E se a vida fosse um filme cult de Hollywood? Um "coming of age" dos anos 1980/1990? É assim que tento imaginar a minha vida quando capturo momentos dela em fotos instantâneas, as famosas polaroides, especialmente se forem no formato "wide", como as telas de cinema. É como se fossem cenas estáticas, e por isso resolvi batizar este novo projeto assim.
Na verdade, o lifestyle cinematográfico é algo que tento trazer para minha rotina para além da fotografia. É um escape das obrigações rotineiras, um olhar lúdico de alguém que, assim como Alfred Hitchcock, acredita que "drama é a vida sem as partes chatas", mas sabe que não existe vida sem elas. E já que não existe, a imaginação é um caminho e a arte é um meio para que a experiência de viver seja mais do que apenas sobreviver.
Ganhei uma câmera Instax Wide no Natal de 2015 e, quando tinha filmes, sempre tentava fazer das imagens uma cena que contasse alguma estória, por mais subjetiva que fosse, como uma carta de Dixit. Fazia isso despretensiosamente, guardando os filmes (bem caros, por sinal) para ocasiões especiais. Guardando a ponto de passarem da validade e ficarem esverdeados.
Em 2023, depois de uma virada de chave que me tirou de um limbo de melancolia e me fez olhar a vida de outra forma, decidi resgatar hobbies e tocar projetos que compilem as ideias e pensamentos que já não cabem mais em mim e precisam tomar forma no mundo de algum jeito. Bem, Cenas Estáticas será um deles. Uma série, um diário fotográfico, mas também um blog pessoal.
Não sei ainda todas as formas que essa ideia deve ganhar, mas convido quem tiver interesse a embarcar nessa jornada comigo. Vamos ver até onde vai!