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wildsummershades · 9 months
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Feito um pavão, Salvatore caminhou pelas barraquinhas com o braço de Ana enroscado ao seu com um ar todo bonachão; fingindo um costume que ele estava longe de ter. Fazia tanto tempo que não colocava seu interesse sobre alguém genuinamente, tanto que estava longe de abandonar o cortejo tipificado de cowboy à moda antiga, tampouco o sorriso sem vergonha que abria no ato com qualquer mínimo gesto de sua afeição. —  Hum… —  aproveitou todo o teatro relativo à sua postura para também fingir que pensava sobre, quando a maior razão de sua aparição na feira foram as roupinhas pros gansos, sem muito se importar com o restante. — Acho que não vi nenhuma por agora. E você? Já sabe onde quer ir?
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Ana sorriu de volta, e concordou com a cabeça, segurando em seu braço. “Vamos!” Respondeu com animação, passando a andar com ele. Ainda se sentia um tanto tímida, mas tentaria ao máximo se soltar. Já tentou mudar seu jeito acanhado diversas vezes, e demorou para aceitar que era assim e pronto. “Conhece uma boa barraquinha com bolos?” Perguntou enquanto observava as barracas próximas, buscando uma que oferecesse comida. Até se lembrava de uma, mas gostaria de ouvir suas sugestões.
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wildsummershades · 9 months
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— Sei bem como é… não tenho irmão, mas tem outros avicultores na região. ‘Cê não sabe como dói pra um homem ouvir que as penas dos seus patos não são tão bonitas quanto as dos vizinhos —  esboçou genuíno aborrecimento. Podiam mexer com eles, mas não com seus bichinhos bicudos. Se não fosse por ela espelhar seu gesto com tanto bom humor, teria continuado de cara amarrada por um bom tanto enquanto ruminava os desaforos que já tinha ouvido. — Olha, dona moça, eu não vou negar esse negócio seu não. Hoje o sol tá de rachar o coco… se não fosse pelo meu chapéu meu cérebro já teria fritado na cachola feito ovo. 
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"exatamente! as pessoas subestimam muito o quanto um bando de senhoras com a tarde inteira livre conseguem ser potencialmente perigosas na vida dos outros. e eu tenho irmãos, sabe como é, não estou nada afim de ouvir sobre com a vida deles tá maravilhosa." suspirou dramaticamente. o irmão geralmente achava graça daquilo já que dificilmente se importava com a opinião que tinham sobre ele, e a caçula morava atualmente em outra cidade e muito distante daquele bando de fofoqueiras. "muito prazer, salvatore." com o boné que utilizava para caminhadas ao ar livre - o que era seu plano original, mas a feirinha era extremamente distrativa -, imitou o gesto dele com um sorriso simpático. "francamente, deus me livre. uma amiga tem a barraca pra lá, mas prefiro ser taxada de preguiçosa por demorar a visitar ela que enfrentar o perigo novamente. e a lils pode se virar por algumas horas." deu de ombros e riu. "ofereceria um café em agradecimento, mas hoje o calor tá por demais... já provou um frozen de fruta?"
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wildsummershades · 9 months
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As lágrimas não o surpreenderam: já tinha previsto que a garota beirava os limites e encontrava-se em tamanho estado fragilizado que não havia se incomodado com as consequências de um circo feito o protagonizado há pouco, no meio de uma cidade pequena cheia de gente fofoqueira. Sedalia era um lugar deveras amistoso, mas não se fazia menos necessário zelar pela reputação ali: pelo contrário, tinha de ser mil vezes mais esperto para evitar cair nas desgraças das velhinhas que viviam penduradas nos portões despejando comentários venenosos sobre a vida alheia. Seu olhar se atenuou, ainda que fosse incerto sobre como confortá-la diante de um assunto tão delicado.Salvatore sabia que finais felizes só aconteciam nos contos de fadas, mas não seria amargo ao ponto de vocalizá-lo agora. — Então o rapazinho te deixou bem quando você precisava dele? — arqueou uma sobrancelha, um gesto implícito de desaprovação, descartado as cinzas do cigarro num cinzeiro próximo com duas batidas do indicador. — É tão difícil quando as pessoas que colocamos em um pedestal despencam de lá, não é não? Dói fundo bem aqui —  bateu com o punho contra o lado esquerdo do peito. —  Já amei assim sim, até eu perceber que não valia de nada dar meu sangue por outra pessoa que não fosse eu mesmo. Tem quem diga que é egoísmo… mas eu chamo de preservação. A gente nasce sozinho pra sair desse mundo sozinho, menina Louise. Quem acompanha a gente no caminho ensina muitas coisas… e às vezes um desses ensinamentos é aprender a lidar com a decepção deles saírem da nossa vida sem explicação. — se aproximou com cautela, enxugando as lágrimas dela com o polegar antes de dar-lhe um tapinha amistoso no ombro. — Mas o Daniel não é o único ganso pra você nesse mundo, e não tem quem nessa vida morreu de amor por alguém. Vai doer, e eu não vou tentar te convencer de que não vai… vai demorar, você vai ficar na fossa, mas uma hora ou outra você vai perceber que sua vida não depende de outra pessoa pra andar pra frente. — sorriu, tão gentilmente quanto conseguia. — Quer beber e afogar as mágoas? Tô aqui pra acompanhar e evitar que você caia na boca do povo. Não dá esse gostinho pra ninguém não. Como é que vocês, molecada, falam mesmo? Levanta a cabeça, princesa, se não a coroa cai. 
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☀️🥀 Louise era ótima com respostas evasivas, mas só até a página dois. Quando interrogada mais de uma vez, tendia a se atropelar e falar demais. Todavia, naquele instante, não foram as palavras que vieram à tona em profusão, mas sim, suas lágrimas. Silenciosas, porque ela estava reprimindo os sons naturais de um choro que seria mais dramático e escandaloso do que aquele, normalmente. Ouvira tantas reclamações sobre estar chorando por algo que outras pessoas consideravam uma perda de tempo, que estava tentando se controlar agora, além da sensação de já ter chorado tanto a ponto de ter secado nos últimos dias (o que acabara de se provar um mito, na verdade). — Meu namorado terminou comigo. Estava me tratando de um jeito esquisito, frio e distante desde que saí da última internação. Eu já devia imaginar que tinha algo de errado. Não era mais o meu Daniel. — Resumiu com toda a força que lhe restava para manter a voz firme. As bochechas estavam começando a corar, tanto por efeito das duas doses de tequila que havia consumido, quanto pelo nervosismo da explicação. — Quase dez anos de relacionamento jogados no lixo porque eu estraguei tudo. — Riu baixo, mantendo os olhos desviados para suas próprias mãos sobre a mesa por alguns instantes; já havia falado de Daniel para Salvatore algumas milhares de vezes, sempre tão apaixonada e eufórica, tão contrastante com as feições que tinha agora. De fato, para qualquer um que ouvisse, o Cottonwood era o príncipe dos contos de fada que Louise sempre aguardara ao longo de sua vida. De qualquer forma, naquele momento estava tão entorpecida pelo desespero que sequer continuava se incomodando com a fumaça do palheiro de Salvatore. — Eu sei que não somos mais adolescentes, mas você consegue entender que eu o conheço desde que me dou por gente? — Houve um sorrisinho mínimo enquanto fechava os olhos com força, antes de voltar a abri-los, agora olhando em direção ao mais velho. Louise era naturalmente sensível e pouco preocupada em parecer vulnerável demais, mas dificilmente falava sobre seus sentimentos de forma tão explícita. Salvatore era mesmo alguém na vida dela, afinal. — Eu realmente não me lembro de um momento da minha vida sem ter ele por perto e agora eu tenho que aceitar que não vou viver o meu felizes pra sempre como eu planejava viver. — Constatou, os dedos trêmulos se entrelaçando sobre a mesa entre eles. Louise engoliu um soluço e respirou o mais fundo que podia; não queria que as pessoas ao redor pensassem que seu problema era o homem de chapéu junto dela. — Você já amou tanto uma pessoa a ponto de sentir que poderia matar ou morrer por ela, Salvatore? Alguém que era seu coração fora do peito e quando foi embora, quebrou ele em pedacinhos e enfiou todos eles nas suas costas? É assim que eu me sinto. Todas as noites andam sendo um pesadelo depois disso... E eu não quero mais me sentir assim. Do que me adianta tanto dinheiro se eu não posso dar um jeito nesse trapo que o Daniel me deixou no lugar do meu coração? Foi tudo com ele. Tudo. Minha esperança, meus planos... E é isso. Pelo jeito o meu destino é ser uma gansa sem um par.
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wildsummershades · 9 months
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— Ah! 'Cê veio da cidade grande? Então andar aqui por Sedalia deve ser bem mais tranquilo do que ficar se deslocando no meio do formigueiro — respondeu, em tom animado, referindo-se à horda de pessoas das grandes metrópoles. — Uai! Tem problema não. Pior do que andar debaixo do sol é andar debaixo de chuva. Pode me chamar sempre que precisar, dona moça. — sorriu, gesto ainda mais expansivo quando fez-se o elogio ao seu estilo pessoal; com requintes de um velho cowboy perdido no tempo. — Vixe Maria! Coitadinha. Agora que eu não tiro a botina nem pra ir pra praia! Dá arrepio só de pensar — estremeceu teatralmente, chacoalhando a cabeça. — Será que vou ter que arrumar um par de botas texanas pra você também? Te garanto que onde for, nunca mais vai ter problema com o pé.   
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"você acha?! eu já morei em cidade grande, demorava tanto para chegar nos lugares que acho que acostumei a andar muito." não que só andasse, mas era parte dos percursos andando, outra de metrô ou ônibus. "ah! obrigada." sorriu com a oferta dele. "em dias chuvosos seria muito útil! mas, olha, reveja se vai mesmo me dar caronas porque eu sou bem folgada e... bom, posso me aproveitar um pouco disso." brincou, mesmo que não fosse brincadeira coisa nenhuma, soltando uma risada breve. "se me permite dizer, você combina bem mais com esses chapéus do que bonés." elogiou mais uma vez, achando mesmo legal nele. "então! tava na praia, passei protetor em tudo, mas esqueci dos pés. achei que era seguro deixar sem protetor porque... sei lá! era só esconder embaixo da areia, né? protegeria... mas, não protege! o pouco de sol que veio neles queimou feio. ficou duas manchas bem vermelhas neles, tadinhos." sacudiu levemente a cabeça para os lados, parecendo lamentar a memória. "mal dava para colocar sapatos. mas, não vou mentir, eles estavam engraçadinhos."
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wildsummershades · 9 months
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Estava perscrutando as barraquinhas distraidamente quando um sujeito se aproximou. Salvatore o cumprimentou com um aceno de cabeça, oferecendo um sorriso educado. — Oba! ‘Bão? ‘Tô só andando por aí… mas a feira parece tá boa demais, o investimento deve ter valido a pena. — respondeu, com um comentário avesso ao prefeito na ponta da língua se fosse bem recepcionado. — Ah, isso aqui? — ajustou a armação, rindo. — É um pouco dos dois. Mas e tu? Tá gostando da feira?
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Mesmo após tantos anos, ainda podia se lembrar da euforia divertida que sentia quando criança enquanto ajudava sua mãe nos preparativos para a feira, quando arrumavam a barraca juntos e atendiam os clientes, mas o que mais gostava, na verdade, era de observar os produtos dos outros moradores e admirar a variedade de coisas que poderia encontrar, com a curiosidade infantil. Enquanto andava pela feira, as lembranças lhe atingiam em cheio, sentindo uma certa angústia e nostalgia - momentos como aquele tornavam mais difícil lidar com aquelas memórias e foi no impulso de tentar se livrar daquelas sensações incômodas que ocupou sua mente com a primeira figura que seus olhos alcançaram. “Então, o que está achando?”, perguntou ao homem que andava pelas barracas, observando somente depois suas opções de vestimenta, contrastando com suas próprias: uma combinação completamente simples e monocromática de verde. “Esses óculos são realmente confortáveis para os olhos ou é só para completar o estilo?”, brincou, sentindo-se mal depois, torcendo para que ele não tivesse se ofendido ou algo do tipo.
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wildsummershades · 9 months
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— Eita! Andar de bicicleta por aí é dureza… se precisar de carona algum dia, pode procurar por mim. Quase sempre tô de bobeira na fazenda enquanto espero as galinhas e os patos botarem os ovos — deu de ombros, oferecendo a gentileza como lhe era de costume. Salvatore prezava pela boa vizinhança com os moradores de Sedalia desde sua chegada, e não seria diferente com a mocinha que fora tão educada ao elogiar seus óculos. — Acho que sim. Mas eu sou mais brutão pra isso, gosto do bom e velho chapéu. — puxou a aba do Fedora com um sorriso. Tinha lá seus xodós dentro do estilo de cowboy do velho oeste. — E não é?! Mas como é que tu fez a proeza de queimar o pé?
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"mesmo mesmo!" abriu mais seu sorriso. "de nada." achou graça no jeitinho dele, parecendo mais tímido com o elogio, só não comentando sobre isso por não ter intimidade. do contrário, com certeza implicaria. "ah! bom saber. não tenho um carro aqui, mas quem sabe eu arranje um desses para ficar andando de bicicleta por aí?" ergueu de leve uma sobrancelha, dando de ombros em seguida, bem-humorada. "um bom chapéu? eu tenho um boné, serve? ele é meio simpleszão, mas dá para o gasto." fez uma careta com a menção da queimadura, rindo em seguida. "eu queimei uma vez... parece caspa quando descasca. faz muuuuito tempo, mas aconteceu! até hoje tomo cuidado com isso. eu já até queimei o pé! acredita nisso?!"
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wildsummershades · 9 months
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Salvatore tinha uma afeição inegável pela menina. Normalmente, ele se deleitava em ver alguém se ferrando; porque era ele o causador da desgraça alheia. Mas não conseguia deixar que Louise se enfiasse em confusão sem querer dar uma ajudinha aqui e acolá, porque ela o lembrava muito de si mesmo quando mais novo: com uma cabeça cheia de caraminholas e uma inconsequência alheia ao julgamento dos outros. Achou o bendito isqueiro, acendendo o cigarro com toda calma do mundo até dar o primeiro trago. — Deixa é? Eu acho que ainda ‘tô novinho em folha. — soprou mais fumaça na direção dela, rindo enquanto Louise tentava abaná-la para longe. — Uai, ficou sentida? Tenho muita fé em você, caso contrário não me daria o trabalho de te poupar de tanta pataquada. Não precisa me agradecer não. — ergueu os dedos para o barista, pedindo dois drinks. — Só não acho que esse brilhinho de lágrima no seu olho seja felicidade de me ver. Fica fazendo essa carinha de dó pra mim não que vai me partir o coração... que é que tá acontecendo?
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☀️🥀 Sempre que se via naquele tipo de situação com Salvatore, Louise pensava com seus botões se seu pai havia feito algum acordo com ele para além do comercial. Quer dizer, ninguém em sã consciência tomaria a frente de tantas e tantas empreitadas dela, se não fosse por um bom motivo, certo? A começar pela noite no pequeno cassino onde haviam se conhecido, há um ano atrás, quando ele, por um milagre, conseguira tirar o pescoço dela da forca com uma mão cheia de trapaça no pôquer, que havia se desenrolado em posteriores companhias, em lugares ainda bastante duvidosos, com o passar do tempo. A exemplo daquele bar. — Você sabe que fumar esse tipo de coisa te deixa com, sei lá, uns dez anos a mais? Quase a idade do meu pai. — Resmungou, abanando a fumaça para longe antes de se largar na mesa que agora estava vazia. Ajeitou-se numa das cadeiras disponíveis e crispou os lábios, não sabendo se estava mais irritada pelo apelido nada delicado ou pela descrença dele em sua capacidade de lidar com alguns idiotas. — A sua falta de fé em mim é perturbadora. — Replicou uma das poucas coisas que havia absorvido das noites e mais noites ao lado de Daniel, assistindo Star Wars. Uma lembrança que a fez respirar fundo ao mesmo tempo que sentia os olhos marejando a ponto de sentir a necessidade de desviar o olhar, evitando novos comentários do maior. — Não tem nada acontecendo. Eu só saí pra espairecer, achei aqueles imbecis e fim. Agora tô aqui olhando pra um sujeito que acha que sou um dos gansos dele. Tem como ser pior?
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wildsummershades · 9 months
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Não sabia se ficava decepcionado ou agradecido pela questão do destinatário das flores não ter sido levantada, mas terminou achando que aquele fora um golpe de sorte. Sua surpresa poderia esperar, ele tinha um pseudo encontro na barraquinha de bolos mais próxima para comparecer de imediato. —Então é bolo e um cafézinho pra acompanhar que vai ser! — ofereceu-lhe o braço, o sorriso sob o bigode cada vez mais amplo. — Vamos indo, senhorita?
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“Claro, podemos ir lá depois.” Sugeriu, intimamente se questionando quem era a tal pessoa que receberia as flores. Queria perguntar, mas a vergonha de parecer e ser intrometida a impediu. Recebendo a proposta, Ana Maria riu, se sentindo novamente envergonhada. Olhou então para o relógio no pulso e em seguida para a barraquinha atrás de Salvatore, ponderando se aceitaria ou não. A barraca não parecia ter muito movimento naquele horário e seu funcionário sabia se virar bem sozinho.“Só se me levar pra comer bolo, e tem que ter café pra acompanhar.” Resolveu brincar, mas mal sabia o que queria comer.
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wildsummershades · 9 months
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As horas de caminhada aparentemente despretensiosas enfim levaram Salvatore ao seu destino: as roupinhas pra bichos! É claro que ele mal estava diante do estande e já tinha perguntado sobre a confecção de roupas pra patos e gansos, e estava se divertindo com uma miniatura de chapéu de cowboy feito um pinto no lixo. Só despertou de seus devaneios quando uma segunda voz se fez audível ao seu lado, voltando-se para a mulher de cabelos loiros ainda ostentando o sorriso satisfeito. — Eita, Sienna! Olha só que barato essa coisinha — estendeu o chapéuzinho para que ela visse, o ânimo infantil irrefreável, esbanjado em cada palavra. — Veio arrumar umas roupinhas pro Odie? 
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˒ Solicitando que um de seus funcionários permanecesse encarregado por sua barraca durante as próximas horas, Sienna fez questão de fazer uma ronda pelo evento e apreciar o trabalho dos demais expositores daquela tarde. Com o próprio negócio já consolidado, tendo-o feito graças à ajuda de muitos dos moradores locais, havia chegado sua vez de retribuir a gentileza e ajudar no avanço do comércio local. Foi durante a caminhada que se deparou com uma proposta interessante: um ateliê especializado em roupas para animais de todas as especies e tamanho. E qual era o principal atrativo a capturar a atenção da mulher? Uma capa de chuva amarela, com as medidas exatas para protegerem Odie durante os dias mais húmidos. Com um olhar de verdadeiro fascínio, ela avaliava a peça, já preparando a carteira para firmar a transação. "Essa garota nasceu com um talento especial!" Comentou com a figura ao seu lado, apresentando um tom carregado de bom humor.
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wildsummershades · 9 months
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Eita, como é bonita! Se Salvatore tivesse um pingo de decência, estaria igualmente corado. Mas, como não tinha… continuava com o mesmo sorriso desavergonhado, aberto de orelha a orelha enquanto contemplava os estragos de seus flertes do século passado. — E não é que é mesmo? — olhou pra barraquinha por sobre o ombro, sondando as flores disponíveis. — ‘Cê sabe que eu tava mesmo querendo comprar umas flores pra uma pessoa muito especial… uma ajudinha faria bem, é tanta coisa bonita que nem sei qual escolher — confidenciou, em um tom de voz um átimo abaixo do que sua típica entonação alta e animada, antes de recuperá-lo na frase seguinte. — Ah, eu vim pra cá dar uma voltinha, falar um pouco com o pessoal das outras fazendas e ver o que consigo achar de bom. E olha só! Não é que eu te achei no meio desse tanto de gente? Acho que é uma ocasião que pede que eu te leve pra comer algo numa das barraquinhas de comida.
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Mesmo se recebesse diversos elogios, ainda não saberia como reagir a nenhum deles. Então, se contentou a agradecer baixo e lhe dar um sorriso sincero e um tanto envergonhado, enquanto sentia as bochechas esquentarem. Se por acaso ficassem vermelhas, poderia dar a desculpa no calor que era exagerado para aquela hora do dia. “Já estou vendendo, a barraca está logo ali!” Apontou para o local um pouco atrás dele e encolheu os ombros, ainda acanhada. “É, não tem como não chamar.” A resposta veio rápida demais, e ela logo quis desviar o assunto. “Mas e você? O que faz aqui? Só… Passeando mesmo? Quando puder, passa lá na barraquinha, as flores estão lindas.” Ana fez o convite sorrindo e desviou os olhos para qualquer lugar a não ser ele.
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wildsummershades · 9 months
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O lado bom de ser um sujeito valente era que, na maioria das vezes, tudo que você precisava fazer era honrar sua má fama com uma cara de poucos amigos para mandar os folgados pro espaço sem precisar levantar o mindinho que fosse. O trio de rapazes se dispersou sem dar nem um pio, deixando Salvatore, aos risos, e Louise para trás. — ‘Tô vendo como você dá jeito pra tudo — deu um tapinha de leve nas costas de Lola antes de conduzi-la pelos ombros de volta ao balcão, ignorando o tom ríspido e nada contente pela interrupção. — Ô minha gansinha furiosa, você achou mesmo que ia conseguir meter a mão na cara daqueles coitados em sequência como se estivesse dando peteleco em dominó? Eu devo ‘tá de cara com a Rainha do Murro de Sedalia. — fez cara de surpreso, puxando o maço de palheiro do bolso e já levando um dos cigarros à boca, prendendo-o entre os lábios enquanto procurava pelo isqueiro. — Que bicho te mordeu dessa vez? Chora essa mágoa toda pra mim.
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☀️🥀 Por se tratar de uma cidade pequena e quase todo mundo se conhecer entre si, bastou alguns segundos encarando os três responsáveis por acabar com sua paciência, para reconhecer pelo menos dois. Pessoas que, até onde a Mornie sabia, eram filhas de colegas fazendeiros de seus pais, o que explicava muito sobre os comentários que havia ouvido superficialmente. O ponto era a aparência dela, mas depois da primeira pergunta, haviam comentado algo sobre ser a herdeira problemática dos Mornie, os "xicanos". E isso, sinceramente, não era mais um comentário que Louise aguentasse continuar ouvindo, simplesmente porque agora todo mundo tinha uma opinião sobre o que ela fazia ou deixava de fazer, além do tom pejorativo sobre as origens de sua família (que estavam parcialmente erradas naquela frase). Acontece que em menos de um minuto, os rapazes haviam se tornado mais pálidos, assustados com algo que, a princípio, Louise achou que se tratava dela mesma. Talvez devido aos boatos de ter um tapa dolorido ou um soco de esquerda forte e bem aplicado devido a anos de ginástica e patinação artística? Mas não. Rapidamente, a voz familiar de Salvatore alcançou seus ouvidos e ela revirou os olhos, não sabendo se estava mais irritada por ter sido interrompida ou por ser chamada pelo apelido disseminado pela comunidade de Sedalia até sua vida adulta. Amava ter sido a Rainha do Milho por incontáveis anos, mas não gostava dos frutos de intimidade com o povo da cidade, que isso poderia gerar (e estava gerando naquele momento). — Estão. Mas eu vou dar um jeito neles rapidinho. — Respondeu, finalmente virando-se de forma rápida na direção do mais velho, em seguida, voltando-se para o trio que já começara a se movimentar e estava deixando aquela parte do bar. Novamente, Salvatore aparecendo em momentos onde Louise achava que tinha tudo sob controle (jogos, uma boa mão no poker, brigas ou ameaças) e mostrando que não era exatamente assim. — Por que nunca me deixa resolver meus assuntos sozinha, Tex Mex? Por acaso eu tenho um rastreador com seu nome debaixo da minha pele e eu não tô sabendo?
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wildsummershades · 9 months
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Salvatore resmungou em resposta, os olhos escondidos sob as lentes laranjas do óculos sondando o perímetro com desconfiança até que a resposta sobre o tal “sujeito” o fez perder a pose viril. A boca antes retorcida sob o bigode abriu-se num sorriso amplo, o som do gargalhar contido ecoando em seu peito. — Então sou seu segurança particular contra um bando de senhorinhas fofoqueiras e cruéis? Justo — balançou a cabeça, permitindo que os músculos relaxassem dada a resposta de que não, não precisaria distribuir uns sopapos em um marmanjo folgado. — Bom, dona Katherine, fique à vontade pra me fazer de escudo contra velhinhas maldosas sempre que precisar.. sei bem o estrago que elas podem fazer. — segurou a aba do chapéu, inclinando a cabeça em cumprimento. — Pode me chamar de Salvatore, da fazenda de aves em Farm’s District. Acho que você está longe de perigo agora… a não ser que queira prosseguir para o sul da feira, onde vai acabar encontrando as bocas de trapo de novo. 
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"não, não, fica tranquilo! sigo inteira." declarou rapidamente, agradecendo pela boa disposição do outro em ajudá-la. realmente não era de seu feitio andar tão distraída, inclusive reclamava com constância de pechadas que acabava levando nas calçadas por quem andava no mundo da lua, mas aquela situação era um pouco distinta. seu questionamento a pegou um pouco de surpresa, embora pudesse imaginar que era uma reação extremamente plausível após ser abordado por alguém com o discurso de katherine. "um bando de senhoras, apenas, na verdade. e eu digo apenas como forma de falar, porque o jeito como andam por aí igual um bando de tubarões não deixa de ser um perigo próprio." explicou rapidamente, suspirando. "mas obrigada pela iniciativa, posso me lembrar pra caso surja a necessidade?" questionou, uma risadinha de nervoso escapando. "devo estar soando completamente exagerada, mas são as amigas da minha mãe. se alguém já veio falar da sua vida bem na sua frente por aqui, aposto que alguma delas deveria estar envolvida. fofoqueiras de primeira." fez uma careta. "sou a katherine, por sinal."
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wildsummershades · 9 months
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O encontrão pegou Salvatore no susto, deixando seus passos incertos por um milésimo de segundo enquanto ele vacilava para trás. — Eita, dona moça. Machuquei você? — estendeu as mãos para ampará-la, mas tudo parecia bem à vista grossa. Ao menos até que ela pedisse para que ele servisse de bloqueio para evitar alguém. — Tem algum sujeito te incomodando, é? — perguntou, já sondando a multidão com os braços na cintura, o último movimento que fez até ficar parado, rígido e tenso, tendo certeza que um nem um milímetro que fosse daquela desconhecida aparecesse para sabe-se lá quem. — Se for o caso, posso dar um jeito nele e fazer duas boas ações antes do Natal.
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estava tentando fugir do grupo que se aproximava da melhor maneira, considerando que queria ao máximo disfarçar que tinha visto, sim, o grupo de mulheres que estava andando pela feira. não queria soar como uma perfeita mal educada e não dar a elas um único cumprimento, contudo, eram as amigas de sua mãe, e estavam sempre de prontidão para realizar todas as perguntas inconvenientes sobre a sua vida - além de, é claro, lembrá-la que sua irmã dois anos mais nova estava quase noiva!, enquanto a vida amorosa de katherine era um grande ponto de interrogação. olhando mais para o lado que à sua frente ao andar, quase esbarrou no homem parado, com o que logo perceberia ser a combinação mais berrante que alguém poderia ter considerado usar para a feira. "desculpa! não tinha te visto." o que, considerando as roupas dele, devia ser quase difícil de acreditar. "se não for pedir muito, você pode só ficar parado bem na minha frente por uns minutos? estou tentando fugir de conversas que talvez me tirem três anos de vida a cada dez minutos, então vai ser, sabe, como uma ajuda de humanidade. dá tempo de fechar a sua boa ação do ano antes do natal."
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wildsummershades · 9 months
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Salvatore podia ser um caipirão, mas de besta não tinha nada. Já estava com o sorriso malandro aberto de orelha à orelha quando a garota loira veio lhe oferecer os queijos, e forçou seu jeito rústico ao auge dos auges. — Opa, mocinha. Bão? Vou querer experimentar um bocadinho sim — jogou um dos cubinhos de queijo à boca sem cerimônias, torcendo pra que o óculos e o chapéu mascarassem sua reação de deleite. — Eita! Se seu vinho for tão bom quanto o queijo, vai ter que me convencer a não levar metade do estande.
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a patricinha estava longe de julgar alguém pela aparência , mas sabia o suficiente sobre moda para notar que o estilo do homem que passava por seu stand era um pouco demais . estava ali para vender seu produto e tentava ser profissional , mas seus olhos a traíram , o analisando de cima a baixo . por pouco o seu nariz não torcia com as cores berrantes , mas moira conseguiu se controlar antes que fosse tarde demais . pegando a tabua de queijos das mãos do garçom parado a frente do seu stand , a loira andou em direção ao outro . ❛ aceita ? temos um merlot que é perfeito com esse gouda , ❜ ofereceu .
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wildsummershades · 9 months
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Como diachos podia ser tão difícil encontrar, especificamente, a mocinha das roupas pra pato? Salvatore já começava a ficar irritado, amaldiçoando o prefeito Pierre mentalmente por ter passado a mão na grana do povo sem sequer pensar em fazer uma sinalização decente na bendita feira quando aconteceu… seus olhos encontraram os dela de supetão, e o semblante emburrado dissolveu-se em um sorriso frouxo e sem jeito. — Olha só se não é a rosa mais formosa de toda essa cidade. — tirou o chapéu, deixando-o de frente ao peito enquanto meneava a cabeça em um cumprimento respeitoso. — Dia, dona Ana. Vai vender suas flores aqui pela feira? — o suposto elogio o fez colocar o chapéu de volta depressa, para esconder que foi incapaz de sustentar o olhar dela pelos breves segundos que se seguiram. Não que ela fosse reparar, de todo modo, porque ele estava de óculos escuros, mas não havia muito espaço para a lógica na cabeça de um homem abobalhado apaixonado. — Então eu chamei sua atenção? Que sorte a minha. 
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Distraída falando no telefone, Ana andava pela feira despreocupada. Conversava com seu irmão sobre os assuntos mais bobos possíveis enquanto se dirigia à própria barraca, que deixou aos cuidados de um dos funcionários. Antes de chegar até seu destino, Ana avistou alguém com uma aparência chamativa demais para o próprio gosto. Quando percebeu, já estava muito próxima da tal pessoa e rapidamente o identificou, era Salvatore, o homem que sempre conseguia deixá-la envergonhada numa velocidade espantosa. “Ahn… Oi!” O cumprimentou tímida após ter encerrado o papo com o irmão e guardou o aparelho no bolso. “Vi você de longe, sabe ser…” Procurou pela palavra adequada. “Extravagante.” Certamente não tinha sido uma ofensa, e ela esperava que ele soubesse disso.
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wildsummershades · 9 months
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O elogio o pegou desprevenido, rendendo um sorriso tão sincero quanto singelamente envergonhado. — Mesmo? Obrigado — replicou, ajeitando a armação no nariz. Era um óculos diferente, para dizer no mínimo, que completava o conjunto de roupas com mais uma nuance de extravagância totalmente desnecessária para o evento. Se Salvatore entendesse algo de astrologia, decerto culparia o próprio signo pelas escolhas piegas de roupas. — Na verdade, são bons óculos sim. Principalmente para dirigir, cansam menos as vistas… mas não há santo que resista ao sol do meio-dia no verão de Sedalia. — deu de ombros, rindo do próprio comentário. — Você também devia arranjar um par e um bom chapéu, é claro. Já teve uma queimadura de sol na cabeça? É um verdadeiro inferno, ‘fia!
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ver as roupas do homem próximo de si fez com que se sentisse em território brasileiro. não que fosse algo exclusivo de seu país, mas era bem comum ver pessoas vestidas daquele jeito — ao menos em algumas cidades que morou. na internet também sempre tinha alguém assim. “ei, óculos legais.” comentou com um sorriso simpático. “só uma dúvida: eles realmente protegem do sol? ou dependendo do quão forte o sol tá, eles não dão conta? sempre quis saber porque eles não são tão escuros, né? se eles são mais pra te deixar estiloso do que realmente proteger de todo e qualquer sol.”
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wildsummershades · 9 months
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Sentado num canto esquecido do bar, cantando em tom rouco e num ritmo nada cadenciado as músicas que ecoavam pelo alto-falante da jukebox, o drink noturno de Salvatore fora interrompido pela conversa hostil, quase aos gritos. Mal teria feito muito além de olhar por sobre o ombro se não reconhecesse muito bem aquela voz, cuja dona parecia mais do que disposta a arranjar briga com o meio mundo às custas do menor da mais tola casualidade. Pôs o chapéu antes largado no balcão de volta à cabeça e ajeitou o cinto de couro enquanto se levantava, os lábios tão franzidos que quase se escondiam sobre o bigode, torcidos em uma expressão que nada condizia com suas passadas calmas, no mesmo estilo de andar despojado e despreocupado de sempre. — Que diabos está acontecendo aqui? — perguntou, estreitando os olhos para os rapazes. Ao lado de Louise, sua sombra projetava-se sobre ela como um escudo; um detalhe ainda mais cômico à sua postura já de um cão de guarda. — Espero que não estejam aborrecendo nossa Honey Lou Lou… ou eles estão, garota? Devo ficar preocupado?
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🔞 @wildsummershades
☀️🥀 — EU SÓ VOU PERGUNTAR MAIS UMA VEZ — Louise rosnou, sentindo a fúria consumir cada pedacinho de seu corpo. Seus olhos, muito bem delineados, fulminavam um trio de rapazes a sua frente, enquanto sua pergunta era direcionada para um deles. — Você perdeu alguma coisa na minha cara? Por acaso eu te dei liberdade para ficar me encarando daquele jeito? — E ela sentia os olhares das pessoas ao redor recaindo sobre suas costas, mas realmente não dava a mínima. Não havia bebido o que normalmente teria bebido para chegar àquele nível, mas estava tão chateada e amargurada, que qualquer motivo para arranjar confusão, lhe bastava. O que poderia não terminar tão bem assim, considerando que ali, naquele contexto, ela era uma só, estava em um bar e não seria capaz de dar conta de três homens tão corpulentos decidindo esperá-la na saída por tê-los questionado. Nada que a importasse àquela altura do campeonato, claro, a julgar pela forma como continuava encarando aquele que a havia tirado do sério. — E vocês dois aí também, o que estavam cochichando sobre mim? Eu ouvi algo sobre a minha família, foi isso?
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