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tarronvaughn · 3 months
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— Nem um, nem outro. Eu só quero jogar e com outra pessoa é mais divertido que sozinho — suas palavras vieram acompanhadas de um leve dar de ombros, que deveria demonstrar o quão pouco ele se importava com demonstrações de talentos e lições, até porque não se sentia apto para ensinar nada a ninguém. Vaughn queria apenas se divertir até ser obrigado a voltar para seu dormitório e, na manhã seguinte, encarar a rotina exaustiva de Basgiath.
Ao ser pedido para começar, Tarron precisou conter os anos de ensinamentos de etiqueta e comportamento que sua mãe havia lhe dado de virem a tona e acabar falando um "primeiro as damas". Mesmo após quase 4 anos ali, ainda era difícil para ele lembrar que cordialidade não era bem-vinda naquele ambiente e qualquer sinal de fraqueza, por mais que não considerasse aquilo assim, poderia lhe custar bastante. No fim, então, ele apenas assentiu, aceitando, e caminhou até o ponto de onde deveriam ser jogados os dardos.
Alguns segundos de concentração foram o suficiente para o homem jogar o dardo e vê-lo atingir uma das partes pretas do número 18. Era uma boa pontuação, mas não era a melhor, o que o fez semicerrar os olhos enquanto encarava o alvo. — Bem, é um começo — nem ruim, nem bom, apenas um começo. Tarron afastou-se para dar espaço para a moça e gesticulou com a mão para que ela se aproximasse. — Estou considerando que você sabe como que se joga, mas para evitar a possibilidade de alguém sair com um olho furado e que a culpa venha para mim, irei perguntar: você precisa que eu te ensine a jogar? — ao falar, ele torceu para que a resposta fosse negativa e os dois pudessem apenas continuar a jogar. — Eu me chamo Tarron inclusive, você é a...?
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Aquela parecia ser a atividade mais inofensiva por ali. Não corria o risco de mostrar o que podia fazer no tatame em antecipação, possibilitando que inimigos analisassem seus movimentos, e também não ficava em evidência. Ao mesmo tempo, estava bem à vista da liderança e longe de outros marcados, de modo que não podiam acusar-lhe de estar tramando contra a Coroa simplesmente pelo fato de carregar uma relíquia em seu braço. Às vezes, só tinha a impressão de que era muito difícil ser ela, porque não havia nada que não fizesse que não tivesse desdobramentos. Aproveitar, verdadeiramente, o espaço, estava fora de cogitação - a tensão em seus ombros e os olhos em suas costas não deixavam que relaxasse por completo.
Haviam nomes ao lado do alvo, com o de Emmetterio no topo - uma espécie de ranking para nomear quais eram os melhores cadetes, dentre todos, com os dardos. Já era de se esperar que aquela gente tivesse uma lista de classificação para absolutamente todas as atividades, competitivos como eram. Se fosse completamente sincera, Lysistrata reconheceria que a competitividade era uma das características que mais lhe agradava no quadrante, e talvez tenha sido precisamente por isso que pegou os dados que lhe foram oferecidos, como se aquela fosse, de fato, sua primeira vez. Estranhamente, o moreno parecia até gentil em comparação com o que esperava encontrar naquele lugar, e a Stoutrun teve de conter-se para não estreitar os olhos. Porém, ele estava certo: nada de mais poderia vir daquele jogo, e era por isso que parecia tão atrativo. ' Hmmm... Você está oferecendo lições ou só se exibindo? ' arqueou uma das sobrancelhas enquanto o encarava. A maneira professoral como falava dava a entender que era a primeira hipótese, mas se o nome dele fosse um daqueles que estava ao lado do alvo ela podia jurar que era o segundo caso. ' Pode começar ' meneou a cabeça na direção do alvo, para que assim pudesse ter uma noção daquilo com que estava lidando.
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tarronvaughn · 3 months
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— Vamos mesmo fingir que você não sabe exatamente porque escolhi esse quadrante? — perguntou, sua cabeça pendendo levemente para o lado enquanto analisava o rosto de Anika. Era muito fácil para os outros acreditarem que Tarron havia escolhido aquele quadrante porque queria, que estava em Basgiath porque queria, a única ali que realmente sabia a verdade era Anika e não agradava nem um pouco Tarron que ela fingisse não saber, que o tratasse como os outros faziam ou que fosse tão indiferente a tudo que o tinha levado até ali. — Sua falta de fé nos outros é algo ridículo de se ver em uma pessoa que só chegou onde está porque alguém, um dia, quando você não era nada e não tinha nada, colocou fé em você — falou sem se preocupar em medir as palavras ou ser simpático. Anika poderia fingir que não o conhecia bem, mas Tarron não faria o mesmo, não havia motivos para fazê-lo. — Um dia você foi que nem eles. Por mais que tenha se preparado para vir para cá, um dia você foi como eles e duvido que aquela Anika iria gostar de ouvir que morreria logo porque tudo que tinha a seu favor era sorte — "sorte" sequer era uma palavra que ele usaria em relação aos novos cadetes. Embora soubesse que nem todos continuariam vivos até o fim do ano, Tarron acreditava que cada um tinha dado seu melhor e conseguido atravessar o parapeito por méritos próprios, era injusto considerar que todos eles eram indignos quando um dia fora como eles e batalhara para estar onde estava. — Só perguntei se estava bem porque você fica nessa de fingir ser o que não é e poderia querer conversar com alguém sem essa máscara, mas você é forte, não é? Aguenta tudo sozinha, sempre. Não sei por que ainda tento.
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A Diefenbach não sabia precisar, ao certo, em que momento de sua vida passou a distinguir a presença do rapaz mesmo que há dezenas de metros de distância. Antes que o cheiro amadeirado da pele masculina envolvesse seu olfato ou o timbre rouco chegasse a seus ouvidos. Talvez fosse o mecanismo de defesa adquirido para fugir de problemas durante a infância, visto o repúdio da Lady Vaughn por qualquer contato entre eles, ou a sua maneira de enloquecê-la durante a adolescência - fato era que Tarron jamais passava-lhe despercebido. E naquele dia não fora diferente.
A postura feminina tensionou-se, ciente de que ele era um dos poucos capazes de compreender que a reflexão tardia se devia ao fato de jamais ter tido uma escolha, não com a marca em sua destra. "Se é assim que pensa, por que optou por esse quadrante?" Havia certa dureza no tom feminino, ainda que o sentimento não tivesse alcançado-lhe o olhar. Nas íris avelãs, a curiosidade crepitava como as tochas que iluminavam o salão. Ao contrário dela, Tarron poderia ter escolhido uma vida simples, feliz. Então, o que fazia ali? "Por que não estaria? Não serei eu a ser morta nos próximos dias devido à uma combinação de sorte durante a travessia e falta de preparo ao longo dos últimos anos." Sua atenção recaiu sobre o grupo de cadetes que Anika julgava indignos de estarem ali.
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tarronvaughn · 3 months
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Tarron simpatizou com o rapaz e não apenas por saber exatamente o que ele sentia, mas por ele pensar em sua decisão como algo burro. Havia pensado coisas bem parecidas sobre si durante seu primeiro ano em Basgiath, em muitos momentos tinha chegado bem próximo de desistir até, mas se tinha conseguido superar todas as adversidades e estava em seu último ano, não via por que ele não poderia fazer o mesmo. — Não desrespeitou, não se preocupe — garantiu primeiramente, pois odiava como o instinto da maioria ali era ter medo de tudo e todos, e então continuou: — Você sobreviveu ao parapeito, não foi? E tenho certeza que não teve ajuda nenhuma para isso, então acredito que você tem, sim, capacidade de sobreviver a tudo que vem a seguir — "se eu sobrevivi, você sobrevive" foi o pensamento seguinte de Tarron, mas ele não o falou, pois não precisava que um cadete também começasse a duvidar das capacidades dele. — Os primeiros dias são os mais difíceis, você vai se cansar para caralho e os outros não vão te ajudar, porque vão estar tão cansados quanto e não querem se preocupar com mais ninguém, então é só você por você aqui. Mas existe um motivo para você ter escolhido vir para cá e você conseguiu passar pelo primeiro desafio, agora o que vai ter que fazer é focar nesse motivo e só seguir em frente — disse, pensando que gostaria de ouvir alguém falando aquelas palavras para ele em algum momento do seu primeiro ano. — Me chamo Tarron. Você é o...?
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“Que ideia de girico!” Soltou a frase em um rosnado irritado. “Desculpe-me! Não em relação a ideia de comer!” Comentou encarando o outro que parecia ser bem maior que ele, ao menos em músculos, e também mais treinado. “Eu não quis desrespeitá-lo, mas tenho que relembrar a mim mesmo que fui um retardado ao vir para cá!” Continuou no mesmo tom irritado, mas seguindo o conselho do outro em empilhando toda a comida que via e lhe parecia gostosa: “Vou pegar um de cada!” Falou encarando o outro: “Acha que consigo sobreviver a pelo menos uma aula?” Mordia uma das coxas de frango que tinha em seu prato.
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tarronvaughn · 3 months
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Ao convite, a moça o respondeu dizendo o próprio nome e aceitando os dardos que lhe eram oferecidos. Tarron assentiu, informando a ela seu nome também para que a apresentação não fosse unilateral, e se dirigiu à marca no chão que indicava a distância certa para atirar os dardos. — Fui ensinado a deixar que as damas sempre sejam as primeiras, mas já que está falando de cavaleiro e não de cavalheiros ou lordes, eu aceito — falou, tentando soar amigável e divertido para que Minerva não desistisse tão rápido de estar ali, pois poderia muito bem jogar sozinho, mas não achava que era tão divertido quanto. Concentrou-se, então, brevemente no alvo e arremessou o dardo que segurava em sua mão dominante. A parte pontiaguda do objeto cravou-se em uma das seções próximas ao centro, em uma boa pontuação, o que o fez sorrir minimamente. — Bom para um primeiro arremesso — comentou antes de se afastar e abrir espaço para que ela pudesse jogar. — Você cruzou o parapeito ontem, não foi? — perguntou enquanto a esperava arremessar. — Como está se sentindo?
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Percorria o salão com um olhar afiado, desconfiada da aparente calmaria que pairava sobre a festividade. Tudo parecia fácil demais, amistoso demais, e sua intuição alertava para um perigo oculto sob a superfície de cortesias e sorrisos forçados. Basgiath era conhecido por colocar seus cadetes à prova durante toda sua estadia, salvo as horas de sono, onde as bandeiras de paz eram içadas. A suspeita confirmou-se quando um cadete, num gesto ameaçador, deslizou o dedo pela garganta, lançando uma ameaça velada em sua direção. Uma reação esperada, dada a história sombria de sua família. Minerva, uma párea entre eles, antecipara a hostilidade que poderia surgir. Contemplando a ideia de se retirar para o quartel e evitar potenciais problemas, ela foi interrompida por Tarron Vaughn, um terceiro ano com pedigree nobre. Seu convite para jogar dardos ofereceu uma distração bem-vinda, apesar da desconfiança persistente. A experiência de Minerva com arco e flecha era inquestionável, mas aceitar o desafio representava uma oportunidade de testar suas habilidades em um novo campo. ❝ Minerva Hybern. ❞ Apresentou-se com uma expressão cautelosa. ❝ E divertido parece aceitável. ❞ Concordou, se apossando dos dardos restantes. ❝ Primeiro os cavaleiros. ❞
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tarronvaughn · 3 months
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— Não sei, mas com certeza deve existir se eles planejaram esse dia inteiro para dar aos cadetes um descanso depois de ontem — respondeu e deu de ombros, tanto para a questão dela quanto para a recusa às bebidas que oferecia. Assim era melhor, sobrava mais para ele. — Minha descrição de relaxante é não ter que me preocupar o tempo todo com ameaças e em ficar vivo e poder fazer algo normal de vez em quando, como pescar sem esperar nada além disso. Não acha que essa deveria ser a descrição certa, independente do que consigo pescar aqui? — perguntou enquanto esticava um braço para alcançar um dos cantis, o que tinha café, e poder tomar um pouco da bebida quente. — Pelo que entendi, é mais uma questão do peixe que você pesca do que um pedido sendo realizado ou não, são eles que concedem o encantamento — explicou o que achava saber, mas como não havia tido a experiência ele próprio, não tinha como confirmar para a moça o que acontecia de verdade. Já tinha visto outros que tinham conseguido, no entanto, ou que diziam ter conseguido. — Um cara alguns minutos atrás disse que se sentia mais forte e quebrou o tronco onde estava se sentando com as mãos, mas não sei se isso era verdade ou se ele apenas queria mostrar que era forte o suficiente. O que sei é que ele ficou sem ter onde sentar — comentou, um sorriso discreto surgindo em seus lábios ao lembrar do rapaz procurando onde sentar após destruir o tronco. — Mas ele também pode ter pedido por isso, nunca se sabe. Prefere poder pedir por algo do que um encantamento surpresa?
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embora   não   esperasse   resposta   ,   a   morena   não   se   surpreende   muito   quando   uma   surge   sem   demora   e   ,   instintivamente   ,   vira   o   rosto   em   direção   a   voz   .   írizes   claras   varrem   tarron   de   cima   abaixo   em   um   olhar   discreto   ,   rapidamente   computando   detalhes   como   os   patches   em   seu   uniforme   ,   a   linguagem   corporal   ,   as   armas   que   ele   carrega   .         ❛   isso   parece   estranhamente   anti   climático   para   basgiath   .   ❜         lovi   pende   a   cabeça   para   o   lado   e   sopra   um   riso   nasalado   ,   tomando   suas   palavras   como   um   convite   para   se   aproximar   .         ❛   okay   ,   agora   isso   sim   parece   estranho   .   desde   quando   existe   algo   como   cedo   demais   para   isso   ?   ❜         aperta   os   olhos   ,   mostrando   um   pouco   de   humor   ,   muito   embora   ,   no   fundo   ,   exista   um   resquício   de   verdade   no   que   diz   .   talvez   nem   tudo   seja   sobre   matar   ou   morrer   ,   mas   lovisa   não   pretende   abaixar   a   guarda   para   descobrir   !   tanto   que   se   esquiva   das   ofertas   de   vaughn   um   singelo         ❛   na   verdade   ,   não   .   já   tomei   antes   de   vir   pra   aqui   ,   mas   obrigada   .   ❜         e   um   sorriso   apologético   ,   afinal   ,   nenhum   cuidado   é   demais      ——      não   em   basgiath   e   especialmente   não   quando   se   carrega   uma   relíquia   de   tyrrendor   no   braço   .   e   antes   que   ele   possa   responder   ,   rapidamente   desvia   o   assunto   de   volta   para   a   pesca   .         ❛   então   ,   sua   descrição   de   relaxante   é   ficar   esperando   algo   que   até   agora   não   conseguiu   ?   ❜      indaga   ,   surpresa   .   dado   que   o   homem   ali   não   lhe   parece   um   completo   incapaz   ,   a   resposta   apenas   aumenta   a   sua   curiosidade   .         ❛   e   como   é   que   funciona   ?   eu   pego   esse   peixe   e   aí   posso   pedir   qualquer   coisa   ,   simples   assim   ?   ❜         novamente   ,   um   brilho   de   desconfiança   cruza   seus   olhos   ,   que   o   fitam   ,   semicerrados   .   para   quem   alegou   que   não   há   pegadinhas   ,   tarron   com   certeza   não   faz   aquilo   soar   menos   fantasioso   .
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tarronvaughn · 3 months
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Tarron após cruzar o parapeito.
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tarronvaughn · 3 months
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— Eles são — respondeu, o olhar saindo do prato que segurava para o primeiro ano atrás de si. Ele só podia ser um dos que tinham acabado de atravessar o parapeito, pois Tarron não lembrava de tê-lo visto antes e apenas um primeiro ano ainda teria dúvidas quanto àquilo. — Na verdade, costuma ser um pouco pior. O parapeito é só o começo — refletiu, lembrando de seu primeiro ano ali e como havia sido difícil para si e para alguns colegas. — Não sou bom em conselhos, mas se aceitar um, diria para aproveitar o dia de hoje. E diria para se alimentar bem também, amanhã definitivamente não vai ser assim.
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Fergus ainda sentia o cheiro de enxofre do bafo dos dragões e o coração batendo em seus ouvidos, o que se contrapunha ferozmente com o cheiro adocicado e salgado que saia das diversas travessas de comida que regavam o salão. Tinham sobrevivido, visto pessoas caindo do parapeito, visto um colega de sorriso amarelo ser queimado, mas estava vivo. Colocando-se atrás de outro futuro cavaleiro questionou: "Será que os dias aqui sempre são tão agitados?"
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tarronvaughn · 3 months
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— Starter aberto: Competição de Arremesso de Dardos
De todas as atividades que aconteciam naquele dia, arremesso de dardos era uma das que Tarron mais se sentia confortável em participar e em que realmente se considerava bom. Anos e anos de prática com o arco tinham aprimorado suas habilidades de precisão e mira, transformando-o em um exímio arqueiro, e embora dardos fossem diferentes de flechas, as habilidades para atirá-los eram as mesmas.
Tarron concentrou-se no alvo, os olhos fixos com uma intensidade quase hipnótica, e segurou o dardo com cuidado. Com um movimento fluido e preciso, ele o atirou e o dardo cortou o ar com rapidez e precisão, atingindo o alvo e cravando-se no centro. Um sorriso discreto iluminou o rosto geralmente sério de Tarron e ele caminhou até a parede, retirou os dardos do alvo e os reuniu em sua mão.
O rapaz que competia com ele se afastou irritado por perder, mas ele não se importou com a falta de modos dele, apenas se virou para buscar por outra pessoa que quisesse jogar. — Quer tentar? — perguntou ao achar alguém olhando para o alvo na parede, ou para o placar com o nome do professor Emetterio no topo, pouco importava qual dos dois chamava a atenção da pessoa para Tarron. Separando-os dardos em duas partes de quantidades iguais em seguida, ele escolheu os seus e ofereceu os outros à pessoa. — Não é tão desafiador quanto a escalada, nem tão intenso as demonstrações que estão acontecendo no tatame, mas é divertido.
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tarronvaughn · 3 months
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Há muito tempo Tarron havia aprendido que deveria manter distância de Anika. Era uma medida para reforçar sua segurança física e mental, sua mãe explicara quando ainda era apenas uma criança, mas o herdeiro dos Vaughn nunca foi bom em seguir esse ensinamento: quando pequenos, porque era a única outra criança por perto; quando adolescentes, porque era com ela que seu pai estava; agora, como adulto, porque Anika era a única que o lembrava de casa naquele lugar.
Não se aproximava, no entanto, sem mostrar que o estava fazendo. Essa era sua maneira de testar o quanto de paciência Anika tinha e quão grande era a possibilidade dela acertá-lo com socos ou ameaçá-lo com sua espada. Mas aquele era um dia que, supostamente, deveria ser calmo, então Tarron resolveu se arriscar, aproximando-se dela pela lateral e não frente a frente. E ao fazer isso, pôde ouvir sua pergunta, que ele duvidava que houvesse sido feita para ele.
— Questionando os rumos da sua vida? — perguntou, franzindo as sobrancelhas enquanto a olhava. — Meio tarde para isso, não acha? — adicionou, mas não de maneira hostil, pois sabia que de todas as posições possíveis para se estar, aquela não era uma que tinha escolhido por livre e espontânea vontade. — O anonimato às vezes deve ser melhor que a busca pela glória, eles podem se dar ao luxo de se preocupar com outras coisas além de matar e morrer — diferente deles, que sequer conseguiam descansar verdadeiramente naquele dia que era inteiramente planejado para isso. — Está tudo bem com você, Anika?
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De personalidade forte e intransigente, era usual que Anika levasse não mais do que cinco minutos para formar uma opinião a respeito dos demais - entendiando-se, então, com a presença alheia. E foi exatamente o que ocorreu ao observar os recém chegados ao quadrante se misturarem pelo amplo salão. Nenhum particularmente singular para prender-lhe a atenção ou despertar seu interesse. Assim, as íris avelãs deslizaram para as outras figuras ali presentes: voluntários que ocupavam o espaço de serventes, jamais a altura do mais covarde dos cadetes. "Uma longa vida destinada ao anonimato, a viver à mercê da alta sociedade ou o risco constante a procura de uma glória quase inalcançável?" A indagação escapou em um pensamento alto, resposta essa que nunca lhe fora dada a oportunidade de ponderar, não com o peso da relíquia da rebelião em sua mão.
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tarronvaughn · 3 months
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— Sem pegadinhas — respondeu ao ouvir a voz da garota ao seu lado, seu olhar indo do lago para ela. De todas as atividades planejadas para o dia, aquela era realmente a única, na visão de Tarron, que poderia ser considerada relaxante, calma, e era por isso que ele tinha optado por participar dela por algum tempo, para tentar tirar sua mente de tudo que acontecia diariamente naquele lugar. — E sem dragões aquáticos, eu acho — completou, se perguntando como diabos deveria ser um dragão aquático. Se existiam, Vaughn nunca os tinha visto antes. — Isso é só para os que passaram pelo parapeito não enlouqueçam e se matem e para impedir os outros de matarem eles tão cedo — pelo menos era como Tarron entendia, o que era reconfortante de certa forma, pois indicava que nem tudo ali era sobre matar e morrer. — Já fez isso antes? Você joga sua linha com isca e espera pescar algum peixe, por isso relaxante. A parte divertida é só se você conseguir pescar um peixe que te conceda algo. Eu nunca consegui — concluiu, sem saber se tudo o que falara faria ela acreditar na possibilidade da atividade ser exatamente como era descrita pelos responsáveis. — Quer um pouco de café? Também tenho vinho se preferir — ofereceu, apontando para os cantis ao seu lado no chão.
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❛   relaxante   e   divertida   ,   hm   .   ❜     voss   ecoa   as   palavras   alheias   ,   um   ligeiro   toque   de   descrença   escapando   em   seu   riso   nasalado   .   precisa   confirmar   com   beni   se   houve   teve   algo   assim   no   ano   anterior   ,   vez   que   ela   própria   quase   não   aproveitou   nada   do   que   foi   oferecido   naquela   primeira   semana   ,   ainda   desconfiada   demais   para   se   dar   essa   liberdade   .   e   mesmo   agora   ,   quando   se   encontra   quase   frustrada   com   o   quão   normal   a   vara   lhe   parece   ,   não   pode   deixar   de   duvidar   muito   da   descrição   oferecida   a   pesca   mágica   .   vamos   ser   honestos   ,   não   é   como   se   esses   dois   adjetivos   sejam   comuns   em   um   lugar   como   basgiath   ...     ❛   e   aí   ,   qual   a   pegadinha   ?   você   joga   e   aparece   algum   dragão   aquático   pra   te   abocanhar    ...   ?   ❜
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ou  comente  em  baixo   alguma  atividade  do  evento  para  um  starter  fechado   ——    up  to  4   .
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tarronvaughn · 3 months
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— 001. Pessoal
Nome do Candidato: Tarron Cian Vaughn.
Província: Calldyr.
Idade: 24 anos (28 atualmente).
Peso: 82kg.
Altura: 1,85m.
Defeitos Físicos (se houver): Nenhum.
Qualidades Físicas: Possuo bastante força muscular, sou ágil e tenho resistência maior que o normal à dor.
Estado de Saúde Geral: Saudável e em forma.
Descrição da Alimentação Diária: Costumo fazer 4 refeições por dia: 1. após acordar e tomar banho (frutas, pão, suco), 2. ao fim da manhã (carne, carboidratos, verduras, legumes, suco), 3. no meio da tarde (frutas, pão, suco) e 4. no início da noite, horas antes de dormir (carne, carboidratos, verduras, legumes, suco).
Hábitos Saudáveis: Treino regularmente, possuo uma alimentação balanceada e costumo estudar e fazer leituras antes de dormir.
Hábitos Não Saudáveis: Possuo o costume de dormir tarde.
Bebe: Sim.
Fuma: Não.
Orientação Sexual: Heterossexual.
Relações Sexuais Desprotegidas nos Últimos Seis Meses: Sim.
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— 002. Quadrante dos Cavaleiros
1. Por que você deseja se tornar um cavaleiro de dragão em Navarre? (mínimo de 100 palavras):
Desde jovem, sempre me senti atraído pela nobreza e tradição dos cavaleiros de dragão em Navarre. Cresci ouvindo histórias sobre os feitos heroicos dos cavaleiros e isso sempre despertou uma paixão em mim. Além disso, servir a Navarre é uma maneira de honrar não apenas minha pátria, mas a tradição da minha família. Sempre tivemos uma ligação especial com os dragões e eu sinto ser meu dever seguir esse caminho e contribuir para a proteção e prosperidade da nossa terra. O compromisso com a justiça e a defesa do reino ressoam profundamente em meu coração e eu almejo ser parte integrante desse legado, dedicando minha vida a Navarre.
2. Quais habilidades específicas você acredita que serão essenciais para ser um cavaleiro de dragão? (mínimo de 50 palavras):
Acredito que ser um cavaleiro de dragão demanda uma mistura de habilidades excepcionais em combate à distância, montaria, estratégia e precisão. A capacidade de antecipar estrategicamente os movimentos inimigos e adaptar-se rapidamente é crucial, assim como a capacidade de manter a calma sob pressão. É necessário desenvolver uma conexão profunda com seu dragão para formar uma parceria sólida e não apenas entendê-lo, como, na realidade, unir-se a ele para que os dois se tornem um guerreiro completo juntos. O físico e o emocional devem funcionar bem juntos, sem aberturas para falhas e perdas quando estiverem no ar.
3. Como suas habilidades individuais podem contribuir para o sucesso do Quadrante dos Cavaleiros? (mínimo de 50 palavras):
Minhas habilidades individuais oferecem uma contribuição valiosa para o sucesso dos Cavaleiros. Minha destreza em combate à distância e habilidades táticas aguçadas garantirão uma presença eficaz no campo de batalha. Sou capaz de liderar estrategicamente em situações desafiadoras, antecipando os movimentos adversários para garantir vantagem. Além disso, minha determinação incessante para aprimorar minhas habilidades não apenas impulsiona meu próprio sucesso, mas fortalecerá o Quadrante como uma unidade coesa. Estou comprometido em contribuir com minha expertise para garantir a prosperidade e a segurança de Navarre.
4. Como você lida com situações de estresse e adversidade? (mínimo de 50 palavras):
Lidar com situações de estresse e adversidade sempre foi algo comum na minha vida até aqui. Minha abordagem para momentos como esse é tentar manter a calma, racionalizar o que sinto, mapear saídas e estratégias e confiar nas habilidades que desenvolvi no decorrer dos anos. Acredito que o estresse é uma oportunidade para demonstrar resiliência: eu canalizo a pressão para impulsionar meu desempenho e permanecer determinado em meio a contratempos.  
5. Você está preparado para enfrentar os desafios físicos e mentais do treinamento sem desistir? (resposta “sim” ou “não”, com justificativa de no mínimo 30 palavras):
Sim, estou preparado para enfrentar os desafios físicos e mentais do treinamento. Minha determinação é inabalável e aliada à minha vontade de superar obstáculos, me impulsionará a persistir, independentemente das dificuldades, garantindo meu comprometimento com o sucesso no treinamento e futuramente no campo de batalha.
6. Como suas experiências passadas influenciaram sua decisão de se tornar um cavaleiro de dragão? (mínimo de 50 palavras):
Minhas experiências passadas moldaram completamente minha decisão de me tornar um cavaleiro de dragão. A admiração pela nobreza e pelos feitos dos cavaleiros, combinada com desafios pessoais e busca por redenção, impulsionam minha escolha. Cada desafio superado fortalece meu desejo de me comprometer com a defesa de Navarre e me inspira a dedicar minha vida a um propósito maior.
7. Está disposto a se comprometer com os rigores do treinamento e a cumprir as ordens superiores sem questionar? (resposta “sim” ou “não”, com justificativa de no mínimo 30 palavras):
Sim, estou disposto. Minha lealdade à Navarre e minha disciplina me orientarão, garantindo que eu execute as tarefas designadas com diligência e eficácia. Compreendo a importância de meus superiores e estou preparado para aceitar suas ordens, pois tenho confiança naqueles que nos lideram e acredito que são essenciais para o sucesso da nossa missão.
8. Se aprovado nos três anos de treinamento, você atuará como um cavaleiro de dragão, protegendo ativamente as fronteiras de Navarre e seu povo dos grifos. Como você percebe e encara essa designação? (mínimo de 50 palavras):
Encaro a designação como uma honra e uma responsabilidade imensa. Proteger as fronteiras de Navarre dos grifos é mais do que um dever, é um compromisso com a segurança e prosperidade da nossa terra. Estou pronto para abraçar o desafio, demonstrando dedicação e coragem para garantir a defesa efetiva de nosso povo, e o farei mesmo que isso custe minha vida.
9. Caso seja aprovado no treinamento e designado como cavaleiro de dragão, você consente em realizar um procedimento conduzido por um curandeiro designado pelo Quadrante dos Cavaleiros para evitar a concepção durante o período do treinamento? Este procedimento resultará em infertilidade temporária enquanto durar o curso. Você compreende e consente com essa medida adicional para preservar o foco e a dedicação ao treinamento necessário para se tornar um cavaleiro de dragão eficaz? (Cláusula de consentimento):
Estou ciente, compreendo e dou meu consentimento para que o procedimento seja realizado.
10. Caso venha a falecer, você compreende que, de acordo com os costumes de Navarre, seu corpo será entregue à família? Caso contrário, você e seus pertences serão destinados a uma pira de fogo como sacrifício a Malek. Dado o rigor do treinamento, você está consciente e aceita o risco de morte envolvido? (Cláusula de consentimento):
Compreendo e desejo que meu corpo seja entregue à minha família. Estou ciente dos riscos apresentados durante o treinamento e os aceito.
11. Deixe o contato de pessoas responsáveis para receber seus bens no caso de falecimento:
Lady Lylah Vaughn, Anika Diefenbach.
12. Existe alguma orientação específica que gostaria de fornecer para ser considerada como sua última vontade, caso necessário?
Em casa, na estante que fica no meu quarto, há um livro de capa azul com detalhes em prata. Entregá-lo a Anika Diefenbach.
13. Observações Adicionais (caso necessário):
Nada a acrescentar.
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tarronvaughn · 3 months
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‘ hey Tarron , uh , why are you holding your hand over your mouth ? ’
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Aquele era um movimento involuntário seu sempre que a olhava a distância. Não tinha o costume de fazê-lo em todas as situações, apenas quando se pegava a admirando em público, pois sorria abertamente e não queria que Anika percebesse isso e fosse tirar satisfações com ele — satisfações essas que sempre vinham com socos e lutas indesejadas para Tarron. Era apenas um reflexo antigo, um modo de se proteger, mesmo que não visse nada de errado em sorrir ao vê-la. — O quê? — perguntou, baixando a mão e seu rosto assumindo a expressão séria comum. — Ah, é que eu tava pensando em umas coisas, nem percebi que tava fazendo isso.
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tarronvaughn · 3 months
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3.  MEDIC :  for one muse to show up at the other’s doorstep injured.
Precisou olhar mais de uma vez para a figura sentada à distância para ter certeza de que era Anika, sozinha, tentando enxergar algo nas próprias costas. Esperou por um minuto para ver o que aconteceria, mas no fim sua curiosidade falou mais alto e Tarron caminhou até ela, devagar e silenciosamente para que ela não o exortasse para longe na primeira oportunidade. Ao se aproximar, no entanto, o que o Vaughn pode ver foi que Anika não tentava ver algo, mas sim cuidar de um ferimento aberto em sua pele. — Quem fez isso com você? — foi a primeira coisa que saiu de sua boca, uma fala involuntária e preocupada. Seus olhos analisaram o machucado enquanto Tarron indagava internamente quem tinha conseguido se aproximar o suficiente de Anika e tido coragem de machucá-la. Quem quer que fosse, ele tinha pena de como a pobre alma deveria estar agora. — Foi um rasgo feio, Anika, precisa passar algo nisso — falou, sem se importar com a resposta que ela lhe daria para aquela sua fala, pois há muito tempo tinha sido colocado em sua cabeça que Anika machucada, garantidamente, sempre terminava sendo um problema para ele e Tarron não permitiria que aquilo se tornasse um problema seu, não ali, não naquele momento. — Me dá o algodão, me deixa fazer isso — se ofereceu, aproximando-se e estendendo a mão. A recusa óbvia da mulher o fez revirar os olhos com força. — Você tem olhos nas costas agora para conseguir fazer isso sozinha? — perguntou, aborrecido, pois sabia que daquela forma ela não conseguiria cuidar do ferimento da maneira certa e um corte poderia evoluir para algo bem pior se não fosse cuidado da maneira certa. — Para com essa porra, você fala demais, me dá esse algodão que eu faço o curativo — a cortou no meio de sua fala e então tirou o algodão das mãos dela, levando-o à área machucada da mulher e limpando com cuidado. — Só fica quieta.
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tarronvaughn · 3 months
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💔 = Has your muse ever been heartbroken? If so, explain what happened.
Sim, mas não por conta de uma relação romântica. Tarron já teve o coração partido inúmeras vezes, todas por conta do pai e da preferência explicita e pública dele pela Anika. Tudo que o Vaughn quer é ser o orgulho do pai, mas o Lorde não se importa com ele.
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tarronvaughn · 3 months
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confess something/tell me a secret
— Por que eu confessaria algo a você se tudo o que vou receber são julgamentos e piadas? — perguntou, a crítica clara em sua voz, mas revirou os olhos e deu a ela o que pedia no fim. — Eu entendo o porquê do meu pai preferir você. Não gosto, mas entendo.
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tarronvaughn · 3 months
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‘ free food ! ’
— Onde? — perguntou, erguendo o olhar do livro que lia para encontrar a pessoa cuja voz tinha anunciado comida de graça. Não que ele não fosse capaz de comprar comida, muito pelo contrário, mas comida era sempre bem-vinda e de graça era ainda melhor. Tarron buscou pela pessoa que distribuia a comida e foi até lá garantir um pouco para si. Quando voltou, ofereceu um pedaço a quem estava ali. — Valeu, nem percebi que estava com fome. Pega aí um pedaço, vai, nada mais justo. Quer juntar o meu e o seu? Assim cada um prova um pouco de tudo e sai feliz.
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tarronvaughn · 3 months
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hc + 💔 for a headcanon about a sad experience
Finalmente ele havia conseguido. Tinha sido necessário observar atentamente cada movimento dela, assim como treinar em qualquer tempo livre e sozinho que tinha, longe de sua mãe e dos servos, mas tudo o levara àquele momento em que tinha Anika, no chão, com um rasgo no braço e a espada dela longe demais para ser alcançada.
Finalmente, Tarron a tinha vencido em batalha.
Ele buscou pelo pai com o olhar, a própria espada ainda apontada para o rosto da garota, e o encontrou vindo em sua direção com a expressão de raiva mais tenebrosa que já havia visto. De sua boca, a palavra "pai" saiu como uma pergunta, mas o lorde não o respondeu com palavras, apenas desferiu um tapa forte contra o rosto de Tarron, que largou a espada, espantado, levando ambas as mãos ao rosto. Lágrimas imediatamente começaram a deslizar pela face do garoto, novo demais para entender o que tinha feito de errado, já que era aquilo o que Anika fazia com ele e que deixava Lorde Vaughn extremamente feliz. 
Com o rosto ardendo, Tarron foi corajoso o suficiente para olhar na direção dos dois e o que viu foi mil vezes pior que o tapa: Lorde Vaughn aninhava Anika em seus braços com cuidado, a aconselhando a ser forte e não chorar enquanto a levava para longe do campo de treinamento, para longe dele, deixando-o sozinho para lidar com a própria dor e mágoa.
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