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lotuswasches · 2 years
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❛ what are you so afraid of? ❜ + @narcisacromwell
❛❛ —- Medo? ❜❜ Lotus riu, ainda se recusando a olhar para Narcisa. ❛❛ —- Eu não tenho medo de nada. ❜❜ anunciou, como uma criança, enquanto cruzava os braços na altura do peito -- não que ele estivesse se abraçando ou algo do tipo, não, só queria demonstrar que estava convicto do que dizia. Ainda assim, conseguia sentir o olhar de preocupação da mulher que costumava ser tão frígida com tantas outras pessoas; talvez, por serem amigos tão íntimos (e que colocasse íntimo nisso), ela conseguisse o decifrar melhor do que até ele mesmo. Era quatro da manhã e estavam no sobrado de Lotus, sentados sobre a cama do cartomante depois de mais uma noite de muita bebida, muitos beijos e muitas mãos passeando por lugares que não deviam. Não deveriam apenas por Narcisa ser casada e ter todo um relacionamento secreto com outro ex-noivo, não; era porque o corpo de Lotus estava carregando hematomas demais, visíveis demais. Pelas costelas, pelas costas, nos braços. Ele também tinha um olho roxo que admitiu ser de uma briga, mas não justificava todo o resto a não ser que tivesse sido espancado. Ele fingia que não doía, mas a cada vez que Narcisa se inclinava sobre ele, arrancava um suspiro de dor, e não de prazer. Bastou que abrisse a camiseta para que ela percebesse as marcas e ficasse legitimamente preocupada, o enchendo de perguntas sobre como aquilo havia acontecido, estragando o clima da noite. Lotus deu um milhão de desculpas que nunca se encaixavam bem umas com as outras: havia caído, na verdade havia caído no meio de uma briga com um colega de infância, na verdade havia caído e sofrido um acidente-- a coisa foi longe o suficiente para que Narcisa percebesse que ele não admitiria o que diabos havia acontecido nem sob um enorme interrogatório. Mas Lotus não queria dizer que precisava de ajuda, que estava ele mesmo preso em vícios demais, tentativas desesperadas de ter uma grama a mais da realidade que era Wonderland, agora destruída. Não queria fraquejar e dizer que qualquer coisa valia, ainda que destruísse com o corpo humano frágil que tanto odiava -- qualquer coisa, desde que o tirasse do marasmo do cotidiano de Storybrooke que o matava por dentro. Qualquer coisa, desde maconha e álcool até ativamente estar sendo torturado e não achar tão ruim assim. Foi então que, no meio de todas as desculpas, Narcisa percebeu que havia algo ali: medo. Medo de Lotus admitir não só o que verdadeiramente havia acontecido para resultar naqueles hematomas, mas sim que estava trilhando um caminho irreversível, do qual não iria conseguir se recuperar. Medo de encarar a verdadeira realidade e agir contra ela ao invés de tentar só passar um dia de cada vez com uma droga nova para escapar da rotina. Medo de dizer não, e que a atenção que ganhava do médico no porão se encerrasse para sempre e ele ficasse sozinho. Ela não sabia dos detalhes, claro, mas ao ter o cartomante a afirmado que ele não sentia medo algum, ela soube. Se aproximou do mais velho, e o tomou em um abraço carinhoso, o que o surpreendeu. Sequer sabia como reagir, piorando seus sensos enquanto ela perdurava o toque amigável. Sentiu o lábio inferior tremer pela emoção de ter alguém em seu momento desesperador que nem conseguia admitir para si mesmo que estava tendo, e a abraçou de volta nem conseguindo compreender o tanto que precisava daquilo. Não das drogas, do álcool, da tortura. Precisava de uma amiga, para variar.
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lotuswasches · 2 years
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narcisa
Além de Zoey, Lotus havia virado um dos poucos amigos que ela possuía e poderia contar sobre os problemas sem o julgamento exagerado. E mesmo que gostasse de manter sua face de mulher inabalável que estava em um casamento perfeito, sua vida estava bem distante de tudo aquilo, estava mais para um inferno pessoal. Por isso quando recebeu o copo, o bebeu em um gole só, precisava daquilo. Ainda que não soubesse se não estar sóbria acabaria bem para ela de toda forma, era bem provável que bêbada seus problemas fossem apenas aumentar.  ❝Eu não sei se é melhor contar a história toda ou só ir direto ao ponto… Mas acho que eu com certeza deveria ter trazido mais bebida.❞ Foi a conclusão que chegou ao pegar a garrafa para servir o próprio copo mais uma vez, dessa vez bebendo a bebida em pequenos goles. ❝Você sabe que a minha situação com Hector ficou péssima depois que… Bem, depois que eu me casei com Sheol. Porém, recentemente nos encontramos de novo e acabamos dormindo juntos… E estaria tudo bem se fosse só isso, mas agora ele parece sempre me mandar mensagens quando sabe que eu estou com Sheol, quase como se tivesse um alarme que apitasse na cabeça dele! Eu sinceramente não faço ideia de como lidar com isso, uma hora ele me odeia e me manda ficar longe, aí agora fica atrás de mim e dizendo aquelas coisas…O que eu faço, Lotus?❞
Quando Narcisa apontou sobre precisarem de mais bebida, Lotus deu alguns tapinhas carinhosos no ombro da amiga. ❛❛ —- Pode ficar de boa nisso. ❜❜ a garantiu; oras, ele não era considerado um viciado à toa! Só não seria bebida da qualidade estupenda daquele vinho, é claro; Lotus mal tinha dinheiro para pagar suas contas direito, e incluía as drogas como parte de seu consumo básico. Reclinou-se contra o próprio sofá, tomando do vinho caro da morena enquanto ela desatava a atualizá-lo sobre a situação de seus relacionamentos falhos. Enquanto tratava de se embriagar logo com o bom álcool trazido por Narcisa, franzia o cenho e assentia com a cabeça, como o verdadeiro especialista romântico que era. ❛❛ —- Bem, você já pensou em desligar o celular ou deixar ele longe enquanto está com seu marido? ❜❜ zero comentários sobre a moralidade da mulher ter admitido adultério, claro. Amigos apoiando amigos, era aquilo que teriam (além da bússola moral de Lotus já ter se perdido há muitos e muitos anos atrás). ❛❛ —- Porque pra mim parece que cê não tá conseguindo, sabe, ficar longe dele. Tem certeza que não gosta nem um pouquinho quando ele te manda essas mensagens justo quando tá com seu casado? Do perigo, da emoção? ❜❜ a lançou um olhar sugestivo, esperando pela reação quando bebia outro grande gole de vinho. ❛❛ —- Por mim o que tá precisando resolver aí é o porquê ele tá fazendo esse joguinho irritante contigo. Não dá pra vocês só transarem e jogarem uns flertes de vez em quando? ❜❜
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lotuswasches · 2 years
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damien
❝Sim, eu.❞ Apesar do tom de voz neutro, o olhar não demonstrava muito além de desgosto pela espécie de Lotus, a maneira deplorável de como vivia, se portava. Sabia bem que estava longe de ser o tipo idiota de pessoa que ele esperava que entrasse no local, os tolos que se deixavam enganar pelas palavras que saiam da boca do Lux, algo que o Donadieu jamais passaria por.   ❝Ao contrário de você, tenho preocupação para com outrem. Ainda que pareça, seu estado é de extrema precariedade, e vindo de algo como você, apenas espero o pior. Sua gente não se machucaria.❞ E claro que não era preocupação genuína, mas não lhe custava nada fingir em palavras bonitas, era mais uma desconfiança, se perguntando que tipo de bruxaria satânica ele usava, sempre focado em acabar com as artimanhas contra deus. Por vezes se questionava como poderiam existir tantos seres vis e mal intencionados em uma só cidade, mas Frollo apenas aceitava que tudo aquilo era sua provação divina para que no fim da jornada conseguisse obter aquilo que lhe era de direito.   ❝Estou ótimo, ainda que estaria melhor se não fosse tão difícil fazer as pessoas aceitarem o caminho de Deus. Estou te dando uma chance, Lotus. Não irá ter uma segunda e o mesmo serve para esse local pútrido.❞ 
Lotus nunca compreenderia o conceito de Damien sair de seu caminho e gastar ativamente tanta energia para convencê-lo sobre os caminhos de Deus. Mesmo que ele lhe dissesse com tamanho (falso) sentimento que tinha “preocupação para com outrem” e que seu “estado era de extrema precariedade”, parecia que ele havia tomado como missão pessoal consertar uma pessoa que não queria ser consertada. Sua presença o incomodava tanto assim? Ah, era principalmente naqueles momentos que sentia tanta falta de Wonderland; quando as pessoas se incomodavam consigo ou sentiam medo de serem incomodadas pelo gato de Cheshire, elas simplesmente o evitavam. Mas nãããããoooo. Aparentemente teria de lidar com um padre maluco em Storybrooke também, como se já não estivesse com problemas o suficiente (como o fato de uma semana inteirinha ter desaparecido de sua mente). ❛❛ —- Ahaaaaam. ❜❜ ergueu uma sobrancelha para Damien em resposta à tamanha “piedade” e “compaixão” que ele demonstrava por sua alma profana. ❛❛ —- Olha, bom demais de ter por aqui, cara. Bom mesmo! Serião. Obrigado pela oportunidade de salvação, mas eu acho que eu vou passar. Tenho, tipo, uns cinco mapas astrais pra fazer e entregar ainda hoje. Então, se não quiser uma leitura de tarot, eu ia sugerir pra... ❜❜ ele ia completar a frase com “dar o fora daqui”, mas a sugestão que havia dado era muito mais interessante (e ajudaria a pagar as contas). ❛❛ —- Ei! É isso! Por que não fica aqui pra ter uma leitura das cartas, hm? Vai se surpreender com a arte profana. Vai lá, eu já tô condenado mesmo, que que custa? ❜❜
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lotuswasches · 2 years
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anthony
Anthony estava de mau humor naquela noite. Sem um coração, todas as suas emoções ficavam bagunçadas demais até pra ele controlar, fazendo-o sentir tudo mais exagerado do que o considerado normal. Na delegacia era mais fácil de lidar com isso quando podia se focar em seu trabalho. Estava ouvindo o relato de uma senhora que dizia que alguém pegou sua bolsa e saiu correndo, quando de repente um rapaz mais jovem adentrou a delegacia, passando a frente de todo mundo. Ótimo, agora teria que lidar com um daqueles apressadinhos. “Ok… olha, a Dona Lourdes também veio fazer uma denúncia, você poderia pelo menos esperar ela preencher a papelada?” Ele tentou falar calmo, mas sua voz ainda era firme. Sua cabeça começou a latejar com uma pontada de dor e Anthony só conseguiu pensar em como ele queria um café agora — não que isso fosse melhorar sua enxaqueca, mas o vício na bebida quente já fazia seu corpo pender para essa solução para todos os seus problemas. Suspirou, imaginando que talvez aquele caso pudesse ser mais sério do que imaginava pelo jeito pálido que o garoto se encontrava, então gesticulou para outro policial, deixando-o tomar seu lugar ao atender a senhora. Foi um pouco mais pro lado, acendendo a luminária da mesa vizinha enquanto colocava a ficha ali em cima e se sentava na cadeira, apontando para a outra do lado aposto, convidando o rapaz para se sentar também. A paz estava finalmente reinando na mente de Anthony. Ele podia fazer isso… Até escutar o que ele tinha a dizer. “Você acha?” Tudo bem, calma, Anthony, algumas pessoas esqueciam de situações traumáticas. “Garoto, eu quero te ajudar, mas você vai ter que me dar mais detalhes. Tu se lembra como era a pessoa que te assaltou e te bateu?” Perguntou, levantando uma sobrancelha em direção ao mais novo. “Olha, eu posso te oferecer os serviços do hospital se quiser. O pessoal da ala psiquiátrica pode te ajudar.” Percebeu então que deveria começar a anotar na ficha o que estava acontecendo. ‘Indivíduo está claramente perturbado’ — escreveu na primeira linha. “Qual o seu nome mesmo? Data de nascimento?”
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❛❛ —- ... Não lembro. Mas cês tão aqui pra isso, né? Pra ajudar a achar quem foi a pessoa e pá. ❜❜ indicou o distintivo visível de Anthony com o queixo. Oras, parecia ter de explicar tudo a esses policiais! Mas então, à menção da ala psiquiátrica, Lotus encolheu-se na cadeira, os olhos arregalados em puro horror. ❛❛ —- NÃO!!!! ❜❜ negou a sugestão do hospital com o tom de voz tão elevado que as pessoas do pequeno recinto viraram-se para ele com olhares preocupados e assustados (pobre dona Lourdes que havia perdido sua bolsa e agora tinha de lidar com aquele lunático). A questão era que nem mesmo Lotus conseguia imaginar o porquê havia tido aquela reação tão passional, tão cheia de medo. Pavor. Levou uma das mãos à nuca de forma instintiva, acariciando o local que não se recordava ser o ponto de início do tratamento de choque sofrido nos últimos dias. Então sorriu, sentindo um leve tique em um dos olhos. ❛❛ —- Não precisa dessas coisas! “Ala psiquiátrica”. Até parece. Eu fui assaltado e cê tá aqui vindo me tratar como um louco! ❜❜ riu, fazendo um gesto de abano com a mão livre, forçando-se a voltar à pose relaxada. Talvez sua reação tivesse vindo das histórias que Edward havia lhe contado do local -- definitivamente não era um lugar que gostaria de ir. Melhor se concentrar em responder as perguntas direitinho. ❛❛ —- Lotus Lu-- ❜❜ pausou. Sempre se esquecia que aquele não era o nome de batismo que constava nos documentos daquela cidade. Que coisinha infeliz. ❛❛ —- Espera... Eu vou lembrar. ❜❜ o primeiro nome era sempre o mais fácil -- até porque tinham pessoas que o utilizavam com uma frequência maior do que ele gostaria --, mas pelo sobrenome ter caído em desuso até por ele mesmo, teve de se esforçar um pouco mais. E datas de aniversário? Ele por acaso parecia com o Chapeleiro para se importar com aquele tipo de data agora? ❛❛ —- Breno Ubel. Quatorze... Não! Quinze. Quinze de fevereiro. ❜❜ assentiu firmemente com a cabeça, e depois parou outra vez. Não, era isso aí mesmo. Assentiu firmemente outra vez, convencido. Devia estar passando uma ótima impressão!
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lotuswasches · 2 years
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balthasar​
Quando ele pareceu estar de acordo com o que dissera tão rapidamente Frederick deveria ter previsto que ele estava prestes a fazer alguma besteira. Mas ainda assim acompanhou atentamente a movimentação de suas mãos e em seguida arqueou as sobrancelhas ao ver o dedo médio levantado em sua direção. A expressão do psiquiatra não mudou, apenas seguiu o encarando com a mesma frieza de antes. “Acha que ganhará alguma coisa por ser mau educado? Não. Apenas punições.” o chip instalado na parte de trás da cabeça dele não era apenas usado para acompanhar a atividade cerebral, mas também tinha a capacidade de acionar dor no homem quando bem entendesse. E era isso que faria quando precisasse. “Eu não me importo com os seus desejos ou suas vontades superficiais. Eu quero que faça o que eu estou mandando” Balthasar seguia inalterado, mas é claro que a insolência do homem começava a lhe irritar. Gostava de ser obedecido como queria e, ao perceber que Lotus dificultaria aquilo, não pensou duas vezes antes de se sentar na cadeira presidencial diante da mesa e do computador que mostrava a atividade cerebral do homem gato e clicou dois botões - o que disparou uma onda de dor moderada no corpo alheio, para que entendesse que as vontades dele não seriam ouvidas ali. “Não quero saber dos seus caprichos. Transforme-se, agora, homem gato” ele falou voltando os olhos na direção dos dele, encarando-os fundo através do vidro que os separava. Não ligava de ver sua cobaia agonizando. Algo em si até parecia gostar daquilo. Com o cantinho da boca levantado, em um quase sorriso, clicou os mesmos botões mais uma vez. Mais dor. Não se importaria de continuar daquela forma pelo tempo que fosse necessário. Sabia que ele acabaria cedendo. E ele saberia quando o homem estivesse chegando em seu limite, poderia parar e deixa-lo aliviar até continuar mais e mais. Precisava que ele usasse seus poderes. Queria estuda-lo. E precisava de sua colaboração “Ande, deixe-me assistir o que sabe fazer.”
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Ao ser anunciado que ganharia apenas punições por mau comportamento, Cheshire soltou um longo assovio impressionado, mas mantendo as mesmas expressões risonhas que lhe eram características de outra vida. Ele havia desafiado e enfrentado pessoas muito mais assustadoras -- genocidas que o haviam abandonado naquele porão, inclusive! --, e um rosto sério de jaleco não era força o suficiente para intimidá-lo, ah, não. ❛❛ —- “Eu quero que faça o que eu estou mandando”. ❜❜ repetiu, duas oitavas acima do normal, revirando os olhos em seguida. ❛❛ —- E eu queria sair dessa merda de caixa de vidro pra poder seguir minha vida normal no meio dessa maldição nojenta, mas a gente não tem tudo o que a gente quer. ❜❜ deu de ombros, sentando-se na ponta da maca e cruzando os braços para poder encará-lo do outro lado da cela. Ou, ao menos, foi isso o que pensou em fazer. O choque que desceu pela sua nuca e costas fez com que ele se desequilibrasse, e os músculos retesassem como se alguém estivesse os puxando por debaixo da pele. O sorriso diminuiu um pouco, as expressões mudando para um misto de incredulidade enquanto levava uma mão para o local onde acreditava que o choque havia se originado. ❛❛ —- ... O que caralhos tu fez comigo? ❜❜ falou, demonstrando que realmente não prestou atenção no monólogo explicativo de Balthasar. Deslizou o indicador e o polegar pelo local, e os dedos travaram ali quando a segunda onda de choque espalhou-se pelos músculos. A respiração de Lotus começou a ficar descompassada, demonstrando que estava em alerta; seu corpo humano já ativando os mecanismos necessários para fugir ou brigar. Ainda assim, a inconsequente mente Wonderlander não queria deixar barato. ❛❛ —- Cê acha mesmo que eu vou te obedecer com isso? ❜❜ ele deu risada, exibindo os dentes como sempre foi conhecido por fazer. Bem, aparentemente Balthasar não achava, mesmo, porque vieram mais e mais choques a cada frase engraçadinha que Lux tentou inferir. Uma coisa interessante sobre o corpo do cartomante, era que ele passou antes a vida inteira sendo um ser cuja forma corpórea era apenas aquilo: uma forma. Cheshire modificava as estruturas de si mesmo em pleno ar, misturava-se nele com facilidade. Ter carne, osso, nervos e músculos não transformáveis e que pesavam tanto no teleporte era algo novo, de fato. E quando os contaminava com as drogas, lícitas ou ilícitas, sentia-se muito bem -- mas quando os estimulava de forma negativa como aqueles choques, sentia-se mil vezes pior. Durante as próximas horas, desenrolou-se uma batalha intensa entre a obsessão de Balthasar unida às fraquezas humanas que sabia bem explorar contra a mente e a vontade de Cheshire. Ele não conseguiu notar quanto tempo exatamente havia se passado (aquele homem não dormia, não sentia cansaço ou tédio?), mas notava, sim, que os choques só faziam piorar ao invés de acostumar-se com eles. Esgotou todos os xingamentos que havia conhecido (em inglês e espanhol), esgotou todos os pedidos de negociação, as gracinhas para distraí-lo. Esgotaram-se as forças, os caminhos para lutar. Não se lembra quando finalmente quebrou, como finalmente cedeu. Mas sabia estar ajoelhado no chão, a cabeça contra o vidro, chorando. A mandíbula estava recém destravada (não conseguia se recordar em que parte dos choques os músculos do rosto haviam congelado), então arranjou forças para subir as mãos e limpar as lágrimas e a saliva que escorria pelos cantos da boca. Subiu os olhos vagarosos, trêmulos, para a figura que parecia tão imponente acima de si, arrastando o rosto pelo vidro para apoiar primeiro a bochecha, e depois o queixo. Até tentou, uma última vez, fazer um comentário sarcástico, mas mesmo com a visão embaçada conseguiu identificar o movimento dele para apertar aqueles malditos botões, e o corpo se retesou em pânico de forma institiva. ❛❛ —- P-Para. ❜❜ se ouviu pedindo quando conseguiu reunir a voz outra vez. O primeiro verbo saiu esquisito até para ele, mas um pedido de confirmação do que havia falado fez com que engolisse em seco o próprio orgulho. ❛❛ —- P-Por favor, para. Não me machuca mais. ❜❜ não aguentava mais. Era só uma transformação, não era? Fazia o tempo todo na frente de Edward, oras. Deveria estar tudo bem! Tudo bem, ele se convenceu depois de horas de tortura de choque. ❛❛ —- E-Eu faço o que quiser, valeu? E-Eu faço. Mas para. Por favor. Não. N-Não... Não. ❜❜ negou com a cabeça, a sentindo pesada, zonza, esforçando-se para mantê-la ainda virada para cima, apoiada contra o vidro. Inspirou profundamente, a respiração entrecortada pelo o que eram resquícios de soluços do choro. E então, para a alegria de Balthasar, ele o fez, ali, ao vivo, aos seus pés: Lotus transformou-se na sua forma de gato preto, ainda trêmulo por conta do tratamento de choque. Mas ainda assim, um gato, finalmente.
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lotuswasches · 2 years
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Conexões Requeridas
Todas as conexões encaixam para qualquer gênero de MUSE, e podem se encaixar com mais de uma pessoa. São apenas sugestões e inícios básicas de ideias de plots.
SORTE E AZAR: Na leitura de cartas de MUSE, Lotus errou as previsões de maneira grosseira, e isso causou muito mal a MUSE. Porém, MUSE é crédulo o suficiente para acreditar que Lotus cometeu um equívoco, e continua o procurando para refazer suas leituras de novo e de novo e de novo. Lotus evita MUSE pela cidade inteira, porque até mesmo sua criatividade tem limite. ➸ –
FÃS PATROCINADORES: Os principais trouxas… Digo, almas caridosas que se preocupam com a própria espiritualidade e estão procurando sempre mais e mais respostas com seu guia espiritual favorito, o dando mais dinheiro para poder se manter sempre saudável e em boa conexão com as estrelas. ➸ --
DETETIVE: MUSE não só não acredita em nada do que Lotus diz, mas também acha que ele está agindo de forma nociva para cima das outras pessoas. A missão de MUSE é acabar com essa palhaçada antes que ele vá longe demais. ➸ Damien Donadieu (@damiendonadieu​)
BLACKMAIL – (vice-e-versa!): Não é como se Lotus não tivesse um segredo que pode acabar com sua diversão por completo, e MUSE A sabe muito bem disso. MUSE A possui o último prego a ser batido no caixão da reputação de Lotus, e ameaça o capitão constantemente. Por outro lado… MUSE B é quem teme que Lotus espalhe seu segredo por aí. É ameaçando MUSE B que Lotus consegue um pouco de diversão (e talvez dinheiro) a mais. ➸ A: – & B: –
COMO ASSIM ERREI?: MUSE é difícil de conquistar. Mesmo que Lotus fique jogando as mais genéricas afirmações que seriam aplicáveis a todo mundo, MUSE é uma pessoa estoica que insiste em provocá-lo e dizê-lo que suas previsões estão erradas. Agora, conquistar MUSE virou não só um desafio, mas como uma questão de honra. ➸ Henry Jekyll (@thcgoodone)
NETWORKING: MUSE é alguém extremamente valioso para Lotus, e vice-e-versa! Seja porque ele conseguiu entrar nas capas de revista com facilidade, ou porque tem o dom da lábia, não importa. A questão é que MUSE viu algo de interessante em Lotus, e ele viu em MUSE também. ➸ –
BULLYING: MUSE conhece Cheshire como o grande ser que era o gato fantástico de Wonderland...!!! E agora encontrou com um gato preto mirrado que mal consegue se teleportar direito. Se antes tinha qualquer resquício de medo ou respeito pela figura do Cheshire Cat, agora tudo o que faz é rir da cara de Lotus Lux e seus poderes ridículos. Não que Lotus seja muito orgulhoso, mas também não gosta de chacota gratuita. ➸ Circe Von Stein (@circevonstein​)
UMA MÃO LAVA A OUTRA: MUSE possui algo prático que pode ajudar a Lotus a cumprir seus objetivos, e vice-e-versa. Seja lá como eles vão trocar essas informações, já são outros quinhentos. ➸ --
MELHORES AMIGOS: Algum extremo confidente de Lotus, e vice-e-versa. MUSE é o principal ouvinte de todos os sentimentos do guia espiritual, e Lotus é o maior confidente de MUSE. No final, se divertem imensamente com a companhia alheia. São a pessoa de maior confiança de cada um. ➸ Edward Maddox (@edwardmaddox​), Narcisa Cromwell (@narcisacromwell​)
AMIGOS DE LONGA DATA, WONDERLAND: Lotus e MUSE se conhecem por outros nomes, outras identidades, e outras histórias. Estando MUSE acordadx ou não, Lotus x tratará como x velhx conhecidx que é, o que pode causar várias situações ruins ou simplesmente serem predecessoras de boas anedotas. ➸ –
AMIGOS DE LONGA DATA, STORYBROOKE: Se conhecem desde que suas primeiras memórias falsas foram formadas. Os anos de convivência fizeram com que MUSE e Lotus acabassem construindo uma boa relação, e gostam bastante da companhia um do outro. A questão é que MUSE conhece muito mais de Lotus do que ele gostaria: Como seu nome antigo, por exemplo, ao qual ele se recusa a atender. ➸ Elena/Eliot (@brokcnmirrcr)
INIMIGOS: Não que isso seja muito difícil… A personalidade leviana até demais de Lotus incomodam MUSE por demais. Claro que MUSE, por seus próprios motivos, consegue dar nos nervos do charlatão. Mas ainda se tratando de MUSE… Ugh. Cinco minutos é o que basta para quererem voar nas gargantas um dos outro. ➸ Barbara Harvey (@barbaraharvey​), Franco de la Mora (@espantalhofiyero​)
RIVAIS: Lotus não engole competição facilmente. MUSE em específico gosta de dar em seus nervos, sempre querendo provar que pode ser melhor que ele em absolutamente qualquer coisa. Sorrisos sarcásticos são trocados quando se encontram por aí, sempre querendo provar que um é melhor que outro. ➸ –
FRENEMIES: Não é como se MUSE e Lotus se dessem bem… Mas também não é como se dessem mal. Quer dizer, o desgosto de cada um, um pelo outro, é totalmente evidente quando estão juntos nas mais diversas situações. Nenhum é a companhia favorita do outro. Mesmo assim, acabam tendo momentos específicos de reconhecimento mútuo onde acabam percebendo que a presença do outro talvez não seja… Extremamente desagradável. ➸ --
INIMIGOS COM BENEFÍCIOS: Detestar Lotus Lux não é algo novo. MUSE se encaixa nessa categoria, não conseguindo suportar o gato risonho em qualquer ambiente em que ele esteja. A não ser, é claro, que esse ambiente seja escuro, apertado, e que possam resolver seus problemas mantendo as bocas ocupadas. ➸ Matthias Dietrich (@alucardnotadrian)
OBSESSÃO: Por MUSE achar incrível os poderes de Cheshire, elx ficou obcecado com sua capacidade de poder, as histórias que contava, tudo. Chega a ser num nível doentio. E para ser bem sincero, é melhor ter alguém constantemente para escutá-lo do que viver no tédio, não importa o cenário ou as consequências. ➸ Frederick Balthasar (@frederickbalthasar​) -- ATUAL, Eden Allard (@edenblackfairy​) -- ANTIGA
ADOÇÃO: “Que gatinho mais fofo!”, MUSE exclamou, quando pegava Lotus em sua forma de gato no colo e o levava para sua casa. Provavelmente por ter sido muito bem mimado por MUSE, Lotus continua a voltar para casa delx. Erh, vai ser esquisito encontrar com MUSE quando estiver em sua forma humana... BÔNUS se Lotus e MUSE conversarem, fazendo MUSE se passar por maluco por ter um gato falante!  ➸ Ruzgar Ölum (@feiticeirorasputin)
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lotuswasches · 2 years
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@feiticeirorasputin​
Havia tido uma semana -- aparentemente duas -- terrível. Não só sentia constantes dores de cabeça e sofria com machucados no corpo que não se lembrava onde os havia conseguido como também paraecia muito mais alerta, de forma instintiva, a qualquer coisa que considerasse um perigo iminente. Devia ser algo da maldição, alguma sensação ruim que logo iria embora, Cheshire imaginava, como se aquilo o fizesse dormir melhor. E na maioria das vezes sequer lembrava que sentia essas sensações horríveis, até, por exemplo, encontrar Fuego dobrando a esquina na direção contrária da sua, e ser acometido por um súbito pensamento de “que morreria ali mesmo. Antes que o outro latino conseguisse o alcançar para cobrar do dinheiro que devia, Lotus atirou-se na direção de um beco não longe dali e, conferindo tantas e tantas vezes se não havia ninguém mais por perto (uma vontade estranha, porque nunca havia se importado com aquilo antes), utilizou-se da sua transformação para escapar de seu fim. Franco só encontrou um gato preto que parecia convencido demais, e, não acreditando que o cartomante tivesse evaporado (quem dera...) o continuou procurando ali por mais alguns instantes. Lotus estava pronto para sair de fininho quando, passando na frente do beco, algo o chamou a atenção: um homem de cabelos descoloridos, de sorriso bonito. Como se não bastasse, ele falava as palavras mágicas: pspspspspsps. Ele não ficou muito tempo ali, tentando interagir consigo, como se já imaginasse que o gato de rua não daria atenção, mas Lotus prontamente o seguiu. Qualquer coisa para se afastar de Franco, da sensação de perigo terrível, e, principalmente, dos pensamentos introspectivos que algo de errado havia acontecido consigo. Miou alto, tentando chamar a atenção do feiticeiro, enquanto o seguia. Queria atenção, ora essa!
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lotuswasches · 2 years
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balthasar​
onde: cela em seu porão com quem: @lotuswasches
“Estamos entendidos?” ele perguntou ao fim da longa explicação que havia dado ao homem sobre como funcionariam os experimentos. O monólogo havia durado pelo menos uns oito minutos e trinta e três segundos, e Frederick se sentia pronto para continuar o que havia começado. Havia sequestrado-o. Havia garantido a segurança de sua cela, com a ajuda de Iracebeth e sua magia pouco organizada. E agora poderia finalmente começar seus experimentos. Havia explicado que Lotus teria duas pausas para hidratação e alimentação, assim como para lidar com necessidades fisiológicas. Havia explicado, também, que o chip que havia colocado na parte de trás de sua cabeça servia para que pudesse controlar sua atividade mental, sem precisar ter vários fios ligados a ele - afinal, ao se transformar em gato perderiam a organização (e Balthasar até soltou um risinho dessa constatação). Antecipou, também, que as primeiras quarenta e oito horas ele passaria sem dormir, afinal, precisava ver a evolução da magia de transfiguração em diferentes etapas do dia e também em diferentes níveis de cansaço. Pediu para que sinalizasse todas as vezes que estivesse se sentindo cansaço, pois ele poderia fornecer alguma substância estimulante. Mas ao ver o sorriso no rosto do homem, já balançou as mãos diante do corpo - dizendo que poderia reconhecer pelos dados nos computadores se ele estava realmente cansado ou se estaria mentindo. Avisou que cada mentira, cada desobediência e cada resistência para com o experimento geraria consequências. Além disso, explicou a importância do estudo para os humanos e disse como para aqueles sem magia, entender como está funcionava através da ciência era revolucionário. Pois bem, poderiam começar. “Eu quero que se transforme em gato.” Ele pediu em um tom baixo. Percebeu alguma demora da parte do homem. Talvez fosse medo, talvez receio. Talvez estivesse apenas pensando sobre tudo que o psiquiatra havia dito. Balthasar se sentou na cadeira presidencial, diante da cela de vidro, e fixou os olhos no homem com muita atenção. “Eu disse para se transformar em gato” e a forma como ele o olhava, até s forma que falava, já deixava muito claro que Frederick não estava mais para brincadeira, que aquilo estava apenas começando. E ele estava empolgado, um sorriso mínimo brilhava no cantinho da boca.
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Verdade verdadeira, Lotus havia parado de escutar o maldito monólogo nos primeiros vinte segundos. Estava se sentindo terrível, e agora não era pelos efeitos físicos. Até sentia falta deles! Era muito mais fácil lidar com uma dor de cabeça monstruosa do que a sensação terrível no peito de que havia sido esquecido, humilhado, traído. Não que esperasse companheirismo de Iracebeth, a quem ele próprio havia traído inúmeras vezes em Wonderland e que resolvera fazer de sua vida um verdadeiro inferno em Storybrooke, mas definitivamente não esperava... Isso. Ser deixado no porão da casa de um homem insano que havia dito com todas as letras que havia sequestrado e aberto sua cabeça para poder usá-lo como um experimento contra sua vontade. As duas únicas coisas que havia abosrvido daquele discurso insuportável foi a oferta de droga estimulante e a pequena ameaça ali velada sobre alguma desobediência. Que gracinha. Cheshire era um Wonderlander; as consequências passavam batidas para os seres daquele mundo que detinham poderes e sabiam manejar aquela loucura. O que era um médico maluco querendo lhe avisar daquelas coisas? ❛❛ —- Entendidos, é. Saca só essa transformação aqui. ❜❜ erguendo a ele um punho errado, o cobriu com a outra mão para retirá-la de forma fantasiosa e mostrá-lo o dedo médio, fazendo uma careta como se fosse uma verdadeira mágica. A pose durou um trio de segundos antes de voltar para a insolência, relaxando-se ao se sentar na maca, despreocupado. ❛❛ —- Nah. Não tô afim. ❜❜ se recusou prontamente. ❛❛ —- Talvez por um desses seus estimulantes eu mude de ideia. ❜❜ era incrível como em tão pouco tempo depois da explicação minuciosa, Lotus já havia conseguido quebrar todas as regras que Balthasar o havia acabado de impor.
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lotuswasches · 2 years
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@barbiedailha​
A forma de gato que Lotus conseguia assumir era antes terrível e fraca. Ela não conseguia sumir, seu sorriso não esticava-se de forma insana e desaparecia em plano ar. Era um felino comum, e ele odiava. Todavia, com o tempo, acostumando-se com a transmutação, percebeu que, na verdade, aquela lhe era uma tremenda vantagem. Não só porque conseguia disfarçar-se da maioria das pessoas que o detestavam e conseguia esconder-se em lugares fisicamente inalcançáveis para a maioria deles, mas porque ele ganhava muitos presentes! Sim, ele havia sido adotado, e muito mimado em sua casa nova, a qual tinha de voltar apenas vez ou outra! Se pudesse, manteria aquela forma para sempre, era muito mais confortável; infelizmente, seu corpo nunca parecia acostumar-se com uma ou outra transformação direito, então a troca era necessária – apenas mais uma pedra em seu sapato que a maldição havia lhe imposto. Uma pena. Naquela tarde, havia acabado de fechar a Mystic Shop e mudar para sua forma gatuna para poder andar pela cidade sem topar com Fuego, quando a fenda de seus olhos transformaram-se em círculos ao notar o sorridente padeiro que sempre lhe deixava petiscos numa tigelinha no final de seu turno. Que homem! Ele acenou para si, indicando o lugar já conhecido dos petiscos antes de ir embora. Ficavam sempre debaixo de um banco perto da esquina, onde não haveria riscos de algum pedestre distraído chutar a tigela sem querer. Contudo, como era o caso, haviam riscos de um pedestre desgraçado sentar-se no banco bem em cima da tigela. Aquilo atrapalhava Lotus a chegar nos seus petiscos? Não. Mas como um verdadeiro gato com suas verdadeiras manias irritantes, achava um absurdo a mulher estar no caminho entre ele e sua comida. ❛❛ —- Miaaaaaau ❜❜ “sai da frente porraaaaaa” ele queria reclamar, mas inicialmente deixaria sua fala somente em pensamento. Esperava que seus grandes olhos putos fossem o suficiente para estabelecer comunicação, sem nem imaginar que ela poderia ativamente compreendê-lo.
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lotuswasches · 2 years
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nathaniel
Dentre todos os idiotas do mundo, o que diabos Queenley estava fazendo com aquele idiota? Mal conseguia acreditar no que estava vendo. A forma como ele parecia acabado, os cabelos bagunçados - como muitas vezes Nathaniel já havia se visto. Como as noites com a Cyrene costumavam acabar. Incrédulo, ele mantinha o cenho meio franzido, como se tentasse interpretar e processar a cena que assistia. Incrível. Além de todas as cenas que era obrigado a assistir dos dramas da mulher, ainda tinha que lidar com homens dormindo em sua casa. Ou melhor, não dormindo. Não que tivessem alguma coisa, é claro que não! Era de comum acordo que não havia nada de exclusivo em suas relações - mas ele detestava ter que lidar com aquilo. Era só mais um? Apenas mais um na vida da dona da casa? Talvez. E aquela sensação deixava-lhe irado. Ouviu a forma que ele a chamou e revirou os olhos exageradamente “Já disse para não me chamar assim, filho da puta” ele disse em um tom bem baixo, muito mais áspero do que normalmente era. Mas não importava. Não ligava nem um pouco em ser grosseiro com pessoas que eram irritantes ao seu ver - e aquele homem era demasiadamente irritante. Abusado demais, era assim que via o rapaz. A forma como falava de Queenley e da noite que acabaram lhe tirava do sério. Dores? Haviam feito coisas além do convencional, então. Massagem? Não se tratava, então, de uma relação sexual casual: onde depois do sexo Queenley simplesmente mandava a pessoa embora, como ele, por algum motivo, imaginava que ela sempre fazia. E se estava dormindo até agora, deveria estar exausta da noite - ignorando o fato que ela sempre dormia demais. Trincou a mandíbula ao ouvir ele dizer que era bom com os dedos e involuntariamente, deu um passo para frente, levando os dedos a sua blusa, e o empurrou com grosseria na parede. “Você é idiota ou o quê?” O que diria? O que cobraria? Que ele havia dormido com a garota dele? Mas poderia reivindica-la quando não tinham de fato uma relação estabelecida? Os olhos de Nathaniel ardiam e ele levou a mão livre para o lado da cabeça dele “Eu acho melhor você ir embora e não voltar mais aqui”
O tom áspero da voz do loiro não intimidou Lotus, apesar que teria sido melhor se esse fosse o caso; infelizmente, era desprovido da parte do cérebro que media medo, ou que registrava sensações perigosas e o indicava para se afastar. Na verdade, ela até existia, mas depois de sabe-se lá quanto tempo tinha navegando por Wonderland sem medir consequências, era mais associada a uma boa adrenalina. Foi por isso que achou graça na raiva de Nathaniel, e revirou os olhos para ela. E ele lá tinha culpa que ele era mesmo o Valete, oras? Era culpa dele estar desacordado. O que não esperava era que depois de toda a sua fala, tivesse o colarinho da blusa puxado e fosse empurrado contra a parede. A audácia do filho da puta-- ❛❛ —- Eu te juro, por tudo o que eu acredito, que eu não venho aqui na minha maior boa vontade. ❜❜ repuxou um dos cantos do lábio em desgosto. Ele era puxado para lá por um item que sequer conseguia pegar de volta para se ver livre daquela desgraça. Ah, se tivesse seu guizo outra vez... Quem sabe não sofreria tanto com sua falha de teleportes. Talvez até poderia desaparecer outra vez, por completo agora! Ou não ficaria preso a um corpo de carne, e... Bem, já estava sonhando demais. Mas que seria bom voltar a ter boa parte de seus poderes, mesmo que enfraquecidos, seria sim. ❛❛ —- Quem me chama toda vez é a sua mulher, não eu. Se tem algum problema nisso, então vai tratar com ela, e não comigo. ❜❜ ao terminar a frase, não conseguiu evitar um sorrisinho de quem sabia que estava dando nos nervos alheios. ❛❛ —- Aw, não vai me dizer que está com problemas no relacionamento? Olha só, eu tenho um pacote ótimo na minha loja de alinhamento de chakras de casais, se interessar... ❜❜ e descansou a lateral do rosto contra a palma que havia pousado contra a lateral de seu rosto, abusado.
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lotuswasches · 2 years
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barbara​
A pergunta fez com que o sangue de Barbara fervesse. Mesmo que tivesse uma conotação indiferente e fizesse com que ela refletisse sobre o quanto havia mudado ao longo dos anos, não suportava não ser reconhecida, não suportava não ser vista, não ser valorizada. Ainda mais quando estava se referindo a alguém que no passado já era extremamente incômodo. Breno Ubel não merecia um por cento do que havia construído até hoje - não que tivesse sido muito. O rapaz fazia com que as pessoas rissem às custas dela de tal forma, que envolvia todos. Até mesmo aqueles em quem confiava, até mesmo seus amigos chegaram a virar as costas para ela quando as piadas de Breno se tornaram um hit do ensino médio. Quem havia deixado-o entrar em sua boate? Não sabia. Mas aproveitaria daquele momento para fazer o que sabia de melhor - vingar-se. E ela não agia de forma impulsiva, não. Planejava. Mantenha seus amigos perto, mas seus inimigos mais perto. “Breno, sweetheart! Quanto tempo, uh?” Se os boatos fossem verdadeiros, imaginava que logo o homem estaria tirando uma pedra de crack para chapar ali mesmo. O sorriso dela aumentou enquanto enrolava uma mecha do próprio cabelo com o indicador. “Eu imagino, algumas mudanças vem pro bem não acha? Mas e você? Uau, continua o mesmo de sempre. Poor boy” ela ironizou, deixando que uma risada nasalada ocupasse o ambiente. Odiava-o. Seu olhar percorria seu rosto e apenas pensava em formas de arrancar os olhos de dentro da orbes dele - ainda que violento, talvez fosse necessário. “Ótima, como de costume. Estou em meu melhor momento. E você, uh? Conte-me tudo” não estava interessada nele, mas em como destruir cada uma das coisas que ele se importava em ter.
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Se algum dia Cheshire teve alguma dúvida se estava sendo ativamente torturado naquela maldição terrível, a lembrança do nome em seus documentos o dava absoluta certeza. Breno. Um nome tão... Mundano. Terrível, de fato. Lotus Lux era muito mais divertido e dava uma boa sensação de pertencimento -- com se fosse ele mesmo, Cheshire, que tivesse escolhido. A face se contorceu em desgosto. ❛❛ —- Muito tempo, mesmo. Pode me chamar de Lotus, ninguém mais me chama de Breno. ❜❜ ouvir que continuava o mesmo de sempre com aquele tom cínico fez com que o cartomante erguesse as sobrancelhas. Poor boy? É, ele estava bem pobre mesmo. De dinheiro e de espírito. Ah, se aquela maldita bruxa se lembrasse de si, do poder que tinha... Provavelmente não riria daquele jeito. Quer dizer... Talvez risse mais alto ainda. Mas ele só olhou para ela e piscou lentamente. ❛❛ —- Bem, como de costume não deve ser, né? Não era tão ótima quando a gente conversava. ❜❜ retrucou, porque mesmo quando havia uma clara diferença de poder, Lotus era incapaz de calar a boca, com o simples argumento que poderia ser uma situação divertida. E porque havia algum instinto de Breno em si que ainda sentia uma vontade inigualável de importunar Barbara, claro. Nunca era demais cutucar a onça com a vara curta; qual o pior que ela poderia fazer? Estava tentado a descobrir. ❛❛ —- Nada demais, nada de menos. Você devia passar na minha loja um dia, sabia? Fazer uma limpeza espiritual. Posso até te oferecer um descontinho  pela amizade. ❜❜ como se ela não tivesse deixado claro com as roupas, as falas, a boate, que nunca precisaria de algo como desconto. ❛❛ —- ¿Y usted, cariño? ¹  Me diga as novidades. Parece ter tantas... ❜❜
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@barbaraharvey​
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lotuswasches · 2 years
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@narcisacromwell​
Haviam poucas pessoas naquela cidade que Lotus genuinamente sentia prazer em estar por perto. A maioria esmagadora dos motivos do porque sentia detestar tanto a companhia alheia era porque nenhuma delas era divertida o suficiente. Em seu pequeno studio, que ficava no andar de cima da Mystic Zone, entregava um copo cheio à Narcisa da bebida que ela havia trazido para aquela noite. Se ele ultimamente estava precisando por conta de suas últimas desventuras e o aparente sumiço de uma semana que não se recordava um dia que fosse, ela parecia estar precisando dez vezes mais. Sentia por ela, por todas as correntes que via Hades colocar em Megara de longe, sem conseguir impedir. E que raro era aquele sentimento, de companheirismo, empatia, verdadeira amizade ainda que coberta pelo véu da maldição. Cheshire se sentia muito bem consigo mesmo quando ajudava a mulher, ainda que o fizesse à sua maneira, então a mantinha por perto. ❛❛ —- Então, você me prometeu uma boa história quando chegássemos aqui... ❜❜ ele perguntou, enquanto enchia o seu próprio copo e se jogava no sofá ao lado da mulher. ❛❛ —- O que aconteceu dessa vez? ❜❜
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lotuswasches · 2 years
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@espantalhofiyero​​
Lotus sentia que suas memórias eram como um copo preenchido por óleo e água. Havia bem distinguida sua vida fora da maldição e as falsas sensações de Storybrooke, passadas em sua mente como se tivesse assistido a um mesmo filme onde ele era o protagonista várias e várias vezes. Ainda assim, era possível mexer o conteúdo do copo para fazer com que esses dois líquidos, esses dois momentos, se unissem e se perdessem entre si momentaneamente. Era assim que se sentia quando encontrava pessoas específicas que serviam no filme para destacarem fortes sensações, como alegria, tristeza ou raiva: as memórias não eram reais, mas as intrigas eram, sim. Jamais imaginaria uma realidade onde crescesse ao lado do Espantalho, e muito menos que seriam inimigos declarados desde criança, ainda que tivessem passado por bons e maus (predominantemente maus) momentos juntos. Todavia, apesar de todos milhões de pesares, havia conseguido evitar o irmão de criação com sucesso até então. Só não esperava que o encontraria enquanto estava fazendo seu serviço honesto de suportar a comunidade local da venda de drogas ilícitas. Oras, estava com uma dor de cabeça tremenda, que mal um baseado ou um papelote debaixo da língua fariam? Ninguém poderia julgá-lo, oras, aquela era a sua única maneira de se sentir em casa novamente. ❛❛ —- No– No es posible que ando tan pavoso. ¹ ❜❜ o espanhol perto de Fuego era automático. Queria até acreditar que não era ele que o venderia as drogas que pediu, mas seria coincidência demais ele estar no mesmo ponto que combinou, sozinho às duas da manhã. ❛❛ —- Ok. Ook, eu volto outro dia. Mas nem fudendo que eu vou lidar com você hoje. Ah, não. Bai bai, güebón. ² ❜❜
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lotuswasches · 2 years
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@edwardmaddox​
❛❛ —- Oi, Ed! ❜❜ pelo telefone, cumprimentou o amigo como normalmente faria. Afinal, na sua cabeça, não se passara nem dois dias desde que saiu com Edward pela última vez. ❛❛ —- Então... Olha só, não sei o que a gente tomou ontem, mas cheguei torto em casa, e acho que alguém aproveitou pra roubar minha loja. Sei lá, não conferi. Aí-- Calma, deixa eu falar. Então, fui lá na delegacia pra eles me ajudarem, e no final, eles me algemaram e até me levaram pra uma cela, porque aparentemente charlatanismo e xingar policial enquanto tá em serviço é crime agora. ❜❜ imaginou que Edward já suporia que Lotus não era o tipo de ficar enjaulado por muito tempo (a não ser, aparentemente, quando haviam barreiras mágicas envolvidas), então estranhou a fala preocupada do Chapeleiro ao anunciar que já estava saindo para buscá-lo na delegacia. ❛❛ —- Me buscar? Eu tô na porta da sua alfaiataria. ❜❜ subiu o olhar para a placa bem enfeitada, batendo o pé de forma irritada. Normalmente só se teleportaria para dentro do lugar, mas já havia esgotado o uso daquela habilidade no dia, e não queria passar ainda mais mal. ❛❛ —- Desce logo aqui e me deixa entrar antes que os policiais notem a minha falta. ❜❜
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lotuswasches · 2 years
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damien
This is a starter for @lotuswasches​
Veja só, poderiam dizer que Frollo era uma homem que apenas marchava contra algo sem qualquer analise antes, não estariam tão errados, mas não era essa a imagem que desejava passar ali. Justamente por isso, estava visitando a Mystic Zone, pretendia fazer uma vistoria do local, ver com os próprios olhos quais maquinações diabólicas o projeto de Azazel fazia por ali, em partes, tentar compreender o que tanto atraía os estúpidos até ali. Desgosto e desaprovação era nítido no momento que entrou no local, o sino na porta anunciando sua chegada, sequer precisava olhar muito em volta para que se sentisse completamente desconfortável em lugar tão pútrido quanto aquele. ❝Algumas de suas diabólicas maquinações acabou mal, Sr. Lux?❞ Indagou assim que os olhos encontraram o homem em péssimo estado, a voz grave ecoando pelo local, se aproximou a passos lentos e calculados. Talvez fosse o ambiente que lhe trazia a sensação de que estava pouco iluminado, certamente uma preferência dos profanos e pecadores, sempre recorrendo as sombras e a escuridão para tentar mascarar a podridão que exalavam em sua essência. ❝Ainda que acredite em castigo divino, tão pouco acho que Deus desceu até a terra apenas para lhe castigar, Azazel, então, me questiono… O que houve com você?❞
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As memórias de Lotus ainda estavam embaralhadas depois de ser libertado do sequestro, ainda mais agora que sabia que havia sumido por uma semana -- e que não teria o apoio da polícia! Deveria imaginar que um sistema daqueles era falho, mesmo, principalmente se o chefe era o maldito Caçador. Era um injustiçado! Estava sofrendo daquele tanto por quê? Por nada. Tudo bem, talvez aquela coisa de “karma” que adorava falar nas suas leituras de carta tivesse alguma validade... Ou só estava aprendendo às duas penas que ações tinham consequências, e ele ficou muitos anos sem sofrer nenhuma delas. Tudo bem! Tuuuuudo bem. O que precisava agora era voltar a focar em sua diversão, que era enganar gente idiota que acreditava em leitura de futuro. O sininho de sua loja tocou, e ele olhou animado para o primeiro cliente...!! Apenas para dar de cara com o louco religioso que adorava vir meter o dedo em suas “crenças pagãs”. Puta que pariu. ❛❛ —- Damien. ❜❜ o nome saiu entredentes, num suspiro cansado. Levou as mãos à lapela do blazer, como se aquilo pudesse melhorar sua aparência por completo -- mas nunca que uma roupa bem passada de falsa grife esconderia o olhar doente, as olheiras, a palidez e a fraqueza nos movimentos. ❛❛ —- Não houve nada comigo não. Obrigado pela preocupação, viu? Isso é novo, vindo de você. ❜❜ o olhou de cima a baixo com desdém, apoiando o corpo em uma das mesas com diversos mostruários de cristais. ❛❛ —- Mas e você, como é que cê tá, hein? Faz tempo que a gente não tira um tempo pra conversar. Seu show tá indo bem? Eu não sei, eu faço questão de não assistir. ❜❜
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lotuswasches · 2 years
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@anthonymendez​
Estava tremendo de frio e com uma dor de cabeça terrível quando entrou na delegacia. Os cabelos estavam bagunçados, os olhos perdidos, esforçando-se para continuarem focados no caminho à sua frente para não tropeçar. Sentia dor no corpo inteiro, como se tivesse corrido uma maratona terrível, mas suas memórias do dia anterior estavam nebulosas.... Ou, pelo menos, do que ele acreditava ser do dia anterior, e não de uma semana inteira. Naquela manhã, havia acordado na frente de sua loja, sentindo como se tivesse levado uma pancada na nuca. Provavelmente havia, mesmo. Lembrava de sair da casa de Edward e ir até a loja, e... Mais nada. Ok, se acabasse se esforçando, se recordaria de mais alguns detalhes. Lembrava de um lugar inteiramente branco, de se encolher no canto da sala apavorado, e sentia que a dor na garganta vinha de suplicar demais. Mas mesmo assim, pareciam sonhos longínquos, como se não pertencessem a ele, e estava acordado em Storybrooke a tempo o suficiente para saber bem como aquela cidade desgraçada conseguia brincar com suas memórias. Foi por isso que decidiu ir até a delegacia-- era lá que humanos se reuniam para investigar crimes e coisas parecidas, não? Devia ser. Aquele era um conceito que não entendia de jeito algum; afinal, no seu reino, as pessoas eram diretamente condenadas pelo crime e morriam. Parecia ser até bem mais simples. ❛❛ —- Eu vim aqui fazer uma denúncia. ❜❜ ele anunciou, cortando a fila de outras pessoas que estavam esperando para resolverem seus problemas, e espalmando as mãos bem na mesa do xerife. ❛❛ —- Eu fui assaltado. Acho. Quer dizer, não levaram nada. Acho. Mas eu tomei uma pancada na cabeça na frente da minha loja. ❜❜ pausou a fala. ❛❛ —- .... Acho. Olha, escuta aqui, eu preciso de ajuda, tá legal? A polícia não é pra isso? Então me ajudem. ❜❜
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lotuswasches · 2 years
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queenley
Manter o homem gato dentro de seu porão estava sendo fácil. Desde que descobrira que ao tentar se teletransporta ele gastava energia de forma excessiva, a ponto de deixa-lo exausto, Balthasar não estava tendo muitos problemas em manter o cativeiro do homem. Contudo, ele não era um indivíduo que gostava de correr riscos. Preferia se certificar diversas vezes do que sofrer as consequências. Por isso, quando convidaram Queenley Cyrene naquela tarde, não fora por acaso, claro que não. Ele queria ajuda para que pudesse vedar sua cela improvisada com magia, de forma que impossibilitasse que o teletransporte do homem gato funcionasse. “Por aqui” ele disse de maneira objetiva, depois de passar a chave na porta de entrada e ainda vedar com sua outra fechadura. Foi guiando-a para o porão e ao chegar lá, utilizou-se de outra chave para conseguiu adentrar o cômodo. Deu espaço para Queenley e voltou a trancar, com duas voltas na chave. “Bom, aqui está nosso problema” ele apontou para a cela - mas que por ser de vidro, poderia parecer que estava apontando para o que havia dentro dela - ou seja, Lotus. E ele definitivamente não era o problema - bom, pelo menos não quando não estava tagarelando sem parar sobre assuntos supérfluos de maneira extremamente incômoda e irritante. Tirando essas horas, ele era seu estudo e não seu problema. “Não o gato, no caso, me referi a cela. Ele pode sair dela, preciso que vede de forma que ele não consiga.”
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Não poderia dizer que Cheshire lhe era importante de qualquer modo — no mais, tudo o que Iracebeth solicitava ao gato era unicamente na intenção de se vingar pela falta de respeito em Wonderland. Meras demonstrações de que quem tinha o controle em Storybrooke era a rainha. Mas devia admitir que sequer notou a falta de Lotus nos últimos tempos, e definitivamente não esperaria ser ele o tal problema de Frederick Balthasar. Já conhecia o médico o suficiente para saber que qualquer convite tinha motivos específicos, e nenhum de cunho social. Assim, conforme ele a guiava para um local específico, ela poupava comentários; apenas pela curiosidade, que podia ser as vezes maior que sua audácia. E que grande surpresa quando viu o latino atrás da jaula! Ou, bem, da caixa de vidro. “Incrível” Ela soltou, o sorriso entretido como quem vinha uma apresentação de circo. Queen se aproximou, vendo o rapaz aparentemente exausto. Não fazia a menor ideia do que Frederick vinha fazendo com ele, mas sem dúvida aparentava ser desgastante. “Com o teletransporte?” Quis reafirmar, ainda que soubesse a resposta. “Não é tão fácil, se quer saber.” Ok, era uma meia verdade. O feitiço em si era fácil, sim, mas Queenley não era das mais poderosas feiticeiras. Exigiria um certo esforço, e para tanto, precisava saber por que raios o homem estava interessado em Cheshire. “Antes de qualquer coisa, o que quer com Lotus?”
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@frederickbalthasar @lotuswasches
Não era novidade que Lotus odiasse seu corpo humano, mas a única vantagem que havia encontrado -- a de ter sensações físicas multiplicadas por um milhão por nunca ter tido um corpo totalmente físico antes -- agora havia virado um verdadeiro tiro no pé. O veneno nas veias o deixou muito mais debilitado do que deveria, e demorou muito tempo para que ele se sentisse si mesmo outra vez. Ou, ao menos, a sombra diminuta dele próprio que havia se tornado em Storybrooke. Os últimos dias haviam sido terríveis, todos repletos de tentativas falhas de fuga; afinal, não adiantava nada ele conseguir se teleportar no máximo duas vezes se sempre parecia haver uma outra porta mais adiante que não conseguiria passar. Que inferno. E estava continuamente cansado, exaurido. Alguns diriam que estava até mesmo entrando em pânico ao pensar que aquela seria sua vida a partir de agora. Mas então, naquele dia, ela veio: descendo as escadas do porão, conseguiria identificar o som daqueles saltos em qualquer lugar. ❛❛ —- Iracebeth...? Queen! ❜❜ ele sorriu, vitorioso, enquanto corria para espalmar as mãos no vidro, o olhar esperançoso dirigido para a mulher que acabou de entrar pelo lugar. Não que as expressões duraram muito, quando observou o sorriso da mulher, encarando sua situação com tamanho deleite. Não. Não, não, não, absolutamente não. ❛❛ —- Espera, pera, peraí. Queen. Mi reina. ¹ Eu sei que eu não fui um súdito muito bom nos últimos tempos, ❜❜ ou na última vida. ❛❛ —- mas isso é um absurdo! Ei, eeei. ❜❜ gesticulou para que ela se aproximasse um pouco mais, mas mesmo se ela não o fizesse, continuaria falando. Cheshire nunca foi dos melhores em saber ficar quieto. ❛❛ —- Se me tirar daqui, eu prometo fazer qualquer coisa. Sem reclamar, juro. Não é divertido você me deixar miserável sem interferências? Vai terceirizar isso? ❜❜ Lotus era terrível pedindo por favor, ou implorando pela sua vida, mas estava dando o seu melhor. Principalmente quando desviou os olhos para Balthasar e sentiu a tensão que traziam aqueles orbes escuros de pálpebras baixas. Engoliu em seco, e voltou a se focar na mulher. ❛❛ —- Vai, qual é. Pelos velhos tempos! ❜❜
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