Tumgik
raulmottajunior · 4 years
Photo
Tumblr media
A alta gastronomia carioca anda se reinventando. Ou se renovando, como preferem definir os chefs que seguem tocando suas cozinhas “do jeito que dá”. E o jeito que vem dando é o delivery, que já virou uma tendência que deve permanecer no pós-pandemia.   A saída é óbvia para a maioria dos negócios do ramo, mas em alguns dos restaurantes estrelados do Rio é a primeira vez que um chef troca a composição de um prato por uma embalagem, ainda que bem charmosa. Com a reabertura gradual à vista depois de uma longa quarentena, os serviços de entrega viraram novas oportunidades negócios para essa turma, que ainda tem pela frente um cardápio indigesto de prejuízos a serem recuperados. Muitos restaurantes do Rio não vão nem reabrir, mas, felizmente, há pitadas de otimismo em meio à crise. Rafa Costa e Silva, à frente do Lasai, em Botafogo — no ranking dos melhores restaurantes do mundo — encontrou no delivery uma reinvenção, já que nunca tinha feito isso.   Ele abriu o Empório Lasai, que aproveita o interesse crescente das pessoas em colocar a mão na massa. Manda para a casa do cliente, dentro de uma caixa lindamente montada, todos os ingredientes para uma experiência completa no padrão Lasai, com entrada, principal e sobremesa. Sai por R$ 290 para duas pessoas.   — Não se leva mais de 15 minutos para preparar. Mando tudo 90% pronto, para dar a possibilidade de o cliente finalizar, inovar e se divertir também — diz Rafa. — É o jeito. A pandemia e a crise vão se estender por um bom tempo. Não penso em abrir por agora. Daí, parti para um negócio novo. Preciso pagar as contas. Felipe Bronze, o único detentor no Rio de duas estrelas Michelin, com o seu Oro, no Leblon, concorda que muitas restrições perdurarão após a quarentena e diz que restaurantes como o dele serão cada vez mais para poucos: — O mercado vai encolher muito. Teremos menos clientes para atender, menos pessoas trabalhando. A solução está na casa das pessoas. É para lá que os restaurantes terão que ir — diz Bronze, cujo principal auxiliar, o chef Rodrigo Guimarães, toca o At home, delivery com pratos do Oro e do Pipo, outra casa do grupo. Na garupa da ‘scooter’ E os restaurantes “estão indo” com embalagens caprichadas e eficientes, além de pratos mais elaborados e alguns serviços impensáveis há algum tempo. Como a incursão inédita do Cipriani no serviço em domicílio. O chef Nello Casesse reuniu em uma caixa o “Menu do Chef”, referindo-se à mesa para lá de exclusiva que o restaurante do Copacabana Palace mantém dentro da cozinha.   Nela são servidas as mais finas iguarias da casa. A ação do Cipriani foi pontual, no Dia dos Namorados, em parceria com o aplicativo Rappi (R$ 190, com entrada e a Lasagna alla Norma, de frutos do mar, como principal). Diante do sucesso, Casesse planeja novas edições. O restaurante de cozinha italiana Gero, de Rogério Fasano, que há 18 anos fincou bandeira em Ipanema, também nunca tinha feito entregas. Mas logo no início da pandemia, criou um cardápio selecionado com rigor pelo chef Luigi Moressa para entrar nesse mercado. — Tivemos que escolher pratos que “viajam” bem, chegam perfeitos na casa do cliente — conta Fasano. O empresário mantém iliais do Gero no Leblon e Barra para distribuir as embalagens de papelão reciclável por meio de entregadores em scooters elétricas supercharmosas.  — Como deu certo, a ideia é que, mesmo após a reabertura, estes pratos continuem sendo oferecidos por delivery.   'Dark kitchen' Thomás Troisgros, sempre com o pai Claude Troisgros e seu fiel parceiro Batista, não só partiu para a entrega em um dos restaurantes do grupo, o CT Brasserie, como ainda aproveitou a espaçosa cozinha de outro, o Le Blond, para tocar uma nova empreitada: um delivery de pratos simples, descomplicados e baratos, chamado Do Batista.   Com menos de um mês de vida, virou um dos sucessos da quarentena. E, pelo andar das quentinhas, vai ganhar um espaço físico após a pandemia. O restaurante da nova marca deve abrir num shopping da Zona Norte do Rio quando os tempos normalizarem, mas o delivery seguirá funcionando. “Vamos ter menos clientes para atender, menos pessoas trabalhando. A solução está na casa das pessoas” FELIPE BRONZE Dono do Oro — O que era apenas um serviço extra do restaurante, virou parte da operação. E vai ser assim daqui para frente. O delivery se estabeleceu — diz Thomás, que prefere encarar o atual momento como de renovação e amadurecimento de projetos.   O empresário também criou a Três Gordos, uma hamburgueria virtual, sem salão, mesa ou clientes presentes. Só faz entrega. É o modelo de cozinha em alta chamado de dark kitchen. — As quentinhas, de culinárias distintas, saem de uma mesma cozinha. Isso não é reinvenção. É renovação, evolução. São os novos tempos... — filosofa Thomás. Valor no simples Pedro de Artagão, que comanda casas como Irajá, Formidable, Cozinha Artagão e o quiosque Azur, também buscou a simplicidade. A Oficina do Estrogonofe que ele criou se tornou uma bem sucedida operação só com esse clássico prato de carne, com 300 pedidos por dia.   — Sempre pensei em ter algo só com estrogonofe, feito como manda o figurino, que é, desde sempre, um dos pratos mais pedidos dos meus restaurantes. Parado, precisava agitar o meu caixa. Foi aí que coloquei em prática esse projeto com o uso de duas das minhas cozinhas — conta o chef. Artagão está conseguindo cobrir o salário dos funcionários com o serviço e enfatiza que vai mantê-lo como um dos negócios do seu grupo após a pandemia. O estrogonofe viaja, com acompanhamentos, num plástico fechado a vácuo. Um achado. Ainda que pouco ecológico, o advento, muito usado para armazenar ingredientes nas cozinhas, foi o grande propulsor dessa versão de delivery mais requintada. Com a técnica, tudo “viaja bem”, de salada verde a feijoada, incluindo o Dry Martini ou outros drinques. Sem turbulências. Aconchego a vácuo O brasileiríssimo Aconchego Carioca, de Kátia Barbosa, fechou suas três unidades, mas também foi para o lar do cliente. Passou a operar um delivery próprio no Aconchego da Praça da Bandeira e evoluiu para o Katia Barbosa em Casa, também adepto da embalagem a vácuo.   — É uma nova realidade, tivemos que nos adaptar. No meio do caminho, as operações do Leme e do Leblon se tornaram inviáveis, e fechamos. Montamos um delivery de receitas com alguns pratos que marcaram a minha história, como o Bobó de Camarão e o Baião de Dois — conta a chef.   Katia também manda entregar receitas do Kalango, pequeno restaurante que mantinha na Praça da Bandeira e que deixou de ter endereço físico após a crise. Foi incorporado pela nova marca de delivery. A chef ainda criou um canal de venda de doces de mulheres entrando no mercado: — Esse projeto eu chamo de Panelinha da Katita, e tem de tudo, bolos artesanais, compotas, pudins, sobremesas cheias de brasilidades. Foi preciso ser criativa e adaptar os negócios ao atual momento”. Outra reviravolta “do jeito que deu” é a da rede de restaurantes La Cevicheria, que está pela Zona Sul com cervejas e ceviches e lançou o La Carioca Suprimento, um delivery onde disponibiliza os insumos usados na casa para seus clientes. Vai de hortifrutis, toda a sorte deles, e mais pescados e carnes, que chegam lavados, descascados, higienizados e, no caso das carnes, já cortados e embalados advinha como? No vácuo. Surgiu na pandemia, quando resolveram aproveitar a expertise em escolher insumos para compartilhar E a Casa Julita de Serpa, famosa pelos chás das cinco que serve, conseguiu levar o serviço de petit fours, bolinhos, toda a sorte de sanduiches e pâtisserie finíssima, à casa dos cleintes. Você pede e chega pontualmente às cinco da tarde.   Revelações O momento tem revelado ainda novos nomes, como o de Thiago Rossetti, formado no Le Cordon Bleu londrino, que correu mundo, viveu na Ásia e que há dois meses abriu o Mar Mita, uma cozinha virtual especializada em pratos asiáticos feitos com técnica européia: pratos indianos, tailandeses, chineses. Um achado. Malu Mello é outro nome que apareceu no mercado. A chef nasceu em Paty do Alferes (RJ), numa fazenda de onde chegam todos os ingredientes que usa na sua cozinha. Malu não tem restaurante fechado, mas também ficou com atividades prejudicadas. Ela trabalhava com catering, assinando grandes eventos. Com a pandemia, migrou para o delivery. Hoje, suas criações simples e bem executados podem ser desfrutadas em casa. São tempos de reinvenção e de renovação na gastronomia carioca, tudo junto e misturado. É o novo de hoje. E, tudo indica, do amanhã também. Fonte: Globo Postado por: Raul Motta Junior Foto: Roberto Moreyra / Agência O Globo
0 notes
raulmottajunior · 4 years
Photo
Tumblr media
Após três meses com a circulação suspensas, quando começaram as medidas de isolamento social, os bondes de Santa Teresa voltaram a operar nesta quarta-feira com diversas medidas de restrição para evitar a contaminação entre os passageiros durante as viagens. A autorização para a volta do transporte foi publicada no Diário Oficial com regras de saúde e distanciamento.   Pelo novo protocolo, os bondes só poderão transportar 16 pessoas por vez, o equivalente a metade da sua lotação máxima. Os passageiros também serão obrigados a utilizar máscaras em todas as viagens. Na estação da Carioca, localizada na Rua Lélio Gama, foi instalado um túnel de desinfecção. A estrutura possui um sensor de presença, que aciona borrifadores com uma solução antisséptica do pescoço para baixo.   Para passar no box, a pessoa precisa ter ao menos 1,4 metros. Isso porque a posição dos borrifadores foi pensada para evitar que o passageiro retire a máscara no momento da desinfecção e também não prejudicar olhos e ouvidos durante o processo. Ainda será fornecido álcool gel 70% para os passageiros.   Apesar dos bondes voltarem a circular todos os dias, há restrições de trajeto e horários. Segundo o texto publicado no Diário Oficial, só haverá transporte entre 10h e 16 horas, mas poderá ser ampliado com o aumento da demanda.   As viagens serão intercaladas de hora em hora e em apenas dois trajetos: da estação Carioca até o Largo dos Guimarães e entre a Carioca e a parada Dois Irmãos. Antes da pandemia o intervalo entre os bondes eram de cerca de 20 minutos.   A volta dos bondes foi comemorada por moradores de Santa Teresa. O desginer de moda Wanglêys Mebarak celebrou o alívio no bolso que a retomada da operação vai causar: — Todos estavam seguindo o protocolo e ainda havia uma marcação em todos os bancos para que as pessoas não se sentassem juntas. Antes tinha que pegar um ônibus até o metrô que a minha empresa não pagava— conta. A suspensão dos bondes de Santa Teresa em março foi mais um baque no sistema que convive com problemas nos últimos anos. Moradores do bairro não pagam tarifa, mas turistas ou cariocas de outras regiões precisam desembolsar R$ 20 para passear nas composições. Fonte: Globo Postado por: Raul Motta Junior Foto: Guito Moreto / Agência O Globo
0 notes
raulmottajunior · 4 years
Photo
Tumblr media
Equipes do Detran-RJ foram às ruas nesta quarta-feira (24) para acompanhar o primeiro dia de retorno das autoescolas. Agentes da Divisão de Aprendizagem fiscalizaram quatro estabelecimentos no Centro do Rio. Apenas uma irregularidade foi encontrada em um dos locais, onde o extintor de incêndio estava fora da validade. Foi instaurado processo administrativo e caso a autoescola não resolva a questão, a penalidade será aplicada. As punições são adotadas, caso a caso, com base na resolução nº 358 do Contran. A partir de hoje, as autoescolas de todo o estado serão fiscalizadas diariamente pelas equipes do Detran. “A reabertura das autoescolas foi autorizada atendendo aos pedidos dos centros de formação de condutores e dos candidatos à motorista. Mas estabelecemos regras de segurança que precisam ser cumpridas. É importante que todos colaborem para que a saúde da população seja preservada”, disse o presidente do Detran-RJ, Marcello Braga Maia. O horário de funcionamento das autoescolas fica a critério de seus proprietários, respeitando as determinações dos municípios onde estão localizadas. Todos os centros de ensino deverão cumprir as seguintes obrigatoriedades: Redução em sala de aula na ordem de 50% de alunos, por turno e dentro das capacidades estruturais de cada Centro, para o aprendizado das aulas teóricas; Criteriosa observação do distanciamento social de pelo menos 1,5 metro nos ambientes de aprendizagem; Uso obrigatório de máscara para alunos/candidatos, bem como para todos os funcionários dos CFCs; Fornecimento de álcool em gel por parte dos CFCs aos alunos e funcionários, nas dependências internas e durante a instrução; Higienização dos veículos de instrução no início e no término de cada aula prática; Limitação de uma aula teórica diária por aluno/candidato. Orientação para os novos protocolos Durante a vistoria desta quarta-feira, os agentes do Detran chegaram no momento em que os instrutores de uma autoescola recebiam orientações do diretor do CFC quanto à higienização dos veículos, exigência de máscara, tanto para eles e para os alunos, além de outras medidas de proteção.   “Ficamos três meses fechados e já realizamos todo o protocolo dos itens de segurança pedidos pelo Detran, como espaçamento nas salas para evitar aglomeração e uso obrigatório da máscara, para evitar a disseminação do vírus. Precisamos nos adequar”, comentou o diretor de um CFC do Centro do Rio, Ricardo Dotting.   Além dos cuidados sanitários, outros itens, como funcionários uniformizados e com crachá, documentação do CFC (alvará e laudo do corpo de bombeiros) e presença de um diretor responsável também foram verificados. No final de cada visita, os agentes do Detran.RJ reforçaram as atitudes corretas para preservar a saúde de todos e distribuíram álcool 70%. Fonte: Globo Postado por: Raul Motta Junior Foto: Divulgação
0 notes
raulmottajunior · 4 years
Photo
Tumblr media
A Sonharte Eventos Infantis leva personagens vivos para festas de crianças, e, com a pandemia, teve todos os eventos cancelados ou adiados, a maioria para o ano que vem. Com isso, a atriz Bruna Curi, responsável pelo negócio, viu sua renda despencar. A saída foi criar uma alternativa: ela começou a promover lives gratuitas na internet nos fins de semana e teve a ideia de vender mensagens gravadas e personalizadas para os pequenos. De abril até hoje, já fez mais de cem vídeos.   O trabalho não gera 50% do que Bruna ganhava antes, mas a ajuda a pagar as contas. — Até meu marido está ajudando. Ele se transforma nos personagens que são homens. Criei um vínculo maior com os clientes e consegui atrair novos pelas redes, porque aumentei minha visibilidade — conta a atriz. O serviço funciona assim: o cliente contrata o personagem que deseja, e Bruna (98446-4290) colhe informações sobre a criança, privilegiando suas características. Depois, grava o material personalizado, com cerca de quatro minutos, e entrega em até 72 horas. O preço é R$ 50, para mensagens com bonecos, e R$ 70, caso sejam estreladas por princesas ou heróis. — A mãe ainda pode me pedir para dizer o que ela quiser, como “obedeça aos mais velhos” ou “tenha boas maneiras” — dá a dica. fazer a chamada na porta do boxe do paciente ou até mesmo ao lado dele — diz Damasceno. Fonte: Globo Postado por: Raul Motta Junior Foto: acervo pessoal
0 notes
raulmottajunior · 4 years
Photo
Tumblr media
Mortes pela polícia caíram 25% em maio no estado do Rio, segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP). Foram 129 casos este ano; no mesmo mês de 2019, foram registrados 172 homicídios durante operações da polícia. Um dos casos que faz parte desse total é o homicídio de João Pedro Matos Pinto, de 14 anos, durante operação das polícia Civil e Federal no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, no dia 18 de maio. O adolescente foi morto durante operação das polícia Civil e Federal. A queda de homicídios em operações em maio representa uma mudança em relação ao mês de abril, quando, mesmo em plena pandemia do coronavírus, o estado registrou um aumento de 43% nas mortes em ações policiais — foram 177 casos no mês. Abril de 2020 é o segundo mês com mais mortes em ações policiais desde o início da série histórica do governo do estado, que começa em 1998.   Nos cinco primeiros meses do ano de 2020, 741 pessoas foram mortas em ações da polícia. O número é o maio já registrado de janeiro a maio, desde o início da série histórica, em 1998. Os dados de maio, entretanto, ainda não tiveram influência da decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, que proíbe operações policiais em favelas do Rio. A decisão foi tomada somente em 5 de junho. Os homicídios dolosos também caíram: foram 273, 21% a menos do que aqueles registrados em maio de 2019 — quando ocorreram 345. A quantidade de homicídios registrada em maio de 2020 é a menor entre todos os meses de maio da série histórica do estado, que começa em 1998. Segundo o ISP, os registros de ocorrência sofreram impacto devido às medidas restritivas adotadas para combater o novo coronavírus. "Os indicadores podem apresentar queda por causa do distanciamento social, que ajudou na redução da criminalidade, e da diminuição dos registros das ocorrências, resultando em subnotificações", afirma o ISP.   Confira outros indicadores de maio Roubo de carga: 455 casos, queda de 36% em relação a maio de 2019. Roubo de veículo: 1.586 casos, queda de 57% em relação a maio de 2019. Roubo de rua (soma de roubos de pedestres, de aparelho celular e em coletivo): 3.814 casos, queda de 66% em relação a maio de 2019. Fonte: Globo Postado por: Raul Motta Junior Foto: Pedro Teixeira / Agência O Globo
0 notes
raulmottajunior · 4 years
Photo
Tumblr media
Três meses após a chegada da pandemia de Covid-19 ao país, o cenário econômico ainda é incerto. Mas é preciso reagir. No Rio, com a recém-iniciada flexibilização, bares e restaurantes fazem adaptações para se manterem viáveis. De acordo com o Sindicato de Bares e Restaurantes do Rio (SinRio), o setor foi o mais impactado pela quarentena forçada pelo novo coronavírus, com o fechamento, até agora, de 11.541 postos de trabalho.   Na Barra, o segundo bairro do Rio com o maior número de estabelecimentos deste segmento (1.011) até o início da quarentena, os conhecidos Ráscal e Bráz fecharam as portas. Além da unidade no CasaShopping, o Ráscal encerrou suas atividades no Shopping RioSul, em Botafogo, mas continua operando no Shopping Leblon. No comunicado oficial, a empresa destaca que a decisão foi difícil e dolorosa. Já no terreno onde funcionava a Pizzaria Bráz, na Avenida Olegário Maciel, será erguido um residencial de 22 andares pela JB Andrade. A Bráz permanece no Jardim Botânico, onde investe no lançamento de uma pizza pré-preparada a vácuo. Fernando Blower, presidente do SindRio, diz que a situação é a mesma em toda a cidade: — Infelizmente teremos ainda mais fechamentos em breve. É uma crise profunda. Nenhum restaurante tem caixa para ficar três meses fechado, e a ajuda do governo federal não chegou na velocidade necessária. Estimamos que cerca de 10% das casas não vão reabrir. E muitas das que reabrirem não chegarão ao fim do ano. Na Barra, isso será visível inclusive dentro dos shoppings, quando houver a reabertura total.   Com restaurantes em dois shoppings da Barra — o Sal Gastronomia, inaugurado em outubro de 2018 no VillageMall; e o Sal Gosso, aberto em fevereiro do ano passado no BarraShopping —, o chef paulistano Henrique Fogaça vai fechar um deles. Ele e sua equipe estão elaborando um projeto para unificar as operações em um novo ponto, no BarraShopping, que já passa por reformas. Atualmente, as duas casas oferecem delivery.   Claude Troisgros também fez mudanças em seus restaurantes. No início da quarentena, chegou a afirmar que talvez não valesse reabrir alguns deles após a pandemia. Passados três meses, mudou de ideia, e explica que a declaração foi feita num momento em que todos estavam apavorados, tentando entender o que acontecia no mundo. — A mudança na nossa vida ainda está acontecendo e não viveremos mais como antes, mas o mercado está voltando. Aguentamos esses três meses, conseguimos pensar em novos conceitos, renogociamos aluguel — conta. — Depois do problema, a gente se reinventa e sai com a cabeça erguida e novos pensamentos. Durante a quarentena, o chef implementou o delivery Do Batista, no Leblon, que leva o nome do paraibano que é seu braço-direito e oferece receitas da cozinha brasileira a preços mais acessíveis. Agora, o CT Boucherie, do Rio Design Barra, começará a entregar estes pratos. E, quando for reaberto, passará a se chamar Do Batista e abraçará a nova proposta, que também chegará ao NorteShopping, em setembro, e a São Paulo. — O delivery foi o meio de sustento durante a pandemia. Já trabalhávamos com entregas, mas elas cresceram muito. Tínhamos a ideia de criar o Do Batista com formato de restaurante e fizemos uma adaptação. No Leblon, o negócio está bombando — diz Troisgros, adiantando outra novidade. — O Olympe não reabre: vai se transformar em uma nova marca de gastronomia estrelada, na Ataulfo de Paiva.   Dona do Aconchego Carioca, rede que vinha em expansão, a chef Kátia Barbosa tomou uma difícil decisão durante a quarentena: encerrar as atividades do restaurante no Leblon e do quiosque no Leme que ostentavam a marca. Manteve o Aconchego Carioca original, na Praça da Bandeira, e o do VillageMall. A unidade da Barra vai ganhar um delivery próprio: inicialmente, o atendimento será pelo aplicativo iFood. — O Aconchego VillageMall tem uma estrutura mais enxuta; funciona numa praça de alimentação, com cardápio reduzido. É uma operação que sempre deu muito certo, além de nos permitir atender à clientela da Barra e dos arredores, onde não conseguimos chegar com a casa da Praça da Bandeira — explica Kátia, justificando a decisão de mantê-lo.   A chef também encerrou as atividades do Kalango, restaurante de comida nordestina que funcionava há três anos na Praça da Bandeira. Quando o cenário econômico se estabilizar, pode ser que o reabra, mas não tem qualquer previsão de quando isso aconteceria. Por enquanto, diz, o público pode pedir as principais receitas do Kalango pelo Kátia Barbosa em Casa, delivery de comidas embaladas a vácuo que lançou durante a quarentena.   O Banana Jack também precisou se adaptar. Quando a pandemia começou, a unidade do Jardim Oceânico, instalada na valorizada Avenida Olegário Maciel, seria reformada. Hoje, tem futuro incerto. A rede aposta nas casas de Ipanema, do Uptown e do Aerotown, esta última inaugurada em dezembro. — Na quarentena, as casas de Ipanema e do Aerotown continuaram funcionando como delivery. Passamos a oferecer entrega de chope a litro, que foi um sucesso — conta o sócio Marcos Carvalho. — O restaurante do Uptown vai reabrir na semana que vem. E a operação da Olegário, que tinha custo alto, migrou para o Aerotown: passamos os funcionários e toda a proposta da casa para o shopping. Só não teremos shows num primeiro momento, porque não é permitido.   Carvalho conta que, com a quarentena, todas as casas perderam estoque: — Nosso setor foi atingido em cheio e perdemos muitas mercadorias. Contamos com a parceria dos fornecedores e com o empréstimo do governo para o negócio continuar. O que vai vir depois da pandemia ainda é um ponto de interrogação — diz ele. O Banana Jack também aposta no lançamento de um aplicativo próprio de delivery: — Acreditamos que será um complemento da nossa receita para sobreviver.   No momento, o SindRio discute com a prefeitura alterações no protocolo estabelecido para a reabertura dos restaurantes. O presidente, Fernando Blower, afirma que as normas são muitos restritivas e que a ação a visa a proteger o setor. — Não queremos mais perdas de empregos. No Rio, calculamos uma média de 20% de postos perdidos. Agora, com o fim da suspensão dos contratos de trabalho, esse número deve aumentar ainda mais. Se os estabelecimentos forem seguir todas as regras de ocupação e distanciamento, vão continuar sem conseguir pagar as contas — defende. Ele explica que a entidade luta para convencer as autoridades a anteciparem a reabertura total das praças de alimentação dos centros comerciais, prevista para o início de julho. Atualmente, bares, lanchonetes e restaurantes instalados nelas só podem oferecer serviços de delivery e take away. Fonte: Globo Postado por: Raul Motta Junior Foto: Divulgação/Tomas Rangel
0 notes
raulmottajunior · 4 years
Photo
Tumblr media
Quem achou que ainda ia demorar muito para curtir um cinema novamente estava enganado. O cinema drive-in da Cidade das Artes estreia amanhã e vai mesclar uma programação de clássicos com lançamentos na nova tela de mais de 200m². Shows de música e humor também estão nos planos.   O primeiro filme a ser exibido será “Shrek”, às 17h30m desta quinta. As sessões serão nos horários de 18h e 21h, de terça a quinta, com valor de R$ 80 por carro, mais taxa do site de compras. Já de sexta a domingo, as sessões são nos horários de 17h30m, 20h30m e 23h30m, e o valor é de R$ 90 mais a taxa. As vendas serão somente on-line, pelo site driveindasartes.byinti.com .   Os primeiros horários de todos os dias serão para os filmes infantis. Para esses, é permitido até quatro pessoas no carro, sendo dois adultos e duas crianças. Para as outras sessões, o limite é de dois adultos por carro. — Esperamos começar a aquecer o mercado cultural. Preparamos uma experiência bem anos 70 e 80 para reviver um modelo de diversão seguro e que fez bastante sucesso — explica a presidente da Fundação Cidade das Artes, Renata Monteiro.   Outros modelos de espetáculo com o público no carro também estão previstos para a segunda quinzena de julho.    — Queremos começar com outras ações, como o Drive in Show, com no máximo dois músicos no palco e apresentações de humor em formato stand up, que também serão transmitidos no telão. E assim vamos aos poucos abrindo nosso setor que tanto foi prejudicado pela pandemia — completa Renata.  Alguns protocolos de segurança terão que ser respeitados no Cine Drive In das Artes neste momento. A lotação será de 104 carros, quem quiser ir ao banheiro será levado em um carrinho de golfe para evitar filas e os lanches serão entregues pela janela dos carros. Jeneusse Arena também com programação A Jeunesse Arena inaugurou seu modelo de cinema drive-in na semana passada. Lá, as sessões são às 15h e às 20h, às quartas, às quintas e aos domingos. Às sextas e aos sábados, ainda há a sessão extra de 1h. Os ingressos custam a partir de R$ 80 por carro e são vendidos on-line. A programação, prestigiando clássicos como “Gênio Indomável” e “E.T. - O Extraterrestre” também é priorizada por lá. Fonte: Globo Postado por: Raul Motta Junior
0 notes
raulmottajunior · 4 years
Photo
Tumblr media
A Biblioteca Comunitária Pequenalegria, localizada em Botafogo, oferece, virtualmente, oficinas de leitura para professores e contadores de história. Patrocinado pela Prefeitura do Rio, pela Secretaria Municipal de Cultura e pela GKO Informática por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura, o projeto tem o objetivo de explorar as diferentes técnicas de contação de histórias e incentivar a literatura, especialmente como forma de amenizar o período de isolamento social.    As sessões são comandadas pelas idealizadoras do projeto, Arlene Costa e Lucia Morais, e abordam diferentes temas, como cantigas de roda, literatura para bebês, saraus e poesia. As duas contam ainda com a ajuda da neta de Lucia, Sophia Aguiar, de 7 anos.  — É por meio da contação de histórias que podemos criar vínculos afetivos, transmitir valores e estimular a aprendizagem. E, num momento como o que estamos vivendo, isso se torna ainda mais importante — explica Lucia. A Biblioteca, que funciona desde 2015, viu  necessidade de se adaptar à chegada da pandemia de Covid-19 ao Brasil. A migração para o ambiente virtual foi a forma encontrada de manter as atividades e, ao mesmo tempo, aumentar o alcance da iniciativa, levando as histórias para dentro das casas das pessoas.  — A leitura aguça a criatividade e desperta a imaginação para um mundo novo. Nossos objetivos são ensinar como contar histórias de maneira prazerosa, oferecer conhecimento e reflexão e incentivar a leitura. Tudo isso de uma forma divertida — conta Arlene. As aulas são disponibilizadas, gratuitamente, no canal do projeto no YouTube, Trupe Pequenalegria. Foto: Divulgação Fonte: Globo Postado por: Raul Motta Junior
0 notes
raulmottajunior · 4 years
Photo
Tumblr media
A vendedora de uma loja de roupas infantis do Mercadão de Madureira recebia atenta os clientes na entrada do estabelecimento no início da tarde desta terça-feira, insistindo com os visitantes desatentos: “senhor, senhora, o álcool em gel, por favor”. O polo comercial reabriu todas as lojas, fechados desde o fim de março, mas apesar das tentativas de evitar aglomerações, o espaço parecia estar funcionando num dia normal, como antigamente, não fossem as máscaras lembrando que a pandemia do novo coronavírus continua sendo um problema presente. Seguindo a programação de junho, vestidos e camisas quadriculados e chapéus de palha ganharam destaque nas lojas, e estiveram também entre os artigos mais vendidos na loja de roupas infantis, além de outras peças para festas, apesar das recomendações para que festividades sejam canceladas. — Estamos vendendo normalmente, e as pessoas não têm vergonha em dizer que é para festa. Só vão se dar conta do perigo ao perder alguém. Olha quanta gente tem aqui! — relatou uma das vendedoras, que preferiu não se identificar.   Nas entradas do Mercadão, clientes são recebidos por funcionários que medem a temperatura e aplicam álcool em gel nas mãos. Quem não estiver de máscaras, não pode acessar o espaço, como avisam placas na entrada do centro comercial e também em diversas lojas. Já nas saídas, funcionários indicam o caminho aos consumidores, que são guiados também por adesivos no chão dos corredores, direcionando o sentido do caminho para tentar evitar ao máximo as aglomerações. As indicações, no entanto, foram pouco respeitadas pelos visitantes: a “contramão”, somada às filas de entrada para algumas lojas, faziam o vai-e-vem nos corredores ser confuso e movimentado, sem o distanciamento de 2 metros entre as pessoas — uma das chamadas "regras de ouro" da Prefeitura do Rio. Vários estabelecimentos se tornaram ponto de grande concentração de pessoas, como uma agência lotérica e algumas lojas de artigos de festas e descartáveis. Alguns consumidores procuravam por embalagens de transporte de alimentos, usadas nos pedidos entregues via delivery, mas a busca por bexigas, lembrancinhas e outros itens de decoração para festividades também foi grande.   A garçonete Rafaela Gonçalves, de 33 anos, aproveitou o dia de folga para ir ao Mercadão com a cunhada e a filha, Maria Raissa. A menina completa 15 anos no fim do mês, e comemoração que estava sendo planejada com antecedência precisou ser cancelada, e substituída por uma celebração “apenas entre a família”, garantem as três. — Viemos comprar principalmente descartáveis, mas fiquei surpresa com a quantidade de gente. Estou aqui, mas “fadigada”. Se não tivesse que vir, estaria em casa — contou Rafaela, moradora de Marechal Hermes.   As lojas de artigos religiosos do Mercadão também tinham tido suas atividades suspensas. Agora, tentam voltar ao ritmo de antes, mas ainda lidam com a falta de produtos, que dependem de fornecedores. — Estávamos atendendo em uma espécie de delivery, por encomenda, mas, com um muitas fábricas ainda fechadas, muitos produtos ainda estão faltando. Agora, estamos vendendo principalmente velas e miudezas — explicou Marco Antônio Pereira, gerente de uma das lojas. A auxiliar de escritório Elisabete Ferraz, de 43 anos, e a bibliotecária Cristina Pimentel, de 51, aproveitaram a reabertura do polo comercial para comprar itens para um ritual religioso, após meses de lojas fechadas. As amigas fazem parte de um terreiro de Candomblé em Vila Valqueire.   — Nossa casa está aberta para problemas mais urgentes, mas estamos retomando as atividades aos poucos, em fases, só quando realmente nos sentirmos seguros — disse Elisabete. — Com o Mercadão e as outras lojas fechadas, estava apenas acendendo minhas velas com o que conseguia comprar no mercado mesmo. Moradora de Campo Grande, na Zona Oeste, a merendeira Solange Martins, de 65 anos, aproveitou que precisava ir a Madureira para uma consulta médica e passou pelo polo comercial. — Vou comprar umas coisas que estava precisando e assim já não saio mais de casa. Já estava com saudades da rua — disse Solange, enquanto escolhia algumas velas. Prefeitura diz que duas lojas foram fechadas por irregularidades Em nota, a Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop), afirmou que realizou, nesta terça, uma ação conjunta de fiscalização do comércio em Madureira, onde duas lojas foram fechadas e 13 ambulantes foram advertidos. "O bairro – um dos principais polos comerciais da cidade – vem recebendo ações contínuas da força-tarefa para enfrentamento do novo coronavírus. No fim de semana, houve operação no sábado e no domingo, com 26 ambulantes e estabelecimentos fiscalizados. Na ocasião, duas lojas foram fechadas por desacordo com o decreto municipal de isolamento social e 13 ambulantes irregulares orientados a se retirar.   Coordenada pela Seop, a força-tarefa de fiscalização do comércio conta com profissionais da Subsecretaria de Operações da pasta, Guarda Municipal, Secretaria Municipal de Fazenda, Subsecretaria de Vigilância Sanitária e Comlurb, além do apoio da Polícia Militar em algumas áreas. Os agentes fiscalizam estabelecimentos e ambulantes, verificando se estão autorizados a funcionar e cumprindo medidas higiênico-sanitárias, entre outros cuidados para conter aglomerações e proteger a população do risco de contaminação. As atividades tanto de ambulantes irregulares quanto de estabelecimentos não essenciais estão sendo interrompidas". RioSul também reabre Cinco dias após a reabertura dos shoppings, o RioSul, em Botafogo, na Zona Sul, também voltou a funcionar. Apenas dois dos quatro acessos do centro comercial estavam abertos, onde funcionários recebiam visitantes com um aparelho de medição de temperatura. Diferente de outros locais, como o Botafogo Praia Shopping e o Nova América, em Del Castilho, que no último dia 11 registraram filas nas entradas, o movimento do RioSul foi fraco, e algumas lojas continuaram fechadas neste primeiro dia de retomada das atividades. Além dos dispenseres e totens de álcool em gel, a praça de alimentação estava com os acessos bloqueados e as cadeiras suspensas. Restaurantes e lanchonetes só estão autorizados a operar por delivery ou take away. Fonte: Globo Postado por: Raul Motta Junior Foto: Luiza Moraes / Agência O Globo
0 notes
raulmottajunior · 4 years
Photo
Tumblr media
Há um mês, a psicóloga Flávia de Freitas criou máscaras que estampam sorrisos para que voluntários de ações sociais pudessem, mesmo com o rosto coberto, levar alegria junto com as doações que entregam. Desde então, já foram doadas 600 unidades para oito projetos da cidade que distribuem refeições, cobertores, álcool em gel, alimentos e sabonetes para moradores de rua e quem mais necessita. — Eu me incomodava em ver que os sorrisos ficavam escondidos. Eles abrem portas, geram empatia, comunicação. Neste momento tão difícil, é importante manter o sorriso estampado no rosto — diz Flávia.   A inspiração veio das campanhas de abraço grátis: as máscaras dela trazem a inscrição “sorriso grátis”. O investimento inicial foi da psicóloga. Logo, três amigas abraçaram o projeto, e o quarteto já conseguiu R$ 2 mil em doações para continuar confeccionando e doando as peças, que também são vendidas pelo Instagram (@sorrisosgratis) e na clínica Espaço Equilíbrio, no Recreio (3486-9590). A cada dez vendidas, outras dez são doadas. — Vamos continuar com o projeto enquanto as pessoas tiverem que usar máscaras, para levar sorrisos na pandemia — promete Flávia, moradora da Barra. Já foram contemplados voluntários dos seguintes projetos: ONG One by One, Paróquia Santo Agostinho do Condomínio Novo Leblon – Projeto Macarrão com Salsicha, Amigos da Solidariedade, Projeto Bela Grécia, Paróquia São Marcos, Paróquia Santa Rosa de Lima e Projeto Cestas Básicas para Rio das Pedras. Fonte: Globo Postado por: Raul Motta Junior Foto: Divulgação
0 notes
raulmottajunior · 4 years
Photo
Tumblr media
O coronavírus espalha a escuridão do sofrimento, mas cor e luz resistem e brilham no Rio de Janeiro onde menos se espera. No primeiro mergulho após quase 80 dias de quarentena, o documentarista e biólogo Ricardo Gomes encontrou no fundo da Baía de Guanabara uma riqueza de vida marinha tão grande que o surpreendeu, mesmo com mais de três décadas de experiência no local.   Ele registrou o amarelo das esponjas, o rosa do peixe falso-voador, o laranja das estrelas do mar, o azul de caranguejos e o negro com detalhes iridescentes do peixe-anjo. Há um mundo de cores além das do arco-íris no fundo da Guanabara. — Fiquei tão maravilhado com o que vi que usei até a última respirada do tanque de oxigênio. Não queria sair da água. A água nem estava tão limpa, mas a Baía surpreende. Flagrei peixes que nunca havia visto lá, como o budião-batata, que tem registros para o local, mas é muito difícil de fotografar por ser extremamente arisco — afirma Gomes, que é diretor do Instituto Mar Urbano, dedicado à preservação dos ecossistemas marinhos costeiros. O desfile de vida e cor na frente da câmera de Gomes tem a ver com a biodiversidade da Baía, que embora rica é ignorada por muita gente — só de peixes são 202 espécies. E também recebeu o impulso do distanciamento social. O documentarista e biólogo Ricardo Gomes flagra peixes que nunca tinha visto na baía, no primeiro mergulho após isolamento social. Ele registrou o amarelo das esponjas, o rosa do peixe falso-voador, o laranja das estrelas do mar, o azul de caranguejos e o negro com detalhes iridescentes (o fenômeno óptico que reflete as cores do arco-íris) do peixe-anjo. Vídeo de divulgação do Instituto Mar Urbano   A redução da caça submarina e de outras atividades marítimas, devido aos quase 80 dias de quarentena, deixou os peixes e outros animais do mar menos arredios do que o normal, segundo Gomes. Documentando as águas da Baía de Guanabara desde os anos 80 do século passado, ele não acredita que a poluição tenha diminuído — a água está da cor usual, garante:   — Há menos gente e isso parece ter deixado os animais mais à vontade. Mesmo o fenômeno que deixou transparentes as águas normalmente turvas da Enseada de Botafogo em abril e voltou a se repetir em maio não está relacionado a uma suposta redução da poluição devido ao distanciamento social. A principal fonte de poluição da Baía é o esgoto doméstico, que não foi reduzido. O que deixou as águas transparentes foi a conjunção de duas grandes ressacas vindas do quadrante sul, com ondas de mais de três metros de altura, ventos que empurraram a água limpa do oceano para dentro da Baía e uma maré de lua cheia maior do que o normal. — Isso vez por outra acontece. E nem é tão raro assim. Apenas as pessoas prestaram mais atenção às imagens porque estavam confinadas. Ocorreu, por exemplo, na ressaca de 2016, a mesma que derrubou a ciclovia da Niemeyer — explica.     Autor dos documentários "Mar urbano" e "Baía urbana", Gomes estava sem mergulhar desde 24 de março, quando a quarentena no Rio foi iniciada. Voltou na noite da última quarta-feira, na Praia Vermelha, quando os esportes aquáticos individuais foram permitidos. Alheios ao coronavírus e às angústias humanas na terra firme, os habitantes do fundo do mar da Baía de Guanabara continuam a mostrar que ela não só está viva como precisa de ajuda para continuar a respirar. A Baía renova cerca de 50% de sua água, em média, a cada 12 dias, mas isso não é suficiente para fazer frente à poluição de esgoto doméstico e industrial e de lixo.   Apesar de todos os problemas, a Baía encanta e oferece alívio para a dureza do dia a dia. Gomes flagrou um casal de peixes-borboleta, que se fosse humano seria exemplo do ideal de amor romântico. Pois, uma vez juntos, macho e fêmea ficam unidos até que a morte os separe. Um baiacu-de-espinhos, espécie que normalmente se afasta assim que pressente a aproximação de um mergulhador, se deixou fotografar, literalmente, fazendo a cama para dormir. Todas as noites, ele cava o local onde dorme na areia do fundo e não saiu de lá quando Gomes o filmou e fotografou. O caranguejo-aranha, uma criatura de pernas finas e jeito assustado que corre para sua toca ao primeiro sinal de gente, nem deu atenção a Gomes e continuou a buscar alimento tranquilo. O paru ou peixe-anjo-francês tampouco ligou e mostrou porque é um dos animais mais lindos do Rio. — Penso que o coronavírus nos ensinou o quanto a vida é frágil. Deveríamos levar essa lição para nossa relação com o meio ambiente e proteger o tesouro que temos na Guanabara, nossa casa — afirma ele.     À noite, todos os peixes não são pardos É à noite que as cores da vida das águas da Baía de Guanabara se revelam com maior intensidade. Ricardo Gomes prefere mergulhar à noite porque é possível controlar melhor a luz e, com isso, captar a cor verdadeira dos animais. Na Baía, ele usa um canhão de luz de LED que penetra na escuridão e expõe detalhes de moluscos, crustáceos e estrelas-do-mar.   — De dia, as variações da luz do sol que penetra na água interferem e distorcem o colorido dos bichos — explica ele. Além disso, o comportamento dos animais também muda. Enquanto alguns saem de seus esconderijos para caçar, e, assim, podem ser vistos; outros ficam mais parados e se deixam fotografar com mais facilidade. Fonte: Globo Postado por: Raul Motta Junior Foto: Instituto Mar Urbano
0 notes
raulmottajunior · 4 years
Photo
Tumblr media
A vida de artista como ela é. Sem filtro, retoques ou glamourização. O bailarino Paulo Salles, de 21 anos, professor de dança da Lona Cultural Carlos Zéfiro, em Anchieta, é personagem de um retrato do atual cenário da cultura nacional. Um triste retrato, sobretudo para quem, como ele, tem origem humilde, vive em periferia, está longe dos holofotes da TV e não contabiliza milhões de seguidores nas redes sociais. No momento em que, devido à pandemia de Covid-19, o palco é local proibido, este jovem negro, que enfrenta preconceitos diários para garantir o direito de exercer sua profissão — como ter sido impedido de dar aulas numa igreja evangélica por ser homossexual —, faz do Caderno Tijuca + Zona Norte sua plateia.   Salles divide com o público leitor não a delicadeza dos passos de balé, mas a dureza de ter deixado para trás o apartamento em que morava, em Madureira, por não conseguir mais pagar o aluguel. É quando as cortinas se fecham que se abrem janelas reveladoras sobre o quão difícil é ser um operário da arte no Brasil. Ainda mais se, além de todas as dificuldades já apresentadas, é preciso vencer o preconceito racial cotidiano.     — Eu me sinto muito humilhado por estar morando de favor na casa de um primo, até pelo que investi na minha formação de bailarino. Essa pandemia me mostrou que, infelizmente, para a grande maioria, não dá para viver de arte neste país. Se você não estiver na grande mídia, é quase impossível conseguir se sustentar. Eu me vejo obrigado a abandonar o balé como profissão. Mesmo antes desta crise, já convivia com constantes atrasos de salário, incertezas. Então, estou procurando outros caminhos — anuncia o jovem.   Enquanto a dança corre sério risco de virar apenas um hobby, Salles planeja cursar fisioterapia e empreender.   — Eu me inscrevi no Enem e espero ser aprovado para fazer um curso que me ofereça mais possibilidades de trabalho. Quando tudo isso passar, penso em abrir uma lanchonete. Viver exclusivamente do balé virou um sonho distante — desabafa.   A razão pede com urgência que o bailarino Paulo Salles troque as sapatilhas por outro instrumento de trabalho. Já a emoção leva o professor da Lona Cultural Carlos Zéfiro a calçá-las. Mesmo sem um piso adequado para dançar em casa, nem barra de apoio para fazer os movimentos tradicionais do balé, o artista entra em cena, reinventa-se e ministra, do que jeito que dá, aulas on-line.   — É complicado porque eu não tenho a estrutura física necessária em casa para dançar, e os alunos, em sua maioria carentes, têm dificuldade de acessar a internet. Muitos não têm wi-fi, nem sequer um smartphone ou um computador. Como professor particular, abri mão das mensalidades, porque é um momento de dificuldade para todo mundo, e enfrento desafios para fazer este trabalho virtualmente. O meu conforto é que, mais do que professor e alunos, somos uma família — frisa o bailarino, que desde fevereiro está com salários atrasados na lona cultural, instituição que vive de repasses da prefeitura do Rio.   A luta diária de Salles pela sobrevivência em meio à pandemia o levou a ter crises de choro e a se sentir quase sem forças para seguir em frente. Mas o desejo de mostrar seu talento e a convicção de que tem capacidade não permitem que o artista esmoreça. Resistir é rotina para quem tem o racismo presente em seu dia a dia.   — O preconceito nos cerca a todo instante. Recentemente, caminhava para ir ao mercado quando percebi que uma mulher, que estava dentro de um carro, me viu pelo retrovisor e imediatamente fechou a janela e escondeu o celular. Quando eu passei, ela abriu o vidro. Isso dói — desabafa, para em seguida recordar outro episódio de discriminação. — Há pouco tempo, entrei numa farmácia, e a gerente me perguntou o que eu queria lá, como se eu não pudesse estar ali para comprar algo. Outras pessoas estavam no mesmo lugar, fazendo a mesma coisa do que eu, mas ela só se dirigiu a mim. É por isso que a gente precisa se manifestar, sim, contra o racismo. Mas sem vandalismo e, neste momento, mantendo o distanciamento social.   Mesmo quando está em sala de aula, o bailarino não escapa do preconceito, seja racial ou por sua condição sexual. — Fui impedido de dar aulas numa igreja por ser gay. Isso é inaceitável, mas acontece. O fato de ser do sexo masculino também é uma questão no meio do balé. Muitos pais trocam as filhas, ou os filhos, de turma quando veem que o professor é um homem. Não dá para negar que o fato de eu ser negro também incomoda. A gente sente o racismo pelo olhar. Sinto que muitas pessoas brancas e que têm uma boa condição financeira evitam o convívio comigo por eu ser preto, pobre, morador de comunidade... Tudo isso é muito triste, mas levanto a cabeça e vou em frente — conta.   Salles sabe o que todos deveriam saber: vidas negras importam! Fonte: Globo Postado por: Raul Motta Junior Foto: Pedro Teixeira / Pedro Teixeira
0 notes
raulmottajunior · 4 years
Photo
Tumblr media
Apesar de todas as dificuldades econômicas impostas pelo isolamento social, o momento de reclusão serviu para alavancar serviços de entrega. Nesse cenário, as cestas de café da manhã voltaram com tudo e figuram entre os principais presentes ofertados em aniversários e datas comemorativas, como o Dia das Mães e, agora, o Dia dos Namorados. Profissionais que já eram do segmento viram o mercado crescer expressivamente, nos últimos meses, e acumulam seguidores nas redes sociais. Há também casos de quem se reinventou na pandemia e entrou no mercado das cestas com o pé direito.   E não é apenas no desjejum que elas fazem sucesso. Em variadas versões e embalagens repaginadas, que vão além da tradicional cesta, as ofertas incluem opções de lanches da tarde, queijos e vinhos e petiscos. No mercado há nove anos, Gabrielle Fontes, do Café Gabi, viu seus seguidores saltarem de 500 para quase cinco mil desde o início da pandemia. Na empresa familiar, todos se engajaram na produção caseira de itens como pães de queijos, waffles e ovos mexidos. Sua irmã é a artesã que faz os bonecos de pano que dão o toque especial à caixa repleta de delícias. — Comecei em 2011 quando vi no jornal uma matéria sobre uma menina de Campinas que tinha uma filha pequena e abandou o trabalho para fazer cestas de café da manhã. Como eu também tinha uma filha pequena, me inspirei. Logo engravidei novamente e não divulgava muito o serviço. Mas desde que começou o isolamento a procura só aumenta. Todos os dias me surpreendo quando vou conferir as mensagens. Até o ano passado, em dezembro, fiz minha primeira compra de dez caixas para vender ao longo do mês e fiquei bem insegura achando ser muito. Agora, chegamos a fazer 40 caixas por semana  — conta Gabrielle, que precisou contratar funcionários.   As amigas e vizinhas Nanda Pimentel e Débora Craveiro, depois de se solidarizarem e ajudarem alguns empreendedores da cidade, no início da crise com a pandemia, resolveram se unir a eles e montar uma colab de produtores niteroienses, reunidos em cestas e caixas de café da manhã, para datas comemorativas e personalizadas. Assim surgiu a Amor Gift Box. Entre os produtores estão a Wow Padaria, Café no Chalé, Doce Donuts, Espaço Agro, Mimo Sagrado, Lô Borges Artesanatos, Lorrane Coimbra (itens integrais e fitness), Bernardo Pimentel Photo Art, Verônica Chefrand, Bolos Dona Elma, Ziede Doceria, Mara Castanhas, Jardim da Dona Lena e Laka Gourmet. — Sempre gostamos de fazer surpresas e cestas despretensiosamente. Mas nossa história começou, de fato, com a pandemia e a oportunidade de reunir e ajudar produtores artesanais da cidade, somando forças e fazendo algo que nos tem dado muita satisfação — diz Nanda. Sócias da Feito em Casa é Bem Melhor há três anos, Mariana Santos e Anna Ivanoff revelam que a demanda aumentou cerca de 400% em datas comemorativas. As cestas de café da manhã são criadas com produtos que não são encontrados em supermercados.  — A produção é feita por nós mesmas e produtores que compactuam com a nossa visão. Nós acordamos bem cedinho para espremer o suco e fazer a salada de frutas. Além disso, produzimos cookies, cupcakes e bolos diariamente para que tudo chegue fresquinho na casa do cliente — explica Mariana.   — Utilizamos ovos caipiras de galinhas criadas livres do Sítio Morada dos Anjos, de Cachoeiras de Macacu. O nosso fornecedor de água de coco, Valdecir, tem um ponto em frente ao MAC e traz fresquinho para nós, mas com a pandemia ficou sem seu local de trabalho. Já o mel fornecido é do coletivo Pequenas Gigantes, da Região Serrana. Também de lá temos o fornecedor de geleias, Sítio Humaytá, e o Café Panorama, que há mais de 35 anos é produzido de maneira artesanal por uma família de cafeicultores. As flores vem de um florista daqui de Niterói, Evair Flores, que nos acompanha desde o início, fazendo os arranjos florais que dão uma identidade às nossas cestas — detalha Anna. Para Elena Cohen, da Le Gastronomiq, a qualidade dos serviços e produtos vai fazer com que esse segmento se perpetue após a pandemia. Ela aposta no impacto da apresentação. — Estamos há um ano no mercado, então não conseguimos traçar um comparativo efetivo. Mas as vendas dobraram e a propaganda boca a boca é muito grande. Com o isolamento, lancei outros produtos para ocupar nichos que se abriram como a entrega de um chá de fraldas para as grávidas que não podem fazer mais — relata. Foto: Divulgação/Bernardo Pimentel Fonte: Globo Postado por: Raul Motta Junior
0 notes
raulmottajunior · 4 years
Photo
Tumblr media
Falar de amor após a chegada da Covid-19 é também falar de saudade. Há mais de dois meses, muitos casais apaixonados não se encontram. Olho no olho? Só se for por videochamada. A boa notícia é que muitos pombinhos garantem que a distância só fortaleceu o sentimento que já os unia. Um alívio e tanto para os corações que andam ainda mais apertados com a proximidade do Dia dos Namorados.   Foi com foco na razão que Danielle Andrade e David Hospinal, moradores do Grajaú, decidiram passar a quarentena ao estilo “cada um na sua casa”. Não está sendo fácil, mas a experiência fez com que a relação de quatro anos ganhasse generosas doses de romantismo: — Eu sempre fui romântica, e David está entrando neste clima depois da quarentena. Tentamos manter a chama acesa namorando por vídeo, assistindo aos mesmos filmes e lives. Nós também fazemos surpresas um para o outro. Recentemente, enviei um salgadinho para ele lanchar a mesma coisa que eu. Já o David, num dia em que eu tive uma crise de ansiedade, mandou um açaí, que amo, só para que eu me acalmasse, ficasse feliz. Estamos sem nos ver desde o dia 15 de março e ainda estamos avaliando se será seguro um reencontro no Dia dos Namorados. Mas o importante é que temos certeza de que o nosso amor é para a vida inteira — frisa Danielle Andrade.   O dilema “Se encontrar ou não se encontrar: eis a questão” também faz parte do novo normal de João Vitor Santana, morador da Ilha do Governador, e de Pedro Nogueira, que vive no Engenho Novo. E olha que namoro à distância não é novidade na vida do casal, que se conhece desde 2015, mas só engrenou um relacionamento há cerca de um ano e meio.   — Em 2019, passei dois meses morando na Colômbia e cinco na França. Nessa época, tive medo de que o relacionamento não fosse adiante. Mas, mesmo longe fisicamente, ficamos ainda mais próximos. Como não somos casados e precisamos nos proteger e proteger nossos familiares, estamos namorando, desde março, por mensagens, ligações e chamadas de vídeo. Conversamos o dia inteiro, o que ajuda a aplacar um pouco a saudade. Quando tudo isso passar, nosso primeiro programa juntos vai ser ir a uma balada — planeja Santana, que é estudante de Relações Internacionais.   Pela saúde de todos, a advogada Nathalia Jaimovich, moradora do Méier, e Johnny Alves, que vive em Niterói, mas está passando a quarentena com a mãe, em Duque de Caxias, formam mais um casal que resolveu permanecer separado na pandemia para não se desgrudar num futuro próximo.   — Nossos pais não são mais tão jovens e têm doenças preexistentes, então, no dia 15 de março, ainda sem saber que ia demorar tanto, decidimos passar a quarentena separados. Antes da pandemia, nós nos víamos praticamente todo dia, e, na medida do possível, continuamos bem próximos. Conversando muito, compartilhando com o outro tudo o que acontece. Quando eu cozinho algo diferente, mando a foto para ele. Se Johnny faz uma nova atividade física, ele envia uma foto para mim. Estamos com saudade, mas certos de que queremos ficar juntos para sempre. Nosso isolamento não é em vão, é para cuidar de quem amamos — diz Nathalia. Foto: Acervo pessoal Fonte: Globo Postado por: Raul Motta Junior
0 notes
raulmottajunior · 4 years
Photo
Tumblr media
No primeiro fim de semana depois da flexibilização de algumas regras pela prefeitura do Rio na última terça-feira e também já sob o efeito da liberação dos transportes intermunicipais, a cidade do Rio teve uma queda considerável da taxa de isolamento social determinado para conter a Covid-19. O índice até às 15h40 deste domingo ficou em 76%. Comparando com os dois últimos domingos, a capital estava com a taxa de 82% no dia 31 de maio e com 86% no dia 24 de maio.   Uma das atividades liberadas foi a prática esportiva nos calçadões, o que levou muita gente à orla. Na praia de Copacabana, com policiamento reforçado, algumas pessoas aproveitaram para fazer exercícios, caminhar e passear com o cachorro. Nem sempre a obrigatoriedade de uso de máscaras — determinada por decretos estadual e municipal — foi cumprida. Moradora de Copacabana, a aposentada Simone Lima, 62 anos, foi uma que aproveitou parte do dia ao ar livre. — Acho que essa decisão deveria ter sido tomada desde o início, e o país falhou nisso. É só organizar horário, pessoas e locais para circular. E, claro, tomar todo o cuidado possível. Mesmo com a proibição de aglomerações, alguns bailes famosos de comunidades também voltaram e foram parar nos trending topics do Twitter. O mais comentado foi o Baile da Romênia, na Vila Aliança, Zona Oeste do Rio, que anunciou a festa com a participação de cinco DJs e um MC: “Está de volta o melhor baile da Zona Oeste”, dizia a postagem. Fonte: Globo Postado por: Raul Motta Junior Foto: Márcia Foletto / Agência O Globo
0 notes
raulmottajunior · 4 years
Photo
Tumblr media
Apesar do início da reabertura da capital e da expectativa de que o governador Wilson Witzel comece o relaxar as medidas restritivas até 15 de junho, alguns municípios do Rio vivem agora a explosão dos casos da Covid-19, e a pandemia avança de forma desigual pelo estado. De acordo com levantamento do GLOBO com base nos dados do Ministério da Saúde, entre 13 de maio e 3 de junho, as confirmações da doença cresceram mais que 500% em três das nove regiões de saúde em que o território fluminense é dividido. O número de infectados disparou, sobretudo, no Noroeste (aumento de 763%), no Norte (520%) e na Baía da Ilha Grande (516%), onde estão localizados centros importantes do interior, como Itaperuna, Campos dos Goytacazes e Angra dos Reis, respectivamente.   Em maior ou menor grau, a curva de casos se manteve ascendente nas nove regiões. Já as mortes, chegaram a 6.011 nesta quarta-feira. No Norte fluminense, apenas na última semana da análise, elas passaram de 35 para 90, um incremento de 73%. É um quadro que, para especialistas, indica que o isolamento social no Rio deve ser mantido e qualquer afrouxamento precisará levar em conta as diferenças regionais, a exemplo do que ocorreu em estados como São Paulo. — Cada cidade tem um período epidêmico diferente. No entanto, o que vemos são municípios do interior retomando as atividades econômicas pautados pelas capitais, onde a doença chegou primeiro. No Rio, havendo um aumento de casos nessas áreas, é provável que parte dos doentes impacte, inclusive, a rede de saúde da cidade do Rio — afirma o epidemiologista Diego Xavier, do Instituto de Comunicação e Informação em Saúde (Icict/Fiocruz) e um dos responsáveis pela ferramenta on-line MonitoraCovid-19. O avanço da pandemia por região de saúde do Rio de Janeiro Crescimento leva governo a rever estratégia contra pandemia Casos por região de Saúde BAÍA DA ILHA GRANDE BAIXADA LITORÂNEA CENTRO-SUL 1.293 1.007 1.570 1.099 593 830 515 472 210 198 795 361 13/05 20/05 27/05 03/06 13/05 20/05 27/05 03/06 13/05 20/05 27/05 03/06 MÉDIO PARAÍBA METROPOLITANA I METROPOLITANA II 41.492 7.351 1.675 31.152 3.674 703 14.310 1.229 1.906 4.183 22.195 1.023 13/05 20/05 27/05 03/06 13/05 20/05 27/05 03/06 13/05 20/05 27/05 03/06 NORTE SERRANA NOROESTE 768 1.869 2.214 1.572 1.324 416 475 357 816 89 759 227 27/05 27/05 27/05 13/05 20/05 03/06 13/05 20/05 03/06 13/05 20/05 03/06 Diego Xavier defende que é prematuro promover a reabertura, mesmo gradual, neste momento: — No Brasil, considerando o exemplo da Itália, só poderíamos começar a falar em reabertura a partir da segunda quinzena de junho. Esse processo deveria ocorrer de forma coordenada, considerando as redes de cidades, em vez de deixar as decisões a cargo de cada prefeito — completa ele.   Em termos de casos confirmados, os números do Ministério da Saúde mostram que, proporcionalmente, nas três semanas entre 13 de maio e 3 de junho, a região de saúde do Médio Paraíba foi a que apresentou menor velocidade de disseminação do vírus, com aumento de 138%. Nas cidades do Noroeste, no entanto, os que receberam o dignóstico positivo saltaram de 89 para 768. Um dos principais municípios da região, Santo Antônio de Pádua criou seu próprio hospital de campanha, instalou uma cabine de higienização na porta do Hospital Municipal Helio Montezano e distribuiu máscaras à população. Três semanas atrás tinha só oito doentes. Na quarta-feira, eles já tinham se multiplicado, para 127. Diante desse cenário, o decreto que estabelece as medidas de distanciamento social no município não tem prazo para expirar. E depois de ter que fechar temporariamente um supermercado ao identificar um caso entre os funcionários, a prefeitura determinou regras mais rígidas até para esses estabelecimentos, como a distribuição de senhas para acessá-los. Óbitos por região de Saúde BAÍA DA ILHA GRANDE BAIXADA LITORÂNEA CENTRO-SUL 53 104 41 80 32 35 23 21 43 35 14 13 13/05 20/05 27/05 03/06 13/05 20/05 27/05 03/06 13/05 20/05 27/05 03/06 MÉDIO PARAÍBA METROPOLITANA I METROPOLITANA II 98 449 5.014 71 3.895 324 51 217 1.727 33 153 2.769 13/05 20/05 27/05 03/06 13/05 20/05 27/05 03/06 13/05 20/05 27/05 03/06 NORTE NOROESTE SERRANA 149 90 13 107 9 52 71 7 35 49 4 22 27/05 27/05 27/05 13/05 20/05 03/06 13/05 20/05 03/06 13/05 20/05 03/06 Na uma outra ponta do estado, em Angra dos Reis, Paraty e Mangaratiba — as três cidades que compõem a região de saúde da Baía da Ilha Grande —, as confirmações pularam de 210 para 1.293 nas semanas analisadas. Com isso, a taxa de incidência da doença nesses municípios se tornou a mais alta do estado: 443,7 casos para cada grupo de 100 mil habitantes.   Angra teve que voltar atrás no relaxamento de medidas Em Angra, até quarta-feira única cidade fora da Região Metropolitana com mais de mil casos da Covid-19 (1.057 no total), um decreto estabelece um regime de distanciamento social ampliado até pelo menos 8 de junho, sem previsão ainda de afrouxamento das medidas. No mês passado, pouco antes do Dia das Mães, a prefeitura chegou a relaxar parte das restrições ao funcionamento do comércio. O gabinete de crise local, no entanto, observou um aumento dos casos e maior pressão nos leitos do Centro de Referência Covid-19, que funciona na Santa Casa, no Centro da cidade. A quarentena, então, teve que ser novamente endurecida. Crescimento dos casos e óbitos por região de Saúde entre 13 de maio a 3 de junho Casos (em %) Óbitos (em %) 516 279 Baía da Ilha Grande Baixada Litorânea Centro-Sul Médio Paraíba Metropolitana I Metropolitana II Noroeste Norte Serrana 233 197 409 215 138 197 190 190 286 193 763 225 520 309 293 204 Taxa de incidência da doença por região de Saúde (3 de junho) por 100 mil habitantes 347,3 295,7 234,1 443,7 395,3 Baía da Ilha Grande Metropolitana I Metropolitana II Centro-Sul Norte 220,6 189,9 192,2 183,3 Noroeste Serrana Baixada Litorânea Médio Paraíba Com o aperto nas regras do isolamento, a taxa de ocupação nos leitos da Santa Casa recuou. Mas persistem dificuldades no cumprimento do isolamento. Uma das preocupações se volta para o mar, onde a prefeitura não tem autonomia para proibir a navegação, atribuição que compete à Capitania dos Portos. O turismo náutico, contudo, está proibido, e a fiscalização foi intensificada nas praias. Já na Ilha Grande, desde março o acesso é permitido somente a moradores, que têm um cartão Riocard de gratuidade nas embarcações que levam à Vila do Abraão. Pousadas e hostels estão fechados e, como o turismo é principal atividade econômica local, a perda de renda dos trabalhadores agrava o drama da pandemia. Denúncias, no entanto, apontam que pequenos grupos de visitantes continuam chegando, burlando as normas estabelecidas.   — Pode chegar a R$ 300 por pessoa o preço que barqueiros cobram para a travessia para a ilha. Esses turistas desembarcam, em geral, depois das 17h, quando a fiscalização da prefeitura no cais vai embora. Em outros casos, pessoas daqui vão para Angra com vários cartões do Riocard, que são distribuídos a seus clientes. Como o bilhete não tem foto, eles vêm no transporte de passageiros. O turismo ilegal, junto à resistência de muitos ao uso das máscaras, favorece que estejamos vivendo uma situação muito delicada. Diariamente, a lancha da Defesa Civil leva pessoas da ilha para Angra com suspeita do coronavírus — afirma um morador, que preferiu não se identificar.     'Descoordenação absurda', diz especialista Professor do Instituto de Medicina Social da Uerj, o médico Mário Roberto Dal Poz critica o que considera uma falta de coordenação nesse processo de arrochos e relaxamentos no distancianamento social no estado. Situação que, para ele, é ainda mais grave quando há falhas no sistema de vigilância sanitária, flagrante no aumento dos registros de óbitos em casa ou na subnotificação de casos. — No Rio, está cada um por si, cada prefeitura tem adotado sistemas diferentes para a abertura. É uma descoordenação absurda — afirma ele. — Cada pequeno passo deveria ser muito bem planejado. Tomar medidas sem que um conjunto de fatores sejam controlados e monitorados é um risco. Pagamos o preço em vidas.   Municípios que compõem cada região de saúde Baía da Ilha Grande Baixada Litorânea Centro-Sul Médio Paraíba Metropolitana I   Metropolitana II Noroeste Norte Serrana Fonte: Centro de Controle de Doenças da Europa e governo chileno Na região de saúde do Norte fluminense, Campos dos Goytacazes, a maior cidade do interior do Rio e que estavam em lockdown, foi um dos municípios que recém anunciaram seus próprios planos de reabertura. Desde a última terça-feira, a cidade entrou em lockdown parcial, o segundo mais restritivo dos cinco níveis da retomada planejada pela prefeitura. Nesta fase, além de serviços essenciais, podem funcionar escritórios como os de advocacia e contabilidade, mediante agendamento dos atendimentos.   No município, com 811 casos e 39 óbitos na quarta-feira, a prefeitura implantou um Centro de Controle e Combate ao Coronavírus, atuamente com 29 leitos de UTI e 60 clínicos. No entanto, até agora não há sequer previsão da abertura do hospital de campanha que o estado constrói na cidade. "A prefeitura vem tentando obter a confirmação do Hospital de Campanha e já ofereceu a rede contratualizada, inclusive hospitais filantrópicos, para utilização pelo Estado - na tentativa de ampliação dos leitos de UTI dedicados à Covid-19 no município. A cidade é um polo regional, e o Hospital de Campanha poderá ser um reforço para salvar vidas não só de moradores de Campos, como também de outros municípios da região", afirma o município, em nota.   Outro drama tem sido em relação aos trabalhadores das plataformas de petróleo na região. No último sábado, uma das vítimas foi o petroleiro João Batista dos Santos Rangel, de 55 anos, que trabalhava embarcado na Bacia de Campos, e que morreu numa unidade de saúde particular da cidade. Segundo o Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF), as empresas do setor demoraram a tomar medidas de prevenção à doença. Os casos, porém, não tardaram em aparecer. — Há denúncias de falhas graves no controle. Há um caso, por exemplo, de um trabalhador que foi testado positivo, mas a empresa terceirizada em que ele trabalha o liberou para voltar para casa, sem encaminhá-lo a um serviço médico. Ele saiu da plataforma, pegou um voo para Campos, um Uber para a rodoviária, um ônibus para o aeroporto comercial da cidade, um voo para Vitória e um táxi para Vila Velha, onde mora. Nesse trajeto, teve contato com várias pessoas que podem estar contaminadas porque não teve controle algum — afirma Sérgio Borges, diretor do sindicato. Na região de saúde do Norte fluminense como um todo, os casos passaram de 357 em 13 de maio para 2.214 nesta quarta-feira. Procurada para esclarecer questões como o prazo para a abertura do hospital de campanha de Campos, as regiões de saúde que mais a preocupam no momento e se as diferenças regionais serão levadas em conta numa futura reabertura do Rio, a Secretaria estadual de Saúde não respondeu. Fonte: Globo Postado por: Raul Motta Junior Foto: Gabriel de Paiva/Arquivo / Agência O Globo
0 notes
raulmottajunior · 4 years
Photo
Tumblr media
No segundo dia de reabertura da economia e de flexibilização do isolamento social  no Rio, o que se viu foi uma série de desrespeito às medidas defiinidas pela Prefeitura do Rio para a primeira de seis fases. Ruas lotadas, trânsito pela cidade, camelôs espalhados pelas calçadas e muitos surfistas pegando uma onda no mar, foram algumas das situações observadas. O GLOBO percorreu diversos bairros das Zonas Sul, Norte, Oeste e Central e as irregularidades foram vistas em todos os bairros. Atualmente, o município registra 31.204 casos do novo vírus, com 3.828 mortes.   Em Copacabana, na Zona Sul, pouco depois das 8h, foi possível observar o aumento de pessoas que transitavam pelas vias do bairro. Um dia antes, a movimentação era tímida. Pelas calçadas do bairro, que concentra o maior número de casos do novo vírus (1.498 registros), havia ambulantes, que vendiam de pote para mantimentos a máscaras. Na Avenida Nossa Senhora de Copacabana (entre as ruas Paula Freire e Hilário de Gouvêa) e na rua Siqueira Campos, muitas lojas de roupas e sapatos já estão com as portas abertas, apesar de ainda ser proibido seu funcionamento. Em nenhuma delas os comerciantes ofereciam álcool gel ou controlavam a entrada de clientes para evitar aglomeração dentro dos espaços, exigência da Prefeitura para a reabertura de parte do comércio.   O fim das medidas de isolamento, autorizado pelo prefeito Marcelo Crivella, está implementado em seis fases e começou a vigorar nesta terça-feira. Entre elas estão liberadas caminhada no calçadão e atividades esportivas individuais no mar, como natação ou surfe (ainda está vetado a permanência na areia ou dar um mergulho). A abertura gradual do comércio também consta neste primeira fase.   Em Ipanema, dezenas de surfistas pegavam ondas, pessoas entravam no mar e outras dezenas faziam seus exercícios e caminhadas diárias, desobedecendo ao distanciamento mínimo. O decreto do Governo do Estado proíbe que pessoas entrem no mar ou permanecem nas praias do estado. Segundo o documento, a Polícia Militar pode até retirar o banhista da água. A corporação ainda não disse qual decreto vai obedecer.   Centro e Zona Oeste também desrespeitam regras Na Região Central, pedestres e carros disputavam espaços pelas ruas. Na Lapa, pouco depois das 9h, já tinha congestionamento nas ruas Riachuelo e Mem de Sá. Não era diferente na Rua Uruguaiana. No local, onde funciona o Comércio Popular da Uruguaiana, os boxs estavam abertos. Foi possível notar pessoas sem máscara. Já na Zona Oeste, todos os comércios estavam abertos. Na Estrada Edgard Werneck, na Cidade de Deus, a rotina seguia normal. Não longe dali, na Estrada dos Bandeirantes, na Taquara, milhares de pessoas transitavam entre as vias do bairro. Muitas delas entravam e saíam das lojas sem serem interpeladas a usarem máscaras ou álcool gel. A mesma cena podia ser vista na Praça Seca pouco depois das 11h. A situação não era diferente Madureira, na Zona Oeste.   Transporte público lotado Com o afrouxamento promovido pela Prefeitura, o transporte público será um desafio para o prefeito Marcelo Crivella. Na manhã desta quarta-feira, ônibus, metrôs, trens e barcas estavam lotados. A estação Mato Alto do BRT ficou lotada e a tendência é que o movimento aumente com a volta do comércio. O GLOBO percorreu vias como Avenida Presidente Vargas, Avenida Brasil, Linha Amarela, Avenida das Américas, Rua Cândido Benicio e Estrada da Portela. Em todas essas vias havia excesso de carros e ônibus. Em muitas estações do BRT, haviam pessoas aglomeradas à espera do modal. Especialistas temem nova explosão de casos A flexibilização anunciada pelo prefeito Marcelo Crivella é vista com preocupação por especialistas. O epidemiologista Roberto Medronho, da UFRJ, teme uma explosão de casos de Covid-19 no Rio com o afrouxamento. — Não é para abrir. É para fechar mais — opinou ele, destacando que a queda do número de internações não significa redução do número de mortes. — Temos visto um número de óbitos em casa bem maior do que o ano passado. Prazo maior:Witzel prorroga quarentena no estado do Rio até esta sexta-feira; reabertura deve começar dia 15 Medronho ressalta que o Rio atingirá o pico do novo coronavírus quando registrar entre 55 e 56 mil casos, o que deve acontecer ainda esta semana:   — Mesmo os países europeus que fizeram a abertura na descendência (da curva de casos), com a população bem treinada para isso, o número de casos subiu. Aqui, eu tenho muito medo que exploda. Nenhum país do mundo abriu na ascendência da curva — disse ao "Bom Dia Rio", da Rede Globo. O médico infectologista e professor da UFRJ, Rafael Galliez, contrário à reabertura econômica, também destaca o alto número de óbitos domiciliares “sem causa definida” durante a pandemia. — Além dos óbitos, os estudos mostram que o índice de reprodução do vírus hoje no Rio ainda é alto, então, se aumentar a mobilidade da população nas ruas agora vai ser jogar gasolina no processo. Para especialistas, o relaxamento do isolamento social deveria aguardar ainda cerca de duas semanas. Professor do Instituto de Medicina Social da UERJ, o médico Mario Roberto dal Poz, chama de precipitada a abertura feita pela prefeitura: — O mais correto seria levar essas medidas para além do dia 8, quando a curva deve chegar ao platô —avalia dal Poz, para quem o anúncio do prefeito fez muitos comerciantes “se sentirem autorizados” a abrir, mesmo fora do cronograma. O professor teme ainda que falte controle sobre os moradores da cidade em relação ao cumprimento das regras, principalmente nas praias. Fonte: Globo Postado por: Raul Motta Junior Foto: Luiza Moraes / Agência O Globo
0 notes