Amor verdadeiro não é a ausência do desejo, mas a escolha da renúncia. Uma ação diária que exige disciplina, alinhamento de vida e a revogação do egoísmo. É difícil, mas não impossível.
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verbofágicos
Por que minha escrita tem pesos?
pois todo público janta o trágico
E só me mostrando aos avessos
que tiro suspiros como um mágico
O público precisa sempre lembrar
Que sua tragédia poderia ser pior
para no final com alivio suspirar
e deleitar-se com o seu melhor
Como canibal devoram dor alheia
O Seu alimento é como morfina
Do amanhecer até a hora da ceia
Para a queima de sua parafina
Mas você e a morfina em decomposição
Enquanto tira fotos do corpo no chão
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Sala escura, vazia e úmida
Estamos em uma sala escura. A sala é tão grande, que não sabemos o que é nosso som e o que é o eco dele. Está frio e o ar está pesado, pesado como nosso peito que tanto sente, e frio como todos os traumas que fizeram amizade com as nossas mentes e agora andam a mãos atadas para onde quer que ela vá. O sentimento que eu tenho você sabe, não por você bem me conhecer, mas por você ser o meu eco, ou eu ser eco seu, já nem sei. Você me conhece porque você vive ou acha que viveu cada nó que faz looping na linha da minha vida. E é nesse simulacro que entendo; Estou sozinho, sozinho, pois nem eu mesmo faço companhia para mim, e essa sala? Essa sala sou eu, sentado, deitado, sentindo gota por gota o peso de toda emoção colocada no mundo e, ao mesmo tempo, não sentindo gosto de emoção alguma. Você é a única pessoa que me faz companhia, mas você sou eu, e eu não sou ninguém.
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A maldição dos garotos
Pequena morte, renasço.
Porém, toda vez pior
nesse vicio meticuloso
Cada vez melhor
Luto contra a correnteza
E o mundo luta contra mim
logo eu com minha fraqueza
que ao mundo com ela vim
Na verdade não vim
essa maldição horrível
O mundo presenteou a mim
em uma luta exaurível
essa prosa traço
Somente para nós.
que lutamos para chegar após
E morremos sempre a sós.
A todos os garotos que viraram homens viciados com as suas lutas diárias e solitárias consigo mesmo.
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Adeus
A essa prosa, todo meu adeus
Dedico essa minha prosa
A toda despedida não dada
A todas as perdidas rosas
Que morreram em mim caladas
Dedico o pequeno verso
Para meu esquecido adeus
Talvez inviavel e imereso
Das lagrimas pelos meus
Dedico o profundo sentir
Para ti, eu não o esqueci
Eu só aos poucos pereci
nesse meu eterno existir
Dedico esta minha poesia
para ti lembrar de mim
E saber que em harmonia
por ti, meu peito faz motim
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Tudo que sou é covardia
Todo pequeno átomo que constrói minha mente, toda pequena célula que me mantém vivo, toda sinapse que me comunica com o todo e todo bloco que constrói meus pensamentos mais complexos. Toda essa obra da natureza para essa amarga decepção. Todo gasto de energia atoa, para uma única constatação. Covarde. Sou feito de natureza, mas tudo que habita em mim é covardia indigna dessa fonte. Sou covarde por ser covarde a admitir a peito aberto que é de covardia que sou feito. Sou covardia por toda a vez que neguei esmola a um faminto. Sou covardia por toda vez que fingi que não vi o mal, ou que talvez fui o mal que fingi não ver. Sou covardia não pelos atos, mas pelo ato de não haver ato algum, por ser omisso e cúmplice da brutalidade de maldade que embebe esse mundo. Sou covarde pelo meu peso ao levantar, sabendo que famintos tem vidas mais pesadas e levantes mais leves que os meus, contudo, sou eu que tenho que acordar com esse peso sob os meus ombros por um simples motivo: Sou covardia, covarde como um tirano, covarde.
roubo a verdade como uma ladrão, estupro de preocupações a quem amo, Sujo minhas mãos ao ser cumplice de assassinos, pelos meus vícios mais banais. Então, pelo veredito, frente a essas confissões, sou condenado, eterno condenado. Roubo, mato, estupro e torturo. Sou a corja da humanidade, a pior corja. O lixo que juro para si que é algo além de lixo, que, na verdade, é só um ouro bruto que precisa de polimento, convencendo a si de que isso, como uma alquimia, o fará ouro. Porém, é lixo como sempre foi e como sempre será, assim como toda psique está fadada, fatalmente, a ser.
Olhe em volta, você está cercado por ratos, você é o rato, você é feito do mesmo lixo que eu, e estamos, sempre, a 3 pratos da barbárie. Um rasgar no véu que sustenta a sociedade e toda a nossa covardia levanta e berra por mais brutalidade. A brutalidade cotidiana que encontramos, todo santo dia, na nossa própria esquina d’alma.
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Pequeno ensaio sobre o amor
O amor é uma pequena chama de admiração que se esfria a cada grande decepção. Muitos poetas aclamam, falam do fervor e da grandeza dessa chama, porém isso é só romantismo puro e cego. O amor, este pequeno, frágil e muito subestimado, este sim é o verdadeiro. Muitos falam da sua falsa grandeza, mas poucos notam o tamanho de sua força. Só é através desse amor que um pai sente por uma filha, que este se faz capaz de jogar a própria vida na frente de um caminhão para protege-la. Só é o amor que a mãe tem pelo seu bebe, que faz ela aguentar varadas noites entre o trabalho e a criação. Só é o amor que um jovem sente por sua namorada, que faz ele atravessar São Paulo inteira só para fazer bem ao seu bem mais precioso, ao seu amor. Porém, pouco se fala nesse amor, não é interessante. Esse amor que é calmo como uma represa, firme como concreto e tedioso como o crescimento do gramado, mas, ainda assim, poderoso como um trovão. Este é o mais precioso e o mais valioso amor, tome conta do teu, pois ele é frágil, precisa, a todo momento, da lenha da admiração, da gasolina da boa vontade e da proteção da diligência, pois sem isso tudo, grandes decepções apagarão, a pingos, o seu amor.
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Notícia nossa de cada dia
Se tem nomes, tem alma
Se tens nome, só corpo
Se tem nomes sem alma
adiciono mais um; Famoso
Mas do que adianta nomes, se está morto?
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A vida - e morte - de cada ciclo
Estou em um fundo oceano. Estou bem aqui, no fundo, olhando para cima e vendo o sol chicoteando a água com a sua luz, vejo os barcos, os peixes e toda a vida que está a cima de mim. Porém, mesmo com toda vida em minha frente, mesmo assim, tudo permanece angustiantemente quieto, até mesmo eu. Este é todo o peso que eu sinto, o peso dos barcos, dos peixes, do oceano. Sinto esse peso em meu peito e todo dia eu revisito esse mesmo lugar; o fundo do oceano, o meu fundo. As vezes, olhando para essa mesma paisagem que se encontra em meu peito, eu vejo angustia e sinto que estou morrendo, todo dia, a conta gotas. Por outras vezes, nessa mesma paisagem eu vejo o belo, sinto uma completa gratidão por poder contemplar esse lugar, por estar aqui. Assim oscilo entre picos e vales, mortes e renascimentos, oscilando sempre entre o derradeiro esquecimento e o verdadeiro nirvana. Estes últimos dias, confesso, estou apenas morrendo, e não há muito o que se fazer sobre isso, pois, está cada dia mais fadigado, o músculo que uso para me levantar. Resta-me apenas esperar o fechamento do ciclo para, mais um vez, reviver aquele que morreu. E de novo, de novo e de novo, até o fim.
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angustiada, pesada e confusa
é fatalmente inspirar sem expirar
É dolorosomente estufar sem esvaziar
É vagarosamente forçar a rir e falhar
é tristemente tentar falar e si calar
Não a estímulo que tire esse peso
não a destino que mude esse dia
no peso estou eternamente preso
num dia eterno de fatal monotonia
Contudo, o pássaro não deixa de voar
nem mesmo os carros de passar pararão
dói saber que eu junto poderia cantar
mas hoje não, pois sucumbi a pressão
Por que recaiu sobre as mesmas costas
de quem se propos a carregar o mundo?
Pois isso fizestes a ti mesmo, pobre morimbundo
-Rafael Sandes (@rafasandess)
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A todas as estrelas que eu lembrar
500 janelas se acendem ao anoitecer
cada qual com a tua melodia a tocar
e numa delas jaz um corpo a merecer
todas as estrelas que no céu fincar
é dia, não agora, mas distantemente
onde a memória para mente não mente
pessoas a cantar, dançar e festejar
e ali está você no dia a me encarar
Com teus olhos cor de fogo ardente
Surrupiando algo aqui não mais meu
e bailando aquelas emoções quentes
que acabei de esquecer quem sou eu
Aquele anjo provocou uma paralisia
nunca teria eu visto algo tão belo
uma escultura renascentista vivida
abençoado é quem a mantem por perto
Mas travessa que é, ninguem o faz
corre para lá e para cá sem parar
um beliscão ali ou um tapa acolá
aquele demoninho me fez apaixonar
A alma de criança ainda era terna
E a inocencia da mocidade lá está
me puxou para sua diversão eterna
fez-me travesso assim como era ela
Lembro-me do teu aroma amadeirado
do calor das tuas delicadas mãos
da genuina alegria da sua feição
Mas como tudo, a festa se acabou
saimos a força com ambos flechados
ouço teus prantos em que me afogou
ouço ainda a dor, que senti calado
Quanto momento tem um pequeno abraço
Não vi mais seu aroma amadeirado
não senti os olhos de fogo ardente
Nem tão pouco a sua mão tão quente
quem dirá a feição que era admirado
Murchei-me
Rasguei-me
Gritei
Adoeci
Pobre criança
Pobre criança apaixonada
Mas cresci
sem esquecer um dia de minha mulher
roubou-me
Agora ei de mim roubar de volta ela
Contudo, me enviaram de ti noticias
parece que chamei-a tanto de anjo
que decidiu voar com tuas malicias
travessuras e tudo de teu arranjo
De fato creio que você conseguiu
era anjo, pois eu não mais te vi
Livre foi passarinhar o bem-te-vi
Com pureza que nunca ninguem viu
descanso tranquilo, estás em paz
irritando as estrelas onde tu jaz
se com coração focar, eu lhe ouço
ouço tuas travessuras como um sopro
eu viro criança e deixo o meu moço
lá estamos nós a bailar emoções quentes
de novo
"o essencial é invisivel aos olhos"
-Rafael Sandes (@rafasandess)
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Como diria Schopenhauer
A verdade é que não há motivos para continuar.
Nem para parar.
Isto é apenas como um impulso, uma sinapse inesperada que, quando se vê, já veio, me furtou os sentidos, as palavras e já partiu para algum lugar dentro dos milhares que um dia poderia estar.
Quando já se viu, dobrou a realidade e o tempo, transformou a hora em minuto e sedou minh'alma entorpecendo minha mente.
É como um hospede que as vezes chega, por vezes bom, por outras não tão bem.
Contudo sempre ali, esperando a espreita pela mais vil matéria prima do roteineiro dia a dia, um suspiro de vida ou um abafo de morte, igualmente a um predador fitando sua presa a espera do bote.
É como intuição, como pulso que antes mesmo do pulso se faz ser.
É algo dentre as maravilhas de um ser.
Impossivelmente seria explicar dentre as vagas palavras que possuo, essa ideia que me rodeia e me possui.
No entanto me resta tentar te descrever algo, para que eu não seja o único a não compreender o que está descrito dentre as entrelinhas do universo que somos.
Porém, tenho a derradeira esperança que, se não entendido, possa ao menos ser sentido.
então sinta e apenas me diga:
por que não fenecer nesse encanto canto do nosso ser?
-Rafael Sandes (@rafasandess)
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1.
assim, então
te ofereço um coração fragmentado
cheio de esperanças perdidas
e lacunas inomináveis
ciente da figura pisoteada que sou
impossivelmente exausto
sigo em uma rota cercada por espinhos
e malfeitores
deixando um rastro das partes que fui
no caminho
mas tento sempre manter
em algum lugar
alguma pureza sublime
que carrega o seu nome
uma pureza que nem mesmo eu
poderia conceber
protegida dos males do mundo
como corpo celeste
que se aninha entre constelações
e dorme tranquilo
até o sol chegar
- J
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