Tumgik
euliricosworld · 11 months
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it was only a kiss
Começou nas suas mãos suaves nas costas das minhas. Uma bebida, um trago, um convite. Te segui para o canto escuro a oeste do nosso encontro, seus olhos escurecidos não eram invadidos pela luz noturna, mas a pele era quente. Uma mão na cintura, outra no canto do lábio, olhos nos olhos. Fogos de artifício explodindo em meu corpo aceso de tanto querer, recebendo em resposta seu afastamento. Acabou rápido o que começou rápido, uma mulher completa que sabe o que quer não perde tempo com homens como eu. Fingi costume enquanto segui sua silhueta por toda a noite. Sexta após sexta te via dançar sem pudores enquanto as batidas mexiam as paredes e meu coração impressionável. A cada noite te vi repetir os toques em outros corpos. Olhos nos olhos, mão na nuca, quadris se encontrando. Um beijo explosivo para cada rosto bonito, um coração viciado em cada canto do grande salão. Suas mãos no peito dele, o cigarro na sua boca antes que ela tocasse os lábios dele, a risada sexy ao fim do beijo. Repetindo constantemente que foi só um beijo, só mais um, só mais outro. Enciumado de seus afetos infinitos, só pude torcer que a roleta parasse em mim novamente, que o próximo homem de sorte fosse eu.
Em outra noite, uma qualquer, mãos quentes me tocam e me levam ao canto oeste onde as luzes não chegam. Mãos tocam meu peito, sinto o cheiro de cigarro em seu hálito, ouço o convite e torço para que dessa vez seja mais que um beijo.
[cause I’m Mr. Brightside]
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euliricosworld · 11 months
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" Eu não quero me culpar mais, não quero me desvalorizar como tenho feito durante todo esse tempo. Quero me olhar com paciência, zelo e compaixão. Cuidar de minhas feridas, deixar de lado meus devaneios e ilusões; e ser, de fato, calmaria e compreensão. Eu preciso disso."
–Escrevo-para-nao-morrer.
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euliricosworld · 11 months
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Você me disse algo ontem sobre um dia querer saber como eu trato o nosso "nós".
Bom não é como um dia de chuva que eu queria ficar deitado só respirando e coexistindo no universo com todas as gotas de chuva que caem, dias assim são bem bons quando se pode aproveita-los em casa.
Acho que está na hora de contar a você, afinal somos nós, e um nós não pode ser construído apenas com uma pessoa, e nada mais justo do que você também saber como eu vejo a gente.
Vamos ver se eu consigo explicar, é como um segredo, mas não aquele segredo que escondemos das pessoas, é como um segredo que eu prefiro não contar a ninguém, porque parece que se qualquer outra pessoa além de nós souber vai perder a força, o brilho, não que eu ache que isso seja possível, mas metaforicamente falando e mais ou menos isso.
Existem momentos bem específicos em que estamos no mesmo lugar, e algo em mim implora por você, pelo carinho nas minhas mãos, pelo jeito que só você sabe fazer carinho no meu cabelo na altura do pescoço enquanto eu falo alguma coisa, pela maneira quase indiscreta que você para pra sentir meu cheiro como alguém que quer eterniza-lo na memória, pela forma que você me observa com seus olhos cansados e sempre pergunta se está tudo bem, entre outras n coisas que só você faz, algo em mim pede por isso, espera por isso, deseja isso como um fogo que queima dentro de mim, mas eu sempre mantenho a cara de paisagem, para não transparecer.
Eu vejo nós como duas pessoas em um parque de diversões vazio, não abandonado, apenas vazio, como duas pequenas estrelas que brilham quase na mesma intensidade próximas uma da outra, mas não tão próximas ao ponto de se chocarem, no universo, vasto e infinito.
Como a vontade absurda que cresce dentro de mim mas de uma forma sutil e quase lenta de voltar pra mesma casa, para a mesma cama, de não ter que dizer tchau, ou até mais.
Como aquele clichê de filmes que um casal caminha em uma tarde verão e a chuva fina e quase incomoda os alcança e o momento em si implora por um beijo calmo e intenso.
É como estar perto, e um desconhecido vendendo algo para e começa aquela frase quase caótica "casal, compra um para me ajudar", meu coração quase que teimoso quer comprar, para ajudar, mas as vezes eu digo não.
Como um cego lendo em braile.
Como coisas que eu faço e ninguém vê, quando você me manda mensagem pedindo para te encontrar, paro a leitura de um livro, desmarco algum compromisso.
Como agora, não era pra ser um texto, mas virou.
Eu nós vejo como dois jovens que se apaixonam, tornam-se amantes, não no sentido pejorativo da palavra, apenas dois jovens que se amam, mas estão presos e entrelaçados em um emaranhado de coisas das suas vidas destintas, mas quando juntos, são um só.
Como o rapaz que sai as pressas meio engomado ate, correndo porque recebeu um recado da garota que o fez sorrir, ele larga o que tá fazendo, da um tchau meio alegre e sorridente e vai ao encontro da garota, dois jovens de época apaixonados, onde ele faria atos grandiosos se ela pedisse, mas ela só pede que ele seja ele e esteja ali e ele sorri, sorri porque isso ele faz diariamente, mas ele acha engraçado, até, quase fofo ela gostar dele só pelo que ele é, ele não está acostumado ter alguém que não espera algo dele, mas a tem, de alguma forma, ele a tem.
Não que eu seja um príncipe em um cavalo branco, e nem você uma donzela esperando ser salva, mas juntos, nós somos um casal de época.
Nós somos como aquele hábito que some por um tempo, mas sempre volta, sempre nos pegamos repetindo aquele mesmo hábito.
Nós quase, mas o quase mais real que eu já vivi, nós o talvez, uma bolha, uma caixa de sonhos, que não tem planos, além do agora.
Somos a caixinha de joia e a bailarina, a união quase perfeita, mas que as vezes a bailarina para de girar e a caixa é fechada.
Somos o conjunto de brincos e colar, peça única na joalheria, o valor mais alto, mas e pequeno, e simples, mas e lindo e grandioso.
Nós somos nós, o quase das nossas vidas, o toque esperado e desejado, a saudade constante, eu sinto um pouquinho, mas é um pouquinho o tempo todo, o sorriso involuntário, o frio na barriga que acontece até enquanto eu escrevo e enquanto você lê, a inspiração para um livro de poesias de 106 páginas, onde uma poesia de 3 linhas ocupa uma página inteira e para o leitor aquilo parece até um desperdício de espaço, uma página mal aproveitada, mas não para quem escreve.
Um monólogo recitado a dois, uma ligação quase não atendida, um recado deixado na caixa postal, que fazem duas pessoas viverem o mesmo instante, em momentos diferentes, onde a frase termina com um "eu te amo" seguido de uma respiração que é quase um sorriso, e uma viagem no tempo, porque o instante que acabou quando a ligação encerrou e o recado foi deixado, é revivido, quando o recado é ouvido, ela volta até lá, onde ele estava quando gravou, e ele vai até lá, onde ela está, quando escutou.
Nós somos nós, eu e você, separadamente, sendo juntos, você está em mim, o tempo todo, até quando acha que não está, e eu estou em você, o tempo todo, até quando não estou, ou você quer fingir que eu não estou.
É sobre o "eu te amo tanto, até mais do que eu queria, e isso é estranho as vezes", é sobre não ser uma coisa que a gente consegue controlar, mas nada nunca nos impediu de tentar, e sobre o momento juntos virar eternidade no sentido mais cru da palavra, só pelo fato de parecer que nunca vai ter fim, mas tem, e aí, passamos os resto dos dias esperando pelo próximo momento eterno, vivendo, andando, pensando, trabalhando, mas inconscientemente, quase que imperceptivelmente, esperando pelo próximo momento eterno.
Essa é a maneira que eu trato e vejo o nosso nós.
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