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Assentiu ao ouvir as palavras de Eve, ainda mantendo seus olhos nos restos mortais de Palpatine. Se ela não tivesse o tirado de seu transe, ele ficaria daquele jeito por um bom tempo. “Nós acabamos com tudo.”, sorriu, levando suas mãos até o rosto alheio. Examinou todos os traços dela, demorando o tempo que achou necessário. “Eu amo você, Eve.”, soltou uma risada abafada, colando as testas dos dois. “Eu amo você.”, sussurrou mais algumas vezes, ainda tentando processar o que tinha acabado de acontecer. 

Sorriu ao se lembrar de que os dois finalmente estavam livres e que poderiam morar em um lugar monótono, assim como prometeram um ao outro. Selou seus lábios nos dela em um beijo lento, sentido-se mais leve e muito mais calmo. “Eu pensei em Krant.”, sorriu, sugerindo o lugar que iriam morar dali em diante. “Tem florestas e montanhas. Foi colonizado há pouco tempo. Acho que ninguém vai nos encontrar lá. Quer dizer…”, fez uma pausa, envolvendo-a em seus braços. “Só se quisermos.”, sussurrou contra o pescoço alheio em meio a um sorriso.

“E eu amo você. Muito”, fez um carinho em uma das maçãs do rosto de Ardin com o polegar, selando os lábios dos dois delicadamente. “Eu amo você”, sorriu em meio ao beijo e distribuiu vários beijos pelo rosto de Ardin. Soltou uma risada abafada, descendo os beijos até seu maxilar. “Eu só preciso de você. Eu...”, deu uma pausa, respirando fundo subindo seu olhar para olhá-lo nos olhos. ”Eu não sei o que eu faria sem você, Ardin. Mesmo”

Franziu a testa de leve pelas as palavras de Ardin mas logo sorriu abertamente quando entendeu do que ele estava falando. “Eu vou pra qualquer lugar com você, Ardin.”, desceu uma mão até o peito de Ardin, traçando algumas linhas imaginarias ali. “Mas primeiro...”, deu uma pausa, fazendo uma careta. “Você precisa de um banho. De verdade, a primeira coisa que eu vou fazer é te enfiar no banho, Ardin.”, provocou brincando e logo soltou uma risada alta, o puxando para mais perto. 

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Sorriu rapidamente ao notar o ataque sorrateiro de Eve, aproveitando para golpear Palpatine no rosto ao mesmo tempo em que sua parceira atacou a lateral dele. Investiu contra ele mais uma vez, aproveitando que seu oponente continuava desarmado. Palpatine soltou um grito estridente no momento em que seu ombro foi ferido, jogando Ardin contra o teto utilizando a força. Seu corpo caiu de maneira brusca no chão, latejando em tantos lugares que ele mal conseguiu se concentrar em outra coisa além da dor que estava sentindo naquele momento.

Com a visão um pouco turva, levantou-se e ficou cara a cara com Palpatine mais uma vez e, quando percebeu que ele iria dizer alguma coisa, deu um chute giratório em seu estômago com tanta força que notou sua respiração ficar ainda mais ofegante do que já estava antes. Quando Palpatine cambaleou para trás com os olhos arregalados, utilizou a força para trazer seu sabre até sua mão e o ativou logo em seguida. Palpatine fez o mesmo, bloqueando o golpe que Ardin articulou contra ele. Ardin decepou a mão dele que segurava o sabre, fazendo o mesmo com sua cabeça logo em seguida. Deu dois passos para trás, buscando desesperadamente por ar, e limpou o suor que estava escorrendo pelo seu rosto. Permaneceu estático e com os olhos arregalados, mantendo seus olhos fixos nos restos mortais de Palpatine. Não conseguia acreditar que aquilo era mesmo real.

As coisas aconteceram tão rápido que Eve não teve tempo para processar os acontecimentos, permanecendo no chão com os olhos arregalados e boquiaberta com a cena em sua frente. Palpatine realmente estava morto. Nunca pensou que iriam conseguir fazer isso, mas ele estava bem em sua frente.

Engoliu seco quando voltou sua atenção para Ardin, levantando rapidamente e correu em direção dele, o abraçando com força sem se importar com os machucados recentes de ambos. Passou uma mão pelos cabelos de Ardin, tirando alguns fios que caiam sobre seus olhos. Eve sinceramente não se importava com mais nada naquele momento, apenas com Ardin. “Você está bem?”, murmurou sem tirar seus olhos do dele, dando um pequeno sorriso. “Acabou... Você acabou com tudo, Ardin!”, riu abafado passando os braços pelo pescoço dele, depositando um beijo demorado em sua bochecha. Podia ouvir as tropas da Primeira Ordem - as poucas que sobraram, batendo em retirada, mas não deu atenção para nada daquilo, ela sabia que aquela guerra já estava ganha. 

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Manteve os olhos arregalados enquanto observava o embate entre os dois, correndo em direção ao seu inimigo. Palpatine observou seu movimento e utilizou a força para tirar seu sabre de luz da sua mão, mas Ardin aproveitou-se do mesmo método para afastá-lo de Eve. Aproximou-se dela, depositando uma de suas mãos no ombro alheio que não estava ferido. “Você está bem?”, sussurrou ofegante, fazendo com que seu sabre fosse até sua mão através da força. “Você consegue.”, assentiu, notando o suor que escorria incessantemente pelo seu rosto.

“Vocês são fracos. É preciso muito mais do que somente vocês dois para ao menor me ferir.”, Palpatine grunhiu enquanto ria de maneira pausada. A risada dele era uma das coisas mais assustadoras que já presenciou em toda sua vida, e não foram muitas as coisas que conseguiram realmente assustá-lo. Palpatine utilizou a força para jogar tanto Ardin quanto Eve para longe, desarmando-os no processo. Seus ferimentos que ainda não estavam totalmente curados gritaram de dor e seu corpo latejava muito. Mesmo assim, recompôs-se rapidamente, cerrando os dentes. Correu na direção de Palpatine mais uma vez, com seu sabre de luz em sua mão e ativado, sendo atacado na cintura por seu inimigo.

Permaneceu em silêncio tentando ignorar a dor que seu ferimento recente exalava, encarando seu oponente com uma expressão mortal. Tentou atacá-lo no ombro, mas Palpatine foi mais rápido e bloqueou sua investida, dando-o uma rasteira logo em seguida. Não teve tempo de pensar sobre a dor que o impacto das suas costas contra o chão causou, já que Palpatine tentou acertar seu rosto assim que caiu no chão. Girou seu corpo para longe do sabre de Palpatine, chutando uma de suas pernas e o desequilibrando no processo. Levantou-se o mais rápido que pôde, sem perceber que seu adversário tinha feito o mesmo. Os dois estavam com seus respectivos sabres de luz apontados para o pescoço do outro, próximos o suficiente tirar a vida do seu opositor tão rápido quanto a velocidade da luz.

Se levantou o mais rápido que pôde ao perceber o embate entre os dois, com os olhos arregalados. Usou a força para trazer seu sabre de volta a sua mão, mas logo foi jogada para longe por Palpatine, batendo sua costas com força contra a parede. Fechou os olhos com força, deixando que a força a guiasse naquele momento. 

Quando abriu os olhos novamente, quase engasgou com a cena em sua frente. Palpatine estava com o sabre apontado para o pescoço de Ardin, assim como Ardin estava com o sabre apontado para o pescoço de Palpatine e qualquer movimento seria fatal naquele momento. Eve aproveitou que seu inimigo estava distraído com Ardin e correu em sua direção, ativando seu sabre e cortou o braço que estava com o sabre do Imperador. Palpatine soltou um grito de dor tão alto que Eve jurou que a base estremeceu e ela aproveitou para atravessar seu sabre pela lateral de Palpatine. 

Seu oponente cambaleou para trás mas logo usou a força enforcá-la, grunhindo com uma expressão mortal no rosto. “Eu vou destruir vocês!”, sua voz ecoou pelo cômodo mais uma vez e Eve sentiu seu corpo inteiro estremecer e Palpatine utilizou a força para jogá-la para longe contra o chão e a desarmou. Seu corpo estava todo suado e dolorido, mas estava satisfeita de pelo menos conseguir ferir ele. 

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Sorriu ao ouvir as palavras de Eve, concordando com todas elas. “Eu também senti muito sua falta. Acordar sem você ao meu lado foi muito, muito estranho. E ruim.”, assentiu à medida que seu corpo se eletrizava a cada toque alheio. Pegou seu sabre de luz novamente ao ser guiado por Eve, ativando-o durante o trajeto percorrido pelos dois. Os pelos de seu corpo se arrepiaram quando se lembrou que estava prestes a enfrentar Palpatine, indo do paraíso ao inferno em questão de segundos.

Parou de andar pouco depois de Eve ter feito o mesmo, levando suas mãos até as dela. “É claro que você vai conseguir, Eve.”, levou suas mãos até o rosto alheio, fazendo-a olhá-lo nos olhos. “Você é forte e é capaz de qualquer coisa. Poderia dominar a galáxia se quisesse.”, riu abafado, deixando um beijo molhado na testa dela. “Vai ficar tudo bem. Estamos juntos nessa.”, selou os lábios dos dois com certa urgência, mantendo suas mãos no mesmo lugar. “E se ficarmos juntos…”, sussurrou contra o ouvido dela, esboçando um sorriso.

Caminhou em direção à porta que separava os dois do cômodo adiante e apertou o sabre em sua mão com força, sentindo as palmas das suas mãos suarem. No momento em que adentrou o local, seu corpo estremeceu. Olhou de relance para Eve antes de voltar toda sua atenção para Palpatine, que estava parado em frente aos dois. “Vejo que vocês se reuniram novamente.”, a risada estridente dele ecoou por todo cômodo, fazendo seu estômago revirar.

Sentiu seu estômago revirar ao adentrar a sala, parando atrás de Ardin. Naquele momento, não conseguia pensar em nada, era como se tudo o que ela havia vivido até aquele momento fosse um borrão. Tentou se lembrar das palavras de Ardin, mas nada fazia sentindo em sua cabeça, até mesmo as palavras de Palpatine não faziam sentindo naquele momento. Eve estava totalmente perdida. “Vocês não podem me matar. Até a morte se ajoelha diante de mim!”, gritou Palpatine e sua voz ecoou pelo cômodo inteiro, talvez até pela base. 

“E se ficarmos juntos...”, as palavras de Ardin eram a única coisa que Eve conseguia pensar. Segurou seu sabre com tanta força que jurou que ele poderia quebrar a qualquer momento, respirou fundo antes de finalmente ativar seu sabre e correr em direção de seu inimigo. Seu golpe foi bloqueado por Palpatine e as luzes vermelhas de seus sabres refletiam no rosto de Eve. Podia sentir o suor escorrendo por seu rosto enquanto tentava bloquear os golpes de Palpatine, mas logo sentiu uma forte dor e seu ombro queimar. Fechou os olhos com força para evitar o grito de dor que queria escapar e cambaleou para trás quando Palpatine tentou acertar seu rosto. Olhou de relance para Ardin mas logo voltou sua atenção para seu oponente, que soltou uma risada. “Você escolheu o lado errado, Eve.”, disse enquanto ria, atravessando seu sabre pela cintura de Eve.

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Assim que chegou ao seu destino, caminhou entre os stormtroopers de maneira feroz, aniquilando-os sem piedade à medida que cruzavam seu caminho. Olhava em volta a todo instante, tentando encontrar Eve e pôr um fim naquilo tudo. Sentia-se cada vez mais frustrado à medida que o tempo passava e ele não conseguia encontrá-la, mesmo tentando não se abalar por conta disso.

Quando finalmente conseguiu avistá-la em meio à tantas pessoas, não hesitou em correr na direção dela. Desativou seu sabre de luz e o guardou no momento em que se aproximou dela o suficiente para abraçá-la de maneira intensa. “Eve.”, apertou um pouco mais o corpo dela contra o seu, querendo aproveitar cada momento ao lado dela. “Eu amo você.”, sussurrou contra o pescoço dela, ao passo que as batidas do seu coração aumentavam. “Eu amo você.”, repetiu dando uma risada abafada enquanto lágrimas de felicidade escorriam pelo seu rosto. “Sinto muito. Por tudo.”, assentiu, respirando fundo.

Soltou um suspiro aliviado no momento em que o abraçou, passando seus braços ao redor do pescoço de Ardin e o puxou para mais perto. “Eu amo você.”, se afastou o suficiente para olhá-lo, passando uma mão pela nuca dele e o puxou para um beijo. Assim que se afastou por conta da falta de ar, encostou sua testa na de Ardin. “Eu senti tanto sua falta. Todos os dias sem você eram um completo inferno.”, murmurou contra os lábios dele, os selando mais uma vez. 

Hesitou um pouco antes de se soltar dos braços de Ardin, engolindo seco só de pensar que ainda teria que enfrentar Palpatine. “Quando tudo isso acabar, nós vamos embora. Pra qualquer lugar da galáxia. Só nós dois, como havíamos prometido.”, pegou a mão de Ardin, a levando até seus lábios e depositou um beijo ali, com um pequeno sorriso. 

Segurou seu sabre de luz com força enquanto puxava Ardin para dentro da base. “Ardin...”, parou de andar um pouco antes de chegar em seu destino. “Eu... eu não sei o que vai acontecer lá dentro. Ele não é como Kylo ou Snoke. Eu não sei se consigo.”, sussurrou a última parte, um pouco envergonhada e evitou qualquer contato visual com Ardin. Palpatine era sem dúvida a maior ameaça que ela havia enfrentado e mesmo que ela tivesse passado meses ao lado dele, ele ainda era totalmente imprevisível. Eve apenas rezava para que tudo acabasse logo.

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ardinhux‌:

Depois da sua breve conversa com Eve, correu até o centro de comando da base em que estava para alertar a todos sobre a localização dela. Quando finalmente contou tudo o que se lembrava, passou as semanas seguintes planejando como seria o ataque da Resistência àquela base. Estava disposto destruir a Primeira Ordem nem que precisasse fazer isso sozinho.

Quando o dia do ataque finalmente chegou, ainda estava um pouco machucado por conta do seu último confronto com Palpatine. Porém, para o seu alívio, a bandagem que cobria sua cabeça e o deixava um pouco desconfortável foi removida. Passou os últimos meses isolado, treinando com Luke porque sabia que sua vida dependeria daquilo. No entanto, sentia-se um fraco e vulnerável mesmo assim.

“Ardin…”, Poe colocou uma de suas mãos sobre seu ombro no momento em que a Resistência estava se preparando para deixar sua base. “Desculpe-me por…”, impediu que ele terminasse sua frase no momento em que voltou sua atenção ao moreno, assentindo. “Está tudo bem. Acho que sou eu quem precisa se desculpar, já que soquei seu rosto em cheio.”, os dois riram, mas logo a tensão pairou sob a conversa deles. “Iremos conseguir, Poe.”, concordou com a cabeça, puxando-o para um abraço.

Nas semanas seguintes, Palpatine fez com que Eve treinasse até o ponto de exaustão, com certeza uma punição pelo o último encontro deles. Sabia que na próxima vez que encontrasse Ardin todo aquele inferno iria acabar. 

Eve contava os dias para que finalmente pudesse colocar um ponto final em tudo aquilo, então apesar de estar fisicamente - e psicologicamente, exausta e ter que enfrentar qualquer tipo de punição que inventassem para ela, ela se mantinha em pé. Estava nervosa e Palpatine sentia isso, mas pela primeira vez, ele não disse nada. Sequer olhou para Eve naquele momento, apenas se sentou e retirou o capuz que cobria seu rosto. “Seus amigos estão vindo, Eve. Você não quer deixá-los esperando.”, fez um sinal para que Eve saísse da sala e se juntasse com as tropas que estavam se formando do lado de fora. 

Sentiu um arrepio passar por sua nuca e soube que Ardin estava lá. Saiu em disparada sem olhar para trás, ela iria cuidar de Palpatine depois, mas naquele momento a única coisa que ela queria era poder ver Ardin novamente. 

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Sentiu seu coração se partir em diversos pedaços ao ouvir as palavras de Eve, aproximando-se ainda mais dela para um abraço apertado. “Eve…”, sussurrou com um nó na garganta, pensando no que poderia fazer para ajudá-la. “Você não tem que se desculpar por nada. Nada disso foi sua culpa.”, deixou um beijo molhado na testa dela, respirando fundo. Se alguma pessoa tinha culpa por tudo o que aconteceu até então, aquela pessoa era ele.

Permaneceu por mais alguns segundos naquela posição, até que tomou o rosto de Eve em suas mãos. Secou as lágrimas dela e depositou um beijo demorado em sua bochecha. “Vai ficar tudo bem. Eu prometo. Vou consertar isso.”, murmurou, apoiando sua testa na dela com delicadeza. “Consegue me dar algum detalhe sobre a base em que você está? Qualquer detalhe.”, arqueou as sobrancelhas com o coração apertado. “Irei até aí com a Resistência. Irei tirar você desse lugar. Eu prometo, Eve.”, olhou nos olhos dela. “Eu prometo.”, fechou os olhos, sentindo as respirações dos dois se misturarem.

Ficou em silêncio por algum tempo, apenas aproveitando o fato de estar mais uma vez nos braços de Ardin. Era como se ela realmente pudesse respirar novamente, como se as coisas estivessem indo para o caminho certo. Aproveitou cada toque de Ardin, como se fosse a última vez que fossem se encontrar. “Você quase morreu. A culpa foi minha.”, sussurrou contra a pele do pescoço de Ardin, sentindo seu coração acelerar.

Quando finalmente olhou para Ardin, teve vontade de chorar novamente. Levou uma mão até o rosto de Ardin, fazendo um carinho delicado ali. “Você não merecia nada disso. Me desculpe.”, murmurou ignorando as palavras de Ardin por um momento. “Eu só preciso de você. Só isso.”, fechou os olhos por alguns segundos quando sentiu que iria chorar de novo. Respirou fundo, pensando se era uma boa ideia mandar a Resistência até ali. Mas não tinha outra escolha se realmente quisesse sair dali. “Nas ruínas da base da estrela da morte, Ardin.”, depositou um beijo demorado no canto de sua boca e se afastou quando percebeu uma movimentação do lado de fora. “Eu te espero aqui. Eu amo você.”, não esperou uma resposta de Ardin e cortou a conexão entre eles, soltando um suspiro cansado. Esperava que daquela vez as coisas realmente dessem certo. 

To Be So Lonely

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Ao abrir seus olhos, sentiu-se extremamente incomodado com a luz que estava acesa em seu quarto e foi preciso certo tempo até conseguir se acostumar com aquela claridade. Não fazia ideia de quanto tempo estava desacordado, mas pela intensidade da sua dor de cabeça supôs que ficou assim durante horas e horas. Levou uma de suas mãos até sua cabeça, notando que o que estava causando um certo desconforto no local era uma bandagem. Bufou quando percorreu o restante da cama com a palma da sua mão e percebeu que ele estava vazio.

Sentiu um nó na garganta ao se levantar e examinar seu reflexo no espelho próximo à sua cama. Já que estava sem camisa, conseguiu percorrer seus olhos por todo seu torso, encarando todas as suas cicatrizes e curativos que logo se transformariam em cicatrizes em breve como se estivesse hipnotizado. No entanto, uma cicatriz em especial chamou sua atenção; a da sua cintura. Seu corpo estremeceu assim que ele pensou em Eve, lembrando-se de todo inferno que ele a fez passar. Socou seu espelho com toda força que conseguiu naquele momento, já que não gostou nenhum pouco do que ele estava refletindo. Um monstro.

Fitou o sangue escorrendo de sua mão por alguns segundos antes de ser tirado de seu transe ao ouvir alguém chorar. Achou que aquilo era coisa da sua cabeça, já que estava ali sozinho. No entanto, quando voltou sua atenção em direção àquele barulho arregalou os olhos com o que viu. “Eve?”, engoliu em seco. Caminhou até ela lentamente e, quando os dois estavam próximos o suficiente, esticou sua mão até ela mas parou no meio do caminho. Não sabia o que fazer, nem o que falar. Estava com receio de estragar aquele encontro deles, assim como fez no outro.

Sentiu seu corpo todo gelar e um arrepio passar por sua nuca, mas não conseguia levantar a cabeça para encará-lo. Não tinha coragem de ver o estrago que ela havia causado nele, não queria ver seu olhar de desapontado sobre ela. Levou os joelhos até o peito, abraçando-os em seguida, tentou respirar fundo mas nada a acalmava. “É tudo culpa minha. Me desculpe.”, sussurrou várias vezes, fechando os olhos com força. 

Ela não conseguia pensar em nada que ela pudesse fazer para derrotar Palpatine, ele iria continuar a usando para destruir a Resistência e quando ele finalmente conseguisse isso, ele iria descartá-la. Sabia que a Primeira Ordem não passava de uma marionete para os planos de Palpatine, seja lá quais fossem. “Eu tentei... Eu juro que tentei. Mas...”,não conseguia terminar já que seus soluços não paravam em momento algum. Não conseguia parar de pensar na última vez que viu Ardin, o desespero de querer fazer algo e não conseguir. Ela era completamente inútil naquela situação, sequer conseguia salvar a pessoa que ela amava. 

To Be So Lonely

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Ficou em silêncio, encarando o chão, e deixou Eve se expressar. Aquela era a verdade, por mais que ele não gostasse de admitir isso. Quando deu um passo na direção dela, buscando retribuir aquele toque, arregalou os olhos ao notar a presença de Palpatine ali. Antes que pudesse fazer algo, ele foi mais rápido e utilizou a força para enforcar Eve.

Ardin cerrou os punhos e correu em direção a ele com seu sabre de luz ativado, rangendo os dentes. Foi jogado contra a parede à sua esquerda e bateu a cabeça durante o impacto, o que deixou sua visão turva por alguns segundos. Usou a força para levar seu sabre de luz até sua mão ao notar que ele estava muito distante da sua posição atual, mas foi impedido por Palpatine que utilizou o mesmo método para impedi-lo no meio do caminho. A risada aguda de Palpatine ecoou por sua cabeça, deixando-o tonto. Mesmo sem seu sabre, correu em direção ao seu oponente. No entanto, Palpatine o jogou contra a parede novamente.

Naquele momento, conseguiu sentir seu corpo inteiro latejar enquanto sua visão estava completamente turva. Pôde notar também o sangue que escorria por sua cabeça, deixando um rastro mediano no chão. Quando olhou para Eve de relance, percebeu que ela ainda estava sendo enforcada e aquilo lhe deu forças para levantar mais uma vez. Andou em direção à Palpatine cambaleando e sentindo o sangue escorrer de sua cabeça por diversos pontos. As palavras que saiam da boca do seu inimigo não passavam de ecos em sua mente e, quando olhou para Eve novamente, não conseguiu enxergar nada além de um borrão.

Palpatine era poderoso demais, mas Ardin estava disposto a matá-lo se isso significasse libertar eve das garras da Primeira Ordem. Enquanto caminhava, sentiu seu corpo ser jogado mais uma vez contra uma das paredes da sala. Porém, daquela vez, ele não conseguiu se levantar; por mais que tivesse tentado fazer isso diversas vezes. Com o passar do tempo, seu corpo foi ficando cada vez mais pesado e seus olhos se fecharam involuntariamente. A última coisa que Ardin conseguia se lembrar era de Finn desesperado em sua frente dizendo que tudo ficaria bem.

Não sabia quanto tempo havia se passado desde o momento em que Palpatine usou a força para enforcá-la, mas conseguia ver se canto de olho de Ardin estava tentando lutar contra ele, algo que Eve sabia que não acabaria bem. Palpatine era forte demais e mataria Ardin como se não fosse nada. Eve sentia seus olhos pesados e sua visão estava embaçada quando finalmente conseguiu respirar novamente. Tentou se levantar assim que viu o estado de Ardin, mas logo caiu novamente. Sua visão ainda estava turva e sua cabeça estava girando quando viu Poe correr em sua direção, gritando seu nome mas logo foi arremessado para longe por Palpatine. Sentiu alguém pegá-la no colo, provavelmente algum trooper e apagou totalmente. 

Quando acordou novamente, estava em seu quarto e por um momento achou que tudo aquilo não tivesse passado de um pesadelo. “Pensei que você era melhor que isso, Eve.”, a voz de Palpatine ecoou pelo quarto, enquanto ele saia de um canto mais escuro e Eve não conseguia enxergar seu rosto por conta do capuz que ele usava. Sentiu seu estômago revirar e percebeu que sua garganta estava dolorida. “Vocês prometeram no momento que eu me juntei a Primeira Ordem que não iriam machucá-lo.”, disse com uma voz firme mas seu coração parecia que iria sair pela boca. “Ele é o inimigo, Eve. A Resistência precisa acabar e só assim teremos paz.”, Eve podia sentir o olhar de Palpatine penetrando sua alma e naquele momento sentiu seu sangue ferver de raiva, levantando da cama em um pulo e usou a força para trazer seu sabre para seu lado, mas foi impedida por Palpatine que usou a força para jogá-la contra a parede com força. “Ah... Eu senti falta da sua raiva. Aprenda a usá-la ao seu favor, Eve e só assim você terá alguma chance. Até lá você vai continuar sendo uma garotinha patética, assim como Ardin.”, disse enquanto saia do quarto, a deixando sozinha. 

Eve deixou as lágrimas escorrerem por seu rosto, fechando os olhos com força enquanto soluçava igual uma criança. A única coisa que passava por sua mente era Ardin e como o encontro deles foi horrível e isso só a fez chorar mais. Ela precisava arrumar um jeito de acabar com Palpatine e a Primeira Ordem de uma vez. 

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Voltou sua atenção à Eve ao notar a movimentação repentina do sabre de luz dela. Arqueou as sobrancelhas ao ouvir as palavras que saíram da boca dela, balançando a cabeça em negação vagarosamente. “Você acha mesmo que eu mataria você?”, ficou em silêncio por alguns segundos, olhando-a nos olhos. “O que eles fizeram com você, Eve?”, guardou seu sabre de luz, ainda mantendo seus olhos nos dela.

Caminhou em direção à Eve, mas não ousou fazer qualquer tipo de contato físico daquela vez. “É isso o que você quer? Quer que eu vá embora?”, engoliu em seco, com a voz firme. “Você disse que ficaríamos juntos, Eve. Eu acreditei em você.”, fez uma pausa, segurando a mão de Eve que estava com o sabre dela com as duas mãos e levando-a até seu pescoço. Ouviu em seu comunicador que as tropas da Resistência estavam batendo em retirada, já que aquela era uma batalha ganha. No entanto, decidiu permanecer no mesmo lugar. “Já que você é da Primeira Ordem, isso significa que somos inimigos. Não vou lutar contra você. Não vou ferir você. Não mais. Agora sou eu quem decido por mim mesmo e essa é minha escolha.”, sua voz falhava a cada palavra que saía da sua boca. Podia sentir o nó se formando em sua garganta a cada segundo. “Vá em frente. Ative seu sabre. Acabe com isso.”, segurou a mão de Eve com ainda mais força, encarando-a.

Ficou em silêncio por alguns segundos, apenas encarando Ardin com os olhos levemente arregalados. “O que você acha que fizeram comigo?”, disse com a voz falha, sem esperar qualquer resposta dele. Ele sabia muito bem o que havia acontecido ali. Soltou sua mão da de Ardin, jogando seu sabre contra o chão com força. “Você é a última pessoa que pode dizer isso pra mim, Ardin.”, balançou a cabeça negativamente, sentindo as lágrimas rolarem pelo seu rosto e daquela vez não fez questão alguma de esconder. 

"Eve... Você sabe o que fazer.”, a voz estridente de Palpatine era clara em sua mente, fazendo com que Eve fechasse os olhos com força e todo o seu corpo estremecer. Ela sabia o que tinha que fazer, sabia que teria que pelo menos machucar Ardin mas também sabia que nunca faria isso. Ela sentia que a qualquer momento ela iria desmoronar, totalmente sem rumo pela primeira vez em meses. “Eu não vou te machucar, Ardin. Nem que minha vida dependa disso.”, levou uma mão até a nuca de Ardin, encostante sua testa na dele. “Eu não quero que você vá embora, mas eu preciso que faça isso. Eu não posso perder você e o único jeito de garantir isso até que eu descubra o que fazer...”, deu uma pausa quando sentiu um leve incomodo em sua garganta e levou as duas mãos até a mesma enquanto tentava desesperadamente buscar por um pouco de ar. Eve caiu de joelhos em frente de Ardin e escutou, mesmo que parecesse coisa de sua cabeça, a risada de Palpatine. “Você é uma tola, Eve.”, Palpatine intensificou a força ao redor de seu pescoço e naquele momento tinha certeza que sua vida acabaria ali. 

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Eve piscou algumas vezes para voltar sua atenção para a luta que estava acontecendo em sua frente, levantando rapidamente quando percebeu que Kylo estava perdendo, mesmo assim foi tarde demais, já que Ren caiu no chão sem vida. Eve usou a força para pegar seu sabre de volta, mas não o ativou. "Você...", engoliu seco, olhando fixamente para o corpo de Kylo. "Você vai me matar também?", sussurrou olhando para qualquer lugar que não fosse Ardin.

Eve não sabia o que deveria fazer, seu mestre estava morto, o que significava que ela podia largar tudo e voltar para os braços de Ardin, mas ela sabia que aquilo não havia acabado, longe disso. Ou talvez ela devesse continuar lutando, defendendo a Primeira Ordem. Se aproximou do corpo de Kylo e pôde sentir finalmente a presença de Palpatine ali. "Vai embora, Ardin. Você já teve o que você queria. Kylo está morto. Não tem mais nada aqui.", cuspiu aquelas palavras, torcendo para que Ardin saísse dali antes que alguma coisa desse errado. Sabia que Palpatine iria ficar extremamente furioso com a morte de Kylo, então ela poderia assumir as consequências daquilo. Nem que isso custasse sua vida.

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Prendeu a respiração quando viu Ardin, não estava preparada para vê-lo, mesmo que já tivesse sentido sua presença ali. Não se deu o trabalho de abraçá-lo de volta mas também não o afastou, apenas ficou parada ali. “Você não devia estar aqui.”, segurou com força seu sabre e pôde sentir a presença de Kylo ali. 

Se afastou rapidamente de Ardin, com um pouco de dificuldade devido ao abraço e ativou seu sabre, o olhando nos olhos. Estava hesitante de fazer qualquer movimento, sabia que não iria conseguir machucá-lo. “Não hesite agora, Eve. Faça o que você tem que fazer.”, a voz de Kylo fez com que um arrepio passasse pelo corpo de Eve, cerrando os punhos para tentar conter a raiva. “Ou você já esqueceu que Ardin não hesitou em momento algum quando ele teve que te machucar? Quando ele te torturou? Ou quando ele te deixou sozinha, Eve? Você se lembra disso, certo?”, Kylo parou atrás de Eve, colocando uma mão sobre seu ombro. Ele era o diabo cochichando em sua orelha, enquanto Ardin era sua salvação, bem em sua frente. Sentia seu sangue borbulhar com as lembranças, cerrando os dentes, mas mesmo assim sabia que não iria conseguir machucar Ardin. Tentou dar um passo para trás, mas Kylo a empurrou para frente com força. “Ele te deixou, Eve! Como você não fosse nada!”, gritou Kylo e ela sabia que ele estava a manipulando, como sempre fazia quando Ardin era o foco. Eve sentia as lágrimas quererem sair de seus olhos, mas ela se recusava a chorar ali. 

Levantou seu sabre para atingir Ardin mas logo seu golpe foi bloqueado pelo mesmo, fazendo que ambos ficassem cara a cara. Eve pressionou seu sabre com força com o de Ardin, olhando em seus olhos enquanto fazia isso. Podia sentir o calor da lâmina perto de seu rosto, mas nada importava. “Você não devia estar aqui.”, repetiu com a voz falhada, mas manteve o olhar frio em sua direção e o jogou para longe usando a força. Tentou focar sua raiva em Ardin, em todas as coisas que ele a fez passar mas não conseguia machucá-lo, por mais que quisesse. Ardin sempre seria seu ponto fraco e Kylo sabia muito bem disso e por isso que Eve tinha que esconder qualquer coisa que sentisse por ele. Parou em frente de Ardin, reativando seu sabre de luz e o levou até a base da garganta de Ardin. “Você é fraco. Mas você sabe o quão forte você pode ser. Junte-se a nós e volte pra mim, Ardin.”, disse com uma voz firme, mas seus olhos imploravam para que tudo aquilo acabasse de uma vez

Ao notar o que estava acontecendo, Ardin deu alguns passos para trás. Ouviu as palavras de Kylo em silêncio, segurando seu sabre com força. Apesar de estar com raiva, parte dele sabia que merecia aquilo já que, de fato, fez todas aquelas coisas com Eve; mesmo que contra sua vontade. Kylo estava a manipulando assim como sempre fez com ele e perceber isso fez com que seu sangue fervesse ainda mais. Quando estava se preparando para finalmente atacar Kylo, foi surpreendido por Eve que tentou golpeá-lo. Por pouco conseguiu se defender daquele golpe, arqueando as sobrancelhas ao encará-la. “Ele feriu você?”, ignorou completamente as palavras dela, sentindo seu corpo ser jogado contra a parede mais próxima logo em seguida.

Seu corpo latejava por conta do impacto recente, o que o desnorteou por um breve momento. Olhou de relance para seu sabre, notando que ele não estava muito longe de si. Quando voltou sua atenção para Eve, sentiu sua espinha gelar. Não imaginou que seu encontro com ela seria assim. “Desculpe.”, sussurrou com a voz falha. Parte dele se desculpou pelo que viria a seguir, mas a outra se desculpou por sem quem ele era e ter feito todas as coisas que ele fez à ela. Sentia-se extremamente culpado por ter virado a vida de ponta cabeça e sabia que nada que fizesse apagaria o que aconteceu de ruim entre os dois. Ainda assim, queria se redimir de algum forma.

Deu uma rasteira brusca em Eve, desequilibrando-a, e utilizou a força para pegar tanto o sabre dela quando o dele em mãos. Correu em direção ao Kylo, que logo levantou sua guarda, notando seu coração começar a bater cada vez mais rápido. “Eu vou matar você, Kylo. Nem que seja a última coisa que eu faça.”, grunhiu assim que seu golpe contra Kylo foi bloqueado, fazendo com que os dois ficassem cara a cara por alguns segundos. Kylo não fez nada além de sorrir. Aquele ato fez com que Ardin segurasse os sabres em suas mãos com ainda mais força.

Kylo defendeu muitos golpes de Ardin até que finalmente conseguiu tirar o sabre de Eve das mãos dele. Ambos estavam mancando e ofegantes, com ferimentos em todas as partes dos seus corpos. “Você é fraco.”, Kylo cuspiu as palavras que Ardin já não aguentava mais ouvir. “Meu pai também costumava me dizer isso.”, retrucou, atacando seu inimigo novamente. Acertou seu rosto em cheio e logo fez o mesmo com sua cintura. Kylo cambaleou para trás, mas conseguiu golpear o braço de Ardin mesmo assim. Correu em direção à Kylo, sentindo seu corpo queimar a cada movimento. Quase conseguia ouvir seus pulmões implorando por ar. Acertou o rosto de Kylo mais uma vez e o desarmou depois, cravando seu sabre de luz no coração dele enquanto segurava sua blusa com força. Encarou o rosto ensanguentado de Kylo por alguns segundos, mantendo seus olhos fixos nos dele. Os lábios de Kylo não esboçavam um sorriso, pelo contrário, estavam boquiabertos. Além disso, seus olhos estavam completamente arregalados, o que encheu Ardin de satisfação.

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Conseguia sentir as batidas fortes e aceleradas do seu coração conforme se aproximava da base, esperando que daquela vez pudesse finalmente encontrar Eve. Mesmo depois de tantos meses, ainda tinha esperanças de que um dia conseguiria vê-la novamente. Em contrapartida, esperava também por um reencontro com Kylo, para que pudesse matá-lo da pior maneira possível. Foi tirado de seu transe pela movimentação súbita dos rebeldes que estavam presentes na mesma nave que ele, alertando-o indiretamente sobre sua chegada em seu destino. Pegou seu sabre de luz e o ativou, adentrando a base com pressa.

Não poupou nenhum stormtrooper que ousou cruzar seu caminho, sentindo seu corpo incendiar de prazer ao tirar todas aquelas vidas sem pudor algum. Seus olhos fundos evidenciavam suas noites mal dormidas, mas Ardin sempre se sentia revigorado quando estava em combate. Correu em direção ao centro de comando com a intenção de desativar as defesas da base, mas parou onde estava ao sentir algo de diferente na força. Algo que nunca sentiu antes. Engoliu em seco e passou a caminhar até seu objetivo, segurando o sabre de luz em sua mão com força. Aniquilou mais alguns inimigos e jogou um deles contra a porta do centro de comando, rompendo-a com o impacto. Desativou seu sabre de luz e correu em direção aos painéis de controle. Mesmo se sentindo um pouco estranho, sabia que tinha uma missão a cumprir. “As defesas da base estão desativadas.”, avisou os outros rebeldes através do seu comunicador.

Quando se virou para caminhar em direção à saída, sentiu como se seu coração fosse sair pela boca. “Eve?”, sussurrou com a voz falha de uma maneira tão baixa que mal conseguiu ouvir suas próprias palavras. “Você…”, caminhou lentamente em direção à ela, engolindo em seco. Sua respiração estava completamente descompassada e suas mãos estavam tremendo. No entanto, ele não tentou controlar nenhuma dessas reações. “Você está viva.”, respirou fundo, dando o sorriso mais aberto que já deu em toda sua vida. Não conseguia acreditar que realmente estava dizendo aquelas palavras. “Você está viva!”, repetiu mais uma vez, mal conseguindo acreditar que aquilo era real.

Correu em direção à ela sentindo toda tensão do seu corpo se dissipar a cada passo. Ao se aproximar de Eve, depositou suas mãos nas bochechas dela e sentiu uma lágrima escorrer por seu rosto. Porém, aquela era uma lágrima diferente de todas as outras que derramou durante os últimos meses. Aquela era uma lágrima de felicidade. De alívio. Ela estava um tanto quanto diferente, mas ainda assim continuava a mesma de certa forma. “Eu… eu pensei em você todos os dias desde a última vez em que a gente se viu. Eu amo você, Eve.”, sua respiração estava ofegante e ele falava rápido demais. Seu corpo se eletrizava a cada palavra que saia da sua boca. Puxou Eve para um abraço apertado, afundando seu rosto no pescoço dela. “Eu amo você.”, disse mais uma vez, fechando os olhos com força logo em seguida. Naquele momento, nada além dela importava.

Prendeu a respiração quando viu Ardin, não estava preparada para vê-lo, mesmo que já tivesse sentido sua presença ali. Não se deu o trabalho de abraçá-lo de volta mas também não o afastou, apenas ficou parada ali. “Você não devia estar aqui.”, segurou com força seu sabre e pôde sentir a presença de Kylo ali. 

Se afastou rapidamente de Ardin, com um pouco de dificuldade devido ao abraço e ativou seu sabre, o olhando nos olhos. Estava hesitante de fazer qualquer movimento, sabia que não iria conseguir machucá-lo. “Não hesite agora, Eve. Faça o que você tem que fazer.”, a voz de Kylo fez com que um arrepio passasse pelo corpo de Eve, cerrando os punhos para tentar conter a raiva. “Ou você já esqueceu que Ardin não hesitou em momento algum quando ele teve que te machucar? Quando ele te torturou? Ou quando ele te deixou sozinha, Eve? Você se lembra disso, certo?”, Kylo parou atrás de Eve, colocando uma mão sobre seu ombro. Ele era o diabo cochichando em sua orelha, enquanto Ardin era sua salvação, bem em sua frente. Sentia seu sangue borbulhar com as lembranças, cerrando os dentes, mas mesmo assim sabia que não iria conseguir machucar Ardin. Tentou dar um passo para trás, mas Kylo a empurrou para frente com força. “Ele te deixou, Eve! Como você não fosse nada!”, gritou Kylo e ela sabia que ele estava a manipulando, como sempre fazia quando Ardin era o foco. Eve sentia as lágrimas quererem sair de seus olhos, mas ela se recusava a chorar ali. 

Levantou seu sabre para atingir Ardin mas logo seu golpe foi bloqueado pelo mesmo, fazendo que ambos ficassem cara a cara. Eve pressionou seu sabre com força com o de Ardin, olhando em seus olhos enquanto fazia isso. Podia sentir o calor da lâmina perto de seu rosto, mas nada importava. “Você não devia estar aqui.”, repetiu com a voz falhada, mas manteve o olhar frio em sua direção e o jogou para longe usando a força. Tentou focar sua raiva em Ardin, em todas as coisas que ele a fez passar mas não conseguia machucá-lo, por mais que quisesse. Ardin sempre seria seu ponto fraco e Kylo sabia muito bem disso e por isso que Eve tinha que esconder qualquer coisa que sentisse por ele. Parou em frente de Ardin, reativando seu sabre de luz e o levou até a base da garganta de Ardin. “Você é fraco. Mas você sabe o quão forte você pode ser. Junte-se a nós e volte pra mim, Ardin.”, disse com uma voz firme, mas seus olhos imploravam para que tudo aquilo acabasse de uma vez

To Be So Lonely

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ardinhux‌:

Levantou-se no meio da noite sentindo seu corpo pesado, assim como em todas as outras noites desde que Eve sumiu. Sua cama estava molhada com seu próprio suor por conta do pesadelo que acabou de experienciar. Pôs uma de suas mãos sobre a cicatriz na sua cintura, percorrendo toda sua extensão levemente. Conseguia se lembrar do dia em que obteve aquilo tão claro como a luz do sol. Queria poder revivê-lo para que pudesse fazer tudo diferente e continuar estando ao lado de Eve. Sentia-se extremamente frustrado por não ter conseguido salvá-la naquele dia, culpando-se por tudo o que aconteceu. Agarrou seus lençóis com muita força ao sentir lágrimas escorrerem pelo seu rosto e, quando olhou para o espaço vazio em sua cama que Eve costumava preencher, passou a chorar ainda mais. Gritou em desespero, sentindo sua garganta arranhar. Estava sozinho novamente e aquela era a pior sensação do mundo.

Foi recebido por Poe com seu café da manhã na manhã seguinte, já que só deixava seu quarto para enfrentar a Primeira Ordem. Poe vivia extremamente preocupado com o estado de Ardin e, depois de tudo o que aconteceu, os dois ficaram um pouco mais próximos. “Eu não quero comer nada, Poe.”, murmurou enquanto estava sentado em sua cama, encarando o chão, mas voltou sua atenção a Poe assim que ele se sentou ao seu lado. Apesar de terem criado um vínculo, os dois nunca tinham conversado sobre o que fez com que Ardin ficasse tão isolado de tudo e todos. Até aquele momento. “Ardin…”, Poe fez uma pausa, apoiando a bandeja em suas mãos nos seus joelhos. “Todos nós estamos muito preocupados com você. Sei que tudo o que aconteceu foi muito difícil mas… Já se passaram meses. A Eve…”, fez outra pausa e Ardin engoliu em seco. “Ela morreu, Ardin.”, Ardin se levantou em um pulo, com os punhos cerrados. “Poe… Saia do meu quarto. Agora.”, grunhiu, sentindo seu sangue ferver.

Poe se levantou e deixou a bandeja em suas mãos de lado, voltando sua atenção para Ardin. “Olha… Isso dói em mim também. Ela era importante para mim. Para todos nós. Mas ela…”, antes que pudesse terminar sua frase, Ardin socou o rosto de Poe, que logo começou a sangrar. “Cale a boca!”, gritou diversas vezes até sua garganta arranhar. Finn adentrou o quarto de maneira afobada, o que chamou a atenção de todos. Ele logo entrou no meio de Ardin e Poe, separando-os. “Ei, ei, ei. Alguém quer me explicar o que está acontecendo aqui?”, arqueou as sobrancelhas, esperando que algum dos dois se pronunciasse. Entretanto, como ninguém disse nada, Finn apenas esperou até que se acalmassem. “Certo… agora que não estão mais agindo feito loucos… Eu vou dizer o que vim aqui para dizer. Encontramos uma base sith. Suas informações estavam certas.”, voltou sua atenção para Ardin, que só conseguia pensar em Eve naquele momento. Conseguia sentir as batidas do seu coração ficarem cada vez mais aceleradas naquele momento.

Os primeiros meses longe de Ardin foram extremamente dolorosos, Eve se recusava a fazer qualquer coisa que Kylo mandasse e por algum tempo ela tinha certeza que ele iria matá-la, mas nunca aconteceu. Era uma tortura constante para conseguir informações sobre a Resistência - algo que ela se recusava a falar e lhe rendeu vários dias com Kylo invadindo cada pedaço de sua mente. Eve nunca sequer viu Palpatine novamente, apenas sentia sua presença e escutava sua voz, Kylo era quem liderava ali, mas Eve sabia que ele não passava de uma marionete para a Primeira Ordem. Depois de um tempo, Eve finalmente se juntou à eles, o que tornou as coisas mais fáceis mas não menos dolorosas. Os treinamentos de Kylo não eram fáceis e toda vez que Eve errava algo, ela era punida por isso. Kylo fazia isso com a desculpa de fazê-la aprender, para deixá-la mais forte e de certa forma, era verdade. Sua raiva a deixava mais forte.

Eve levantou em um pulo, sentindo seu corpo inteiro molhado por conta do suor. Era quase sempre o mesmo pesadelo. “Eve.”, Kylo entrou em seu quarto, o que fez Eve dar um outro pulo. A voz de Kylo era firme mas ao mesmo tempo calma, uma mistura que Eve não conseguia entender mesmo depois de meses ao lado dele. “Seu namoradinho entregou mais uma de nossas bases.”, chegou perto de Eve,com uma voz calma até demais e segurou seu rosto com delicadeza. Sentiu seu coração quase sair pela boca com a menção de Ardin e seu sangue ferver, Kylo constantemente o usava contra ela na hora dos treinos e ela odiava aquilo. “Ele não significa mais nada para mim, mestre. Eu já lhe disse isso.”, Eve cuspiu as palavras - mentiras que nem mesmo ela acreditava -, engolindo seco quando Kylo tombou a cabeça para o lado, balançando negativamente mas preferiu ficar em silencio. “Isso já está ficando chato, Eve. Você vai por um ponto final nisso hoje. Ou eu mesmo faço.”, Kylo ignorou completamente as palavras de Eve, a olhando nos olhos. Abriu a boca para responder, mas foi interrompida por um stormtrooper. “Senhor, os rebeldes já estão lá fora.”, disse e logo saiu de lá, com medo do que Kylo pudesse fazer, já que ele não era a pessoa mais centrada ali. “Vamos.”, se afastou completamente de Eve, saindo de lá. A ideia de ver Ardin novamente fez que os pelos de seu corpo arrepiassem e todos os sentimentos que ela se forçou a esquecer voltaram como uma avalanche. Antes de sair do quarto, Eve pegou sua capa, colocando-a e arrumando o sabre na cintura, finalmente indo ao encontro dos rebeldes. 

To Be So Lonely

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Estava tonto, sentindo-se cada vez mais cansado. Esforçou-se para não permitir que seus olhos se fechassem, por mais que estivessem tentando fazer isso involuntariamente. Quando Eve chamou sua atenção, sentiu sua espinha gelar. Olhou rapidamente para a mão dela que estava acima da sua e depois voltou sua atenção à ela, tentando focalizar seu rosto. “Eve…”, fez uma pausa, engolindo em seco. Somente sua breve tentativa de falar algo foi o suficiente para que seu ferimento doesse ainda mais. Limitou-se apenas à olhá-la enquanto ela ia em direção aos seus inimigos, respirando fundo.

Levantou-se com muita dificuldade ao perceber que Eve precisava de ajuda, pegando seu sabre de luz com uma mão enquanto continuava mantendo a outra sobre sua ferida. Deu passos curtos até finalmente se acostumar com a dor, caminhando cada vez mais rápido em direção à Eve e ignorando completamente o pedido dela. Ele nunca a deixaria sozinha, nem mesmo se ela o pedisse isso. Cambaleou ao sentir o chão estremecer, mas, por sorte, conseguiu se manter em pé. “Eve!”, gritou enquanto corria de forma desajeitada até ela, mas parou assim que o chão cedeu e afastou os dois, sentindo seu estômago revirar.

“Eve.”, murmurou para si mesmo várias vezes enquanto olhava em volta procurando por meios de chegar até ela, mas a distância entre os dois aumentou ainda mais. Podia sentir seu coração bater mais forte do que nunca ao mesmo tempo que ele se despedaçava em vários pedaços. Ela estava presa com Kylo e Palpatine no outro lado do cômodo e ele não iria conseguir ajudá-la. A detonação do restante dos explosivos fez com que Eve desaparecesse do seu campo de visão e tudo o que conseguiu enxergar foi aquele lugar ser reduzido a escombros.

“Eve!”, gritou com a voz falha, sentindo sua garganta arranhar. Lágrimas começaram a escorrer pelo seu rosto incessantemente e Ardin não fez questão de controlá-las. A última vez que chorou daquele jeito foi quando seu pai o torturou. Segurou o sabre de luz em suas mãos com tanta força que poderia fragmentá-lo a qualquer momento, recusando-se a sair dali e deixar Eve para trás. No entanto, foi tirado de lá contra sua vontade por rebeldes da Resistência. Ele gritava o nome de Eve e se debatia enquanto chorava feito uma criança. “Ela ainda está lá. Eve!”, gritava na esperança de que ela o respondesse, libertando-se dos braços dos rebeldes que tentavam o tirar dali. As palavras deles ecoavam por sua cabeça e não faziam nenhum sentido, ele só queria se encontrar com Eve novamente. Tentou correr em direção à ela, mas foi impedido mais uma vez. “Vocês não podem deixá-la! Ela fez isso tudo por vocês!”, gritou e deu um soco em um deles, mas logo foi contido por outros rebeldes que estavam presentes ali.

A cada vez que Eve escutava Ardin gritar seu nome, era como se seu coração estivesse quebrando em milhões de pedaços, pois ela sabia que não conseguiria ir até ele, não naquele momento pelo menos. Era uma questão de tempo até que toda a base da Primeira Ordem cedesse, então a única coisa que ela queria era que Ardin saísse de lá enquanto dava tempo. Por um momento, pensou em correr dali o mais rápido possível mas afastou esse pensamento no momento em que o chão cedeu, afastando os dois. “Ardin!”, tentou correr até ele, mas logo a base estremeceu mais uma vez e finalmente a base cedeu de vez. 

Eve fechou os olhos com força esperando o impacto dos escombros que nunca vieram e quando abriu os olhos novamente, deu de cara com Kylo a segurando com certa força. Eve conseguia escutar a voz de Ardin a chamando, mas ela estava tão longe que ela se perguntava se aquilo não era coisa da cabeça dela. “Eu disse que iriamos comandar a galáxia juntos, Eve.”, Kylo disse a puxando para mais perto, saindo dali enquanto o mais rápido possível quando alguns rebeldes apareceram ali e ela sabia que eles estava atrás dela. “Ei! Eu estou aqui. Ardin!”, gritou com a voz falha e a última coisa que viu foi o olhar furioso de Kylo Ren em sua direção.

Acordou com uma forte luz em seu rosto, sem saber onde estava. Por um momento pensou que tudo tinha sido um sonho, mas logo sentiu seu corpo congelar quando ouviu a respiração pesada de Kylo. “Vejo que finalmente acordou.”, Kylo disse sem emoção alguma, parando em sua frente. Não sabia quanto tempo havia ficado fora, mas a única coisa em sua mente era Ardin. Kylo tirou seu capacete e o jogou no chão, fazendo um pequeno barulho e ficou cara a cara com Eve. “Bem vinda à Primeira Ordem, Eve.”, deu um sorriso vitorioso, mas logo fechou os olhos com força quando Eve cuspiu em seu rosto. “Você sabe que seu lugar é aqui, Eve. Toda sua raiva...”, não completou sua frase e nem precisava, Eve sabia muito bem o que ele quis dizer com aquilo. Sentiu seu coração acelerar e ela teve vontade de gritar, espernear, qualquer coisa que a tirasse dali e a fizesse voltar para os braços de Ardin. As lágrimas rolavam por seu rosto e ela não conseguia mais pensar direito, estava totalmente esgotada fisicamente e psicologicamente. Eve se manteve em silencio o tempo todo, apenas pensando em Ardin e se um dia iria vê-lo novamente. 

Way Down We Go

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Ficou em silêncio enquanto Eve e Kylo trocavam alfinetadas, cerrando seus punhos. Ainda sentia um desequilíbrio na força e, ao se aproximar de Kylo, aquela sensação se intensificou ainda mais. Ao fechar os olhos rapidamente, teve a sensação de estar dividindo aquele cômodo com mais alguém. Porém, ao olhar em volta, não avistou mais ninguém além dos três ali. Deu um passo para trás ao notar o embate entre os dois, arregalando os olhos. Estava absorto demais em seus pensamentos que abaixou a guarda sem nem perceber. Engoliu em seco, implorando para que sua mente voltasse ao normal logo.

Ao ouvir as palavras de Kylo, sentiu como se seu corpo fosse entrar em chamas a qualquer momento. Já passou por jogos mentais como aquele antes e foi por pouco que conseguiu sobreviver. “Kylo.”, caminhou em direção a ele, investindo seu sabre de luz contra sua cintura. Olhou de relance para Eve, mas logo voltou sua atenção para Kylo. Queria que ela soubesse o quanto ele estava preocupado ao mesmo tempo que não gostaria de parecer estar tão fragilizado. Bloqueou um golpe do seu inimigo, fazendo com que os dois ficassem cara a cara. Antes que Kylo pudesse dizer alguma coisa, chutou sua perna dominante, desequilibrando-o. “Já chega dos seus joguinhos, Kylo.”, grunhiu, golpeando-o em cheio na barriga.

Quando pôs seu sabre de luz sobre o pescoço de Kylo, sorriu vitorioso. Sua vingança finalmente estaria completa. Pôde enxergar o desespero nos olhos dele e aquilo o preencheu de satisfação. No entanto, antes que pudesse fazer qualquer movimento, um arrepio súbito tomou conta de todo seu corpo. Olhou de relance para o lado enquanto sentia um desconforto extremo, arregalando seus olhos ao notar quem estava ali. Boquiaberto, lembrou-se de como seu pai o venerava e aquilo o levou brevemente até sua infância. Sem perceber, deixou seu sabre de luz cair de suas mãos. A próxima coisa que sentiu foi o sabre de luz de Kylo atravessar a pele da lateral da sua cintura, queimando-a completamente.

Seus gritos de dor foram de encontro com o sorriso de Kylo, que logo puxou seu sabre de luz para si. Ajoelhou-se somente com sua perna direita enquanto mantinha uma de suas mãos sobre seu ferimento recente e a outra buscando por apoio no chão. Permaneceu ali, estático, tentando processar tudo o que acabou de acontecer. “Sim…”, a voz estridente de Palpatine ecoou por todo aquele lugar, fazendo com que Ardin ficasse tonto. “Toda a sua raiva…”, olhou para Eve e respirou fundo, como se estivesse se alimentando do ódio dela. “Junte-se a mim. Você sabe que aqui é seu lugar.”, Palpatine tirou seu capuz, revelando sua face, estendendo uma de suas mãos em direção à Eve em seguida. Ardin permanecia parado no mesmo lugar, incapaz de pronunciar qualquer coisa; por mais que quisesse.

“Ardin!”, correu em direção do rapaz, se abaixando ao seu lado mas não antes de usar a força para jogar Kylo para longe. Colocou uma mão sobre a mão de Ardin que estava sobre o ferimento, pressionando com um pouco mais de força e levou sua outra mão até o rosto do rapaz, o fazendo olhar para ela. Ao ouvir a voz de Palpatine, Eve sentiu todo seu corpo estremecer e de relance viu que Kylo estava em pé e indo em direção a ela. “Você precisa sair daqui. Avise os rebeldes do que está acontecendo aqui e eu te encontro lá fora, ok? Eu preciso que você faça isso pra mim, Ardi.”, sussurrou apenas para Ardin escutar, voltando sua atenção para ele. O plano de Eve era segurar Kylo e Palpatine o máximo que ela conseguisse, já que eles pareciam estar 100% interessados nela e quando estivesse tudo pronto, ela sairia dali e a base cairia. Ela só precisava que Ardin fizesse o que ela pedia. 

Deu um último beijo no rosto de Ardin, antes de voltar sua atenção para Kylo e Palpatine. “Vamos, Eve. Junte-se a nós. Vamos trazer o equilíbrio de volta para a galáxia . Juntos.”, Kylo estendeu a mão em direção de Eve e isso fez com que todo o sangue do seu corpo borbulhasse. Levantou em um movimento rápido, acertando seu sabre no ombro de Kylo, que cambaleou para trás mas mantinha um leve sorriso no rosto, como se fosse isso que ele quisesse. A risada estridente de Palpatine ecoou por toda a sala enquanto ele descia alguns degraus. “Sim...”, sorriu malicioso, enquanto olhava para Eve com um olhar vitorioso. “Sua raiva te faz mais forte. Seja minha aprendiz, aprenda usar o poder do lado negro da força.”, parou em frente de Eve. 

Eve fechou os olhos com força, tentando afastar qualquer pensamento ruim naquele momento. Queria que a força a guiasse, mas não conseguia focar em uma coisa só. Segurou seu sabre com força, dando vários passos para trás e balançou a cabeça negativamente. Abriu os olhos novamente quando sentiu a base tremer, o que indicava que os rebeldes já haviam começado por o plano em prática. Eve respirou fundo, correndo em direção de Palpatine mas foi jogada com força contra a parede e mais uma vez sentiu a base estremecer e uma das paredes da sala ceder. “Eu sinto o conflito em você.”, a voz de Kylo chamou atenção de Eve, que cerrou os punhos com força e naquele momento ela percebeu que provavelmente não sairia dali, mas pelo menos a missão deles ali estava feita.

Way Down We Go

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Ficou em silêncio ao ouvir as palavras de Eve, já que, por mais que quisesse acreditar nelas, não conseguia fazer isso. Não naquele momento. Acalmou-se durante o beijo entre os dois, apoiando sua testa na dela e depositando suas mãos nas bochechas da morena assim que se separaram. Ao fechar os olhos rapidamente, pôde sentir um desequilíbrio na força que fez seu estômago revirar. Pensou que talvez pudesse ser a investida que realizou contra o templo sith, o que desequilibrou muito o lado negro. No entanto, seja qual fosse a resposta, ele sabia que algo não estava certo. Tudo o que queria fazer naquele momento era pegar Eve pelos braços e tirá-la dali, fazendo com que a Resistência desistisse daquela loucura junto dele. Balançou a cabeça em negação suavemente, tentando afastar aqueles pensamentos negativos da sua mente. Sabia que nada disso seria possível. “Eu também amo você, Eve. Mais do que tudo.”, sussurrou contra os lábios dela, abrindo seus olhos.

Com seu sabre de luz em mãos e ativado, fechou os olhos e deixou que a força o guiasse. Seguiu seu instinto e isso o surpreendeu de certa forma, já que sempre foi conduzido por sua ira. “Eve…”, sussurrou tão baixo que mal conseguiu ouvir suas próprias palavras, parando de andar naquele mesmo momento. “Ele está aqui. Eu posso senti-lo.”, abriu seus olhos, apertando seu sabre de luz com força. “Kylo.”, murmurou para si mesmo, correndo em direção a ele. Podia sentir o sangue em suas veias ferver enquanto abria caminho entre as tropas da Primeira Ordem de maneira feroz, mal podendo esperar para finalmente tirar a vida do seu maior inimigo.

Prendeu a respiração no momento em que sentiu Kylo ali, sentindo seu estômago revirar. O desequilíbrio na força que Eve sentia constantemente não ajudava a situação e por isso ela sabia que aquilo não era uma boa ideia, desde o começo. Ela sentia o chamado do lado negro desde o momento em que se deixou levar na luta contra Snoke, mas sempre teve o lado da luz mais forte ao seu lado. Ou pelo menos era isso que ela queria acreditar.

Assim que chegaram até onde Kylo estava, era como ele esperasse eles por lá. De certa forma, ele sabia que cedo ou tarde a Resistência iria aparecer ali, mas ele estava muito calmo. Isso fez que todos os pelos do corpo de Eve se arrepiassem. “Sem a máscara hoje, Kylo?”, provocou Eve, se aproximando de Ren e pôde ver as marcas de sua última batalha com ele. “Soube que você matou Snoke, Eve.”, ignorou totalmente a fala de Eve, levantando de onde estava e se aproximando da garota. “Você tem tanta raiva dentro de você. Eu posso sentir de longe.”, sussurrou Kylo, ficando cara a cara com Eve. A garota deu um passo para trás, finalmente ligando seu sabre e engoliu seco. Não esperou para dar um golpe na lateral da barriga de Kylo mas logo foi impedida pelo mesmo, colidindo seu sabre contra o dela. Ela e Ardin tinham que segurar a atenção de Kylo o máximo que eles conseguissem para que os rebeldes seguissem com o plano de acabar com a base e a única coisa que Eve pedia silenciosamente era que eles fossem rápidos, para que eles pudessem sair dali e finalmente ter paz.

Way Down We Go

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ardinhux‌:

Encarava seu sabre de luz em suas mãos com bastante atenção, como se nunca tivesse o visto na vida. Porém, a verdade é que estava perdido em seus pensamentos e só notou o que estava fazendo quando foi tirado de seu transe ao sentir a nave em que estava sacudir levemente. Não conseguia parar de pensar que estava indo diretamente em direção a Kylo e que daquela vez ele não sairia vivo do combate entre os dois como na última vez.

Ardin forneceu mais uma vez informações sobre a Primeira Ordem à Resistência, mas aquele ataque era diferente de todos os outros. Era perigoso e quase impossível, já que a base que a Resistência estava se direcionando naquele momento estava mais para uma fortaleza de tão protegida.

Apertou o sabre de luz em suas mãos ao olhar em volta e perceber que estava pondo em risco a vida de todos. A vida de Eve. Ainda assim, sabia que precisaria se arriscar se quisesse manter sua vantagem sobre a Primeira Ordem. Respirou fundo, colocou o sabre de luz em seu devido lugar e se levantou lentamente, sentindo as batidas do seu coração acelerarem cada vez mais. Fez de tudo para não tentar transparecer seu nervosismo aos outros, por isso, tentou manter sua postura rígida e seu olha firme. Cerrou os punhos assim que a nave em que estava finalmente adentrou a base. Naquela hora, sabia que não teria como dar meia-volta. E nem queria.

Eve não estava preparada para enfrentar Kylo novamente, muito menos a Primeira Ordem. Não se sentia segura para mais uma vez lutar contra eles, por mais que tentasse esconder desesperadamente. Em nenhum momento após a luta contra Snoke, Eve deixou de pensar o quão satisfatório foi matá-lo ou a sensação de ceder por alguns instantes ao lado negro. E ela odiava aquilo. O medo de que isso acontecesse novamente a consumia diariamente e estar cara a cara com isso mais uma vez não ajudava em nada. 

Assim que a nave adentrou a base da Primeira Ordem, Eve voltou sua atenção para Ardin, que parecia tão nervoso quanto ela - mesmo que ele tentasse esconder, Eve o conhecia o suficiente. Antes que ele saísse, a garota o segurou pelo braço com delicadeza. “Vai dar tudo certo.”, sussurrou segurando o rosto de Ardin com uma de suas mãos, olhando em seus olhos. Se inclinou na direção do rapaz, selando seus lábios no dele em um beijo calmo, levando sua mão livre até o ombro do mesmo e apertou de leve. Mesmo que ela não acreditasse 100% em suas próprias palavras - pois sabia que uma parte significante dos rebeldes ali não voltaria para casa, Eve tinha que se manter forte por eles e sabia que se Ardin estivesse do seu lado nada de ruim aconteceria. 

Quando separaram o beijo puramente pela falta de ar, Eve soltou um suspiro cansado e o beijou mais uma vez rapidamente. “Eu amo você, Ardin. Independente do que aconteça.”, murmurou contra os lábios de Ardin, encostando sua testa na dele e olhou em seus olhos como se quisesse memorizar cada detalhe dele. Respirou fundo antes de se afastar do rapaz, finalmente pegando seu sabre de luz e saindo da nave ao lado de Ardin, pronta para fazer qualquer coisa que precisasse para salvar Ardin e a Resistência. 

Way Down We Go