Tumgik
asombradopassado · 11 months
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Capítulo 03 - O Baile
Elizabeth entrou na sala de estar e se sentou no sofá.
Ela viu que seu tio estava segurando um envelope nas mãos.
Ele se sentou ao lado dela e lhe entregou o envelope.
- O que é isso, meu tio? - ela perguntou, surpresa.
- Abra e veja. - ele disse, sorrindo misteriosamente.
Elizabeth abriu o envelope e tirou de dentro um cartão dourado. Ela leu em voz alta:
- "O duque e a duquesa de Devonshire têm a honra de convidar o conde de Wexford e sua sobrinha Elizabeth para o baile em comemoração ao aniversário de sua filha Lady Catherine, que se realizará no dia 15 de junho, às nove horas da noite, em sua residência em Londres."
Elizabeth ficou boquiaberta e olhou para seu tio com incredulidade.
- Um baile? Em Londres?
Nós vamos? - ela perguntou, sem acreditar.
- Claro que vamos.
É uma oportunidade única de conhecer a alta sociedade e se divertir.
Além disso, é uma chance de apresentá-la ao mundo como minha sobrinha e herdeira. - ele disse, orgulhoso.
- Herdeira? Mas eu não sou sua herdeira... - ela disse, confusa.
- Você é sim.
Você é a única parente que me resta e eu decidi deixar toda a minha fortuna para você.
Você merece, minha querida.
Você é uma jovem inteligente, bela e bondosa.
Você é tudo o que eu sempre quis ter em uma filha. - ele disse, acariciando seu rosto.
Elizabeth sentiu um nó na garganta e uma lágrima escorreu pelo seu rosto.
Ela não sabia o que dizer.
Ela estava emocionada com a generosidade de seu tio, mas também assustada com a responsabilidade que ele lhe impunha.
Ela limpou a lágrima e disse:
- Obrigada, meu tio. Eu não sei como agradecer. Você é muito bom para mim.
- Não há de quê.
Você é minha família e eu quero que seja feliz.
E para ser feliz, você precisa de um marido.
Um marido que seja digno de você e que possa lhe dar amor e proteção. - ele disse, olhando-a nos olhos.
- Um marido? Mas eu não quero me casar... Pelo menos não agora... Eu sou muito jovem... - ela disse, nervosa.
- Não seja boba.
Você tem 18 anos e está na idade perfeita para se casar.
Além disso, você não pode ficar solteira para sempre.
Você precisa de um companheiro que cuide de você e que lhe dê filhos.
E eu tenho o candidato perfeito para você. - ele disse, sorrindo maliciosamente.
- Quem? - ela perguntou, temendo a resposta.
- O duque de Devonshire. - ele disse, triunfante.
Elizabeth arregalou os olhos e sentiu um calafrio na espinha.
- O duque de Devonshire? Mas ele é velho... E feio... E cruel... - ela disse, horrorizada.
- Ele é rico... E poderoso... E influente... - ele disse, cortando-a.
- Mas ele é casado... E tem uma amante... E vários filhos bastardos... - ela disse, desesperada.
- Ele é viúvo... E vai se divorciar da amante... E reconhecer os filhos bastardos... - ele disse, mentindo descaradamente.
- Mas ele não me ama... E eu não o amo... E nós nunca seremos felizes juntos... - ela disse, chorando.
- Ele vai te amar... E você vai amá-lo... E vocês serão muito felizes juntos... - ele disse, hipnotizando-a.
Elizabeth sentiu sua mente ficar turva e sua vontade enfraquecer.
Ela não conseguia pensar com clareza nem resistir às palavras de seu tio.
Ela se sentiu como uma marionete nas mãos dele.
- Sim... Ele vai me amar... E eu vou amá-lo... E nós seremos muito felizes juntos... - ela repetiu, sem convicção.
- Isso mesmo, minha querida.
Você é uma moça obediente e sensata.
Você vai aceitar o duque de Devonshire como seu marido e vai me fazer o homem mais feliz do mundo. - ele disse, beijando sua testa.
- Sim... Eu vou aceitar o duque de Devonshire como meu marido e vou te fazer o homem mais feliz do mundo... - ela disse, sem emoção.
- Ótimo.
Agora vamos nos preparar para o baile.
Você vai usar o vestido mais lindo que eu comprei para você e vai deslumbrar a todos com sua beleza e graça.
Você vai conquistar o coração do duque de Devonshire e vai garantir o seu futuro. - ele disse, levantando-se e puxando-a pelo braço.
- Sim... Eu vou usar o vestido mais lindo que você comprou para mim e vou deslumbrar a todos com minha beleza e graça.
Eu vou conquistar o coração do duque de Devonshire e vou garantir o meu futuro... - ela disse, seguindo-o sem reação.
Eles saíram da sala de estar e foram para seus quartos.
Elizabeth estava em um estado de transe, incapaz de pensar por si mesma.
Ela não sabia que estava sendo vítima de uma terrível manipulação.
Ela não sabia que aquele baile seria o pior pesadelo de sua vida.
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asombradopassado · 1 year
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Capítulo 02 - O Convite
Elizabeth se arrumou para o jantar, vestindo um vestido azul claro que realçava seus olhos e seus cabelos loiros. Ela se olhou no espelho e se achou bonita, mas simples. Ela se perguntou se seu tio e seu primo a achariam adequada para viver naquela mansão.
Ela desceu as escadas e foi até a sala de jantar, onde encontrou seu tio sentado à cabeceira da mesa. Ele estava usando um terno preto e uma gravata borboleta. Ele a cumprimentou com um aceno de cabeça e indicou o lugar ao seu lado.
- Sente-se, minha querida. Você está muito elegante. - ele disse com um tom de aprovação.
- Obrigada, meu tio. Você também está muito bem. - ela disse, sentando-se e pegando o guardanapo.
- Obrigado. Espero que esteja com fome.
Preparei um jantar especial para recebê-la. - ele disse, fazendo um sinal para o criado servir a comida.
Elizabeth viu que havia uma variedade de pratos deliciosos na mesa, como sopa de ervilha, salmão grelhado, frango assado, batatas gratinadas e salada verde. Ela se serviu com moderação e começou a comer.
- E então, como foi o seu dia? - perguntou seu tio, cortando um pedaço de frango.
- Foi bom, meu tio.
Eu gostei muito do meu quarto e do jardim. - ela respondeu, mastigando devagar.
- Que bom que gostou.
Eu fiz questão de preparar tudo para você se sentir confortável. - ele disse, sorrindo levemente.
- Eu agradeço muito, meu tio.
Você é muito gentil comigo. - ela disse, sorrindo de volta.
- Não há de quê.
Você é minha sobrinha e eu quero que seja feliz aqui. - ele disse, olhando-a nos olhos.
Elizabeth sentiu um calor no rosto e desviou o olhar. Ela achou o olhar de seu tio estranho, como se ele quisesse dizer algo mais do que as palavras expressavam.
Ela mudou de assunto e perguntou:
- Meu tio, onde está o meu primo Edward? Ele não vai jantar conosco?
- Ah, Edward... Ele é um rapaz muito ocupado.
Ele está envolvido em vários negócios e projetos.
Ele raramente fica em casa. - ele disse, franzindo a testa.
- Entendo... Mas ele sabe que eu estou aqui? Ele vai me conhecer? - ela perguntou, curiosa.
- Claro que sabe. Eu mandei uma carta para ele avisando da sua chegada.
Ele deve estar voltando em breve.
Ele vai querer conhecê-la, tenho certeza. - ele disse, tentando parecer otimista.
- Espero que sim... Eu gostaria muito de ter um amigo aqui... - ela disse, baixando a voz.
- Você tem a mim, minha querida.
Você pode contar comigo para o que precisar. - ele disse, pegando sua mão por cima da mesa.
Elizabeth sentiu um arrepio na espinha e puxou sua mão delicadamente. Ela achou o gesto de seu tio muito íntimo e inadequado.
Ela tentou disfarçar seu desconforto e disse:
- Obrigada, meu tio. Você é muito bondoso.
- Não há de quê... - ele disse, soltando um suspiro.
Eles terminaram o jantar em silêncio e se levantaram da mesa.
- Vamos para a sala de estar? Temos algo para conversar... - ele disse, guiando-a pelo braço.
Elizabeth sentiu uma pontada de medo e seguiu seu tio até a sala de estar. Ela se perguntou o que ele queria conversar com ela.
Ela não sabia que aquele convite mudaria sua vida para sempre.
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asombradopassado · 1 year
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Capítulo 01 - A Chegada
Elizabeth olhou pela janela da carruagem e viu a imponente mansão que seria sua nova casa.
Ela sentiu um misto de curiosidade e apreensão ao se aproximar do portão de ferro que se abriu lentamente para dar passagem ao veículo.
Ela nunca tinha visto seu tio, o conde de Wexford, nem seu primo, Edward.
Ela só sabia que eles eram os únicos parentes que lhe restavam após a morte de seus pais em um trágico acidente.
Ela desceu da carruagem e foi recebida por um criado que a conduziu até a porta principal.
Lá, ela encontrou seu tio, um homem alto e magro, de cabelos grisalhos e olhos azuis penetrantes.
Ele a cumprimentou com um sorriso frio e a abraçou brevemente.
- Bem-vinda, minha querida.
Eu espero que tenha tido uma boa viagem. - ele disse com uma voz grave e distante.
- Obrigada, meu tio.
Eu estou muito grata pela sua hospitalidade. - ela respondeu com uma voz tímida e educada.
- Não há de quê.
Você é minha sobrinha e eu tenho o dever de cuidar de você.
Venha, vou lhe mostrar o seu quarto. - ele disse, pegando sua mala e subindo as escadas.
Elizabeth o seguiu, admirando a decoração da mansão.
Ela viu quadros de antepassados, tapetes orientais, lustres de cristal e móveis de madeira nobre.
Ela se sentiu como se estivesse entrando em um outro mundo, muito diferente do orfanato onde ela tinha vivido nos últimos anos.
Ela chegou ao seu quarto e ficou encantada com o que viu.
Era um cômodo espaçoso e aconchegante, com uma cama de dossel, uma lareira, uma escrivaninha e uma estante cheia de livros.
Havia também um espelho grande e uma janela que dava para o jardim.
- Espero que goste do seu quarto. - disse seu tio, colocando sua mala no chão.
- É lindo, meu tio. Muito obrigada. - disse Elizabeth, sorrindo sinceramente.
- Que bom que gostou.
Agora vou deixá-la à vontade para se acomodar.
O jantar será servido às oito horas na sala de jantar.
Espero vê-la lá. - ele disse, saindo do quarto e fechando a porta atrás de si.
Elizabeth respirou fundo e se sentou na cama.
Ela estava feliz por ter um lugar para morar, mas também nervosa por não saber o que esperar daquela nova vida.
Ela se perguntou como seria seu primo Edward e se eles se dariam bem.
Ela esperava que sim, pois ela se sentia muito sozinha e precisava de um amigo.
Ela se levantou e foi até a janela.
Ela viu o sol se pondo no horizonte, tingindo o céu de vermelho e laranja.
Ela achou a vista maravilhosa e sentiu uma ponta de esperança em seu coração.
Ela não sabia que aquela noite seria o início de uma aventura cheia de mistérios, perigos e paixões.
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