Voar
Amélia tinha asas e sabia voar, mas tinha medo de voar alto e se perder do lar. Todos os dias admirava com muito apreço o céu que, por vezes azul por vezes cinza, ensolarado ou tempestuoso.
A menina batia suas asas e voava baixo, sempre com receio de algo, do vento gélido na face, de pássaros pequenos que a rodeava, temia ir e não saber voltar, mas sempre com os olhos vidrados no céu.
Um dia Amélia pensou que se ela tem asas poderia voar o mais alto possível no céu até toca-lo, sentiria o vento acariciando seu rosto e bagunçando seu cabelo, iria tão intensamente para o azul profundo do céu que alcançaria as estrelas atravessando do dia para a noite, uma viagem sem volta de encontro a paz e a tudo que remete a ela e assim o fez.
Amélia bateu suas asas tão forte na ânsia de ter a sensação tão desejada por ela que fez as folhas das árvores caírem e rodopiar no ar, a menininha de asas seguiu cortando o vento pelo céu alaranjado.
Só pra descobrir que não poderia se perder dentro de si mesma, apenas se encontrar no profundo silêncio do céu que finalmente a fazia se ouvir, e enfim, Amélia percebeu que era seu próprio lar.
L.A
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"A oração é a admissão aberta de quem sem Cristo nada podemos fazer."
John Piper
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