21.08.2020
Hoje eu assisti um youtuber que perguntava à sua audiência, “Você deixaria de ler um autor, como José Saramago, só por ele ter apoiado regimes como o de Cuba?”, e ele logo dá a sua opinião, “Eu não deixaria, e acho uma besteira quem deixa de le-lo só por causa da sua ideologia contrária.”.
Bom, não é preciso dizer que eu concordo inteiramente com a afirmação do influenciador. Mas não deixo de pontuar que, na minha convicção, ele só tem esse ponto de vista porque estava se referindo à autores que possuem a mesma ideologia da sua.
O que eu gostaria de saber é, será que a sua resposta vale à pessoas que não se importam em ler autores de direita que suavizam regimes totalitários de direita? Acredito que não.
A pergunta do youtuber foi levantada a respeito do episódio ocorrido com o jornalista Marcelo Tas e o comediante Marcelo Adnet no programa Roda Viva, no qual o jornalista questiona Adnet por ser um comediante de esquerda, já que em Cuba não há comediantes, segundo ele.
A opinião de Tas foi infeliz, não há dúvidas. O que me levanta essa bola é o fato de haver muita gente do establishment brasileiro dizendo que Cuba foi, e é um país de muito mais livre expressão do que “a extrema direita tenta propagar”.
Bom, sabemos que em Cuba, assim como em qualquer outra ditadura, seja de esquerda ou de direita, não há livre expressão. Sabemos que o regime cubano perseguiu e torturou homossexuais no século 20, só para citar um exemplo. Recomendo que assistam Antes do Anoitecer, com Javier Bardem na história verídica de um escritor gay perseguido pelo regime cubano.
Então veja, a afirmação de Tas é extremamente infeliz quando ele tenta dizer que todo alguém de esquerda no Brasil é alguém que se solidariza com regimes totalitários de esquerda. Mas é igualmente infeliz quando há pessoas de esquerda dizendo que em regimes totalitários, como o de Cuba, houve liberdade de expressão.
Esse episódio me faz crer numa coisa, que as guerras de narrativa no Brasil são muito mais sútis do que mostram ser. O ponto não é simpatizar-se com regimes totalitários; seria muito mais digno se uma pessoa dissesse isso de boca cheia. O ponto é quando pessoas, sejam de esquerda ou de direita, tentam amenizar e passar pano para as atrocidades que alguns regimes cometeram no passado com o intuito de prosseguir uma agenda ideológica do presente.
Que fique bem claro, eu não me simpatizo nem com a esquerda e nem com a direita, muito menos com regimes totalitários de ambos. Mas acho importante incentivar que as pessoas que o fazem “saiam do armário”. É do nosso direito saber quem elas são.
Enquanto isso não for uma realidade, não só meros influencers continuarão levando essa demagogia adiante, como também políticos com suas propostas de governo autoritárias maquiadas pelo “bom-senso e liberdade em nome do povo”.
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‘Veta Governador’: cariocas pedem para que nome do Maracanã seja mantido
De repente é aquela corrente pra frente: cariocas e amantes do futebol de todo o país fizeram questão de deixar claro que não vão aceitar passivamente a mudança do nome do Maracanã, o que pode acontecer a qualquer momento. O projeto de lei que transforma o Estádio Mário Filho em Estádio Rei Pelé já foi aprovado pela Alerj e basta uma canetada do governador em exercício Claudio Castro para que ele seja sancionado.
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Criadas nesta quinta (11), as hashtags #vetagovernador e #estadiomariofilho entraram nos assuntos mais comentados do dia no Twitter. Representantes das torcidas dos grandes clubes do Rio, a página oficial do América, Marcelo Adnet e os jornalistas Eric Faria e Mauro Cezar foram alguns dos que entraram na campanha (Eric, na verdade, é um dos líderes do movimento pela manutenção do nome).
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Com ânimo um pouco mais exaltado, o apresentador do RJ TV, Edmilson Ávila chegou a rasgar uma cópia do projeto de lei ao vivo, durante a edição do programa desta quarta (10).
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“Olha o que diz a justificativa: [do projeto] ‘Pelé é um ex-futebolista brasileiro que atuava como atacante’, não diga! E também diz aqui ‘Pelé fez seu milésimo gol no Maracanã’, não diga! É verdade? Diz aqui também ‘reconhecido mundialmente’. Tô sabendo disso tudo agora!” – ironizou o apresentador, antes de rasgar o documento e jogar os pedaços picados de papel para cima. Veja alguns posts publicados no Twitter sobre o assunto:
“A história merece respeito”, escreveu Eric Faria, com a hashtag #EstadioMarioFilho
Ñ vamos parar. A história merece respeito.#EstadioMarioFilho pic.twitter.com/h7wzxkdRhV
— Eric Faria (@ericfaria74) March 10, 2021
Em seguida, Eric convocou outras pessoas a fazerem o mesmo. De madrugada, Marcelo Adnet anunciou: também está no time dos que querem que o Maracanã continue do jeitinho que está, e replicou a hashtag:
O Maraca, nosso Maracanã é #EstadioMarioFilho
— Marcelo Adnet (@MarceloAdnet) March 10, 2021
Jornalista e influenciador, Mauro Cezar apelou para a memória afetiva dos torcedores e postou uma foto do estádio nos tempos de arquibancada e geral lotada, antes das reformas que o descaracterizaram:
O nome do (que restou do) Maracanã é #EstadioMarioFilho pic.twitter.com/ZvrLOLdAI9
— Mauro Cezar (@maurocezar) March 10, 2021
Para quem não sabe quem foi Mário Filho e desconhece sua importância para o futebol, para o Maracanã e para o Rio, eis algumas informações básicas:
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Mário Filho foi o maior entusiasta do esporte no Rio de Janeiro. MF foi o maior propulsor do futebol carioca. MF idealizou a crônica esportiva. MF criou olimpíadas escolares. MF lutou pela construção do Maracanã. MF criou a competição entre as escolas de samba. #vetagovernador pic.twitter.com/qAUsOERp7R
— Alain Contopoulos (@AlainPeixoto) March 10, 2021
Um perfil flamenguista ressalta a importância histórica da fachada do estádio, com o nome do jornalista elegantemente cravado em letras maiúsculas: ‘Ela é intocável!’
Governador, essa fachada traduz a história de um povo apaixonado por futebol. Ela representa a alma do Maracanã, o passaporte para a alegria e comunhão. Ela é intocável!
A história precisa ser respeitada!#VetaGovernador #EstadioMarioFilho pic.twitter.com/mvPZRAqUW6
— hojediadeflamengo (@hojediaflamengo) March 10, 2021
A torcida organizada do Botafogo também manifestou apoio:
O Maracanã é #EstadioMarioFilho !
pic.twitter.com/qYsKakkPtM
— FÚRIA JOVEM DO BOTAFOGO (@FuriaOficial01) March 10, 2021
Sempre simpático, o América preferiu usar o termo “inquietação” para definir o que sente com a possível mudança de nome do estádio:
O America Football Club vem a público manifestar sua inquietação com a decisão da ALERJ de alterar o nome do Estádio Mário Filho. pic.twitter.com/3QeHxyJQr8
— America RJ (de
) (@AmericaRJ) March 11, 2021
Por que não homenagear Pelé dando seu nome à Vila Belmiro, o estádio do Santos?, pergunta o torcedor, seríssimo, na arquibancada do maior do mundo.
Mudem o nome da Vila Belmiro! #vetagovernador
pic.twitter.com/QjhCl93sIX
— Alexandro dos Reisᶜʳᶠ ¹⁸⁹⁵ (@alex_reis31) March 10, 2021
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