É altamente improvável que quer Adolf Hitler, quer Winston Churchill, soubessem sequer da existência das Minas de Regoufe ou das Minas de Rio de Frades.
Mas a verdade é que estes dois complexos mineiros foram explorados, durante a II Grande Guerra Mundial, por ingleses e alemães. Inimigos nos campos de batalha da Europa, mas que pelos lados de Arouca viviam em paz absoluta.
A razão para esta convivência é muito simples e dá pelo nome de volfrâmio, um minério essencial ao esforço de guerra de nazis e aliados e que abundava em Portugal.
O Estado Novo, nos anos de brasa de Oliveira Salazar, viu ali uma oportunidade de ouro e não se importou que as duas partes em conflito viessem ao nosso país abastecer-se. Pelo preço certo, claro está.
No ano de 1941, foi constituída a principal empresa de exploração de W-Sn em Regoufe, a Companhia Portuguesa de Minas, que funcionou essencialmente com capitais e administração britânicos. Ficou conhecida como a «Companhia Inglesa» e a ela se deve importantes melhoramentos na região, como a abertura de estrada a partir da Ponte de Telhe, a instalação de eletricidade e telefone nas minas. Contudo, os menores investimentos efetuados pela «Companhia Inglesa» comparativamente à «Companhia Alemã» ficaram a dever-se ao facto de os ingleses explorarem o volfrâmio não por necessidade direta da matéria-prima mas para bloquearem o acesso dos alemães à mesma.
Este polo mineiro encontra-se bem demarcado espacialmente da aldeia agrícola tradicional homónima, da qual dista poucas centenas de metros. As ruínas monocromáticas de granito surpreendem pelo estado de abandono e destruição, conferindo a este local um estranho sossego, apenas entrecortado pelo vento e por um ou outro rebanho de cabras, que por vezes agitam as encostas e espantam o silêncio.