Tumgik
aprocurapelasanidade · 11 months
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aprocurapelasanidade · 11 months
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Carta pra você
Oi, tudo bem?
Espero que você esteja bem.
Da última vez que nos falamos, falamos um pouco sobre como está sendo “o tempo” que estamos dando um ao outro. Depois disso, só pensei em como as coisas têm andado pra você, mas, que, para mim, não estão na mesma velocidade. 
Convivemos juntos por anos e senti que poderíamos compartilhar mais coisas num ad eternum, só que as coisas mudaram. Mudaram de um jeito intenso porque a última coisa que você fez foi a gota d’água para um copo já estava cheio. Sempre discuto na terapia essa metáfora do copo cheio e, que graças a esse copo cheio, eu me perdi. Não quero e nem gosto de me culpar por ter sido o estopim dessas mudanças, mas, às vezes, parece que fui eu que causei tudo isso. 
No entanto, a gente construiu uma relação em ambientes que não foram feitos pra nós. O nosso amor foi igual a uma flor de lótus, aquela que floresce na lama. Porque nossos contextos sociais quase nos impediram de ter uma relação completamente saudável. Se não eram problemas com a sua família, eram problemas com a minha família. 
Acho que não conversamos o suficiente sobre esses problemas ou, pelo menos, se conversamos, não demos a importância suficiente para as soluções para eles. Talvez você encontrou a solução pros seus de forma independente nesse momento e sinto orgulho de você, mas sinto tristeza e inveja. Tristeza e inveja porque não consegui encontrar o mesmo que você. 
Agora não sei o que te dizer para definirmos o nosso futuro. Se você me der uma resposta dizendo que quer voltar, não sei o que vou falar. Se você disser que não quer, também não sei. A confusão faz morada na minha mente. Mas, tenho achado que qualquer movimento não vai garantir o alicerce necessário pra uma relação saudável e que desenvolva as melhores coisas em nós dois.
Tenho muitas coisas pra te dizer, mas, no momento, só consigo falar isso.
Carinhosamente,
Rodrigo
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aprocurapelasanidade · 11 months
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29 de maio de 23
Queria escrever uma poesia, mas não entendo de métrica. Sendo assim, escrevo em prosa e que essa prosa tenha tanto poder que uma poesia bem pensada possa vir a ter. Sobrevivi mais um ano, mas a sensação de estar perdendo coisas e de estar perdido vêm com muita força.
Entrei em um momento delicado, coisa que até as cartas e os astros previram, mas não dei bola. Perdi o amor romântico, aquilo que a gente chama de amor da nossa vida. Aquela pessoa com quem você compartilha tudo: seu dia, uma música e carícias. Ele percebeu que vivia muito se anulando por mim, preocupado com o meu estado emocional, e que não sabia como se encontrar, e ele se encontrou ao se colocar em primeiro lugar em seus objetivos diários.
Tudo isso tem doído bastante porque eu achava que nosso amor seria eterno, mas parece que não vai ser. Afirmo isso sem saber do futuro, pois não se sabe o que acontecerá daqui pra frente. Só sei que as coisas vão ser muito diferentes daqui pra frente e não sei como enfrentá-las sozinho. 
Tenho meus objetivos, mas não encontro forças pra correr atrás dele. Achava que iria atrás dele acompanhado de alguém, mas isso é uma expectativa que não dá pra ter. Assim, como acho que ele tem expectativas que eu acho que não consigo atingir. Ter saúde mental no momento implica em tantas coisas que deixei de cuidar, os valores mudaram, os comportamentos mudaram. 
O que é metafísico e que tanto correm atrás pra conseguir me parece tão distante, aí acabo não tendo fé em algo superior que poderia me ajudar com essa situação. E, aí, a realidade bate e vejo que sou a única pessoa que pode construir um novo contexto pra mim mesmo. Com ou sem alguém especial ao meu lado. Sei que não tenho só ele pra me apoiar, tenho família e amigos. No entanto, a conexão que tive com ele foi algo quase espiritual, se formos colocar em termos metafísicos (que engraçado, né?; o amor faz a gente sentir coisas inexplicáveis). 
Sei que não posso desistir, mas estou fraco. Fraco por guardar tantos sentimentos negativos. Acho que me anulo todos os dias por sentir que estou a carregar essas coisas negativas. Isso vem sendo um processo muito doloroso e que, como já disse por aqui, é muito confuso para quem está de fora da minha mente e corpo. Isso também consome o tempo dos outros porque eles se preocupam comigo. 
Será que algum dia eu vou melhorar de vez? 
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1o de junho de 2022
Hoje é mais um dia que fico nervoso pensando se devo ir ou se não devo ir à faculdade. Estou há três semanas sem ir. Minto. Fui pra uma aula só na semana passada, que foram as aulas de literatura em língua inglesa. Escrevo esse texto pensando se vai me ajudar a desabafar, como escrever já me ajudou a desabafar há algum momento da minha vida. Me ajudou quando ouvia vozes, mas descobri que essas vozes não eram reais. Descobri da pior maneira e acabei chamando uma atenção desnecessária pra mim. 
Agora com a medicação, essas vozes foram embora, mas restaram alguns sintomas bem desagradáveis delas. Se eu não tomar cuidado, me pego pensando se os outros se importam com o que eu faço da vida. Mas não é questão de se importar com grandes feitos meus, são com pequenas coisas, desde de ir ao banheiro ou se estou andando de um jeito adequado pelas ruas. Sinto que muito da minha pessoa se reflete nesses pequenos atos que tenho e tenho medo de sofrer alguma repreensão por parte de alguém.
Voltando à faculdade: tinha planejado que acordaria às 4:00 para me arrumar, assim iria pra faculdade. No entanto, já sinto que será mais um dia que não vou poder cumprir com o que eu me prometi. Isso me assusta. Me assusta mesmo. Porque é mais uma vez que não vou assistir às aulas e vou me atrasar mais um pouco pra chegar no fim da graduação. Graduação, essa, que tanto sonho desde o dia que entrei na faculdade. Na verdade, sonho até antes disso porque sonho comigo segurando um diploma de faculdade desde pequeno.
Mas, nem tudo nessa vida é fácil. Mas não é essa questão. A questão é que as coisas podem até serem fáceis, mas elas são fáceis de serem digeridas? Acho que aí mora minha questão. Carrego feridas que não sei como cicatrizá-las ou se elas se cricatrizarão com o tempo. Estou sentindo uma dor por não ser capaz de fazer minhas coisas no tempo certo. Também sinto dor por não conseguir perdoar pessoas que me machucaram no passado, mas são pessoas específicas, não são aqueles bullies da escola, mas sim meu pai e meu sogro, respectivamente. O que eles fizeram comigo mexeu muito com a minha mente. Mas, o que mexe mesmo é ter perdido a minha casa. Ter perdido meu quarto, mesmo que ele não seja perfeito, mas era um espaço seguro pra mim. Mesmo tendo meu pai me perturbando ou perturbando minha mãe. Só que as estruturas que uniam minha família ruíram por que meu pai é um idiota. Às vezes, me pego com raiva do meu pai e da minha mãe porque eles não pensaram em mim, nem na minha irmã, quando brigavam. Nem minha mãe pensava nela, pois ela ainda queria continuar com a vida que ela tinha com meu pai: sofrendo abusos psicológicos e físicos.
Por conta desse contexto todo, a vida perdeu a graça. Nem sinto graça em coisas engraçadas, se for pra pensar graça no sentido do humor da palavra contido na palavra. Consumo internet desenfreadamente para esquecer tudo isso. Sei todos os memes, os vejo  assim que saem na internet. Nisso tudo, eu acabo criando uma relação de carinho com essas pessoas que viraram meme na internet, como, por exemplo, a Maria José. Eu gosto de saber como ela está e as coisas que ela faz, gosto de assisti-la almoçando ou jantando. É estranho como essas coisas aconteceram e uso isso pra esquecer dos meus problemas.
Vou tentar dormir após esse desabafo.
xx
Rodrigo
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Como está sendo a pandemia pra mim?
Há alguns dias, me deparei com uma publicação da Folha de São Paulo que pedia que os leitores enviassem relatos de como estão passando a pandemia, pensei em escrever para eles, anotei o e-mail, mas acabei esquecendo de fazer isso. Como eu estive passando por tantas coisas e já tenho o hábito de escrever em um diário sobre como tenho passado por meus altos e baixos, que, pra mim, só são baixos, pensei em levar a minha experiência para uma escrita um pouco mais séria. Quem sabe, assim, talvez eu possa atingir pessoas que amo pra mostrar que estou lutando pela minha vida e pessoas que estejam passando pelo o mesmo que eu, mas se sentem perdidas e sozinhas. Em mim, essa pandemia colocou mais lenha numa fogueira interior que já estava queimando. Essa metáfora da fogueira serve para exemplificar como minhas questões de saúde mental, que já estavam bem sensíveis, ficaram piores desde o início desse momento único que nem acredito que estamos vivendo. Sou ansioso e deprimido desde pequeno, passei por situações que aumentaram esses transtornos, mas nada comparado a como me sinto agora. Naqueles que me assistem de fora, eu só tenho visto o desespero e a tristeza de não saber como me ajudar.   Passei por um momento muito desconfortável em maio do ano passado, o qual eu procurava a aprovação de alguém que eu não precisava. Mas, foi desconfortável porque sempre procurei por reconhecimento em outras pessoas - leoninos, né? - por não ter em ambientes os quais deveriam ter sido ambientes seguros para mim. Sempre fui apontado como diferente desde que me lembro como gente, mas demorou muito pra eu me encontrar em algum coletivo. Nunca tinha parado pra pensar nisso até essa pandemia chegar porque eu simplesmente achava que era uma pessoa que gostava de ficar sozinha, mas percebi que não sou tão auto suficiente assim.  Esse momento, que coloco como um dos meus traumas, despertou toda uma insegurança que controlei encontrando pessoas que são parecidas comigo, as quais me aceitaram e me permitiram ser eu mesmo em momentos felizes e infelizes. Carrego comigo um ressentimento com a vida de que só pude ter encontros com essas pessoas muito tarde por uma série de questões familiares. Aí, cheguei ao ponto de ouvir vozes que, não importando o tempo que eu passasse meditando, sempre reconheci como exteriores e reais. Desde então, tenho a sensação de estar vivendo em uma espécie de Show de Truman, mas sou um Truman diferente: ele sabe que está sendo vigiado, mas seus telespectadores estão dentro dele e têm o poder de julgar suas escolhas, dentro da cabeça dele. Na verdade, é um Show de Truman misturado com Big Brother, mas como é uma experiência dolorosa, deixo o título desse reality pra depois.  Para tentar sair disso tudo, eu tenho recorrido diariamente ao meu namorado, meus amigos, minha mãe, Jesus, Kanye West, Márcia Sensitiva e até Poseidon. Pergunto a todo momento se essas vozes são experiências só minhas ou se compartilho-as com eles também. É muito doloroso ver tentativas de elucidar tudo isso com as pessoas e me sentir debilitado mentalmente por estar passando por isso. É como se a vida tivesse me dado mais um soco na barriga, mas esse foi o mais forte de todos e eu não consigo me recuperar dele.  No final de tudo, estou vivendo em duas realidades, uma que influenciou a outra, mas uma delas só é real pra mim. Aí, quando eu acordo e assisto ou leio o jornal, percebo que tem uma realidade pior ainda, que é a literalmente compartilhada por todo o mundo. Quando eu paro e analiso as duas, eu não tenho vontade de viver em nenhuma delas. Tenho sentido ambas como um poço, um poço que ficou bem profundo depois de maio e que as tentativas de sair dele são falhas ou, se eu pensar por um lado mais positivo, são escaladas muito difíceis.  Haja terapia pra isso…   xx Rodrigo
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