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bibliotecak-blog · 9 years
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bibliotecak-blog · 9 years
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50 Tons de Cinza - Crítica
Semana passada tive odesgosto de atender aos berros de minha curiosidade. Não é a primeira vez que ela me trai. Sinto que também não será a última.
Fui ao cinema ver o famigerado 50 Tons de Cinza; já esperava um filme ruim, mas saí chocado. Muito chocado. Absolutamente nada funciona; o roteiro é precário, as atuações são absurdamente rasas, e o enredo... bom, quanto ao enredo eu culpo o livro. É uma tristeza que, em pleno século 21, exista algo tão babaca quanto esta trilogia.
O enredo, pra meia dúzia que ainda não o conhece, nos apresenta a Anastacia Steele, inocente e virginal, que, por um acaso do destino, encontra Christian Gray, rico e misterioso, e ambos acabam se apaixonando. A Srta. Steele descobre um mundo completamente novo de erotismo e BDSM, precisando decidir se aceita mergulhar em tudo isso para ficar com seu amado “príncipe encantado” (?!).
Não, eu não acordei irritado hoje. Pensar nesse filme é que me irrita.
Comecemos pelas atuações: Jamie Dornan (Christian Grey) e Dakota Johnson (Anastasia Steele) possuem tanta química quanto a água e o óleo. No livro, a relação é harmonizada pela ingenuidade de Anastasia abrandando a agressividade de Christian. Não que isso funcionasse no papel, mas o filme piora ainda mais isso. Dakota Johnson confunde inocência com imbecilidade, e Jamie Dornan não soube ser agressivo, não agiu com paixão, era tudo muito mecânico e calculado.
O roteiro em nada inova também. O filme não escapa dos clichês básicos dos filmes de romance. Há a cena clássica do desolamento no banho de chuva, muitas cenas divertidas com trilha sonora alta e alegre (tentaram, ao menos), toca-se piano a luz do luar, e um pseudoclímax (aqui, num quarto vermelho).
Aliás, isso é muito interessante. Da forma que o filme foi divulgado, depreendia-se um erotismo muito forte; o que acontece, no entanto, são menos de vinte minutos de cenas de sexo (com muitos seios). Por favor, a internet está aí a serviço de quem quer ver sexo, não precisa ir no cinema para saciar sua vontade enrustida. Sou cinéfilo e sei o modo conservador com que Hollywood trata suas crias. Seria realmente satisfatório olhar um filme que mostrasse o BDSM de forma crua e natural. Afinal, isso nada mais é que a opção do indivíduo.
Ao abordar técnicas como bondage, masoquismo, dominância, etc, faz-se uma ligação direta ao machismo e à pedância do Sr. Grey. A ideia é clara: se tu gosta de bater ou apanhar, tu é uma pessoa má, muito má – sem conotações sexuais, por favor. Para piorar, depois de todos essas ideias vazias (demonizar o desconhecido), o filme conseguiu ilustrar o limite da dor com a chibata nas nádegas. Uma chicotada nas nádegas!
Bom, quanto a história, me enoja a forma que a bandeira feminista é queimada e pisoteada na trilogia. Trocando em miúdos, a autora consegue objetificar o livre-arbítrio da mulher na forma de um contrato, ou seja, se ela assinar o documento, não pode mais beber, tem que se comportar, atender a todos os pedidos do dominador e sempre abdicar de sua própria vida em prol do bem-estar dele. Somente para frisar, no início, Anastasia era uma pessoa triste e muda completamente ao conhecer Christian. Uma mulher realmente precisaria disso?
Pelo que eu saiba, mas sei que não sei muito, a relação dominador/submissa se restringe ao quarto. Não consigo entender como o Sr. Grey, homem triste, misógino, que não aceita ser tocado, tem acessos de ira e não suporta dormir acompanhado, é, mesmo assim, desejado por muitas.
Acho que isso acontece porque está tudo bem, afinal o Christian é bonzinho, ele nunca obrigou ela a assinar nada afinal.
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bibliotecak-blog · 9 years
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Sniper Americano - Resenha
Antes de começar a tecer qualquer observação, gostaria de ressaltar a minha admiração pelo trabalho de Clint Eastwood; à exceção do clichê Curvas da Vida, gostei de todos os filmes, dos faroestes a Gran Torino.
Em relação ao filme Sniper Americano, no entanto, meu coração se divide em várias partes.
Por um lado, eu entendo o pensamento americano. Pessoas educadas desde a pequenez a acreditar que seu país é o salvador do mundo e o redentor de todos os pecados da humanidade. O público estado-unidense gosta de ver isso nas telas. Eles amam isso nas telas.
No início do longa, tenta-se disfarçar o pensamento pré-histórico de Chris Kyle (Bradley Cooper) com um discurso barato sobre lobos, ovelhas e cães de guarda. Mostra-se que esse pensamento guiou nosso “herói” durante toda a sua vida até o ponto que ele, fantasticamente, acha que é seu dever salvar o mundo dos “maus”.
Não contamino a atuação de Bradley Cooper com os ideias superficiais do filme. Ele fez tudo que um crítico poderia amar: engordou, ganhou músculos e estudou os trejeitos do verdadeiro Chris Kyle, isto é, deformou e formou seu corpo pela arte. Em suma, foi um grande ator.
Impossível, não ressaltar, também, a atuação de Sienna Miller como Taya Kyle. Através de seus olhos, acompanhamos o processo de desumanização do idolatrado soldado americano. Nada é como era no pós-guerra. A sensação de abandono que ela tem é repassada ao espectador com maestria.
Entretanto, o diretor (Clint) escancara o seu pensamento em relação à Guerra do Iraque. Ao fazer uma ligação pífia dos atentados de onze de setembro com a invasão no Oriente Médio, ele mostra que, na verdade, os Estados Unidos da América apenas queriam pacificar o mundo. Mandou seus nobres soldados com o objetivo de deixar o mundo mais seguro.
Aliás, o maniqueísmo exacerbado e irritante do roteiro faz, inclusive, nosso querido Sniper encontrar seu algoz: um sírio, campeão de tiro nas olimpíadas e caçador de recompensas. Em certo ponto, parece que tudo se resume a uma rixa entre os dois. Como eu ressaltei, não é nos dada a chance de criar qualquer empatia pelos muçulmanos. Eles não falam. Como entender os mudos fanáticos? Ou melhor, utilizando uma expressão do próprio filme, como entender os selvagens?
O filme é muito bem produzido, mesmo com a limitação do orçamento. O meu problema está nos ideais passados. Não tenho problema com o filme do jovem branco, patriota, que ama seus país mais que sua vida. Definitivamente não tenho. Inclusive, acho Força Aérea 1 um excelente filme para passar o tempo (Harrison Ford, presidente dos EUA contra os sequestradores russos).
Como falei, meu problema é com a demonização do oposto.
Os erros de produção que eu percebi são gafes toleráveis. Nunca vou deixá-las me levar ao empobrecimento do filme.
A visão partidária e tendenciosa levou o filme a tentar criar de um super-homem real. Não sei o porquê do nome do filme ser American Sniper, sinceramente. Contei, ao longo dos 132 minutos de filme, sete mortes por rifle. No meio do filme, esqueçam os tiros de longa distância, peguem uma metralhadora e vamos à luta; afinal, salvar os soldados americanos é o que importa. O sistema militar, na verdade, não é nem um pouco hierárquico; todos podemos desobedecer ordens expressas de superiores e largar nossos postos. Isso no futuro vai render um baita filme.
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bibliotecak-blog · 9 years
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O Jogo da Imitação - Resenha
Por Lucas Verfe Kalikowski
Ontem eu estava a fim de ir no cinema; abri o jornal; três filmes sobre a segunda guerra mundial; apelei pro uni-duni-tê. Por sorte caiu em O Jogo da Imitação.
A história não é nova, o fim todos conhecem, mas esse ângulo é novidade.
Para quem não conhece a trama, trata-se da história do criptógrafo e matemático Alan Turing (Benedict Cumberbatch), que foi procurado pelo governo do Reino Unido, em meio a 2ª Guerra Mundial, para conter o avanço do Eixo, que estava em clara vantagem àquela época.
Seu trabalho, aparentemente simples, mostrou-se de extrema complexidade. Cabia a Alan e a uma equipe de talentosas pessoas desvendarem o método da máquina Enigma, usada pelos alemães para criptografarem suas mensagens.
Ao intercalar o filme em diferentes momentos da vida do matemático, o filme poupa o espectador de uma narratória cansativa.
Com o pano de fundo estabelecido, passou-se a analisar o que realmente importava. A homossexualidade de Alan Turing e como era encarado isso à época. Sim, o máximo que cheguei a relacionar a homossexualidade com a segunda grande guerra foi o homossexualismo de Adolf Hitler.
Os atores - ingleses também - fazem seu papel com modéstia. Até mesmo Keira Knightley, única mulher do elenco, tem poucos momentos de brilho, arriscando-se pouco como uma mulher forte e perspicaz. Nesse ponto o filme engana muito, pois o método com o qual foi apresentada Joan (Knightley), induz-nos a crer que ela terá grande relevância para o enredo. Ledo engano. As poucas confrontações e indagações produzidas apenas arranham a superfície da denunciação da misoginia.
O verdadeiro astro é Cumberbatch. Em sua melhor atuação na carreira, o ator se transforma, despindo-se da postura adquirida por Smaug, Sauron, Kahn e Sherlock. Em O Jogo da Imitação, Benedict torna-se um gênio inseguro, alienado, antissocial, com uma gaguez nata. Escondendo sua opção sexual da sociedade, Alan Turing tornou-se uma pessoa sofrida e fria, pois, à época, no Reino Unido, gays eram condenados por crime de obscenidade. Ao natural, nos poucos momentos cômicos, ele não nos faz rir pelo humor, mas sim por seu carisma e por seu comportamento alienígena aos demais colegas.
A direção do filme é eficiente. Apenas isso. Mark Tyldum se recusou a ir além, mas, mesmo assim, dirigiu um belo filme. Os ótimos argumentos, embora não tão bem explorados, fazem seu papel e provocam nossa reflexão.
O Jogo da Imitação cresce justamente no momento em que encontra a empatia nos combates do nosso dia a dia. As vitórias da sociedade desde então são tantas que o filme se assemelha a um outro mundo. Obviamente, existe uma infinidade de conquistas outras a serem alcançadas.
O verdadeiro sentido da história é a ironia em perceber que os sexistas de plantão podem discursar em seus smartphones graças a um gay. 
Ontem, o machismo era alicerce da sociedade, marchava forte nas ruas e era discursado como verdade absoluta. Hoje, é condenado ao fazer seu trottoir.
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bibliotecak-blog · 9 years
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Caminhos da Floresta – Resenha
Por Lucas Verfe Kalikowski
Na origem das coisas, Walt Disney criou o príncipe encantado. Ele não criou a maioria de seus clássicos, é verdade, mas sempre tinha lá a nobre imagem, cheia de luz, de um homem de capa em um cavalo branco que salvava a donzela em apuros.
Então, o mundo mudou. Aliás, não mudou; evoluiu.
Nesse mundo mudado/evoluído, surgiu uma nova narrativa. Um novo pensamento.
Assim, surgiu a Malévola, Frozen e, agora, Caminhos da Floresta (Into the Woods).
A história não é nova. Baseada em uma peça da década de 80, Caminhos da Floresta nos apresenta a um padeiro (James Corden) que busca a redenção pelos erros cometidos por seu pai, pois só assim poderia gerar sua prole e se livrar da maldição da bruxa (Maryl Streep, dispensando comentários, como sempre). A beleza da simples premissa está no que toca ao desenrolar da trama, pois, para atingir seus objetivos, o valoroso padeiro e sua esposa (Emily Blunt, muito modesta) precisam interferir numa série de conhecidos contos de fada, tais como: Cinderela (Anna Kendrick), Chapeuzinho Vermelho e João e o Pé de Feijão.
Tendo isto em vista, não se precisa gastar tempo apresentando as personagens; à exceção das poucas novas personagens, todas as outras já são muito bem afirmadas no imaginário de todos.
Rob Marshall, diretor do filme, bem como de outros musicais (Nine), consegue intercalar bem a narrativa com os quadros musicais, que interagem bem com o desenrolar do filme. Guardo destaque para Agony, onde Chris Pine (o Príncipe não Encantado) mostra todos seus dotes de barítono com uma divertida coreografia.
Com participações especiais de Johnny Depp como o Lobo Mau (me teletransportando para um filme do Tim Burton), o elenco consegue ser harmonioso entre si, de modo que cada um tem seu momento de brilho. Uns mais que outros, é claro.
Não conheço a peça Into the Woods, mas, pelo que li a respeito, foi adaptada fielmente para a película. Portanto, mais um sucesso Disney é inevitável.
Gostaria de atentar ao único ponto que eu não acredito que tenha sido retirado dos palcos. Em um momento, completamente desnecessário ao desenrolar da trama, desmistifica-se o mito do Príncipe Encantado, o que nos remete ao que mencionei no início do artigo.
Para que esse filme siga os novos padrões dos contos de fadas, a Disney tratou de derrubar por terra a imagem do príncipe salvador. Mostra-se um homem covarde, mentiroso e infiel, que causa nojo à própria Cinderela.
Assim, mais uma vez, mostra-se mulheres autodeterminadas e independentes, que tem suas próprias convicções e que não precisam de homem algum que as salvem e que as sustentem. Em um mundo onde o feminismo é um grito forte (e legítimo!), acredito esse rumo é a melhor forma de, a longo prazo, proscrever a visão antiquada que seva a figura do homem salvador.
Os movimentos feministas são a forma de trazer à baila esses problemas de forma imediata, mas, na minha modesta opinião, o verdadeiro efeito será visto a longo prazo, quando o nobre príncipe for uma vaga memória nas nossas cabeças.
Vejam Caminhos da Floresta e, principalmente, levem suas crianças, divirtam-se e deixem que elas próprias, no futuro, tirem seus aprendizados.
Uma coisa é certa: o Príncipe Encantado morreu. Walt Disney o matou. Nada mais justo.
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bibliotecak-blog · 10 years
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Sentidos do Amor (Perfect Sense – 2011)
  Por Samantha Pistor 
Filmes apocalípticos, tais quais os filmes de terror, normalmente possuem um enredo clichê. O fim do mundo, seja por conta de um erro climático, o final de um calendário ou a invasão de demônios é iminente e os nossos heróis precisam se salvar, atravessar neves, montanhas, se esconder em bibliotecas, queimar livros ou lutar contra as forças do mal. Convenhamos, quem viu um filme sobre o fim do mundo, viu todos. Ou melhor dizendo, quase todos.
Sentidos do Amor, creiam ou não, é sobre o fim do mundo. Mas ao contrário de seus predecessores, o foco no filme não é sobre a destruição mundial e como faremos para nos salvar, mas sim como os seres humanos reagem, se adaptam e até mesmo aceitam as intempéries da vida. É um filme de romance que tem como cenário uma situação apocalíptica. Além disso, a narração é totalmente metafórica, cheia de nuances e subterfúgios. É um filme simples, direto, incômodo (muito incômodo) e triste. Não é possível ver este filme e não terminar com uma sensação de inquietude ao ver o seu final.
O enredo é simples: a população mundial é acometida, pouco a pouco, por crises de choro inexplicáveis e que surgem totalmente ao acaso. Logo após chorarem por algumas horas de forma inconsolável e ininterrupta, a pessoa em questão perde o sentido do olfato. As primeiras crises começam em países de terceiro mundo (para variar) e aos poucos chegam no cenário do filme, tendo sido apontados milhares de casos sem explicação ao redor do mundo. Ninguém sabe como isso ocorre e como a doença se propaga.
Eva Green interpreta uma epidemiologista, que está tentando descobrir a causa e as curas para a doença. A personagem é cínica, cética e complicada. Em determinado momento, ela se depara com o chef Michael (o sempre maravilhoso e incrível Ewan Mcgregor). Ironicamente, quando eles se conhecem e se encontram, ambos acabam contraindo a doença e perdem seu primeiro sentido.
É interessante que o filme, embora foque no casal, não é necessariamente sobre o casal. Embora o enfoque seja neles e em seus traumas, o filme retrata mais a humanidade se adaptando ao novo mundo e a uma nova limitação. É incrível que mesmo com tudo ruindo, com o fato de não podermos mais usufruir de determinados prazeres advindos com os sentidos, fazemos questão de conviver, de ir a lugares legais, de estarmos em companhia uns dos outros.  Fazemos questão de manter a rotina.
Uma das cenas mais interessantes do filme é a leitura de uma crítica de jornal a respeito da comida de um restaurante. Oras, sem sentirmos o cheiro e o sabor, comer em um restaurante seria besteira. Bastaria comermos farinha e gordura, como diz um personagem. Entretanto, a crítica e a nossa necessidade de adaptação faz com o que o crítico analise outras coisas: textura, consistência, temperatura. Sempre temos algo para apreciar... ou para criticar.
Confesso que adorei o filme em todos os seus detalhes. A personagem de Eva tem verdadeiras frases de efeito que ficam em nossas mentes e nos fazem refletir. Quando o mundo começa a ruir, ela diz que existem dois tipos de pessoas: as que destroem as coisas e as que consertam os que os outros destroem. Temos sempre o poder de escolher em que lado estaremos.
Sentidos do Amor não termina de forma feliz, embora cada um possa criar um final alternativo em sua mente. E é incrível como até neste final o filme não peca nos detalhes e na riqueza da narração. Como seres humanos falhos que somos, o filme diz que só conseguimos apreciar as coisas quando estamos prestes a perder tudo;  não é a toa que o filme acaba de forma magistral, romântica, mas extremamente triste. E nos deixa com um gosto amargo, apesar da beleza e da poesia de todo o filme.
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bibliotecak-blog · 10 years
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Hitchcock - Resenha
Por Lucas Verfe Kalikowski Sempre gostei de filmes de suspense. A descarga de adrenalina, para mim, é o elixir da vida. Sei que não sou o único assim. Aliás, muitos são como eu; pessoas como, ninguém mais, ninguém menos, que Alfred Hitchcock. Eu, na minha eterna luta de amor e ódio contra biografias, resolvi criar mais um capítulo na minha vida, assistindo Hitchcock, filme estrelado por Anthony Hopkins, Helen Mirren, Scarlett Johansson e Jessica Biel. Vou destacar de início o que é mais evidente, não se trata de uma obra biográfica normal. A película é baseada no livro Alfred Hitchcock e os Bastidores de Psicose (Ed. Intrínseca), isto é, desligue-se à ideia de que acompanharemos a trilha do bebê Alfred até o seu leito de morte. Não. O filme retrata o espaço temporal em que o casal Hitchcock desenvolve o filme Psicose, sua maior e mais ousada obra. Isso torna a tarefa de posicionamento da plateia desconfortável. Aliás, justamente por isso, por ser um filme “meio-biográfico”, que ele não é nem um pouco biográfico. O pano de fundo do enredo se dedica muito mais ao desenvolvimento de Psicose do que a vida do casal. Tudo que acontece na vida de ambos reflete nas gravações. A direção, por conta de Sacha Gervasi, não agradou muito a crítica mundial, acusam-no de não conseguir captar a essência e a mítica que envolve o desenvolvimento de Psicose. Sou crítico da crítica; a crítica é burra. Não entenderam que o verdadeiro foco do filme foi a argumentação de que não existiria obra-prima alguma se Alfred não tivesse encontrado sua alma, ou melhor, sua mulher, Alma. Embora esse senhor já fosse muito famoso em Hollywood, o espectador percebe, nos primeiros minutos de filme, que nenhum estúdio queria assumir o risco de desenvolver um novo filme (um filme de terror, o que era ousado) seu. Seu último trabalho, Intriga Internacional, sofria severas críticas que, inclusive, sugeriam sua aposentadoria. Assim, Alfred e Alma resolvem financiar a produção com seus próprios recursos, criando um contrato de risco com um estúdio, arcando com quase todos os riscos. Alma, então, mostra-se uma esposa dedicada, que investe nos sonhos de seu par, aceitando viver a sua sombra e sendo mera coadjuvante no momento dos louros do sucesso. Anthony Hopkins esbanja genialidade e está irreconhecível, com diversas próteses e novos trejeitos (o ator não aceitou engordar para o papel, então precisou de muita maquiagem), o que deixam o ator incrivelmente semelhante ao cineasta britânico – o falar arrastado, o nariz empinado e as mãos descansando sobre a barriga ficaram muito naturais na performance do ator. Uma performance agradável e sutil. É a homenagem mais digna que Alfred poderia receber, uma interpretação de Hannibal. Helen Mirren é a verdadeira estrela do filme, mesmo contracenando com Hopkins, consegue eclipsá-lo em grande parte das cenas. A química entre os dois (seus diálogos antes de dormir, principalmente) enriquecem o filme, o que nos aproxima de ambos e faz pensarmos pela visão de ambos os lados. Scarlett Johansson e Jessica Biel são absolutamente modestas nesse filme. É fato notório que as duas são boas atrizes e que seus grandes papéis são vários, mas a meta estabelecida pelo diretor aqui é clara: elas tem a função de serem apenas mais um rostinho bonito. É do conhecimento do público que Hitchcock gostava de escolher suas atrizes pela aparência e que demonstrava grande interesse por elas. Com certeza, a grande máxima do filme é que por trás de todo grande homem, existe uma grande mulher. Não tenho dúvidas que o título remete ao nome de casada de Alma, e não de Alfred. O grande esteio emocional é Alma Hitchcock. Mesmo com o filme retratando os ciúmes mútuos, o casal supera a crise. Hitchcock é um filme que não estamos acostumados, começa pelo meio, mas termina onde deve, com os dois, lado a lado, embaixo dos holofotes e acenando para os flashes.
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bibliotecak-blog · 10 years
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Como não Perder Essa Mulher (Don Jon – 2013)
  Por Samantha Pistor
Vamos ser honestos: em uma circunstância normal eu jamais assistiria um filme com o título deste em particular. O filme tem título de comédia romântica, cara de comédia romântica, trailer de comédia romântica e atores de... não, paremos por aqui. O elenco não é de comédia romântica e foi por conta dele que eu respirei fundo e encarei este filme escrito, dirigido e estrelado por Joseph Gordon-Levitt.
Trazendo em seu elenco atrizes de peso como Scarlet Johansson e Julian Moore, o filme é crítico e irônico do começo ao fim. A abertura deixa claro que o filme é crítico. Não tem como levar a sério, ainda que num primeiro momento não se conheça o enredo, um filme que conte com mulheres padrão de beleza se expondo a todo o tipo de objetificação.
A trama é a seguinte: Joseph interpreta um galinha cujos prazeres é cuidar da sua casa, do seu corpo, transar com mulheres no padrão de beleza (ele se recusa a transar com qualquer mulher que não ganhe a menos um 8 na sua avaliação) e assistir pornô. O pornô é a verdadeira fonte de prazer do protagonista e ele, ao narrar o filme, vive comparando as performances sexuais reais com o que ele assiste no pornô.  O personagem Jon entra em crise quando, sua namorada troféu, a qual ele atribuiu um nove ou um dez lhe exige, de forma taxativa, que ele pare de assistir os vídeos, sob pena de terminarem o relacionamento.
É importante destacar que o filme não ataca o consumidor de pornô. Seria ridículo e de um falso puritanismo tremendo se esta fosse a proposta do filme.  Aliás, quando a namorada do protagonista o critica por ver o filme, ela é ridicularizada. O que torna o filme genial é que ele critica o conteúdo do pornô e sua influência sobre os seus consumidores. O protagonista não consegue sentir prazer no sexo ou se conectar ao realizar o ato porque gostaria, por assim dizer, que suas relações sexuais fossem idênticas ao conteúdo pornográfico que ele assiste. Conteúdo, este, que reduz as mulheres a meros pedaços de carne, sendo que esta é a forma como ele trata todas as mulheres com as quais ele se relaciona.
Uma personagem sensacional do filme, é a irmã do protagonista. Esta personagem não se pronuncia o filme todo, só fala uma frase no final e, ainda assim, é a personagem mais marcante. Os olhares da personagem e a forma como ela se porta ante aos dramas de Jon e a reação de seus pais, é revelador. E, de fato, ela não precisa de palavras para demonstrar seus sentimentos em cada cena.  Não é a toa que a frase mais importante do filme e de mais efeito seja dela.
Embora não haja uma crítica direta a indústria do pornô, o filme deixa claro que os filmes pornográficos, da forma como eles são feitos, são prejudiciais tanto para os homens quanto para suas parceiras. A cena da abertura do filme já é um soco na cara, e o decorrer do filme, embora não possua uma crítica contundente, é uma verdadeira voadora na sociedade. Don Jon é um filme simples, sem finais felizes, com todos personagens, mesmo os mais secundários, bem construídos. Não importa o tempo de cena de cada um, o pouco que cada um aparece é o bastante para sabermos sobre sua personalidade, seus pontos positivos e principalmente os negativos.
Ainda acho que Joseph foi audacioso em escrever, dirigir e estrelar seu filme. Mas o saldo ao final foi positivo. Em um momento em que está difícil reinventar a indústria do cinema sem recair em clichês ou adaptações literárias, Don Jon é um filme interessante. Ele tenta e consegue inovar. 
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bibliotecak-blog · 10 years
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Uma Noite de Crime - Resenha
Por Lucas Verfe Kalikowski Nós vivemos em um mundo ditado pelas regras. Aqui se faz e aqui se paga. Esse é um conhecido ditado. É a nossa rotina. É a moral. É a ética. É a lei. Entretanto, o que aconteceria se nós, acostumados a segurar nossos instintos, pudéssemos, uma noite ao ano, extravasar sem pensar nas consequências? O diretor James DeMonaco (Assalto a 13ª DP) pensa que seria uma espécie de anarquia-homicida. É isso que vemos em Uma Noite de Crime. O filme se passa no ano de 2022, um momento após o sucumbimento dos Estados Unidos perante à violência, ao crime e à desigualdade social. Para solucionar essas lacunas da sociedade, a nação foi “refundada” (expressão que eles gostam de repetir no filme). Nesse contexto surgiu o Expurgo. Uma noite ao ano, policiais, bombeiros e paramédicos irão tirar o telefone do gancho, isto é, durante 12 horas a nação estado-unidense viverá sem lei, podendo praticar qualquer ato, qualquer crime. Essa única noite atípica garantiu uma diminuição drástica nos delitos cometidos. Infelizmente, apesar de uma ótima premissa (realmente excelente), o filme não se desenrola a altura - o orçamento baixo e o elenco fraco e amador (não incluindo, claro, o Ethan Hawke) evidenciam a falta de ambição da produção; nos garante, todavia, boas indagações e discussões a serem levadas a diante Logo de início, percebemos a normalidade com que o Expurgo é tratado por todos: quem quer participar, pegue sua arma e saia, quem não quer, feche bem sua casa e invista na segurança. O evento virou uma verdadeira catarse estado-unidense, ajudando, inclusive, no desenvolvimento econômico do país. Os ricos, enquanto se abrigavam e suas fortalezas, viam os pobres sucumbirem noite a dentro. Há diversos momentos na obra em que as personagens devem fazer escolhas, duas delas me deixaram pensativo e até mesmo assustado com minhas próprias conclusões. Você entregaria alguém para a morte certa, sabendo que isso vai salvar sua família? Ou melhor, você salvaria alguém sabendo que isso colocaria sua família em risco? Essas perguntas, não por acaso, são irmãs, pois aparecem na mesma situação e qualquer resposta te torna um sociopata. O enredo é lotado de clichês; as personagens e suas motivações (motivações?) e determinadas cenas e ângulos tornam o filme muito previsível até para o espectador menos experiente, o qual pode, inclusive, antever os momentos em que levará o susto. Certas escolhas burras e pouco óbvias contribuem com o roteiro fraco, de modo que ficamos realmente irritados os atores. É fato que filmes futuristas são altamente didáticos e verdadeiras hipérboles dos nossos medos de hoje: “nosso medo de hoje é a realidade de amanhã, mas eu vou te explicar bem o porquê disso para que a humanidade não siga por esse caminho”. Odeio ter minha inteligência subestimada. E esse filme é clichê. Ele vai te subestimar. Apesar de seguir nesse compasso, o viés humanitário adotado aqui, se destaca das demais ficções, ficou de lado um pouco o meio-ambiente. De repente porque o futuro retratado é mais próximo que o das outras ficções. Um dia minha namorada me disse que, se a pensarmos demais em tudo, entristecemos. Pela primeira vez entendi isso. Ninguém nasce pronto para ver uma chacina diferente em cada canal, mas por que parecemos preparados para realizar elas? Aparentemente o motivo de matar alguém é o mesmo de não usar a descarga em banheiros coletivos. Nenhum. Com certeza, nunca vai existir Expurgo algum, mas me entristece saber que, ironicamente, a desumanidade é inerente ao ser humano, basta soltar a coleira.
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bibliotecak-blog · 10 years
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Homem de Aço - Resenha
Por Lucas Verfe Kalikowski Super-homem é, por essência, um releitura bíblica clara para o público jovem. Por mais primorosos que sejam os primeiros filmes da sequência original, Clark Kent nunca esteve tão próximo de ser comparado a Jesus Cristo como em O Homem de Aço. Após um quatrilogia que foi do céu a fundo do poço e um reboot (que não foi bem um reboot, é verdade, de modo que assumiu-se tacitamente ser um quinto filme da série original) que ainda me dá náuseas quando lembro, Christopher Nolan, David Goyer e Zack Snyder resolveram sentar em uma mesa (com Nolan na ponta e os outros frente a frente, como gosto de imaginar) e divagaram com a pergunta mais pertinente de todas: o que aconteceria se aparecesse um Superman hoje, agora, nesse momento? Em filmes que abusam do fantástico, essa pergunta torna-se crucial para o bom andamento da obra. Não vou escrever aqui a sinopse do filme, não vejo necessidade alguma. Apenas irei apontar alguns acertos, pois, na minha opinião, não houve erros. Super-homem é o primeiro dos super-heróis. Esse é o seu troféu. O pioneiro deve ser o primeiro. Assim surge Kal-El. Enviado de Krypton, seu planeta de origem, para um mundo onde ele seria supremo, podendo guiar os humanos a uma nova era. Cabe salientar isso; essa obra se passa em um mundo sem familiaridade com super-heróis. Não há um Nick Fury numa cena pós-créditos para dar a deixa e mostrar que tudo se passa em um mesmo mundo. Esse papel é de Clark Kent. Ele deve ser o ídolo, o elo de ligação e o exemplo a ser seguido. Sabemos que, no próximo filme, haverá um encontro do Homem de Aço com o Batman, mas, como já disseram, o Homem Morcego será uma pessoa mais madura, isto é, o kryptoniano vai ser, de fato, o norte de todos nós, trazendo em suas costas o universo inteiro que a DC promete introduzir aos seus fãs. Em um enredo que mostra o alienígena tão humano quanto os outros, ou até mais, não se fez necessária a introdução de sua maior fraqueza, a kryptonita. É clara a intenção do trio mencionado acima, os quais encabeçam o projeto. Superman deve ser o mais poderoso por fora, mas deve apresentar em si, todas as nossa fraquezas. O seu ponto fraco não deve ser físico, mas sim moral. Homem de Aço explora com muita propriedade todo o aspecto bíblico que circunda o herói. Seja na própria história, como em simples tomadas, movimentos da câmera e até mesmo a idade (!), ele se torna uma espécie de Jesus Cristo de capa e colante, mostrando-se divino e celestial (cenas como ele flutuando no espaço de braços aberto e pairando acima dos humanos quando se entrega evidenciam isso). Junta-se isso a um maravilhoso elenco, e temos uma verdadeira obra-prima. Henry Cavill se entrega tanto ao papel que em algumas cenas de flashback não existiu necessidade de rejuvenescimento em computação gráfica, a própria aura do ator era juvenil. Diane Lane e Kevin Costner são os verdadeiros pais do herói, ambos colocando peso em seu crescimento mental e emocional (embora o relacionamento de Clark com seu pai pudesse ser melhor explorado). Michael Shannon dá show; um vilão que acha que não é vilão e tem motivos para achar isso; melhor receita para a profundidade do antagonista. Russel Crowe e Lawrence Fishburne mostram todo seu ar patriarcal e cheio de sapiência. Em meio a tudo isso, está a ofuscada Amy Adams, muito discreta. Bom, eu nunca fui fã de Lois Lane, de repente isso contribuiu para minha avaliação. Outro ponto que em que a essa película ascende e os outros afundaram é a luta, ou melhor, as lutas. Em outras adaptações, seja pela falta de orçamento ou por um fraco roteiro, quase não houve luta entre o herói e o vilão. O Super-Homem possui diversos poderes, mas, entre eles, os que mais se destacam são a força, a velocidade e o voo. Nunca antes eles foram tão harmoniosos entre si. Para o delírio dos fãs, aqui, a pancadaria e o quebra-quebra acontecem – e como tem destruição! O Superman da geração atual é mais palpável. Não existe girar a Terra ao contrário para voltar no tempo. Se nosso mundo não é HQ, o dele também não o é. Homem de Aço mostra um futuro promissor para o universo cinematográfico da DC. Se, assim, no condicional, a sequência manter a qualidade, em 2015 teremos um grande embate entre ela e Os Vingadores 2. Aliás resta aqui evidenciado o meu ponto a favor da DC em relação a Marvel. Enquanto nessa o realismo foi há muito tempo abandonado, aquela, na medida do possível, tenta-se manter atrelada a algo concreto, nem que seja às nossas indagações.
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bibliotecak-blog · 10 years
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Em Chamas (Catching Fire – 2013)
Por Samantha Pistor
Esperei ansiosamente pela continuação da trilogia Jogos Vorazes. Adorei a primeira adaptação dos livros para o cinema, as nuances da direção, a forma usada para transformar os pensamentos e conclusões de Katniss em explicações para o telespectador. Jogos Vorazes foi uma adaptação que eu julguei perfeita, e não encontrei nada para reclamar (o que, confesso, é raro no meu caso). Já no Em Chamas... foi exatamente a mesma coisa.
Dirigido por Francis Lawrence, este diretor que arruinou o filme Eu sou a Lenda, confesso que temi pela continuação da saga. Preocupação desnecessária, confesso. Em Chamas foi uma adaptação tão sensacional, tão bem dirigida e tão perfeita que para mim Lawrence se redimiu e avaliá-lo-ei por esta direção, não mais pelo filme que tanto me desagradou.
A trama continua a partir do término do primeiro filme, ou seja, após o retorno de Katniss, sempre bem representada pela Jennifer Lawrence e Peeta Mellark ( representando por um muito mais seguro e confiante Josh Hutcherson) para o Distrito 12. A primeira parte do filme, tal qual o seu antecessor, é tediosa, mostrando a rotina dos vencedores e as repercussões que as ações de Katniss causaram na população após ter desafiado a Capital na Arena.
É importante dizer que a trilogia de Jogos Vorazes é um livro político. Questiona a política de pão e circo, a inércia da população e o afã de fãs de realitys shows, que são manipulados por programas televisivos e premiam o “coração bom”, o “casal apaixonado” destes programas, além da forma de controle que o governo exerce de forma indireta por meio da programação. No primeiro filme, isso nunca havia ficado tão evidente, já que quem filosofa sobre estas questões é Katniss, em sua narração. O segundo filme corrige isso de forma espetacular, retratando um diálogo entre dois personagens falando sobre como poderiam diminuir a influência de Katniss com o povo e quebra-la como símbolo. É aterrorizante. É intimidador. E estranhamente familiar.
Em Chamas é um filme subversivo. E a segunda parte do filme mostra isso. A partir do momento em que é anunciado que 24 vencedores dos 59 sobreviventes dos 74 anos dos jogos deverão retornar a arena para o Massacre Quaternário, o filme é pura subversão. Uma senhora de 80 anos se voluntariando para salvar uma jovem do Massacre; vencedores se dando as mãos em união antes dos jogos; cumplicidade entre os vitoriosos; e, claro, todos se lembrando quem é o verdadeiro inimigo.
As atuações estão impecáveis, com destaque especial para os atores Philip Seymour, Donald Sutherland e Woody Harrelson. Liam Hemsworth pode ser considerado o pior ator do elenco, por causa da sua falta de emoção (seria isso genético?). A trilha sonora continua ótima, com um pequeno problema: exageraram nas músicas e no som em todas as cenas. Tenho a opinião pessoal e intransferível de que alg
umas senas sem a trilha sonora de fundo seriam bem mais emocionantes do que com uma música que leva o espectador a ter o sentimento esperado para aquele momento.
Os cortes da obra original para o filme não fazem falta na maioria do enredo, excetuando, talvez, uma explicação mais elaborada para o final do filme. Quem leu a obra sentiu falta de maiores explanações sobre o poder armamentista da Capital e a destruição de um distrito. Em Chamas passa reto por isso, assim como Jogos Vorazes tampouco tratou do tema. Mas, espero, isso será corrigido na primeira parte de A Esperança. 
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bibliotecak-blog · 10 years
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O Cavaleiro Solitário (The Lone Ranger - 2013)
Por Samantha Pistor
Assisti o Cavaleiro Solitário cheia de expectativas e terminei o filme com um gosto amargo na boca. Esperava mais, muito mais, de um filme dirigido por Gore Verbinski e estrelado por Johnny Depp. O que eu não esperava era um remake faroeste de Piratas do Caribe com plágios visíveis e grotescos do filme A Lenda do Zorro. E é exatamente isso que o filme nos oferece.
Eu sei que o Cavaleiro Solitário é uma releitura de Zorro, o que justifica algumas semelhanças. Entretanto, uma releitura não significa plágio, especialmente nas piadas, nas batalhas, nos figurinos, em parte das tramas. Ou uma releitura que se passa no Texas, com pistolas e índios demanda uma batalha final em cima de um trem, com o agravante do mocinho em cima de um cavalo ter de procurar uma forma de se abaixar para evitar bater em um túnel? A cena era tão idêntica a da Lenda do Zorro que eu comecei a rir.
As semelhanças não param por aí. O vilão é tão semelhante ao do filme de 2005 que eu cheguei a procurar em sites para ver se era o mesmo ator. Não era,  simplesmente copiaram os figurinos.  Esse mesmo erro foi cometido com o personagem Tonto, de Depp na sua caracterização. Precisavam realmente fazer o índio lembrar tanto o pirata Jack Sparrow na forma de vestir, se movimentar e interagir no filme? Até quando Depp vai ficar atuando como o pirata em cada filme que fizer, imitando seus trejeitos e suas piadas?
Apesar das duas horas e poucos de filme, resenhar sobre o dito é difícil. Talvez por isso eu tenha traçado tão poucas linhas nesta resenha, e com muito custo. Cavaleiro peca por nos fazer atentar para seus defeitos, não para suas qualidades. Que existem, são várias, mas ficam perdidas na tentativa de Verbinski reproduzir o inesquecível Piratas do Caribe. Não funciona, não orna, não agrada. Simplesmente fracassa.
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bibliotecak-blog · 10 years
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Capitão Phillips - Filme - Resenha
Por Lucas Verfe Kalikowski Há tempos eu queria assistir um filme bom. Desde o excelente Argo, nenhum filme me deixou aflito. Gosto de filmes que me provocam isso; mostra que as ideias por trás da obra são boas. Para a minha felicidade, a hora chegou. Demorei para começar a escrever essa resenha, pois estava esperando minhas unhas crescerem novamente. Não sobrou nenhum pedaço após assistir Capitão Phillips. Na trama, Richard Phillips, experiente comandante naval, precisa entregar alimentos aos famintos da África. Ao entrar na faixa em frente à costa da Somália (ainda em águas internacionais), o seu navio, Maersk Alabama, fica rendido por um grupo de quatro piratas armados. A tripulação, embora em maior número, não está armada e é presa fácil. Assim, usam de seu conhecimento do barco para se esconderem e não serem feitos de reféns. Cabe ao capitão Phillips administrar essa perigosa situação de modo que se possa diminuir os prejuízos e nenhuma vida seja perdida. Posso afirmar antes de mais nada que se trata de um filme de contrastes: entre o bom do feio, o rico e o pobre. Richard Phillips é um homem de boa aparência, vive em uma bonita casa, possui a barba bem feita, e uma vida tranquila (a paleta azulada serve para salientar a sofisticação e o conforto vivido por Phillips), enquanto na Somália, mostra-se os piratas sendo ameaçados por seus “chefes” para saquearem embarcações, dormindo no chão, passando fome, vivendo basicamente em meio ao caos (a paleta de cores quentes, os atores suados e com os dentes amarelos e tortos passam uma situação de desconforto ao espectador). Não há dúvida que, ao introduzir os dois mundos, o diretor Paul Greengrass (O Ultimato Bourne e Zona Verde), já justifica as atitudes somalis ao longo da película, isto é, não há vilões, mas sim uma vítima do mundo e sua consequência. Não é novidade os estado-unidenses abusarem do ufanismo em seus trabalhos. De início, mostra toda a bondade norte-americana em mostrar um cargueiro imenso com comida, água e mantimentos diversos para os africanos famintos. Como se não bastasse ressaltar a filantropia ela, vitima-se ela mostrando o descaso que os piratas tratam a ajuda, como se fosse alguma esmola de quem poderia ajudar mais. Por se tratar de fatos reais, o filme pouco foca em personagens satélites, isto é, temos Capitão Phillips e os piratas, não há tempo para minúcias. Sabemos que ele tem uma mulher, a qual aparece nos primeiros minutos, e dois filhos, que são vagamente mencionados. Não sabemos basicamente nada quanto aos somalis. A todo o momento, somos levados a fixar toda nossa atenção ao conflito em tela, não sobra tempo para pensar em mais nada, os produtores não querem que tu o faça. Ressalto aqui a atuação magnífica de Tom Hanks, que voltou ao seu ápice em grande estilo, lembrando o grande ator de Forrest Gump, Philadelphia, O Resgate do Soldado Ryan, Prenda-me se for Capaz, e muitos outros. Impossível não se comover com a experiência vivida por Phillips e não chorar ao fim, na resolução de tudo. Na minha opinião, está aqui a primeira indicação ao Oscar 2014. Tom Hanks tem tudo para ser o melhor ator. Grande atuação também do estreante que interpreta Muse (Barkhad Abdi), o chefe dos piratas. O ator conseguiu absorver todas as características que o tornam imprevisível, tais como a ingenuidade, o desespero e a malícia. Por fim, como são fatos verídicos os retratados, impossível não analisar a conotação política e o pensamento adotado pelo governo norte-americano. A partir da metade do filme, os Navy SEALs aparentam ter tudo sob controle, temendo somente pela vida de Phillips, isto é, a situação poderia ter terminado muito antes se não se importassem com o capitão – o que é correto. Contudo, o ex-Secretário de Defesa dos EUA, Robert McNamara, nos anos 60, disse o seguinte: “a proporcionalidade deve ser regra numa guerra”. Essa pseudomoralidade nunca impediu a bomba atômica ou a invasão no Iraque, bem como não impediu que três navios de guerra cercassem um baleeiro, ou seja, com a disparidade podemos tirar milhões de vidas, mas podemos salvar algumas também. O segredo é analisar o fato concreto com parcimônia.
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bibliotecak-blog · 10 years
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Mama - Filme - Resenha
Por Lucas Verfe Kalikowski Nessa vida, quando a gente conquista um excelente status quo, as cobranças feitas são normais. Assim como são normais as falhas também; o perdão que é divino. O cinema é assim: os diretores e produtores são normais e nós, telespectadores, divinos. Entretanto, no mundo, não há ser humano capaz de perdoar uma quantidade absurda de falhas em sequência. Apresentar-lhes-ei o caso de Mama em que o diretor, Andres Muschietti, e o produtor (principalmente), Guillermo Del Toro (O Labirinto de Fauno e Hellboy), sucumbiram de forma trágica. Na obra (obra?), quando o pai das meninas, Victória e Lilly, mata a mãe, ele se vê fugindo com elas para não serem pegos. Após um acidente sofrido na estrada, eles acabam encontrando uma cabana perdida na floresta. Com o plano de matar as filhas e depois cometer suicídio, o pai acaba frustrando-se quando uma critura do além o mata e acaba “adotando” as garotas. Após cinco anos, os tios delas, Lucas (irmão do pai) e Annabelle (cunhada), encontram-nas e as levam para viver consigo. É claro que não são só as meninas que deixam a floresta. Vou separar apenas um parágrafo para falarmos dos pontos positivos. É gritante o dedo de Del Toro. O filme possui boas cenas, os filtro usado nas imagens ajuda muito a manter um clima pesado, e os efeitos são relativamentes decentes. Ainda há a qualidade nas tomadas das cenas, atributo gritante de Guillermo, alguns trechos são realmente inteligentes (a cena em que a câmera mostra corredor e porta, lado a lado, e Lilly está brincando de cabo de guerra com Mama é genial). Agora tirem as crianças da sala. Há erros que não acabam mais. Esqueçam o suspense. Em nenhum momento existe uma tentativa em esconder Mama, isto é, ela está presente a partir do início do filme. Um fato assim debilita completamente o filme, pois em nenhum momento somos levados a indagações que seriam corriqueiras em qualquer outro filme, tais como o questionamento da sanidade das crianças ou até mesmo se não foi a mais velha que manifestou seu instinto maternal e possui tendências homicidas. O elenco raso e sem peso não possui a mínima força para elevar a moral do filme também. As atrizes mirins, em especial Megan Charpentier (Victoria), até tentam dar alguma profundidade ao vínculo com os tios, mas esse laço é precário. Como se o elenco fraco e o roteiro superficial não bastassem, existem perguntas que ninguém questiona, tampouco as respondem. Com tantos furos quanto um queijo suíço, nós ficamos sem entender diversos trechos do filme (perdão pelos spoilers): Por que o pai mata a mãe? Por que o pai mata os sócios? Por que tentar matar as filhas? Como um desenhista possui verba pra financiar uma busca de cinco anos? Qual a moral dos fungos negros na parede onte se esconde Mama? Por que as borbolentas cinzentas são um indício que Mama está por perto? Afora que o filme fica longe de nos satisfazer quanto a origem de Mama, seus motivos e o que ela faz na cabana abandonada se ela morreu na água. Como eu falei, os problemas de roteiros sempre existem; quando são uns poucos, nós passamos a mão na cabeça dos produtores, não podemos, contudo, concordar com essa abundância. O terror oriental está em voga hoje em dia. Ainda não entendi o medo por cabelos negros esvoaçantes que tomou conta do mundo a partir de Tóquio. Não obstante eu não concorde, isso é um fato; não há o que discutir. Mas a moda é tão forte que começou a dar seus primeiros passos na América Latina. Nos mostrar um fantasma deformado foi uma grande sacada. Não é mais somente alguém em decomposição, mas fica parecendo um monstro em decomposição. No entando, como essa imagem é muito explorada, Mama acaba se assemelhando a uma fusão entre o filme O Grito com o quadro O Grito, de Edvard Munch. O final, apesar de não apresentar nenhum clichê, sofre com o oco emocional que o filme proporcionou. O duelo interessante que era pra existir entre Annabelle (mãe adotiva real) e Mama (mãe adotiva espiritual) acaba se resumindo a algumas suplicas e uns “eu te amo’s” jogados ao vento. O filme peca muito na relação de Annabelle com as meninas; como a tia encara a morte por elas se há quinze minutos ela mal sabia ser mãe e não travava um diálogo com a Lilly? Mama trata-se de um filme ruim com direção fraca, produção razoável e boa direção de arte. Esse filme possui o selo Del Toro de qualidade. Eu, como grande fã, acho isso inaceitável. Gosto de filmes que me surpreendem. O desfecho, embora não-ordinário, está longe do extraordinário. Gosto de dar novas chances às pessoas. Andrés Muschietti foi tutelado por um abalizado nome do cinema mundial. Se Guillermo acredita nele, quem sou eu pra condenar?
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bibliotecak-blog · 10 years
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Carrie, A Estranha - Resenha
Por Lucas Verfe Kalikowski Toda escadaria tem um primeiro degrau. Escrito em mil novescentos e setenta e quatro, Carrie, A Estranha é o primeiro romance publicado daquele que, no futuro, viria a ser conhecido como o mestre do terror. Obviamente, estamos falando do Sr. Stephen King. Para quem não sabe, King começou sua carreira publicando contos em revistas para que, com alguns trocados a mais, pudesse ajudar sua família (mulher e filho recém nascido). Como os contos são sempre em torno de mil a cinco mil palavras, ele abandonou o projeto Carrie, pois percebeu que ela merecia mais que isso, muito mais. Ao ver o rascunho no lixo, sua mulher, Tabatha King, leu-o e devolveu ao marido para ele o continuasse, alegando que “possui muito potencial”. Embora nenhum deles imaginasse o quão estrondoso seria esse potencial, podemos ver que foi graças a Tabatha que, hoje, podemos ler as melhores obras de terror. Na trama, Carrie, uma adolescente de 16 anos, é atormentada pelas pessoas que a rodeiam. Alvo de bullying na escola e na vizinhança e torturada pela mãe (uma fanática religiosa) ela se exclui cada vez mais da convivência de todos. Poderia ser um caso comum se Carrie não guardasse, dentro de si, um segredo terrível: ela possui o dons telepáticos e telecinéticos. Enclausurada cada vez mais em seu quarto ela vai descobrindo que pode controlar esse seu poder e resolve que irá usá-lo contra todos que um dia a humilharam. O livro é ótimo. São inúmeros os fatores que o levaram a ser um grande clássico, tanto no cinema, quanto nas páginas. Pelo fato de ser o primeiro romance publicado do autor, ele não possui muitas páginas; na verdade, ele é bem curto, o que mostra a falta de intimidade do escritor com o excesso de folhas (o que viria a ser uma característica sua marcante). Algo que ganhou minha admiração na obra é o fato da protagonista ser uma mulher, e o pior, em uma fase cheia de mudanças nas suas vidas, isto é, além de começar a desbravar um mundo muito mais aprofundado que meros contos, o autor teve que se colocar no lugar de uma adolescente que teve sua primeira menstruação aos dezesseis anos! Mais do que simplesmente se enquadrar a uma protagonista feminina, King apresenta a maior incidência de simbolismos dentre as suas publicações. Logo na primeira cena, Carrie menstrua pela primeira vez e é alvo de chacota de suas colegas; o estopim para sua vingança foi com sangue e na última página o sangue tem uma grande importância. O sangue, no início, trouxe o sofrimento; trouxe, no meio, a desgraça, mas no fim trouxe a esperança. É um verdadeiro dom debutar escrevendo uma obra assim,fugindo completamente aos clichês. Esquematizado em um modelo estilo documentário, o romance intercala trechos de narrativas com extratos de entrevistas ou reportagens de jornal. Essa estrutura cria no leitor ares de estar acompanhando um documentários do Discovery Channel ou o antigo Linha Direta. Uma das maiores virtudes de King é a perfeição na construção das personagens. Em obras mais atuais, muitas vezes, as ideias e os penamentos dos protagonistas vem de forma implícita, junto a narração, como se fosse algo natural. Em Carrie, ainda meio verde nesse aspecto, ele nos mostra os pensamentos de forma grosseira, mas muito verossímil. Para ilustrar os pensamentos das personagens, abre-se um novo parágrafo entre parênteses onde as palavras são jogadas sem o mínimo nexo, pontuação ou coesão textual, como se fosse um fluxo incessante de informação que passa na mente. Algo que difere esse trabaho dos demais, é a importância dada para que se possa explicar cientificamente a telecinesia de Carrie (algo que o autor claramente despreza nos outros livros, isto é, ele apresenta umas pinceladas reles de um projeto de resposta e deixa o resto a mercê do leitor). Ao analisar os fatores genéticos nos relatos “pós Baile Negro” concluímos que ela não foi e nem será a única A Estranha. Embora exista no livro o paradoxo de que Carrie seria um ser híbrido entre mocinha/vilã, acredito ser muito evidente a vontade do autor e mostrá-la meramente como vítima. Vítimas que resolvem fazer justiça com as próprias mãos podem ser considerados vilões? Acredito que não, uma vez que os antagonistas usuais possuem a malevolência de forma inerente. Carrie sofreu tão somente um rompante emocional. Bullying é, definitivamente, um tema que me pertine. Por ter sido alvo disso, o livro me fez cogitar minhas atitudes na pele de Carrie. Obviamente, eu não iria me tornar um homicida ensandecido, mas eu simplesmente não consigo torná-la uma vilã. Ela é consequência do seu habitat. A atualidade da discussão torna o trabalho essencial para ler. As consequências desse ato (guardadas as devidas proporções) podem, sim, terminar em tragédia. Duvida disso? Não precisa imaginar o comportamento da probre menina, basta pensar em Columbine.
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bibliotecak-blog · 10 years
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Otelo - Resenha
Não encontrei ainda algum estilo que se aproxime de Shakespeare. Penso eu que isso seja meio óbvio, uma vez que, quando algum autor é considerado um clássico, é por que ele possui atributos que o diferenciam da grande massa. Otelo, sem dúvidas, é uma grande peça, mas muito aquém do potencial que foi mostrado em Macbeth. Na trama, Otelo, o mouro rei do Chipre, casado com Desdêmona, é alvo de Iago, o qual deseja sua ruína por nomear Cássio tenente. Pronto. É basicamente isso. Nunca foi tão fácil fazer uma sinopse na minha vida. Obviamente há uma perfumaria aqui e uma maquiagem ali para que a história não fique preto no branco. Existem várias personagens coadjuvantes e tramas secundárias (que ficam, diga-se de passagem, sem resposta alguma, uma vez que tudo termina sem mais nem menos). Um pouco de cultura: sabem de onde veio a definição tragédia? Na Grécia Antiga, existiam dois estilos de dramaturgia apenas, as tragédias e as comédias. As comédias eram todas as peças que possuiam um fim positivo, as tragédias, o oposto. Shakeaspere possui, decerto, o mesmo entendimento que temos em relação a tragédias. Eventos que várias situações ruins atingem larga escala. O resultado disso todos sabemos: morte, morte e morte. Definir Otelo em uma palavra é fácil: descomedido. A tragédia mostra, em cada personagem, uma característica em demasia. Se pudéssemos cognominar cada uma das personagens não haveria dificuldade alguma. Há Otelo, o ingênuo (para não dizer burro); Cássio, o injustiçado; Desdêmona, a bondosa; Iago, o mesquinho; Emília, a submissa; e Rodrigo, o invejoso. Confesso que os panos de fundo das peças shakeaspereanas são realmente muito pertinentes. Tanto a traição de Macbeth como o ciúme de Otelo são assuntos extremamente atuais que podem resultar em manchetes de jornais. Pertinência a parte, voltaremos ao campo da hipérbole, de modo que, temos um protagonista (um bravo soldado, bom general e de bom coração) sendo influenciado apenas pelas palavras de seu assistente, sem o mínimo de prova ou testemunho. Caros leitores, sei que o ciúme doentio pode resultar em morte, mas essa doença não é adquirida por palavras proferidas, ela é inerente à pessoa. Outro assunto que me atraiu para a leitura foi o racismo. Achando eu que seria um tema recorrente no livro, senti-me enganado. Pasmem, meras duas linhas debateram o tema referente a que lado Otelo estava na guerra contra os turcos. Desconsidero as meras ofensas de Iago quando ao fato de ser mouro pelo simples fato de ser evidente que não queria atacar sua etnia, mas sim a sua pessoa. Por fim, gostaria de salientar que, embora façam abertamente uma comparação de Otelo e Dom Casmurro, fico com o da nossa terra. Pode ser minha admiração pelo Seu Machado falando, mas Otelo é infinitamente mais moroso (possuindo músicas, inclusive). Não acho que um seja a cópia do outro, simplesmente acho que falar de ciúmes é, de fato, recontar a mesma história. Todos sabemos que, entre casais, o tipo do amor muda, mas o ciúmes e sempre o mesmo.
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bibliotecak-blog · 11 years
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Thor: O Mundo Sombrio - Filme - Resenha
Por Lucas Verfe Kalikowski Uma história em um filme é feita de coincidências. Se a personagem não estivesse em determinado lugar e em determinada hora, nada do que aconteceu se repetiria. É baseado numa infinidade de coincidências e acasos do destino que Thor: O Mundo Sombrio se baseia. Aliás, esse é o único detalhe de que meu temperamento crítico reclama; no resto, fiquei bestificado. O filme começa dois anos após o incidente no Novo México que foi retratado no primeiro filme. No enredo, a Dra. Jane Foster (Natalie Portman) tenta segue em busca de respostas para o sumiço de Thor (Chris Hemswort), o qual não conseguiu voltar após a quebra da Bifrost, mas estranhamente apareceu em Nova York – nos eventos retratados em Avengers. Em Londres, a cientista encontra uma brecha que desafia as leis da física, mas sem querer desperta um grande mal, até então adormecido, que poderá causar o fim dos Nove Reinos. O elenco é formado por Chris Hemsworth (começando a se encontrar como Thor), Natalie Portman (fazendo um fraco papel de mocinha-frágil-que-o-inimigo-persegue que não condiz com sua qualidade), Tom Hiddleston (cada vez mais a vontade e carismático como Loki, sempre roubando a cena), Stellan Skarsgard (infelizmente, com um papel muito aquém do que deveria, após sua importância em Avengers), Anthony Hopkins (magnífico sempre), Kat Dennings (com piadas menos forçadas dessa vez) e Rene Russo (em uma grande atuação). O ator Christopher Eccleston não foi muito exigido pelo vilão Malekith, de modo que, para interpretá-lo bastava ter a mínima noção de antagonistas sem motivação e completamente superficiais. Um ser sem propósito é tão crível quanto um martelo que ninguém levanta, somente Thor. Não digo que são errados esses fatores no filme, contudo um martelo mágico exige da nossa imaginação, um monstro que tem como motivação única trazer as trevas de volta ao universo é abusar da nossa inteligência. Essa continuação é muito superior ao primeiro. A trama é mais aprofundada, as personagens estão mais bem estruturadas e a magnitude das batalhas tomou proporções épicas. Dessa vez tivemos menos de um Thor no ambiente estranho (Terra) e mais de um Thor em seu habitat natural, seja em Asgard ou no campo de batalha. Asgard, aliás, possui grande destaque dessa vez, o que enriquece a nossa experiência ainda mais. O maior acerto do filme, além de conhecermos melhor o herói, foi conhecer seu mundo e sua vida. Podemos, assim, perceber que a Asgard, na verdade, é uma junção de crenças, ou seja, possuem tecnologia jamais concebida pelos terráqueos, mas lhe dá nomes e definições de objetos mágicos e místicos. Enquanto no primeiro filme o diretor Kenneth Branagh abusou da aridez do deserto e do ângulo holandês (técnica usada para causar certo desequilíbrio ao telespectador em que a linha do horizonte não aparece de forma horizontal) para retratar o deslocamento do herói, na continuação as câmeras são sempre alinhadas centralmente e tendo Thor como foco, isto é, o asgardiano achou seu lugar. O novo diretor, Alan Taylor, levou ao pé da letra o título de seu novo filme. Com uma paleta de cores mais escura e azulada em Londres, a película mostra o tom gelado que é o mundo da Dra. Jane Foster sem seu deus asgardiano; em Asgard, as cores voltam a ser quentes, abusando dos tons de vermelho e dourado, mostrando um mundo mais pacífico e alegre, afirmado pela junção dos dois apaixonados; e, enfim, no mundo sombrio, a paleta escurece ainda mais, com cinquenta tons de cinza (brincadeira) tons de verde e cinza, para que nos mostre um ambiente devastado pela guerra e infértil, como se mais nada (de bom, ao menos) fosse nascer lá. A Marvel acertou em cheio com Thor: O Mundo Sombrio; é uma ótima obra pra servir de referência para a Fase 2. Após o gosto azedo que o Homem de Ferro 3 me deixou, aposto todas minhas fichas que o pessoal de Asgard possa segurar as pontas. Agora é esperar pra ver como que o Capitão América e os Guardiões da Galáxia se saem na suas aventuras. Uma coisa é certa: após um fraco início e uma coadjuvância em Avengers, Thor achou o seu lugar ao Sol.
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