Tumgik
#e como estou sem o programa de edição... vai esse quebra galho do canvas
smeeagull · 3 years
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YO HO, UMA VIDA DE PIRATA PARA TODOS! A nossa nova habitante costumava se chamar SMEE, do conto PETER PAN, e antes da névoa da maldição arrastá-la até Storybrooke, ela estava no SKULL ROCK, lá na NEVERLAND. Aqui na cidade você talvez a encontre se procurar por uma tal de SCYLLA SCHMIDT, que é TRIATLETA OLÍMPICA.
O PERSONAGEM ESTÁ ACORDADO?
Sim, está acordada, mas mantém-se disfarçada. Por conta das suas condições como membro do Jolly Rogers, ‘Smee’ continua desaparecido.
OCUPAÇÕES:
Instrutora do The Jungle Jump e Sereia Profissional no Canto da Sereia
ANTES DA MALDIÇÃO
Era uma vez uma pequena garotinha num reino de contos de fada à beira do mar. Seus olhos de meia-noite e puxados no mais delicado floreio destacavam-se nos redondos azuis e esverdeados. Safira, esmeralda, citrinos e avelãs; as nuances coloridas tão puras e facilmente absorvidas pelas orbes ônix. Seus cabelos escorregadios causavam inveja, incapazes de manter o penteado daquelas mulheres e ganhando delicados carinhos no topo da cabeça em admiração. A menininha era formosa, astuta e ligeira, com o rosto redondo sempre voltado ao mar. Ondas chamando-a no canto secreto, a água acariciando o tornozelo sempre que entrava em seu domínio com o vestido erguido além dos joelhos.
Scylla. Scylla era o nome dela. E assim como a entidade que lhe nomeava, seu destino estava prestes a tomar proporções catastróficas.
Esperado que a paciência da governanta se esgotasse depois de alguns anos. A menina exótica chamando mais atenção do que as filhas enroladas em fita e seda. Não por sua educação, muito menos pela etiqueta; se possível, Scylla era uma dama mediana de porte passável. O que chamava atenção era o espírito, a forma como enxergava as coisas. A sempre disposição de ser útil e ajudar, metendo-se em todo o tipo de enrascada pelo bem de quem detinha sua indubitável lealdade. Ganhava no charme de suas palavras curiosas, do jeito comedido de entrar em situações de risco sozinha e ... E a noção inata de encontrar perigos antes de se jogar neles. Scylla era uma contradição por si só, duas partes diferentes e opostas vivendo num mesmo corpo; e dando luz a uma mistura de encher os olhos.
Nos perdemos na história, não? O que posso fazer? A menina é um encanto!
Sem pais para defendê-la e todo um reino contra, Scylla foi expulsa do palácio. Simples assim. Uma manobra muito bem planejada pela Rainha e, na calada da noite, Scylla foi sequestrada e levada para longe. De início, nada podia ver e ouvir. As mãos mãos amarradas atrás das costas, corda ligando aos pés bem firmes juntos, numa posição que dificultava demais a respiração e fazia gritar a coluna arqueada. Sacudida e sacolejada, tratada como um saco de batatas no que parecia uma carruagem; e o cheiro de peixe e maresia aumentando a cada metro. Pelo o que percebeu, deveria estar dormindo - ou apagada - porque foi cutucada antes dos homens começarem a falar em voz baixa. Ainda bem que sabia se fingir de morta! Golpes de estado e assassinatos, famílias destruídas e linhagem apagada do mapa. Uma história tão mal contada que a garotinha não conseguia acompanhar, parecendo ir do fim para o início sem respeitar a linha do tempo. O que entendeu? Medo. Algo causava muito medo na realeza e esse medo tinha seu nome.
O que aconteceu dali por diante foi um tanto absurdo e uma provação para a pequena Scylla. Se tinha dúvidas de que adaptava-se a qualquer cenário e local, todas foram abaixo nos anos seguintes. Era jogada de navio em navio como moeda de troca, seu cabelo cortado bem curto disfarçando o sexo amaldiçoado entre os piratas. Seu corpo magro e a falta de curvas facilitava o disfarce, este sendo instruído e incentivado desde o início. Esconder para sobreviver, fingir para comer. Scylla virou Smee. Um marujo escorregadio e boa praça, uma alma viva nas tavernas e um conselheiro estranho nos momentos mais obscuros. Existia algo nas palavras, no modo de falar, que inspirava confiança e sabedoria. Facilmente embarcava nos navios com segurança, oferecendo os serviços em troca de estadia e transporte. Que serviços, você pergunta, eu digo. Todos. Qualquer um. De confidente à auxiliar de cozinha, esfregando o convés ou vigiando a costa no alto do mastro. Não tinha vergonha, muito menos tinha o luxo de reclamar.
E assim, pulando de galho em galho, ouvido esticado para todas as informações seu destino cruzou com o do Capitão James. Estava no rastro daquele navio a muito tempo, afinal, era do Reino que a tinha colocado para fora. Usando cada moeda para ter certeza de que era importante, descobrindo o que podia sobre segurança e rota. E, o mais importante, o pirata mais insano para topar aquela tarefa. O preço da informação era bem simples, pois Smee não tinha desejo algum em ter uma parte da pilhagem. Ela queria... participar. Ter espada em mãos e satisfação no rosto ao destruir tudo. Roubar a carga, reduzir o navio a palitos de dente. Mandar uma mensagem que somente ela saberia o significado, a Rainha no trono inalcançável.
Seria surpresa alguma dizer que o trato foi fechado ‘dignamente’? A pilhagem foi um sucesso, com suas baixas e vantagens? Scylla jurava que podia ouvir os gritos dali, como se pudesse ver o palácio além da linha do horizonte. A fortuna dividida trazendo festa e exageros por semanas? Surpreendente mesmo foi o apego. O fascínio no Capitão com sua própria reputação e história, na inveterada personalidade e na sede da adrenalina que Smee começava a tomar gosto. O que deveria ser um momento compartilhado transformou-se em dois, três. O disponível Smee recusava serviços e ofertas, preferindo manter-se na segurança - a piada! - de Jolly Rogers. E atrevia-se a considerar, tamanha a ousadia que carregava na intimidade do disfarce, que fazia crescer o mesmo sentimento no Capitão. Uma parceria, certeza; forçando o limite para uma amizade não declarada.
Scylla não tinha medo de tempestades, amava o mar revolto como o próximo caneco de cerveja. Sorria para a água que alcançava o mastro e varria o convés. Mas... Tinha algo diferente naquela. As estrelas estavam erradas, a linha do horizonte não ficava firme. E, ao acordar num lugar completamente estranho, o estômago nunca mais foi o mesmo. A terra paradisíaca de Neverland era um banquete para qualquer pirata que se preze, mas causava estranheza em Smee. A pele comichava e esticava, mudava como se não estivesse na posição certa. A personalidade ficou diferente, igual e diferente. Sempre olhando por cima do ombro, encarando com desconfiança as criaturinhas pacíficas. Analisando demais o pó das fadas que capturava com a rede, esfregando na mão para ter mais do brilho na palma. Se esconder ficou mais difícil. Pelos cresciam, formas apareciam, e mais tecido era necessário para manter escondido os seios. Neverland tinha um ar diferente, a abundância de alimentos e a facilidade. Foi com horror que Scylla passou pela pior dor de toda sua vida. O baixo ventre retorcendo-se em revolta, de sangue pintando suas calças e o olhar colérico do Capitão.
Não era nada humilhante ficar de joelhos e implorar uma segunda chance. De exaltar suas qualidades, de trabalhar três vezes mais que todos e garantir que nada sairia dali. Eram anos trabalhando juntos, lado a lado, nada disso contava quando um detalhe subia à tona? O coração de Scylla parou com a condição saída dos lábios de James e a brancura do rosto ao assentir à tarefa tinha um tom fúnebre. Sangrando mesmo se jogou na água e nadou até a costa, confiando na promessa que ele só zarparia dali a três dias. Aqueles dias e noites ficariam para sempre na memória da pirata, guardadas a sete chaves no canto mais obscuro da sua mente. O que tinha feito para conseguir... O que precisou passar para provar seu valor...Nas últimas horas do terceiro dia, o bote trouxe um Smee ensanguentado e magro, a mão trancada em punho só abrindo na sala privada do Capitão. Por favor, pediu e Obrigado saiu em prece com a aceitação.
Peter Pan já era um empecilho antes da Prova de Valor, mas se tornou ainda pior a partir daquele dia. Tudo no menino eterno irritava, fazia correr em chamas o sangue do pirata de olhos meia-noite. E não existia arma ou espada que atravessasse o escudo mágico que carregava. Porque só podia ser! Aquele ser endiabrado escapando sempre no último segundo, zombando da inacurácia de seus golpes. Mostrando o ser pervertido que era com cada nova adição ao grupo seleto, meninos que se vestiam de um jeito diferente. Crianças tão novas quanto ela ao ser expulsa... Quando os crimes de Pan fizeram sentido em sua cabeça, a mesma obsessão instaurou-se no imediato. O ódio cego com o absurdo, as vidas- As crianças eram meninos e ela se via ali. O monstro da Rainha no Rosto de orelhas pontudas de Peter. Poderia ter rumado para um fim pior, sacrificado a própria vida para conseguir qualquer coisa que pudesse deter Pan; se não fosse o crocodilo. Tendo que ajudar a afastar o enorme réptil e suturar a mão decepada, a realidade voltou à mente do pirata. Neverland tinha se infiltrado demais, deixado tudo fantasioso e mágico demais para seu gosto. Smee enfiou o pé no freio, desacelerou tudo para melhor entender o que fazia.
Aos trancos e barrancos mudava sua forma de agir, assumindo uma posição que a tempos não tinha contato. Conselheiro, voz da razão, o chato que pedia para Gancho se acalmar e pensar direito. Uma pena que demorou demais nessa nova missão, seus esforços caindo por terra quando os planos foram substituídos pela mudança drástica de cenário.
DEPOIS DA MALDIÇÃO:
Scylla é filha única de mãe chinesa e pai mestiço, coreano e alemão. Residente desde sempre de Storybrooke, estudou no colégio local até demonstrar aptidão excepcional ao atletismo. Sua resistência nas atividades físicas combinando com uma categoria que não era muito explorada. Desde cedo foi incentivada a seguir a carreira de atleta, os pais bem mais mente-aberta do que os dos amigos da mesma nacionalidade. Equilibrava com alguma dificuldade os estudos e os treinos, e seus esforços foram reconhecidos por um olheiro. Entrou na equipe nacional no mesmo ano, assumindo uma das vagas para as Olimpíadas dali a um ano. Sua primeira participação rendeu a medalha de bronze no triatlo feminino, um feito histórico para a idade e país. Mais um pouco de treino e os pódios em competições adjacentes apareceram, metais variados pendendo do pescoço. Na Olimpíadas seguinte ganhou o tão sonhado ouro. Scylla, no entanto, só permitiu que a farsa fosse até aí. Chamou os amigos para um mountain bike e deliberadamente sofreu o acidente que a tirou das competições. Claro que os pais ficaram chateados, mas forneceram todo o apoio - com suas condições, é claro. Vive sozinha em Storybrooke, os pais permaneceram na Capital, com a obrigação de cursar qualquer coisa para ‘ter um futuro’. E de trabalhar no Jungle Jump para ‘aprender a se remendar em acidentes’. E de sereia profissional para ‘manter o fôlego em dia’.
HALLOWEEN MACABRÍSSIMO ( FREAKSHOW DAY 2 )
Scylla não esperava aquela atração pela Tenda da Sereia quando pisou no Circo no segundo dia das festividades de Halloween. Tampouco lembrou o que aconteceu na manhã seguinte, quando acordou do lado de fora encharcada até os ossos. A verdade foi o despertar de sua ascendência secreta, o segredo guardado pela Rainha de tão tão distante para manter o Reino seguro. A carta explicando ainda está coberta de poeira, no fundo de um baú com os espólios da pilhagem do barco, esperando para ser lida. Contudo, o calor que veio consigo quando era o bebê, e que a mãozinha gorducha não soltava, voltou à superfície. A pedra envolta do metal iridescente carrega o poder de amuleto, conferindo a Scylla a possibilidade de migrar entre a forma humana e a forma aquática. Os instintos novos ficavam mais aflorados, a personalidade um pouco mais caótica, e o rosto que só podia ser justificado pela particularidade de sua progenitora. Scylla ainda não entende esse poder e evita usar o colar, mas... Andando nas areias da praia, o chamado do mar se torna mais forte e a menina se torna sereia, afundando e buscando alguma vítima desavisada. Ou testando a cauda estranha nas suas mais peculiares manobras.
CURIOSIDADES
Não sai de casa sem colocar maquiagem no rosto e arrumar bem os cabelos, do jeito mais feminino possível. Se antes se disfarçava de homem para continuar no Jolly Rogers, agora assumia todo o eu feminino para continuar escondida.
Unhas postiças para se policiar no hábito de roê-las e saltos altos ocasionais... Scylla só não morre para conversar sobre esses tópicos porque ganhou o pacote gratuito de como ser uma garota com a maldição.
As marcas de corda dos pulsos e tornozelos são suas cicatrizes mais visíveis, e escondidas com joias de ouro e pedras preciosas. Ainda era uma pirata, certo? Expor o espólio estava em seu sangue.
Carrega consigo o colar de pedra para todos os lugares e sempre tem um dedo roçando o pingente. A luta contra os desejos daquele objeto cada vez mais difícil.
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