respirastes

[respirastes]

passeio pessoal;

Diante dos meus olhos,  uma a uma as ondas se quebram. Na areia, passo a passo, meus traços foram ficando. Vaguei pelo tempo, pelo vento. 

O ensurdecer crescente da distância,  distante do que eu fui, distante do que sou.  Fecho os olhos, sinto percorrer na pele a brisa do mar. Preciso aprender a viver a arte de me libertar.

A dor de levar tudo isso no peito,  me partiu, me parti, para conhecer-me. Um dia, belo dia, estarei livre, livre de mim.  Vou beber a falta de tudo que me falta, anestesiar-me.  Irei me permitir voar,  nessa mesma brisa, deste mesmo mar.  Libertar a poeira do meu ser, permanecer em alguma parte, perdida, esquecida, dessa breve vida. 

Mas de que valem todas essas palavras emboladas, escritas nesta métrica sentida?  /Liberto mesmo… apenas o céu.

cr.

[respirastes]

someone should put flowers in my hair and hold me

[respirastes]

Você é mais linda que as pinturas de van gogh. Tem a pureza de mil girassóis. Seu sorriso decoraria telas inteiras. Quadros famosos sentiriam inveja do quão maravilhosa você é.

[respirastes]

[respirastes]

meço nuvens ouço tons degusto estrelas pinto sons estar perto não é físico.

[respirastes]

“Não deixe eu me arrepender de um dia ter te amado. Não deixe eu escapar assim. Me prende nos seus braços, cola do meu lado, tranca um cadeado, ponha alarme em mim. Não deixa eu chorar no quarto pensando em você, não deixe o tempo apagar, eu posso te esquecer. Me liga toda hora, vigia a minha porta, cuida do meu coração. Resolve os meus problemas, me leva pro cinema. Me leva no seu bolso, me faz de travesseiro, me pendura em seu pescoço feito um amuleto. Você me tem nas mãos, mas não aperta, que eu escapo entre os seus dedos.”

— Tiê.

[respirastes]

Da alma pra dentro a gente é eterno em cada detalhe.

[respirastes]

Olhei pela janela vi o sol se declarando. Mudei a cara fechada troquei por um sorriso. E descobri a beleza dos dias comuns.

[respirastes]

Meu peito salta várias batidas quando você sorri assim. Feito um conjunto de estrelas me tira o fôlego me faz querer sorrir junto [tua harmonia de viver contagia.]

Abandonos-literários.

[respirastes]

“E me dá uma saudade irracional de você. Uma vontade de chegar perto, de só chegar perto, te olhar sem dizer nada, talvez recitar livros, quem sabe só olhar estrelas… dizer que te considero – pode ser por mais um mês, por mais um ano, ou quem sabe por uma vida – e que hoje, só por hoje ou a partir de hoje (de ontem, de sempre e de nunca), é sincero.”

— Caio Fernando Abreu.

[respirastes]

Querido,

Hoje resolvi escrever sobre você ou escrever para você, ainda não sei, no momento apenas escrevo. e esse será o último texto que pretendo te dedicar. eu nunca fui boa com despedidas, nunca soube lidar e não sei escrever sobre elas, mas nunca me dei bem também com o amor e mesmo assim escrevo sobre. estou tentando entender, sei que deveria entender que já teve um fim, que não devo me martirizar, mas eu não consigo, eu penso sempre antes de dormir, sinto que tudo é um erro, nunca estive preparada para um adeus, talvez isso seja um até breve. mais eu estou te deixando, deixando você e nós para trás, acho que até demorei muito para fazer isso. hoje dói menos a dor da sua partida. eu sinto muito, ando sem saber o que fazer e estou tentando ser forte, mas toda vez que acho que já consigo respirar, não consigo. eu li tanto nos livros, assisti nos filmes, e aprendi com a vida, que o que machuca deve ser deixado para trás, mas eu queria ser uma daquelas, que nunca desistem, que no fim conseguem o mocinho e o amor dele e o seu final feliz. mas adivinhe, o mundo não é a Disney, e nem nós dois somos protagonistas de um conto de fadas, o mundo não é justo e não existe fada madrinha ou gênio da lâmpada para nos ajudar. então dear, te deixo essas últimas palavras, essas que tanto me sufoca, espero um dia saber o que fazer com todas.

[respirastes]

orgulhe-se das pequenas coisas

que fazem seu dia ficar mais leve.

seu respirar.

o sair pra rua e ver o sol.

um bate-papo com a melhor amiga.

o vento na cara e os detalhes que só você percebe.

agradeça.

você passou por mais um dia,

e por todos os outros que achou que não passaria.

TCD

[respirastes]

sejam girassóis que crescem no concreto.  sejam flores que florescem nas feridas. 

não espere alguém te salvar, não espere alguém voltar, não espere alguém ler poemas e pensar em você. 

os buracos estão aqui, a vida me abriu feridas no peito. a dor está aqui, apalpo as paredes do coração e encontro vestígios de todos aqueles que já se foram. a arte passa pelos meus olhos, descansa nos meus sonhos. 

eu sou muito maior do que os julgamentos de uma sociedade. eu sou muito maior do que a minha autossabotagem.  eu sou muito maior do que a minha ansiedade.  eu sou muito maior do que um corpo. 

de verso em verso e poesia vira uma revolução em mim. hoje sou mar, e acredite, a maré está sempre alta.  me transbordo para desfazer os nós da garganta, mas não me  afogo.

cr. 

[respirastes]

quero minha vida sempre cercada de arte música poesia literatura café e você.

geovana caroline.

[respirastes]

Escobar,

Você habita cada curva e ínfima depressão que me detalha. Não há tempo de se envergonhar pelas marcas, arranhões e cicatrizes. Tudo já foi visto, tocado e sussurrado numa voz que conhece cada nuance da minha respiração. Há um lembrete de memória boa em cada caminho dedilhado. Você sabe sobre a pinta que tenho na costela direita tanto quanto sabe que a boca na linha da clavícula causa suspiros. Vezenquando penso em dizer que sua respiração no osso do quadril me faz arfar em expectativa, mas você prefere fazer com que eu me perca no caminho.

Então há dedos cravados na carne e caminhos em saliva. É tudo bonito porque soa como se não houvesse mais nada além de você escorrendo nos meus poros, dedilhando a pele arrepiada, marcando com as unhas todas as coisas que não dizemos. Porque você me toma num gesto e me ganha em entrelinhas que ninguém mais nota, e no silêncio penso em contar como você se encaixa em todos os devaneios que tenho antes de adormecer. Mas sua respiração está debaixo dos meus dedos e não há nada mais a ser dito.

Amo na calmaria que se desfaz após o furacão. Seus trejeitos passeiam por mim durante horas, recordo as memórias como num filme por dias. São desses momentos em que haveria para dizer, mas prefiro beijá-lo uma vez mais. Vezenquando até nosso gosto por palavras sabe que elas não são necessárias.

Nada seria tão bonito não fosse pelos seus olhos de sono que miram com aquela preguiça boa de quem tem tempo de sobra. E eu amo tudo sobre sua respiração entrecortada na minha boca e as mãos que fazem o caminho das costas até o quadril como quem decora cada linha. Você reside em cada terminação nervosa. Eu seria capaz de me perder sob seu tronco todos os dias e sabemos que ainda assim não seria o suficiente.

Você estava com o nariz nos meus cabelos há minutos atrás e eu já sinto sua falta,

Cecília.

G.

[respirastes]

você tem dores morando em lugares em que dores não deveriam morar 

rupi kaur

[respirastes]