Tumgik
#Visão Libertária
mondovr · 7 days
Text
Governo Faz Acordo com Mídias Digitais para Calar os Comentários de Quem Critica o Governo no Sul
O governo Lula firmou um acordo com plataformas digitais para combater fake news sobre a tragédia no Rio Grande do Sul. essa medida é vista como ineficaz e pode resultar em mais censura, reforçando a oposição ao governo ao invés de resolver o problema
O acordo entre o governo federal e plataformas digitais visa combater as “supostas mentiras” sobre a tragédia no Rio Grande do Sul. Mas esse acordo não passa de um protocolo de intenções, semelhante ao firmado entre o TSE e as plataformas digitais, que no final das contas, não obriga as plataformas a fazerem nada. Embora o governo socio-comunista queira mostrar uma vitória na luta contra as…
Tumblr media
View On WordPress
0 notes
twsanctis · 1 year
Photo
Tumblr media
you've ruined my life by not being mine, there's nothing i hate more than what i can't have. 
                                                 ·⠀⠀pinterest⠀⠀·⠀⠀headcannons⠀⠀·
Tumblr media
♡⠀⠀⠀ quando você passa pelos corredores da academia, todos se atentam aos seus passos, afinal é a grande THEODOSIA WREN MONTANARO DI SANCTIS, a princesa da ALEMANHA, tendo nascido em MUNIQUE, em 07 DE OUTUBRO DE 1998. mesmo sendo EGOCÊNTRICA e ARROGANTE, você conseguiu chegar ao 6º ANO, porque também é bastante CONFIANTE e COMPETITIVA mesmo com a tenra idade de VINTE E TRÊS. dizem que se parece com ABIGAIL COWEN, mas são apenas boatos!
Tumblr media
general.
nome completo: theodosia wren montanaro di sanctis
título real: princesa e herdeira da alemanha
apelidos: theo, thea, dodo (somente a sua mãe)
data de nascimento: 07/10/1998 (vinte e três anos)
zodíaco: sol em libra, lua em touro e ascendente em leão
gênero: cis-feminino
sexualidade: heterossexual (bissexual)
aesthetics: hematomas, anotações e post-it, velas de canela e abóbora, cardigans, estrelas cadentes. 
clubes e extracurriculares: pratica muay thai, participa dos clubes de debate e comitê de eventos e faz hipismo.
família: anelise wren di sanctis (mãe, rainha regente), wolfgang wren montarano (pai, rei consorte, falecido). 
skeleton
appearance.
altura: 158cm
estilo do cabelo: quase sempre theodosia está com o cabelo preso em um rabo de cavalo, ou um coque, para os fios não atrapalharem o rosto - somente a franja cortininha para não atrapalhar a visão. se ela está de cabelo solto, é porque tem algo que precise mais seriedade.  
cor do cabelo: castanho médio quase escuro
cor dos olhos: é um castanho médio
cicatrizes: ela tem a cicatriz na no ombro, vinda de uma queda de cavalo, onde arrancou um pedaço de pele.
marcas de nascença: não possuí
tatuagens: tem uma tatuagem de borboleta, na nuca, que é escondida quase sempre pelo cabelo - e que a matriarca sequer imagina que ela tem.
piercings: não são bem piercings, mas ambas as orelhas tem mais de um furo, além do tragus e helix serem furados, sempre com jóias de ouro.
mental.
traços positivos: confiante, competitiva, idealista, charmosa, independente, determinada, corajosa, 
traços negativos: teimosa, egocêntrica, arrogante, ambiciosa, impaciente, impulsiva, e instável
hobbies: cavalgar, fotografia, cerâmica, ioga
hábitos: coçar a cabeça quando está anisosa (até machucar ou sangrar), morder o interior da bochecha para controlar a raiva, cantarolar cantigas infantis para não brigar.
vícios: não possuí.
gostos: dias de sol, roupas exclusivas, conjunto de colares, rolinhos de canela, nascer do sol, argila com água. 
desgostos: comida fria, gritos e bagunça, cheiros florais (lavanda, rosas e etc), luzes altas.
Tumblr media
about germany.
após o fim da primeira guerra, o império de kaiser wilhelm ii se viu obrigado a perder força, dando espaço a nova onda libertária, conhecida como democracia. apesar de todos crerem que aquilo seria uma nova onda de esperança para o país, fora completamente ao contrário. a segunda guerra veio, com ela, uma crise política e financeira se instaurou e fora necessário recorrer aqueles que tinham preservado suas riquezas porém aberto mão do poder político, conforme o povo havia pedido. para a família di sanctis, segunda na linha de sucessão, devido ao antigo rei não ter deixado herdeiros para o trono, a sua irmã, viktoria o abdicou, alegando ter herdeiros para que pudessem perpetuar o sangue real. viktoria dera a luz à três meninas: anelise, frieda e berta, mas somente a primogênita fora sortuda o suficiente para vencer a gripe e assumir seu lugar por direito. 
como uma boa marionete dos tios e temendo inflamar uma guerra (desnecessária), anelise acabou se casando com um primo nobre, wolfgang, e juntos eles pareciam um casal perfeito - apesar da pouca idade da mulher e consideravelmente avançada de seu esposo. apesar do que muitos diziam, anelise era graciosa e reinava com pulso firme, suas decisões eram altruístas e sempre pensando em seu povo. aprendeu a gostar, amar, wolfgang e não fora por falta de tentativas que tentaram dar um herdeiro ao povo. os anos iam passando e as coisas não pareciam estar bem entre o casal, que a cada nova perda se degradava ainda mais. a esperança renasceu quando anelise ficou grávida, mas wolfgang estava doente demais, deixando uma rainha regente e sua filha sem um esposo e pai. 
Tumblr media
biography.
choros e sorrisos. foi a primeira coisa que se ouviu após o grito estridente de theodosia quando a rainha anelise lhe deu a luz, em uma das noites frias de outono. era um choro alto, como se estivesse reivindicando a atenção da mãe desde seu nascimento - ela vai ser para sempre minha! e fora assim. anelise, nos primeiros anos, não tirava os olhos de sua filha, sempre a levando para todos os cantos, acompanhando seu desenvolvimento pleno e participando ativamente. mesmo que ficasse cansada com facilidade, a regente jamais negou nenhum pedido da filha de brincar de casinha, ir até a casa da árvore, uma tarde de chás; era até mesmo capaz de desmarcar qualquer compromisso, mesmo relevante, se fosse para atender aos pedidos da sua criança. o que por muito tempo, fora bom. theodosia não sentia falta de um pai, mesmo que visse as pessoas com aquela figura, não fazia falta pois sua mãe sempre fizera questão de estar presente. 
aos poucos, aquilo fora mudando. o cenário, mesmo que favorável para a pequena, quase minúscula, família real, era um pouco delicado. era somente as duas dentro de um castelo enorme, com muitos guardas, seguranças, criadas e tudo para atendê-las. a rainha começou a se ausentar para com theodosia e ser mais ativa perante seu reino. em alguns momentos a filha não entendia, até porque ficou acostumada a ter a presença da mãe em todos momentos que a requisitava. e foi naquele momento que compreendeu - a coroa vinha antes de qualquer coisa.
o tempo passou a ser seu melhor e pior amigo. enquanto utilizava as horas disponíveis para aprender línguas, geografia, política, matemática, também usufruía para artes, como cerâmica e momentos que podia se desprender de sua casca de princesa herdeira e ser apenas uma jovem. crochê parecia algo que chamava a sua atenção e após implorar muito para sua mãe, começou a frequentar as aulas para jovens. nos primeiros dias era legal, todos pareciam animados em ter a princesa como colega. até os comentários maldosos começarem a surgir. “ ela não parece nada a rainha ”, “ muito menos o antigo rei ” e as mais diversas crueldades que uma criança de onze anos não deveria escutar sobre seu falecido pai. os cochichos começaram a ficar mais altos, virando conversas claras e altas, para quem quisesse ouvir. em um momento de descontrole, theodosia enfiou uma das agulhas na mão de uma das colegas. 
começou a ficar reclusa, porque seus ouvidos agora captavam facilmente as coisas que os outros diziam sobre si e a veracidade de sua paternidade. nunca expressou nada para a rainha, ela já havia mais coisas a se preocupar. os rumores eram apenas aquilo, rumores. haviam outras coisas mais importantes para serem resolvidas - como a figura da próxima regente perante ao seu povo. e antes mesmo de entrar na adolescência, já havia papéis importantes para exercer. cada vez mais assumia responsabilidades, que conseguia descontar somente dentro de um tatame de treino, escolhendo muay thai como seu foco. foram incontáveis as horas que despendeu apenas socando algo fingindo que eram aqueles que a queriam apunhalar pelas costas. 
e em pouco tempo, anelise estava irreconhecível. mesmo que os problemas sempre existissem, agora pareciam consumir a matriarca como nunca antes. theodosia se viu posta na linha de frente para assumir assim que fizesse dezoito anos, uma das mais jovens a assumir, quando fora chamada para a academia. apesar de dizer que queria ficar em terras alemãs, sua mãe fora a primeira a incentivar a ter outros contatos, além daqueles diplomatas que exercera por anos. talvez precisasse mesmo de novos ares, um golpe republicano era tudo o que não queriam e sabia que sua mãe não aguentaria caso algo acontecesse. 
30 notes · View notes
romulovieira2007 · 2 years
Video
youtube
Uma visão libertária para O ESTRANHO SEM NOME
2 notes · View notes
fredborges98 · 2 months
Text
Thomas Sowell: desmascarando falácias ideológicas
youtube
Bom dia!
Por: Fred Borges
Não há madrasta sem branca de neve!
Observação: Assista a este primeiro vídeo, antes da leitura do texto abaixo.
Não é somente em que a gente se transforma quando recebemos um não, mas também em que nos transformamos quando não estamos preparados para ouvir; o preparo exige maturidade emocional, espiritual ou seja a madrasta que sempre ouvia o "sim", não estava preparada a ouvir um " não". Este preparo vem desde os primeiros anos de vida.
Quantas necessidades,vontades ou desejos negados escutamos na vida, em que medida estávamos preparados, quantas vezes estas negações contou com nosso conformismo, quantas contou com nossa conveniência, e quantas foram preciso serem encarados como desafios para sermos pessoas melhores!
Na guerra se faz a paz!
No " não" se faz o caráter ou personalidade!
No " não" se amadurece, se torna a melhor versão de si mesmo!
Não há democracias sem " nãos"!
Não há oportunidades sem adversidades!
Não há madrasta sem branca de neve!
Após este texto convido o leitor a aprofundar a sua base crítica com a leitura e o vídeo sobre Thomas Sowell em: Desmascarando Falácias Ideológicas, texto lido e parte do documentário da Visão Libertária sobre este intelectual.
Num momento em que vivemos às trevas do Petismo ditatorial tendo como chefe do executivo um ladrão, corrupto e golpista, é imprescindível conhecermos as idéias do mais profundo e denso escritor, pensador, do século.
Antes trago algumas frases de sua autoria:
É preciso grande sabedoria para perceber a extensão da própria ignorância.
Os programas de ajuda podem aquecer o coração dos ingênuos, mas o que realmente significam e colocar mais poder nas mãos dos burocratas.
O fato de que muitos políticos de sucesso são mentirosos não é exclusivamente reflexo da classe política, é também um reflexo do eleitorado. Quando as pessoas querem o impossível, somente os mentirosos podem satisfazê-las.
O velho ditado sobre dar a um homem um peixe contra ensiná-lo a pescar foi atualizado por um leitor: Dê a um homem um peixe e ele vai pedir molho tártaro e batatas fritas! Além disso, algum político que quer o seu voto irá declarar que todas essas coisas estão entre os seus "direitos básicos".
0 notes
arlindenor1 · 6 months
Text
A vida natural dos povos originários -Aurea Cardoso Alves
Em recente encontro no programa “ o livro que estou lendo”da nossa TV Libertária, Aurea Cardoso Alves, Doutora em Psicologia,nos diz que a chave do bem estar dos povos originários e dos povos quilombolas no Brasil acontece através da busca de um equilíbrio constante com a natureza. Este equilíbrio se faria, então , porque prevaleceria uma visão de mundo onde se destacaria o conceito de “mais…
youtube
View On WordPress
0 notes
bunkerblogwebradio · 11 months
Text
Cypherpunks
Nos anos 1990 e no início dos 2000, os Cypherpunks, um grupo de criptógrafos, matemáticos, cientistas da computação e ativistas, muitos dos quais tinham influências libertárias (ou do tipo), trabalharam para criar um mundo melhor por meios pacíficos através da matemática e da programação. Embora a identidade do criador do Bitcoin permaneça desconhecida para o público, é amplamente conhecido que essa moeda digital apátrida é um resultado direto do trabalho dos Cypherpunks.
Em 1992, Timothy C. May, um autodeclarado criptoanarquista e membro fundador dos Cypherpunks, publicou um ensaio chamado “Libertaria in Cyberspace”. May escreveu que “será mais fácil formar certos tipos de sociedades libertárias no ciberespaço que no mundo real e físico das nações” e que “essas ideias ‘criptoanárquicas’ irão reduzir o poder dos Estados de taxar e coagir seus habitantes”.
May citou várias influências fundamentais dos Cypherpunks, entre elas os economistas F.A. Hayek e David D. Friedman, assim como a filósofa Ayn Rand. Mas a criptoanarquia como ideologia política já era um tema recorrente, e Ayn Rand era, segundo May, “uma das principais responsáveis” por isso. Ele escreveu que “o que [Rand] queria fazer com a tecnologia material (os refletores do Vale de Galt) é muito mais fácil de se fazer com a tecnologia matemática”. Mas a mudança social que eles desejavam fazer não era apenas algo passivo ou reativo. “Cypherpunks escrevem códigos”, escreveu Eric Hughes, outro membro do grupo, em seu “Manifesto Cypherpunk”.
A ideia de se criar um Vale de Galt criptoanarquista no ciberespaço era uma ideia intrigante. Em 1998, o engenheiro de computação e Cypherpunk Wei Dai escreveu um ensaio explicando como uma moeda criptografada, que ele chamava de “b-money”, poderia funcionar. Na primeira frase do ensaio, ele escreveu que era “fascinado pela criptoanarquia de May”, e que nessa ciberutopia criptográfica o governo era “permanentemente proibido e permanentemente desnecessário” porque “os participantes dela não podem ser vinculados aos seus nomes verdadeiros ou localizações físicas”.
Nick Szabo, outro Cypherpunk e cientista de computação, descreveu o Vale de Galt como um lugar onde “seria possível formar sua própria comunidade independente, declarando independência de instituições corruptas”, um lugar com sua própria moeda privada, onde a propriedade privada é protegida por meios não violentos e os contratos são garantidos.
Como o desenvolvimento de uma moeda digital emitida privadamente era o objetivo dos Cypherpunks, e como foram bastante influenciados por Ayn Rand, sabendo que ela falou muito sobre dinheiro, vale a pena rever alguns de seus escritos para deduzir o que ela teria pensado sobre o Bitcoin.
Anarquia
Conforme mencionado, o Cypherpunk Timothy May descreveu sua visão de um Vale de Galt no ciberespaço como uma “criptoanarquia”. Mas Rand descartava a anarquia como um sistema político, chamando-a de “uma abstração flutuante ingênua”.
Então, embora Rand e alguns dos mais influentes Cypherpunks imaginassem como seria uma sociedade mais livre – que apreciasse tanto o livre comércio quanto a interação voluntária –, eles certamente não teriam concordado acerca do nível mínimo de coerção para financiar, digamos, os tribunais e a segurança. Logo, se consideramos uma moeda digital privada como uma parte essencial da visão criptoanarquista, é difícil imaginar que Rand a apoiaria. Mas, analisando mais de perto as visões de Rand sobre direitos de propriedade e a moeda em si, podemos ter uma perspectiva mais aprofundada.
Direitos de propriedade
Rand escreveu que é apenas por meio dos direitos de propriedade que qualquer outro direito pode existir – “não há outra forma de resolver ou evitar um caos irremediável de visões, interesses, demandas, desejos e caprichos incompatíveis”.
No Bitcoin, conhecer algo (sua chave privada) é essencialmente possuí-lo. É possível, claro, confiar suas chaves privadas a um terceiro (em uma troca, por exemplo), mas isso não é só totalmente desnecessário quanto profundamente desestimulado entre os bitcoiners, como resumido no lema: “Se não são suas chaves, não são seus Bitcoins”. Então, embora seja possível obter Bitcoins forçando alguém a liberar suas chaves privadas, a natureza da funcionalidade do Bitcoin força a parte violadora a se esforçar muito para poder expropriar. Como tal, o Bitcoin muda radicalmente o equilíbrio de poder entre o indivíduo e o Estado, já que o Estado não pode bater de porta em porta tirando violentamente as informações das cabeças das pessoas sem falsificar a imagem pública que promove para si como um “fornecedor benevolente de bem-estar social”.
Indo mais longe, a portabilidade do Bitcoin permite que a riqueza se mova de um lado para outro do planeta sem limites. Também permite que donos de propriedades atravessem fronteiras fisicamente e levem suas riquezas consigo, já que Bitcoins não ocupam espaço físico, e suas chaves privadas podem ficar guardadas em suas mentes.
Em suma, o Bitcoin serve como uma forma radical de direitos de propriedade, e, como tal, é difícil imaginar que Rand seria contrária a ele.
Dinheiro
Quando Rand escreveu sobre dinheiro, sempre se referiu ao valor de criá-lo ao criar valor para os outros; distinguia entre dinheiro obtido por meios justos e dinheiro obtido por meios injustos (p.ex.: por meio de conexões políticas). Ela também nos deu uma indicação de que tipo de dinheiro considerava estável:
O dinheiro é a ferramenta dos homens que atingiram um nível elevado de produtividade e um controle de longo prazo sobre suas vidas. O dinheiro não é meramente uma ferramenta de troca: muito mais importante, é uma ferramenta de poupança, o que permite atrasar o consumo e comprar tempo para a produção futura. Para cumprir esse requisito, o dinheiro tem que ser uma commodity material que é imperecível, rara, homogênea, facilmente armazenável, não sujeita a amplas flutuações de valor e sempre procurada entre aqueles com quem se negocia [ênfase minha].
A partir disso, podemos concluir que ela teria apreciado a escassez do Bitcoin (com 21 milhões fixos de hard cap), o que facilita sua função de reserva de valor, mas teria criticado a volatilidade de seu poder de compra.
Em A revolta de Atlas, o personagem fictício Francisco d’Anconia fez um discurso apaixonado sobre o dinheiro, afirmando que “o dinheiro é feito – antes que possa ser saqueado ou distribuído – pelo esforço de todo homem honesto, cada um de acordo com sua habilidade. Um homem honesto é aquele que sabe que não pode consumir mais do que produziu”. Aqui novamente refletimos sobre a escassez real do Bitcoin, já que ninguém consegue produzir Bitcoins do zero para pagar por favores políticos (uma prática comum com as moedas fiduciárias).
O ouro é um tema recorrente na obra de Rand sobre dinheiro. Em seu livro Capitalismo: o ideal desconhecido, Alan Greenspan escreve um artigo intitulado “Ouro e liberdade econômica”. Ele escreve: “Ouro e liberdade econômica são inseparáveis...”. E “gastos via déficit são simplesmente um esquema para o confisco ‘oculto’ de riqueza. O ouro impede esse processo insidioso, tornando-se um protetor dos direitos de propriedade”.
Conclusão
Então, Rand teria gostado do Bitcoin? É difícil dizer. Ela faleceu em 1982 – muito antes de a maioria de nós ter ouvido falar da internet. Qualquer que seja sua opinião sobre Rand, não há como negar sua grande influência sobre os primeiros Cypherpunks que “escreviam códigos” em uma tentativa de décadas de criar uma versão do capitalismo laissez-faire no ciberespaço que ela firmemente defendia no mundo real.
Rand tinha coisas importantes a dizer sobre dinheiro e qual seria a forma moralmente justificável de obtê-lo (criá-lo). De fato, ela defendia suas visões sobre dinheiro de forma tão firme a ponto de orgulhosamente usar o símbolo de dólar ($) no peito. Se estivesse viva hoje e entendesse como o Bitcoin é uma solução técnica para o problema político de uma classe privilegiada que vive às custas daqueles que produzem, ela poderia adotar orgulhosamente o símbolo de Bitcoin (₿). Suas ideias inspiraram os próprios indivíduos que tornaram o Bitcoin realidade. Gosto de pensar que ela poderia se orgulhar disso.
Emile Phaneuf III
Possui mestrado (duplo diploma) em Economia pela OMMA Business School Madrid e pela Universidad Francisco Marroquín, bem como mestrado em Ciência Política pela Universidade de Arkansas.
0 notes
edsonjnovaes · 2 years
Text
O COLAPSO das UNIVERSIDADES federais brasileiras
O COLAPSO das UNIVERSIDADES federais brasileiras – Visão Libertária O Professor LIBERTÁRIO https://www.youtube.com/watch?v=fyJu0… O Estudante LIBERTÁRIO https://www.youtube.com/watch?v=LOTkF… Plataforma Universidade 360 https://www.gov.br/mec/pt-br/universidade360/painel-universidade-360 Segundo a Plataforma Universidade 360, que disponibiliza dados sobre as universidades federais…
Tumblr media
View On WordPress
0 notes
edsoncaw · 2 years
Text
Tumblr media
Visão Libertária - Justin Trudeau agiu com a coragem de um ditador, igualzinho ao seu pai ?!?!?
🙄😨😱🇨🇦🇨🇺
https://youtu.be/yt2aYD3-vGE
0 notes
marcosilveira18 · 2 years
Photo
Tumblr media
Liberdade e diversos prismas. 🕊 O Ser Humano possui o instinto de buscar pela liberdade, em vários sentidos. Em alguns pontos, é possível obtê-la; já rm outros não. O difícil é manter essa suposta liberdade, garanti-la sem caminhar rumo à arrogância, que pode ser gerada por tais conquistas libertárias. Sempre fui apegado a alguns conceitos morais, eles fazem parte de quem eu sou e integram o meu caráter, por exemplo: educação, através dela é possível entrar, permanecer e sair de qualquer lugar com respeito. São pequenos gestos, mas que carregam grandes valores em seus mínimos detalhes. Liberdade pode ser muitas coisas, afinal, depende do seu ponto de vista em relação a perspectiva que se adota. Liberdade entre correr e sentir o vento em seu rosto, ou mesmo, voar e subir o mais alto que puder e ver o mundo pequenino. Os pontos de vistas são sempre uma chance de ter uma visão experimental sobre algo. Quando é deflagrado o processo de aprimoramento, a construção de algo importante e de extremo valor começa a surgir... a opinião! Criar uma opinião, fundamentando-se em dignidade, humildade, tolerância, empatia e humanidade, torna a pessoa diferente. Nem melhor, nem pior, apenas diferente. Se você está certo ou errado, vai depender dos seus argumentos e fundamentos que foram levados em consideração, na hora de construir uma opinião. Se estiver bem fundamentada, amparada, conceituada e o principal, em sincronia com a realidade, você terá em suas mãos um novo poder; o de transformar o mundo! Agora, um dilema surge: se para o bem o para o mal, é você quem vai decidir, mas lembre-se de um ditado muito antigo e clichê que diz: "Aqui se faz, aqui se paga, se isso é verdade, seria bom saber o que eu estou fazendo agora". Ditado popular. A liberdade sem pequenas doses de cuidados, levará a uma das maiores prisões que existem; o egocentrismo arrogante do: "eu posso tudo e que se dane os outros". Marco Aurélio. 😃🍀 📷: @pinterestbr #evanescence #amylee #jenmajura #reflexão #texto #pensamentos #paz #boasvibrações #rock #traquilidade #esperança #vitória #boasenergias #positividade (em São Paulo, Brazil) https://www.instagram.com/p/CZYDAF3sldp/?utm_medium=tumblr
1 note · View note
romulovieira2007 · 6 months
Video
youtube
VISÃO LIBERTÁRIA AO VIVO #5 - Notícias da semana
0 notes
Text
Pedagogia Racional Libertária - ANGELA MARTINS
O Movimento foi principalmente impulsionado por imigrantes italianos, mas recebeu colaborações de imigrantes espanhóis, portugueses e intelectuais nacionais.
Os anarquistas propunham ações que gerassem discussões perante os valores tradicionais vigentes para que os mesmos se tornassem consciência social e para isso, a Educação funcionaria como um dispositivo para a transformação das relações socioeconômicas, com a meta de propagar fraternidade, igualdade e democracia para todos.
Portanto, acreditavam que a Educação era o caminho para a mudança, já que através dela é possível modificar valores e princípios. Dessa forma, as escolas racionais libertárias que seguissem tais ideais poderiam fortificar a estratégia da luta para a transformação da sociedade, porque para surtir efeitos positivos no governo e na economia, o cidadão urge implementar alterações radicais em si próprio e nos seus próprios valores.
Ademais, a Pedagogia Radical Libertária era contra a opressão e os dogmas religiosos, então enfrentavam a Igreja Católica e combatiam a exploração do homem pelo homem, pois buscavam a libertação de padrões e ideias tradicionais impostos.
Tal Pedagogia é interessante por ser a junção das categorias racional e libertária, sendo necessário refletir sobre o que significa a racionalidade para o indivíduo contemporâneo e moderno da época.
A visão humanista procurava compreender profundamente o mundo humano e lapidar uma concepção antropocêntrica em oposição à teocêntrica, portanto, tal movimento avançou perante laicização da Educação, além de ocorrer a valorização da cultura greco-latina.
Entretanto, no contexto cultural europeu, o humanismo não era considerado homogêneo, pois dele surgiram duas vertentes fundamentais no âmbito educacional dos séculos seguintes.
De um lado, precisamente ao Norte da Europa prevalecia à propagação de um conhecimento que poderia oferecer aparatos para o enfrentamento das mazelas sociais, tidas como resultado da ignorância. Sendo assim, nasceu o movimento da Reforma que usufruiu dos princípios do humanismo para indagar as práticas religiosas da Igreja Católica, portanto, a razão era essencial para observar, comparar, questionar, criticar, não somente os dogmas cristãos, mas também, interpretar a natureza, a vida secular e as Sagradas Escrituras.
Consequentemente, as práticas racionais começaram a se disseminar em diversas camadas da sociedade europeia, pois o cenário socioeconômico estava mudando, então, era substancial a modificação da cultura educacional, portanto, a política deveria ser conduzida por aqueles que demonstrassem sagacidade e esperteza, sendo assim, a ignorância passou a ser rotulada como um mal que deveria acabar, porque a prosperidade de uma nação ocorreria se houvessem homens instru��dos no poder. Além disso, no século XVIII o processo de laicização ampliava-se gradativamente, devido ao movimento em prol da libertação da educação perante a tutela católica, o racionalismo crescente, os progressos científicos e a expansão da instrução elementar.
Ademais, no final do século XVIII os processos de renovações culturais estavam fundamentados em princípios racionais que surtiriam a libertação do homem, sendo a razão conhecida como uma lâmpada capaz de acender a luz na escuridão, dado o movimento conhecido como o Iluminismo. Portanto, o indivíduo iluminado com a razão poderia transformar a vida social e suas relações, ou seja, reorganizar o mundo.
Mormente a este paradigma, o ordenamento do mundo natural e social era atribuído à razão, porque somente ela era capaz de revelar o mundo verdadeiramente, sem submissões tradicionais e religiosas, já que o conhecimento não era uma revelação, era uma construção elaborada pela consciência humana, capaz de libertar o homem. Tal matriz também influenciou os primeiros movimentos socialistas e anarquistas.
Ademais, nos pressupostos que elencam a pedagogia libertária contém a racionalidade e o humanismo com suas duas vertentes, a que sugere o desenvolvimento pessoal e a que pressupõe que o conhecimento proporciona recursos para o enfrentamento de entraves sociais.
Partindo desse pressuposto, o anarquismo destaca a racionalidade, a liberdade e a espontaneidade para uma pedagogia efetiva, sendo que o movimento se descreve como uma ação de indivíduos combatentes do capitalismo, que anseiam a destruição do Estado e buscam a construção de uma nova ordem social descentralizada e autogestionária, ou seja, eles acreditavam que os indivíduos eram capazes de gerenciar o poder intrinsecamente. Além disso, concluíram que o Estado mantinha escolas com uma pedagogia autoritária reprodutora de opressão, com o objetivo de fazer as pessoas obedecerem e pensarem de acordo com os dogmas e interesses sociais impostos, portanto, era necessário construir suas próprias escolas com princípios de um novo tipo de pedagogia.
Os Princípios pedagógicos supracitados poderiam conduzir uma luta permanente pelos direitos e deveres de uma sociedade igualitária e justa e serviriam como a base de uma educação integral, que tem como intuito a capacitação dos oprimidos.
Os anarquistas também acreditavam que as crianças não nascem com ideias premeditadas, elas adquirem valores e ideais ao passar do tempo, sendo assim, urge educarmos as crianças com noções positivas e verdadeiras, baseadas na experiência e na demonstração racional, para que se preparem para qualquer tipo de estudo, podendo a educação se revelar como um mecanismo de emancipação, estratégia de luta política e uma força reveladora da transformação.
O ensino deve estar baseado nas ciências naturais, para fazer com que os educandos tornem-se seres humanos instruídos, justos, livres e verdadeiros. Entretanto, as atitudes próprias de cada aluno também devem ser levadas em consideração e estimuladas, para que com seu valor singular, cada estudante seja um membro útil da sociedade.
Em suma, a Pedagogia Libertária considera a ciência como um bem universal, pois ela possibilita desfazer erros e propicia o verdadeiro conhecimento dos elementos às pessoas.
0 notes
bioeducacao · 3 years
Text
18/10/2021
A postagem de hoje será sobre o artigo “A educação libertária na Primeira República”, as influências do contexto social e como isso impactou na educação do Brasil.
No período da primeira república, o movimento anarquista trouxe muitas contribuições para a educação brasileira, esse movimento foi impulsionado principalmente pela imigração italiana e recebeu contribuição de intelectuais brasileiros e imigrantes espanhóis e portugueses.
Os anarquistas tinham como meta a mudança de consciência, ou seja, buscavam ações que pudessem discutir e transformar os valores tradicionais e tinham a intenção de instituir uma sociedade fraterna, igualitária e democrática, em outras palavras, defendiam o ideário racional-libertário. Assim, para que essa mudança de valores ocorresse, a educação era imprescindível para a transformação profunda da sociedade, dessa forma, foram criadas escolas que seguissem a pedagogia racional libertária. E devido a proposta dessa pedagogia ser baseada na mudança de valores houveram vários confrontos com as ideias tradicionais da Igreja Católica Apostólica Romana e o ideário capitalista, pois os anarquistas procuravam se libertar de todo tipo de opressão.
Nos séculos XVI e XVII com a instauração do modo de produção capitalista, os dogmas católicos foram questionados e instaurou-se uma mudança cultural, econômica, política e social. Agregada ao poder da racionalidade surgiu o movimento humanista que avançou em direção a secularização, buscava a erudição por meio da cultura greco-romana clássica, a laicização da educação e o conhecimento acurado da natureza física, a instrução se tornou fundamental para o homem moderno. Segundo esse movimento, o homem deveria conhecer a sua realidade e não ser mero expectador do mundo.
No contexto europeu, a visão humanista possuía duas vertentes que fundamentaram o movimento humanista: Ao sul da Europa, o humanismo enfatizava a educação liberal, que possibilitava o desenvolvimento pessoal e ao norte da Europa, predominava a transmissão de um saber que poderia fornecer subsídios para enfrentar as mazelas sociais.
Dessa segunda vertente, nasce o movimento da Reforma, que utilizou princípios humanistas para questionar as crenças e práticas da Igreja Católica Apostólica Romana através da racionalidade. De acordo com Lutero, principal expoente da reforma, o que contraria a razão, contraria Deus.
Gradativamente as práticas racionais começaram a se instaurar em diferentes estâncias da sociedade européia e devido as mudanças sócio-econômicas e políticas era necessário mudar a cultura educacional.
Outro fator importante para a consolidação de práticas racionais no campo educacional foi o processo de laicização da educação, a consolidação do antropocentrismo, o racionalismo, os avanços da ciência e a ampliação da instrução elementar. Dessa forma, em meados do século XVIII, cresceram os movimentos contra o monopólio da Igreja sobre a educação e no final deste século. Dessa forma, surgiu o movimento Iluminista que acreditava que o conhecimento libertava o homem e essa libertação deveria acontecer no campo da individualidade e depois irradiar-se para a coletividade. Foi dessas ideias que surgiram os primeiros movimentos socialistas, incluindo os precursores do movimento anarquista.
A pedagogia libertária anarquista além de levar como pressuposto a racionalidade que liberta, também leva em consideração as duas vertentes do humanismo.
De acordo com os anarquistas, a racionalidade não deve ser apenas um recurso para se chegar até a verdade mas um instrumento que possibilite a libertação dos dogmas impostos pelas religiões. O movimento anarquista se constitui como uma ação de indivíduos que combatem o capitalismo, almejam a destruição do Estado e buscam construir uma nova ordem social descentralizada e autogestionária. Assim, concluíram que o Estado capitalista possuía escolas com uma pedagogia de opressão pois era um meio de fazê-los obedecer e pensar de acordo com os dogmas sociais. Assim, era necessário a construção de escolas que levavam em consideração os seus ideais anarquistas.
A busca pela formação de um novo homem também estava presente no Movimento da Escola Nova que utilizou a racionalidade e a liberdade mas com características diferentes. De acordo com a Escola Nova, o uso da racionalidade era fundamental porque precisava-se: enfatizar o trabalho científico; buscar métodos que dessem conta de explicar a realidade educacional; compreender o desenvolvimento do psiquismo dos educandos e criar um ambiente propício à educação. A liberdade pautava-se na espontaneidade, na capacidade de criação e na observação das diferentes aptidões apresentadas pelas crianças e adolescentes. A proposta pedagógica da Escola Nova buscava mudar os parâmetros da educação, mas diferente dos anarquistas, não postulavam uma revolução na ordem social vigente.
A partir do século XIX, as mudanças propostas pela Escola Nova provocaram um esgotamento da Pedagogia Tradicional e a necessidade de mudar a forma de educar.
A partir dos princípios da pedagogia libertária, onde a racionalidade e a liberdade são fundamentais para promover mudanças básicas na estrutura da sociedade e substituir o estado autoritário por um modo de cooperação, os anarquistas passam a sugerir um novo tipo de educação. Já que acreditavam que as crianças não nascem com ideias preconcebidas, elas adquirem valores durante sua vida, a meta da educação é fazer com que as crianças se tornem pessoas instruídas, verdadeiras, justas e livres através do ensino baseado nas ciências naturais.
As categorias racional e libertária no pensamento pedagógico anarquista buscaram instaurar uma nova mentalidade no processo educacional, dessa forma, tornaram -se um instrumento de emancipação e luta política na transformação do mundo.
Ferrer y Guardia, significativo intelectual da pedagogia libertária anarquista, influenciou profundamente a pedagogia libertária no Brasil e as primeiras escolas baseadas nessa pedagogia surgiram no início do século XX.
Nas primeiras décadas do século XX houve um enorme fluxo de imigrantes italianos e espanhóis que trouxeram consigo para o movimento sindical o ideário anarquista no Brasil. Juntamente com o contexto histórico, verificou-se no país a necessidade de escolas com uma nova proposta pedagógica com viés anarquista. Assim, foram criadas as Escolas Modernas no Brasil baseadas na pedagogia racional libertária que tinha como pressuposto os valores da solidariedade, cooperação, igualdade e liberdade.
A primeira Escola Moderna foi criada em São Paulo em 1912 com apoio de anarquistas, socialistas, livres-pensadores, entre outros. Nessa escola eram oferecidos três cursos: primário , médio e adiantado. O curso primário compunha-se das seguintes matérias: Rudimentos de Português, Aritmética, Caligrafia e Desenho. O curso médio, de Gramática, Aritmética, Geografia, Princípios de Ciência, Caligrafia e Desenho. E o curso adiantado, de Gramática, Aritmética, Geografia, Noções de Ciências Físicas e Naturais, História, Geometria, Caligrafia, Desenho, Datilografia. Além de costura e bordado para as meninas.
Os anarquistas buscavam não somente formar indivíduos para o trabalho mas também para a militância. Acreditavam fortemente na produção de períodos na efetivação de uma mudança na mentalidade e isso foi fundamental para o movimento anarquista e a pedagogia libertária, pois fortaleceu a rede de informações nas escolas e em vários âmbitos da sociedade.
Além da Escola Moderna foi criada em 1915, mais uma escola racionalista libertária na cidade de São Paulo, a Escola Nova, possuía três cursos, primario, medio e superior. Curso primario: português, aritmetica, geografia, botanica, zoologia, caligrafia e desenho. Curso médio: português, aritmetica, geografia, mineralogia, botânica, zoologia, física, química, geometria, historia universal, caligrafia, desenho. Curso superior: aritmetica, algebra, botânica, zoologia, mineralogia, física, química, historia universal, geologia, astronomia, desenho, português, italiano, espanhol, etc.
Essa pedagogia racional libertária possibilitou uma discussão sobre a pedagogia vigente na época e foi importante para a luta dos trabalhadores brasileiros.
Referência
MARTINS, Angela Maria Souza. A educação libertária na Primeira República. Núcleo de Estudos em Educação Brasileira-NEB-UNIRIO, 2006.
0 notes
bunkerblogwebradio · 11 months
Text
O paradoxo do General Data Protection Regulation
A GDPR (Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados, na sigla em inglês) regulamenta a privacidade e a proteção de dados pessoais em toda a União Europeia e no Espaço Econômico Europeu, uma expansão do mercado interno da UE. A GDPR foi criada em 2018 e serviu de inspiração para uma série de legislações mundo afora, inclusive no Brasil.
Tumblr media
No nosso caso, foi criada a Lei Geral de Proteção de Dados, que regula as atividades de tratamento de dados pessoais, e a Autoridade Nacional de Proteção de Dados, responsável por fiscalizar e aplicar sanções. A lei foi assinada por Michel Temer em 2018.
Em função do marco institucional representado pela GDPR, as confusões sobre o conceito de propriedade privada e os efeitos negativos sobre a liberdade individual presentes no regulamento europeu se estendem à LGPD. O artigo a seguir aborda as falhas e paradoxos do regulamento e, nesse sentido, se aplica perfeitamente ao caso brasileiro.
_________________________________________________________
Aumentando o governo em nome da proteção de dados
O Regulamento Geral de Proteção de Dados da União Europeia (GDPR), que entrou em vigor em 2016, é um dos esquemas legislativos mais detalhados no campo da proteção de dados. Este artigo discute duas objeções libertárias em sua abordagem. Em primeiro lugar, defendo que a noção de “certo” adotada no GDPR é falha. Em segundo lugar, mostro que o GDPR não protege indivíduos de governos e corporações sedentos por dados. No final, a legislação de proteção de dados torna as pessoas fortes na teoria, mas fracas na prática, ao mesmo tempo em que torna poderosas entidades privadas e públicas fracas na teoria, mas fortes na prática.
Uma noção errada sobre o “certo”
O GDPR visa proteger os direitos individuais fundamentais relacionados à coleta e processamento de dados pessoais. Estes incluem o direito de acesso, o direito à retificação, o direito ao apagamento, o direito a ser esquecido, o direito à limitação do tratamento, o direito à portabilidade dos dados, o direito à oposição e o direito a não ser sujeito a decisões automatizadas.
O pensamento libertário sustenta que os direitos humanos são direitos naturais e que os direitos naturais são direitos de propriedade. O princípio da não agressão afirma que qualquer iniciativa de violência, ou seja, qualquer agressão contra a propriedade, é ilegítima. No entanto, alguns dos direitos fundamentais protegidos pelo GDPR violam o princípio da não agressão. Por exemplo, o direito de ser esquecido pode ser invocado por um indivíduo para forçar empresas de tecnologia, como provedores de mecanismos de busca, a ocultar resultados sobre ele. O GDPR parece adotar a visão de que os titulares dos dados são proprietários de seus dados pessoais, mas isso é discutível.
Por exemplo, um usuário que interage com o hardware e software do Google, produzindo dados pessoais, não é o único proprietário desses dados, porque os gerou usando a infraestrutura do Google. Isso vale para quaisquer dados pessoais produzidos pela interação com outras pessoas, tanto online quanto pessoalmente. Além disso, quando o Google mostra informações publicamente disponíveis em seus resultados de pesquisa, dificilmente está violando os direitos de propriedade de alguém.
De uma perspectiva libertária, é um grande exagero afirmar que a lei deveria dar aos usuários o “direito” de forçar as empresas a excluir dados sobre eles, porque isso implica que essas empresas não são livres para usar sua propriedade (seu hardware e software) e informações públicas que desejarem. Objeções semelhantes também podem ser feitas contra outros “direitos”. O fato de pelo menos alguns dos “direitos fundamentais” protegidos pelo GDPR não poderem ser reduzidos a direitos de propriedade é altamente problemático: na ausência de direitos de propriedade bem definidos, o GDPR pode ser usado para legalizar a agressão contra pessoas e entidades.
A ineficácia pratica do GDPR
O GDPR visa proteger os indivíduos da exploração de dados pessoais, mas, como costuma acontecer com a regulamentação estatal, coloca os indivíduos em perigo e favorece grandes empresas e os governos.
Em primeiro lugar, o GDPR entende a privacidade como um direito fundamental, mas, na maioria dos casos, deve ser invocado pelos indivíduos para ser aplicado. Por exemplo, no caso do processamento automatizado de dados, os usuários têm o direito de solicitar intervenção humana antes de tomar uma decisão. Dado que a grande maioria das pessoas não tem tempo, recursos e capacidade para se envolver ativamente com as dezenas ou centenas de entidades privadas e públicas que lidam com seus dados, isso equivale a dar aos controladores e burocratas carta branca em relação ao processamento de dados em geral e ao processamento automatizado em particular.
Em segundo lugar, o GDPR faz pouco ou nada contra o abuso de poder que pode vir do estado. Os direitos de privacidade dos usuários podem ser suspensos ou restringidos toda vez que houver algum tipo de problema de segurança pública ou algum tipo de interesse legítimo. Por exemplo, o artigo 19 do GDPR:
“A presente regulação deverá prever a possibilidade de os Estados-Membros, em condições específicas, restringirem por lei certas obrigações e direitos, sempre que tal restrição constitua uma medida necessária e proporcionada numa sociedade democrática para salvaguardar interesses específicos importantes, incluindo a segurança pública e a prevenção, investigação, detecção ou a persecução de infrações penais ou a execução de sanções penais, incluindo a salvaguarda e a prevenção de ameaças à segurança pública. Isso é relevante, por exemplo, no âmbito do combate à lavagem de dinheiro ou nas atividades de laboratórios forenses.”
Esses tipos de cláusulas parecem atraentes, mas estão cheias de palavras vazias (“democracia”, “interesses importantes”, “segurança pública” e similares), que são encontradas várias vezes no GDPR. Por um lado, as instituições públicas devem proteger os direitos de privacidade dos indivíduos; por outro lado, as instituições públicas podem isentar-se das obrigações previstas no GDPR por razões de “segurança nacional”. É um pouco irônico que indivíduos sejam atribuídos a tantos “direitos” que governos e empresas sejam legalmente autorizados a anulá-los de várias maneiras diferentes. Os reguladores não estão protegendo os dados quando abrem espaço para exceções e dão a si mesmos e às empresas privadas sinal verde para ignorar a privacidade dos indivíduos: eles estão apenas legalizando essas “exceções”.
Em terceiro lugar, o GDPR é muito claro ao afirmar que o dever mais importante dos controladores, processadores, responsáveis ​​pela proteção de dados, o Conselho Europeu de Proteção de Dados e similares é garantir a conformidade com o GDPR. No entanto, cumprir o GDPR é uma coisa e proteger os dados de forma eficaz é outra.
Por exemplo, Daniel Solove aponta que os requisitos de consentimento do GDPR são fictícios porque a escala do processamento de dados é tão avassaladora que os indivíduos não podem lidar com centenas de avisos de privacidade. Além disso, os indivíduos são obrigados a tomar medidas ativas para invocar seus direitos, algo que a maioria das pessoas não quer e não pode fazer. Além disso, o GDPR estabelece muitos fundamentos legais para processar dados pessoais que não exigem consentimento individual, como interesse legítimo ou segurança pública. No final, desde que as entidades privadas e públicas cumpram formalmente o GDPR, elas não precisam se preocupar muito com as reais preferências individuais e com a real proteção de dados.
O paradoxo do GDPR
O GDPR vai além e fica aquém. Por um lado, vai além porque os indivíduos recebem “direitos” que podem ser usados ​​para violar a propriedade de outras entidades; a questão principal é que os direitos de propriedade dos dados pessoais não estão bem definidos. Por outro lado, o GDPR fica aquém porque os “direitos de privacidade” individuais, conforme definidos pelos reguladores da União Europeia, são uma ficção que pode ser legalmente anulada por corporações e por instituições públicas por vários motivos.
O paradoxo do GDPR é que ele dá aos indivíduos direitos que eles não têm, ao mesmo tempo em que prejudica sua capacidade prática de proteger dados pessoais de terceiros poderosos. Por outro lado, os processadores públicos e privados não têm direitos de propriedade legítimos, mas são protegidos por lei em sua missão diária de tirar proveito de dados pessoais. Sem uma definição clara de direitos de propriedade e privacidade no domínio dos dados pessoais, os regulamentos só podem gerar confusão e paradoxos.
Andrea Togni
0 notes
bilgates · 3 years
Text
História apagou o quanto os africanos escravizados enriqueceram o Brasil, diz Laurentino Gomes
Tumblr media
Autor diz que não é possível entender o Brasil sem entender a escravidão, tema de seu novo livro: “Quando você mergulha de fato na história, você vê que as pessoas escravizadas são protagonistas”, diz. ‘A escravidão é o assunto mais importante da história do Brasil’, afirma Laurentino Gomes Divulgação Cerca de 2 milhões de pessoas foram arrancadas de suas terras na África, marcadas a ferro quente, embarcadas em navios, e comercializadas como se fossem produtos no Brasil ao longo de 100 anos. Não à toa, esse movimento deixou profundas cicatrizes na sociedade brasileira até hoje, mas, mesmo com tamanha importância, ainda é insuficientemente discutido. “A escravidão é o assunto mais importante da história do Brasil, sem ela você não consegue entender nenhum acontecimento histórico”, diz Laurentino Gomes, sete vezes ganhador do Prêmio Jabuti de Literatura. Prestes a lançar a segunda edição de uma trilogia sobre a escravidão no Brasil, Gomes conversou com a BBC News Brasil sobre o tema. Para o autor, que também já escreveu outros três best sellers sobre a história do Brasil, a escravidão não é assunto apenas para livros de história ou museus, mas ainda se demonstra na realidade do país em pleno século 21. Força-tarefa resgatou 942 pessoas em situação análoga à escravidão no Brasil em 2020 “A escravidão está nos indicadores sociais até hoje. Há um abismo entre números referentes ao Brasil branco e o Brasil negro, além do racismo, que é como uma ferida que fica abrindo a toda hora”, afirma. “A contribuição dos africanos é enorme, não só do ponto de vista econômico, mas na formação do caráter, do comportamento, das crenças religiosas, da culinária, da música, da dança, do jeito de as pessoas se relacionarem umas com as outras; eu diria que a raiz disso é africana”, conta. MG: Mais de 80 trabalhadores em condições análogas à escravidão são resgatados em lavoura de milho em Paracatu PA: Seis trabalhadores em regime análogo à escravidão são resgatados em Novo Progresso RJ: Idosa é resgatada em situação análoga à escravidão; patrões não pagaram salário por 41 anos, diz força-tarefa SP: ‘Quero ir para casa’, diz mulher encontrada em trabalho análogo à escravidão em Pedregulho O livro Escravidão – Da corrida do ouro em Minas Gerais até a chegada da corte de Dom João ao Brasil concentra-se entre 1700 e 1800, auge do tráfico negreiro no Atlântico, motivado pela descoberta das minas de ouro e diamantes em território brasileiro e pela disseminação, em outras regiões da América, do cultivo de cana-de-açúcar, arroz, tabaco, algodão e outras lavouras e atividades de uso intensivo de mão-de-obra africana escravizada. Segundo livro da trilogia sobre escravidão no Brasil, livro concentra-se entre 1700 e 1800, auge do tráfico negreiro no Atlântico Divulgação “As pessoas mais ricas do Brasil no final do século 18 não eram senhores de engenho, barões do café, já não eram mais os mineradores de ouro e diamante, mas sim os traficantes de escravos. A compra e venda de pessoas se tornou o maior negócio do Brasil e do mundo nessa época”, afirma. De acordo com o autor, para além da influência social marcante, os negros escravizados também auxiliaram o desenvolvimento econômico do país, contribuindo com a tecnologia necessária para a descoberta e exploração das minas de ouro e diamantes em território brasileiro. ‘No Brasil do século 18 ocorrem coisas muito importantes. A primeira é que a escravidão se torna algo banal e corriqueiro’, diz escritor Arquivo nacional/Domínio público “A própria tecnologia de mineração de Minas Gerais aparentemente veio da África e não da Europa. Os portugueses sabiam fazer açúcar, mas não sabiam garimpar ouro e diamante. Quem sabiam eram os africanos, que conheciam essas tecnologias muito bem”, afirma. “Isso muda bem a visão da escravização e da própria construção do Brasil. A tecnologia e o conhecimento que permitiram a construção do Brasil e de seus muitos ciclos econômicos eram africanos.” Apesar da importância desse acontecimento histórico para a formação do Brasil atual, a história ainda é pouco contada pelo ponto de vista dessas pessoas escravizadas, pois há um processo de apagamento histórico da contribuição dos africanos ao país. Escravizados urbanos coletando água no Brasil da década de 1830 Johann Moritz Rugendas/Slavery Images` “Esse projeto de apagamento se reflete nos livros de história, livros didáticos, como se a construção do Brasil fosse exclusivamente branca e europeia e todos os demais agentes fossem autores secundários. Quando você mergulha de fato na história da escravidão, você vê que, na realidade, essas pessoas escravizadas são protagonistas”, disse. Segundo Gomes, a imagem de uma escravidão mais sútil e benévola ao cativo por aqui, forjando uma identidade brasileira de gente pacífica, ordeira e honesta, é uma construção imposta pelo Estado e não corresponde à realidade da época. “A característica principal da escravidão era a violência”, diz. Confira a entrevista de Laurentino Gomes à BBC News Brasil: BBC News Brasil – Você vendeu milhões de livros sobre a história do Brasil. Por que se dedicar agora ao recorte da escravidão? Laurentino Gomes – Escrever sobre escravidão é resultado de um aprendizado sobre o Brasil que fui acumulando ao longo da primeira trilogia. É como se fosse um resultado natural e óbvio desse primeiro trabalho. Nos primeiros livros, eu procurei entender e descrever o Brasil em relação à formação de um Estado nacional brasileiro, ou seja, como que o Brasil se organizou do ponto de vista legal, institucional, administrativo, burocrático, desde a chegada da corte ao Rio de Janeiro, em 1808, até a proclamação da República, em 1889. Ali eu consegui ter uma noção bastante precisa sobre as características do Brasil. Mas me dei conta que tinha uma dimensão mais profunda para entender o que chamamos de identidade nacional brasileira, que são as raízes africanas e a escravidão. Escritor Laurentino Gomes explica a origem do racismo no mundo A escravidão é o assunto mais importante da história do Brasil: você não consegue entender nenhum acontecimento histórico, desde a chegada de Pedro Álvares Cabral e a imediata escravização dos índios, passando pelo ciclo do açúcar, do ouro, do diamante, do tabaco, do algodão, do arroz, do café, ou seja, a construção das cidades históricas, do Barroco mineiro, a marcha em direção ao oeste amazônico, sem estudar a escravidão. O Sérgio Buarque de Holanda defende uma tese muito curiosa, de que o Brasil não estava preparado para a independência e preferia continuar como Reino Unido de Portugal e Algarves. Mas nesse período há um sentimento de medo que funciona como um motor do processo de independência, pois a elite brasileira percebeu que o Brasil poderia mergulhar em uma guerra civil republicana, como acontecia na América espanhola. A longa viagem de Dom Pedro 1º que culminou na Independência do Brasil Nessa hipótese, como o Brasil não tinha forças armadas, os caciques regionais lutariam entre si, e teriam que armar seus escravos. Esses escravos armados, imbuídos de ideias libertárias que sopravam da Europa e EUA, poderiam reivindicar a liberdade, exatamente como ocorreu no Haiti. Ou seja, o Brasil poderia resultar em uma fragmentação nacional e em meio a uma guerra étnica. Isso fez com que a elite, para preservar seus interesses, se congregasse ao redor do herdeiro da Coroa portuguesa, rompesse o ciclo com Portugal, mas mantivesse a estrutura social vigente. A independência não acabou com o analfabetismo, com o latifúndio, etc. Cito esse exemplo para mostrar que você não consegue entender o Brasil sem observar a escravidão. A escravidão é um assunto presente no Brasil de hoje. BBC News Brasil -No primeiro livro você se dedica a oferecer um foco sobre a África. Por que o segundo tem um olhar sobre o Brasil? Gomes – Existe uma mudança importante de foco geográfico entre os dois livros. O primeiro começa pela África pela razão óbvia que, para estudar escravidão no Brasil, você precisa olhar para a África. Que continente era esse com milhares de línguas, etnias e povos? Como era a própria escravidão na África antes da chegada dos portugueses? As rotas do tráfico islâmico cruzando o deserto do Saara, feiras organizadas, ou seja, qual é a origem desses milhões de seres humanos que foram arrancados de suas raízes, marcados a ferro quente, embarcados em navios negreiros e leiloados em praça pública? Então por isso o primeiro volume tem como cenário a África. O segundo, que tem como recorte cronológico o século 18, só poderia ter como cenário o Brasil. É o auge do tráfico negreiro no Atlântico, no período de apenas 100 anos entram no Brasil dois milhões de pessoas escravizadas, que é um terço do total que veio ao continente americano, que compreende seis milhões de pessoas. ‘A escravidão no século XVII se consolidou como o maior negócio do mundo, envolvendo milhares de pessoas’, afirma Gomes Arquivo nacional/Domínio Público No Brasil do século 18 ocorrem coisas muito importantes. A primeira é que a escravidão se torna algo banal e corriqueiro. Gosto de um exemplo que chegou a tal a ponto que em um museu de Belo Horizonte tem balança de pesar queijo, farinha, boi e uma de pesar gente antes de leilões públicos – o que mostra o quanto a escravidão se tornou algo corriqueiro no Brasil. Pela descoberta do ouro e diamantes veio uma onda, um tsunami negro da África para alimentar esse comércio. Nesse período, a população brasileira se multiplicou por dez. Há uma corrida de aventureiros, gente de todos os locais do mundo, e o Brasil dobra de tamanho, já que até meados do século 17 o território oficial da América portuguesa estava delimitado pelo Tratado de Tordesilhas, mas o Tratado de Madri, de 1750, reconhece o tamanho efetivo do Brasil e o país dobra de tamanho. E, por isso, é o foco do segundo e do terceiro livro, que pretendo lançar no ano que vem. BBC News Brasil – Como era, de forma geral, a vida dos africanos escravizados no Brasil? Gomes – Com a corrida do ouro e do diamante e a ocupação do interior do Brasil, houve uma inflação no preço dos africanos escravizados. Então, da mesma forma que houve uma corrida pelas pedras preciosas, houve uma corrida por gente escravizada na África, com os preços disparando. Oitenta por cento de todas as viagens de navios negreiros foram feitas a partir do começo do século 18 até o século 19. A característica principal da escravidão era a violência. Essas pessoas eram arrancadas de suas raízes africanas, compradas e vendidas em entrepostos, castelos e fortificações que ficavam no litoral da África, marcadas a ferro quente, embarcadas em um porão de um navio negreiro, leiloadas em praça pública em Salvador, Recife e outros portos, e aí seguiam em comboios para as minas de ouro, fazendas e para as cidades. Ou seja, o principal mecanismo de controle era a violência. O escravo que fugisse era marcado com ferro quente, com a letra F no peito ou sobre o ombro, poderia ter a orelha cortada. Foi discutido na Câmara, em Mariana (MG), a possibilidade de cortar o tendão de Aquiles para quem fugisse mais de uma vez. Muita gente morreu. O trabalho era horroroso. Na mineração nos leitos dos rios, os escravos passavam doze, 14 horas mergulhados em águas geladas, muitos morriam. Depois que acabou esse tipo de garimpo, eles tinham que se enfiar em buracos na terra para achar os veios de ouro subterrâneo, e como era um espaço muito apertado, muitas crianças eram usadas neste trabalho devido à baixa estatura. Neste trabalho, muita gente morria por desmoronamento, excesso de peso, doenças pulmonares dos resíduos, poeira e umidade. O trabalho era muito difícil, mas em Minas Gerais também surge a chamada escravidão urbana, ou seja, de serviço, comércio, de fornecimento de alimentos, que mudou a paisagem escravista, dando mais mobilidade aos escravos. (Isso) deu um papel de destaque para as mulheres, favoreceu o desenvolvimento das irmandades religiosas, deu mais chances de alforria, pois o escravo em ambiente urbano poderia fazer trabalhos extras e talvez comprar a própria liberdade, o que vai mudando o escravismo brasileiro, inclusive alguns participaram da construção do barroco mineiro, como escultores, pintores, etc. BBC News Brasil -Para além desse contexto social, a escravidão também era uma política econômica. Como a economia brasileira se organizava em torno da exploração? Gomes – A escravidão no século 17 se consolidou como o maior negócio do mundo, envolvendo milhares de pessoas para além das pessoas escravizadas, como compradores e vendedores dos dois lados do Atlântico, a tripulação dos navios, fornecedores de crédito, armadores, fabricantes de mercadorias, de armas etc, na Europa, na Índia, na América, na própria África. Isso vira um negócio equivalente hoje à indústria do automóvel ou do petróleo, ou seja, uma coisa gigantesca. Isso valia também para o Brasil. As grandes riquezas, as pessoas mais ricas do Brasil no final do século 18 não eram senhores de engenho, barões do café, já não eram mais os mineradores de ouro e diamante, mas sim eram os traficantes de escravos. A compra e venda de pessoas se tornou o maior negócio do Brasil e do mundo nessa época. Pessoas escravizadas trabalham em uma plantação de café no Brasil The New York Public Library via BBC A escravidão se tornou um fato natural da vida, quase que inquestionável nessa época. O abolicionismo só surgiria na Inglaterra e nos EUA no final do século 18. Até então, todo mundo aceitava a escravidão, inclusive negros que, depois de alcançar a alforria, compravam escravos, como o caso mais famoso, a Xica da Silva, que nasceu escrava e se casou com o contratador de diamantes João Fernandes, conquistando a alforria, e se tornou uma grande dama da sociedade da atual Diamantina. No final da vida, ela era dona de um enorme plantel de escravos. BBC News Brasil -A religião também aparece como forte fator de controle sobre os cativos. Quão importante foi a participação da Igreja Católica no processo de escravidão dos africanos em solo brasileiro? Gomes – [O Brasil] era uma colônia carola de sacristia, em que toda a vida social era regida por dias santos, feriados, procissões, missas, vias sacras, e é interessante pois há uma grande contradição. Você tem uma igreja que se compromete a catequizar os negros africanos com a mensagem do evangelho da misericórdia, do amor, do acolhimento, mas essa mesma mensagem é deturpada e usada para justificar a escravidão. No primeiro volume, eu mostro como as bulas papais, os sermões dos padres jesuítas, tratados filosóficos a partir do século 14 serviram como alicerce para essa ideologia escravista, ao dizer que os africanos eram pessoas inferiores, eram selvagens, praticantes de religiões demoníacas e, portanto, a escravidão era boa para eles. Há um sermão famoso que diz que os escravos deveriam agradecer Nossa Senhora do Rosário pela oportunidade de vir ao Brasil em um navio negreiro, já que isso era a oportunidade de se incorporar a uma suposta sociedade mais avançada, que era católica e europeia. Tem um historiador americano chamado Donald Ramos que mostra que a Igreja foi um importante elemento de controle social dentro do sistema escravista, pois ela dava oportunidade ao escravo de se incorporar dentro dessa atividade social participando de irmandades religiosas das igrejas, participando de procissão, batizando, casando seus filhos, participando de cerimônias fúnebres, etc. Isso deu ao escravo um status social diferenciado dentro da sociedade portuguesa nos trópicos, embora ele continuasse cativo, então isso era um papel como se fosse uma válvula de escape contra a violência do cativeiro, do pelourinho e da senzala. BBC News Brasil – Nas cidades históricas de MG, principal território onde a mão de obra escrava foi utilizada, pouco se fala sobre a escravidão. A história ainda é contada pelo ponto de vista da Igreja e elite financeira. Acha que esse recorte pode mudar no país? Gomes – Eu acho que sim. Eu fiz um capítulo chamado de o herói invisível, sobre um personagem curiosíssimo, ninguém sabe o nome, quem era, onde nasceu ou onde morreu. O único registro sobre ele o descreve como um mulato vindo do Paranaguá (PR), onde havia uma mineração mais rudimentar, e teria achado ouro em Minas Gerais. Ele salvou a glória de Portugal, que estava seriamente abalada no século 18, depois da guerra contra os holandeses e da União Ibérica. Isso muda bastante a narrativa, pois pela historiografia ufanista brasileira esse protagonismo caberia aos bandeirantes, como Fernão Dias Paes Leme, Borba Gato, que entraram pelo sertão, alargaram fronteiras, descobriram ouro, diamantes, etc, portanto uma história branca e do colonizador. A própria tecnologia de mineração de Minas Gerais aparentemente veio da África e não da Europa. Os portugueses sabiam fazer açúcar, mas não sabiam garimpar ouro e diamante. Quem sabiam era os africanos, que conheciam essas tecnologias muito bem na costa do Ouro ou costa da Mina, nos atuais Togo, Costa do Marfim e Gana. Essa tecnologia de achar ouro veio da África. ‘Os traficantes e seus fornecedores não eram bobos, sabiam da especialização e o preço variava de acordo com o seu conhecimento tecnológico na própria África’, detalha Gomes Lofgren/Gouvea/Ferrez via BBC O tráfico negreiro não era apenas o comércio de gente na forma de commodity, gente cujo trabalho dependia do vigor físico – havia especializações. Então os africanos que vinham dos atuais Guiné-Bissau e Costa do Marfim sabiam muito bem a pecuária. Os africanos da Nigéria entendiam de metalurgia, os de Gana conheciam a mineração de ouro e assim por diante. Os escravos que foram para o Maranhão e para a Carolina do Norte, nos EUA, conheciam cultivo de arroz na África e ainda hoje essas regiões produzem arroz. Isso muda bem a visão da escravização e da própria construção do Brasil. A tecnologia e o conhecimento que permitiu a construção do Brasil e de seus muitos ciclos econômicos era africana. O preço desses escravos era diferenciado na África de acordo com sua especialização. Os traficantes e seus fornecedores não eram bobos, sabiam da especialização e o preço variava de acordo com o seu conhecimento tecnológico na própria África. BBC News Brasil – A história e cultura africana sempre foram deixadas em segundo plano, quando não apagadas intencionalmente. Quais as principais contribuições dos escravos para o Brasil atual? Gomes – São muitas. Os grandes ciclos econômicos dependeram do trabalho braçal dos africanos, mas também do seu conhecimento tecnológico. Os grandes mestres construtores do Barroco mineiro, da Bahia, Pernambuco, eram negros. Até recentemente, se julgava que o Barroco era uma forma artística e arquitetônica europeia. Sim, claro, a influência é europeia, mas os elementos que estão lá são africanos. A contribuição dos africanos é enorme não só do ponto de vista econômico, mas na formação do caráter, do comportamento, das crenças religiosas, da culinária, da música, da dança, do jeito de as pessoas se relacionarem umas com as outras, eu diria que a raiz disso é africana. A escravidão não é um assunto de livro de história ou museu, é uma realidade concreta no século 21. Você vê a escravidão na paisagem brasileira, você vai ao Rio de Janeiro e vê quem mora na zona sul e quem mora nos morros e periferias abandonadas pelo Estado, é uma população majoritariamente descendente de africanos. A escravidão está nos indicadores sociais até hoje. Há um abismo entre números referentes ao Brasil branco e o Brasil negro, além do racismo, que é como uma ferida que fica abrindo a toda hora, como vemos todos os dias notícias de racismo explícito nas redes sociais, no noticiário, etc. Então, o legado da escravidão está nesse Brasil ruim que citei, mas está no Brasil bonito, plural, sorridente, generoso, da música, das festas, mas essa África infelizmente a gente despreza. Uma África que é bonita, diferencia o Brasil do mundo, já que poucos países são tão plurais, heterogêneos e diversos como o Brasil, mas não valorizamos essa África quando temos que dar moradia, renda, estudo. É um dilema que o Brasil vive em relação ao seu passado escravagista. BBC News Brasil – E por que não discutimos essas heranças? Gomes – Eu acho que existe um projeto nacional de apagamento da memória. Por que não há um grande museu da escravidão? Não tem um museu como o que [o ex-presidente dos EUA], Barack Obama, inaugurou em Washington, nos EUA, por exemplo. Barack Obama inaugura em Washington o Museu Nacional de História e Cultura Afro-americana Esse projeto de apagamento se reflete nos livros de história, livros didáticos, como se a construção do Brasil fosse exclusivamente branca e europeia, e todos os demais agentes fossem autores secundários. Quando você mergulha de fato na história da escravidão, você vê que na realidade essas pessoas escravizadas são protagonistas. Mas acho que isso está mudando. A história é uma ferramenta de construção de identidade, olhando o passado sabemos quem somos hoje. Essa identidade, no passado, foi imposta pelo Estado brasileiro de cima para baixo, em períodos de ditadura, como a do Estado Novo, como pelos generais, e é uma identidade que vende um Brasil de faz de conta, que teve uma escravidão patriarcal, benévola, que resultou em uma democracia racial e um Brasil pacifico, ordeiro, honesto. Agora na democracia, que é uma coisa quase que inédita na história brasileira, estamos rediscutindo esses traços da identidade brasileira, entendendo que a imensa maioria deles era puramente mitológica. Estamos fazendo uma reflexão muito profunda. A curto prazo é assustador o quanto somos diferentes do que imaginamos que éramos, mas a longo prazo é muito bom que isso ocorra, pois teremos uma consciência mais clara a respeito do que é o Brasil e quais as decisões teremos que tomar ao colocar o voto na urna e termos um país melhor que hoje.
The post História apagou o quanto os africanos escravizados enriqueceram o Brasil, diz Laurentino Gomes first appeared on Bilgates. from WordPress https://ift.tt/3dfNDMz via IFTTT
1 note · View note
edsoncaw · 3 years
Text
Tumblr media
Visão Libertária - "Majestade me perdoe eu não imaginava que a República se transformaria nisso..." (Disse Deodoro a D. Pedro em Paris)
😖🤔🤨😠
https://youtu.be/BCBWvzRkSrA
0 notes
carlospereirajunior · 3 years
Text
LEMBRANÇAS DE 1968
“Em 1968, os Beatles estavam na Índia. A América estava embrulhada em um cobertor de fúria. A guerra do Vietnã estava metendo o país em uma depressão profunda. As cidades estavam em chamas, os cassetetes estavam descendo. Os caras do sindicato da construção civil surravam garotos com bastões de beisebol. Um misterioso homem da medicina do México, o fictício Don Juan, era o novo modismo de consciência, havia trazido um novo nível de percepção ou força vital e o brandia como um machete. Os testes de ácido estavam a todo vapor. A nova visão de mundo estava mudando a sociedade, e tudo estava se movendo rápido – em ritmo acelerado. Estroboscópios, luz negra – maluquetes, a onda do futuro. Estudantes tentando apoderar-se das universidades nacionais, ativistas anti-guerra forçando barganhas amargas. Maoístas, marxistas, castristas – garotos de esquerda que leram os manuais de instruções de Che Guevara estavam lá fora para derrubar a economia. Kerouac havia se aposentado, a grande imprensa estava incitando coisas, atiçando as chamas da histeria. Se você visse as notícias, pensaria que a nação inteira estava em fogo. As coisas que costumavam ser no tradicional preto e branco agora explodiam em cores plenas, luminosas.” Crônicas – Volume 1, de Bob Dylan.
O ano de 1968 é considerado um dos principais marcos da história do século XX. Podemos tomá-lo como o momento que melhor sintetizou toda a efervescência cultural e política que marca profundamente os míticos anos 60. Afinal, 1968 foi o ano das barricadas de Paris, da Primavera de Praga, da intensificação do movimento pacifista contra a guerra do Vietnã, do lançamento de Srgt. Peper’s dos Beatles, etc. Mas, quarenta anos depois, ainda estamos longe de uma avaliação satisfatória dos movimentos libertários e contestatórios de juventude que em linhas gerais, em suas diversas tendências, colocaram, então, em xeque a cultura estabelecida ao ponto de, em alguns casos, conduzir a um questionamento profundo da própria idéia de sociedade, levando-se em conta certas leituras da chamada contra-cultura. Afinal, o que foi exatamente 1968? Marcelo Ridenti, professor do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da UNICAMP, em um pequeno ensaio sobre o assunto, nos oferece o seguinte panorama: “ Foram características dos movimentos libertários de 1968 no mundo todo: inserção numa conjuntura internacional de prosperidade econômica; crise do sistema escolar; ascensão da ética da revolta e da revolução; busca de alargamento dos sistemas de participação política, cada vez mais desacreditados; simpatia pelas propostas revolucionárias alternativas ao marxismo soviético; recusa de guerras coloniais ou imperialistas, negação da sociedade de consumo; aproximação entre arte e política; uso de recursos de desobediência civil; ânsia de libertação pessoal das estruturas do sistema ( capitalista ou comunista); mudanças comportamentais; vinculação estreita entre lutas sociais amplas e interesses imediatos das pessoas; aparecimento de aspectos precursores do pacifismo, da ecologia, da antipsiquiatria, do feminismo, do movimento de homossexuais, de minorias étnicas e outros que viriam a desenvolver-se nos anos seguintes. Já se disse, com propriedade: o ano de 1968 não deve ser mitificado, mas sua importância tão pouco ser minimizada. As contestações de 1968 marcaram a História contemporânea. A profundidade e extensão dessas marcas são até hoje objeto de muita discussão.Talvez o fascínio de 1968 venha de sua ambigüidade na promessa de construir formas de futuro renovadas, quer de um novo tipo de capitalismo, quer de socialismo. No entanto, o peso do passado viria a provar-se muito maior do que os militantes de 1968 supunham- tão grande que muitos militantes da época viriam a passar para o campo conservador vitorioso, chegando até mesmo a ocupar cargos como os de primeiros-ministros e presidentes da República de governos que adotam medidas neoliberais em todo o mundo hoje. Em que medida as promessas libertárias de 1968 foram, não foram, estão sendo ou ainda poderão ser cumpridas? As interrogações sobre 1968 permanecem abertas. (Marcelo Ridenti. 1968: Rebeliões e utopias. In O Séc. XX/ v.3 O tempo das Duvidas: do declínio das utopias às globalizações. Organização: Daniel Aarão Reis Filho. Jorge Ferreira, Celeste Zenha. RJ: Civilização Brasileira, 2000; p. 156, 157)
II
Creio que, embora possamos agrupar sob o rótulo e imagem comum de “movimento juvenil”, as posturas individuais e coletivas de contestação que fizeram dos anos 60 e, especialmente de 1968, um dos mais ricos e interessantes momentos do século XX, seria reducionista identificá-las primordialmente com a dinâmica tradicional dos movimentos sociais e políticos de contestação como sugere especialmente o movimento estudantil do periodo. Essencialmente 1968 foi o resultado de inúmeras micro-transformações cotidianas e simbólicas que então ocorriam na sociedade ocidental e em sua cultura urbana/industrial. Em outras palavras, as estruturas sócio culturais e políticas que emergiram do Pós Guerra mostravam-se naquele momento, mais do que nunca, agudamente em franco descompasso com as metamorfoses das sensibilidades então contemporâneas moldadas por um novo padrão de consumo e  necessidades. Mas cabe considerar que a luta política e o engajamento social não foram às únicas respostas a este descompasso. Em grande parte a cultura contestatória de 1968 e dos anos 60, foi também, considerando à contra cultura e o psicodelismo, um movimento de evasão, um sentimento de não pertencimento ao “sistema” que levaria a uma maior valorização da individualidade e da subjetividade humana frente aos imperativos da sociedade. A rebeldia on the roads, o Sex, Drugs & Rock’n Roll, estabeleceram um novo padrão de comportamento que, ainda nos dias de hoje, embora diluído, exibe sua vitalidade e poder contestatório como referencial ou “tipo ideal” privilegiado para afirmação das liberdades individuais e do questionamento dos valores tradicionais. Somos em grande medida herdeiros das profundas transformações comportamentais e valorativas que, se não transformarão o mundo, inauguraram novas sensibilidades e leituras da realidade orientadas por um ideário libertário mais comprometido com a autonomia do indivíduo.
Carlos Pereira Jr
Tumblr media
0 notes