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theallin · 4 years
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Breaking The Habit - V1
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Nossa é a sabedoria de salomão.........
Meus olhos......eu.....eu não consigo mante-los abertos.....
-Levanta, rápido! Nós precisamos sair de perto da praia!! Cuidado! Por ai não, por aqui, anda!!!
Eu não consigo ouvir o Gabriel....sua voz está distante....esse som....de novo não.... esse som.....
-Lizandra, para de olhar pra trás, nós vamos morrer, CARALHO!!  Você precisa se concentrar em mim, olha pra mim!! Eu quero que você siga apenas a minha voz, nada mais......aquelas coisas no céu......eles são reais Lizandra!!! Estão em todas as transmissões, rádios, tvs, computadores.... tudo!!!! Eu preciso que você acorde!!!!!
A Magia de Merlim.........
A voz do Gabriel.....eu preciso ouvir o Gabriel....eu consigo ver seus lábios mexerem mas.....esse zumbido.....esse maldito zumbido.....minha cabeça doí......
-Rápido Lizandra, entra aqui! Você se lembra desse lugar?!! É onde nós costumávamos nos esconder da sua avó, é o prédio da sua avó, você lembra?!!! A gente precisa pegar o elevador, quinto andar!!!! RÁPIDO!!!!! -EI VOCÊS DOIS! PARADOS AI! Você, solta a garota e nada vai acontecer com você!
Aquele homem... são eles.... eu posso sentir cada célula do meu corpo expandindo e contraindo.....eu posso sentir o coração dele pulsar......eu posso sentir a adrenalina sendo liberada em seu corpo...... o medo.....a raiva..... eu posso sent.....Gabriel..... por que eu não sinto o Gabriel, ele está logo a minha frente....
A queda de Ícaro............
-Lizandra, CORRE PRO ELEVADOR! Você sabe o que fazer, eu seguro ele!! VAI!!!
Eu corro em um ato de impulsividade, sem pensar....na verdade eu ainda nem consigo ouvir o que o Gabriel diz, eu apenas sei o que ele quis dizer.... como eu sei?! O que está acontecendo....... a minha cabeça....... eu quero chorar.... eu quero desistir....... eu quero parar.......eu.....o quinto andar! Cade o Gabriel......eu não acredito que eu o deixei pra trás...
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theallin · 4 years
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Breaking The Habit - V2
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Por incontáveis eras temos sonhado.........
Eu corro, sem pensar. Não consigo pensar, há um zunido constante.....a....a...minha cabeça....dói......  Eu não quero mais correr.....eu...só quero que termine.....
Eu me lembro da primeira vez em que vi o Gabriel, eu estava exatamente ali, ao lado da comoda de mogno da vovó, encolhida, muito chateada porque a maria não queria me deixar brincar com as outras meninas.
 Me lembro de ser uma semana difícil, foi quando meus pais sofreram o acidente. Vovó me disse que eles estavam no hospital, mas eu já sabia que eles não tinham resistido, eu ouvi a vovó no telefone, mas eu sabia que ela não tinha forças ainda pra me contar, então eu esperei.
Lembro de não ter entendido como o Gabriel entrou na casa da vovó, ele é muito bom em simplesmente aparecer nos lugares. Diferente de todas as outras pessoas que já conheci, eu não tive nenhuma necessidade de medir distâncias com ele, era como se nós nos conhecêssemos a muito, muito tempo. Mais tempo do que eu podia me recordar na época. 
Ele se sentou ao meu lado, colocou uma das suas pernas por debaixo das minhas, fazendo com que meus joelhos ficassem dobrados, enquanto eu apoiava minhas costas na sua outra perna. Ele fez um gesto como se fosse acariciar meu cabelo, mas logo ele parou, rio, e desceu a mão até a minha orelha direita, esfregando-a contra os seus dedos gentilmente. Não sei até hoje como ele sabia que eu detesto cafuné, e como ele sabia sobre minha orelha.... quem era ele? Lembro de ter dormido em seus braços, pouco depois de me questionar pela primeira e última vez sobre o Gabriel.
 Em meus sonhos, eu me vi correndo.... ”Deus porque estou sempre correndo”..... Eu lembro dos ventos quentes sobre meu rosto, e da areia fina das dunas, sopradas como agulhas em minhas penas. Gabriel me puxou até a beira de um precipício, no meio do deserto.  Eu sabia que ele queria que eu pulasse com ele, mas eu hesitei, eu sempre hesito. Lembro de uma flecha atravessar o peito do Gabriel, e então, não lembro de mais nada.
Por infindáveis mundos temos vagado..........
Certa vez, o Gabriel me levou a uma cachoeira em Minas Gerais, quando fomos visitar meu tio Ricardo. Eu me lembro de estar muito animada, e ele insistiu que teríamos que ir a noite, rs. Eu achei que finalmente ele ia expressar algum desejo por mim. Mas o Gabriel é muito devagar, então eu disse que eu só iria se nós nadássemos nus, a luz da lua. Ele aceitou. 
Eu não sabia como esconder minha excitação por esse momento estar finalmente ocorrendo. Fizemos uma trilha de mais de duas horas, subindo sem parar. Eu estava muito cansada, mas só de pensar no que estava por vir, parecia que algo dentro de mim explodia em energia.
Quando chegamos ao topo, havia um rio, enorme em largura, porém, raso. Andamos até a sua borda, de frente a cachoeira ele se virou e disse - Eu tenho algo muito importante pra te contar, mas você precisa confiar em mim, você precisa saltar daqui, comigo.  Eu ri, achei que ele estava tentando criar um momento de tensão, pra depois dizer que era tudo brincadeira e que na verdade ele queria me beijar. Eu fiquei um tempo encarando-o, até que vi em seu semblante que ele falava sério. Mais sério do que eu já havia visto em qualquer outra ocasião.
Eu olhei pra baixo e pensei “ Ele sabe que eu tenho medo de altura, porque ele está fazendo isso”. Eu não pulei. Fiquei irritada com ele. Não nos falamos por dias. Ele pareceu triste, eu nunca o vi chorar, mas naquele dia eu senti que ele tinha chorado, mesmo sem lagrimas. 
De infinitas escolhas temos sofrido............
-Achei você, garota!!! Não resista e terá alguma chance de sobreviver, qualquer movimento me fará ser obrigado a atirar, segundo a diretriz númer....
O homem de preto caiu em frente a porta. Enquanto ele caia, antes mesmo da silhueta tomar forma, eu sabia. 
-Lyzandra!! Nós não temos tempo! Eu sei que você acha que vamos ter outras oportunidades, mas dessa vez é diferente, não terá outra vez, nós vamos MORRER! Você sabe o que precisa fazer, eu não posso deter eles por muito mais tempo, Lyzanda!!!!!!
Eu nunca havia visto o Gabriel perder o controle, mesmo diante da morte, em meus sonhos, ele sempre esteve calmo, seu semblante era apenas de dor. Como quando um pai descobre algo muito decepcionante sobre o filho, como quando meu pai descobriu que minha mãe o traiu. Eu não suportava acordar desses sonhos e ter a sensação de que no fundo, o Gabriel se sentia assim por mim...........
               O mundo estremece sob o conformismo sufocante,             as esperanças se esvaem nas chamas da mediocridade,                                  os heróis morrem na chama do                                                                                   orgulho........                                                          
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theallin · 4 years
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Breaking The Habit - V3
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O Armagedom está próximo.......................
Trancamos a porta. Corremos até a sacada. Olhei uma ultima vez para a cidade. É incrível como o Rio de Janeiro é lindo, mesmo próximo do fim. Eu olhei para a praia, com todas aquelas naves avançando ao continente. Olhei as pessoas nas ruas, a maioria correndo, desesperadas, mas muitas lutando, outras se abraçando e esperando o fim.
O céu começou a brilhar em lampejos de fogo, raios, e eu posso jurar ter visto um meteorito adentrar a órbita e atingir uma das naves.Olhei para o topo dos prédios vizinhos. Um grupo de jovens estavam de mãos dadas, formando o que parecia ser um círculo. Após algum tempo, emergiu de dentro do círculo uma sombra com luzes azuladas, senti um arrepio na espinha, todo meu corpo pareceu perder o calor por um breve instante, e então, a sombra desceu pela lateral do prédio, se fundindo aos reflexos nas janelas, como se se locomovesse por dentro das superfícies espelhadas e sumiu, mas não antes de se dividir em cinco direções. Rapidamente voltei a olhar para cima, e os jovens pareceram desmaiar, todos juntos.
Os céus começaram a se quebrar. Eu nunca tinha visto nada parecido, nem o efeito especial mais caro feito pelo homem foi próximo de representar o que estava acontecendo. O som das rachaduras era aterrador. Nada já produzido por qualquer evento de qualquer magnitude era comparável. A cada rachadura que emergia, eu sentia que parte de mim, lentamente, ia perdendo o sentido. Nada fazia mais sentido.
A realidade é uma mentira.........................
E de repente não havia cima ou baixo. Direita ou esquerda. Azul ou vermelho. A física perdeu o sentido. A gravidade não existia mais, ela nunca existiu na verdade. O som era quente. O frio tinha sabor terroso. Eu estava encharcada de ar. 
Eu vi uma das naves disparar um laser contra os céus. A rachadura foi contida. Tudo pareceu voltar ao normal. Eu olhei para baixo e o Gabriel estava sentado na calçada do prédio. Ele levantou calmamente e olhou para cima. 
Eu sabia que esse momento ia chegar,  e mais uma vez....... chegou.
A verdade é magica.................
Eu me debrucei sobre as grades da varanda, a vertigem me deu náuseas. Me virei para trás, vomitei umas duas vezes. Eu então subi na grade e me sentei com as pernas pra dentro do apartamento.
Eu vi a mamãe, me pegando no colo, com um girassol na mão quando eu tinha apenas dois anos. Eu vi o papai ajoelhado, gritando que eu ia conseguir, e eu corri em sua direção, posso sentir suas lágrimas molhando minha testa, eu vencia a corrida do colégio. Eu vi a vovó saindo da cozinha com seus biscoitos de manteiga na bomboniere, ela adora essa palavra, bomboniere.
                                                    ABRE
                                  Eu sinto a maresia tocar meu rosto.
                                                    TEUS
                                    Eu começo a rir, chorar, soluçar.
                                                    OLHOS
                                               Eu sinto medo
                                                         E
Eu fecho meus olhos pela ultima vez. Eu finalmente salto na direção do Gabriel. Ele sorri. Eu sorrio. Nós nos chocamos. E ainda de olhos  fechados eu contemplo a imensidão do universo, contemplo minha imensidão, eu sou, ele é, nós somos. 
                                                  DESPERTA
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