Tumgik
#aproveitar a inspiração q chama ne
averyrevelio · 3 years
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01 - Honor above all... and perhaps some fun.
Nik havia acabado de sair da sua prática diária de meditação, seguida de surf matinal com um belo sweel que se formara na praia de Vouliagmeni do qual Nik não podia deixar de aproveitar. Ele conhecia os esportes trouxas desde muito pequeno, apresentado pela sua mãe que era fascinada em como eles eram criativos em criar estratégias e ideias dos mais diversos estilos para competir. Com o tempo, Niklaus foi aprendendo um pouco de tudo, e o que a mãe mais gostava de fazer era levar o garoto para a praia para praticar surf, acabando-se de rir com os primeiros caldos que ele levara. Aquilo era, definitivamente, uma lembrança feliz. 
A família Avery, ou pelo menos o que sobrara dela, vivia numa casa de arquitetura moderna à alguns metros da praia, que deixara a muito tempo de ser um lar. Sempre que Niklaus saia, deixava seu pai dormindo até tarde, a casa sempre em uma eterna bagunça enquanto feitiços de limpeza faziam o que podiam para manter o ambiente habitável. Contudo, nesse dia, a volta foi um pouco diferente. Caminhava tranquilo pela rua de ladrilhos quando avistou de longe a chegada de Buddy, sua fiel companheira, uma coruja orelhuda, e logo ergueu o braço para recebe-la. 
— Hey Buddy, o que foi, uh?! Entediada daquele chiqueiro?  
Buddy se fazia presente em todos os momentos, e sempre que tinha algo acontecendo, voava pra ele imediatamente. Se pudesse falar, com certeza seria a maior fofoqueira. Niklaus subiu as escadas laterais, liberando Buddy de seu braço, deixando a prancha ao lado do chuveiro encantado externo da casa, para em seguida tomar a ducha e tirar o sal do mar. Inspirou profundamente. Aquelas pequenas coisas lhe traziam paz. Mesmo apreciando a vida bruxa, aquilo o fazia se sentir vivo tanto quanto a magia. Inusitadamente, algo aguçou sua audição e olfato. Fazia tempo que não ouvia aquilo, nem sentia... aquele cheiro. Juntamente com o barulho dentro da casa, Nik sentiu o cheiro de comida fresca, peixe e especiarias.  
Andou cautelosamente, o cenho franzido, em direção a porta da cozinha, e logo ficou estupefato com a cena diante dos seus olhos: dois elfos domésticos ocupavam o cômodo, trabalhando alegremente. 
— O que diabos está acontecendo aqui? — Um deles se encolheu completamente, como alguém que acabou de fazer algo errado e levou uma tremenda reprimenda. O outro, uma fêmea, lhe abriu um grande sorriso.
— Mister Niklaus, o senhor nosso mestre contratou Inna e Tink para organizar tudo! Inna está feliz por estar com seu amigo Tink à servi-los. 
Nik continuava incrédulo, as vozes na sua cabeça não paravam de se comunicar entre si, não o deixando em paz. Adentrou a casa empertigado a procura do pai, ignorando completamente os elfos à sua frente. 
Nero Avery se encontrava sentado na sala, todo na beca. 
Aonde ele vai arrumado desse jeito? Não, não... o que ele está fazendo? Nik balançou a cabeça, tentando afasta-las e pensar por si próprio. O que diabos seu pai estava fazendo fora da cama, tomado banho, roupas limpas e ativo?. Desde a morte de Nice, Nero só saía da cama para comer e, as vezes, tomar banho, e a casa toda era uma imundice; mas lá estava ele, ainda com um aspecto cansado, mas sua postura impecável estava de volta, e definitivamente não era mais aquele homem abalado de outrora.
— Finalmente você chegou, pensei que havia se afogado.  — Um tom mais do que desinteressado, e o olhar no jornal a sua frente.
— Você pode me explicar, exatamente, o que está acontecendo? Eu saio por algumas horas e o majestoso Nero Avery está de volta?!  — Niklaus franziu as sobrancelhas, apertando os lábios com tanta força que podiam se fundir em um só. 
— Algumas mudanças aconteceram, é verdade. Sua mãe está morta, todos já sabem do meu paradeiro, não há mais o que fazer. — Nero deu de ombros. 
Aquelas palavras atingiram o garoto como um soco no estômago. Como ele podia falar dela daquele jeito?... Não, não importa a maneira como ele fale, a culpa é toda sua!, as vozes não paravam. Os olhos do mais velho ainda se encontravam no jornal em suas mãos, o Profeta Diário, sem dúvidas; era a única coisa que nunca parava de chegar pela coruja de seu pai, trazendo todas as últimas notícias. 
Antes que Nik pudesse abrir a boca para falar, Nero ergueu os olhos, aqueles olhos negros da linhagem Avery que por muitos meses amedrontaram o garoto. Faziam meses que esses mesmos olhos sequer o notavam, e lá estavam eles, olhando-o como se tivesse acabado de ter uma grande ideia. 
— Arrumando as malas para fazer alguns investimentos, primeira parada em Gringotes, ficarei algum tempo fora, mas isso não faz diferença já que em breve você voltará para a escola. — Nero virou o jornal para Niklaus, de modo que ele visse a primeira página. De onde estava, Nik conseguia enxergar Rita Skeeter, o sorriso mercenário no rosto, e a manchete da matéria que lhe tirou completamente o fôlego.  — Ora, parece que teremos um novo torneio tribruxo, acontecerá nas belas terras francesas. — Beauxbatons? Do que ele estava falando? — Está na hora de você me ajudar a trazer a honra dos Avery de volta, Niklaus, e isto não é um pedido. — Um sorriso macabro se formava em seus lábios, ele ergueu as sobrancelhas. — Sua mãe ficaria orgulhosa. 
Saído de seu estupor momentâneo, Nik agarrou o profeta diário, jogado pelo seu pai, enquanto este se levantava seguindo em direção as escadas, o deixando apenas com as companhias em sua mente para digerir tudo o que acabara de acontecer. Pela janela, sentiu a presença de Buddy, que tinha acabado de entrar e se acomodado majestosamente em seu poleiro. Ouviu um piado e sentiu aqueles olhos grandes e amarelos o olhando com expectativa. Niklaus leu o artigo tentando manter a calma. Alguns fatos sobre Harry Potter foram citados, a derrota de Krum, como sempre, lembrada de forma vergonhosa, e Fleur, pobre competidora de Beauxbatons, injustiçada. A tremedeira nas mãos aos poucos foi passando, conseguindo assimilar o que estava diante dos seus olhos. 
Haveria um torneio tribruxo novamente, e, desta vez, aconteceria nos limites da escola francesa. O pai não precisava de muito para forçá-lo, apenas algumas chantagens emocionais e menções sobre a mãe, pois sabia que esse era o seu ponto fraco e não hesitava em usá-lo. Seus pensamentos e sentimentos agora estavam mais confusos do que nunca, contudo, de uma coisa ele sabia, seus colegas de time com certeza ficariam animados em ver seu capitão colocando o nome no fogo para participar. Flashs passaram rapidamente pela mente de Nik e ele não conseguiu conter um sorriso diabólico no canto dos lábios, erguendo o olhar de encontro a Buddy. 
— Krum não teria chance contra mim esse ano, não acha?! — No máximo, o que poderia acontecer era não ser escolhido, mas diante da sua performance esse ano, duvidava veementemente. E também haviam as garotas de Beaux, ah as veelas… Well Well. Era um competidor nato, afinal, e um tremendo de um desavergonhado. 
Entretanto, todos os pensamentos foram afastados e apenas uma imagem surgiu na sua cabeça: uma bela mulher com feições angulosas e pele bronzeada, nariz arrebitado, cabelos tão dourados quanto o sol e olhos verdes como o Aqueronte. O sorriso dela era impagável, e era esse sorriso que ele faria o que fosse para ver de novo, se pudesse. Sabia que só o veria em seus sonhos mais tranquilos, mas não custava tentar. Correu até a bancada da cozinha e arrancou um folheto de um bloquinho. Os elfos domésticos continuavam seu trabalho como se nunca tivessem sido interrompidos. Nik olhou-os afetuosamente. Por mais que não concordasse com as escolhas do seu pai, não podia negar que estava faltando vivacidade naquela casa. 
— A propósito, o cheiro está ótimo… — Proferiu as palavras com um sorriso de canto e conseguiu ver o elfo, Tink, que antes havia se encolhido, esboçar um pequeno sorriso, antes de subir as escadas para o seu quarto e fechar a porta. Convocou a sua varinha e lançou um feitiço para começar a arrumar as malas, antes que pudesse esquecer de alguma coisa. Em breve estaria de volta, e dessa vez não tinha nada a perder. 
@tripontos
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