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A importância das mãos
Todos os sábados, junto aos primeiros feixes de luz do vagaroso Sol, chegam à Avenida José Bonifácio dezenas de gentes de mãos sujas. São de uma cor e de um cheiro de terra que vêm de diferentes cidades do Rio Grande do Sul. Elas puxam cordas, esticam lonas, montam estacas de ferro ou madeira e empilham caixas coloridas. Aqui, uma vez por semana, encontram-se com outras mãos, sem calos e fedendo a sabonete, trazendo o alimento mais limpo no qual já puderam tocar.
Há 22 anos, a Feira dos Agricultores Ecologistas (FAE) de Porto Alegre preenche o canteiro central na pequena rua em frente ao Parque Farroupilha. Na famosa Rua do Brique, Rua do Colégio Militar, Rua da Redenção, as manhãs de sábado recebem desconhecidas beldroegas, ora-pró-nóbis, kinos, juçaras, araçás e tantas outras. Além de milhares de outros alimentos distribuídos em 41 bancas permanentes e oriundos de uma produção livre de agrotóxicos e insumos químicos.
Sem antibióticos, hormônios, inseticidas, fungicidas, herbicidas, nematicidas, adubos, os agricultores da feira fogem do modelo preconizado pela monocultura agrícola, pela mecanização intensiva e pela lógica da pro-dutividade máxima. Essas exigências representam custos para a terra, e foram dessas consequências que a Revolução Verde não conseguiu se desvencilhar. Em resposta, surgem no Brasil lutas de enfrentamento a esse modelo implantado na época do regime militar.
Na década de 1980, têm início os movimentos de agricultura alternativa e contra o uso de agrotóxicos. A agroecologia caminha em grandes passos até os dias de hoje. Entre 1980–1990 uma fase de mobilização contestatória e de sensibilização tem seu espaço, seguida de um momento de multiplicação de iniciativas práticas de organização da produção, colocando em evidência a possibilidade de um “novo mercado”. Com o início dos anos 2000, amplia-se o debate acerca da agroecologia e ocorre ampla adesão dos movimentos sociais preocupados com a sustentabilidade do desenvolvimento.
Porto Alegre, em 16 de outubro de 1989, foi a primeira cidade brasileira a realizar uma feira ecológica após o boom da Revolução Verde nos anos 1970. A iniciativa foi da Cooperativa Coolmeia, marcando o Dia Mundial da Alimentação. José Lutzenberger, Sebastião Pinheiro, Jacques Saldanha, Nélson Diehl, Glaci Campos Alves e outros nomes estão entre os fundadores da Feira. Hoje, 149 famílias divulgam sua prática agroecológica e, mais do que isso, o trabalho coletivo da Associação dos Agricultores Ecologistas Solidários do RS, temas tão caros ao pensamento acerca da biodiversidade.
A variedade dos alimentos oferecidos para os frequentadores da Feira supreende: quantas vezes pensamos nas outras possibilidades de arroz para além do branco e do integral? O agricultor da Associação Biodinâmica do Sul, Juarez Felipi Pereira, 55 anos, assusta. O “Seu Juarez dos arrozes” traz a Porto Alegre arroz cateto, aromático, agulhão, preto, vermelho e moti. Hoje guardião de sementes, Seu Juarez começou praticando a agricultura convencional, até perceber que estava contribuindo para o empobrecimento da biodiversidade, além de perder pontos na própria saúde.
– Quando o agricultor escolhe o que plantar, ele escolhe o que acha que há de melhor, afirma.
Seu Juarez defende as “suaves misturas” que a natureza provoca, inclusive entre os 19 tipos de arroz que hoje cultiva, sem nunca ter se preocupado em purificá-los. Para ele, a sociedade, violentada pelo imperativo econômico da Revolução Verde, desconhece a variedade existente de alimentos. Conceito que a ativista ambiental indiana e doutora em física Vandana Shiva ampliaria, criando o entendimento do que chama de “monoculturas da mente”.
Atualmente, a legislação sanitária brasileira e mundial são reguladas por uma ideia de saúde provinda de um alimento totalmente esterilizado. Para Nélson Diehl, ela desconsidera fatores regionais. A certificação exigida para que o produtor venda seus alimentos em estabelecimentos comerciais sucumbe a um interesse puramente monetário, fabricando um discurso de garantia de que o alimento está seguro de doenças. Segundo ele, esse selo cria a sensação de medo sobre o produto que não o possui gratuitamente, pois as certificadoras não exigem avaliação laboratorial, elas mesmas não possuem laboratórios. O selo, adquirido através de auditagem terceirizada (isto é, pago) ou por associação de produtores, é uma garantia de “364 dias para fazer o que quiser na propriedade”, pois a próxima vistoria demora um ano.
Para a certificação da criação ecológica de animais, o problema é ainda maior. A necessidade do acompanhamento de um médico veterinário dificulta o trabalho, pois, no Rio Grande do Sul, quase não existem profissionais com essa ideologia. A agrônoma Glaci Campos Alves explica que o paradigma, hoje, ainda é a obediência cega à cultura tecnocrática. Não se fala mais em “agricultura”, mas somente em agrobusiness, agora traduzido para o familiar “agronegócio”. O Estado tem interesse em manter essa lógica, pois o agronegócio eleva o PIB, favorecendo a voz do país no cenário internacional. Mas a credibilidade do alimento advindo desse solo não deve se basear somente no selo colado pela instituição reguladora. Hoje, olha-se para os produtos orgânicos e ecológicos como uma exceção, quando, pelo contrário, eles são o primeiro passo, a face não artificial desse processo.
A nutricionista Herta Karp Wiener, pioneira da cooperativa ecológica Coolmeia, lembra que o excesso de purificação presente nas exigências da legislação sanitária mundial leva a um risco de o homem perder o contato com a vida, que compreende uma complexidade muito maior que a simplicidade laboratorial. Ela alerta sobre a importância de uma alfabetização ecológica, termo cunhado pelo físico e escritor austríaco Fritjof Capra.
Certamente essa tendência de monocultura leva a um posicionamento centrador, que bloqueia o avanço de um conhecimento maior sobre tipos de alimentos ainda desconhecidos. Esse comportamento que a visão positiva traz a qualquer conhecimento do mundo exclui possibilidades outras, ou seja, para “fora do caminho” pragmático da eficiência, que não sirvam para aplicação na lógica mecânica do sistema financeiro.
Seu Juarez adiciona: quando leva seu arroz para a Feira, o pagamento ainda é outro. O amor e a gratidão do “cidadão urbano” (termo que preferiu em vez de “consumidor”) para com aquele que produziu o alimento de forma harmoniosa volta através das mãos do agricultor.
“Esse amor que eu recebo na rua eu planto junto, eu levo para a terra”.
Este texto foi originalmente publicado na Sextante (2012/1), revista experimental da Fabico/UFRGS, e parte dele foi posteriormente incorporada ao vídeo do Coletivo Aura.
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