Tumgik
#é só ir lá reiniciar o serviço e já era
vilevampire · 11 months
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"reinicie o computador pra finalizar corretamente a instalação/atualização/etc." VAI TOMA NO CU, E SE EU NÃO QUISER HEIN? VAI FAZE O QUE VAI ME OBRIGA? palhaçada
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sci-fui · 2 years
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Capítulo I - Espirideiros
Talvez, sete horas fossem tempo suficiente para resolver tudo. Estava muito claro para Mariza que até consertar todas as células de controle de temperatura da nave, seu expediente estaria quase no fim.
Hoje, em especial, conseguiram designar para ela o pior trabalho de todos. Abrir a caixa de conectores, decodificar e desacionar todos os protocolos de segurança seria a parte mais trabalhosa, porém menos entediante. Depois era só reiniciar todos os sistemas e esperar. E esperar … Esperar por um bom tempo.
Ela apenas torcia para não ter que acrescentar à lista ter que aguentar as mensagens incessantes de seu superior, isso atrasaria seu trabalho por mais umas três horas no mínimo. Quando o Comandante Salaman acordava nos dias ruins, ele ficava incessantemente no pé dela para que o manual de reparos nas naves Terminus modelo XT67 fosse seguido até as últimas vírgula, 37 apêndices e 99 anexos.
Ao abrir a caixa foi impossível evitar um palavrão:
- Que Verme de Sigma Centauri acasalado - disse enquanto dava um tapão na caixa - Guardianos tem mais que se foder mesmo.
Uma maçaroca de fios expostos, tentativas de conexão bem porcas, ocupava a caixa. Tripas de espirideiros, uma espécie que habitava um planeta rochoso do quadrante A78 da galáxia Beta Gama e que possuíam o sistema digestivo mais longo da galáxia inserido em corpo com 15 cm de comprimento, com certeza eram bem mais organizadas do que isso. Nem se Mariza quisesse, seria possível seguir o manual nessa situação.
Bom, no momento em que “aceitou” arrumar essa nave ela devia ter aceitado que isso aconteceria. Guardianos eram famosos quadrantes galácticos afora pelos seus modos arcaicos. Um planeta extremamente rico em Fiuordinum, mas que não desenvolvia nenhuma tecnologia própria mais refinada do que biscoitos de blotkim. Pior que esses biscoitos eram gostosos, ela tinha que admitir. Bom, no final, os caras não sabiam mexer em nada mais avançado que um triturador de blotkim. Quem podia culpá-los?!
Talvez a melhor alternativa seja cortar todos os fios e depois reconectar tudo novamente ou então comprar uma nova caixa. Porém, para ir até o distrito de compras de Valorjal levaria um bom tempo. Se locomover desde o nível de oficinas inferior, onde ela estava agora, para lá era quase impossível agora. E, quando conseguisse voltar o dia já estaria quase terminado e o terminal onde ela precisa entrar provavelmente estaria fechado. Simplesmente não compensa toda a dor de cabeça que ela teria para conseguir uma autorização para entrar lá fora do horário. Para ajudar ainda, o crédito mensal para entregas da Companhia de Concertos LadiGorag tinha sido completamente gasto pelo seu colega Ujub na semana passada.
Droga, pensou ela, é bom já começar a pegar o alicate e dar um fim nessa bagunça.
Antes que pudesse cortar o primeiro fio, seu implante de comunicação emitiu uma notificação e em sua visão apareceu o “Comandante do Inferno”.
- Na escuta - respondeu.
- Senhorita Silvayx, me reporte a situação da nave Terminus dos Guardianos para qual foi designada, vejo no sistema de controle que acabou de chegar ao local e já deve ter seu diagnóstico finalizado.
- Então Comandante, está como a maioria das naves deles chegam até nós. A situação da caixa de controle vai levar umas boas horas para reparar e não adianta colocar os consertabots para esse serviço. Sabe como é, temos um verdadeiro nó guardiano aqui.
- Muito bem, vejo que no meu painel de localização que você está bem no local certo da nave. Só siga o manual que você termina daqui a três horas. Depois, quero que você me acompanhe até Nyxte como na semana passada.
- Não sei se três horas vai dar não, hein - Pelos infernos, ela preferia voltar a dividir seu alojamento com digianos eternamente do que voltar a por os pés novamente naquele lugar. Noção e Salaman não combinam mesmo, o ódio subiu-lhe a face e teve que se esforçar em dobro para manter a voz subalterna - Porque não chama o Viltem, o menino novo de Shaul, para te ajudar dessa vez?
- Nhac, Nhac - Aquela mastigação irritante arranhou seus tímpanos. Aquele velho desgraça e viciado em larvas de viol fritas, pensou - Affe, não sei ele aguenta o tranco mas pelo menos vou me divertir. Haha, imagina aquele molengão tentando retirar as engrenagens de oito meia.
- Vai que ele te surpreende -- Viltem vai se ferrar, ria internamente Mariza. Bem feito para ele. Quem não mandou ele não ter pago a conta do bar semana passada e deixado para ele que nem uma otária. Sirva-lhe de lição, moleque.
- Tenho que ir verificar o serviço das outras unidades. Tive que mandar treze pessoas só para arrumar mais uma cagado dos arstinkianos - falou o comandante Salaman com a respiração ofegante de trobagista - Então garota, não vou precisar de mais relatórios de você hoje. Mas, não se esqueça que nossos localizadores vão me mostrar qualquer desvio do manual ou gambiarra que você fizer. Somos a consertadora alternativa líder de Vianum não por acaso. Câmbio desligo.
- Um bom dia para você também, desgraçado - Falou consigo mesma, depois que a notificação “Encerrado” apareceu em sua visão.
A solução era ir para a gambiarra forte agora. Ela tinha descoberto como burlar o sistema de controle logo em seu terceiro dia na companhia. O bom e velho Senhor Osmium tinha ensinado a ela direitinho como usar o gerador de campos negativos que ele mesmo tinha desenvolvido. No final, ele deu um de presente para ela por uma ajuda. Ao longo dos anos, ela foi aos poucos absorvendo o conhecimento de seu querido e rabugento amigo até conseguir montar um do zero e revender para os colegas.
Na verdade, foram quatro horas para cortar todos os fios que estavam na caixa. Depois, mais duas horas trabalhando para juntar e conectar cada fio corretamente. O Manual que se dane, pensava ela, se fosse segui-lo, levaria mais três horas. Os idiotas que escreveram e desenvolveram essa joça nunca pensaram que se ligassem as saídas que controlam o ar diretamente, contariam tempo e aumentariam em três vezes a eficiência do sistema. Com todos os sistemas sendo reiniciados, ela conseguiu, enfim, voltar para seu joguinho e colher suas mangolins.
A colheita de mangolins foi maravilhosa, a melhor até agora, e Mariza até conseguiu liberar uma nova condecoração pela sua 89ª festa da colheita, quando ela percebeu que os sistemas voltaram a funcionar. Era tempo de finalmente encerrar seu dia. Ela fechou todas as travas da caixa e recolheu todas as suas ferramentas para sua maleta.
Estava andando pelos corredores da nave, em direção à ponte de embarque, quando um som estranho a parou. Parecia um bebê chorando, mas ao mesmo tempo lembrava-a do som de fios desencapados em curto circuito. Estranho, pensou ela. Seria um novo problema na nave, indagou ela. Mariza não queria voltar tão cedo a esse setor, só a viagem demorava 3 horas.
Sem titubear, Mariza virou para esquerda e dirigiu à porta que dava acesso ao lugar de onde vinha o som e acionou o dispositivo de abertura. Na primeira tentativa apareceu para ela um aviso de bloqueio. Mas aquilo não era nada para ela. Apenas ativou o prompt. Após isso, digitou o comando que ela sabia que sempre funcionava nas naves com sistema operacional Terminoid. Imediatamente, o aviso “liberado” apareceu e a porta se abriu.
Era um compartimento médico. Armários e prateleiras dominavam as extremidades do ambiente e uma maca com vários componentes se fixava no centro. Ao adentrar a sala, foi impossível não notar uma mesa auxiliar ao lado da maca, com instrumentação cirúrgica preparada. Mas nada daquilo havia sido utilizado, algo deve tê-los interrompido. O mais estranho era que, em todos os seus anos vividos, ela nunca tinha ouvido falar que guardianos realizavam cirurgias. Comumente, jovens estudantes de medicina interespécies da estação eram recrutados para trabalhar no planeta deles, dado a ausência de escolas daquele tipo na terra natal dos guardianos, Blotnarium.
Ao dar mais um passo, no entanto, Mariza sentiu que pisou em algo escorregadio e quase foi ao chão. Assim que recuperou o equilíbrio, ela abaixou o olhar e viu que acabara de pisar em uma poça gosmenta de cor púrpura.
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