Tumgik
youcanputanythinghere · 2 months
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pensar em olinda agora sempre me lembra tu.
foi tudo tão rápido, eu deveria saber que passaria bem rápido também. não digo que acabou porque nada começou. só houve a esperança.
te encontrei tão quebradinha.
eu te desejei tanto, mas desde a primeira vez que te ouvi falar das tuas dores, eu só quis te oferecer minha atenção e o meu colo.
tudo bem, eu já entendi que nem todo mundo vai ser capaz de receber e aceitar isso. tem gente que vai fugir por medo, por não saber aceitar amor depois que mesmo a/o quebrou. tem gente que vai desdenhar e tem gente que só não vai entender.
com você, eu não faço ideia se foi mesmo um dos casos. você pode simplesmente só ter perdido o interesse. eu deveria te contar que me assusta muito quando os começos são ligeiros e profundos, que eu crio laços fortes com quem se compartilha comigo, que eu nunca faço pouco de uma pessoa, que eu sei amar e respeitar profundamente e que meu amor não precisa ser romântico, eu também sei amar gente só pelo fato de ser gente.
nessas últimas semanas, eu não sabia bem o que pensar nem o que desejar. não sabia se era bom ou não você entrar na minha vida - apesar de já ter entrado. com o tempo, fui descobrindo outras formas de realizar os começos. eles podem - e talvez devam - ser mais regidos pelo racional. o meu problema está com os finais, são sempre eles.
então lá vai você, que chegou tão sem aviso num dia cuja data não guardei (ainda bem!) e que mal ficou para uma xícara cheia de café, só bebericou dois goles.
tem gente que me marca e eu não sei porquê. começo a achar que te encontrar foi um erro na rota. repito, mas não acredito. sou fantasiosa demais para acreditar que encontros são mero acaso.
talvez o que eu deveria te dar já te dei.
não entendi ainda o que você tinha pra me ofertar. talvez nada. talvez dessa vez não tenha sido sobre aprender. mas, com tudo isso, você ainda me deu a chance de exercitar o dizer não mesmo querendo muito dizer sim, dizer não só por saber que era a coisa certa a se fazer, porque dois corações em obra podem não funcionar muito bem juntos.
olinda vai continuar sendo nossa cidade e é um bom sentimento esse de te pintar em todas aquelas ruas só com a memória.
tu chega num momento em que minha relação com a cidade-casa está em transformação e deve me fazer bem gostar de alguém que vive aqui, mesmo que você seja tão inconstante e mutável. mesmo que a geografia seja sempre um problema.
eu sempre preciso me despedir. eu não sei só deixar ir, por isso te escrevo. não para ti, mas escrevo você aqui, nessas linhas. e aqui te deixo.
eu te desejo o amor do jeito certo agora e desejo que você não tenha medo só porque doeu da última vez. desejo que você se cure e renasça.
que bom que te abracei.
não demora a dobrar a esquina. a passagem só se fecha quando meus olhos já não a alcançam mais.
se cuida por aí. dorme bem quando for e bom trabalho amanhã. um beeijo, assim do jeito que tu gosta de escrever.
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youcanputanythinghere · 2 months
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da última vez que tudo ficou urgente assim, eu escrevi. e passou.
da última vez eu sabia quão passageiro seria. desta vez, eu não sei. e não me entenda mal, eu gosto muito de não saber.
eu resolvi te escrever esta carta. eu não sei se tu vai ler.
eu sou exagerada.
sabe? eu queria muito que isso não se repetisse toda vez, e eu não tenho controle nenhum sobre isso. de novo eu tô nessa de urgência de falar com você. eu tenho problemas com excessos, por isso evito álcool.
pois bem, ja que não posso evitar querer tanto falar contigo a todo instante, então agora eu vou voltar a escrever, vou colocar tudo em caracteres para ler depois e me agradecer por não ter te enviado mensagem. eu preciso me curar de mim. e se eu começar isso com você, eu vou repetir os mesmos erros e eu sei onde termina.
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youcanputanythinghere · 3 months
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este é um texto de despedida. sim, uma despedida que de novo chega tão atrasada quanto a luz de uma estrela que atravessa galáxias para ser vista da terra. não há nada mais aqui para testemunhar o tchau, eu sei, mas faz parte do protocolo.
eu lembro bem de como foi quando saiu do meu peito. eu senti. a sensação era a de arrancar muito lentamente um dente, não era dor exatamente o que se sentia, mas definitivamente eu conseguia sentir cada centímetro de raiz deslizando na carne. e do buraco que ficou.
claro, arrancar do peito o que pesa é essencial, mas a gente não tem dado muita importância ao que fazer com o buraco que fica, porque esse buraco geralmente tem um formato específico e com certeza precisará ser reformado para ser preenchido e isso dá o maior trabalho.
eu vou morrer de saudade.
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youcanputanythinghere · 6 months
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Its fine I don’t care you can call us pairs
it’s fine go ahead cut our wings make us bleed
We will rise again
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youcanputanythinghere · 7 months
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hi hello are we still alive here?
hello? can you hear me?
can we just sit for like a minute and talk about the 100? I don’t know I just watched its finale and it just doesn’t sink
that was a whole lot to see and feel… I mean calm down, writers 😭
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youcanputanythinghere · 8 months
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Ela.
No primeiro contato, ela era apenas uma mulher desconhecida me pedindo informação no banheiro feminino de um teatro do Recife. Era o segundo dia do Cine PE 2023 e eu combinei com Lucas de ir assistir à mostra com ele. Lucas é cineasta, aquela é a linguagem dele. E é interessante lembrar de que na última vez em que estivemos juntos no Teatro do Parque foi para assistir à minha linguagem, o teatro musical.
Agreste. Este é o filme da noite.
Gosto dos filmes que nos seguram na cadeira enquanto os créditos sobem. Não por interesse na equipe, mas pelo choque causado pela obra assistida. Uns bons minutos. Quando finalmente levantamos, saímos tentando decidir para onde ir depois dali. Uma simples ida ao banheiro pode realinhar ideias. Quem diria. Na fila do banheiro lotado, ouvi mulheres com seus 50/60 anos conversando sobre os curtas exibidos na noite.
É um filme lindo, mas retrata um Nordeste que não existe mais. Eu não sairia de casa para ver ele. Disse uma delas.
Como não existe? Questinou a outra. Você precisa é andar pelos interiores. Completou.
Eu seguia ali, ouvindo. E, como sempre, por algum motivo eu não conseguia parar de sorrir. Ouvir aquelas senhoras conversando tão espontaneamente sobre algo que acabaram de fazer juntas, nunca noite de quarta-feira, me fez pensar sobre quem serão os amigos que estarão comigo quando atingirmos aquela idade. Eu não sei a resposta, mas sei pra quem torço.
De repente ela estava de frente pra mim e eu não tinha percebido.
Tem algum lugar legal por aqui? Perguntou como se fosse alguém comum que não afetaria em nada a minha vida.
Tem. Muitos. Recife é cheio de bares. Eu também 'to procurando algum lugar pra ir depois daqui. Meu amigo disse que sabe de algum lugar. Respondi.
Mas, assim... lugares legais para a comunidade lgbtqia+? Perguntou.
Espero que sim. Ou eu também não vou ficar. Respondi. Ainda sem fazer ideia.
Ela estava anotando algo com alguém quando me aproximei para falar da Casa Bacurau, um lugar que só visitei uma vez e para onde não pretendo voltar. Informei que era a sugestão do meu amigo e quando me dei conta, estávamos todos indo juntos para o mesmo lugar. Sugestão ignorada. Fomos todos para a Mamede Simões, aquela rua tão querida de Recife.
Primeiro é sempre a forma como as pessoas olham pra mim. Pessoas que me enxergam me ganham. Ela olhava. Ela sorria. Ela falava suave e doce e ela flutuava no caminho até lá.
Kátia. Mulher negra de pele marrom, cabelos castanhos cacheados e a energia mais acolhedora que já senti em uma estranha. Baiana. Com seus quarenta ou cinquenta e poucos anos. Atriz. Arte educadora. Mais tarde eu descobriria, mãe. Ex mulher do seu colega de profissão com quem hoje mantém uma relação de pai e filha. Sobre isto, Hertz Félix, o ex marido, comentou, abre aspas, Fomos casados por muitos anos. Eu comecei a desconfiar porque passei a me sentir preso. Nos descobrimos, demos risada, e hoje seguimos amigos com nossa filha e a netinha que acabou de nascer. Fecha aspas.
Que história linda a deles. Ela lésbica. Ele gay. Casaram-se, construíram uma família, se descobriram dentro do casamento. São felizes vivendo suas verdades. Solteiros ou não. Seu Félix disse que se dedica ao trabalho, sem relacionamentos. Tinha uma tristeza no rosto e na voz que eu não sabia se era sono e cansaço ou lamento por não ter ainda encontrado o homem a quem irá amar e por quem será amado. Seu Félix tem a cabeça branquinha.
Amanhã não vou para a comitiva, não. Quero ir à praia. Ele disse.
No caminho, Kátia contou pra gente das suas viagens pela América do Sul. Lucas, obviamente, se interessou muito pelas substâncias naturais psicodélicas que ela experienciou. Eu atentava mais para o fato de esse mochilão comentado ter feito parte da jornada de cura dela, como ela pontuou.
Era bom. Confortável, calmo, bonito. Estar com ela foi como ter sempre uma voz mansa falando junto e baixo. Ela é uma calmaria avassaladora, se isso fizer sentido.
Vou te dar um adesivo. Ela anunciou verificando as opções no quadro do vendedor que parou na nossa mesa. Este aqui! Ela apontou. Perguntei porquê ela tinha escolhido aquele e ela disse ''é isso que você passa.''
Também vou te dar um então. Eu disse. O primeiro que pensei em te dar foi
''este''.
Falamos e apontamos ao mesmo tempo para o adesivo de um rosto com a cabeça aberta de onde saíam cactos, flores, borboletas e tantas coisas que agora não lembro. A gente riu da cena.
Mas dei pra ela a flor que parecia um girassol. É a próxima fase. Expliquei. Sem cactos e tanta dor de cabeça, só florescer agora.
Num certo ponto da noite, estendi a mão direita para Kátia e ela não segurou a minha mão, como eu imaginei que faria. Em vez disso, Kátia pousou as costas da mão aberta na minha e descansou ali uns segundos. Tudo que consegui dizer foi ''que interessante''. As mãos, para Kátia, talvez não signifiquem nada (o que duvido muito), mas pra mim as mãos são a porta de entrada. O gesto de Kátia me fez ler como segurança e coragem, como não ter medo de se sentir vulnerável. Mão aberta que descansa tranquila sobre a mão de uma desconhecida.
No fim da noite, o que, na verdade, já era o início do outro dia, Kátia me ensinou uma coisa importante, que eu tenho penado muito para aprender: gentileza. Não a que vai, mas a que volta.
Fui insistente em tentar explicar que não era justo que ela pagasse pela batata frita, uma vez que fui eu que pedi com o intuito de compartilhar com quem estava na mesa. Me enrolei toda. Isso não ficou bem explicado. Mas Kátia entendeu quando argumentou que as pessoas podem ser gentis e que isso é normal e eu respondi que sabia muito bem disso, que a gentileza não era uma estranha pra mim, a questão era que eu estava acostumada a oferecer, não a receber. Foi um silêncio grande que se interrompeu quando ela soltou um reflexivo ''entendi.''
Os momentos de espera do uber de Kátia e Hertz foram os mais interessantes. Kátia e Lucas acenderam o último Beck, e Hertz sentou do meu lado. Foi quando me contou um pedacinho da sua história, que eu lamentei muito não ter ouvido toda.
Kátia volta hoje pra Bahia. Disse que quando fôssemos pra lá, déssemos um 'oi'. Nunca quis conhecer a Bahia, mas agora penso que quero, só por causa de Kátia.
Fora isso, Kátia é uma pessoa que eu provavelmente nunca mais verei pessoalmente e eu me apaixonei por Kátia numa noite de conversa. Pelo olhar, pelo sorriso, pelas mãos e pela 'mansura' que Kátia é existindo. Ela chegou tão pertinho de mim quando fomos ao banheiro, ela beijou minha mão, o meu ombro. Ela estava ali. Eu deveria ter beijado Kátia. Aqueles beijos que terminam num abraço, sabe? Não beijei. Como poderia? Beijo é tão físico e aquele encanto era tão energético. Fiquei olhando pra ela nos últimos minutos, registrando aquele momento. Kátia é uma das mulheres mais lindas que eu já vi e não importaria se ela fosse fisicamente diferente, ela continuaria sendo linda.
Tem grande chance de Kátia não lembrar de mim daqui pra frente, mas eu nunca, nunca, nunca vou esquecer de Kátia. O encanto por ela vai tá sempre aqui, juntinho do adesivo de uma lata de tinta spray que diz ''eu vou pixar amor por todo o mundo''. Kátia faz isso também.
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youcanputanythinghere · 10 months
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Queria muito te dizer o tamanho e a intensidade de tudo que senti naquele dia. Queria te contar como desde aquele dia vivo tentando reproduzir a sensação daqueles poucos minutos, tão bem aproveitados e sentidos que não houve a necessidade de contar. Foi rápido, mas foi realmente memorável. Você foi a primeira pessoa que eu chamei, era você a única pessoa que eu realmente queria ali e, indo em grupo ou não, se você estivesse ali, eu já ficaria feliz. Tive a sorte de em muitos momentos parecer que estávamos mesmo só você e eu e eu senti tanta gratidão por ter podido dividir aquilo com você..
O filme, a música, as imagens que passavam entre nós e ao nosso redor, todo o cenário, o clima, a energia, tudo pareceu contribuir. A segurança que senti por ter você ali, aquele pequeno e mágico contato de costas que se encontram e dialogam e dizem tanto.
Eu queria muito te dizer.
Eu tenho sentimentos imensos e lindos por você e a tua existência na minha vida me deixa feliz. E enquanto luto para te tirar deste lugar em que não sei se eu, não sei se a vida te colocou, eu desejo que meu amor por você só cresça e que seu amor por mim cresça junto também. E que se alinhem. Que nossos sentimentos se alinhem. Como estou testando outros jeitos de dizer eu te amo, vou terminar dizendo de novo que você é como um dia de brincadeiras na infância. Continue sempre aqui. Você tem um afeto grande em mim.
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youcanputanythinghere · 11 months
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sinto saudade de não ser triste.
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youcanputanythinghere · 11 months
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acho que a forma como você vai pra cama na hora de dormir diz muito sobre como você se sente sobre a vida. veja, uma criança sempre sobe na cama de frente e depois aprende a descer também de frente. um adulto, cansado, ja vai para a cama de costas, como se ignorasse o descanso de tão pouco e tão ineficaz que tem sido. senta fatigado na cama e deita de costas esperando o despertador tocar. adultos não lembram como é aproveitar o sono, como é descansar.
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Eu
quero
morar
num
jardim.
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Tumblr media Tumblr media Tumblr media Tumblr media
falling leaves and rainy streets 🍂
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do jeito que você se feriu doeu em mim
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we should be friends then…
my favorite love language is trying, actually
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é preciso amar algo muito intensamente para dedicar-se tanto a odia-lo
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o mundo inteiro doi
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something deeply intimate about being outside early in the morning all alone and seeing the world as she is
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não quero cometer excessos, longe de mim. mas o teu tom baixo me arrebata. talvez a vibração que ele causa no meu coração ou como teu rosto inteiro forma uma harmonia como de obra de arte ao falar. harmonia que precisa de atenção para ver. as vezes olhar duas vezes. porque se você passa distraído por ela, perde de ver o sol se pôr. talvez seja a forma como a tua boca se curva num sorriso e como teus olhos de cílios imensos se estreitam. é, teus olhos... com certeza tem a ver com teus olhos. como de costume (não que eu houvesse percebido antes) começo a me apaixonar por detalhes que registro sem pressa nas poucas vezes em que estou com você. os olhos são o primeiro. enquanto você falava da viagem, eles eram vivos, atentos, afiados. mas quando você ouvia, algo acontecia e eles se tornavam doces, alegres e gentis, porque você olhava ao ouvir, o que indica ouvir de fato, não apenas fingia. mas sabe? há algo de muito grave na forma como você naturalmente sorri o tempo todo. não dá pra parar de olhar.
uma feliz atualização: você não sorri o tempo todo. aquilo era o auge da paixão falando. mas sabe o que é muito feliz perceber? eu ainda gosto de olhar pra você, mesmo quando tem a expressão séria, mesmo quando não consigo te encarar.
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