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minniessaia · 4 years
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“Ah, Le Petit Prince!” Conseguiu acenar, mordiscando o interior da bochecha ao adentrar no recinto --- atrasada, como de costume. “Vai ver que podemos ser qualquer coisa que desejarem, senhor...” Minerva pendeu a cabeça para o lado, analisando um dos botões de rosa da estufa a medida em que o nariz começava a coçar ante a aproximação com a planta --- claro, Minnie era um emaranhado de contradições e ironias. Em Icoris, entretanto, eram poucos os botões de rosa com os quais tivera algum contato, e só fora descobrir o incômodo com os dias na Blue Spring Manor. Desde então, Jasper a obrigara a passar algum tempo na estufa para que esse dito incômodo se dissipasse. Não parecia ser o caso. “Uma raposa, uma flor...” Titubeou, afastando o olhar da rosa assim que o moreno se aproximou de onde estava, oferecendo-lhe um sorriso ao tomar a planta entre os dígitos. “Linda, mas não precisavam cortar. Vê, só, ela já ‘tá morrendo...” Deu de ombros, aproximando-se o suficiente para que ele percebesse os primeiros indícios de decomposição, acariciando delicadamente as pétalas da peônia. “Eu não sei, senhor Stuart... Me diga você: cortaria a cauda de uma raposa para que ela fosse só sua? Ou uma pata, para que não possa fugir?” Acenou para o cabo, rodando-o em sua mão. “Ela seria única do mesmo jeito, daí...” O Pequeno Príncipe podia ser seu livro preferido, mas aquilo não significava que Minerva entendera a intenção do autor. 
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✗。º◂—— Era uma raposa igual a cem mil outras. Mas eu fiz dela um amigo. Ela é agora única no mundo. — Parafraseou o livro que, segundo o formulário que recebera de @minniessaia, era seu favorito.O encontro marcado na estufa era o primeiro que tinha com a garota luz, mas ela não era a primeira com a qual se encontrava. Capturou uma peônia no vaso de porcelana conforme aproximava-se da garota, para então oferecê-la à joia, sorriso simpático pintalgando seus lábios. — Você poderia ser uma raposa…?
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minniessaia · 4 years
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Quando pedira o controle sobre a charrete, jamais esperaria que Jacob fosse aceitar, e quando ele aceitou, Minnie teve a ligeira vontade de apertá-lo --- o decoro não permitiria dizer onde. Dito isso, é possível concluir que Minerva tenha se empolgado um pouquinho em suas manobras e, após o último grito de desespero por parte do Walford, tenha freado com alguma força. Opa. Assim que percebeu os sinais --- muitas das grávidas desmaiavam algumas vezes antes de parir, tamanha a dor ---, Minnie arregalou os olhos, voltando-os na direção do loiro. “Por favor, não morre!! O Jasper me mata se eu te mato.” Reclamou, puxando o tronco do comprador para longe da frente da charrete, deitando-o sem muita cerimônia sobre o banco acolchoado. “Cacete.” Xingou, baixo o suficiente para que ninguém a escutasse, nem mesmo o loiro --- Minerva xingava com alguma frequência, o truque era falar baixo, mas sentia falta de gritar aos sete ventos os palavrões. “Vamos, nem foi uma parada tão grande assim... Seja homem. Vocês deviam ser mais resistentes a esse tipo de coisa.” Franziu o cenho, mantendo-o deitado ao se ajoelhar no chão da charrete. Ela só precisava escutar o coração e, se estivesse batendo, mesmo que fraco, Jasper não ia matá-la. Já com a cabeça apoiada no peito do Walford, Minerva suspirou com algum alívio ao sentir os batimentos e se afastou assim que o loiro falou algo. “Ah, eles ensinam o básico, sabe? Nada que seja divertido, pelo menos... Mas isso aqui?” Perguntou, gesticulando em direção ao peito do loiro. “Isso eu aprendi sozinha. Tudo bem, não sozinha sozinha... Tive a ajuda de algumas pessoas. E você desmaiou como se 'tivesse parindo alguém. Não foi difícil ver os sinais.” Assentiu algumas vezes, abrindo um sorriso vitorioso antes de franzir o cenho ante a expressão do Walford. “Droga, era pra você ficar deitado, Jacob.” Murmurou ao ignorar o uso do primeiro nome --- totalmente fora das regras de etiqueta ---, forçando os ombros do osfridiano para baixo uma única vez --- Minerva era forte o suficiente para segurar grávidas assustadas, o físico seria moleza --- antes de buscar em sua mente que diabos podia fazer para acalmá-lo.
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Com o frear brusco da Phaeton que @minniessaia conduzia, o corpo de Jacob foi atirado violentamente para frente. Manteve-se dentro da carruagem, mas às custas de um forte impacto entre seu peito e a parte dianteira do carro. Por que deixara aquela garota dirigir?! Por que não descera antes de sofrer um acidente?! Ficou debruçado ali, impedido pelo choque de se mover e de respirar propriamente. Por mais que se esforçasse para puxar o ar, seus pulmões pareciam incapazes de receber algum oxigênio. Jacob sentia a dor aumentar e, paralelamente, sua consciência se esvair. Estava morrendo? Não podia morrer! Tinha tanto a fazer na universidade, tinha uma família de irresponsáveis para supervisionar, tinha… tinha tanto pela frente… E então, a um centímetro da escada para o céu — ou outro lugar —, sentiu seu corpo ser sacudido bruscamente por uma par de mãos pequenas, mas bastante determinadas. Aos poucos o rosto de Minerva tornou-se mais nítido e Jacob tossiu. “Eu não morri…” murmurou, cada palavra arranhando suas cordas vocais como uma faca. Sequer sabia por quê havia cedido à insistência de Thorn e levado a Pérola para um passeio de carruagem. Além de ter perdido seu tempo com uma garota que não podia comprar, também havia perdido o fôlego… do jeito nada bom. Jacob se reclinou de volta ao encosto do assento, ainda sentindo uma intensa dor no peito. Alguns tropeços na pista de dança, um acidente à cavalo, um acidente de carruagem… voltaria inteiro a Osfrid? Difícil dizer. “Eu imagino… que não ensinem vocês a…” E tossiu fortemente antes de acabar a frase, o sofrimento aumentando. Talvez perdesse a consciência mais uma vez. 
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minniessaia · 5 years
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kasecmg‌:
Pega no flagra era a expressão mais apropriada para a situação, com toda a certeza, se Kase ao menos soubesse o que a morena estava escondendo. Fora o berro e o sobressalto que fizeram com que o sargento semicerrasse os olhos, esperando por alguma revelação. Ele inclusive ergueu as sobrancelhas, como se dissesse “e então?”, porém, o que veio em seguida foi mais da tagarelice habitual de Minerva. “Me enrolando, você quer dizer”, corrigiu, olhando uma vez mais para o colo alheio, esperando enxergar o que quer que fosse que estivesse sendo ocultado. Não podia tomar o livro da garota, contudo, por mais que quisesse. O comportamento incomum, a inquietação… Tudo fazia com que o Cartwell concluísse que ela estava desesperada para que ele saísse dali. “ É, o Dante que você deveria conhecer se estivesse lendo o livro de verdade ”, gesticulou, como se não estivesse a desmascarando. Quase achava graça da situação, e estava descobrindo que aquela era uma das garotas mais engraçadas de Wisteria Hollow – um traço que, até então, não tinha imaginado como necessário em uma esposa. Também podia ser esperta, Kase notou, vez que imediatamente mudou o foco da conversa para eles, algo que agradava a mente narcisista do militar, mais ainda em se tratando de uma mulher tão atraente. Soltou uma risada sonora ante a alfinetada, tomando a liberdade de apoiar ambos os braços no sofá em que a Pérola estava recostada, impedindo sua saída. “ Não poderia esperar que uma mulher entendesse de economia. Talvez eu explique os motivos do comprador, qualquer dia desses ”, falou calmamente, observando-a de perto, como se não se tratasse dele. “ Depois que me deixar ler seu livro ”, concluiu, levando os dedos até a capa dura, junto ao colo da morena.
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Bastou um segundo para Minnie entender do que Kase estava falando, mas precisou de mais alguns segundos para fechar a boca, manufaturando a melhor expressão ultrajada ante suas palavras --- não importava que o Cartwell estivesse certo, Minnie nunca admitiria que estava o adulando para que se esquecesse do que tinha entre as mãos no momento. “Te enrolando? Ora, senhor, isso é um atchin¹! Como você espera casar com uma de nós se não acredita em mim? Não posso fazer nada se você não conhece a nova moda de Adoria...” Pendeu a cabeça para o lado ao dar de ombros, segurando o livro entre as mãos com alguma força ao comprimir os lábios em um sorriso interesseiro. “Logo eu que sou uma santa...” Continuou, finalizando a frase com uma risada curta. Claro, mesmo Kase tinha de concordar que Minerva estava bem longe de ser uma. “Tem muitos Dantes na história, vê... Mas eu ainda não cheguei na parte em que ele fala o nome, sabe? E são muitos nomes.” Negou, certa de que ele cairia como um patinho. A bem da verdade, Minerva dormira em todas as aulas sobre A Divina Sonolência --- por um motivo muito importante: seu próprio sono ---, e não era como se gostasse de ler os cantos, motivo pelo qual suas saídas magistrais frequentemente eram fruto de sua cabeça pouco imaginativa --- para tramas tão intrincadas como a de Alighieri, queria dizer. Assim que notou a aproximação, Minnie franziu o cenho levemente, mas não era como se não estivesse satisfeita: ora, ele era bonito demais, propício para um dia de domingo e talvez para uma noite de segunda, se estivesse entediada --- graças a Uros, nem Jasper e tampouco Charles podiam ler seus pensamentos. “Ah, você pode esperar muitas coisas de todas...” Arqueou uma das sobrancelhas, sentindo-se no comando o suficiente para largar o livro em seu colo e ajeitar a gravata usada pelo Cartwell. “E por que não agora? Vê, eu tenho uma notícia quentinha pra---” Murmurou, levantando o queixo o suficiente para que os olhos se mantivessem em contato direto com os do Cartwell, esquecendo-se do livro em sua posse por alguns segundos ao pensar na fofoca que Charlotte compartilhara. Assim que os dedos longos do moreno entraram em contato com o tecido do vestido, entretanto, Minerva voltou à realidade, arregalando os olhos de modo caricato. “Ahn, não.” Droga, se Jasper sequer sonhasse que estava em posse das informações, ela estaria lascada. Ela e todas as meninas que lhe ajudaram. Por isso, sem pensar nas consequências de seus atos, Minnie puxou o moreno pela nuca, aproximando-o o suficiente de seu rosto para que ignorasse qualquer menção ao livro, à medida em que tomava tempo suficiente para umedecer os lábios, roçando-os suavemente nos do Cartwell a medida em que os dígitos da destra se ocuparam em dedilhar a linha do maxilar. Só precisava embaralhar seus pensamentos por alguns segundos, tempo suficiente para sumir com o livro de vista...
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minniessaia · 5 years
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aurorsgiogazzi‌:
A loira passeava pelos corredores em direção há biblioteca para pegar um livro para fazer uma leitura para conseguir adormecer mais depresa a noite. As indecisões e a ansiedade de não saber o seu futuro , e estar a pensar isso antes de dormir não ajudava nada para a sua saúde e poderia ficar horas sem dormir.Foi enquanto caminhava que ouviu uns murmúrios e olhou, vendo uma garota com papéis na mão. Um voou e foi a oportunidade de Aurora agarrar nele e começando a ler o que estava escrito “Aonde arranjou isso?” Perguntou, se aproximando na morena “Isto é sobre os compradores?”
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“Eu? Não arranjei em lugar nenhum, não, Rory...” Começou assim que percebeu o olhar da Giogazzi sobre ela. Droga, agora ela ia ter que dividir, e a Turquesa não era exatamente das mais bem humoradas. Provavelmente a repreenderia sempre que viesse com algum snarky remark sobre cada um dos compradores... “Que isso, olha minha cara de santa! Faço nada errado, não...” Minerva arregalou os olhos ante as perguntas da loira --- ora essa, ela ia chamar a atenção dos outros! Aurora precisava aprender a ser mais furtiva --- dizia aquela que estava se esbaldando de rir com as respostas dos cavalheiros. Veja bem, Minnie seguia a dieta¹ de dois pesos, duas medidas. “Quem disse que é sobre os compradores? Eu não sei nada disso, não...” Negou, puxando a Giogazzi com alguma força para perto. “Quer falar mais baixo? Se o Thorn me encontra com isso, eu ‘tô morta. Bico fechado!”
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minniessaia · 5 years
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takecxntrxl‌:
+ ✧ · ˚ . Rodopiava o cabo da sombrinha rendada em suas mãos enquanto caminhava pelo jardim, um pouco de ar puro também não lhe faria mal. Foi com aquele pensamento que deixara seu quarto pela manhã, e claro, uma caminhada fora da ala feminina certamente poderia lhe gerar um encontro inusitado — ou nem tão inusitado assim. Já no jardim, qualquer plano da joia esbarrar acidentalmente em algum dos compradores pareceu escorrer por água abaixo quando a silhueta da morena entrou em seu campo de visão. Por costume, verificou o espaço à sua volta antes de revirar os olhos e projetar um leve sorriso nos lábios — talvez forçado demais — finalmente caminhando na direção da outra garota. Observadora e detalhista, ainda a alguma distância dela fizera uma nota mental sobre o livro estar de cabeça para baixo, e isso fora o suficiente para atiçar sua curiosidade. Charlotte ainda morreria por conta dela, tal como o gato. Diante da figura feminina, mordeu o interior da bochecha para impedir que as palavras fossem atropeladas, se limitando a pigarrear para atrair a atenção alheia. ❛ Estava passando e não pude deixar de ouvir… ❜ Era uma mentira deslavada, mas podia dizer que era habilidosa na arte da trapaça — como teria conseguido enganar aos Thorn, afinal, se não o fosse? Charlotte fingiu espiar sobre o livro, sorriso carismático pintalgando os lábios carmesin ao sentar-se ao lado dela, deixando a sombrinha de lado e livrando-se do par de luvas. ❛ Que palavra, coeur¹? Não pode ser tão ruim assim… Aliás, você também ficou sabendo sobre a opção sexual de um deles…? Se eu fosse você, também o evitaria. ❜
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“Ah, é? Por que eu não acredito muito nessas suas palavras, então?” Minerva semicerrou os olhos com desconfiança, ainda que o sorriso no rosto denotasse sentimento completamente diferente. Não se importava muito com o jeito pomposo de Charlotte se ela fosse capaz de lhe ajudar, de vez em quando. Veja bem, na rua, uma mão sempre lava a outra, e os laços de necessidade definiam amigos muito mais do que os de afetividade. Minnie estava muito familiarizada com a necessidade, e Charlotte, com dicionários, então meramente deu de ombros, afastando-se o suficiente para que a loira sentasse ao seu lado. “Inconstit--- alguma coisa. Sei lá, parece que tem algum problema na barriga. Que tipo de pessoa escreve um palavrão desses ‘numa carta pra futura esposa?” Negou com alguma veemência, suspirando de horror. Se ele se aproximasse com aquela palavra, Minnie provavelmente ia rir na cara do pobre coitado --- não que fosse se aproximar, aquele tipo de homem geralmente era repelido por qualquer tipo de descontração. “Duas peças de prata que ele ainda vive com a mãe e que, quando a gente for lá pra dar um jeito, vai ser a bruxa quem vai tomar conta da casa. I mean, não que eu esteja reclamando... É menos trabalho, daí...” Arqueou uma das sobrancelhas, abaixando o livro antes de levantar o indicador, aposta feita --- oh, ela não podia nem imaginar o que estava por vir! “Por que eu sempre sou a última a saber de tudo?” Porque Minerva geralmente não se interessava pelas fofocas, mas no que elas poderiam reverter em seu favor. Revirou os olhos, umedecendo os lábios antes de levar a destra a eles no mesmo momento em que os abriu em surpresa. “Não...” Começou, indício de risada perpassando pela garganta antes que pudesse evitar. “E nós já sabemos o nome dele? Me falaram sobre um invertido, mas não quiseram confirmar o nome.” Fez uma careta, cochichando com mais interesse do que nos formulários --- o livro já estava há muito esquecido no colo da morena. “Bom, pelo menos esse daí não vai querer dar no couro. Tá aí um motivo bom pra investigar, Charlie...” Zombou, sussurrando no ouvido da loira com uma risada besta ao se lembrar do baile inicial.
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minniessaia · 5 years
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who/what is your biggest inspiration in life?
“Ora, mas é claro que é o senhor!” Minerva deu de ombros, servindo-se do doce com alguma pompa a medida em que escutava as palavras do Baran. Ele era um político, e políticos adoravam ser adulados — ou pelo menos fora isso que ouvira falar —, de modo que o sorriso encantador pintalgou os lábios. Precisava, enfim, pagar sua dívida, e pelo que ouvira das outras, ele estava bem longe de querer um filho tão cedo. Claro, Baran não precisava saber que a maior aspiração de vida de Minnie era continuar vivendo com o conforto sem precisar se submeter a qualquer tipo de obrigação, mas não era como se pudesse falar aquilo. “Icoris não é o lugar mais cortês do Mundo Conhecido — ‘tá bem longe disso, na verdade —, e eu não vejo alguém de lá há… Algum tempo.” Permitiu-se compartilhar, mastigando o quitute com calma — era o único momento em que Minerva parecia desligar o 220v. “Deve ser uma dor de cabeça que só, e você continua aí, todo elegante.”
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minniessaia · 5 years
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she used to be a pearl she used to rule the world can't believe she's become a shell of herself
Minerva assentiu algumas vezes, comprimindo os lábios em um sorriso sem-graça. “Funny... Eu não entendi uma palavra do que você acabou de dizer.” Murmurou, entredentes, ao manter o sorriso teoricamente cordial. Por Uros! Que diabo aquilo deveria significar? Minnie estava dentro de uma concha? Depois era ela a louca...
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minniessaia · 5 years
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"Do I make you nervous?"
A pergunta foi suficiente para que a morena engasgasse com o pedaço de tartelette em suas mãos — ora, ela deveria ter sentido a presença do Duncan, mas quando comida estava envolvida, não pensava muito. “Ah, eu não sei… Eu deveria ficar nervosa com um icoriano de dois metros de altura que parece um urso de tão grande e fala grosso com todo mundo?” Levou uma das mãos ao peito enquanto as palavras disparavam no sotaque de Icoris, um tanto quanto debochada  antes de dar de ombros, brincando com as pedras do colar de pérolas. A bem da verdade, Minnie aprendera a se acostumar com os icorianos — ela própria era uma deles. A altura característica era o menor de seus problemas quando fora testar os primeiros vestidos, vez que todos pescavam quando colocava os sapatos elaborados. “Você me pegou num dia muito especial, na verdade. Eu estava muito… Excitada lendo A Divina Sonolência, senhor. Tinha muita coisa interessante ali, apesar da maioria ser lixo.” Assentiu, comprimindo os lábios em uma linha fina.
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minniessaia · 5 years
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❛ What are you, trying to give me a heart attack? ❜
“Hm?” Minnie comprimiu os lábios, virando o rosto para o loiro assim que parou a charrete conduzida por ela pela propriedade. Incapaz de não soltar uma risada, a morena largou as rédeas que conduziam os equinos, virando o corpo na direção do físico, bem ao seu lado. “Ora, não foi tão mal assim, vamos...” Pendeu a cabeça para o lado, semicerrando os olhos ao arquear a sobrancelha. “Eu me saí muito bem, até... Pra uma primeira vez.” Ergueu o pescoço com algum orgulho, lembrando-se das manobras que tivera que fazer com os cavalos para desviar de alguns transeuntes desavisados. Claro, ele não sabia que era a primeira vez da Raleigh conduzindo uma charrete, mas o detalhe escapuliu quando ela se ofereceu pra tocar o caminho, ao invés de deixá-lo fazer todo o trabalho. A bem da verdade, ela poderia ter ido mais devagar, mas que graça teria? Os solavancos eram revestidos de especial adrenalina, de modo que Minerva, ainda que estivesse com o cabelo completamente zoneado, exibia uma expressão semelhante a de uma criança que recebeu um ótimo presente no dia de Vaiel no momento em que se levantou, plena, só para reparar no aspecto esverdeado do rosto do comprador. Oh, por Uros! Jacob era muito parado. “O senhor quer ajuda? É que você ‘tá meio verde, daí... Melhor perguntar, né?”
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minniessaia · 5 years
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❛ I’m afraid. ❜
“Medo do quê? Da noite de núpcias?” Minerva franziu as sobrancelhas ante as palavras da ruiva, levando uma das mãos enluvadas aos lábios ao soltar uma gargalhada baixa. Oh, ela ia ter uma crise de risos no meio da missa em homenagem a Vaiel e a Sra. Culpepper iria estrangulá-la. “Ah, não se preocupa. Dói no início, mas depois é ótimo… Se ele fizer direito, daí. Espero que você escolha bem, Tine.” Concedeu, cochichando ao esconder a parte inferior do rosto com o leque. “’Tá muito abafado, Sra. Culpepper!” Gesticulou, fazendo uma careta desanimada assim que a guardiã encarou Minerva com um olhar reprovador. Ora, não estava mentindo…
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minniessaia · 5 years
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🔮 granted wishes: you have one chance to have any possible wish granted, what do you wish for?
“Dinheiro. Muito dinheiro. Dinheiro pra deixar o Rei de Osfro babando de inveja.” Deu de ombros, simplesmente. Era prática o suficiente para saber que, caso tivesse muitas peças de ouro, poderia comprar o restante dos objetos que desejava --- muita comida, algumas cozinheiras especializadas em doces e uma vida livre das obrigações do matrimônio. Se o aspecto monetário não estava obrigatoriamente vinculado a felicidade, Minerva sabia, estava muito próximo de auxiliar em alguma coisa. Ademais, se fosse podre de rica, ela não precisaria escolher um marido ao final da temporada, e continuaria vivendo sua tão merecida vida de dondoca.
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minniessaia · 5 years
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greatest regret? biggest lie? biggest flaw?
“Ora, ora, ora. Eu nunca te vi falar tanto de uma só vez, Sr. Pé de Valsa.” Minerva soltou uma risada besta, negando em seguida ao cerrar os olhos com algum deboche. “Seria esse o seu recorde?” Pendeu a cabeça para o lado, dedilhando a bochecha com ar questionador. “Vejamos... Eu me arrependo de não ter encontrado os Thorn antes. Se eu soubesse que estavam recrutando, teria feito menos partos, o que consequentemente...” Fez um bico, interrompendo-se antes de despejar a informação crucial. Ela deveria se arrepender disso? Franziu o nariz. Claro que não! Era loucura querer ter filhos, foi muito bom ter ciência do que uma mulher sofria ao parir. “Se eu te contasse qual foi a minha maior mentira, qual seria a graça? Você não é o estudioso, por aqui? Vamos lá, me analise. Qual você acha que seria?” Semicerrou os olhos com alguma ironia. Minerva geralmente não tinha papas na língua, então mentir era extremamente complicado --- ela podia enrolar com muita facilidade, contudo. Hmm, deveria dizer? Seria melhor que ele supusesse. Minnie não pensava muito em seus defeitos, a bem da verdade --- simplesmente improvisava quando algo dava errado.
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minniessaia · 5 years
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Casa por desespero ou só por amor?
“Eu caso se eu quiser.” Deu de ombros, simplesmente, mas sabia que não era verdade. Minerva gostava da vida boa, de acordar e ser paparicada por criados. Se a temporada terminasse e não tivesse um idiota para chamar de seu, era bem possível que toda a pompa com a qual se acostumara ia acabar em um piscar de olhos. Ela deveria começar a garimpar os menos desinteressantes dentre a lista dos Thorn --- roubar os formulários fora o primeiro passo ---, mas ao mesmo tempo era procrastinadora o suficiente para ter certeza de que não moveria um dedo até ser quase tarde demais. “Vai depender muito, na verdade. ‘Tô meio cansada de trabalhar pra me sustentar, daí.” Viu-se respondendo objetivamente. Não era como se precisasse mentir. Desespero e amor eram dois gumes da mesma faca --- ela era desesperadamente apaixonada por Cole, e olhe só no que deu! 
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minniessaia · 5 years
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what i need — do you miss someone who’s done you wrong?
“Hm?” Minerva levantou o olhar na direção da lorandyana, comprimindo os lábios em uma linha fina antes de suspirar. Ela não gostava de pensar em Cole, mas tampouco tinha o interesse de manter seu passado em segredo: ele aconteceu. Foi real enquanto durou, pelo menos para ela. “Costumava, pelo menos. Sabe, ele beijava muito bem…” Arqueou uma das sobrancelhas, o sorriso matreiro estampando os lábios pintados de tonalidade nude. “Mas agora já deve ter filhos e estar com uma barriga de cerveja. Isso acontece muito quando eles não se sentem felizes no casamento, daí… Afogam as lágrimas em mulheres de moral questionável ou no fundo de uma caneca. Não o culparia, a esposa dele é um dragão. Pelo menos é o que ouvi falar…” Deu de ombros, lembrando-se das ofensas que tanto ela quanto Cole trocaram no último encontro. Costumava doer, mas depois de alguns casos, não parecia ter mais tanta importância.
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minniessaia · 5 years
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minniessaia · 5 years
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                                    --- T A S K O 1 : P E A R L ---
Línguas: Livro favorito. Porque o agrada?
"O Pequeno Príncipe...” Batucou a pluma no queixo, causando cócegas na região, antes de escrever as três palavras em letras garranchadas --- ela nunca teria uma letra bonita, mas pelo menos não era ilegível ---, incapaz de formular as palavras certas, em sua cabeça. “Fácil de entender.” Murmurou, semicerrando os olhos em uma careta concentrada ao se lembrar das letras que deveria usar. Pensou nas metáforas, e em como escutara a tutora mencionar que havia diversas interpretações para as lições no livro... A palavra só a escapava. “Metástases ótimas. Isso.” Sorriu, mordendo a língua ao afastar o rosto do papel, depositando a pena no tinteiro. Bom, já tinha estudado demais, havia muito tempo para responder as outras questões.
Música: Qual foi o instrumento que se especializou? Algum estilo musical favorito?
“Eu tinha que me especializar em um?” Lembrava-se de ter feito uma careta ante a pergunta da preceptora, dando de ombros logo em seguida. Perpassara por alguns instrumentos durante o um ano em Osfro e os seis meses em Wisteria Hollow, mas não gostava de um em particular. Era passável com a flauta e a harpa machucava seus dedos, mas estava acostumada a cantar, e o fazia bem, modéstia à parte, então, com um suspiro teatral, pôs-se a completar a lacuna no papel chanfrado. “A minha voz é linda, se você quer saber. Exótica demais... Tudo é música quando você tem uma voz como essa. Canto livre é ótimo, bem melhor do que os chororôs da ópera.” Debochou, demorando-se em cada uma das curvas. Pelos Seis Celestiais! Ela detestava escrever cartas. Era bem provável que a preceptora a desse uma reguada caso lesse a parte dos chororôs, mas não pôde se conter, mordiscando o canto da boca antes de continuar, com uma maior fluidez no texto. “Mas nada ganha do Foxtrot. O resto é muito tedioso.”
Dança: Danças são formas de expressão e são ótimas para conhecer um parceiro. Qual sua dança favorita e porquê.
“Fácil!” Exclamou, imprimindo alguma força na pena contra o papel. “Não tem nada melhor do que rodar e dar cambalhotas com o Foxtrot.” Deu de ombros, umedecendo os lábios por alguns segundos antes de franzir o cenho, jogando o cabelo para trás. “Sem falar que é mais animado e você pode se soltar. Muito. As saias ficam menores, também.” Assentiu para si mesma, repousando a pena sobre a carta com um sorriso convencido. Seria estranho demais falar que era ótimo se dançar a três, então preferiu omitir aquele detalhe. Não era a melhor dançarina dentre as outras meninas --- os pisões do preceptor faziam jus àquela assertiva, e ela não tinha a mínima capacidade de coordenar os passos com o do parceiro ---, mas não diria que não gostava de dançar. Adorava, na verdade, mas nem sempre do jeito que deveria.
Artes: Muitas atividades envolvem idas ao teatro, sarais, leilões de quadros e esculturas. Qual atividade é a sua favorita e porque ela edifica o lar e a sociedade?
O que? Fora a única expressão que perpassara a sua mente ante as palavras. Gostava de ver, mas entender era outra história... “Teatro é ótimo.” Viu-se respondendo com um dar de ombros, mas só de se imaginar sentada por três horas escutando a mesma baboseira de sempre, fez uma careta, riscando as palavras e escrevendo em seguida. “Leilões parecem ser animados. Imagine só levantar uma plaquinha e gastar 30 peças de ouro!” Ela riu, mas quis chorar naquele momento. Mal conseguia se lembrar de sua origem simplória enquanto cercada pelo luxo, mas parecia um valor alto demais por um pedaço de tecido pintado com algumas pinceladas sortudas...
Etiqueta: Por que as boas maneiras são importantes para manter a harmonia da nossa sociedade?
"Porque não dá pra dialogar com alguém se ele quiser arrancar os seus olhos fora e estiver bem perto disso.” Parecia uma pergunta direta demais para não responder com sinceridade, escrevendo no papel com alguma dificuldade. Verdade fosse dita, deveria ter separado mais algum tempo para responder às questões de Jasper, mas sua cama sempre parecera muito mais convidativa do que a cagada que ela fazia quando usava a pena. Ao perceber os olhares da Sra. Culpepper sobre si após uma breve lida em sua resposta, suspirou, voltando a escrever. “Não que ajude muito, pra ser sincera. De agressões físicas, elas passam a ser orais --- o que é mais civilizado, mas não deixa de ser preocupante. É mais fácil distinguir quando alguém está irritado se ele externa esse sentimento fisicamente. Polidez torna tudo mais frio e controlado.” Sabia que ela própria era do primeiro tipo de pessoa. Sutilezas não pertenciam à gama de qualidades da candidata, ainda que houvesse aprendido a se portar com alguma, em Blue Spring Manor.
Religião: Qual seu anjo favorito e porquê?
"Ariniel me protegeu dos perigos da estrada entre Icoris e Osfro, deveria ser uma questão fácil.” Viu-se franzindo o cenho contra o papel. Ela deveria ter um anjo preferido? Todos os Seis Celestiais lhe sorriram quando precisara, e mesmo quando não a auxiliaram, era uma seguidora fiel da Fé dos Seis. Parecia heresia escolher apenas um, então, dando de ombros, tornou a se debruçar sobre a escrivaninha. “Mas Midayel permitiu que trouxesse alguns bebês a esse mundo --- alguns partos foram bem difíceis. Sem ele, eu provavelmente estaria na prisão pública agora.” Negou levemente, mordendo a língua antes de continuar. “Aviel permitiu que a maioria das mães de quem tratei se recuperassem a tempo, e eu não poderia esquecer de Saniel --- papai e mamãe ainda são agricultores, e eu não posso deixar de rezar para ele, pedindo por proteção aos rabanetes bebês.” Não havia muito a agradecer a Amiel, mas merecia ao menos uma menção honrosa. “E Amiel, para que eu continue tendo sempre esse rosto bonito, claro --- o tempo chega para todas nós, mas pode chegar mais tarde. Não tem como escolher só um.”
Política: Vocês estão sendo enviadas para o novo mundo a fim de conhecer homens influentes em Adoria. Discorra sobre a importância política de um bom casamento na sociedade atual.
Muito, muito importante. Assentiu, engolindo em seco. A instituição do casamento era interessante, mas se encolhia só de pensar no seu resultado. Gravidez. Parto. Dor. Sofrimento. Morte, em alguns casos... Que Uros a protegesse! “Sra. Culpepper diz que é a forma de vocês adquirirem um novo status.” Seja lá o que isso signifique. A bem da verdade, dormira em praticamente todas as instruções de política, mas não podia escrever aquilo. “Parceria é importante em um casamento, e elos unidos são mais fortes, segundo os ferreiros com quem já falei.” Sentia que estava tangenciando a pergunta, mas não havia muito a ser feito sobre o assunto. Que se sentissem satisfeitos com aquelas palavras --- a mão estava repleta de tinta negra, e o papel parecia encharcado. “Duas cabeças também pensam melhor do que só uma, por mais genial e estudada que seja. Uma solução intrincada que não dá jeito no problema pode muito bem ser substituída por uma simples --- que não teria pensado se estivesse sozinho.” 
Educação Doméstica: Qual a principal qualidade que uma boa esposa precisa ter em suas atividades do cotidiano?
Reprimiu a risada, comprimindo os lábios em uma linha fina ao ler a pergunta, ainda que a careta fosse cômica por si só. Ora, é claro que ela sabia o que uma esposa deveria fazer bem no cotidiano! Todos sabiam, mas não tinham coragem de falar. E não seria ela a primeira a escrever isso em uma carta para seu querido futuro marido. Portanto, semicerrando os olhos, pôs-se a escrever a primeira baboseira que lhe veio à mente. “Uma boa esposa deve ser submissa e não contrariar seu marido; deve ser carinhosa, mas ao mesmo tempo firme e compassiva.” Quis vomitar ante as palavras. Verdade fosse dita, teve o gosto da liberdade cedo demais, com os pais deixando que os filhos corressem soltos e se encrencassem. Riscou as palavras, com um muxoxo. Que outra baboseira, menos desgostosa, poderia escrever? “Supondo que o meu futuro marido consiga arcar com uma lavadeira, arrumadeira, e todas as -eiras necessárias, uma boa esposa deve ser a voz da razão quando ela falta ao marido. Não que falte em algum momento, é claro...”
Artesanato: É um fato bem conhecido que uma mulher prendada precisa ter domínio de línguas, artes, política, postura e artesanato para merecer o título. Além disso, o artesanato desenvolve habilidades que ajudam em outras áreas como concentração, paciência e atenção. Porque essas qualidades são importantes?
Pensou na mãe e sua paciência irrepreensível para com os filhos, mesmo quando a própria candidata havia feito besteira (e das grandes). Em situações semelhantes, teria chutado os irmãos para fora de casa, e o coração apertou de saudades de todos os loucos, principalmente do mais velho... Bem, não era momento para choradeira. O prazo estava perto do limite, e ela provavelmente seria uma das últimas a submeter as respostas aos Thorn. Procrastinação era terrível! “Um leva ao outro... Concentração e atenção são a mesma coisa, acho. Esses dois para avistar problemas (desde um dedo machucado a um problema com a tia-avó que o seu marido nunca viu mas quer muito passar alguns dias na nossa casa) todos os dias e muita, muita paciência para lidar com esses pequenos desastres todos os dias sem querer esganar a si própria ou aos outros.” Pendeu a cabeça para o lado, analisando as palavras. Parecia ótimo, mas tinha certeza de que os Thorn poderiam ter ideias diferentes.  
Saúde: O primeiro encontro é o primeiro passo para conhecer melhor o parceiro ideal. Descreva qual seria um primeiro encontro perfeito para você.
Lembrou-se dele e quis bater a própria cabeça contra a escrivaninha de mogno --- chegando a fazê-lo algumas vezes, para desespero das criadas. Com a testa manchada de tinta, suspirou, acalmando-se após alguns segundos. Última pergunta. Por Uros, que tipo de pergunta era aquela? Não tinha de quem colar, todas as meninas já haviam submetido suas cartas aos Thorn, e tampouco queria pensar em algo do tipo. Era romântica --- não poderia dizer que não era ---, mas a praticidade, em muito, lhe obrigava a adotar uma visão mais direta (bem, isso e o tempo). “Algo não planejado, ao acaso. Você pode se apaixonar por alguém em um segundo, ainda que sequer tenham trocado duas palavras. Tudo fica mais interessante se você não sabe o que vai acontecer no final da noite, se você perde a noção do tempo... Quer dizer, por que não enfiar um pouco de criatividade nesse primeiro encontro? Pra quê planejar detalhe a detalhe? Eu prefiro o improviso. Mas comida é uma das melhores armas para se conquistar uma mulher, também --- dica bombástica!” Jogou a pena para longe, espreguiçando-se de exaustão. Trabalho feito. 
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minniessaia · 5 years
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diduncan‌:
O comerciante ainda não sabia o que ocorrera ao questionário respondido por ele quando ancorara em Adoria —— e transcrito por um criado que ele levara consigo para, inicialmente, pudesse se comunicar caso tivesse alguma urgência em Icoris (e, veja bem, ele não saberia dizer o quão útil seria esse criado até o bendito questionário aparecer para que ele o respondesse). Assim sendo, quando ele ouvira os cochichos joviais e animadíssimos, não fazia ideia do por que ocorria. Em parte, claro, ele imaginava que algo muito interessante viera do baile na noite anterior. Algo que era capaz até mesmo de fazer aquelas mulheres estarem em um estado tão eufórico. Ele questionara o motivo para uma donzela, em dado momento, mas a mesma apenas desconversara a questionara-o sobre sua relação com música. Duncan não respondera o que respondera no questionário, é claro; ele era suficientemente capaz de mentir para alguém mesmo olhando em seus olhos. James fora deixado sozinho com risinhos baixos e, confuso, caminhou em uma direção oposta. E, assim, sem um alvo específico que, novamente, encontrara outro alguém aos risos. Todavia, ao avistar um livro em mãos, imaginou que a motivação da alegria alheia fosse mediante a história que a outra lia; por razões conhecidas apenas por ele mesmo, James sequer encarou a capa do livro, apenas rumando em direção a jovem por saber tratar-se da garota pérola. Ele sempre quisera encontrar uma pérola em sua vida, mas as gemas não eram oriundas de onde ele costumeiramente trabalhava e, assim sendo, ele desenvolvera certo fascínio pelas pérolas. Nada que o fizesse perder o juízo por uma, é claro, mas uma admiração e certa melancolia por saber que, para ele, elas eram inalcançáveis, a não ser que as comprasse. Quanta ironia, certo? Aproximou-se da jovem o suficiente para ouvir o restante de sua frase, confuso demais para formular algo a ser dito. Ora, o que o dicionário tinha a ver com o livro? Ela estava lendo um dicionário? E, claro, havia o tom de voz demasiadamente elevado. Não era tão interessante para ele alguém que gritasse o tempo todo em seu ouvido, assim como, claro, havia uma desconstrução do que ele imaginara sobre as pérolas. “Não precisa gritar para comentar sobre o seu livro…” Declarou um tanto decepcionado, poderia se dizer. Não que James pudesse exigir algum comportamento de alguém, entretanto, e segundo os termos do contrato que assinara em Adoria, ele até que poderia, eventualmente.
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Minerva pode ou não ter sentido sua alma ser levada por Uros ao Paraíso. Era uma possibilidade bem provável, na verdade, quando escutou a voz do loiro atrás de si. Umedecendo os lábios, entretanto, não resistiu ao pender de cabeça, analisando a figura com um tanto de curiosidade. Ela o conhecia? Franziu o cenho, tentando se lembrar. Não parecia ser alguém de quem Minnie se esqueceria --- ocuparia muito espaço em sua memória ---, mas para tudo havia uma primeira vez. “E—Eu estava gritando? O que eu estava gritando?” Abaixou o livro com algum horror assim que processou a informação, mordendo o lábio inferior com alguma impaciência, os olhos abaixados calculadamente, para que ele pensasse que Minnie não era assim no dia-a-dia. O sotaque que os Thorn tanto detestavam e que jamais sairia das palavras da morena, não importassem quantos anos passara na capital, cada vez mais pronunciado. Quantas pessoas haviam escutado seus ótimos comentários? Oh, Jasper ia matá-la se isso chegasse aos seus ouvidos! Foi só então que ela sentiu o estalo na cabeça, lembrando-se da palavra que usara. Ora, era claro que ninguém sabia o que tinha acontecido com os formulários. Pff, ela já deveria saber. Negando, portanto, Minerva levantou o olhar na direção do cavalheiro --- alguns segundos foram necessários até conseguir olhar o homem --- com um sorriso no rosto. “Ora, foi uma falha minha. Mas você tem de convir que esse...” Sentiu o branco perpassar pela mente ao não se lembrar do título que supostamente estava lendo, levantando-o com alguma displicência só para reler o nome na capa. É, do que ela deveria falar, mesmo? Franziu o cenho, encarando o objeto por alguns segundos antes de dar de ombros. Talvez ele não tenha lido. Uros sabia que ela própria passara longe do exemplar quando nas aulas de Literatura, apesar de ter aprendido o básico do básico pela força do ódio da preceptora quando ela não sabia recitar nem mesmo uma das canções. “Esse livro é muito engraçado. E... Vê, só: você acredita que esse homem, o Dante, fica tão apaixonado por essa menina que ele segue ela até...” Suspirou, negando no meio de uma risada curta, sem saber se era essa a história, de verdade, mas mesmo que não fosse, não deixava de ser cômico. Minnie não se via fazendo o mesmo em momento algum; não depois de Cole. Talvez fosse esse o motivo de procurar defeitos em todos os seus potenciais pretendentes, a bem da verdade, mas não era como se eles não tivessem defeitos. Muito alto, muito magro, vai ficar calvo cedo, quer ter... Filhos? Não, obrigada. “E é trágico, mas ao mesmo tempo é hilário, porque ele é um...” Idiota era a palavra que estava procurando, mas não era como se pudesse dizer isso para o loiro. “Pedinte¹ egocêntrico que acha que ele teve todo esse trabalho pra que a esposa sirva de empregada. Seria muito mais barato se ele contratasse uma.” Revirou os olhos, brincando com as pérolas do colar curto --- usava sempre um daqueles para que compradores em potencial a identificassem --- ao passo em que folheava o livro, tentando encontrar alguma passagem que explicasse que diabos estava falando. Certo, ela destruíra toda a história de A Divina Sonolência, mas qualquer coisa poderia dizer que estava se confundindo. “É algo nesse estilo, te juro. Ainda ‘tô no início.” 
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