romanakkk - Tumblr blog

romanakkk · 3 months

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Flamboyant

- Romana Pires

#nordeste #brasil #sertão #arte #beleza #fotografia #fotografando #fotograﬁa #paisagem #pernambuco #nature #natureza #arvore #fazenda #campo #flamboyant

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romanakkk · 4 months

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@aromalinha

Attack on Titan ⚔️

- Romana Pires

#attack on titan #anime #brasil #sertão #arte #beleza #pernambuco #desenhos #artesanais #artesania #art #bordadolivre #bordadoamao #bordando #artesanato #shingeki no kyojin

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romanakkk · 4 months

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Sutilezas de um fim de tarde

- Romana Pires

#nordeste #brasil #sertão #arte #beleza #fotografando #fotografia #paisagem #pernambuco #fotograﬁa #flores #tarde #boatarde

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romanakkk · 7 months

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Cabeça Vermelha

- Romana Pires

#nordeste #brasil #sertão #arte #beleza #fotografando #fotografia #paisagem #fotograﬁa #pernambuco #passaros #passarinho #birds

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romanakkk · 8 months

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Igreja Matriz, São José do Belmonte - PE

- Romana Pires

#nordeste #brasil #sertão #arte #beleza #fotografando #fotografia #paisagem #fotograﬁa #pernambuco #cidade #igreja #catholic #catolico

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romanakkk · 8 months

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Zé Carioca 🇧🇷

- Romana Pires

#brasil #nordeste #arte #sertão #beleza #fotografando #fotografia #paisagem #fotograﬁa #pernambuco #aves #papagaio #nature #animais #passarinho

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romanakkk · 10 months

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Borboleta Azul 🦋

@aromalinha (Instagram)

- Romana Pires

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romanakkk · 10 months

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Blue Boy

- Romana Pires

#nordeste #brasil #sertão #fotografando #arte #beleza #fotografia #paisagem #fotograﬁa #alagoas #praiasdonordeste #praias #praiaslindas #brazil #oceano #mar #azul #blue boy

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romanakkk · 1 year

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Metamorfoseando em poesia.

Releitura do trabalho @susanocorreia .

- Romana Pires

@aromalinha

#nordeste #brasil #sertão #arte #beleza #fotografia #alagoas #bordado #bordadoamano #artesanal #artesanais #artesanato #bordadolivre #bordados #borboleta #filosophy

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romanakkk · 1 year

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D20 CONQUEST VERMELHA

Naquela tarde de quarta-feira a casa recebia visitas, eu costumava me esconder atrás da porta por conta da timidez. Meus dedinhos apertavam a borda de madeira com força enquanto um pedaço de cabeça aparecia, o suficiente para um dos olhos espiar o que acontecia na varanda. Apesar da matutice, sempre fui curiosa. O incômodo de ser vista iria me acompanhar por muitos anos, mas aquela ocasião tinha um caráter extraordinário: foi a primeira vez que fui alvo de tanta atenção. Fui a grande novidade em São José do Belmonte. Em cidade de interior as mudanças surgem a passos lentos e, talvez por isso, qualquer acontecimento é ruminado lentamente durante alguns meses. Lembro de os adultos sorrirem e falarem coisas que não entendia muito bem, mas de algum modo, pelos olhares, todos eles denunciavam que o tema era alguma coisa a meu respeito.

Não muito depois, meu pai me chamava e eu me encolhia ainda mais. Até que, pela impaciência própria de sua natureza masculina, ele se levantava e me pegava ao braço. O sorriso embrazado me inundava a alma enquanto o bigode fazia cocegas na bochecha pelo beijo carinhoso que se seguia ao sequestro – Que horas são, minha filha? – perguntava em voz baixa olhando meu bracinho gordo com um relógio desenhado de caneta que ele mesmo havia feito pela manhã. Eu não respondia, enfiava-me mais na camisa de botão e respirava forte seu cheiro de cigarro. Sabia que ele me levaria para o centro da roda, me apertava no seu pescoço quente tentando escapar.

– Prestem atenção! – ele avisava para a plateia que aguardava atenta e cheia de expectativa. Em vez de tomar o centro barulhento, estranhamente meu pai mudava o trajeto. Demorei para entender o destino final até ele pegar a chave do carro no bolso. Um medo crescente desaguou dentro do meu buchinho ofegante, começava a chorar em desespero. Geralmente o bicho papão de uma criança de dois anos não costuma ser uma D20 Conquest vermelha, mas o meu era. O porte grande e metálico do automóvel me lembrava o rosto bravo de um monstro sorrateiro que sequestrava a felicidade, que engolia as pessoas e levava para longe, muito longe do paraíso.

Ouvia a porta abrir junto ao som do berreiro que saia da minha boca. Lembro que pensava na minha nova mãe e queria ela, chamava seu nome. Mas como estava distante eu só me prendia aquela massa corpulenta de homem como um naufrago em seu último recurso, a bendita tábua de salvação. Muitas gargalhadas se formavam atrás de minha cabeça. Por que riam tanto? Era um dos meus questionamentos. O cenário era completamente caótico e, apesar das desconfianças de que alguma coisa me envolvia no espetáculo, eu não compreendia completamente. Sempre existe uma tela negra que nos cobre o pensamento em nossos primeiros anos e, por mais que nos esforcemos, sentimos que nos falta qualquer coisa para uma compreensão.

Meu pai simplesmente recuava e chamava a esposa – Agora olhem como ela fica com Josa! – dizia em tom empolgado enquanto me entregava aos braços maternos. Eu, eufórica, me jogava sem hesitação para a senhora e, só de estar neles, me sentia melhor. O choro sumia, ficavam apenas os resquícios de lágrimas a escorrer em minhas bochechas rechonchudas. Mainha, a contragosto, como em algum script combinado, repetia o gesto do marido indo em direção ao carro. Só que dessa vez não havia medo. As visitas se maravilhavam pela minha mudança de comportamento, agora me sentava quieta junto a mulher sem qualquer tipo de protesto dentro do veículo.

Esse mesmo espetáculo foi repetido algumas vezes e admito que demorei para entender o porquê o meu choro era motivo de tanto fascínio das caras curiosas. Levou algum tempo também para o meu pai realmente se sensibilizar com aquela aflição infantil que me angustiava ao chegar perto do seu carro sem a presença da esposa. Um tempo depois ele vendeu a D20 Conquest e o substituiu por outro que não me provocava angústia. A verdade é que foi aquele veículo que me buscou em Petrolina para a minha nova morada e, no meu pequeno broto de consciência acreditava que, se aquele carro havia me levado para minha nova mãe, ele poderia me devolver para a antiga.

Foi então que percebi, anos depois, que aquela havia sido a minha primeira certeza. Eram as palavras repetidas que escutei no caminho para a nova casa que se tornaram a minha primeira verdade. Minha nova mãe repetia pelo trajeto inteiro “você é minha e ninguém vai tirar você de mim”. Estando com aquela senhora eu estava segura da grande besta vermelha devoradora de felicidade, pois eu era dela.

- Romana Pires

19/05/2023

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romanakkk · 1 year

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