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1499: O brasil antes de cabral
Boa tarde tumblrzinho, faz hora q nao venho aqui e desde entao tenho lido e ouvido varias coisas interessantes, no futuro atualizarei-te sobre elas mas por hora!! bora falar desse livrinho.
Estou na pagina 161. Tenho lido bem mais ultimamente, o que é ótimo e é uma pratica q eu nunca consegui manter com constancia durante minha vida ate aqui. Junto com o exercicio fisico, essas sao coisas que eu espero levar com muito esmero ai pelo futuro. Estou TENTANDO escrever agora mas meu roommate Jackson esta ouvindo musica altissima e putamerda como pode alguem gostar so das piores musicas ja feitas. Desculpe se esse texto estiver confuso ou ruim enfim a culpa é dele. VOLTANDO ao livro: os primeiros capitulos falaram basicamente sobre o que se sabe ate agora sobre as primeiras migrações pra américa, e o que chama atenção é o seguinte: Os crânios dos primeiros humanos daqui (13 mil anos atras) tem feição 'negroide' (termo técnico) assim como outros crânios encontrados até 10 mil anos atras. Isso me intriga um pouco, pq as feições dos indígenas modernos e a sua composição genética mostra que eles são mais similares aos siberianos autóctones, mas se nem os siberianos de 10 mil anos atras nem os indígenas tinham as feições modernas, como que essas duas populações independentemente se tornaram tao similares? Seila essa historia aí ficou um pouco mal contada. Mas enfim, outras questões interessantes desse capítulo é o que ele disse sobre os genes indígenas presentes na população moderna brasileira: O DNA mitocondrial das mulheres indígenas, passado pela linhagem materna, é o unico significativamente presente na população. Os genes Y dos homens indígenas, porém, sao muito raros, quase insignificantes. Um dado muito triste mas muito interessante, prova irrefutável de que a miscigenação não foi pacífica.
No capítulo seguinte o autor fala sobre os sambaquis, mas seila nada muito interessante ao meu ver, fora o que eu já sabia. Grandes montes de esqueletos de caça e de humanos, com sinais de enterro ritual, cuidadoso.
No próximo capítulo o autor fala sobre os primeiros indícios de agricultura no brasil, em especial na amazônia; interessante desse capítulo é uma analogia que ele usa sobre as espécies. O autor diz que as espécies podem ter sido domesticadas longe do seu local de origem, como o cacau, domesticado na america central, mas nascido na amazonia. A descoberta do local de origem dessas plantas se deve ao fato desses lugares terem mais plantas com parentesco com a domesticada, e a analogia que o autor usa é com as linguas: se um alienígena quisesse descobrir a origem do idioma inglês, ele nao teria muita dificuldade em descobrir que ele se deu na europa, e nao nas américas, justamente pela vasta quatidade de idiomas com parentesco com o ingles do lado de lá do atlântico. Também fala sobre a terra preta indígena, feita de fezes e carvão, e sobre isso o que me interessa é a capacidade de captura de carbono dessa terra, atraves do carvao parcialmente queimado. Definitivamente muito interessante.
O capítulo seguinte, esse sim interessante, começa falando das primeiras civilizações da amazônia. Ele fala sobre a ilha de marajó, onde se tinha a prática de fazer lagoas artificiais para capturar peixes na época da seca, prática essa que era a sustentação de toda a vida dessas primeiras comunidades, aparentemente.
Chama atenção, no capítulo seguinte, o que o autor fala sobre tribos do centro da amazônia, que nao tinham muitos vestígios de agricultura, mas sim de uma piscicultura pujante e rebuscada, capaz de sustentar vilarejos enormes, de até 80 hectares!!! Também fala sobre a inconstância desses assentamentos, que oscilam através da evidencia arqueológica entre períodos de alta complexidade e períodos de hiato. Pelo visto um desses hiatos aconteceu imediatamente após as primeiras expedições dos europeus pelo longo do rio amazonas, com relatos impressionantes. Fala também sobre a rebuscada cerâmica dos Tapajós e suas grandes cidades, onde hoje fica a cidade de Santarém, no Pará (mais uma pra lista de cidades que eu quero visitar!) e sobre a igualmente interessante cerâmica dos Maracás, no Amapá, que dispunham urnas funerárias com forma humana dentro de grutas. Pela proximidade dessas grutas com as suas respectivas vilas (de 0,8 a 3 km) supõe-se que essas grutas faziam parte corriqueira da vida dos seus habitantes. No fim do capítulo ele fala sobre as ladeias do alto Xingu, no nordeste do Mato Grosso, que possui várias tribos pertencentes a vários troncos linguísticos diferentes mas que possuem cultura muito similar entre si, interessantíssimo do ponto de vista antropológico.
Enfim, livro recheado de assuntos que muito me interessam, só nao discorri mais sobre eles pq estou cansado ja, os barulhos à minha volta estao me deixando loooucooo!! Enfim até a próxima!!
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André Roncaglia, Razão de SC ser tão conservadora, Iugoslávia e Hegel
Os últimos dias tem sido bem interessantes no que diz respeito a aprendizados novos. Os posts dos próximos dias não estarão em ordem cronológica do que eu fui ouvindo e aprendendo, mas sim do que eu estava afim de escrever no dia e o que tenho lido e ouvido no decorrer dos últimos dias.
O podcast À Deriva 260 com André Roncaglia foi quase inteiro gibberish, blabla taxa de juros blabla desindustrialização blabla coisas que eu e qualquer esquerdista já ouviu um milhão de vezes. Porém uma explicação dele valeu todas as 2h50 ouvidas: Certa vez meu amigo Matheus tentou me explicar que o preço da estabilização da inflação no plano Real foi a desindustrialização por causa da abertura ao mercado externo, mas quando pedi uma explicação melhor ele nao soube dar, talvez ele nao tivesse entendido a matéria direito. Pois bem, André deu uma explicação claríssima do fenômeno. A inflação acontece por algumas razões, sendo uma delas (nao lembro o nome exato) o fenômeno de aumento de preços de fornecedores, que aumenta o preço das indústrias, que estimula o fornecedor a aumentar seu preço e por aí vai. Quando se muda a moeda, espera-se que o efeito psicológico de um 'reset' breque essa dinâmica de aumentos sucessivos, mas isso não necessariamente acontece, ainda mais como no caso do Brasil, em que as moedas foram mudadas vaaarias e varias vezes. A moeda mudava, o empresario falava "hm", e continuava aumentando seu preço, agora na nova moeda. O que FHC fez no plano real foi, juntamente com a mudança na moeda, abrir a economia pro mercado externo. O que aconteceu foi que, com a mudança da moeda, Seu João (personagem fictício dono de uma indústria burgues safado porem simpático um pai exemplar) quis se adiantar, aumentando seu preço já tendo em vista um eventual aumento dos seus fornecedores. Resolve aumentar de R$5,00 pra R$7,00 seu produto. Acontece que agora o brasileiro pode importar o mesmo produto do exterior, a R$4,00. A empresa estrangeira nao tem o mesmo fornecedor do Seu Joao. A empresa estrangeira vai continuar cobrando R$4,00, mesmo se Seu João e seu fornecedor aumentarem o preço. Seu João nao tem escolha. Não vai poder aumentar seu preço a seu bel prazer. Nem que ele precise. Por isso que o plano Real segurou a inflação, e por isso que ele foi a razão da aceleração da desindustrialização nos dias atuais. Wild.
O podcast Estação Brasil 035 teve como assunto o porque de santa catarina ser tao conservadora (o estado nao a deidade(subdeidade? o que são os santos?)). O processo de embranquecimento do sul do Brasil na segunda metade dos anos 1800, na regiao de blumenau, foi feito distribuindo terra (indígena) em pequenas propriedades para imigrantes brancos, o que criou uma dinâmica muito interessante: o Colono-Operário. O desenvolvimento de sta cat tem relação direta com esta política pública. Por ter distribuição de propriedades (uma dinâmica parecida com uma reforma agrária), criava-se um mercado consumidor (pessoas que de fato tinham dinheiro para consumir, ao contrario dos ex-escravos, que foram jogados no mercado de trabalho depois de libertos e tiveram que se submeter a uma condição salarial que mal dava para o básico, quando dava). Somado a isso, os imigrantes vinham da itália e Alemanha, e traziam seu conhecimento fabril pra cá (a exemplo da Hering, fundada por ex trabalhadores têxteis). Tinham outros motivos pro desenvolvimento lá mas eu nao lembro. Estes colonos trabalhavam nas fabricas e pequenas indústrias que se formavam na regiao e também em suas pequenas propriedades, o que lhes garantia uma renda extra e uma disposição maior a defender quem defendia sua (pequena) propriedade privada. Some isso à uma defesa de seu status enquanto brancos de sucesso, em oposição às outras "raças" que não se desenvolviam nunca (por nunca terem tido propriedade) e temos uma população muito propensa a ideias de direita. Reflexão muito muito interessante, fico pensando que isso pode se aplicar também ao Paraná, mas vou ter que estudar um pouco melhor nosso caso em específico. Mesmo assim, esse episódio me deu varias contribuições para meu entendimento da nossa situação política local, e vale muito a pena eu ouvi-lo denovo.
Estou numa fase iugoslaver, tenho ouvido e lido várias coisas sobre o finado país e até comprei uma bandeira da iugoslávia esses dias kkkkkk o que me interessa mais nesse país é a experiência econômica muito particular que eles tiveram enquanto o país existiu, que com toda a certeza pode servir de inspiração para uma alternativa econômica nos dias atuais. Pois bem, ouvi um podcast sobre hoje, nada muito digno de nota, mas apenas deixo registrado aqui que quero aprender muito muito ainda sobre a experiência iugoslava!!
Por fim, comecei a ouvir o episodio do france culture sobre os jovens hegelianos em frances. Percebo que quando quero ouvir algo em uma lingua que estou aprendendo, ajuda muito ser um assunto do meu interesse. Os cognatos ajudam muito à escuta fluir. Mas pqp, como falam rapido esses intelectuais franceses. Ainda tenho q comer mto feijao com arroz pra acompanhar, mas eu gosto do desafio.
Por hoje é isso!! um bom primeiro post e uma boa noite a todes, beijinhos!!
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Das razões de existência desta conta
Se tem uma coisa que vc que está lendo perceberá sobre mim no decorrer desse mini blog, é q sou uma pessoa cheia de teorias. Uma delas é a seguinte: Nossas amizades preenchem certos nichos das nossas necessidades sociais. Não digo isso no sentido de interesses comuns mas sim de facetas da(s) nossa(s) personalidade(s) que precisam se manifestar de vez em quando. Para usar um exemplo bem simplório, eu posso gostar de ser mais expansivo e protagonista às vezes, momento no qual vou procurar um amigo (ou grupo) em que as pessaos sejam mais passivas e receptivas a alguém com essa personalidade, e por vezes posso ser mais reservado, momento em que procurarei amigos que tomem as rédeas do rolê.
Uma das facetas da minha personalidade é gostar muito de conhecer sobre assuntos pelos quais estou obcecado no momento. Tem gente q chama de hiperfoco diz q é coisa de TDAH etc. Seja como for, pela minha memória nao ser das melhores eu preciso compartilhar aquilo que estou aprendendo com alguém, sintetizar as informações me ajuda a memorizar e compreender melhor. Eis uma das minhas necessidades sociais. Desde que eu me lembre, sempre tive um amigo que tinha essa finalidade na minha vida: servir de depósito de fatos aleatórios. Tive vários com o passar dos anos, sendo os mais recentes o Arou e o Matheus. Arou se mudou pra putaqpariu, deixando nossos encontros muito menos frequentes e o Matheus seila, nossa amizade tem altos e baixos, no momento ela passa por um baixos e faz bastante tempo que nós não sentimos interesse mútuo pelos interesses um do outro. Dinâmica da fluidez das relações humanas e ta td bem. Que fique claro nesse miniblog vou escrever com redundancia sem acento sem virgula vo escrever do jeito que eu querê.
Eis a sua razão de ser, meu tumblr. Escolhi essa rede pq ela sempre me despertou interesse no que diz respeito a personalização que ela permite, nao vou explorar isso agora de imediato mas pretendo no futuro. Nessa conta quero discorrer sobre tudo o que eu venho lendo, ouvindo, reflexões dignas de nota e um mural para eu revisitar reflexões passadas, que é uma coisa que eu sinto falta no presente. Queria ter escrito minhas reflexões em outras idades para ter uma noção melhor de como as minhas idéias foram mudando com o tempo (vocês nem tem noção do quanto mudaram), mas sou um inimigo completo de manter registros. Oh well, coisa de brasileiro i guess. Pois bem, não sei se alguém vai se interessar em ler meus textos, mas o publico alvo aqui sou eu mesmo, então, se vc chegou até aqui, seja bem vinde à minha mente maluquinha, e se for eu, queria te dar um bejo na tua boca.
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