Tumgik
Text
Políticas públicas na educação: a solução?
Como ações afirmativas de inserção na educação ajudam na diminuição da desigualdade social nos países da América do Sul
O Brasil, com uma população aproximada de 207 milhões de pessoas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tem uma economia estruturada e em expansão nos últimos anos. Mesmo com dois anos seguidos de recessão, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro registrou o valor de pouco mais de seis trilhões de reais em 2016, sendo um dos fatores a globalização, processo esse que traz benefícios e malefícios.
A desigualdade social é um dos grandes problemas da realidade brasileira, advindos da globalização, pois as classes econômicas mais privilegiadas, além de possuírem poder econômico, possuem acesso a uma educação de qualidade, à cultura, à experiências que vão lhe formar como indivíduo (cursos, viagens, gastronomia). Enquanto as classes sociais menos abastadas, além de sofrerem preconceitos, possuem acesso a um ensino público geralmente deficiente, com acesso restrito à cultura. Com isso, as classes sociais mais baixas não conseguem ascender economicamente e culturalmente. Um exemplo é um filho de pedreiro ou empregada doméstica, que está destinado à empregos de baixa remuneração, caso não faça um curso técnico ou um curso superior.
Entretanto, para entrar em uma universidade, é preciso realizar o vestibular, sistema esse desigual segundo a Professora Ângela Soligo do departamento de Educação da Universidade de Campinas (Unicamp) em entrevista ao UNIVESPTV, “Eu acho que a gente tem que lembrar primeiro que o vestibular não é um sistema justo de seleção, o vestibular historicamente é um sistema de exclusão”, afirma a doutora, pois não tem como avaliar duas pessoas com vivências totalmente opostas levando em consideração só o mérito, porque segundo Ângela, “há um conjunto de condições de vida, de existência, de necessidade de sobrevivência, de acesso aos bens culturais que fazem diferença”.
Para isso, as universidades brasileiras vêm implementando ações afirmativas de inclusão de negros, pardos, indígenas, alunos oriundos de escolas públicas, gênero e outras minorias por meio das cotas. Processo que começou a ser debatido no ano de 1993 e que tomou força no início dos anos 2000, quando universidades como a Universidade do Estado do Rio de Janeiro e a Universidade de Brasília começaram a introduzir alunos em seus cursos por meio de cotas.
Como nem todas as instituições adotaram ações afirmativas por intermédio de políticas internas e regulamentos, o governo aprovou, em Agosto de 2012, a lei nº 12.711, conhecida como Lei de Cotas, que instituía a todas os institutos e universidades federais, o comprometimento da 50% de suas vagas para alunos de escolas públicas até 2016, levando em consideração critérios sociais e raciais.
Posteriormente, em outubro de 2012, foi regulamentada pelo decreto n° 7.824/2012, que propõe 25% das vagas para estudantes da rede pública com renda igual ou inferior a 1,5 salário mínimo, 25% para candidatos que estudaram integralmente o ensino médio em escola pública e que possuem renda igual ou superior a 1,5 salário mínimo e, por último, um percentual para negros, pardos e indígenas, após análise do último Censo Demográfico IBGE feito no distrito.
Os resultados positivos já apareceram nos anos seguintes, entre 2013 e 2015, segundo dados do Ministério da Educação, cerca de 150 mil estudantes negros adentraram no curso superior, melhorando significativamente o percentual de jovens negros nas universidades, como mostra o infográfico abaixo:
youtube
youtube
youtube
youtube
0 notes
Text
Iván Amorín
Estudante da Universidade de Buenos Aires
Tumblr media
Quais são os requisitos para ingressar na universidade na Argentina?
Nas universidades privadas não há nenhum critério, apenas o pagamento da matrícula. No caso das universidades públicas é preciso fazer um exame – ou uma série de exames. O candidato deve ser aprovado para ingressar na instituição.
 A educação superior pública é gratuita?
A educação superior pública pode ser tanto paga quanto gratuita, depende da instituição onde se quer estudar.
 As universidades privadas oferecem algum tipo de bolsa para ajudar com o custo da educação?
A maioria das universidades privadas oferece algum tipo de bolsa, mas em condições muito restritas, na maioria dos casos.
 Existe algum tipo de ajuda financeira governamental para estudantes de famílias pobres?
O governo oferece alguns programas de bolsas ou incentivos para determinados cursos, como engenharia.
 Há alguma política de reserva de vagas para minorias (indígenas, negros, etc) ou para estudantes de famílias mais pobres?
Não há nenhuma política deste tipo, seja em universidades públicas ou privadas.
 A quantidade de jovens que ingressa na universidade é alta?
Na maioria das vezes, os jovens iniciam um curso universitário logo depois de sair da escola. Porém, muitos abandonam no segundo ou terceiro anos.
 Por que isto acontece?
Normalmente por não estarem seguros sobre o curso que estão fazendo é o que querem, e desejam trabalhar em período integral para satisfazer suas necessidades.
 Então os horários das aulas não permitem conciliar estudos e trabalho?
Em alguns casos, sim. Normalmente os alunos tentam conciliar ambos enquanto é possível.
 Você acredita que o povo argentino esteja satisfeito com os critérios de admissão no ensino superior?
Talvez a maior crítica sejam os altos preços praticados pelas universidades privadas. Por outro lado, no caso das instituições públicas as pessoas estão muito satisfeitas com o nível da educação.
0 notes
Video
youtube
0 notes
Video
youtube
0 notes
Video
youtube
Essa melhoria também pode ser vista no relato de Julyana Baroni, estudante de geografia da Universidade Federal do Paraná (UFPR) que entrou pelo sistema de cotas raciais em 2014.
Assim como Julyana, outros 50.937 jovens negros preencheram vagas em 2013 e 60.731 em 2014. Reflexo esse que resulta em uma melhora nas condições de vida, como relata o também estudante de geografia da UFPR Fernando Mendes
0 notes
Video
youtube
0 notes
Text
O papel das cotas
Como as cotas ajudam a promover diversidade nas universidades 
O Brasil com uma população aproximada de 207 milhões de pessoas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tem uma economia estruturada e em expansão nos últimos anos, mesmo com dois anos seguidos de recessão, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro registrou o valor de 6,266 trilhões de reais em 2016, sendo um dos fatores a globalização - processo esse que traz benefícios e malefícios.
A desigualdade social é um dos grandes problemas da realidade brasileira, pois as classes econômicas mais privilegiadas, além de possuirem poder econômico, possuem acesso a uma educação de qualidade, à cultura, à experiências que vão lhe formar como indivíduo (cursos, viagens). Enquanto as classes sociais mais abastadas, além de sofrerem preconceitos, possuem acesso a um ensino público geralmente deficiente, com acesso restrito à cultura. Isso resulta na permanência no nível da desigualdade na sociedade, pois as classes sociais mais baixas não conseguem ascender economicamente e culturalmente. Um exemplo é um filho de pedreiro ou empregada doméstica, que está destinado a empregos de baixa remuneração, caso não faça um curso técnico ou um curso superior.
Entretanto, para entrar em uma universidade, é preciso realizar o vestibular, sistema esse desigual segundo a Professora Ângela Soligo do departamento de Educação da Universidade de Campinas (Unicamp) em entrevista ao UNIVESPTV, "Eu acho que a gente tem que lembrar primeiro que o vestibular não é um sistema justo de seleção, o vestibular historicamente é um sistema de exclusão", afirma a doutora, pois não tem como avaliar duas pessoas com vivências totalmente opostas levando em consideração só o mérito, porque segundo Ângela, "há um conjunto de condições de vida, de existência, de necessidade de sobrevivência, de acesso aos bens culturais que fazem diferença".
Para isso, as universidades brasileiras vêm implementando ações afirmativas de inclusão de negros, pardos, indígenas, alunos de escolas públicas, gênero e outras minorias por meio das cotas. Processo que começou a ser debatido no ano de 1993 e que tomou força no início dos anos 2000, quando universidades como Universidade do Estado do Rio de Janeiro e Universidade de Brasília começaram a introduzir alunos em seus cursos por meio de cotas.
Como nem todas as instituições adotaram ações afirmativas por intermédio de políticas internas e regulamentos, o governo aprovou em Agosto de 2012 a lei nº 12.711, conhecida como Lei de Cotas, que instituía a todas os institutos e universidades federais, o comprometimento da metade de suas vagas para alunos de escolas públicas até 2016, ou seja 50%, levando em consideração critérios sociais e raciais.
Posteriormente, em outubro de 2012, foi regulamentada pelo decreto n° 7.824/2012, que propõe 25% das vagas para estudantes da rede pública com renda igual ou inferior a 1,5 salário mínimo, 25% para candidatos que estudaram integralmente no ensino médio e que possuem renda igual ou superior a 1,5 salário mínimo e, por último, um percentual para pretos, pardos e indígenas, após análise do último Censo Demográfico IBGE feito no distrito.
Os resultados positivos já apareceram nos anos seguintes, entre 2013 e 2015, segundo dados do Ministério da Educação, cerca de 150 mil estudantes negros adentraram no curso superior, melhorando significativamente o percentual de jovens negros nas universidades, como mostra o infográfico abaixo:
Tumblr media Tumblr media
0 notes
Audio
0 notes
Audio
Áudio da Bruna Martins, que se formou em jornalismo esse ano, foi aluna Prouni, estudou a vida toda em colégios públicos.
0 notes
Audio
Ouça a opinião do Professor Doutor Adillar Antônio Sigolini
0 notes