Tumgik
yesreywarrior-blog · 6 years
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The Last Jedi - Minhas impressões sobre o filme
Devido ao fato do amigo que me acompanhou ter estado “enrolado” com o trabalho e os estudos na semana da estreia de “The Last Jedi” na telona, só fui assistir ao filme na semana seguinte. Durante o período que foi da estreia até o dia em que finalmente fomos ao cinema, vi na internet muita gente esbanjando todo o seu hate contra o filme (The dark side likes this haha) e eu ficava tipo: “será que eu vou me decepcionar também?”, “qual será o motivo de tanta revolta?”. Pois bem, não havia outro jeito de saber se não constatando isso por mim mesma, mas para a minha surpresa e também a do meu amigo, nós saímos do cinema felizes e satisfeitos, embora, eu tenha enxergado de início que o filme tem sim problemas, mas nada suficiente para fazer com que eu queira descartá-lo.
Agora, vou parar de enrolação e ir ao que interessa:
A origem de Rey
Eu sou daquelas que, após ter assistido The Force Awakens, super torciam pra Rey ser filha do Luke, e mais, já tinham plena certeza de que isso seria um fato. Pois bem, eu continuo achando que Kylo Ren pode ter blefado, mas a ideia dela ser filha de sucateiros que a trocaram por bebida em um planetinha remoto me parece brilhante. A força, dentro daquela mitologia, pode escolher quem ela quiser para se manifestar, sem que haja necessidade alguma de nobreza na linhagem, na raça ou na origem do sensitivo, e isso é lindo. A jovem de Jakku busca respostas no seu passado, mas precisa se dar conta de que a força está dentro dela independente do que tenha acontecido ou de quem a tenha concebido. Isso cabe muito bem no universo da saga.
O conflito de Kylo
Nunca houve nenhum personagem do lado negro (Vader passa perto quando demonstra conflito e alcança a redenção) que tenha me despertado tanto interesse como Kylo Ren. Muita gente não entende a complexidade que o envolve; espera um novo “Darth Vader” numa versão mais cruel e sem conflito, um simples assassino de máscara. Eu realmente acho que essas pessoas precisam compreender melhor a mística da saga, porque vejo muitos comentários de quem diz que isso é relativizar o bem e o mal, mas só consigo enxergar como o contrário disso. Quando todos os vilões de uma determinada estória são irreversivelmente e completamente maus, dá a entender que o mal é tão poderoso que uma vez que se apossa de uma pessoa, ele já venceu, e o bem era algo tão fraquinho e insignificante, que fora aniquilado numa tacada só; agora, a partir do momento em que existem vilões em conflito, sentindo, no caso do Kylo, a “tentação da luz” e cedendo à mesma no momento em que decide não matar a mãe, em uma cena de encharcar os olhos de tão linda, é quando é muito mais fácil, ao menos pra mim, enxergar que há ali um trabalho que trata o bem como um princípio absoluto e o mal como uma mera ausência do mesmo, ainda que não haja essa intenção por parte do autor da obra; porque ali se vê que mesmo que o mal tenha dominado e destruído aquele ser, o bem ainda está ali querendo se sobressair, porque ele é o que é no sentido mais puro da palavra, é o que pode restituir aquele ser, lhe infundir novamente a vida de fato; e aqui entram os arcos de redenção, como aconteceu com Vader, que nos 45 do segundo tempo, se reergue como Anakin pra salvar seu filho, e torço muito para que aconteça algo parecido com Ben Solo. Inclusive, farei algumas postagens pra tratar especialmente desses assuntos. 
A desconfiança de Luke
Eu não posso dizer que não me decepcionei com isso. O jovem Luke marcou minha vida como o maior exemplo de herói fictício que eu já havia conhecido. Um cara que quase deu a vida pra salvar seu pai das trevas sem que ninguém mais acreditasse que isso fosse possível, ser o mesmo que quis matar um sobrinho -e filho de seu melhor amigo- desarmado enquanto dormia é algo meio indigesto, mas é preciso “muita calma nessa hora” pra tentar entender o que realmente aconteceu e porque aconteceu. Luke sentiu-se muito frustrado quando percebeu que anos de treinamento e todas as lições sobre os perigos do lado sombrio, após sua irmã ter confiado a salvação da alma de seu filho a ele ao lhe entregar, tinham sido em vão e as trevas não paravam de crescer no coração do jovem Ben. Isso lhe causou um desgosto tão profundo que, num momento de impulso, ele pensou em acabar de vez com aquilo tudo, mas logo se arrependeu, embora já fosse tarde demais. Luke também teve seus momentos de impulso em ROTJ e ninguém reclamou. Precisamos aceitar que ele não é imaculado como a Virgem Maria e sempre esteve sim destinado a falhar e aprender com suas falhas. A “lenda” que tanto a Rey como nós estávamos procurando decepcionou a todos, mas cumpriu com seu papel de herói antes de se unir à força, e ainda terá certamente outros papéis a cumprir como force ghost. Saibamos valorizar as quedas dos personagens como algo necessário à estória, para valorizar ainda mais os seus reerguimentos e aprendizados.
Para finalizar, eu disse no início do texto que enxerguei alguns problemas no filme, pois bem: achei desnecessário o Kylo Ren sem camisa, querer expressar que há contato visual entre ele e a Rey é legal, mas não precisava apelar daquele jeito; achei muita forçação ideológica aquele lance do cassino onde libertaram os animais mas nem tchum pras crianças escravas e também enxerguei uma nuance um tanto relativista na descrição da força, abrindo brechas pra interpretações de que o bem e o mal seriam igualmente importantes e não deveriam mais duelar, enquanto a saga sempre mostrou que a luz é soberana e deve combater o mal, fora o fato da mesma saga se basear na clássica Jornada do Herói onde bem e mal são opostos que estão em constante conflito. Mas felizmente, essas coisas não foram tão escandalosas ao ponto de estragar o enredo. 
Que a força esteja com vocês!
Até a próxima!
#starwars #thelastjedi #sequencia #disney
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