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wesleybrasil · 1 year
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Negra Rê: uma ativista que usa o rap como plataforma de ação
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Moradora do Arará (Benfica) viajou o mundo e tem seu nome na história da cultura hiphop nacional
As primeiras batalhas de improviso na extinta sinuca da Lapa 173 despertaram o desejo pela área da educação. As rimas que Negra Rê trocava com seus amigos na Tradicional Batalha do Real eram o início de um discurso forte que acompanharia a história de Renata Almeida dali em diante: a presença feminina no rap, a luta pela educação e a ação efetiva a favor das comunidades cariocas.
Já no seu primeiro ano envolvida com a cultura hiphop (2003), Rê viu o início da sua carreira nos palcos e nas salas de aula com oficinas de reforço escolar através do rap. Passou por lugares como Rocha Miranda (Projeto UNIR - União para Integração e Realização), Vigário Geral (NAH - Núcleo Afro Hiphop), Rocinha (Projeto Pensando Junto, idealizado pelo Rapper Gabriel O Pensador) e Benfica, com Projeto Saciarará que foi criado pela própria Negra Rê e produziu 3 curtas, diversos eventos, shows e Batalha do Passinho. O Saciarará teve ainda o apoio da ong Abides, IPDH, e projeto Saci Tererê (Teresópolis).
Em Rocha Miranda, Negra Rê criou e atuou como educadora na alfabetização de adultos, jovens e crianças com Síndrome de Down.
Indo além da cultura urbana, Rê também atuou na doação de 1.000 mudas para reflorestar o Parque Nacional da Araucária (Mauá, Rio de Janeiro). Ainda no campo ambiental, produziu e atuou na divulgação e produção do projeto 'Papel Artesanal': uma série de exposições de quadros com papel botânico artesanal produzido em Mauá pelo artista plástico Maurício Rosa, idealizador da atividade.
No campo musical, onde é amplamente conhecida, contribuiu com uma série de iniciativas: foi vocalista da banda PARVATI (composta por cinco Mulheres Musicistas).
Foi contemplada com uma viagem para a Europa após participar de um processo seletivo dentre 5.000 inscritos. No Velho Mundo, participou de Workshops e diversos eventos. Também se apresentou em um dos teatros mais icônicos da Inglaterra, o Queen Elisabeth Hall, além de outros lugares na Inglaterra, França e Holanda. Gravou em Birmigham e na Radio Manchester FM - onde participou como convidada especial junto com o Músico Soweto Kinch e Apples and Snackes.
De volta ao Brasil, produziu seu primeiro álbum (o EP Nata da Selva) editado e produzido pelo Produtor Musical Ramiro Mart, com participações de Cone Crew Diretoria, Chimpo e Skeatlles, Green Team (Don Negrone, Mell, Sheep Rimador e Gordo). O álbum teve ainda apoio da Caverna do Dragão Records, Toma da Suíça, Aori Anaga, Guilda Beatmático e D'outro lado estúdio.
Ao lado do produtor musical Ikky Castilho, participou em 2012 na track '21 Comandando o Show'. Foi também atração Do Red Bull Music Academy no Rio Scenarium. Por falar em atração, foi a principal em diversas lonas culturais do Rio de Janeiro. Participou de campeonatos e batalhas do eixo Rio, São Paulo e Juiz de Fora: naturalmente sendo campeã em várias.
Sua relevância na cultura hiphop, especialmente entre as mulheres, foi alvo de um reconhecimento inédito: em 2017 o troféu da Batalha das Musas foi construído em sua homenagem pelas mãos da grafiteira Aila, entregue no Museu de Arte do Rio (MAR), que é um dos principais aparelhos de cultura do país.
Até hoje é integrante do Grupo Musical MESA DE RIMA e é Mestre de Cerimônia da festa JAMBRA (Festa Jamaicana de Música Brasileira). Rê também é idealizadora e produtora do Baile da Rainha RJ e do Baile do João Black (ícone Black da comunidade do Arará).
Seu mais recente trabalho é o Clipe HERESIA, com o cantor, compositor e professor Kellvn.
Atualmente está produzindo o EP IDENTIDADE, onde conta sua história de vida. Nas letras, Rê encara de frente pautas que cruzam sua passagem pela Terra como o Racismo, Afrodecendência e a luta de mãe solo preta periférica pra sobreviver na Babilônia, falando de fé e amor ao próximo. Em breve em todas as plataformas.
Além do álbum, Rê continua seu trabalho como ativista: durante a pandemia do coronavirus criou o jantar Laroyê, que distribui quentinhas para moradores de rua da comunidade do Arará e entorno (Manguinhos e Jacaré). Atua também na doação de cestas básicas para 20 famílias de sua comunidade com ajuda de amigos e projetos parceiros, incentivando e convocando doadores.
Mantendo as origens dos tempos em que Renata se tornou Negra Rê, hoje é possível encontrá-la no palco e nos bastidores da Batalha do Real, onde tem feito direção de palco.
SERVIÇO Negra Rê YouTube - https://www.youtube.com/channel/UCG5gcE2mQewMaJM1XwtHX4A/ Instagram - https://www.instagram.com/negraremc/ Facebook - https://www.facebook.com/negrarerap
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wesleybrasil · 4 years
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Fusca de casal
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O amor é lindo e aleatório. Muito aleatório.
Osvaldo conheceu Virgínia na traseira de um Fusca. "Ela não me dava ideia", ele sorri durante a entrevista, tentando disfarçar as bochechas coradas. Virgínia ajeita o cabelo olhando pela janela enquanto a memória daquele dia começa a surgir.
Arandir, amigo em comum de Osvaldo e Virgínia, havia acabado de reformar o fusca e queria uma viagem inaugural épica, digna de filme de romance. "Tu vai gostar da viagem, posso garantir!" exclamava um Arandir animado esfregando as mãos, enquanto Osvaldo ficava apenas cabisbaixo, já desacreditado da vida.
Dois dias depois do papo no boteco, Osvaldo chega no endereço combinado. A porta do fusca já estava aberta e ele percebe aquela silhueta lá dentro. "Que droga", ele pensa alto enquanto passa a mão na boca para ninguém perceber o que diz. A esposa de Arandir o recebe com os braços abertos e sorriso no rosto. Daqueles sorrisos que vão de orelha a orelha e fazem covinhas até em quem não ganhou este dom divino - e convenhamos, um dom muito charmoso.
Arandir gira a chave enquanto Osvaldo põe a cabeça pra dentro do carro. Eis que a silhueta toma uma forma. Estamos falando de uma forma loira, de cabelos soltos e vestido florido. Uma moça sorridente, que o recebe também com covinhas e um "bom dia" que parecia o canto dos anjos.
Parecia. Mas não era.
O número par de pessoas sobe a serra, num papo cruzado. Meninas falando com meninas e meninos com meninos. O motorista, precavido, evita muito papo. Osvaldo já reduz as palavras antes mesmo de começarem a subir. Num dado momento só restam as palavras de Virgínia e a amiga, esposa de Arandir.
"Vamos almoçar assim que chegarmos?" - pergunta Arandir à sua mulher, o que resulta numa estranha briga. Resta o silêncio no banco de trás. Oliveira, encantado com a moça ao seu lado, tenta sorrir pra ela, que responde dando de ombros.
"Quando afinal vocês se conectaram um com o outro?" - o terapeuta interrompe a história. E ambos respondem ao mesmo tempo, cada um com uma versão:
- Com o tempo, depois de enxergar aquela mulher incrível por trás de tanta beleza - Na primeira vez que o vi, coçando a boca antes de entrar naquele carro
Silêncio.
Osvaldo deixa escorrer uma lágrima, enquanto Virgínia lentamente abre a boca.
O terapeuta percebe o clima estranho da sala. O casal em crise após anos juntos. Uma história marcada por desencontros. Os gostos tão diferentes um do outro. O acaso da vida juntou duas pessoas que viviam momentos distintos da vida: Osvaldo totalmente perdido e Virgínia totalmente empoderada.
Mais silêncio.
Algumas palavras do terapeuta depois, a porta se abre e o casal sai do consultório, enxergando claramente que cada um tem seu tempo.
E eles resolvem a crise de casal comprando um fusca.
Pena que discutiram pra escolher um restaurante.
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wesleybrasil · 5 years
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Ele foi preso após decidir ser artista
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Um século após a ocupação da primeira favela do Brasil, o Morro da Providência, descendentes daquele povo se organizaram para criar a Roda Cultural da Central: uma ocupação de rua baseada no modelo das batalhas de rima, uma das principais manifestações da cultura hiphop - que desde janeiro de 2018 é patrimônio imaterial do Estado do Rio de Janeiro. 
A primeira edição do evento aconteceu no dia 21 de março de 2018 e desde então a Praça dos Cajueiros (CJ) passou a se tornar ponto de encontro semanal do coletivo de artistas e produtores. Toda quarta-feira às 19h, jovens de todos os cantos da cidade metropolitana disputam uma das vagas para usar a principal arma dos MC’s: o microfone.
A atividade semanal começou a promover uma mudança no entorno da praça: a dupla de produtores Cejota (Celso Barreto Júnior) e GTA (Rodrigo Manoel Valin da Silva) passou a mobilizar arrecadações de alimentos, roupas e livros para famílias carentes, muitas formadas por descendentes da tal ocupação do início do século que jamais tiveram acesso ao básico da sobrevivência. O espaço que antes era usado para o abuso de drogas passou a ser reconhecido pelo bairro como uma área de lazer para toda a família.
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No dia 1º de agosto do mesmo ano, GTA publicou um vídeo nas redes sociais onde denunciava que estava sendo assediado por policiais militares que iriam “tontear” a roda cultural.
“"Eu sou artista, quero meu respeito, meu direito de ir e vir. Liberdade de expressão, pô. Quê que tá acontecendo?" - Rodrigo GTA
Algumas semanas depois, no dia 30 de agosto de 2018, Rodrigo Manoel foi preso por Desacato (Art. 331), resistência (Art. 329) e lesões corporais (Art. 129).
Desde a sua prisão, outros organizadores e frequentadores da Roda Cultural da Central têm tentado mobilizar a comunidade do hiphop e veículos de imprensa para acompanhar o caso, que não é isolado: recentemente o DJ Rennan da Penha, que é um dos responsáveis pelo Baile da Gaiola, também foi preso. Relatos de diversos lugares do Rio e Grande Rio apontam que atividades de rua como as Rodas Culturais têm passado por forte repressão vindas do Estado - seja o poder estadual, municipal e/ou principalmente militar.
A mobilização pela liberdade do produtor cultural GTA contou com algumas iniciativas para arrecadação de fundos para auxiliar sua família e também para informar as pessoas da situação do produtor cultural. Mesmo articulada em uma rede de rodas culturais, a turma da Central do Brasil ainda levaria outro golpe: em 12 de março de 2019, GTA passou a responder também por um novo processo, desta vez acusado de assalto a mão armada - apesar de estar há quatro meses e meio privado de sua liberdade.
Em 10 de abril de 2019, GTA foi sentenciado ao cárcere por 7 anos e 2 meses.
A audiência que definiria seu destino foi marcada para o dia 27 de maio de 2019, porém foi adiada para o dia 24 de junho de 2019. Agora a Roda Cultural da Central está mobilizando o máximo de pessoas para estarem presentes neste dia, mostrando ao judiciário que este caso não é normal e tem um forte significado para o cidadão carioca.
A prisão de Rodrigo Manoel da Silva torna explícita a maneira como a sociedade repete os ciclos de exclusão de pessoas pobres e negras. Se no início do século a população paupérrima do Centro do Rio foi despejada sem nenhum planejamento nem apoio do Estado, hoje este mesmo Estado cria mecanismos para a manutenção da pobreza - ao invés de sua erradicação. Pessoas como GTA são imediatamente julgadas pela sua cor, seu estilo de cabelo e forma de falar. Agindo pelo instinto a favor do seu bairro, GTA não fez uma faculdade nem curso de produção cultural. Não aprendeu a se posicionar com a linguagem acadêmica que defende iniciativas como a sua na Praça dos Cajueiros.
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O futuro incerto de GTA é um retrato da cultura hiphop no país, que apesar de conquistar cada vez mais espaço na mídia nacional, ainda carece de muito suporte na base das suas atividades.
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wesleybrasil · 5 years
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Dois comprimidos e uma dose
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Ribamar sai da porta do boteco cambaleando, onde chama a pinga de remédio. A cachaça pura já não faz efeito. Dois comprimidos. Muitas dores pra curar.
Difícil mesmo não é conseguir o remédio do boteco. Complicado foi a farmácia. Teve que contar com a boa vontade de um segurança que já o havia visto na calçada. O dinheiro não dava pra uma cartela mas tudo bem: só precisava de dois comprimidos de relaxantes musculares.
Após anos morando nas ruas, nada é capaz de abalar Ribamar. O cabelo bagunçado, as roupas sujas, nada é mais como antes. Sequer tem mais aquele papelão guardado na estação central. Ele dorme em qualquer marquise, descansa em qualquer banco e bebe onde consegue um otário para lhe sustentar o vício.
Ele não se abala porque sequer tem estrutura.
Riba conseguiu, finalmente, seu objetivo. Não lembra mais quem é. Não lembra da família que teve no passado. Não lembra dos filhos. Do trabalho na repartição. Do ventilador que girava preguiçoso à meia luz na sala apertada cheia de papéis.
Ribamar não lembra de nada que tirava sua liberdade.
Hoje vive preso na rua.
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wesleybrasil · 5 years
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Sempre é tarde pra amar
Pode parecer um choque, eu sei, mas a verdade é que nesse negócio de nunca ser tarde pra nada, nos acostumamos a deixar pra depois de amanhã o que a gente não vai fazer amanhã e nem cogita a hipótese de fazer hoje.
Aconteceu isso comigo quando o assunto foi amor.
Foi.
A vida adulta me treinou pra amar tarde. A última vez que descobri que amava alguém, já era tão tarde que já não havia mais nada entre nós quando tive certeza que amava.
E é por isso que eu acredito, hoje, que sempre é tarde pra amar. Porque a gente segue um baita ritual até o primeiro ‘eu te amo’? Porque a gente perde tanto tempo com o joguinho pra saber quem vai dizer primeiro? A gente demora demais pra amar. Demora ainda mais pra dizer.
É sempre tarde pra amar porque colocamos muitos passos até chegar ao amor. E acho sinceramente que a gente precisa encurtar essa distância, deixar a paixão durar mais tempo e fazer o amor chegar mais cedo. No terceiro encontro. No segundo beijo.
Sempre é tarde.
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wesleybrasil · 5 years
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Sobre entender o tempo das coisas e o próprio tempo
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Estou há três dias arrumando a casa. Sim, eu sei, você provavelmente arruma a sua casa em uma tarde. Algumas horas, caso trate-se de vários cômodos.
Descobri que eu, particularmente, preciso de uma semana pra isso.
E tudo bem ser assim.
Entre tirar poeira, arrumar, lavar e arrumar de novo, há um exercício que pratiquei ao longo do ano como nunca antes na minha vida: o desapego.
Me livrei de papeis velhos, de peças de roupa já rasgadas, de objetos com defeito... E nesse processo ainda encontrei moedas, me livrei de miudezas, me livrei até de uma mesa cuja função era apenas abrigar coisas que já nem uso ou uso pouco.
Desapego.
É bonito falar disso, né?
Mas praticar o desapego de projetos, de dinheiro, de pessoas, de vivências... O desapego geral mesmo, aquele hardcore, esse pouca gente tem disposição de praticar. Eu era uma dessas pessoas.
Era.
Quando entendi o meu tempo, me senti livre pra desapegar. Comecei a entender que certas coisas não precisam e nem devem acontecer agora. Aceitei que não estou preparado para certas coisas e jamais vou estar - então, quando elas acontecerem, serão brindes do universo em reconhecimento ao meu esforço.
Tudo tem seu tempo. Inclusive o Rei Salomão já dizia isso.
Espero sinceramente que 2019 seja um tempo bom pra todos nós. Um tempo de crescimento e de aprendizado. Um tempo que nos faça entender o tempo das coisas e o nosso próprio tempo.
E se for necessário, o que sempre é, que seja um tempo pra desapegar.
Assim a gente prioriza o que for mais importante.
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wesleybrasil · 5 years
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Abraço sem título
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A gente não se via há meses. Por causa da distância física, por causa da agenda que não se cruzava, ou talvez porque a última vez que nos vimos não teve sorriso nem abraço.
Estávamos brigados.
Nunca descobri o motivo, nunca descobri o que fiz. Só sei que a gente tava brigado e não podia mais se falar, já que esse é o protocolo entre pessoas que estão brigadas.
Meses depois, o encontro. Avistei de longe aquela pessoa que vivi tantos momentos incríveis. E me lembrei de tantos risos, tantas gargalhadas e até trambicagens, veja só, que praticamos juntos. As confidências. As lágrimas. As coisas que amávamos em comum e principalmente as que detestávamos em comum.
Os tantos abraços.
Naquele instante só conseguia pensar que tudo que vivemos de bom era muito maior que qualquer momento ruim. E que por mais que um de nós tivesse magoado o outro, puxa, um alegrou o outro tantas outras vezes.
E na balança da vida, aquele instante pesou pro lado do abraço. Do aconchego. Do “está tudo bem” não dito, mas sentido.
Nos abraçamos. Meio que choramos.
Até hoje não sei o que fiz para termos ficado tanto tempo sem nos abraçarmos. Mas, sinceramente, só em lembrar do quentinho no coração daquele instante mágico, já não sei se vale a pena saber onde errei.
Só sei que acertamos em escolher o abraço como forma de diálogo.
(Foto: Reuters)
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wesleybrasil · 5 years
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Sem merthiolate ardido não tem graça
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Há esperança.
Não, o texto de hoje tem nada a ver com o inominável. É outra parada.
Quem ficou bolado com a mãe por causa de papo de merthiolate ao invés de mercúrio tá ligado.
O papo hoje é só pros cria que só saía da rua quando a mãe lembrava que nós tava correndo solto sem olhar pro lado porque parece que nóis tinha GPS que avisava quando vinha carro.
Brother,
Há esperança.
Minha gangue foi a última a jogar bola sem camisa na rua. Com pé no asfalto. Nóis imitava comercial de cerveja, lembra daquele da tartaruga que jogava bola?
Sem sacanagem, deve ter uns 15 anos essa parada.
Veio internet discada, download pirata de música, 'vida loka' do Menor do Chapa no violão quando cês nem pensava ainda em rap acústico.
Tempo passou, nós já tá largando as sementinha aí, fala, menozada com pai jogador de video game já tá brotando.
Enfim.
Eis que cheguei em casa semana passada, né, vindo do mercado.
Pô, já me chamam de 'tio' e meus olhos já brilham quando vejo os coroa jogando carteado na praça. Me respeita.
Boto a cara na esquina e avisto a cena:
TEM UNS MULEQUE JOGANDO BOLA NA MINHA RUA!
Mermão, chega a me arrepiar. Uma década depois e os menozinho representando. Tinha até um gordo na tropa. GOL FEITO DE CHINELO!
Meu coração disparou, deu vontade de parar o Uber e jogar bola com eles. Até o mano do Uber ficou pasmo. Mulecada não quer saber disso, só quer Minecraft, canal de rap que fala de droga ou treta, desafio da baleia azul, o chão é lava, aplicativo de celular e pornozão em 4K.
- Vamos parar pra jogar com eles? - me pergunta o maquinista - Nós dois contra todos eles? - brinco com ele - Bora - ele reduz a velocidade indicando que vai parar - Coé irmão, só não vamos parar mesmo porque tem muita coisa de geladeira - meti o caô.
Na real eu precisava chegar em casa pra tomar meu remédio e esticar a coluna.
Sem contar que Merthiolate não arde mais, né, po. Se eu me corto não ia nem rolar aquela pressão psicológica.
Mesmo assim há esperança.
Foto: Tânia Rego/Agência Brasil
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wesleybrasil · 6 years
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Fui parar nos bastidores do clipe ‘Lova’, do Cortesia da Casa com o Nog (Costa Gold)
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Um dia lindo, com aquele solzão carioca abençoando o Rio de Janeiro em clima de final de inverno, ambienta a cidade maravilhosa só de maldade com o paulista Nog (Costa Gold) - que veio especialmente para a gravação do clipe da música ‘Lova’, do CortesiaDaCasa, onde faz participação.
É nesse dia ensolarado que parto da Baixada Fluminense em direção a Lapa, onde o diretor Sandiego Fernandes, da Blakkstar Entretenimento, comanda uma operação envolvendo pelo menos umas 30 pessoas, entre dançarinas, equipe de produção e outros.
“Luz! Luz���, Sandiego exclama, já emendando com pedidos de “fumaça! Fumaça!” enquanto ao fundo o outro diretor, Jeff, motiva as dançarinas com gritos de “eu sou rica! pra caramba!” e elas dançam até o chão olhando para a câmera. Olho para cima e avisto o Tangi (Cortesia da Casa) se preparando na maquiagem. Ao subir as escadas, vejo Kiaz do outro lado do salão envolvido na produção. Os caras da Primoz estão na contenção, perto da porta, observando a movimentação.
Parece que a tropa da Blakk realmente se envolve na produção do projeto.
No meio do que parece ser um caos, o que poderia ser um clima tenso acaba ficando mais leve com a presença de tantas caras conhecidas entre si. A gravação do clipe exige uma série de ações simultâneas e para isso o produtor Jackson Lima comanda o microfone, distribuindo as ordens que chegam dos diretores. São pedidos dos mais variados, desde o play na música a chamados para pessoas do elenco entrarem em cena ou saírem.
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Enquanto a equipe no andar de baixo está a todo vapor gravando, um outro time no andar de cima prepara uma iluminação especial para um segundo ambiente. "Não encontrei a escada, vou ter que improvisar” explica Tiaguin, o designer do time que também dá uma força na hora de posicionar uma lâmpada. Ele equilibra o tripé sobre uma mesa enquanto o time testa a luz com a fumaça.
O ambiente familiar começa a chamar atenção após algumas horas de gravação. “Não adianta se estressar, é só todo mundo seguir o roteiro que funciona”, explica Sandiego durante uma breve pausa para respirar. Ele já anda com um suporte fixo ao corpo para facilitar a montagem do steady cam - aparelho usado para suavizar os movimentos da câmera durante a gravação. Ele mesmo faz questão de operar o equipamento.
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Os clipes produzidos na Blakkstar têm seguido uma linha cada vez mais complexa de produção. Se os outrora ‘Artistas da Rua’ gravavam seu rolé pela cidade, agora fecham locações com vários ambientes e cada vez mais pessoas estão envolvidas na frente e por trás das câmeras.
Junto da complexidade dos projetos, vem também a vontade de todos os artistas em ver o nome Blakkstar crescer com qualidade. Por isso artistas como Kiaz e TBlack podem ser encontrados no set de gravação, se interessando pelo processo que vai muito além da produção de suas músicas.
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Uma das cenas previstas no roteiro de ‘Lova’ envolve Nog em cima do balcão da boate, que faz sua performance para a câmera em pelo menos três estilos diferentes. Trajado de blusa branca e óculos aviador no melhor estilo latino, Nog tira fotos entre uma cena e outra. No final do dia ele ainda faz pose com a Blakkmask: uma peça de streetwear que a Blakkstar tem apostado como assinatura visual além dos seus clipes, compondo a estética do lifestyle Blakkstar de ser.
Uma das características do clipe ‘Lova’ é o estilo de transição entre cenas, utilizando raios de luz. O processo é manual, orquestrado por Sandiego junto de Brenald Carvalho - outro diretor de clipes que atua na Blakkstar. Ele usa um bastão de led que muda de cor e vai passando na frente da câmera. Os efeitos de transição foram finalizados por computação gráfica.
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Seguindo um roteiro de gravação amarrado, as últimas cenas do clipe envolvem o Cortesia Da Casa e Nog dançando juntos. Enquanto eles fazem sua performance para a câmera, algumas dançarinas começam a deixar o local pela lateral direita.
Jogos de luz, fumaça e som alto ainda compõem o ambiente que lentamente vai esvaziando. O time que estava no andar de cima desmonta equipamentos e confere. O canto improvisado da maquiagem também começa a desmontar enquanto algumas pessoas do elenco do clipe aproveitam para tirar selfies.
A noite na Lapa vai começar e enquanto tem gente descendo dos escritórios no Centro para seu happy hour, a tropa da Blakk se prepara para pegar estrada rumo a Zona Norte, onde fica a base.
O sol descansa no horizonte e Nog não teve tempo para olhar pela janela e ver como somos abençoados aqui no Rio de Janeiro. Aposto que ele foi embora querendo gritar “luz! Luz! Luz!”.
Mas algo me diz que pelo menos os pedidos de “fumaça” devem ter sido atendidos.
Assista ‘Lova’ no YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=9QRXt_Tjwa8
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wesleybrasil · 6 years
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Um breve raio-x das eleições presidenciais 2018 na Baixada Fluminense
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No último domingo (07/10) aconteceu a votação do primeiro turno das eleições em todo o território nacional. Os candidatos Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) decidirão no segundo turno quem será o próximo presidente do Brasil, de acordo com os dados fornecidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Bolsonaro obteve 46,7% dos votos válidos, enquanto Haddad alcançou 28,37%.
No entanto, se dependesse da Baixada Fluminense o resultado das eleições presidenciais seria diferente: a média de Jair Bolsonaro na região ficou em 62,74%. Em Itaguaí, onde teve sua melhor performance, o candidato alcançou 66,51% dos votos válidos e até em Japeri, onde teve sua pior média, alcançou 58,60%.
A média de Jair Bolsonaro nas 13 cidades que compõem a Baixada Fluminense chegou a 62,74%: dezesseis pontos percentuais acima da média nacional (46,7%).
O segundo colocado nas eleições presidenciais, Fernando Haddad, se saiu melhor em Japeri com 22,46% dos votos válidos - ainda assim ficando seis pontos percentuais abaixo da média nacional. A única cidade onde Haddad não alcançou o segundo lugar foi Nilópolis, onde Ciro Gomes (PDT) alcançou 13,27%, contra os 12,7% de Haddad.
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Daciolo: 6º lugar no Brasil, 4º lugar na Baixada
A estratégia inusitada do candidato Cabo Daciolo ao subir no Monte das Oliveiras, vizinho da Baixada Fluminense em Campo Grande, parece ter dado certo: apesar de terminar o primeiro turno em sexto lugar no Brasil com 1,26% dos votos válidos, na Baixada Fluminense obteve média de 3,41%.
Das 13 cidades, a que mais acreditou em Daciolo foi Queimados, que compareceu com 4,21% dos votos válidos. Já em Paracambi a situação foi diferente, única cidade onde Daciolo ficou atrás de Geraldo Alckmin, que conseguiu 2,89% dos votos válidos - mesmo assim Daciolo chegou a 2,69%, bem acima da sua média no país.
Brancos e nulos somam média de 9,69%
O Brasil teve 2,65% de votos brancos e 6,14% de nulos, totalizando 8,79%. A média da Baixada Fluminense foi de 9,69% (3,08% de votos brancos e 6,61% de votos nulos). A cidade que mais fez questão de ir até a urna para não escolher candidato a presidência foi Duque de Caxias, com uma soma de 11,24% (3,4% brancos e 7,84% de nulos). Já outras cidades ficaram abaixo da média nacional, como Nilópolis (8,19%), Guapimirim (8,%), Paracambi (8,66%) e Mesquita (8,67%).
No Brasil, 20,32% dos eleitores se abstiveram. Já na Baixada Fluminense a média foi de 21,86%. Os eleitores mais ausentes da eleição foram os de Guapimirim (25,8%), seguidos de Japeri (24,21%). Já os queimadenses foram em peso às urnas, com apenas 13,53% de abstenções.
A votação do segundo turno das eleições presidenciais acontecerá no dia 28 de outubro, decidindo quem governará o país de 2019 a 2022.
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wesleybrasil · 6 years
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Uma breve história real do amor inesperado
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Olavo* era duro. Se apaixonou e resolveu casar três meses depois. Casou. Sua mulher era um anjo na terra, mas sua sócia era um capeta na cama.
A esposa descobriu, largou dele e seguiu o rumo. A sócia casou com ele. Construíram um império. Três empresas. Dinheiro. Respeito. Churrasco.
Olavo pegou o vicio no jogo. E foi perdendo dinheiro. A mulher desanimou. Perdeu mais dinheiro. E churrasco. Duro, ela não quis mais saber dele. Podia até faltar carinho, mas não podia faltar dinheiro. Tinha carinho, mas não tinha dinheiro.
Ela largou dele.
Olavo já não via muito sentido no amor. Partiu pra, como posso explicar... Pra 'ousadia'. E toda semana eram duas, três mulheres diferentes. Olavo já circulava a casa dos quarenta quando numa dessas seduzências descobriu Cleide.
Cleide não deu no primeiro encontro.
Nem no segundo, nem no terceiro. No 'quarto' também não. Olavo pirou. Que mulher é essa? Olavo se encantou. Tomou pra si o desafio de traçar aquela menina. E nada.
Cleide tinha lá seus 18 anos. Nova porém ajuizada. Prendada. Carinhosa. Uma conversa incrível. Ótima companhia. O tempo passou e Olavo esqueceu de comer a moça. Já não jogava. Perdeu a graça de virar a noite, a menos que fosse com Cleide assistindo filme e comendo pipoca.
Semana passada completaram dez anos de casados.
* Os nomes foram alterados.
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wesleybrasil · 6 years
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No estúdio, na rua e no palco com Fabio Broa
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Fabio Broa e sua ferramenta de trabalho, o toca-discos. Foto: Gabriel Nascimento.
Fabio Cardoso é cria da Zona Norte do Rio de Janeiro, conhecida também como “ZN”, um território cuja musicalidade vai do samba ao soul, oferecendo um solo fértil para germinar a semente do hip hop. Nesse ambiente multicultural dos anos 90, Fabio se tornou amante da música na infância, frequentou bailes black na adolescência e se envolveu com o rap no início da vida adulta.
Sua paixão pelas batidas e pela seleção das melhores músicas o levou a tocar por hobby em eventos pela ZN, até criar o evento ‘Rap do Postinho’ que durou dois anos num posto abandonado no Méier – sempre com apresentações gratuitas nas noites de sexta-feira e atraindo até moradores de bairros vizinhos.
A brincadeira ficou séria e o sobrenome ‘Cardoso’ deu lugar ao vulgo ‘Broa’. Em 2008 criou um selo chamado ‘RZN Records’ em homenagem à região que lhe deu o respeito das ruas e o carinho nas pistas.
DJ Fabio Broa passou por diversas cidades do Brasil e coleciona parcerias e turnês junto a artistas como Mc Coé e Maomé (ConeCrew). Participou também de uma série de shows com Marcelo D2, Black Alien, Costa Gold, Start, Mr.Catra, Sandrão RZO, Menor do Chapa e outros.
Além dos palcos, Broa coleciona passagens pela mídia, como a estreia do programa ‘Reverbera’ na TV Brasil, participação no programa ‘HipHop Transamérica’ e até uma residência especial de uma semana no programa de rádio ‘Voz das Periferias’ de MV Bill e Nega Gizza na Rádio Roquette Pinto.
Atualmente Fabio Broa investe seu tempo no estúdio com a RZN Records, na rua com a Roda Cultural do Meier e nos palcos como DJ do projeto solo do BatzNinja (o Batoré da ConeCrew).
Entre o estúdio, a rua e o palco, Broa segue com a mesma motivação lá do início com o postinho: reunir pessoas de vários lugares e idades para aproveitar bons momentos ouvindo música boa.
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wesleybrasil · 6 years
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O rolé das crias da Baixada Fluminense tá fazendo cada vez mais barulho
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Coletivo promove o encontro de jovens periféricos, com uma atenção especial para o público feminino e LGBT. Foto: Quitta Pinheiro.
A disputa de narrativa da metrópole carioca tem feito surgir novos personagens que resolvem assumir também o papel de autores e escrevem suas próprias histórias. Essa nova possibilidade, de viver em um Rio de Janeiro cada vez mais suburbano e sem nenhuma vergonha disso, tem dado cada vez mais poder a uma geração inteira de jovens armados com smartphones, conexões com a internet e sede de entretenimento.
Além da Linha Vermelha que divide o Rio de Janeiro em sentido literal, na Baixada Fluminense tem pipocado uma série de iniciativas que traduzem o espírito dessa época hiperconectada e desconstruída, que não aceita os rótulos criados pelos baby boomers e herdados pela geração X (pessoas nascidas entre 1965 e 1979)
É nesse clima de transformações profundas na dinâmica do mundo e da cidade que surgem iniciativas como a DiCria: uma produtora cultural que essencialmente é um coletivo, envolvendo artistas de diferentes especialidades em projetos pontuais ou recorrentes, que geram receita ou ‘apenas’ (entre muitas aspas) impacto social.
A ideia surgiu quando Carol Gonçalez estava no terraço do Galpão 252 (local onde trabalha, em Nilópolis) e, literalmente, começou a escrever “a proposta de uma produtora com intenção de valorizar o corre de quem está na Baixada Fluminense e no subúrbio do estado do Rio de Janeiro”, como ela mesma explica.
Para transformar o papel em ação, Carol chamou reforços: Donan (que também é seu companheiro tanto na vida quanto no coletivo Gnap) e Beatriz Rodrigues. Os três dividiam uma casa e viram a possibilidade de custear as despesas conjuntas. Além da produção fixa, outros artistas colaram no rolé, como Luiza Bastos e Quitta Pinheiro na fotografia.
O batismo do coletivo aconteceu em pouco tempo, realizando seu primeiro evento em uma colaboração com a RCPT (Roda Cultural da Praça da Telemar, que acontece em Mesquita e atualmente está embargada pela prefeitura da cidade), o ‘DiCria + RCPT’, que envolveu projeções, exposições e batalha de rimas. A própria venda do bar cobriu os custos da logística.
Mesmo cheia de iniciativas como a RCPT, que promovem o debate, a Baixada Fluminense ainda tem fortes traços do modelo de sociedade século passado e sua oferta de entretenimento gira em torno de um circuito comercial baseado no eixo da ‘balada hétero’, onde as mulheres são atraídas pela venda de bebidas alcoólicas abaixo do preço e vantagens nos ingressos - sem preocupação com a musicalidade ou o ambiente seguro para elas, o que pode naturalizar situações de assédio dos homens sobre as mulheres. Isso trouxe um incômodo para Carol, que explica: "eu via muito ‘resenha dos crias’, ‘social dos crias’, sempre com esse protagonismo masculino nos eventos e com as lines [listas de atrações] sempre com homens. Eu ia nas sociais aqui do bairro e nunca tinha uma mulher tocando, nunca era pra nós o evento”.
A necessidade de novas possibilidades para o público feminino e LGBT serviu como fagulha para o segundo evento da Coletiva DiCria, a Social das Crias. A primeira edição aconteceria no Galpão 252 e teve uma série de imprevistos na montagem do lineup. O evento foi cancelado e aconteceu uma semana depois, na rua: "Já tava na segunda data, no dia choveu mas a gente não arredou o pé", explica Carol. Na hora do agito não choveu e o baile rolou até meia-noite na Praça dos Direitos Humanos, "a gente foi na cara e na coragem mesmo, não tinha nem autorização oficial". A segunda edição aconteceu em agosto de 2017, com entrada franca no Galpão 252.
A relação do coletivo com o espaço instalado na Estrada Senador Salgado Filho 252 (em Olinda, Nilópolis) vem de longe. Por vinte anos o espaço era um negócio familiar comandado por Ricardo Jardim e sua esposa: um depósito de gás que fazia entregas pelo bairro. Em 2014, Ricardo encontrou com dois amigos (Gustavo Bayer e Marcio Gleison, o Baba) e surgiu a ideia coletiva de fazer um ensaio de bandas, que viria a transformar o galpão em um ponto cultural - ao invés de um estacionamento, que era o plano original de Ricardo. A criação do Galpão 252 mexeu com a dinâmica da família Jardim (que Carol leva no sobrenome): "de início eu não estava presente, eu era ligada na arte mas só como artista e não como produtora", explica Carol. Em menos de um ano, Carol já estava envolvida como produtora de eventos no local e se tornou sócia do espaço, cuidando da comunicação (e produção) da casa. Diversos coletivos passaram pelo Galpão 252, principalmente nilopolitanos.
Girl Power
“Elas são a nossa prioridade”, dispara Carol, que tenta equilibrar a agenda do evento com a das atrações femininas que têm poucas datas disponíveis para atender uma cena underground cada vez mais interessada em ver mulheres entre as atrações, mas que ainda é hostil até mesmo para as artistas.
Carol relata já ter sofrido assédio dentro do seu próprio território, quando um DJ e produtor não respeitou o "não" e tentou puxá-la pelo braço e beijá-la no Galpão 252 no final de um evento.
Este cenário reforça ainda mais a necessidade do coletivo em convidar mulheres para compôr o lineup e por isso nomes como Moonjay, Kenyᐱ e a própria Carol Gonçalez já discotecaram no baile.
Rapazes também são bem-vindos
Mesmo com o foco no público feminino e LGBT, o rolé da DiCria não exclui homens. Artistas como Torvic (TBC Mob), Saquax, Gustavo Baltar, Dorgô e Medu$a já se apresentaram nos eventos promovidos pela coletiva.
Apesar de alguns homens realmente participarem como as atrações, a maior contribuição dos caras é mesmo como plateia, comprando ingressos e chegando junto no bar do evento: a diferença salarial entre eles e as mulheres chega a quase 53% em todos os cargos, áreas de atuação e níveis de escolaridade, conforme pesquisa realizada neste ano pelo site de empregos Catho.
“A gente frisa muito essa questão do respeito porque a gente não quer fazer um baile para as pessoas saírem putas da vida porque ‘ah, sofri um gesto de homofobia’, ou ‘sofri racismo’ ou ‘um homem foi escroto comigo e me puxou pelo braço’. A gente não quer isso no nosso baile.” - Carol Gonçalez.
No final do ano passado a DriCria realizou também o ‘Hip Hop na escola’, que é uma sequência de palestras e intervenções com oficinas de grafitti e MC. As palestras envolvem o empreendedorismo dentro do hiphop, desdobrando os elementos da cultura como possíveis trabalhos que geram renda.
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'Chi-Chi': Carol precisou encarnar um novo papel ao conceber o pequeno Cícero Gohan. Foto: Ingrid de Lima .
Pausa nos trabalhos
O segundo semestre de 2017 trouxe um novo desafio para o coletivo, que agora era capitaneado por Carol com alguma ajuda de Donan: a gravidez. Os preparativos para a chegada do bebê tiveram um reflexo nas atividades do coletivo, que entrou em ‘modo avião’. 
Em 07 de fevereiro de 2018, às 4:44 da manhã, o pequeno Cícero Gohan chegou ao mundo, carregando uma nova etapa na vida do casal. O nome do bebê não é por acaso: a avó de Carol se chamava Cícera e o pai é apaixonado pelo anime japonês Dragon Ball Z que resolveu homenagear o astro da atração, Goku, com o nome de seu filho: Gohan.
Retorno a 150 BPM
Voltando a dar sinal de rede, a coletiva DiCria segue o baile no ritmo louco e anuncia Iasmin Turbininha no lineup da próxima edição da Social das Crias, que vai rolar no dia 11 de agosto no Galpão 252. Turbininha é uma das principais difusoras do funk 150BPM (Batidas Por Minuto, referente a velocidade da música) e coleciona milhares de seguidores nas redes sociais (só no YouTube são mais de 250 mil).
Convidar uma atração como Iasmin Turbininha é também um ato político. Cria da Mangueira, a DJ está longe dos padrões estéticos e constrói sets que abordam a sexualidade latente da juventude. Em uma entrevista para a Revista TPM, ela explicou: “Muita gente critica a agressividade, mas é o mundo que a gente tá vivendo hoje. A gente lança o que o público quer ouvir. A putaria vem de todo canto e tá na mente”.
A quarta edição da Social das Crias traz outra mina preta empoderada pelo seu trabalho, à margem do mainstrem: Aika Cortez. A artista já afirmou fazer arte por ódio e usa sua obra a favor de outras minas, do povo preto, pessoas periféricas e LGBT's. Aika terá uma participação especial nesta edição, atuando também como sócia: "há uns dois anos eu queria fazer uma social só de mina e queria gravar um clipe com isso, mas acabou não dando certo. Esse ano alguém resgatou um post que fiz sobre isso e a Carol me chamou pra gente fazer. Desde então começamos a pensar como seria essa edição especial". No evento, Aika vai captar imagens para seu próximo clipe (sob a direção do Coletivo Bicho do Mato) para uma músca que faz parte do álbum novo, 'Aik-47'.
Já que a noite será comandada por mulheres, nada melhor que uma tripulação recheada delas. Por isso o line traz ainda o coletivo Nefetaris Vandal (formado só por minas pretas), a DJ Moonjay e a N-BOMB.
De olho em um ano promissor, a coletiva DiCria já planeja seus próximos passos: tudo aponta que a Social das Crias veio para ficar e outras edições já estão sendo desenhadas. De acordo com Carol Gonçalez, o 'Hiphop na Escola' também volta com tudo para influenciar a juventude pela arte e empreendedorismo.
É melhor a rapaziada já ir respeitando as cria. Principalmente as da Baixada.
DiCria nas redes sociais: facebook.com/coletivadicria/.
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wesleybrasil · 6 years
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Gabriel Xan: de olho no próximo desafio
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A brincadeira de rimar na Praça Edmundo Rego (Grajaú, Rio de Janeiro) já era levada a sério por um grupo de meninos com seus primeiros pêlos no rosto em 2010 e se tornou ainda mais séria quando um deles, Gabriel Xan, deu o tom da sua obra ao lançar sua primeira música: ‘Maravilha é o caralho’. Desde o início o artista se posiciona como um cronista da realidade das ruas, especialmente das que cortam seu próprio bairro.
Com linhas pesadas desde o início e uma postura de enfrentamento nos palcos, Xan se destacou nas batalhas do Rio de Janeiro por focar todas a sua atenção contra seu oponente - não a plateia. Tal atitude rendeu vitórias épicas, incluindo uma coleção incontável delas no quintal de casa, a Roda de Vila Isabel.
Enquanto dividia o tempo entre escrever sua história como campeão da temporada 2016 da Batalha do Real e sua vida fora do palco, Xan produziu o EP ‘ÍNDIGO’ em parceria com a K2 e o QG do Suarez. Agora, com uma visão mais madura e menos ansiosa se prepara para lançar seu próximo projeto ‘02:26′.
Suas participações em cyphers colecionam milhões de visualizações, como em ‘Miragens’ (1Kilo), “Grito Crimes” (Grito Filmes), ‘Balas em Versos’ (Grito Filmes), ‘Clube das Quina’ (Aldeia Records) e ‘Gárgulas’ (A Banca Records).
Construindo seu império como Heisenberg (personagem da série ‘Breaking Bad’ que dá título a uma das faixas de ‘ÍNDIGO’), Xan cumpre uma agenda de shows focada na região metropolitana do Rio de olho no país. E não se engane com o sorriso inocente de Xan: suas linhas podem viciar mais que a metanfetamina azul de Breaking Bad.
SERVIÇO GABRIEL XAN facebook.com/ogabrielxan twitter.com/ogabrielxan instagram.com/ogabrielxan
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wesleybrasil · 6 years
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Batalha do Real traz Rashid de volta ao Rio de Janeiro
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A segunda etapa da Tradicional Batalha do Real promete incendiar o palco do Imperator com a disputa entre 16 Mc’s vindos de diversas partes da metrópole carioca, grandes atrações e oficinas para a formação de novos artistas.
O grande show da noite traz ao Rio de Janeiro o elogiado álbum 'CRISE', de Michel Dias, o Rashid. O espetáculo é um manifesto em rima e batida de uma história de mais de dez anos que tem origem na periferia e hoje fala para o mundo todo. A obra traz a dicotomia entre o artista Rashid e o empresário Michel, que trabalham juntos para elevar o nível do rap nacional.
Após o sucesso do EP de estreia 'Hexagonal' e sair em turnê com os Titãs, Yas Werneck desembarca no palco da Batalha do Real com novos trabalhos, numa pegada boombap e trap recheada de novidades, como a recente 'Stop na Track' com Goribeatz e 'Abraça o Papo'.
Direto do Grajaú, o campeão da Temporada 2016 da Batalha do Real retorna ao evento dessa vez como atração: Xan descarrega em música o momento que viveu na BdR paralelo a uma correria para fazer dinheiro, que resultou no EP ‘ÍNDIGO’. Suas participações em cyphers colecionam milhões de visualizações, como em ‘Miragens’ (1Kilo), ’Grito Crimes’ (Grito Filmes), ‘Balas em Versos’ (Grito Filmes), ‘Clube das Quina’ (Aldeia Records) e ‘Gárgulas’ (A Banca Records).
Nos toca-discos, que são elementos fundamentais da tradição da Batalha do Real, os DJ’s Pedro Dog, LP e Fabio Broa comandam o baile e também o ritual dos 45 segundos por round para cada MC.
Após incendiar a primeira etapa da Batalha do Real com direito a pocket show, roda punk e arrancar gritos da plateia contra o racismo e o machismo, a cerimônia fica novamente sob o comando de Uni-KA, conhecida no passado como ‘Marcia 2pac’, que acumula mais de 15 anos de história no rap carioca.
A segunda etapa da Batalha do Real vale pontos para a disputa do ranking 2018, que já tem seus quatro primeiros colocados: Oman (1º), Mateus Leal (2º), Adrien e MT (ambos em 3º). 
Para disputar as batalhas, os MC’s terão de cumprir três critérios: ser maior de 18 anos (com documento de identidade), participar das oficinas que começam às 14:30 e também vencer uma das seletivas: Duque de Caxias, São Gonçalo, Botafogo, Méier, Vila Isabel, Vila Kennedy, Santa Cruz, Centenário, São João de Meriti, Coelho Neto, Santa Teresa, Maria Paula, São Gonçalo e Gávea. O evento terá ainda um MC vindo de Brasília, pela Batalha do Museu.
As oficinas formam um percurso de 4 momentos na Sala Multiuso: ‘História das batalhas’ com Slow da BF; ‘Português e Poesia’ com Yassu Noguchi (15:00); ‘Expressão corporal’ com Sabrina Ginga (15:30) e ‘Preparação vocal’ com Marcos Lobato (16:00).
Após as oficinas, os participantes interessados poderão participar das eliminatórias que começam às 17h e disputar as vagas restantes para a segunda etapa da Tradicional Batalha do Real.
SERVIÇO Batalha do Real + Rashid :: 2a etapa 2018 26/agosto, 18h Imperator Rua Dias da Cruz, 170 – Méier - RJ Funcionamento da bilheteria: Terça e Quarta: 13h às 20h30. Quinta a sábado: 13h às 21h30. Domingo: 13h às 19h30.
Mais informações: https://www.facebook.com/events/261498261101975/
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wesleybrasil · 6 years
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A Roda Cultural de Mesquita foi barrada pela prefeitura de acontecer por um bom tempo
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Centenas de jovens se encontraram na ‘Praça da Telemar’ para celebrar o retorno da Roda Cultural de Mesquita. Foto: Wesley Brasil.
A volta de uma das maiores iniciativas do hiphop na Baixada Fluminense atraiu mais de mil pessoas para a Praça João Luiz do Nascimento, ou apenas ‘Praça da Telemar’ para os íntimos, no dia 14 de junho. A praça é palco de diversas atividades, mas a ocupação mais conhecida é a Roda Cultural de Mesquita, organizada há anos por uma galera que habita a própria cidade - os caras do Autonomia, grupo de rap que já até entrevistei (clique aqui pra assistir o papo). O evento vinha de um hiato de 8 meses sem acontecer no espaço.
Sua segunda edição aconteceria em 12 de julho, prometendo mais um grande encontro de jovens em torno da ocupação do espaço público, do debate de temas atuais e, claro, muita rima.
Aconteceria.
Em 28 de junho os organizadores já sinalizavam que uma produção mais elaborada era necessária para que o evento continuasse: ao invés de quinzenal, seria mensal; o evento teria um bar próprio, que ajudaria a custear sua realização afinal “evento gratuito não tem lucro porém tem custos e muita burocracia”, como explicaram em nota publicada no Facebook, onde davam o recado que “parar não está nos planos”.
Fora dos planos estava também o fiscal da Ordem Pública da prefeitura, que embargou a realização do evento. Na real, aparentemente a fiscalização foi em cima do evento e também dos ambulantes que atuavam ali vendendo bebidas e alimentos.
“Ia ser bolado, muita gente me marcou falando que ia. E em Mesquita a galera sempre comparece fortalecendo”, desabafa Gxlden, que seria a principal atração da noite (também entrevistei, clique aqui pra assistir o papo). O artista foi informado da não-realização na noite do evento, antes de sair de casa. Dessa vez não foi dia de baile.
“A gente estava montando o som quando o fiscal apareceu. Ele nos abordou para entender o que estava acontecendo, qual o evento, se havia documentação e se os superiores dele estavam cientes do evento”, explica Deluna, um dos organizadores da roda.
Sem resistência física, o equipamento de som foi desmontado e levado embora. Deluna explica: “o bar não pôde vender, até porque não tinha autorização de comerciante ambulante. Não rolaram vaias, mas muitos tentaram dialogar com o fiscal e os guardas - só que não cabia a eles a palavra final. Eles tinham a ordem de não deixar rolar o evento, por não estar de acordo com as normas da prefeitura”.
No dia seguinte, Deluna teve um encontro com um representante da Ordem Pública que o direcionou para o preenchimento da solicitação de um ‘Nada a opor’.
Sem absolutamente nenhuma previsão para que a Roda Cultural de Mesquita volte a acontecer, os organizadores terão uma longa agenda de reuniões e preenchimentos de documentos para voltar a tornar realidade um evento que acontece desde 2016 na cidade e teve pelo menos nove edições acontecendo sob a atual gestão municipal.
Lei Estadual 7.837/18 se mostrou inútil
Na presença do fiscal, a Lei 7.837/18 foi apresentada como um possível recurso para a realização do evento, mas ela não foi suficiente para liberar o baile.
No início do ano, a ALERJ aprovou uma lei que declara a cultura hiphop como patrimônio cultural imaterial do Estado do Rio de Janeiro. O texto, na prática, não muda em nada a vida de realizadores do hiphop.
Sem estabelecer uma agenda nem mecanismos para isso, ela "autoriza o Poder Público a assegurar e fomentar a cultura Hip Hop”. Também direciona os assuntos ligados ao setor para a Secretaria Estadual de Cultura - que não tem nenhuma gerência sobre os governos municipais para a liberação de uso do solo nem sobre a Polícia Militar ou Bombeiros para a emissão de outras liberações.
A lei autoriza ainda uma série de itens que, na prática, já eram atribuições da Secretaria Estadual de Cultura que deve “Incentivar a criação artística em todas as suas formas de expressão” entre outras.
O parágrafo 2º do artigo 3º impactaria diretamente no dia-a-dia dos organizadores locais de rodas culturais e foi vetado:
§2º As Rodas Culturais estão dispensadas da prévia autorização da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro – PMERJ, da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro – PCERJ e do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro – CBMERJ, desde que não haja montagem de palcos, arquibancadas e camarotes.
De acordo com militantes do hiphop, a criação da lei abre um precedente para a criação de editais voltados para o setor - apesar da Secretaria Estadual de Cultura afirmar não ter verba sequer para pagar editais anteriores, como o do carnaval de 2016 que ainda não foi pago.
Resistência pacífica
Mesmo com o cancelamento do evento, dezenas de pessoas resolveram ir para a praça. Alguns chegaram a formar rodas para rimar à capella ou apenas rodas de conversa.
Sem uma coordenação central, algumas pessoas chegaram com veículos e ligaram o som no máximo, largando o play no funk no último volume - como acontece às sextas-feiras não só na Praça da Telemar como em várias outras praças espalhadas pela Baixada Fluminense.
Parece que com ou sem evento, a juventude continua dando um jeito para ocupar o espaço público.
E nem precisa de apoio do governo pra isso.
Respeita os cria.
youtube
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wesleybrasil · 6 years
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A Tradicional Batalha do Real anuncia temporada comemorativa de 15 anos
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‘Só sinistro’: Batalha do Real mantém a tradição dos confrontos entre MC’s. Foto: Thiago Monçores.
Rio de Janeiro, Outono de 2003: uma geração inteira apaixonada pelo hiphop misturava a tristeza de ver o fim da Festa Zoeira e a alegria da chegada do filme 8 Mile. O rolé de jovens como Aori, Marechal e Funkero pela Lapa precisava de um novo ponto de encontro. Foi quando a ideia de juntar um real de cada um para disputar o montante de R$16 surgiu: nascia a Batalha do Real, não por acaso hoje conhecida como “A Tradicional”.
Como naquele primeiro encontro na apertada sinuca da Riachuelo 73, a Brutal Crew promove novamente o confronto entre 16 MC’s para saber quem é o “mais sinistro” do momento - dessa vez na Rua do Rezende 82, a 5 minutos de caminhada de onde tudo começou.
A primeira atração da noite chega comemorando seus 20 anos de história: o Grupo 3Preto traz a energia que serviu como fagulha para incendiar o Rio de Janeiro com o rap. Dessa vez, uma verdadeira noite de gala em trajes urbanos será montada para a estreia do clipe “3Preto Fantasma”.
Representando a nova geração do rap, outra atração será o grupo Autonomia, direto de Mesquita. A cerimômia ficará sob o comando de Uni-KA, e os DJ’s serão Dr LP, Pedro Dog, FRESHPRINCEDABAHIA (Batekoo) e Amigos do Rap.
Os MC’s participantes tiveram que passar por etapas eliminatórias espalhadas pelo estado do Rio de Janeiro, de Búzios a Nova Iguaçu, passando por Petrópolis, São Gonçalo e, claro, a capital carioca. Para esta edição, 15 nomes conseguiram vaga: Leal (Roda Cultural do Terreirão - Recreio); Llya (Roda Cultural de Mesquita - Mesquita); Omã (Marginow - Madureira); GR (Batalha dos Cria - Cidade de Deus); Gordão ZN (Roda Cultural Do Méier); Magneto (Roda Cultural de Vila Isabel); Thorment (Batalha da Liberdade - Vila Kennedy); Papato CPC (Roda da Trindade - São Gonçalo); Drewan (Roda de Búzios - Região dos Lagos); MT ZN (Pac'Stão - Manguinhos); Adrien (Batalha do Raul Cortez - Duque de Caxias); JLZ (Batalha de Morreba - Nova Iguaçu); Garcia (Batalha do Largo - Niterói); Lincon (Roda Cultural do CDC Petrópolis) e Jamal (Roda Cultural Pereira da Silva - Laranjeiras). A 16a vaga será disputada no dia, com inscrições abertas a partir das 14h no próprio local.
A programação da Tradicional Batalha do Real começa às 18h, com ingressos de R$10 a R$20. Aniversariantes contam com vantagens e maiores detalhes podem ser encontrados no evento publicado no Facebook da Batalha do Real (fb.com/batalhadoreal).
SERVIÇO A Tradicional Batalha do Real 20/julho, 19h Ganjah Lapa Rua do Rezende, 82 - Lapa, Rio de Janeiro Ingressos: R$10 a R$20
Mais informações: https://www.facebook.com/events/2056697147981334/
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