dia em que ele foi surpreendido por um pedido durante a aula, as alunas pediram que discutissem sobre o Festival de Música Popular Brasileira. E ao invés de discutir o material preparado para aquela aula sobre preconceito racial, Dermeval discutiu sobre uma das músicas ganhadoras do festival “Alegria, alegria” de Caetano Veloso, onde relacionou a letra da música com o tema “o homem como um ser situado” e dessa forma conseguiu atingir o objetivo previsto. Desse fato ele tirou duas conclusões, a primeira é que se ele fosse um professor tradicional, seguindo a teoria da pedagogia tradicional, ele barraria esse assunto sobre o festival, pois em horário de aula não se discute sobre festivais e sim sobre os conteúdos pré estabelecidos. Já se ele fosse um professor escolanovista, baseado na pedagogia nova, a aula teria a discussão sobre os festivais e o objetivo real da aula ficaria em segundo plano.
Saviani relata que sua reação não teve relação com nenhuma das duas situações, sua atitude estava além dessas duas pedagogias, pois não deixou de levar em consideração em sua aula o interesse das alunas e ao mesmo tempo não perdeu o objetivo da aula. Dessa forma, verificou que naquela ocasião sua atitude ja era orientada para a pedagogia histórico crítica, proposta por ele posteriormente.
A segunda conclusão diz respeito entre a diferença entre arte e técnica na educação. Apesar do imprevisto em relação ao assunto sobre festivais, Saviani relata que teve domínio sobre os procedimentos, conteúdos e regras daquela aula e conseguiu ter o controle da situação e responder com originalidade.
Dermeval também ministrava aulas do ensino superior e acreditava que um professor não deveria somente transmitir conhecimento, mas contribuir ativamente no desenvolvimento do aluno. A partir das experiências adquiriras em aulas e no campo educacional, o autor foi propondo as características da pedagogia histórico crítica.
Sendo que, a teoria foi construída na concepção dialética na vertente marxista e era uma metodologia que, utilizava a educação como uma atividade mediadora da prática social global, que tem como ponto de partida e ponto de chegada a própria prática social. O trabalho pedagógico se configura, como um processo de mediação que permite os educandos uma inserção crítica e intencional. A referida mediação se objetiviza nos momentos intermediários do método, a saber: problematização, que implica a tomada de consciência dos problemas enfrentados na prática social; instrumentalização, pela qual os educandos se apropriam dos instrumentos teóricos e práticos necessários para a compreensão e solução dos problemas detectados; e catarse, isto é, a incorporação na própria vida dos alunos dos elementos constitutivos do trabalho pedagógico.
Ao discutir as bases dialéticas da educação, a partir de 1984, Saviani enfim passou a denominar de histórico crítica e foi de observações empíricas ao concreto. Assim, chegou-se a uma pedagogia concreta, ou seja, aquela que considera os educandos como seres concretos, que se manifestam como unidade de diversidade, ou seja, são sínteses de relações sociais. Assim, a pedagogia histórico crítica habilita-se a enfrentar os desafios postos à educação pela sociedade atual ultrapassando o horizonte do capitalismo e da sua forma social correspondente, a sociedade burguesa e propõe a construção de uma sociedade em que estejam abolidas as relações de dominações dos homens.
Referências
ORIGEM E DESENVOLVIMENTO DA PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA. Disponível em: https://www.ifch.unicamp.br/formulario_cemarx/selecao/2012/trabalhos/Demerval%20Saviani.pdf
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bioeducacao · 3 years
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18/10/2021
A postagem de hoje será sobre o artigo “A educação libertária na Primeira República”, as influências do contexto social e como isso impactou na educação do Brasil.
No período da primeira república, o movimento anarquista trouxe muitas contribuições para a educação brasileira, esse movimento foi impulsionado principalmente pela imigração italiana e recebeu contribuição de intelectuais brasileiros e imigrantes espanhóis e portugueses.
Os anarquistas tinham como meta a mudança de consciência, ou seja, buscavam ações que pudessem discutir e transformar os valores tradicionais e tinham a intenção de instituir uma sociedade fraterna, igualitária e democrática, em outras palavras, defendiam o ideário racional-libertário. Assim, para que essa mudança de valores ocorresse, a educação era imprescindível para a transformação profunda da sociedade, dessa forma, foram criadas escolas que seguissem a pedagogia racional libertária. E devido a proposta dessa pedagogia ser baseada na mudança de valores houveram vários confrontos com as ideias tradicionais da Igreja Católica Apostólica Romana e o ideário capitalista, pois os anarquistas procuravam se libertar de todo tipo de opressão.
Nos séculos XVI e XVII com a instauração do modo de produção capitalista, os dogmas católicos foram questionados e instaurou-se uma mudança cultural, econômica, política e social. Agregada ao poder da racionalidade surgiu o movimento humanista que avançou em direção a secularização, buscava a erudição por meio da cultura greco-romana clássica, a laicização da educação e o conhecimento acurado da natureza física, a instrução se tornou fundamental para o homem moderno. Segundo esse movimento, o homem deveria conhecer a sua realidade e não ser mero expectador do mundo.
No contexto europeu, a visão humanista possuía duas vertentes que fundamentaram o movimento humanista: Ao sul da Europa, o humanismo enfatizava a educação liberal, que possibilitava o desenvolvimento pessoal e ao norte da Europa, predominava a transmissão de um saber que poderia fornecer subsídios para enfrentar as mazelas sociais.
Dessa segunda vertente, nasce o movimento da Reforma, que utilizou princípios humanistas para questionar as crenças e práticas da Igreja Católica Apostólica Romana através da racionalidade. De acordo com Lutero, principal expoente da reforma, o que contraria a razão, contraria Deus.
Gradativamente as práticas racionais começaram a se instaurar em diferentes estâncias da sociedade européia e devido as mudanças sócio-econômicas e políticas era necessário mudar a cultura educacional.
Outro fator importante para a consolidação de práticas racionais no campo educacional foi o processo de laicização da educação, a consolidação do antropocentrismo, o racionalismo, os avanços da ciência e a ampliação da instrução elementar. Dessa forma, em meados do século XVIII, cresceram os movimentos contra o monopólio da Igreja sobre a educação e no final deste século. Dessa forma, surgiu o movimento Iluminista que acreditava que o conhecimento libertava o homem e essa libertação deveria acontecer no campo da individualidade e depois irradiar-se para a coletividade. Foi dessas ideias que surgiram os primeiros movimentos socialistas, incluindo os precursores do movimento anarquista.
A pedagogia libertária anarquista além de levar como pressuposto a racionalidade que liberta, também leva em consideração as duas vertentes do humanismo.
De acordo com os anarquistas, a racionalidade não deve ser apenas um recurso para se chegar até a verdade mas um instrumento que possibilite a libertação dos dogmas impostos pelas religiões. O movimento anarquista se constitui como uma ação de indivíduos que combatem o capitalismo, almejam a destruição do Estado e buscam construir uma nova ordem social descentralizada e autogestionária. Assim, concluíram que o Estado capitalista possuía escolas com uma pedagogia de opressão pois era um meio de fazê-los obedecer e pensar de acordo com os dogmas sociais. Assim, era necessário a construção de escolas que levavam em consideração os seus ideais anarquistas.
A busca pela formação de um novo homem também estava presente no Movimento da Escola Nova que utilizou a racionalidade e a liberdade mas com características diferentes. De acordo com a Escola Nova, o uso da racionalidade era fundamental porque precisava-se: enfatizar o trabalho científico; buscar métodos que dessem conta de explicar a realidade educacional; compreender o desenvolvimento do psiquismo dos educandos e criar um ambiente propício à educação. A liberdade pautava-se na espontaneidade, na capacidade de criação e na observação das diferentes aptidões apresentadas pelas crianças e adolescentes. A proposta pedagógica da Escola Nova buscava mudar os parâmetros da educação, mas diferente dos anarquistas, não postulavam uma revolução na ordem social vigente.
A partir do século XIX, as mudanças propostas pela Escola Nova provocaram um esgotamento da Pedagogia Tradicional e a necessidade de mudar a forma de educar.
A partir dos princípios da pedagogia libertária, onde a racionalidade e a liberdade são fundamentais para promover mudanças básicas na estrutura da sociedade e substituir o estado autoritário por um modo de cooperação, os anarquistas passam a sugerir um novo tipo de educação. Já que acreditavam que as crianças não nascem com ideias preconcebidas, elas adquirem valores durante sua vida, a meta da educação é fazer com que as crianças se tornem pessoas instruídas, verdadeiras, justas e livres através do ensino baseado nas ciências naturais.
As categorias racional e libertária no pensamento pedagógico anarquista buscaram instaurar uma nova mentalidade no processo educacional, dessa forma, tornaram -se um instrumento de emancipação e luta política na transformação do mundo.
Ferrer y Guardia, significativo intelectual da pedagogia libertária anarquista, influenciou profundamente a pedagogia libertária no Brasil e as primeiras escolas baseadas nessa pedagogia surgiram no início do século XX.
Nas primeiras décadas do século XX houve um enorme fluxo de imigrantes italianos e espanhóis que trouxeram consigo para o movimento sindical o ideário anarquista no Brasil. Juntamente com o contexto histórico, verificou-se no país a necessidade de escolas com uma nova proposta pedagógica com viés anarquista. Assim, foram criadas as Escolas Modernas no Brasil baseadas na pedagogia racional libertária que tinha como pressuposto os valores da solidariedade, cooperação, igualdade e liberdade.
A primeira Escola Moderna foi criada em São Paulo em 1912 com apoio de anarquistas, socialistas, livres-pensadores, entre outros. Nessa escola eram oferecidos três cursos: primário , médio e adiantado. O curso primário compunha-se das seguintes matérias: Rudimentos de Português, Aritmética, Caligrafia e Desenho. O curso médio, de Gramática, Aritmética, Geografia, Princípios de Ciência, Caligrafia e Desenho. E o curso adiantado, de Gramática, Aritmética, Geografia, Noções de Ciências Físicas e Naturais, História, Geometria, Caligrafia, Desenho, Datilografia. Além de costura e bordado para as meninas.
Os anarquistas buscavam não somente formar indivíduos para o trabalho mas também para a militância. Acreditavam fortemente na produção de períodos na efetivação de uma mudança na mentalidade e isso foi fundamental para o movimento anarquista e a pedagogia libertária, pois fortaleceu a rede de informações nas escolas e em vários âmbitos da sociedade.
Além da Escola Moderna foi criada em 1915, mais uma escola racionalista libertária na cidade de São Paulo, a Escola Nova, possuía três cursos, primario, medio e superior. Curso primario: português, aritmetica, geografia, botanica, zoologia, caligrafia e desenho. Curso médio: português, aritmetica, geografia, mineralogia, botânica, zoologia, física, química, geometria, historia universal, caligrafia, desenho. Curso superior: aritmetica, algebra, botânica, zoologia, mineralogia, física, química, historia universal, geologia, astronomia, desenho, português, italiano, espanhol, etc.
Essa pedagogia racional libertária possibilitou uma discussão sobre a pedagogia vigente na época e foi importante para a luta dos trabalhadores brasileiros.
Referência
MARTINS, Angela Maria Souza. A educação libertária na Primeira República. Núcleo de Estudos em Educação Brasileira-NEB-UNIRIO, 2006.
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bioeducacao · 3 years
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04/10/2021
Hoje será abordado o quarto período da história da educação (1969-2001), chamado de a Concepção Pedagógica Produtivista.
A década de 50 no Brasil é caracterizada pela intensa industrialização.
A década de 60 é marcado pelo golpe cívico-militar, sendo que no campo educacional não houve inicialmente grandes mudanças mas eram necessários alguns ajustes.
Após o golpe, o IPES (Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais), organização do empresariado, realizada alguns seminários educacionais. É neste contexto que a Pedagogia Nova entra em crise, expressa principalmente no fechamento de escolas experimentais e os centros de pesquisas educacionais.
O aprofundamento das relações capitalistas, trouxe o entendimento que a educação tinha um papel importante no desenvolvimento e consolidação dessas relações. O plano de fundo dessa tendência está constituído pela Teoria do Capital Humano que se difundiu entre os técnicos da economia, das finanças, dos planejamentos e da educação e adquiriu força com a legislação baseada nos princípios da racionalidade, eficiência e produtividade.
A partir do início da década de 70 a Pedagogia passa a ser tecnicista, sendo que sua concepção pedagógica se centraliza nos meios e recursos, deixando de canto os agentes (professor e aluno), baseando-se nos princípios da racionalidade, eficiência e produtividade.
Predomínio da pedagogia tecnicista, manifestações da concepção analítica e desenvolvimento da visão crítico-reprodutivista (1969-1980).
Na educação temos uma busca por organizar as escolas de forma semelhantes a organização das fábricas, como exemplo temos os professores que passaram a ter o mesmo regime de trabalho das demais categorias, assim as férias eram somente 30 dias, não mais coincidindo com as férias dos alunos. Outro exemplo é o planejamento do processo de ensino: o mais completo possível, prevendo temas e conteúdos e atividades a serem desenvolvidas. Esse planejamento permitiria a substituição do professor sem prejudicar a eficiência do processo.
Porém isso não deu certo, pois a educação não é produção material e sim imaterial, assim, o produto não se separa do produtor, ou seja, a relação do professor e aluno é fundamental.
Nas pedagogias anteriores eram os professores que planejavam as suas aulas e conteúdos, já na pedagogia tecnicista, o processo que determina as ações que os agentes devem realizar, assim, os professores e alunos devem operar segundo o planejamento prévio formulado.
A pedagogia tecnicista tem afinidades com a concepção analítica de filosofia da educação, pois seus pressupostos são comuns: objetividade, neutralidade, eficiência, produtividade. Nesse período e dadas as afinidades da pedagogia tecnicista e a concepção analítica, a filosofia analítica da educação teve difusão no Brasil, trazendo a necessidade de que a linguagem educacional fosse submetida a uma análise para se tornar mais precisa e superar as suas ambiguidades e imprecisões.
Em contraposição a essa orientação, na década de 70, houve críticas a forma de conduzir e encarar a educação, pois essas concepções iam contra as correntes pedagógicas que concebiam a educação como fator de promoção do homem e desenvolvimento da sociedade. Essas concepções vigentes afirmavam que a verdadeira função que a escola cumpre em todo tipo de sociedade é a de reprodução das relações de produção e poder.
Como essas relações de produção, em uma sociedade dividida em classes são relações de dominação e de exploração, as escolas têm papel de refletir isso.
Havia também uma divisão de escolas para a elite e para os trabalhadores, reproduzindo as condições sociais e de exploração. Segundo essas correntes, esse é o papel fundamental da escola e não se deslumbra a possibilidade de que possa ser diferente, o princípio que rege essas concepções é que a educação só poderia ser diferente se a sociedade fosse diferente.
Essas características são denominadas de crítico-reprodutivistas, críticas pois mostram as determinações sociais da educação e são reprodutivas pois chegam na conclusão que a função da educação é reproduzir a situação vigente.
Esse foi o quadro da década de 70 no Brasil em que essas teorias se difundiram, principalmente devido as matrizes francesas. Dessa forma, temos três tipos de teorias que são a Teoria dos aparelhos ideológicos de estado, Teoria da reprodução ou Teoria da violência simbólica e a Teoria da escola dualista. Essa situação foi importante para os educadores da época pois foi um instrumento para fazer a crítica a concepção tecnicista e das ações da ditaduras militar no campo educacional.
Na medida em que se avançava o tempo, os professores começaram a ficar inquietos, pois não queriam essa concepção dominante, assim, foi importante para que os professores buscassem outras teorias e assim na década de 80, dá-se o período dos Ensaios contra-hegemônicos (1980-1991).
Esse descontentamento gerou uma correntes dos professores para reorganizar o campo educacional e assim surge em 1977 a ANPED (Associação Nacional de Pesquisas em Pós Graduação e Educação), em 1978 foi articulada a criação do CEDES (Centro de Estudos da Educação e Sociedade) e em 1979 foi criada a ANDE (Associação Nacional de Educação), essas comunidades aglutinavam os profissionais de educação e promoviam debates das ideias pedagógicas, faziam circular revistas e organizavam encontros. Os encontros foram evidenciando essa busca de alternativas.
As pedagogias contra-hegemônica são propostas e teorias pedagógicas que buscam orientar a prática de professores, organizar as escolas visando o desenvolvimento de uma consciência crítica e de uma atuação efetiva da população na sociedade para superar a desigualdade social e exploração.
As correntes que se desenvolveram e se destacaram nessa década de 80, podem ser agrupadas em duas tendências, a primeira centrada no saber do povo e na autonomia de organizações, tinham dois grupos principais a Pedagogia Libertadora, tendo como representante Paulo Freire e a Pedagogia da Prática que centrava a educação pedagógica na prática dos trabalhadores e os alunos como pertencentes à classe trabalhadora. J�� a segunda corrente tinha uma orientação marxista com aproximações diferentes, sendo que o primeiro grupo tinha uma visão do marxismo como leitura crítica mas com uma visão liberal e que tinha o foco na democratização da escola pública; o segundo grupo buscava se construir a partir de um aprofundamento da teoria marxista, assim, organizar a educação em consonância com a luta por uma transformação na sociedade.
Essa última corrente deu origem a pedagogia histórico-critica com uma concepção dialética na versão do materialismo histórico, tendo fortes afinidades no que se refere as suas bases psicológicas com a psicologia histórico cultural de Vigotski. Sendo que a educação é entendida como o ato de produzir direta e intencionalmente em cada indivíduo a unidade de que é produzir histórica e coletivamente pelo conjunto dos homens, a prática social põem-se como ponto de partida e de chegada da prática educativa, na qual professores e alunos estão inseridos porém em posições diferentes.
As pedagogias contra hegemônicas buscavam dominar o campo educacional para orientá-lo na direção da transformação social.
A década de 80 se conclui com a queda do Muro de Berlim e inicio de ideias neoliberais. Na década de 90 verifica-se um refluxo das tendências pedagógicas hegemônicas e passam a circular várias ideias pedagógicas, mas tendo como vetor a problemática da diversidade, multiculturalismo, utilitarismo, busca por soluções imediatas e práticas centradas na valorização do cotidiano e da experiência prática. E dá-se início o período do neopositivismo e suas variantes (1991-2001).
Assim, na década de 90 voltam-se a vigorar ideias neoconservadoristas, período em que vai se impor o domínio pleno dos mecanismos de mercado, assim, isso passa a ser a grande referência. Temos a redução do papel do Estado e ampliação do papel do mercado. Esse momento passa a ser chamado de neoprodutivismo, pois leva como consideração a Teoria do Capital Humano em que para se explicar o rápido crescimento da economia americana, após a segunda guerra mundial, relaciona-se o nível de escolaridade com nível de renda, ou seja, quanto maior a escolaridade, maior a renda. Assim, verificaram que a educação tem valor econômico e tinha como função preparar as pessoas para o mercado em expansão, mas com essa limitação de que não há lugar para todos.
O neoprodutivismo teve suas variantes, sendo elas:
O neo-escolanovismo: tinha como principal característica o aprender a aprender e esse contexto introduziu a pedagogia da exclusão que prepara o jovem para essa situação e desenvolvia programas para aqueles que foram excluídos.
O neo-construtivismo: resume-se a um incentivo ao expontaneismo, assim, apaga-se a distinção de senso comum e conhecimento científico e entre o conhecimento científico e o conhecimento religioso.
O neo-tecnicismo: Estado reduz sua capacidade de intervenção no campo educativo e tende a transferir essa responsabilidade para outros setores. E assume o controle dos resultados em cima de avaliações.
Essas são as ideias pedagógicas que circulam hoje.
Atualmente também vem se multiplicando as instruções pedagógicas corporativas (pedagogia corporativa), onde se baseia na pedagogia da qualidade total que preza pela satisfação total do cliente e leva os trabalhadores a “vestirem” a camisa da empresa, assim, levam ao convencimento dos clientes e dos trabalhadores a importância da empresa.
Os impactos que foram gerados dessas ideias pedagógicas são refletidos nas ideias educacionais na prática educativa atual. Porem, nas escolas públicas essas ideias não se realizam plenamente, visto que as escolas foram organizadas e criadas com base na pedagogia tradicional. Os anos 70 influenciou os professores a serem pressionados a cumprirem as demanadas de caráter industrial. Já as Ideias superficiais dos anos 90 geraram escolas de qualidade sofrível, em adição a precariedade das mesmas. As ideias pedagógicas contemporâneas mascaram essas deficiências, atribuindo o mal desempenho dos alunos à precária formação dos professores. Mas a formação professoral é precária porque a estrutura profissional é precária, de modo que, à medida que é passada as instituições socias a responsabilidade de remediar tal problema, menores são as chances de ter uma educação consistente, sólida e qualitativelmente aceitável.
Referência
Vídeo-documentário: 1969 a 2001 – Dermeval Saviani (A História das Ideias Pedagógicas no Brasil). Atta Mídia e Educação.
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bioeducacao · 3 years
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27/09/2021
O assunto de hoje complementa o da semana passada e será sobre o documentário: 1932 a 1969 - Dermeval Saviani (A História das Ideais Pedagógicas no Brasil), caracterizado pelo predomínio da pedagogia nova.
O documentário começa abordando o período de 1932-1947 que é definido pelo equilíbrio entre a pedagogia tradicional e a pedagogia nova.
Em 1924, foi criada a ABE (Associação Brasileira de Educação) que reuniu educadores com o objetivo de profissionalizar o campo da educação, pois a mesma era conduzida por profissionais de outras áreas. A ampliação da ABE sistematizou as discussões sobre educação e organizou as conferências e congressos que envolviam os educadores
Em 1930, o Governo Provisório de Getúlio Vargas criou o Ministério da Educação e Saúde Pública. Sendo que, o primeiro ministro foi Francisco Campos, membro da Escola Nova e que reestabeleceu o ensino religioso nas escolas públicas, ato que não foi bem visto pelos 'renovadores'.
Em 1932, ocorreu a IV Conferência Nacional de Educação e Vargas promulgou que os educadores definissem as bases da política educacional que deveriam guiar as ações do governo em todo o país. Nóbrega da Cunha foi porta-voz da insatisfação vigente e contrário a Francisco Campos. Em seu discurso, Nóbrega disse que os participantes da assembleia não estavam preparados para debater e que esse assunto deveria ficar para uma próxima ocasião. Na mesma declaração, Nóbrega da Cunha informa que Fernando de Azevedo assumiu o compromisso de consubstanciar num manifesto todos os ideais dos educadores e fixar, dessa maneira, o sentido fundamental da política brasileira de educação.
Em 1932, Azevedo divulgou “O Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova”, propondo uma revolução social a partir da renovação educacional e que a educação deveria ser prioridade nacional. O impacto gerado pela divulgação do manifesto provocou o rompimento entre o grupo dos renovadores e o grupo católico que decidiu retirar-se da ABE. O resultado da ruptura foi à fundação, em 1933, da Confederação Católica Brasileira de Educação. Assim, a pedagogia tradicional defendia a centralidade no professor como transmissor de conhecimentos; educação é uma tarefa da família e da igreja; Estado tem papel complementar; educação diferencia para meninos e meninas; educação hierarquizada, pública diferente da privada; ensino religioso nas escolas públicas. Já a pedagogia nova, defendia a educação centrada na atividade do aluno e nos seus processos internos; professores como orientadores da auto-educação dos alunos e mediadores dos processos de aprendizagem; escola única e laica para todas as classes e sexos.
A constituição de 1934 mesclou os princípios, manteve o ensino religioso e estabeleceu a educação como dever do estado e direito dos cidadãos. E ao longo da Era Varga três forças influenciaram a Educação, a Trindade Renovadora (Lourenço Filho, Fernando Azevedo e Anisio Teixeira), a Trindade Católica (Cardeal Dom Sebastião Leme, Padre Leonel Franca e Alceu de Amoroso Lima) e a Trindade Governamental (Vargas, Campos e Capanema).
A Modernização Conservadora teve como objetivo modernizar o país através da industrialização e substituição de importações, mantendo as elites e aprofundando o vinculo do Brasil com o Capitalismo. Essa política precisava dos renovadores como modernizadores do processo de gestão e ensino das escolas, mas também precisava da igreja para manter a ideologia dominante vigente.
Após a queda do Estado Novo, as ideias novas ascendem e em decorrência do dispositivo da Constituição do Brasil promulgada em 1946, cabia ao governo central fixar as diretrizes e bases da educação nacional. Sendo assim, o Ministro da Educação organizou uma comissão para organização da LDB, convocando os principais educadores do país, sendo os renovadores a maioria. A Escola Nova também ganhava força na Europa e EUA a partir de 1920. Em contramão, no Brasil, estabelece-se a necessidade da Pedagogia Nova nas escolas públicas e os renovadores passaram a dirigir instituições escolares. E na medida em que a pedagogia nova foi ampliando sua influência e conquistando certa hegemonia, constatou-se uma tendência, também progressiva, de renovação da pedagogia católica.
Em 1947-1961, inicia-se o período do predomínio da influência da Pedagogia Nova. Nessa fase foi aprovada a 1ª LDB que se estendeu por 13 anos, e em torno da sua criação, houve embates entre grupos que defendiam uma escola pública universal e gratuita e grupos que defendiam as escolas particulares que temiam o monopólio da educação estatal. No segundo grupo, destavam-se Gustavo Capanema e representantes de grupos católicos e escolas privadas, que utilizavam os meios de comunicação e o Substitutivo Lacerda para realizar uma pressão social. Do lado da escola pública, identificam-se três correntes de pensamento: Liberal-idealista, representada pelo jornal O Estado de S. Paulo, e por professores como Roque Spencer Maciel de Barros, Laerte Ramos de Carvalho e João Eduardo Rodrigues Villalobos; Liberal-pragmatista, filiam-se os educadores do movimento renovador, Anísio Teixeira, Fernando de Azevedo, Almeida Júnior e Lourenço Filho; Socialista, teve como seu principal líder o professor Florestan Fernandes.
Em 1955 cria-se o ISEB (Instituto Superior de Estudos Brasileiro), reunindo intelectuais de grande impacto. Neste mesmo ano, Juscelino Kubitschek é eleito, e busca apoio do ISEB na elaboração de uma ideologia nacionalista-desenvolvimentista. Entretanto, houve uma controvérsia, pois houve um grande investimento em indústrias internacionais e ao atrair empresas estrangeiras ocorreu uma desnacionalização. Porém, no final do governo, o país estava praticamente industrializado.
Neste mesmo período, havia grupos da esquerda que estavam propondo reformas de base (universitária, administrativa, financeira, industrial, bancária, agrária), nacionalização das empresas estrangeiras e o controle da remessa de lucros, royalties, lucros e dividendos. Esses conflitos de interesse geraram uma crise entre nacionalização e desnacionalização na década de 60.
Nos anos 1961-19697, houve o período denominado de a crise da pedagogia nova e a articulação da pedagogia tecnicista.
Em 1961 é eleito Jânio Quadros, mas o mesmo renuncia no mesmo ano e assume o seu vice, João Goulart, figura que é indesejada pelas forças dominantes e militares, pois uma de suas ações é revogar o parlamentarismo.
A partir de 1960, o Governo e ONGs criam campanhas para alfabetização, pois desde o fim do Império, apenas alfabetizados votavam. A partir disso, emerge a proposta freiriana que ganha projeção nacional como formulador de um método de alfabetização revolucionário. A visão freiriana incorpora valores cristãos e metodologia escolanovista, produzindo uma visão popular centrada na autonomia e iniciativa dos educandos.
E durante o governo de Jânio, Freire é convidado a participar de um programa nacional de alfabetização. Porém, com o golpe, Freire sai do Brasil e retorna apenas em 1980. Para Freire, o educador deve partir da condição de que o educando é e deve ser livre, de forma que a função básica da educação é promover a consciência crítica, assim, estabeleceu-se a Educação Libertadora.
Porém, com o golpe militar, constata-se, inicialmente, uma continuidade no campo educacional, uma vez que o golpe militar se fez como uma ruptura política para manter uma continuidade socioeconômica. O IPES (Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais) organiza alguns seminários de educação nos quais as ideais básicas que vão ser incorporadas nas reformas educacionais do período militar começam a ser enunciadas. É neste contexto que as ideias pedagógicas da Escola Nova entram em crise e a partir da década de 70, a pedagogia oficial assume o caráter da pedagogia tecnicista.
Referências
Vídeo-documentário: 1932 a 1969 – Dermeval Saviani (A História das Ideias Pedagógicas no Brasil). Atta Mídia e Educação.
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21/09/2021
A postagem de hoje será sobre o documentário: “1759 a 1932 - Dermeval Saviani (A História das Ideias Pedagógicas no Brasil)”, período que trata a expulsão dos jesuítas e as reformas pombalinas na educação.
A primeira fase (1759-1827) é chamada de “As ideias pedagógicas do despotismo esclarecido”, marcada pelas Reformas Pombalinas em Portugal, Marquês de Pombal é o responsável por determinar o fechamento de escolas jesuíticas e a introdução das aulas régias. A reforma dos estudos menores (correspondem ao ensino primário e secundário) ateve-se somente aos ensinos secundários e foram criadas aulas régias de gramatica portuguesa, latim, grego, hebraico e retórica, que ocorriam nas casas dos professores. E a segunda reforma foi nos estudos maiores, concentrada na modernização da Universidade de Coimbra e a reforma das escolas de primeira letra.
As reformas pombalinas tem caráter iluminista e após a expulsão dos jesuítas, houve uma substituição por outras ordens religiosas, principalmente dos oratorianos que tinham mais afinidade com o pensamento iluminista. E Antônio Nunes Ribeiro Sanches trouxe à tona a concepção burguesa/iluminista de educação. Porém, a reforma não é para todos pois para grande maioria bastava os sermões dominicais dos párocos.
As reformas pombalinas em Portugal refletiram no Brasil, mas de forma bem mais precária. Sendo o Seminário de Olinda o mais importante, criado pelo Bispo Azevedo Coutinho. Com a chegada da corte real portuguesa ao Brasil, Dom João IV cria os cursos superior de Engenharia, Medicina e Botânica em formato de aulas régias. Essas reformas se contrapõem as ideias religiosas, instituindo ao Estado a orientação pedagógica. Após a Independência do Brasil, passa-se a discutir a instrução pública, aprovando-se em 1927 a primeira lei de educação do país e criação das escolas de primeiras letras.
A segunda fase (1827-1932) chamada de “Desenvolvimento das ideias pedagógicas leigas” é marcada pela Revolução Industrial Inglesa e Revolução Burguesa Francesa na Europa e que refletiram no Brasil.
No Brasil, mantinham as aulas régias e os cursos superiores criados anteriormente. Nessa segunda fase havia a tentativa de organizar a educação, guiando-se pelo ecletismo (tentava conciliar todas as verdades em apenas uma linhagem), liberalismo (defende a liberdade individual contra as atitudes estatais) e o positivismo (ciência como única fonte de conhecimento real), sendo que a visão leiga foi aumentando devido principalmente ao Iluminismo e a influência científica (evolucionismo).
Essas correntes ao invés de levarem o Brasil a modernização, fizeram o oposto. O liberalismo e positivismo não apoiavam uma organização nacional da educação e o investimento estatal na área, com isso a educação acabou não avançando.
O texto da Lei das Escolas de Primeiras Letras determinou a criação das escolas em todas as cidades, vilas e lugares mais populosos, assim como o conteúdo curricular da escola primária: ler, escrever, quatro operações de aritmética, noções gerais de geometria, gramática da língua nacional, princípios de moral cristã, entre outros. O método pedagógico proposto é o mútuo, que baseava-se no aproveitamento de alunos mais adiantados como auxiliares do professor em salas numerosas, sendo que essa metodologia não foi aplicada efetivamente no Brasil, devido principalmente a situação agrária e escravocrata.
Em 1834 com o decreto adicional a constituição, o ensino primário e secundário ficou de responsabilidade das províncias. Já em 1854, foi aprovado um novo regulamente que propôs a adoção do método simultâneo, que utilizava somente um professor que instruía uma classe reduzida de alunos. No ano de 1879, tem-se a reforma Leoncio de Carvalho que instrui o ensino livre, baseado no método intuitivo, onde visava que crianças aprendem ao entrarem em contato com os objetos de estudo através do contato sensível. Esse último método influenciou a reforma da instrução pública paulista que instruiu os grupos escolares.
No segundo império, houve uma tendência a privatização do ensino secundário e uma das figuras marcantes nesse período foi o Barão de Macahúbas, referência na distribuição e divulgação de materiais didáticos.
Com o cenário do fim da monarquia, abolição da escravidão e a crescente da agropecuária, surgiu a preocupação com a mão de obra. Já que não haveria mais a mão de obra escrava, precisava-se da instrução profissional para área de trabalho e com isso surgiu as escolas agrícolas. Porém, logo essas ideais ficaram de lado, devido a imigração de povos europeus para trabalhar na agricultura.
A instalação da República foi marcado pelo Estado laico, pois separou-o da Igreja, assim, foi abolido o ensino religioso nas escolas. Porém, para se fortalecer, a Igreja propôs que cabia primeiramente a família e a igreja educar as crianças.
Em 1892, regulamentou a lei que institui a reforma geral da instrução pública paulista, o centro era na escola primária. A grande inovação consistiu na instituição dos grupos escolares, isso proporcionou a convivência entre professores, instalação da gestão escolar e da seriação. Sendo os princípios pedagógicos baseados na simplicidade, formalismo, memorização, autoridade, emulação e intuição.
Em contraposição e esses dois períodos, a partir do fim do Império surgem-se ideias socialistas. No início da república, cria-se Partido Socialista Brasileiro que defendiam o ensino gratuito, laico e técnico-profissional. Já o anarquismo-sindical defendia que os trabalhadores deveriam ter suas próprias escolas. Com base nisso, foi criado as Escolas Modernas que enfatizavam as ciências naturais e o ensino integral, baseada em um pensamento libertário. Porém, essas escolas foram alvo de perseguição, sendo fechadas pela política.
A vitoria de revolução soviética, fez com que a hegemonia do movimento operário fosse transferindo dos libertários para os comunistas. E em 1922 é fundado o Partido Comunista Brasileiro com a participação de um grupo de anarcossindicalistas.
O início da republica é muito rica na experiência educacional, mas ela se estabiliza com o domínio das oligarquias e a educação fica inerte até 1920.
Referência
Vídeo-documentário: 1759 a 1932 – Dermeval Saviani (A História das Ideias Pedagógicas no Brasil). Atta Mídia e Educação.
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13/09/2021
A publicação de hoje será sobre a História da Educação no Brasil - A Igreja e a Ação dos Jesuítas nos Primórdios, o vídeo aborda os embates sobre os reais objetivos dos jesuítas nessas missões ao Brasil e o que isso reflete nos dias de hoje.
Os jesuítas chegaram ao Brasil junto com os colonizadores e fundaram os colégios jesuítas e os aldeamentos, quem frequentava as escolas eram as elites locais, já os aldeamentos eram destinados para a educação e catequização dos indígenas.
O video aborda duas “dificuldades” que os jesuítas passaram nessa missão, a primeira foi de convencer os europeus que os indígenas eram gente e a segunda de catequizar esse grupo local. Manoel de Nóbrega dizia que os indígenas eram papéis em branco em que se pode facilmente escrever e divulgar o criador, porém verificaram que apesar da facilidade de aprendizado, logo eles se esqueciam o que era aprendido, a verdade é que nada era aprendido de fato. Um dos métodos de chamar a atenção do indígenas era através do canto e da música, metodologias vistas nos dias atuais em missas e celebrações cristãs.
Padre Antonio Vieira foi o padre que mais escreveu cartas durante sua missão, isso contribuiu para a base do que conhecemos hoje sobre a colonização brasileira.
Perante essas análises, Gilberto Freire considera os jesuítas como agentes europeus desintegradores de valores nativos e afirma que sua influência foi deletéria. Já para Fernando Azevedo, os jesuítas foram responsáveis pela mais importante fase da história da educação no Brasil. E esses embates são discutidos até hoje.
O fato é que conhecemos a história contada somente pelos jesuítas através de suas cartas. E sabemos que, impor uma religião e cultura para um grupo que já tem seus valores é totalmente inaceitável. Verificamos o reflexo dessas atitudes até hoje, pois não há respeito nenhum ainda com esses grupos nativos. Um exemplo é a atual votação que está sendo realizada sobre o “Marco Temporal” que diz que os indígenas só podem reivindicar a demarcação de terras que já eram ocupadas por eles antes da data de promulgação da Constituição de 1988. Outros desrespeitos com esses povos nativos que vem ocorrendo nesse governo acentuadamente é a grilagem de terras indígenas e os confrontos com garimpeiros.
O desprezo por esses grupos ocorre também quando a sociedade condena-os como povos atrasados ou primitivos. E com esse vídeo é possível verificar que essa cultura de desrespeito não é atual, é antiga.
Referências
https://www.youtube.com/watch?v=LCjgUGQ7YmQ
youtube
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06/09/2021
A publicação de hoje será sobre a Mesa Redonda - Vidas, Educação e Ciência: os desafios da pesquisa em tempos de pandemia, aconteceu no dia 31/07/2021 e contou com a presença da professora Luciana Coutinho e seus convidados Daniel Cara e José Carlos Rothen.
Daniel Cara começa contando um pouco da história da educação e que ela sofre muitos ataques desde 2016. Mas durante o período de 2006 a 2016 o Brasil teve várias conquistas na educação, como o FUNDEB, piso salarial do Magistério, Lei de Cotas, garantia de vários direitos estudantis, abertura de várias faculdades, entre outros. Porém, já no governo de Dilma, ocorreram altos cortes nos orçamentos destinados à educação, e com o golpe junto com a posse de Temer isso só piora. Temer coloca na constituição o teto de gastos por 20 anos e isso ainda é mantido no governo de Bolsonaro, há ainda a reforma do ensino médio e da BNCC, a reforma trabalhista, entre outros. Assim, as escolas passam a formar jovens neoliberais que pensam que tudo depende do esforço e dedicação e não levam em consideração fatores externos a eles. Isso tudo só se agrava no governo Bolsonaro com o fortalecimento de três políticas: Escola Sem Partido, Escola Cívico-Militar e a Educação Domiciliar, essas políticas enfraquecem a voz do professor, desconstrói a importância da escola e enfraquece a pedagogia e isso tudo alimenta a política neoliberal. Essa pandemia demonstrou essas contradições brasileiras de forma escancarada. Além disso, Daniel cita a importância de formar estudantes críticos na sociedade e a valorização da ciência, contra a educação que forma estudantes seres vazios.
Já José Carlos aborda três aspectos e desafios, em relação ao pesquisador, o do programa de pós graduação e as temáticas da pandemia. Os desafios enfrentados pela pandemia são:
1º compreender a realidade em que estamos vivendo e vivemos;
2º como agir nessa gestão Bolso-Dória;
3º os riscos que os pesquisadores estão passando, como essa imunidade de rebanho;
4º adequar as pesquisas e algumas não poderiam realizá-las devido a esse cenário;
5º as ações de liderança que os programas de graduação devem tomar e dar segurança para os estudantes;
6º as pesquisas devem subsidiar as ações em relação aos melhores métodos para a pratica online devido ao atual cenário;
7º as pesquisas devem gerar conhecimento em relação às consequências educacionais e comportamentais pós pandemia;
8º questão ético-politico (não exclusão dos excluídos como sujeitos na pesquisa).
Todos esses pontos levantados mostram que a educação só está regredindo ao invés de evoluir. E que essa pandemia só escancarou esses problemas.
A educação brasileira sempre foi regida por uma cultura de alienação e que impõe um pensamento de meritocracia na população, que não leva em consideração as desigualdades, a história dos povos minoritários e todas os acontecimentos externos aos indivíduos. Tudo isso se agrava ainda mais nesse governo que benéfica os mais ricos e prejudica os mais pobres. Onde a desigualdade cresce, o desemprego aumenta, há falta comida há uma negação total a ciência e uma desvalorização total da saúde e educação. A verdade é que se continuarmos com Bolsonaro na presidência, a tendência é piorar cada vez mais. E isso é assustador.
Referência
https://youtu.be/ELt88p_KLnc
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24/08/2021
De acordo com o texto e video disponibilizado para essa aula, foi possível compreender que a História da educação possui vários entraves e isso reflete nos dias atuais.
O texto começa falando como a história da educação não tem muita importância para nossa sociedade e que só conseguiremos evoluir na Educação se conhecermos o passado da mesma. A partir dessa análise inicial, fica muito claro um dos grandes problemas da nossa atual educação, investimento em sua própria história.
Toda a formação educacional da sociedade foi influenciada por seu passado, e nossa atual situação é baseada no sistema econômico e político do ocidente. Onde há uma divisão da sociedade em duas classes sociais: trabalhadores e proprietários, onde as classes dominantes aprendem cultura clássica ou científica e a classe do proletariado bastam ensinamentos que os tornem obedientes.
O texto também aponta, as várias dificuldades que um pesquisar da história da educação passa, como documentações, fontes, histografia escassas, diversas periodizações da história da educação e desigualdade no conhecimento, já que certos temas foram mais estudados que outros. E só investindo na história da educação que teremos respostas para os problemas enfrentados atualmente. Dessa forma, conseguiremos pensar em como democratizar o ensino, alfabetizar a população, ter ensino de qualidade para todos, profissionalização do ensino, formação professores, entre outros.
O vídeo complementa o texto, pois cita os problemas na educação brasileira e como isso dificulta no crescimento da sua economia, como a desvalorização do professor, falta de infraestrutura escolar e a falta da definição do valor a ser investido para uma educação de qualidade. Enquanto países como Coréia do Sul que investiram fortemente na educação, conseguiram um desenvolvimento econômico mais rápido e que acompanhassem a industrialização.
A verdade é que não interessa ao Governo investir na educação, pois sabe-se que quanto mais alienado é nossa população mais fácil de se controlar. E nesse atual governo, verifica-se uma desvalorização ainda maior, como exemplo temos as faculdades federais fechando as portas por falta de verba, precarização do fundeb e altos cortes em recursos destinados à educação.
Referências
https://www.youtube.com/watch?v=h-6gbijBIvc
http://emaberto.inep.gov.br/ojs3/index.php/emaberto/article/view/2101/1840
youtube
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