Uma vez,
certo alguém me disse
que para ser feliz
bastava ser boa gente
visitar os paraísos naturais
fazer boas amizades
ascender na profissão
adquirir bens materiais
e conquistar alguns poderes.
Li num certo livro
que para ser feliz
era necessário ter amor
sentir paz de espírito
ter fé em alguma força
desejar sempre o bem
e praticar a caridade.
A vida me ensinou
que para estar feliz
um pouco de sorte não é ruim.
Mas deve sentir a felicidade
valorizar as pequenas coisas
como se fossem grandes
e esperar pela hora certa,
sem perder a expectativa.
Não há título
que defina uma trajetória,
porque a vida não se resume
em vínculos de tempo.
Para cada etapa da vivência,
há fases de maturidade,
destaques de quem se era,
feitos de quem se tornou,
memórias das escolhas
das renúncias,
e dos aprendizados.
E o futuro,
é só um refém do passado,
assim como o presente
marca a incerteza desse instante
que já terminou.
Esteve escura e fria a noite,
mas o dia raiou bonito e colorido
por estas bandas de mundo.
Já vejo uma certa alegria
iluminando as frestas
desta janela enferrujada,
aquecendo este coração gelado
e clareando o escuro deste quarto.
Quero viver este renascer
como se não fosse mais o último...
Senhor, fazei de mim um instrumento da vossa paz.
Onde há ódio, que eu leve o amor.
Onde há ofensa, que eu leve o perdão.
Onde há discórdia, que eu leve a união.
Onde há dúvida, que eu leve a fé.
Onde há erro, que eu leve a verdade.
Onde há desespero, que eu leve a esperança.
Onde há tristeza, que eu leve a alegria.
Onde há trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre,
Fazei com que eu procure mais
consolar que ser consolado;
compreender que ser compreendido;
amar que ser amado.
Pois é dando que se recebe,
é perdoando que se é perdoado,
é morrendo que se vive para a vida eterna.
Em rudes dedicatórias,
pensando na ilusão contratual,
inclino-me à seguinte explicação:
O segredo de um ultimato
está na estipulação de um prazo
para um resultado já determinado.
Em certa fagulha de tempo,
para evitar os danos rescisórios,
deverá se inclinar àquela vontade
e realizar o que esperam de ti.
Independente de tudo,
você foi muito especial para mim.
Me fez rir
e chorar,
fez raiva
e ciúme,
me ignorou,
deixou confusa,
me disse para esperar
e prometeu sentir saudades.
Independente disso,
acolheu meu drama
e ainda me acalmou
de um jeito estranho:
fingiu que me entendia
e saiu de fininho.
Independente de você,
aceitei desapegar desses laços.
De peito aberto e frágil,
aninhei no encanto
que reacendeu a chama
abriu todas as portas
disse para perguntar de tudo
mesmo sem ter resposta de nada.
E ainda me diz que errei!
Eu que não vi,
não percebi,
não desconfiei,
escolhi me enganar.
Realmente…
Não vi tua mentira,
não percebi que me usava,
não desconfiei da sua trolagem,
escolhi acreditar.
Me apaixonei.
Na liberdade do viver,
o sentimento de paz
retrata a luz do sol
que entra pelos olhos,
as janelas da alma,
como uma brisa suave
expandindo a alegria
de estar vivendo um sonho.
Não sei se já amei.
Conhece o amor
quem nunca foi amado?
Quando o assunto é paixão,
a gente sabe mas não entende
e nem consegue acreditar.
Nenhum bom conselho
te faz desistir.
Pelo contrário,
você cede espaços,
procura se abrir,
mudar o jeito de pensar,
e até o modo de viver.
Faz de um tudo
para nunca deixar
de se sentir especial.
Com o tempo,
cansa de insistir
e passa a sofrer
por ter amado,
por ter se enganado.
É que às vezes,
ao invés de falar,
prefiro escrever
sobre qualquer assunto
e até sobre a solidão
que muitos sentem,
mas evitam descrever.
Sei que de tudo que escrevo
muito pouco se aproveita.
Minhas estrofes
são amontoados de palavras
organizadas em versos
escritos um após o outro.
Não transpareço ideias
ou pistas de meus propósitos
parece sem sentido, não é?
Mas, sou o que escrevo,
em cada grafia minha
tem um pedaço de mim:
a complexidade
meus pensamentos,
algo sobre meu dia,
alguma coisa do passado,
o que espero do futuro…
Sabe o que é engraçado?
Lês sobre alguém
que nem cogitou conhecer
mas que está aqui
e em algum outro lugar.