Tumgik
neryrachel · 3 months
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11 anos de Tumblr! 🥳
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neryrachel · 3 months
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É coisa de terapia
Ela me pediu para voltar a escrever, como quem precisa deixar uma carta para meu eu futuro enquanto tenho certeza que escrevo para o meu eu passado. Escrevo para este eu como se pudesse corrigir os seus erros e desvios, como se pudesse realizar seus sonhos e planos.
Mas é para ti que escrevo com a mesma intensidade em que se agrava a crise climática e destrói o mundo, que o eu do futuro certamente não verá, nem os filhos que não desejei ter
Escrevo com a mesma paz de quem aprendeu a olhar os próprios medos e abraçá-los sem receios, enquanto as luzes piscam no símbolo menos cristão do Natal de Cristo
Escrevo para o meu eu que um dia avistou aqueles olhos e lábios, para o eu que coleciona secretamente as palavras, fotos e registros daquele amor mal curado, ressacado, que pesa a cabeça e a alma.
Escrevo para o eu que ainda ressente as amizades necessariamente perdidas, e que há de viver as devidamente encontradas com a paz de saber que está em segurança
Ela me pede pra fechar os olhos e imaginar um lugar tranquilo, me vejo naquele mesmo minuto e contexto, quando encontrei o seu cheiro, junto a cem outros na estação, entre cheiro de cigarro e gritaria dos apressados na cidade, eu congelei aquele momento
Ela me diz que Freud vai ajudar, revisitando as memórias que suprimo para não sentir, ela me pede pra visualizar aquilo que mais me dói e é tudo um grande vazio. É um vazio com nome e cheiro. Freud deve ajudar a desengavetar e rasgar os papéis que carrego na memória.
Dos dias de sol, dos dias frios, das madrugadas ouvindo das lamúrias e das vitórias. Das explicações sobre as perdas em investimentos, das canções cantadas com pouco ou nenhum preparo vocal ou noção musical mas com gigante coração, que fora engolido silenciosamente pelo ordinário.
Cinquenta e cinco minutos, posso respirar, fim da sessão.
R. Nery
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neryrachel · 3 months
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24200302
Eu te liguei
Ouvi sua respiração do outro lado
Sua voz suave e gentil
“Alô?”
Era a voz que me tomava o peito de luz e alegria
E quanto mais eu te amava mais eu a ouviria
Inundando minha alma.
“Alô?”
“É a Maria?”
“Não, moço. É engano.”
“Desculpe.”
Eu te liguei e não tive coragem de dizer que era eu.
Bom covarde que sou, me contento com coisa pouca.
Um alô seu é uma vida inteira pra morrer vivendo
E por isso eu te liguei…
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neryrachel · 3 months
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42022010
São os mesmos versos
Em novos dedos, novos rostos
Tudo exatamente igual e diferente
Muito novo e tudo velho
Poeta que inventa a roda.
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neryrachel · 4 months
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A felicidade é o cheio de um copo de se beber meio-por- meio;
Guimarães Rosa. Noites do sertão. (1956)
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neryrachel · 4 months
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420103
Ressignifica
Acredita
Que a fé aponta a direção
Ressignifica
E insista
A felicidade é só questão
De quem ressigifica
E acredita
Que ainda dá pra decidir com o coração
Ressignifica
Respira e fica.
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neryrachel · 4 months
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Novelas
Na novela que a vida é, a gente vê de tudo um pouco, rostos que amamos, odiamos, sequer lembramos. Rostos que, não demora, vão mudando. Uns morrem para dar espaço a outros novos e de repente, já não há mais nenhum que reconheçamos.
Chega enfim, também a hora do nosso grande fim, a hora que as cortinas se fecham e nós mesmos daremos espaço a outros rostos e falas e cenas.
A vida é o ciclo entre o lembrar e o esquecer. Ou ser lembrado e esquecido.
R. Nery
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neryrachel · 4 months
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Se for
Se for pra ser , e sei que será
Será com todo amor que puder entregar
E no silêncio mais profundo
Te entregar por inteiro, todo o meu mundo
Se for , e de certo há de ser
Abrirei os olhos e encontrarei
Um castanho sóbrio e silencioso
Um abraço quente, terno, amoroso
Se for pra ser, e eu desejo
Terei teu bom dia no sabor de um beijo
Teu semblante sereno e tua risada
Tua alma quente pra fazer morada
Se for pra ser, e eu sei que é
Posso aguardar com toda a fé
Que esse amor nosso, tão bonito
Há de durar um tanto, infinito.
———
R. Nery
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neryrachel · 10 months
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“Então me diz como é que faz, faz
Pra rebobinar lá pro passado
Aquele tempo bom não volta mais
A gente segue cada um pro lado”
- Te amo em caixa alta
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neryrachel · 1 year
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Haikai
Amar
Cabe mar
E amargar
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neryrachel · 1 year
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Deixei a bebida
Mas a ressaca e recaída
Sempre foram de você.
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neryrachel · 1 year
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Für Er
Eu sei, faz uns anos desde a última recordação. Acontece que você é homem feito e sabe que a vida é esse dissabor.
A culpa é em grande dose sua e é evidente que eu te diria, nós dois sabíamos que isso iria acontecer. Porque esse é você, com seus erros e mazelas, com suas pretensões e também seus medos
Pretensões de que o mundo nunca é o bastante ou o suficiente para você, ainda que o mundo seja o de alguém, mas medo quando percebe que a sua ambição causa a sua ruína
Depois, o que segue? Remendos e lamentos de histórias que você não irá mais repetir, de momentos que não vai mais viver e desejos que não mais existirão. Pintados às suas próprias mãos.
Então chore suas mágoas e tristezas, fruto das suas próprias escolhas, eu já não ligo, é questão onde a meritocracia, ao menos uma única vez, o fez vencer. Méritos, méritos.
Fume todos os cigarros e se embriague com todas as bebidas, mesmo que saiba que no fim dessa corrida, você perde para si mesmo, por causa das palavras mal escolhidas e das escolhas mal feitas.
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neryrachel · 1 year
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neryrachel · 1 year
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O ciclo
Eu vou te encontrar. E quando meus olhos cruzarem com os seus, irei rejeitar essa conversa tola, porque amar é para os que não desconfiam.
Irei desviar o olhar como quem desdenha, mas será tarde demais, porque você se sentiu desafiado por um amor quase impossível, pelos caracóis que voam em vestidos floridos, em olhos castanhos e pele bronze.
Irá se convencer de que me convencer é uma opção e será incansável na sua missão de conseguir algum pouco de atenção com qualquer assunto banal.
Vai enfim chegar ao ponto de falar de uma canção e direi que gosto, me deixando vencer pelo cansaço e ali encontrará a brecha que precisará para me alcançar.
E eu me verei interessada no homem que persistiu bravamente a construção da muralha que fiz em torno de mim e eu a verei desmoronar, tijolo após tijolo e voltarei a sorrir
E sorrirei e, demoradamente, me apaixonarei, e você me amará, não em segredo como eu, pois eu me demoro um tanto mais. E você me fará a grande pergunta e surpresa retrucarei se terá certeza e você sorrirá. Assim se formam também alguns outros casais. Mas talvez não com moças que enxerguem o mesmo que eu.
Então mergulharei em você e até onde não é raso nem muito profundo, mergulhará de volta, uma medida confortável, eu diria. E então num dia despretencioso, lhe darei a mão por achar honrados os dias nem rasos, nem profundos.
Teremos uma boa casa, com boa e confortável mobília, muitos livros e flores. Com cheiro de café e chá. Mas eu fui e voltei, e tudo o que leio é o que já vi.
Os dias serão mornos, o mesmo gosto de todos os dias e será como se nada pudesse ser ligeiramente diferente: brusco demais pode quebrar, de menos pode nem fazer efeito. Nem raso, nem profundo.
Então me cansarei, mas não muito, porque os problemas são de longe quase invisíveis para o resto do mundo. Mas me tornarei insossa e quase apática a quase todos os dias, porque tudo seria insosso e quase apático todos os dias.
E você se dará conta dos sinais mas o orgulho vai impedi-lo de admitir, e vai remoer ideias velhas e imundas e será incapaz de contestar qualquer argumentação. E pouco haverão, pois me cansarei.
E logo vai arrumar outra pessoa mas jamais admitirá que o vazio e o dissabor foram suas próprias ações e esperará que eu esbraveje e tente salvar qualquer resquício de nós, mas eu já não o farei, estarei pronta para seguir só e reconstruir meus muros.Talvez um pouco mais reforçados.
Mas eu ainda estou caminhando pela avenida, ainda não cruzei com o seu olhar, não sei teu nome ou sobrenome, mas já desenhei o ciclo dessa colisão.
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neryrachel · 2 years
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Lençóis
Toda manhã de sábado a cidade range ossos que descansam, privilegiados: trabalhadores comuns não escolhem o dia sagrado. A manhã quente traz cheiro de mar, ou eu é quem o imagino e imaginando me perco vendo o sol nascer, o cheiro do Rio de alguma forma me alcança.
Entre os lençóis que balançam, como seus cabelos quando encontram a brisa nordestina, eu penso na vida que deixei pra trás, nos amigos que não vejo mais, nas cervejas que não bebo mais, nos sorrisos que deixei amarelar, tal qual as fotos envelhecidas na mesa de cabeceira.
Entre os lençóis que balançam com a brisa, eu relembro os olhos da moça que um dia foi minha e agora não é de mais ninguém. O vento bate como se esmurrasse a minha face e esmaga o peito como se cobrasse o que não posso pagar.
Daqui, o céu é quase laranja e a cidade se impõe como ervas daninhas de concreto sob os meus pés. Não tem redentor nem “água de poça” para que ela me diga “sinta o cheiro da maresia”, e nem vai dizer. Porque esta cá só conhece o mar de Ubatuba e Ilhabela. Nunca comeu um sanduíche do Marcelo ou pôs os pés nas areias imundas de Icaraí, esta cá nunca viu a Ponte engarrafada do Seu Jorge.
Eu trataria de tragar um cigarro, mas o deixei na mesma época em que ela me deixou, plantado no meu passado como aquelas violetas que vendem em qualquer supermercado em vasos quase descartáveis, com pouca terra e, como eu, poucas raízes para me lembrar.
As vezes me esqueço de quem eu sou, do que fui e do que eu deveria ser. De tudo o que sonhei, mesmo antes dela. Ela tinha um jeito estranho de dizer que podíamos seguir nossos próprios caminhos e ainda assim estar aqui, como quem espera um amanhã. Eu não vejo bem o futuro, como acreditam prever as astrólogas de plantão. Balela.
Acho que é o mercúrio retrógrado que me faz lembrar das coisas como poderiam ser e não são. O cheiro de café me busca cá em cima porque esta o passa lá embaixo e concluo a prosa interna dizendo que me recuso a acreditar nessas besteiras místicas dos jovens da Geração Z. Me disse “Use vermelho, talvez você reencontre aquele antigo amor”, na página do Satine. Eu digo, balela.
Hoje os lençóis balançam com a brisa quase veraneia que tenho certeza, vem do meu Rio. Com cheiro de mar e lembranças amareladas como as imagens de mercúrio nos livros de ciências do fundamental. E eu? Uso vermelho.
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neryrachel · 2 years
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The Sunflower Odyssey
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neryrachel · 2 years
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Agora eu entendo quando dizia que sabia como as coisas seriam, porque você sempre viu além de mim e a mim mesma como não via
Você viu todas as cores e a liberdade que emerge do meu peito e não pode ser contida, e eu lentamente tentei colocar numa caixa de presentes
Mas cada vez que me deito e meu peito se abre para jorrar sonhos e desejos, eu entendo quando disse que sabia que eu não seria como eu queria
A felicidade sempre teve gostos diferentes para nós dois mas porque você me viu podar as flores que nasciam para dar um bom presente
Cada vez que me deito ouvindo bossa nova e minha alma explode em êxtase sozinha - eu sempre estou sozinha - eu vejo o que seus olhos viam: nenhum peito no mundo é capaz de suportar a fúria e a intensidade dos meus sentimentos
Faz frio na capital das pessoas frias, eu danço ao som do barquinho como se ainda vivesse na cidade do sol e meu calor me aquece.
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